Ano 1 | edição 2 | 2018
Consórcio PCJ parceria de sucesso com o maior Fórum Mundial de Água
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Cooperação Brasil e Israel atua no combate às perdas hídricas
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Água deve ser prioridade política global, diz presidente do Conselho Mundial da Água
SUMÁRIO Editorial.............................................................................................................................................. 04 Cooperação Brasil e Israel atua no combate às perdas hídricas................................................. 05 Consórcio PCJ: parceria de sucesso com o maior Fórum Mundial de Água............................. 06 8º Fórum Mundial da Água é eternizado em selo comemorativo dos Correios...................................................................................................................................... 07 Bacias Transfronteiriças é tema de painel durante o evento....................................................... 08 A importância do Projeto Rio Doce e início da cooperação Brasil e França................................ 09 Água deve ser prioridade política global, diz presidente do Conselho Mundial da Água.............................................................................................................. 10 Capacitar formadores de decisão é essencial para superar a crise hídrico............................... 11 Cooperação entre Brasil e Espanha reforça estratégias dos planos de bacia.............................................................................................................12 Integração regional fortalece a comunidade................................................................................ 13 Agência das Bacias PCJ e Comitês PCJ comemoram resultados positivos do maior Fórum Mundial da Água da história................................................................ 14 Sustentabilidade hídrica é debatida em painel no Espaço do Consórcio PCJ............................................................................................................... 15 Logística reversa: a importância da destinação correta para os resíduos sólidos................................................................................................................... 16 “Temos a obrigação moral de preservar os oceanos”, diz enviado especial da ONU........................................................................................................... 17 Dia Mundial da Água......................................................................................................................... 18
EXPEDIENTE Produção: TEIA Editorial Fone: (19) 2136.3520 – www. teiaeditorial.com.br – Redação: Talita Salles (Mtb 0078619/SP), Assessoria de Comunicação do Consórcio PCJ e Assessoria de Comunicação do 8º Fórum Mundial da Água - Revisão: Isabella Robaina – Diagramação: Kasmirra Robaina – Coordenação da Publicação pelo Consórcio PCJ: Francisco Lahóz – Secretário Executivo, Murilo F. de Sant’Anna – Gerente de Sensibilização e Comunicação, Andréa Borges – Gerente Técnica – Mais informações www.agua.org.br CONEXÃO ÁGUA
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EDITORIAL O 8º Fórum Mundial da Água, realizado na cidade de Brasília/ DF, foi a maior edição da história do evento e atendeu ao seu principal objetivo, que foi colocar a água no topo da agenda política e da sociedade. O evento recebeu mais de 100 mil visitantes de 172 países entre os dias 17 e 23 de março, contabilizando congressistas, visitantes da vila cidadã, da feira técnica e jornalistas, o que coloca a edição brasileira, que é a primeira vez no hemisfério sul, como a maior de todas já realizadas. Nunca se falou tanto sobre água e isso é essencial para mudarmos o cenário atual. O Consórcio PCJ foi um dos maiores engajados e debatedores dos temas relacionados à gestão hídrica no Brasil e no mundo durante todos os dias do Fórum.
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O alto engajamento dos participantes e visitantes realmente fez da cidade de Brasília a capital mundial da água. Agradecemos a todos os que participaram e contribuíram para o sucesso deste evento e para que as questões relativas à água pudessem ganhar a relevância que merecem no âmbito do debate público e político no planeta.
BENJAMIM BILL VIEIRA DE SOUZA Presidente do Consórcio PCJ e Prefeito de Nova Odessa/SP
COOPERAÇÃO BRASIL E ISRAEL ATUA NO COMBATE ÀS PERDAS HÍDRICAS
Por fim, foi discutida a questão da irrigação por gotejamento, na qual a água é captada, dessalinizada, tratada e distribuída para o abastecimento público através da irrigação por gotejamento no campo, muito comum na produção agrícola. Os israelenses defendem que querem ajudar o Brasil na questão da gestão da água, trazendo as melhores tecnologias de seu país para a nação brasileira.
Durante a discussão da Cooperação entre Brasil e Israel, estiveram presentes o Cônsul para assuntos econômicos, Itzhak (Tsahi) Reich, e o especialista da autoridade de Água de Israel, Amir Givat, que falaram a respeito da dessalinização e sobre as tecnologias utilizadas em Israel que garantem a eficiência no combate às perdas hídricas. Os israelenses reforçaram suas estratégias em relação à gestão da água, tal como o reaproveitamento da mesma. O país trabalha com uma visão integrada, envolvendo a água tratada e dessalinizada. Além disso, aproveita o lodo que vem da estação de tratamento para outros usos.
