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SUÍNOS&CIA - REVISTA TÉCNICA DA SUINOCULTURA

ANO VI - Nº 32/2009



Editorial A suinocultura sempre esteve presente na vida da Médica-Veterinária Simone Rodrigues Oliveira. Desde criança, conviveu com a área, acompanhando os trabalhos de seu pai na Universidade Federal de Minas Gerais, onde se formaria posteriormente e, anos mais tarde, se destacaria como especialistas de referência na área de diagnóstico. Atualmente a Dra. Simone é pesquisadora na Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos. Nesta edição vamos conhecer a trajetória profissional da Dra. Simone Rodrigues Oliveira, que também escreve um artigo na área de sanidade. O envolvimento do Mycoplasma hyopneumoniae com a Pneumonia Enzoótica suína, que foi relatado pela primeira vez em 1965, sendo um dos agentes que causam sérias complicações, produzindo perdas de desempenho nos animais em crescimento. Sem dúvida, a doença segue afetando a maioria dos rebanhos de granjas tecnificadas, sendo um dos importantes agentes primários responsáveis pelo complexo das doenças respiratórias que acometem os suínos. O Dr. Antonio Palomo Yague, sempre colaborador dos artigos técnicos da Suínos e Cia., também traz um importante artigo sobre a normatização do uso de minerais na alimentação suína. Dos 60 tipos de minerais nos solos, 27 são essenciais para o suíno, e Dr. Palomo relata, no presente trabalho, as principais qualidades de cada um deles. Além dos artigos técnicos, esta edição traz algumas dicas da presidente do Conselho Diretor da Associação Mexicana de Veterinários Especialistas em Suínos, Dra. Laura Batista, sobre a necessidade de o médico-veterinário reinventar e se adaptar aos novos tempos. Atualmente, é preciso ser pró-ativo, atualizar-se constantemente, saber trabalhar em equipe, ser empreendedor, administrador, inovador, sonhador, ter senso de humor, bom mentor e, principalmente, líder. O sumário de pesquisa contempla vários trabalhos, entre eles o efeito a longo prazo da Imunocastração sobre o perfil hormonal e comportamento de suínos machos. Além de um novo enfoque técnico para a indução da puberdade em marrãs, utilizando progesteróides, e a relação da condutividade elétrica vaginal com a velocidade do aparecimento de cio pós-desmame. Na seção Dica de Manejo desta edição se refere à semiologia, que é o estudo e a descrição dos sinais clínicos previamente observados quando se instala uma determinada doença, sendo, assim, uma das principais disciplinas da clínica médica. É por meio da observação da presença desses sinais clínicos que se chega a um diagnóstico clínico que conduzirá ao diagnóstico conclusivo, juntamente com os resultados do diagnóstico de exames laboratoriais e complementares. E, para finalizar, a edição traz uma reportagem sobre a história da Associação Brasileira de Criadores de Suínos, que ajudou a suinocultura nacional a se tornar mais competitiva. Na matéria, pode se conhecer um pouco mais sobre o papel das associações estaduais, que contribuem com o desenvolvimento da suinocultura e apresentaram resultados positivos no balanço do primeiro semestre deste ano. Boa leitura.


Índice 06

Entrevista Simone Rodrigues Oliveira

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Nutrição Normatização do uso de minerais na alimentação suína

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Sanidade Variações nas cepas de Mycoplasma hyopneumoniae observadas a campo

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Manejo Estratégia de manejo em granjas de alta prolificidade

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Recursos Humanos Reinventar-nos como veterinários especialistas em suínos, em tempos de crise

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Sumários de Pesquisa

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Aconteceu Poli-Nutri anuncia quarta unidade fabril e novo centro de distribuição

45

Índice dos Volumes V e VI

48

Dicas de Manejo

52

Recursos Humanos O besouro tem tudo para dar errado

54

Reportagem

60

Divirta-se Encontre as palavras Teste seus conhecimentos Jogo dos 7 erros Caso clínico


Expediente Revista Técnica da Suinocultura A Revista Suínos&Cia é destinada a médicosveterinário, zootecnistas, produtores e demais profissionais que atuam na área de suinocultura. Contém artigos técnico-científicos e editorias instrutivas, apresentados por especialistas do Brasil e do mundo.

Editora Técnica Maria Nazaré Lisboa CRMV-SP 03906

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Por: Mari Coller Vollweiter


Entrevista se tenho uma tarefa pendente sobre a mesa, não sossego enquanto ela não estiver completa, com êxito e bons resultados. Podemos dizer que esta qualidade me levou aonde estou, mas também me tornou muito exigente com aqueles que trabalham comigo”. Há 13 anos Simone formou-se em Veterinária pela Universidade Federal de Minas Gerais. Dois anos mais tarde apresentou sua tese de mestrado, também pela UFMG, cuja linha investigativa a aproximou do Dr. Carlos Pijoan, integrante da Swine Group, da Universidade de Minnesota. Em 1999, Simone mudou-se para Minnesota, onde, quatro anos mais tarde, tornou-se PhD com a tese Doenças Infecciosas de Suínos. “Sinto que meu trabalho nos últimos 10 anos foi apreciado e teve um grande impacto na suinocultura”, comemora a pesquisadora.

Destaque:

Simone Rodrigues Oliveira

T

oda criança adora conhecer o local de trabalho dos pais. Sem dúvida, estes são momentos de pura descoberta. Os pequenos são curiosos, e muitos desejam participar de um dia de tarefas a cumprir junto daqueles que amam e sentem orgulho. Foi assim, visitando o trabalho do pai, aos 5 anos, que Simone Rodrigues Oliveira começou a se apaixonar pelos animais. Humberto Oliveira, professor de Cirurgia de Grandes e Pequenos Animais e Anestesiologia na Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), recebia a pequena Simone, a irmã e a prima. O resultado não poderia ser outro: todas se tornaram médicas-veterinárias. “Fomos influenciadas pelo bom exemplo do meu pai”, diz Simone. Mas a determinação pelo sucesso foi fundamental para tornar Simone uma das pesquisadoras de grande renome na área de pesquisa em suínos. Desde 2005, assumiu o cargo de professora-assistente da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, sendo responsável pelo Laboratório de Bacteriologia Molecular, parte integrante do Laboratório de Diagnóstico Veterinário do Colégio de Medicina Veterinária. Chegar tão longe parece ser um sonho muito distante para qualquer estudante de Veterinária, mas não para aqueles verdadeiramente apaixonados pela profissão. “Sou perfeccionista e Suínos & Cia

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Suínos&Cia: Por que você optou pela medicina veterinária? Dra. Simone: Optei pela medicina veterinária basicamente por seguir o exemplo profissional de meu pai, Dr. Humberto Oliveira, que há mais de 30 anos é professor de Cirurgia de Grandes e Pequenos Animais e Anestesiologia na Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Visitava a faculdade com ele desde meus 5 ou 6 anos e praticamente cresci neste meio. Minha irmã, Amanda Oliveira, e minha prima Camila Gontijo também se tornaram veterinárias. Posso dizer que nós fomos influenciadas pelo bom exemplo do meu pai. Suínos&Cia: Qual a razão de se dedicar aos suínos? Dra. Simone: O professor Raimundo Girão Nogueira foi meu orientador durante o curso de mestrado na Escola de Veterinária da UFMG. Tanto ele quanto o professor José Lucio, integrantes do meu comitê de orientação, trabalhavam com suínos. Em 1996, o professor José Lucio defendeu sua tese de doutorado, focada no diagnóstico, epidemiologia e controle de Haemophilus parasuis. Minha tese de mestrado foi realizada utilizando amostras geradas pelas infecções experimentais feitas por ele. Sob a orientação do Professor Girão, padronizamos uma técnica de detecção de H. parasuis por imuno-histoquímica e estudamos a distribuição deste agente em tecidos de suínos experimentalmente infectados. Esta linha de investigação era muito similar à linha seguida pelo Dr. Carlos Pijoan, integrante do Swine Group, da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos. Em 1999 iniciei meu PhD com o Dr. Pijoan em doenças infecciosas de suínos, em 2003 graduei-me e, em 2005, retornei para a Universidade de Minnesota como professora-assistente, responsável pelo Laboratório de Bacteriologia Molecular, que faz parte do Laboratório de Diagnóstico Veterinário do Colégio de Medicina Veterinária.

