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Quais são as principais

MÉDICO PSIQUIATRA FAZ UMA REFLEXÃO SOBRE O ATUAL MOMENTO VIVIDO PELOS MÉDICOS DEVIDO A PANDEMIA DA COVID-19

PSIQUIATRA MAURÍCIO LEÃO DE REZENDE INDICA CAMINHOS PARA QUE OS MÉDICOS POSSAM SUPERAR AS ADVERSIDADES E DILEMAS PROFISSIONAIS NESTE MOMENTO. CONFIRA ABAIXO OS PRINCIPAIS TRECHOS DA ENTREVISTA CONCEDIDA AO JORNAL DO CRM-MG.

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entrevista

1- Como a Covid–19 afetou a relação médico-paciente?

À medida que a pandemia da Covid-19 presentificou a insegurança e o medo perante a esse vírus desconhecido e a possibilidade da morte, houve uma revalorização da medicina e do médico (este identificado como aquele capaz de salvar vidas), repercutindo em uma maior proximidade relacional.

2 - Com relação ao trabalho médico, o que mudou?

Esta pandemia evidenciou não só a falta de condições de trabalho do médico, mas também novas possibilidades da prática médica, remetendo-nos à necessidade de incorporação efetiva da telemedicina como instrumental clínico.

3 - Quais são as principais queixas de profissionais médicos que atuam na linha de frente do combate à Covid-19?

Elas dizem respeito à falta de condições de trabalho (exemplos: falta de EPIs, falta de equipamentos assistenciais, falta de medicamentos) cansaço e distanciamento dos parentes e entes queridos para não contaminá-los.

4 - Como o medo de ser infectado pode afetar o desempenho do médico?

O medo pode agravar o stress ao qual já está submetido, aumentando o cansaço e fadiga, gerando burnout.

5- A falta de EPIs pode fragilizar ainda mais a saúde mental de profissionais médicos?

Esta ausência de equipamentos certamente fragiliza a Saúde Mental do médico à medida que aumenta as preocupações, a insegurança, o medo de ser contaminado e as suas consequências, submetendo-o a uma condição de maior stress, cansaço e adoecimento psíquico (burn-out).

6- Estudos científicos mostram que os médicos estão mais vulneráveis à depressão e à dependência química do que a população em geral. Isso pode se potencializar em tempos de pandemia?

Sim, certamente. O médico, como qualquer ser humano, está submetido às vulnerabilidades do contexto atual. Mais ainda: as têm amplificadas pela presentificação do sofrimento dos semelhantes por ele atendidos, pelo cansaço, sobrecarga, solidão e preocupações consigo, com o outro e com seus familiares e amigos.

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