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CONSÓRCIO PCJ: PARCERIA DE SUCESSO COM O MAIOR FÓRUM MUNDIAL DE ÁGUA O Espaço do Consórcio PCJ na feira técnica do 8º Fórum Mundial da Água foi um sucesso e contou com presenças de diversas autoridades como o Ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, os prefeitos de Campinas/SP, Jonas Donizete, de Vinhedo/SP, Jaime Cruz, de Artur Nogueira/SP, Ivan Vicensotti, de Piracicaba/SP, Barjas Negri, o Presidente da Rede Brasil de Organismos de Bacias (REBOB), Lupércio Ziroldo, do diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) e Diretor-executivo do Fórum, Ricardo Andrade, e vereadores do Conselho Fiscal do Consórcio PCJ que foram recepcionados pelo Presidente da entidade e prefeito de Nova Odessa/SP, Benjamim Bill.
O espaço, considerado por muitos como um dos três estandes mais importantes da exposição, recebeu presenças internacionais, como a do Consul para Assuntos Econômicos de Israel, Itzhak Reich, o Secretário permanente da Rede Internacional de Organismos de Bacias (RIOB), Jean François Donzier, do representante da Confederação do Jucar, na Espanha, Teodoro Estrela, do Secretário Técnico permanente da Rede Mediterrânea de Organismos de Bacias (REMOC), Ramiro Martinez, do representante da Agência Francesa Loire Bretagne para assuntos internacionais, Hervé Gilliard, e dos representantes do Escritório Internacional da Água, Nicolas Bourlon e Patrick Laigneau. No último dia do evento, o estande contou com a apresentação de representante da comunidade de Hatunaylla, que fica próxima ao município de Uros, no Peru. No total, aconteceram 20 apresentações em formato de “pocket Show”, de no máximo 60 minutos, que abordaram temas relevantes para a gestão da água, como novas tecnologias, universalização do saneamento, proteção aos mananciais, cooperação internacional, regulação, legislação, entre outros. O Espaço do Consórcio PCJ na feira do Fórum foi inspirado na Casa Modelo de uso Racional de Água e Energia Elétrica, que está construída na sede da entidade, em Americana (SP), e focou em sua construção a utilização de materiais de reuso.
8º FÓRUM MUNDIAL DA ÁGUA É ETERNIZADO EM SELO COMEMORATIVO DOS CORREIOS Consórcio PCJ recebeu cópia do selo comemorativo como reconhecimento pelo trabalho na gestão da água Mais de 100 mil pessoas participaram do 8º Fórum Mundial da Água – Brasília 2018, colocando o evento em solo brasileiro como o maior de todos já realizados. Dada a importância da água no mundo e para o desenvolvimento sustentável futuro, os Correios realizaram a emissão de selo comemorativo ao Fórum, lançado durante a solenidade de abertura do Fórum no dia 19 de março. O Presidente dos Correios, Guilherme Campos, entregou uma cópia do selo ao Consórcio PCJ, por meio do secretário executivo da entidade, o engenheiro Francisco Lahóz, como forma de reconhecer o trabalho da entidade na gestão de recursos hídricos e as ações de promoção do Fórum Mundial da Água. Além do Consórcio, outras cinco entidades/autoridades receberam cópia do selo comemorativo. Na cerimônia de lançamento da emissão especial, o presidente dos Correios ressaltou o reconhecimento de Lahóz como um “Maluco pela Água” e de seu trabalho incansável como educador por excelência e técnico apaixonado pelas Bacias PCJ, além de destacar que ele é um dos fundadores do sistema de gerenciamento dos recursos hídricos do Brasil, das Redes de Organismos de Bacias (REBOB, RELOB e RIOB) e membro entusiasmado do Conselho Mundial da Água (WWC) pelo Consórcio PCJ.
Sobre o selo O selo, em formato circular, apresenta a marca do 8º Fórum Mundial da Água sobre linhas que simulam o fluxo de um rio, numa composição de cinco elementos que representam o tempo, a localização, a água, a sustentabilidade e o número oito. A arte é de Marcos Rebouças e Ricardo Andrade. A réplica entregue ao Consórcio PCJ será exibida no evento Pós Fórum, que será realizado no mês de abril para debater os resultados do evento e os impactos para as Bacias PCJ. O selo custa R$ 1,25 e está à venda nas agências dos Correios e na loja virtual no site www.correios.com.br.