Ano VI - nº 32/2009


Entrevista Suínos&Cia: Sabemos que poucos profissionais veterinários optam pela área de diagnóstico. O que mais lhe fascina nesta área? Dra. Simone: O que me atrai e me mantém na área de diagnóstico e epidemiologia molecular é o fato de que as técnicas de diagnóstico que desenvolvo diariamente são imediatamente utilizadas para melhoria da detecção de agentes infecciosos, implementação e avaliação de medidas de controle. Suínos&Cia: Sucesso e fracasso convivem lado a lado na vida profissional. Entre essas experiências, quais servem como aprendizado? Dra. Simone: Sou perfeccionista e se tenho uma tarefa pendente sobre a mesa não sossego enquanto ela não estiver completa, com êxito e bons resultados. Podemos dizer que esta qualidade me levou aonde estou, mas também me tornou muito exigente com aqueles que trabalham comigo. Muitos veem esta característica como uma virtude e, na realidade, sentem-se inspirados; outros, nem tanto. Minha lição com relação a sucesso e fracasso é que cada um tem seus próprios objetivos profissionais, e o que parece ser um fracasso para alguns é, na realidade, uma vitória para outros. Suínos&Cia: Você acredita que existem muitas oportunidades nessa área, e qual conselho daria aos que buscam essa especialização? Dra. Simone: Diagnóstico é o futuro da produção animal. Quando você define a causa de um problema com acurácia, suas medidas de prevenção e controle serão, consequentemente, mais eficazes. E uma vez que você implementa estas medidas, necessitará de técnicas de diagnóstico para avaliar os resultados da intervenção. Suínos&Cia: Como é, para uma veterinária brasileira, viver e trabalhar nos EUA, mais precisamente na Universidade de Minnesota, e há algum tipo de preconceito? Dra. Simone: Nos Estados Unidos, o número de estrangeiros compondo o Ano VI - nº 32/2009

Reunião com amigos e familiares: Dr. Roberto Guedes, Dra. Isabel Guedes, Dra. Laura Batista, Dr. Carlos Pijoan (in memorian), Dr. Humberto e Rene Filho

corpo de pesquisadores e professores é relativamente alto. Isso proporciona um ambiente diverso e rico para o aprendizado. Nunca sofri nenhum preconceito, muito pelo contrário. Meu trabalho é extremamente valorizado, e minhas contribuições reconhecidas. Utilizo esta oportunidade que me foi apresentada pela Universidade de Minnesota para treinar estudantes latino-americanos, muitos do Brasil, sempre que posso. É minha maneira de contribuir academicamente com o desenvolvimento cientifico no Brasil. Atualmente tenho três estudantes brasileiros no meu laboratório, e recebo novos alunos anualmente, sempre que os fundos para pesquisas permitem. Suínos&Cia: A área de biologia molecular é fascinante e evoluiu muito nos últimos anos. O que realmente mudou na suinocultura depois dessa evolução? Dra. Simone: Como em qualquer outra área, agora temos a oportunidade de desenvolver métodos de diagnóstico num período de tempo relativamente curto e buscar, com maior precisão, agentes e fatores de virulência de relevância. A biologia molecular é como uma lente de aumento, que te permite responder várias perguntas simplesmente pelo fato de você ter acesso ao código genético de um agente. Também representa um atalho importante para identificação de novos

agentes quando comparado a técnicas tradicionais de diagnóstico. Hoje em dia, quando isolamos uma nova bactéria, o sequenciamento de um gene conservado nos diz muito mais sobre aquela espécie que as técnicas tradicionais de microbiologia. Além de mais acurado, o diagnóstico molecular é significantemente mais rápido que técnicas tradicionais, proporcionando aos veterinários de campo uma resposta quase em tempo real. Todos estes fatores beneficiam a prevenção, o controle de doenças infecciosas e diretamente a suinocultura. Suínos&Cia: O Centro de Diagnóstico da Universidade de Minnesota é um sonho idealizado por muitos profissionais. Como se sente por fazer parte dele? Dra. Simone: Sinto que meu trabalho nos últimos 10 anos foi apreciado e teve um grande impacto na suinocultura. Suínos&Cia: Como analisa a possibilidade de o Brasil obter um centro de diagnóstico desse porte? Dra. Simone: Indispensável, e fico contente em saber que várias universidades e empresas de grande porte investem nesta área no Brasil. Em um dos encontros que participei nos Estados Unidos fiquei surpresa ao saber que uma grande companhia genética possuía um centro de Suínos & Cia

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Entrevista diagnóstico tão bom quanto ao que temos aqui. Vejo que reconhecem a importância do diagnóstico. Sei da dificuldade dos produtores de arcar com os custos do diagnóstico molecular e espero que exista algum programa de subsídio para diagnóstico veterinário no Brasil. Este é o caso em Minnesota, por exemplo. Suínos&Cia: Qual foi a sua maior realização profissional nesses últimos anos? Dra. Simone: Poder ajudar vários produtores e veterinários mundialmente por meio de consultas via e-mail, telefone, palestras em congressos e, principalmente, pesquisa aplicada. Suínos&Cia: Atualmente, as universidades possuem grande interação com os profissionais que atuam no campo. Qual a sua opinião sobre esse assunto e as diferenças existentes entre os profissionais que atuam no Brasil e os que trabalham nos EUA? Dra. Simone: Tanto minhas atividades na área de diagnóstico quanto minha linha de pesquisa só têm sentido se forem diretamente aplicadas ao campo. Pesquisa aplicada é o que me motiva. Claro que a pesquisa básica é absolutamente importante, e utilizo muitas das descobertas nesta área para alavancar meus projetos de pesquisa. No entanto, tenho um interesse especial por translational research. Meus melhores projetos de pesquisa foram aqueles discutidos com veterinários de campo e desenhados para atender às necessidades deles. Realmente não posso opinar sobre tais interações no Brasil, mas espero que sejam similares, pois seguramente aumentam as chances de sucesso de uma intervenção. Suínos&Cia: Conhecendo a realidade da suinocultura brasileira, que ainda não possui PRRS, e convivendo com o problema nos EUA, quais os conselhos que a você daria aos nossos profissionais para que a doença não chegue por aqui? Dra. Simone: Investir agressivamente em monitoramento, principalmente de animais a serem introduzidos no rebanho brasileiro, provenientes de países positivos para PRRS, e ter um plaSuínos & Cia