“Pela primeira vez um país do hemisfério sul recebeu o Fórum Mundial da Água, o que representou uma oportunidade ímpar para o Brasil se consolidar no cenário internacional como forte protagonista do setor de recursos hídricos. Por meio da Filatelia, registramos para a posteridade esse momento histórico em um selo, cuja cópia fiz questão de entregar pessoalmente ao Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), nas mãos de seu secretário executivo, engenheiro Francisco Lahóz, como forma de reconhecer o importante trabalho desenvolvido na gestão deste bem essencial para o futuro da humanidade, tanto pela entidade quanto pelo próprio Lahóz, um apaixonado pelas questões relacionadas à água que realiza um trabalho incansável à frente das Bacias PCJ, além de ser um dos fundadores do sistema de gerenciamento dos recursos hídricos do Brasil e das Redes de Organismos de Bacias, e de integrar ativamente o Conselho Mundial da Água”, afirmou o presidente dos Correios, Guilherme Campos.
Para Campos, registrar o Fórum num selo postal evidencia mais uma vez o papel da filatelia de propagar conhecimento e de documentar fatos importantes. “O selo aborda um tema essencial para o futuro da humanidade, que é a água. Espero que este evento resulte em maior conscientização de todos com relação à importância do desenvolvimento e conservação dos recursos hídricos”, disse o presidente. O diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) e diretor-executivo do fórum, Ricardo Andrade, participou da apresentação do selo. “Tudo o que está sendo feito aqui ficará para as futuras gerações. Este fórum é uma grande oportunidade para o Brasil reafirmar seu papel como protagonista no cenário internacional do setor de recursos hídricos”, enfatizou Andrade, que é um dos autores da arte do selo.
Benedito Braga com o secretário executivo do Consórcio PCJ Francisco Lahóz e o consultor técnico Giansante
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Esta é a primeira vez que um país do hemisfério sul sedia o Fórum Mundial da Água. Neste sentido, o lançamento de selo pelos Correios representa um marco para a história da filatelia brasileira e mundial.
Benedito Braga com o secretário executivo do Consórcio PCJ Francisco Lahóz
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BACIAS TRANSFRONTEIRIÇAS É TEMA DE PAINEL DURANTE O EVENTO A Gerente Técnica do Consórcio PCJ, Andrea Borges, participou do painel sobre Bacias Transfronteiriças dentro do 8º Fórum Mundial da Água. Na ocasião, foi discutida a questão do compartilhamento de água. Durante o painel, as autoridades que debateram o tema, entre elas, Khaled Abuzeid, do Conselho Árabe da Água do Egito, o professor Seifeldin Abda, do Ministério dos Recursos Hídricos no Sudão, e outros presentes, analisaram a função do direito internacional e de custódia na prevenção de conflitos a respeito das águas Transfronteiriças.
A Gerente Técnica do Consórcio PCJ abordou a questão do compartilhamento de água do Sistema Cantareira com a Bacia do Alto Tietê, onde está a cidade de São Paulo. Segundo ela, a gestão desse compartilhamento é tão complexa quanto a de uma Bacia Transfronteiriça, que é aquela que engloba dois ou mais países. Segundo Andrea, as questões políticas interferem ainda na gestão da água, e por isso é importante que os organismos colegiados continuem se fortalecendo e buscando formas de mobilizar a população e a mídia sobre o assunto. Para ela, a busca de financiamento para realizar as ações necessárias, incluindo a questão das tarifas reais de água, também é fundamental.
“A gente ainda paga muito pouco pela água no Brasil”, avalia a Gerente Técnica. Em relação às estratégias para melhorar a gestão dos recursos hídricos, Andrea acredita que é importante investir em capacitações. “Para que esses organismos de bacias trabalhem de forma mais efetiva, acredito que é fundamental investir em capacitação, cooperação e trocas de experiências entre as Bacias Transfronteiriças. A gente tem muito a aprender”, finaliza.
A IMPORTÂNCIA DO PROJETO RIO DOCE E INÍCIO DA COOPERAÇÃO BRASIL E FRANÇA O consultor da Capital Consultoria de Engenharia e Gestão Empresarial, Vinicius Benevides, e o representante francês do Escritório Internacional da Água, Nicolas Bourbon debateram a respeito da importância da cooperação entre os dois países, além de retomar essa parceria e exaltar os resultados do Projeto da Bacia do Rio Doce.
“A cooperação francesa é muito importante para o Brasil, assim como para a Bacia PCJ e a Bacia do Rio Doce. É graças a essa parceria, que foi possível criar e implantar uma lei nacional compatível com o nosso país, que é o maior produtor de água do mundo!”, elogiou o consultor da Capital Consultoria de Engenharia e Gestão Empresarial.
Nicolas Bourbon apontou que a cooperação que existe entre Brasil e França trouxe, e continua trazendo, diversos benefícios, não apenas para os dois países, mas também para toda a região envolvida. “Hoje, essa parceria entre os países na área da água e meio ambiente é fundamental para realizar intercâmbio de conhecimentos, além de trocar experiências e aprender coisas novas”, aponta o representante francês do Escritório Internacional da Água. Vinicius Benevides destacou que a lei das águas que o Brasil possui hoje foi baseada no projeto de cooperação, na qual o país trocou experiências com a França, e adotou um modelo semelhante à dos franceses, que se encaixava nas suas necessidades.
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ÁGUA DEVE SER PRIORIDADE POLÍTICA GLOBAL, DIZ PRESIDENTE DO CONSELHO MUNDIAL DA ÁGUA O presidente do Conselho Mundial da Água, o brasileiro Benedito Braga, nota uma predisposição internacional de compartilhar a água. Em seu segundo mandato à frente da entidade, ele voltou ao Brasil para debater com cientistas e líderes políticos soluções para um mundo no qual bilhões de pessoas não têm garantido acesso à água potável.
CAPACITAR FORMADORES DE DECISÃO É ESSENCIAL PARA SUPERAR A CRISE HÍDRICA A discussão sobre o tema contou com a presença do representante da UNESCO, Alexandros Kirikos Makarigakis, que reconheceu e elogiou o trabalho do Consórcio PCJ em relação às capacitações realizadas. Para Alexandros, é fundamental que formadores de decisão sejam capacitados para sensibilizar as pessoas sobre os problemas e possíveis soluções em relação ao uso da água. “O Consórcio PCJ tem uma grande experiência, e eu fico muito contente de ver como a formação e a capacitação desses formadores de decisão foram essenciais para ajudar a superar uma crise tão grande”, elogia o representante da UNESCO, que se referiu a superação da crise hídrica enfrentada pela região das Bacias PCJ em 2014/2015.
Na ocasião ainda esteve presente o secretário executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, que deu voz ao Programa de Educação Ambiental da entidade, que tem como principal objetivo sensibilizar e conscientizar a comunidade sobre problemas e soluções relacionadas ao gerenciamento dos recursos hídricos e do meio ambiente. Lahóz ainda contou a história do Programa de Educação Ambiental do Consórcio PCJ, desde a aplicação das experiências vindas da França, que envolvem água, como as classes de água, até o programa Semana da Água, que hoje se chama Projeto Gota D’água.
“O envolvimento dos políticos no processo de elaboração de políticas públicas voltadas para a água, começa com as crianças, pois são elas que estão sendo capacitadas pelo Programa de Educação Ambiental hoje e que serão os políticos de amanhã”, aponta o secretário executivo, que reforça que o Consórcio PCJ.
1. Qual é a prioridade para a crise global da água? R) Eu acho que a prioridade número um mundial é a segurança hídrica. Que toda pessoa tenha direito a ter água em quantidade e qualidade suficientes para ter as suas necessidades básicas satisfeitas. Segurança hídrica é algo que todo país deveria ter no alto da sua lista de prioridades porque na medida em que você tem segurança hídrica, você tem segurança alimentar, segurança energética, o saneamento, a saúde. 2. Como se financia o déficit de infraestrutura para levar água ao mundo? R) É algo que foi debatido dentro do 8º Fórum Mundial da Água. Estamos vendo como envolver o setor privado, mas de fato o “gap” (brecha) é muito grande para poder atender à segurança hídrica mundial [entre 150 e 300 bilhões de dólares, de acordo com o Conselho Mundial da Água]. Isso vai levar muito tempo porque não há todo esse dinheiro disponível. Aí entra de novo a questão política. Ela não pode ficar de fora, porque a demanda é muito grande e a disponibilidade, reduzida. Tem que priorizar. 3. Durante o fórum, houve mensagens dramáticas sobre a crise global. É otimista sobre o futuro? R) Eu sempre vejo o copo d’água meio cheio. Há motivos para ser otimista. Por exemplo, no caso dos rios transfronteiriços. Temos 260 bacias hidrográficas compartilhadas por dois ou mais países. Nessas bacias, que têm 1.800 potenciais conflitos registrados no passado, 99% terminaram em acordos de cooperação. Há uma predisposição a compartilhar água.