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Reunião com amigos e familiares: Dr. Roberto Guedes, Dra. Isabel Guedes, Dra. Laura Batista, Dr. Carlos Pijoan (in memorian), Dr. Humberto e Rene Filho

no de ação desenhado para controlar e dar suporte aos produtores, no caso de o Brasil, algum dia, tornar-se positivo. O impacto da introdução do vírus em uma população predominantemente negativa será devastador. Suínos&Cia: Na sua vida profissional, algumas pessoas contribuíram para que você alcançasse o sucesso. Há alguma pessoa que gostaria de agradecer, por ter lhe despertado para esta área? Dra. Simone: Agradeço à minha família pelo suporte constante. Não foi fácil chegar aonde estou, e o suporte dela foi imprescindível. Suínos&Cia: Nos próximos anos, quais serão as evoluções tecnológicas nesta área? Dra. Simone: No momento estamos estudando as possibilidades de globalizar nossos serviços de diagnóstico veterinário. Estamos avaliando formas de envio de material genético de qualquer parte do mundo para o laboratório de Diagnóstico da Universidade de Minnesota para realização de testes. A capacidade de realizar um teste de Polymerase Chain Reaction (PCR) básico já é um grande diferencial para qualquer laboratório. PCR é e será, por muitos anos, a base da biologia molecular. Novas tecnologias estão surgindo, sempre avançando um pouco

mais em como utilizamos PCR, mas o desafio atual é manter estas novas técnicas com um custo competitivo. Técnicas extravagantes e mirabulosas podem parecer atrativas, mas, na realidade, as que finalmente atingem e têm impacto na vida real (campo) são aquelas facilmente implementadas e economicamente viáveis para os laboratórios e seus clientes. As evoluções tecnológicas são inúmeras. As que realmente podem ser aplicadas em larga escala são pouquíssimas e geralmente podem ser substituídas por um simples PCR. Suínos&Cia: Com essa trajetória e exemplo de determinação, que mensagem deixaria para os médicos-veterinários que estão apenas iniciando suas carreiras? Dra. Simone: Todos nós temos um talento natural para algo. Cada um deve descobrir o seu e investir para ser o melhor naquele nicho. Nada define seu sucesso, senão você mesmo. Citando o diretor do Colégio de Medicina Veterinária da Universidade de Minnesota, “a melhor maneira de prever seu futuro é construílo”. Não poderia estar mais certo. Nunca desejo boa sorte a ninguém, pois não gosto de subestimar a capacidade de atingir os objetivos por mérito. Então não lhes desejo boa sorte, e sim que aproveitem ao máximo as oportunidades que lhes foram apresentadas. Ano VI - nº 32/2009




Nutrição Normatização do uso de minerais na alimentação suína Introdução

A

nutrição mineral é uma parte do todo, correspondente à alimentação do suíno. Todos os tecidos animais contêm elementos minerais, por isso, esta nutrição deve ser entendida como um conceito dinâmico. Ainda que não seja um bom indicador do conteúdo de minerais disponíveis nos alimentos, já que parte deles é volátil, o nível de cinzas nas matérias-primas e na ração é o que determina o total de minerais.

Dr. Antonio Palomo Yagüe SETNA NUTRICIÓN – INZO antoniopalomo@setna.com

Macrominerais

Microminerais

Minerais Menores

CÁLCIO (Ca)

COBALTO (Co)

ALUMÍNIO (Al)

CLORO (Cl) CÁLCIO (Ca) FÓSFORO (P) CLORO (Cl) FÓSFORO (P) SÓDIO (Na) MAGNÉSIO (Mg) MAGNÉSIO (Mg) POTÁSSIO (K) (K) POTÁSSIO ENXOFRE (S) SÓDIO (Na) ENXOFRE (S)

COBRE (Cu) COBALTO (Co) CROMO (Cr) COBRE (Cu) CROMO (Cr) FERRO (Fe) FERRO (Fe) IODO (I) MANGANÊS (Mn) MANGANÊS (Mn) MOLIBDÊNIO (Mo) SELÊNIO (Se) MOLIBDÊNIO ZINCO (Zn)(Mo) SELÊNIO (Se) ZINCO (Zn)

ARSÊNICO(As)

Minerais Altamente Tóxicos

CÁDMIO (Cd)

BORO (B) BROMO (Br) ESTANHO (Su) FLÚOR (F) LÍTIO (Li)

CÁDMIO (Cd) MERCÚRIO (Hg) CHUMBO (Pb)

NÍQUEL (Ni) RUBÍDIO (Rb) SILÍCIO (Si)

CHUMBO (Pb)

VANADIO (V)

Hoje são conhecidos 60 tipos de minerais nos solos, sendo 27 essenciais para os animais, com base nas necessidades de manutenção e produção (crescimento, sanidade e reprodução adequados). Os referidos minerais são classificados em quatro grupos: 1 - Macrominerais essenciais (7): encontrados nas dietas em níveis acima de 100 ppm (partes por milhão) e expressos em g/kg ou percentagem (%). 2 - Microminerais essenciais (9): encontrados nas dietas em níveis abaixo de 100 ppm e expressos em mg/kg ou ppm. 3 - Minerais essenciais menores (11): Ano VI - nº 32/2009

Figura exposta no Museu de Ciências Naturais de New York. Miniatura de um suíno feito com pedra Ágata com olhos de diamante.

Suínos & Cia

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Nutrição são benéficos em determinadas circunstâncias, sendo bem conhecidos por sua toxicidade. São expressos em mg/kg ou ppb (parte por bilhão ou µg/kg). 4 - Minerais altamente tóxicos nãoessenciais (3): são expressos em mg/kg ou ppb (µg/kg). Os minerais são ingeridos via ração e água, não estando totalmente disponíveis. Durante a digestão, a forma na qual o mineral se disponibiliza internamente determina sua utilização e absorção no nível sanguíneo. A quantidade absorvida no nível digestivo também dependerá da idade do suíno, do momento da produção, do consumo com base em requerimentos, da forma química, dos sinergismos e antagonismos na dieta e de fatores ambientais. Os minerais podem interagir com um ou vários, o que vai influenciar em seus requerimentos próprios e no de outros. Há muitos outros minerais, sem dúvida, fora da tabela periódica, que não se enquadram como necessários para a alimentação animal, tais como os radioativos, os condutores de eletricidade, os preciosos, etc., os quais não serão objeto deste estudo, ainda que para nós, “os suínos sejam nossas pedras preciosas particulares”. De forma aplicativa e por ordem alfabética, seguem as principais qualidades, com impacto sobre a produção de suínos, cada um dos minerais básicos, necessários na alimentação:

ALUMÍNIO • Não temos evidências de que seja essencial na alimentação dos suínos; Suínos & Cia

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• Está correlacionado com o metabolismo dos carboidratos, do cálcio e da vitamina D3; • Melhor absorvido na forma de sal sulfato do que em estado vegetal. Excretado pelas fezes e urina; • Sua toxicidade inibe a absorção da glicose e a deposição de fósforo nos ossos, implicando na manifestação de sintomatologia nervosa; • Os níveis máximos toleráveis na dieta são de 200 ppm de matéria seca (MS); • Sua toxicidade se incrementa pela deficiência de cobre, ferro, zinco e magnésio.

ARSÊNICO • Seus requerimentos para o crescimento e a manutenção do suíno são muito baixos. Sua forma mais comum é a arsenopirita; • Necessário para o crescimento e a saúde do sistema nervoso; • Excretado vía urina; • Os níveis basais adequados no sangue são de 0,01 ppm; • Os níveis máximos toleráveis na ração são de 50 ppm; • O arsênico é antagônico ao iodo, selênio, magnésio e chumbo.

ENXOFRE • Encontrado em cada célula do organismo, formando, aproximadamente, de 0,15% a 0,25% o corpo e 10% de seu conteúdo mineral; • Componente essencial de aminoácidos (metionina, cistina, cisteína e taurina) e de parte da biotina, tiamina e insulina. Está envolvido no metabolismo dos lipídeos e dos hidratos de carbono; • Absorvido no intestino delgado de

modo eficaz e excretado por meio da urina e da saliva; • Uma parte elevada do enxofre é ingerida por meio dos sulfatos da água de bebida; • Não temos recomendações, nem basais nem nutricionais, para suínos; • O enxofre interfere com o selênio, cobre, zinco e molibdênio.

BORO • Regula a ação do hormônio paratireoideano e a estrutura óssea, incluindo-se positivamente no metabolismo do cálcio, fósforo, magnésio e vitamina D3; • Sua toxicidade implica em respostas inflamatórias e falta de crescimento em leitões; • Os níveis máximos toleráveis na ração são de 150 ppm de matéria seca.