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INTEGRAÇÃO REGIONAL FORTALECE A COMUNIDADE
COOPERAÇÃO ENTRE BRASIL E ESPANHA REFORÇA ESTRATÉGIAS DOS PLANOS DE BACIA
O Gerente de Comunicação do Consórcio PCJ, Murilo Sant’Anna, defende o fortalecimento da participação dos cidadãos em Comitês de Bacias. A importância da integração entre todos os setores da comunidade para ações e projetos voltados aos recursos hídricos é essencial para reverter o cenário atual. Para exemplificar essa integração regional, o Gerente de Comunicação do Consórcio PCJ reforça um case que aconteceu na Bacia, que foi a parceria entre os municípios de Campinas/SP e Valinhos/SP para a construção da Estação de Tratamento de Esgoto de Valinhos.
O Consórcio PCJ, através do Secretário Executivo, Francisco Lahóz, entregou uma carta de intenções de fortalecimento para restabelecer a cooperação entre o Consórcio PCJ e a Confederação Hidrográfica do Júcar.
Essa integração aconteceu quando Campinas foi congratulada com um recurso advindo da aprovação de um projeto pelo Programa de Financiamento de ETE’s (Estação de Tratamento de Esgoto). Graças ao trabalho de interlocução do Consórcio PCJ, Campinas optou por repassar essa verba adquirida pela aprovação do projeto para que o município de Valinhos concluísse a obra da Estação de Tratamento da cidade.
Além disso, o objetivo foi tratar da experiência dos espanhóis em relação às estratégias dos planos de bacia, já que a Espanha é um país semiárido e a região do Júcar é ainda mais seca. No país, os planos de bacia têm uma participação popular forte, e tudo que é colocado no plano, se torna lei.
Com o aditamento desse recurso advindo de Campinas, a cidade de Valinhos conseguiu concluir a obra e tratar o seu esgoto, ao mesmo tempo em que Campinas também foi beneficiada, já que passou a receber água de melhor qualidade do município que está a montante dela.
As decisões tomadas na Espanha, sobretudo na Bacia do Júcar, são embasadas em estudos hidrológicos que levam em consideração os dados de chuvas e de vazão, além de todas as estruturas hidráulicas existentes.
Esse case é apresentado como modelo de integração regional, destacando também o fato de que esses dois municípios renovaram essa parceria no ano passado, com a cooperação assinada entre a SANASA Campinas e o DAEV (Departamento de Água e Esgoto de Valinhos), com o intuito de aprimorar ações de saneamento.
O consultor técnico, Eduardo Giansante, diz que as experiências da Espanha são bastante importantes para as Bacias PCJ. “Com o exemplo da Confederação Hidrológica do Júcar, comprovamos que os planos de bacia são realmente efetivos e não meramente uma declaração de intenções. Eles existem e são seguidos”, conclui Giansante.
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“O Consórcio PCJ trabalha com o envolvimento de todos os setores dentro do sistema de gerenciamento dos recursos hídricos, que é importantíssimo para que os Comitês sejam estabelecidos de forma bem presente na sociedade”, explicou o Gerente de Comunicação.
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AGÊNCIA DAS BACIAS PCJ E COMITÊS PCJ COMEMORAM RESULTADOS POSITIVOS DO MAIOR FÓRUM MUNDIAL DA ÁGUA DA HISTÓRIA
SUSTENTABILIDADE HÍDRICA É DEBATIDA EM PAINEL NO ESPAÇO DO CONSÓRCIO PCJ
Na avaliação do diretor-presidente da Agência das Bacias PCJ, Sergio Razera, a participação da Agência e Comitês PCJ no maior evento de água do planeta foi “muito positiva” e “superou todas as expectativas”; o 8º Fórum Mundial da Água é considerado o maior da história, com participação de mais 120 mil pessoas.
Foram dias intensos, de muitas aprendizagens e troca de experiências com pessoas de diferentes regiões e países. Não é por acaso que o 8º Fórum Mundial da Água, realizado em Brasília/DF entre os dias 17 e 23 de março, é considerado “maior da história”, com a participação recorde de mais de 120 mil pessoas. Na avaliação do diretor-presidente da Agência das Bacias PCJ, Sergio Razera, o evento superou todas as expectativas possíveis.