CÁDMIO • Interfere com o metabolismo do cálcio e da vitamina A, por isso que seus níveis mais baixos o tornam mais tóxico; • Reduz o consumo de ração e o crescimento em níveis superiores aos 83 ppm na ração, sendo 0,5 ppm de matéria seca seu nível máximo tolerável na dieta; • Níveis excessivos podem produzir degeneração testicular; • Interage com o zinco, selênio, ferro, cobre, cobalto, manganês e a vitamina C.

CÁLCIO • É o mineral mais abundante do organismo (45% de todos os minerais Ano VI - nº 32/2009


Nutrição e uns 2% de todo o corpo). 98 a 99% do Ca estão presentes nos ossos, e o restante nos fluidos;

líquido cerebrospinal, sendo o Cl o maior ânion do fluido extracelular (> 60%);

• Intervém na formação dos ossos, na contração muscular, na transmissão nervosa, na secreção de hormônios, na atividade enzimática e na coagulação sangüínea;

• Juntamente com o sódio e o potássio, é o eletrólito regulador do equilíbrio ácido-base;

• Absorvido no duodeno e jejuno, por vias ativa e passiva; • Excretado, sobretudo, pelas fezes e um pouco pela urina; • Os níveis máximos toleráveis nas dietas suinícolas são de 10 g/kg de matéria seca; • O cálcio é sinérgico com o fósforo, magnésio, fitases, lactose e vitaminas D e C; • Ao mesmo tempo é antagônico com os níveis de fósforo, zinco, cobre, flúor, manganês, magnésio, chumbo, cádmio, iodo e enxofre.

CLORO • O organismo contém, aproximadamente, 0,11% de cloro, o qual se encontra em grande quantidade no

• Essencial no transporte do CO2, produção de sucos gástricos, digestão de proteínas, absorção de ferro, regulagem do pH sangüíneo, manutenção da pressão osmótica e balanço hídrico; • A deficiência de cloro reduz o consumo de ração, o ganho médio de peso diário, a eficiência alimentar, a fertilidade e o peso dos leitões no nascimento. Seu excesso está associado a limitações no consumo de água; • Absorvido por difusão passiva nas primeiras vilosidades do intestino delgado; • Excretado pela urina e em menor quantidade nas fezes e no suor, é muito influenciado pelo íon bicarbonato; • O leite contém entre 1,0 e 1,5 g/L de cloro; • Os níveis basais de cloro no soro

sangüíneo suíno são de 100 a 150 meq/L de matéria seca; • O nível máximo tolerável de cloro na dieta de suínos é de 48,5 g/kg MS; • O cloro é antagonista do potássio e sinérgico com o sódio.

COBALTO • O corpo contém somente 0,2 ppm de cobalto, geralmente combinado com a vitamina B12, a qual, por sua vez, contém uns 4,5% do referido mineral; • Necessário para a manutenção da integridade do sistema nervoso, além de intervir em reações enzimáticas, na resposta imune, na síntese de glóbulos vermelhos e no metabolismo protéico e energético; • Absorvido no nível da mucosa intestinal, por transporte com o ferro; • Excretado sobretudo pelas fezes, acumula-se nos músculos (43%), ossos (14%), fígado e rins; • O cobalto é tóxico se administrado acima de 100 mg/kg de peso vivo, durante três dias, provocando necrose no miocardio, nervos e rins; o quadro agrava-se no caso de deficiência de ferro; • Os níveis máximos toleráveis em dietas para suínos são de 10 ppm de matéria seca; • Antagonista do ferro, zinco e cobre.

COBRE • O referido mineral é o 10º mais abundante no organismo, que contém entre 2 e 3 mg/kg do mesmo;

Uma das fontes de cloro é o leite que contêm de 1,0 - 1,5 g/L, sendo essencial para o absorção do ferro e digestão de proteínas.

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• Intervém na síntese da hemoglobina e da mioglobina, assim como na formação de certas enzimas e hormônios; Suínos & Cia

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Nutrição • Necessário para o desenvolvimento e a manutenção dos sistemas vascular, esquelético, nervoso, cutâneo e imunológico; • Componente estrutural dos processos de pigmentação da pele e dos pelos; • Absorvido em maior grau pelos suínos jovens, mais que em adultos, nos primeiros trechos do intestino delgado, sendo o fígado o órgão central do seu metabolismo; • Excretado pelas fezes e, de forma ativa, pela bile, urina e leite. A enzima fitase pode aumentar sua excreção; • O nível adequado de cobre basal no suíno é de 5,25 ppm no fígado, de 1,3 a 3,0 ppm no soro sanguíneo, de 8 a 15 ppm nos pelos e de 7 a 10 ppm nos rins; • O cobre interage, sobretudo, com o zinco, o cálcio, o molibdênio e o enxofre de forma antagônica; e com o ferro e o selênio de forma sinérgica.

CROMO • Componente do fator tolerante da glicose, em conjunto com o ácido nicotínico, o ácido glutâmico, a glicina e a cisteína; estimulante da atividade da insulina. • Intervém no metabolismo da glicose, das proteínas, dos lipídeos e dos ácidos nucléicos. Estimula a produção de ácidos graxos e colesterol no fígado; • Absorvido no intestino delgado, armazena-se no fígado, sendo excretado pela urina; • Os níveis máximos recomendados de óxido de cromo nas dietas suinícolas são de 3000 ppb MS; • O cromo é sinérgico com a niacina, vitamina C e aspirina; Suínos & Cia

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O flúor é um dos minerais de grande importância, sua deficiência causa infertilidade, anemia e descalcificação.

• É antagônico do zinco, ferro, manganês, vanádio e das fitases.

ESTANHO • Forma parte da estrutura terciária das proteínas, atuando também como catalizador das reações de oxidação-redução; • Seus requerimentos para a espécie suína são desconhecidos.

FLÚOR • Constitui 0,05% dos dentes e ossos, influindo no metabolismo do cálcio e da energia; • Atravessa a barreira placentária; • Absorvido rapidamente (30 minutos) no estômago, sendo possível o aumento desse processo por meio da acidificação. Excretado em grande porcentagem (90%) pela urina; • Seus níveis basais são de 0,3 ppm de matéria seca e 1,2 ppm de (MS) no fígado e nos rins, respectivamente; • Sua deficiência provoca descalcifi-

cação, anemia e infertilidade; • Os níveis máximos recomendados de flúor na ração são de 150 ppm MS; • O flúor é antagônico do cálcio, magnésio, alumínio, ferro, cobre, zinco, vitamina B12 e ácido fólico; • É sinérgico com o fósforo.

FÓSFORO • É parte dos 29% de todos os minerais do organismo (o 2º mais importante em quantidade), sendo essencial na formação dos ossos e componente dos ácidos nucléicos; • Envolvido na maioria das reações metabólicas, de equilíbrio ácidobase, de comunicação celular, de digestão de açúcares e de formação de fosfolipídios; • O fósforo é absorvido no duodeno e no jejuno, sendo excretado pelas fezes; • O nível basal adequado, no soro sanguíneo, varia de 6 a 10,7 mg/100 mL de MS, de 12 a 14 mg/g de MS Ano VI - nº 32/2009


Nutrição no fígado, de 0,02 a 0,8 mg/100 mL de MS na urina e de 1400 a 1700 mg/L de MS no leite; • O nível máximo tolerável em dietas para suínos é de 15 g/kg de MS, sendo de suma importância a relação cálcio/fósforo; • O fósforo interage muito diretamente com o cálcio e a vitamina A, além do magnésio, manganês, sódio, ferro, zinco, molibdênio, cobre e alumínio.

FERRO • O leite da porca é pobre em ferro, sendo a água uma fonte de suplementação importante; • Todas as doenças infecciosas com febre reduzem o nível sérico de ferro. Sua deficiência produz anemia e diarréia; • Suas principais funções são a formação de parte das proteínas hemáticas, o fato de estar envolvido no transporte do oxigênio e de elétrons e de ser um componente de muitas enzimas do sistema imunológico; • Absorvido no duodeno e no jejuno, sendo possível o aumento desse processo por meio da presença de ácidos; • Excretado, sobretudo, pelas fezes, sendo sua maior parte reabsorvível; • O nível basal de ferro em suínos varia de 80 a 180 ug/dL de MS no soro sanguíneo, e de 100 a 200 ppm de MS no fígado; • O nível máximo tolerável nas rações de suínos é de 3000 ppm de MS; • O ferro é antagônico ao cobre, zinco, manganês, cádmio, chumbo, às aflatoxinas e aos fatores antinutricionais; • É sinérgico ao selênio, sódio, potássio, vitaminas E e C, assim como à frutose. Ano VI - nº 32/2009

IODO • A água do mar contém 50 µg/L de iodo, enquanto a água doce tem 10 vezes menos essa concentração; • O colostro contém de 4 a 5 vezes mais iodo que o leite; • Trata-se de um componente essencial aos hormônios tireoideanos, com atividade na termo-regulação, no crescimento, na reprodução, na circulação sanguínea e na função muscular. Intervém no metabolismo endócrino, protéico, dos carboidratos, dos lipídeos e hídrico; • Absorvido praticamente 100% no intestino delgado, é excretado em cerca de 70% pela urina; • Os níveis basais totais no soro sanguíneo variam entre 9,3 e 20 µg/100 mL de MS; • O nível de toxicidade situa-se acima dos 800 ppm, e o nível máximo tolerável nas rações para suínos é de 400 ppm de MS; • Os hormônios tireoideanos são sinérgicos ao ácido retinoico.

MAGNÉSIO • Mineral muito abundante na natureza; • O organismo contém aproximadamente 0,05% de magnésio, envolvido em muitos processos bioquímicos e na composição estrutural do esqueleto, no qual se encontra de 60% a 70% do magnésio; • Está envolvido também no metabolismo das proteínas, gorduras e carboidratos, assim como na atividade neuromuscular, na atividade hormonal, na integridade óssea, na sensibilidade à insulina e como mineral essencial na respiração celular; • Absorvido no intestino delgado e excretado pela urina e pelo leite;

• Seu nível basal adequado, no suíno, varia de 50 a 180 ppm de MS, no fígado e nos rins; • Sua absorção é reduzida frente a níveis elevados de cálcio, fósforo, ferro, zinco, potássio, gorduras, fitases e ácido oxálico; • Interage sinergicamente com a lactose, com proteínas, vitamina D e os ionóforos; • Seu nível máximo tolerável nas rações de suínos é de 3 g/kg de MS.

MANGANÊS • Mineral presente no organismo na proporção de 0,25 mg/kg de peso vivo, dos quais, 25% encontram-se no esqueleto e nos órgãos reprodutivos; • Constituinte das metaloenzimas, cofator das glicoproteínas, envolvido na síntese do colesterol, tiroxina e colina, assim como na atividade da insulina e nos processos de oxidação – redução. Também intervém no uso das vitaminas E, B1, na manutenção da mineralização óssea e no funcionamento do sistema nervoso central; • Absorvido ao longo de todo o intestino delgado, é excretado entre 95% e 98% pela via biliar e fezes. Não permanece armazenado; • Seu nível basal no sangue é de 0,04 ppm de MS, no fígado é de 2,3 a 4,0 ppm de MS, e no leite é de 200 mg/100 mL; • Seu nível máximo recomendado para rações de suínos é de 400 ppm de MS; • O manganês é antagônico ao cálcio, fósforo, ferro, zinco, cobalto, molibdênio, fibra neutra detergente e fitases; • É sinérgico ao selênio, ao magnésio, à biotina e às vitaminas B1, C e K. Suínos & Cia

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Nutrição MERCÚRIO

NÍQUEL

POTÁSSIO

• Mineral tóxico por ingestão e inalação; eliminado pela urina e fezes. Atravessa a barreira placentária;

• Mineral requerido em quantidades muito pequenas e que se excreta diretamente pela urina;

• É o terceiro mineral mais abundante no organismo, com uma variação entre 0,2% e 0,3% do total de sua MS. Dois terços desse total localizam-se na pele e no músculo, sendo 98% em fluidos intracelulares;

• O nível basal adequado no fígado dos suínos situa-se entre 0,01 e 0,03 ppm de peso vivo; • Seu nível máximo tolerável nas dietas suinícolas é de 2 ppm de MS; • O mercúrio é sinérgico ao selênio e à vitamina E.

MOLIBDÊNIO • Encontrado no organismo na proporção de 1 a 4 mg/kg de peso vivo; • Componente de seis enzimas envolvidas na formação do ácido úrico, na taurina, no metabolismo da niacina, na síntese de proteínas e no metabolismo do DNA; • Atravessa a barreira placentária de porcas gestantes; • Os suínos são muito tolerantes ao molibdênio. Sua deficiência incrementa o percentual de anestros em porcas; • Absorvido nos primeiros trechos do intestino delgado e excretado rapidamente pela urina e pelo leite; • Os níveis basais no plasma do suíno variam de 0,01 a 0,1 ppm de peso vivo e, no fígado, de 1,5 a 6,0 ppm;

• Seu nível basal adequado no soro sanguíneo de suínos é de 4,2 a 5,6 µg/L, no leite é de 0,1 ppm MS, e no fígado varia de 10 a 200 ppm de peso vivo; • Sua deficiência reduz o ganho médio de peso diário e atrasa a entrada no cio, das reprodutoras; • Seu nível máximo tolerável nas dietas suinícolas é de 100 ppm de MS; • O níquel é sinérgico ao ferro e ao zinco; • É antagônico ao cálcio, cobre e manganês.

CHUMBO • Inibe enzimas dependentes da presença de grupos sulfídrico livres; • 90% do chumbo absorvido fica imobilizado nos ossos, e o restante permanece no fígado, rins e no pelo; • A maior excreção se dá pela urina e pela bile;

• O nível máximo tolerável em dietas é de 20 ppm de MS;

• Os suínos são extremamente resistentes às intoxicações por chumbo. O nível máximo tolerável nas dietas é de 30 ppm de MS;

• Interage com o cobre, zinco, ferro, manganês, cádmio, chumbo, enxofre, sulfatos, metionina, cistina e com as vitaminas C e E.

• O chumbo interage com o cálcio, fósforo, ferro, cobre, zinco, selênio, manganês e com as vitaminas E e C.

Suínos & Cia

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• Está envolvido nos metabolismos do DNA e do RNA, na regulação hormonal, é cofator de certas metaloenzimas e facilita a absorção do ferro;

• Envolvido na contração muscular, na transmissão do impulso nervoso, no controle do balanço eletrolítico, no transporte de fluidos, no balanço aquoso, na manutenção dos tecidos renal e cardíaco, no desenvolvimento embrionário e no transporte do oxigênio e do dióxido de carbono pelo sangue; • A maior parte do potássio é absorvida no duodeno e sua excreção ocorre pela urina; • Seu nível basal no soro sanguíneo suíno varia entre 3,5 e 4,7 meq/L de MS; • Seu nível crítico tolerável para dietas suinícolas é de 20 g/kg de MS, podendo ser tolerado numa proporção até 10 vezes maior, caso haja água disponível; • O potássio interage com o cálcio, sódio e com o magnésio.