Foram dias intensos, de muitas aprendizagens e troca de experiências com pessoas de diferentes regiões e países. Não é por acaso que o 8º Fórum Mundial da Água, realizado em Brasília/DF entre os dias 17 e 23 de março, é considerado “maior da história”, com a participação recorde de mais de 120 mil pessoas. Na avaliação do diretor-presidente da Agência das Bacias PCJ, Sergio Razera, o evento superou todas as expectativas possíveis. Os Comitês PCJ e a fundação que atua como sua secretaria executiva, a Agência das Bacias PCJ, dividiram mais de 200 metros quadrados com outros 20 comitês de bacias hidrográficas paulistas no Espaço São Paulo, um dos estandes mais visitados na área da Feira do Fórum Mundial da Água. “A avaliação é muito positiva, superando todas as expectativas, inclusive aquelas mais otimistas que a gente fazia. Primeiro, os membros dos Comitês PCJ deram um exemplo de participação e interação com os demais comitês e pessoas do mundo que estiveram no Fórum. Depois, nós tivemos a interação com as crianças, que também visitaram bastante nosso estande”, comentou Razera. No Espaço São Paulo, além de equipamentos como o espelho e robô interativos e uma mesa virtual com uma versão do jogo “Candy Crush” com a temática de preservação da água, entre outras atrações, foram exibidos também três vídeos de 360 graus sobre os rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.
Os Comitês PCJ e a fundação que atua como sua secretaria executiva, a Agência das Bacias PCJ, dividiram mais de 200 metros quadrados com outros 20 comitês de bacias hidrográficas paulistas no Espaço São Paulo, um dos estandes mais visitados na área da Feira do Fórum Mundial da Água.
LEI DAS ÁGUAS O presidente dos Comitês PCJ e prefeito de Piracicaba, Barjas Negri, que também participou do evento em Brasília, destacou que o fato de o Fórum Mundial da Água ter sido realizado no país dá mais esperanças para reforçar a gestão descentralizada e participativa da água, o que foi conferido pela Lei Federal número 9.433, de 1997, a Lei das Águas. “O Brasil tem uma lei muito moderna e uma política bem desenvolvida na área de recursos hídricos e a experiência de Comitês, com a sociedade participando da gestão das águas, a qual a maioria dos países não tem. O fato de o evento ter sido no Brasil foi muito bacana, porque deu essa oportunidade para os países da América do Sul, Central e África, conhecerem essa política. Isso colaborou para o Brasil divulgar o que está fazendo e também para dar esperanças para que a gestão descentralizada e participativa seja vista como um modelo que dá certo”, resumiu.
“A avaliação é muito positiva, superando todas as expectativas, inclusive aquelas mais otimistas que a gente fazia. Primeiro, os membros dos Comitês PCJ deram um exemplo de participação e interação com os demais comitês e pessoas do mundo que estiveram no Fórum. Depois, nós tivemos a interação com as crianças, que também visitaram bastante nosso estande”, comentou Razera.
No Espaço São Paulo, além de equipamentos como o espelho e robô interativos e uma mesa virtual com uma versão do jogo “Candy Crush” com a temática de preservação da água, entre outras atrações, foram exibidos também três vídeos de 360 graus sobre os rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. O presidente da Agência das Bacias PCJ também ressaltou que o grande tema do Fórum foi “como se preparar para enfrentar os desafios e imposições colocadas pelas mudanças climáticas” e que, com isso, os Comitês PCJ puderam mostrar suas ações na área de recomposição florestal e políticas de proteção aos mananciais. “Esses temas dominaram as discussões no Fórum e nós, no Espaço São Paulo, refletimos um pouco isso, mostramos nossas experiências e recebemos delegações de Angola, Honduras, Guatemala, Comunidade Europeia, vários prefeitos, o governador Geraldo Alckmin, os secretários de Estado Benedito Braga (Saneamento e Recursos Hídricos) e Maurício Brusadin (Meio Ambiente), e os ministros Sarney Filho (Meio Ambiente) e Helder Barbalho (Integração). Por tudo isso, os resultados foram muito bons e nós saímos com a esperanças de que devemos fazer uma gestão ainda melhor nas Bacias PCJ com o que foi aprendido aqui”, concluiu Razera.
O presidente da Agência das Bacias PCJ também ressaltou que o grande tema do Fórum foi “como se preparar para enfrentar os desafios e imposições colocadas pelas mudanças climáticas” e que, com isso, os Comitês PCJ puderam mostrar suas ações na área de recomposição florestal e políticas de proteção aos mananciais. “Esses temas dominaram as discussões no Fórum e nós, no Espaço São Paulo, refletimos um pouco isso, mostramos nossas experiências e recebemos delegações de Angola, Honduras, Guatemala, Comunidade Europeia, vários prefeitos, o governador Geraldo Alckmin, os secretários de Estado Benedito Braga (Saneamento e Recursos Hídricos) e Maurício Brusadin (Meio Ambiente), e os ministros Sarney Filho (Meio Ambiente) e Helder Barbalho (Integração). Por tudo isso, os resultados foram muito bons e nós saímos com a esperanças de que devemos fazer uma gestão ainda melhor nas Bacias PCJ com o que foi aprendido aqui”, concluiu Razera.
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LOGÍSTICA REVERSA: A IMPORTÂNCIA DA DESTINAÇÃO CORRETA PARA OS RESÍDUOS SÓLIDOS A questão da logística reversa e descarte de resíduos sólidos foi discutida em um painel no Espaço do Consórcio PCJ no 8º Fórum Mundial da Água. Essa apresentação contou com a presença de Fernanda Daltro, representante da ONU Meio Ambiente, do Mimo Ravagnani, do Consórcio Intermunicipal de Manejos de Resíduos Sólidos da RMC (CONSIMARES), e Renato Soares de Paula, idealizador do Papa Cartão. Durante as apresentações, foi abordada a questão da importância da destinação correta para os resíduos sólidos, e dos impactos causados na natureza quando há o descarte irregular desses materiais. O idealizador do Papa Cartão, que é um programa de logística reversa, contou que os cartões são feitos de um produto nobre, que é o plástico, e que jogar esses cartões fora, é desperdiçar um material que tem um valor agregado. Por conta disso, surgiu a ideia de fazer Papa Cartão, que recolhe os cartões velhos e inutilizáveis, e recicla-os, produzindo, além de cartões novos, outros materiais, como pranchetas, cadernos e outros. “Quando a gente recicla o plástico, a gente gera renda, faz capacitação, inclusão social, e ainda não deixa esse produto ir parar no meio ambiente e nos rios. É um programa que pretende realmente colocar em prática a logística reversa”, explicou Renato Soares.
A representante da ONU Meio Ambiente, destacou, durante sua apresentação, a questão do problema dos plásticos em rios, e principalmente em mares. Fernanda disse que as pessoas precisam ter um olhar mais atento nessa questão, e aproveitar as mídias sociais, que divulgam esses proble-mas “invisíveis”, para ter mais consciência em relação a um problema que afeta a natureza, de forma geral.
“TEMOS A OBRIGAÇÃO MORAL DE PRESERVAR OS OCEANOS”, DIZ ENVIADO ESPECIAL DA ONU
“As pessoas precisam pensar em suas responsabilidades e escolhas. A gente tem que levar a sério a questão do lixo, e ver que é um problema que está prejudicando não somente os seres da terra, mas também, a vida marinha”, alertou Fernanda, que estava representando também, a campanha “Mares Limpos”. Por fim, Mimo Ravagnani atentou sobre a necessidade da conscientização das pessoas e das empresas em relação ao descarte de resíduos sólidos. Segundo ele, não adianta existir uma mobilização do poder público, sem a mobilização anterior da sociedade e das empresas, em praticar a logística reversa, e descartar corretamente os resíduos.
“Temos obrigação moral de fazer com que o Objetivo 14 das Nações Unidas seja fielmente cumprido porque essa é a única maneira de preservar os oceanos”. A frase é do enviado especial da Secretaria-Geral da Organização das Nações Unidas para os Oceanos, Peter Thomson, e foi repetida por ele em várias oportunidades ao longo do 8º Fórum Mundial da Água.
“É preciso, antes de tudo, mudar o sistema. Hoje, o consumidor compra o que interessa para ele, sem pensar no meio ambiente, Esse hábito precisa ser mudado, para que assim, as indústrias também mudem seus hábitos, e pensem em estratégias de produção de materiais que são menos agressivos para o meio ambiente”, sugeriu o representante do CONSIMARES.