SELÊNIO • Intrinsecamente correlacionado com a vitamina E, como antioxidante e componente da enzima peroxidase glutationa, estimula a produção de IgM, de tirosina e de cisteína. Envolvido na função hepática e na reparação do DNA; • O selênio atravessa a barreira placentária e está presente no leite; • Absorvido no duodeno e excretado pela urina, fezes e pelo processo de exalação (sobretudo, quando em níveis tóxicos); Ano VI - nº 32/2009


Nutrição de sal (NaCl), de 80 g/kg de MS; • Diretamente correlacionado com os níveis de fósforo, potássio e cloro.

VANÁDIO • Componente das metaloenzimas e da transferrina; • Envolvido no metabolismo lipídico, endócrino e da glicose, assim como na mineralização óssea; • Excretado rapidamente pela urina; • Seus requerimentos nutricionais

Relação de minerais com base em seu número e peso atômico O sódio, o segundo elemento mais abundante dissolvido na água, é essencial para manutenção da pressão osmótica e da digestão de aminoácidos e açúcares.

• Os níveis basais de selênio no sangue variam de 100 a 200 μ moles/ mg HBB/minuto, no soro de 0,14 a 0,3 ppm, no leite de 0,12 a 0,20 ppm, e no fígado de 0,4 a 1,2 ppm; • Os níveis máximos toleráveis de selênio nas dietas suinicolas são de 2 ppm de MS; • Interage com o ferro, o arsênico, o radical sulfúrico e as vitaminas E, C e B6.

SILÍCIO • Envolvido no desenvolvimento e no crescimento do esqueleto, assim como no desenvolvimento do sistema imunológico; • Essencial para o desenvolvimento do tecido conjuntivo e, sobretudo, das cartilagens; • Mineral pouco tóxico para os suínos, sem níveis definidos; • Interage com o cálcio, o magnésio, o flúor e o alumínio. Ano VI - nº 32/2009

SÓDIO • É o segundo elemento mais abundante, dissolvido na água, depois do cloro; • O organismo contém de 0,16% de sódio, dos quais entre 30% e 50% são encontrados nos ossos, na forma insolúvel; • Essencial na manutenção da pressão osmótica, trata-se do maior cátion extracelular, auxiliando no controle do pH estomacal e fazendo parte dos processos de contração muscular e cardíaca, processos de absorção de açúcares e aminoácidos, além de ser um fator importante na transmissão do impulso nervoso; • Absorvido nos primeiros trechos do intestino delgado (80% correspondem a secreções endógenas) e excretado pela urina; • Os níveis basais adequados para a espécie suína variam entre 135 e 150 mEq/L de MS no soro, e de 60 a 250 mEq/L de MS na urina; • O nível máximo tolerável de sódio na ração é de 31,4 g/kg de MS, e o

MINERAL

NÚMERO ATÔMICO

PESO ATÔMICO

ALUMÍNIO

13

26,98

ARSÊNICO

33

74,92

ENXOFRE

16

32,06

BORO

5

10,81

CÁDMIO

48

112,4

CÁLCIO

20

40,08

CLORO

17

35,45

COBALTO

27

58,93

COBRE

29

63,54

CROMO

24

52,00

ESTANHO

50

118,29

FLÚOR

9

19,00

FÓSFORO

15

30,97

FERRO

26

55,85

IODO

53

126,90

MAGNÉSIO

12

24,31

MANGANÊS

25

54,94

MERCÚRIO

80

200,59

MOLIBDÊNIO

42

95,94

NÍQUEL

28

58,71

CHUMBO

82

207,19

POTÁSSIO

19

39,10

SELÊNIO

34

78,96

SILÍCIO

14

28,09

SÓDIO

11

22,99

VANÁDIO

23

50,94

ZINCO

30

65,37

Suínos & Cia

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Nutrição Matérias-primas para ração mais ricas em minerais tratados MINERAL

MATÉRIA-PRIMA PARA RAÇÃO

ALUMÍNIO

Silagens, pastos e argilas.

ARSÊNICO

Não determinadas.

ENXOFRE

Glúten de milho, farinhas de peixe e melaço.

MINERAL

Níveis em mg/litro

BORO

Não determinadas.

ALUMÍNIO

0,5

CÁDMIO

Não determinadas.

ARSÊNICO

0

CÁLCIO

Alfafa, farinhas de peixe, leite, polpa de beterraba, polpa de cítricos e melaços.

ENXOFRE

0 0

CLORO

Alfafa, farinhas de peixe, soro de leite, melaços, erva e palha de cereais.

BORO CÁDMIO

0

CÁLCIO

700

CLORO

1000

COBALTO

1,0

COBALTO

Leguminosas (ervilha), girassol, algodão e melaços.

COBRE

Girassol, resíduos de milho utilizado em destilarias, algodão, leveduras e melaço de cana.

CROMO

Farinhas de peixe e polpa de beterraba moída.

COBRE

1,0

CROMO

1,0

FLÚOR

2,0

FÓSFORO

1,0

Farinhas de peixe, farinha de sangue, glúten de milho, gérmen de milho, casquinha de trigo e girassol.

FERRO

0,3

IODO

50 mg/dia

IODO

Polpa de beterraba desidratada, soro de leite, leveduras e melaço de cana.

MAGNÉSIO

150

MANGANÊS

0,05

MAGNÉSIO

Casca de arroz, girassol, casquinha de trigo, algodão e melaço de cana.

NITRATOS (NO3)

0 a 100

MANGANÊS

Casca de arroz, casquinha e gérmen de trigo.

NITRITOS (NO2)

10,0

MERCÚRIO

Farinhas de peixe.

ESTANHO FLÚOR FÓSFORO FERRO

Não determinadas. Farinhas de peixe, farinha de sangue e leite. Farinhas de peixe, cereais e seus subprodutos.

MOLIBDÊNIO Cereais (sorgo) e glúten de milho. NÍQUEL

Cereais e leguminosas (ervilha).

CHUMBO

Não determinadas.

POTÁSSIO

Soja, polpa de beterraba, soro de leite, leveduras, batata e melaços.

SELÊNIO

Farinhas de peixe.

SILÍCIO

Cereais e casquinhas de trigo.

SÓDIO

Farinhas de peixe, farinha de sangue, leite e soros lácteos.

VANÁDIO ZINCO

Cereais, farinhas de peixe e leite. Gérmen de trigo, gérmen de milho, casquinha de trigo, farinhas de peixe, girassol integral, glúten de milho e leveduras.

para suínos não são conhecidos, mas sabe-se que o vanádio é relativamente tóxico, entre 10 e 20 ppm na dieta; • Interage com o cobre, o cloro e o iodo.

ZINCO • Presente no organismo em quanSuínos & Cia

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Recomendações máximas estimadas de minerais na água de bebida (www.contextbookshop.com)

tidades de 25 mg/kg de peso vivo, dos quais cerca de 20% são supostamente encontrados na epiderme; • Envolvido no metabolismo das proteínas, dos carboidratos, dos nucleotídeos e da vitamina A; • Necessário na calcificação dos ossos, no desenvolvimento do sistema imunológico, na produção de hormônios (como a testosterona) e na

CHUMBO

0,1

POTÁSSIO

10,0

SELÊNIO

0,05

SÓDIO

200

SULFATOS (SO4)

1000

SULFITOS (SH2)

< 1,0

ZINCO

25,0

produção de insulina e corticosteróides adrenais; • Absorvido no duodeno e excretado pelas fezes; • Os níveis basais de zinco, para os suínos, variam de 0,7 a 1,5 ppm no soro, de 150 a 230 ppm de MS nos pelos, de 40 a 90 ppm no fígado, de 15 a 30 ppm nos rins, e de 35 a 40 ppb no pâncreas; • O zinco é antagonista do cálcio, cobre, ferro, cádmio e chumbo; • É sinérgico ao magnésio, cobalto, níquel e à vitamina A. Ano VI - nº 32/2009



Sanidade Variações nas cepas de Mycoplasma hyopneumoniae observadas a campo Introdução

O

M y c o p l a s m a hyopneumoniae é um dos mais importantes patógenos que afetam a suinocultura. O seu envolvimento com a pneumonia enzoótica suína foi relatado pela primeira vez em 1965, e a doença em questão continua sendo o fator mais importante entre os responsáveis pelo complexo das doenças respiratórias que acometem os suínos(7). Tem ocorrido um progresso significativo, no sentido da caracterização molecular do M.

hyopneumoniae. As sequências completas do seu genoma estão disponíveis para, pelo menos, três linhagens distintas (232, J e 7448), e o comparativo entre genomas vem sendo usado na pesquisa dos genes presumidamente virulentos(10, 12). O M. hyopneumoniae tem um genoma pequeno, comparado às outras bactérias patogênicas. Seu tamanho gira em torno de 900.000bp, sendo quatro vezes menor que o genoma da E. coli (quatro a cinco milhões de bp), por exemplo. O M. hyopneumoniae tem redundância reduzida e conserva os genes

O M. hyopneumoniae tem número reduzido de genes, o que limita o seu crescimento in vitro em amostras oriundas de casos clínicos

Suínos & Cia

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Simone Oliveira1 Clint Been1 Montserrat Torremorell1 Universidade de Minnesota1 oliv0107@umn.edu

que são necessários para suas funções básicas e sobrevivência. Esse número reduzido de genes limita sua adaptação ao crescimento in vitro, sendo uma das razões pelas quais esse microrganismo não é facilmente isolado de amostras oriundas de casos clínicos. O estudo científico comparativo dos genomas tem confirmado a existência de varias regiões do genoma que são específicas para diferentes linhagens de M. hyopneumoniae. Melhor ainda, esse tipo de estudo tem identificado genes candidatos que podem ser sequenciados e usados como marcadores para identificar e comparar linhagens. A sequenciação total do genoma é considerada o melhor padrão para a comparação entre linhagens; entretanto, a quantidade de trabalho que a envolve e a montagem de 900.000 bp não são apropriadas para a caracterização de rotina e comparação de isolados de campo. O método ideal para a tipificação de cepas do M. hyopneumoniae deveria ser rápido, barato e altamente discriminatório (no sentido de realizar descrições acuradas). Muitos métodos alternativos têm sido usados na identificação e na comparação de cepas de M. hyopneumoniae. Eles podem ser Ano VI - nº 32/2009


Sanidade a sequenciação R1 considerada um caminho para a tipificação da cepa. Trata-se de uma região importante por estar diretamente associada à adesão celular e por conter epítopos reconhecidos pelo hospedeiro. Embora a sequenciação da seção de repetição R1 do gene P97 tenha sido usada com sucesso para diferenciar os isolados a campo do M. hyopneumoniae, ela foi considerada menos discriminatória que a sequenciação do gene P146(10, 11, 14).

Os métodos baseados em sequenciação, os quais não requerem isolamento do agente, são de fundamental importância para estudar a epidemiologia molecular das cepas que de M. hyopneumoniae

divididos com base no tipo de procedimento: baseados em gel ou na sequenciação. Muitas das técnicas baseadas em gel, utilizadas com sucesso na identificação das cepas do M. hyopneumoniae, são do tipo “pulsed field gel electrophoresis” (PFGE), “arbitrary primed PCR” (AP-PCR) e “amplified fragment length polymorphism” (AFLP). Essas técnicas utilizam métodos distintos para questionar o genoma, gerando um tipo de impressão digital dos mesmos(1, 5, 6). Embora sejam capazes de caracterizar o M. hyopneumoniae no nível de cepa, todas requerem o isolamento do mesmo a partir de amostras obtidas de casos clínicos, o que é altamente trabalhoso e frequentemente malsucedido. Os métodos baseados em sequenciação, os quais não requerem o isolamento do M. hyopneumoniae e que permitem a detecção e a tipificação diretamente das amostras Ano VI - nº 32/2009

oriundas de casos clínicos, são ideais para caracterizar uma variabilidade da cepa e estudar a epidemiologia molecular desse patógeno. A sequenciação do genoma total do M. hyopneumoniae (referência: cepa 232) revelou a presença de, ao menos, 22 regiões com um número variável de repetições pareadas de nucleotídeos (VNTRs) dentro das mesmas. Essas sequências repetidas são distribuídas em 12 diferentes proteínas, incluindo as adesinas de superfície conhecidas(10). Alguns dos genes codificados para as adesinas de superfície que contêm VNTRs são P97, P76, P146 e P216. O valor do VNTR para a tipificação de cepas foi avaliado para, pelo menos, duas dessas proteínas: P97 e P146. A adesina codificada pelo gene P97 é conhecida por ser um fator importante na adesão do M. hyopneumoniae às células do hospedeiro. O gene P97 contém duas seções de repetição, R1 e R2, sendo

A lipoproteína P146 foi a primeira a ser descrita e usada para tipificação de cepas no agente M. conjunctivae(2). Recentemente identificou-se um homólogo desse gene no M. hyopneumoniae. Essa lipoproteína, do tipo adesina, contém uma serie de repetições de serina e está localizada na superfície celular bacteriana. Essas repetições de serina e as regiões do DNA que codificam as repetições de aminoácidos foram usadas, recentemente, para caracterizar e comparar isolados de M. hyopneumoniae de diferentes plantéis europeus, de continentes distintos. A sequenciação do gene P146 do M. hyopneumoniae permitiu a identificação de cepas plantelespecíficas, demonstrando haver alta variabilidade entre os isolados de diferentes plantéis e localizações geográficas(8,9). No laboratório de diagnóstico veterinário da Universidade de Minnesota (MVDL), foi usada a sequenciação do gene P146 para caracterizar a variabilidade das cepas do M. hyopneumoniae que circulam entre os plantéis de suínos norteamericanos. Foram sequenciados Suínos & Cia

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Sanidade 60 isolados até esta pesquisa e identificados pelo menos 15 grupos distintos de cepas (Figura 1). Os isolamentos avaliados nesse estudo são originários de 28 rebanhos, distribuídos em 13 Estados. Foram identificadas cepas distintas em 21 dos referidos rebanhos, tendo sido observada variabilidade em sete deles. O número de rebanhos com mais de uma cepa variou entre dois e cinco. Esses resultados preliminares sugerem que muitos plantéis têm uma única cepa de M. hyopneumoniae, o que facilita uma busca acurada. Isso também demonstra que coinfecções com diferentes cepas de M. hyopneumoniae dentro do mesmo plantel não são frequentes, mas possíveis. Nossos resultados confirmam que o M. hyopneumoniae é altamente variável e que muitos plantéis de suínos são afetados por uma distinta e, muitas vezes, única cepa. A tradução do sequenciamento do DNA para o do aminoácido demonstra que muito da variabilidade observada no nível de nucleotídeo não é expressa dentro das maiores diferenças da sequência de lipoproteínas do gene P146. Até o momento é possível afirmar que o sequenciamento do gene P146 é uma ferramenta útil no estudo da epidemiologia molecular do M. hyopneumoniae. Esta técnica atende a todos os requerimentos para o sistema de tipificação ideal: é discriminatória, rápida, relativamente barata e gera dados não ambíguos que podem ser intercambiados entre laboratórios. Concluindo, a caracterização molecular dos isolados de M. hyopneumoniae é possível de ser realizada, atualmente, no MVDL. Isso representa uma ferramenta de inovação para suinocultores e veterinários, pois possibilita estudar a epidemiologia das infecções causadas pelo M. hyopneumoniae Figura 1. Variabilidade da linhagem do Mycoplasma hyopneumoniae baseada na sequenciação do gene P146. Identificação da amostra: sequência ID (CB), lote ID (H), localização do plantel dos suínos (Estado), idade do suíno afetado (semanas), presença ou ausência de lesões (+ ou -).