O chamado ODS14 é um dos 17 objetivos para o Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU, ratificada por 150 países em 2017, durante a Conferência sobre os Oceanos, quando o próprio Thomson presidia a 71ª Assembleia Geral das Nações Unidas. E o ODS 14 é exatamente a meta dedicada à preservação dos mares. Thomson lembra que entre as medidas propostas pelo ODS 14 estão a redução significativa da poluição marinha de todos os tipos, especialmente a derivada de atividades terrestres, incluindo detritos marinhos e a poluição por nutrientes, a proteção dos ecossistemas marinhos e costeiros e diminuição do impacto da acidificação dos oceanos que está entre as grandes ameaças à vida marinha. “Todos precisam reconhecer que os oceanos têm sido danificados pela atividade humana e nós devemos fazer alguma coisa para reverter essa destruição.” Ele destaca a necessidade de ações concretas para o cumprimento do Objetivo e lembra que depois da conferência em junho do ano passado, das qual participaram 193 países, foram propostos 1.400 compromissos voluntários, oferecidos por governos, sociedade civil, instituições acadêmicas e de pesquisa, comunidade científica e o setor privado. “Esses compromissos propõem saídas para problemas como a acidificação dos mares, a proibição da pesca predatória e dos subsídios para essa atividade, ampliação da ciência marinha, proteção dos ecossistemas. Então, países pequenos como os das ilhas do Pacífico e outros países em desenvolvimento aliados a países desenvolvidos podem implementar juntos ações para o consumo e uso sustentável dos recursos do oceano”, disse. Thomson conta que já existem nove comunidades com ações para preservação dos oceanos, que estão descritas no site da conferência e onde podem ser encontrados esses compromissos voluntários que já estão sendo implementados. “Junte-se a essas comunidades de ações para os oceanos e você vai ter a oportunidade de fazer algo para mudar a situação dos mares”, pede. Mas o enviado especial admite que o maior obstáculo para a mudança de atitude em relação aos oceanos é a falta de vontade da sociedade. “Porque se tivermos o poder da vontade nós podemos unir a ciência, governos, o mundo dos negócios, das finanças e resolver todos os problemas que temos em relação aos oceanos. E nós podemos fazer isso”.
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DIA MUNDIAL DA ÁGUA: 20% DOS RIOS DA MATA ATLÂNTICA ESTÃO IMPRÓPRIOS PARA CONSUMO, DIZ RELATÓRIO LEVANTAMENTO DE SOS MATA ATLÂNTICA ANALISA ÁGUA EM 18 UNIDADES DA FEDERAÇÃO. SÓ 12 DOS 294 RIOS TÊM ÁGUA BOA. A cada cinco rios, córregos e lagos presentes na Mata Atlântica brasileira, pelo menos um está contaminado e impróprio para consumo. O levantamento é da Fundação SOS Mata Atlântica, que avaliou a qualidade da água em 102 municípios e 17 estados abrangidos por esse bioma, além do Distrito Federal. O estudo foi divulgado nesta quarta-feira (21) durante o 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília. De acordo com a pesquisa, 20% (60) dos 294 pontos de coletas estão com a qualidade da água classificada como “ruim ou péssima”. Apenas 4,1% (12) possuem qualidade de água boa, enquanto 75,5% (222) estão em situação regular. Em 2015, o percentual dos rios avaliados com água de boa qualidade correspondia a 15%; Para a coordenadora do programa de águas da SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, isso significa que “em 96% dos pontos monitorados a qualidade da água não é boa e está longe do que a sociedade quer para os rios”. Nenhum dos pontos analisados foi avaliado como ótimo.
O levantamento foi realizado entre março de 2017 e fevereiro de 2018. Os dados foram obtidos por meio de coletas e análises mensais de água durante o período classificado como “ciclo hidrológico”. O objetivo, segundo a especialista, é “avaliar se rios e bacias têm condições de minimizar os impactos [como erosão e contaminação por partículas], evitando novas crises hídricas no futuro.” E agora? Após os resultados insatisfatórios sobre a qualidade da água nas regiões de Mata Atlântica, os pesquisadores da fundação disseram que, ainda sim, é possível retirar algo de positivo desta situação. Além das recomendações aos governos para uma melhor gestão dos recursos hídricos, os pesquisadores destacam também o papel da população no cuidado com a água. “Divulgar desses resultados é uma forma de engajar a sociedade na gestão da água, além de empoderar essas comunidades para que ajudem e construam os indicadores que o Brasil precisa ter para garantir o acesso à água de qualidade para todos”, explica Malu. “Sem informação, é impossível tomar decisões efetivas, como no momento da construção de um reservatório de água ou na construção de um plano diretor da cidade. Sem essas informações a população fica sujeita às decisões dos setores econômicos”, conclui.
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