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no campo e permite, também, o exercício de ideias e estratégias para o controle da patogenia do referido agente. Ano VI - nº 32/2009


Sanidade Referências Bibliográficas 01. ARTIUSHIN, S.; MINION, F.C. Arbitrarily primed PCR analysis of Mycoplasma hyopneumoniae field isolates demonstrates genetic heterogeneity. Int J Syst Bacteriol. v. 46, n. 01, p.324-328, 1996. 02. BELLOY, L.; JANOVSKY. M.; VILEI, E. M.; PILO. P.; GIACOMETTI, M.; FREY, J. Molecular epidemiology of Mycoplasma conjunctivae in caprinae: transmission across species in natural outbreaks. Appl Environ Microbiol v. 69, n. 04, p.1913-1919, 2003. 03. DJORDJEVIC, S.P.; CORDWELL, S.J.; DJORDJEVIC, M.A.; WILTON, J.; MINION, F.C. Proteolytic processing of the Mycoplasma hyopneumoniae cilium adhesin. Infect Immun v. 72, n.05. p. 2791-2802, 2004. 04. DE CASTRO, L. A.; RODRIGUES PEDROSO, T.; KUCHIISHI, S. S.; KICH, J. D.; RAMENZONI, M.; ZAHA, A.; HENNING VAINSTEIN, M.; BUNSELMEYER FERREIRA, H. Variable number of tandem amino acid repeats in adhesionrelated CDS products in Mycoplasma hyopneumoniae strains. Vet Microbiol v. 116, n. 04, p.258-269, 2006. 05. FREY, J.; HALDIMANN, A.; NICOLET, J. Chromosomal

Ano VI - nº 32/2009

heterogeneity of various Mycoplasma hyopneumoniae field strains. Int J Syst Bacteriol v. 42, n.2, p.275-280, 1992. 06. KOKOTOVIC, B.; FRIIS, N. F.; JENSEN, J. S.; AHRENS, P. Amplified-fragment length polymorphism fingerprinting of Mycoplasma species. J Clin Microbiol v. 37, n.10, p. 33003307, 1999. 07. MARE, C. J.; SWITZER, W. P. New species: Mycoplasma hyopneumoniae; a causative agent of virus pig pneumonia. Vet Med Small Anim Clin v. 60, p. 841-846, 1965. 08. MAYOR, D.; ZEEH, F.; FREY, J.; KUHNERT, P. Diversity of Mycoplasma hyopneumoniae in pig farms revealed by direct molecular typing of clinical material. Vet Res v. 38, n. 3, p. 391-398, 2007. 09. MAYOR, D.; JORES, J.; KORCZAK, B. M.; KUHNERT, P. Multilocus sequence typing (MLST) of Mycoplasma hyopneumoniae: a diverse pathogen with limited clonality. Vet Microbiol v.127, n.1-2, p. 63-72, 2008. 10. MINION, F. C.; LEFKOWITZ E. J.; MADSEN, M. L.; CLEARY, B. J.; SWARTZELL, S. M.; MAHAIRAS, G. G. The genome sequence of Mycoplasma hyopneumoniae strain 232, the

agent of swine mycoplasmosis. J Bacteriol v.186, n. 21, p. 71237133, 2004. 11. STAKENBORG, T.; VICCA, J.; MAES, D.; PEETERS, J.; DE KRUIF, A.; HAESEBROUCK, F.; BUTAYE, P. Comparison of molecular techniques for the typing of Mycoplasma hyopneumoniae isolates. J Microbiol Methods v. 66, n. 2, p. 263-275, 2006. 12. VASCONCELOS, A.T. et al.; FERREIRA, H. B.; BIZARRO, C. V. et al. Swine and poultry pathogens: the complete genome sequences of two strains of Mycoplasma hyopneumoniae and a strain of Mycoplasma synoviae. J Bacteriol v.187, n.16, p. 55685577, 2005. 13. VICCA, J.; STAKENBORG, T.; MAES, D.; BUTAYE, P.; PEETERS, J.; DE KRUIF, A.; HAESEBROUCK, F. Evaluation of virulence of Mycoplasma hyopneumoniae field isolates. Vet Microbiol v. 97, n. 3-4, p.177190, 2003. 14. WILTON, J. L.; SCARMAN, A. L.; WALKER, M. J.; DJORDJEVIC, S. P. Reiterated repeat region variability in the ciliary adhesin gene of Mycoplasma hyopneumoniae. Microbiology v.144, n.7, p.19311943, 1998.

Suínos & Cia

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Manejo Estratégia de manejo em granjas de alta prolificidade

M.V; Ms.; Maria Nazaré T. Lisboa Consuitec nazare@consuitec.com.br

Introdução

N

a suinocultura moderna, pelo modo intensivo com que é praticada a busca da competitividade e também pelo atual tamanho dos plantéis nos diferentes países produtores, tornou-se fundamental que os índices de produtividade sejam elevados e que metas produtivas sejam planejadas e atingidas. Nos rebanhos de ponta, metas de 32.5 leitões nascidos vivos e 29.5 desmamados por fêmea, por ano, com uma produção mínima de 55 leitões por fêmea durante a vida produtiva, são comuns. Isto gera um desafio para os técnicos no que diz respeito a uma permanente atualização no campo da genética, nutrição e dos manejos reprodutivos. Novas tecnologias e conceitos são sucessivamente introduzidos pela pesquisa e indústria, visando a explorar ao máximo os desempenhos técnico e econômico dos modernos rebanhos suínos. O melhoramento genético tem contribuído consideravelmente com a alta produtividade na reprodução suína. Atualmente, a maioria das granjas utiliza seus programas de reposição de plantel com o suporte de empresas especializadas em genética. Em muitos casos, dependendo do tamanho da granja, é possível se obter diferentes níveis da pirâmide do fornecedor de genética nas próprias granjas com o objetivo de controle sanitário. O imSuínos & Cia

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A biossegurança e o status sanitário do plantel são fundamentais para o desempenho reprodutivo dos grandes rebanhos.

portante é receber seus animais de reposição sadios e portadores das características de sua evolução genética. A seleção deve ser criteriosa, e o manejo altamente especializado, para que se possa expressar o potencial genético e permitir a melhora dos parâmetros reprodutivos. Os benefícios econômicos gerados por conseqüência das melhorias no manejo, nutrição e sanidade vão mais além da simples redução dos dias não produtivos (DNP). Os conceitos tradicionais, como alta taxa de reposição anual (60 a 70%), adotados em granjas com grande número de matrizes nos Estados Unidos e Cana-

dá há mais de cinco anos, estão sendo substituídos por programas de manejo mais efetivos, que levam grupos menores de marrãs a cumprir suas metas de reposição. Atualmente buscamse programas genéticos e estratégias de manejo que possam permitir 35% a 40% ao ano de taxa de reposição, descarte de fêmeas de primeiro para segundo parto menor que 10%, mortalidade de porcas e marrãs menor que 3% e que o primeiro parto seja mais produtivo que o sétimo. Assim, pode-se permitir uma longevidade da vida útil da fêmea. Estes procedimentos melhoram a ocupação dos espaços com melhor aproveitamento de instalações, favorece a condição Ano VI - nº 32/2009


Manejo corporal e o desenvolvimento das matrizes, aumenta a produção de leitões no primeiro parto, como também a produção de leite durante toda a vida útil reprodutiva e também diminui as perdas por mortalidade. Quanto à eficácia da mão-de-obra, melhora a especialização e o profissionalismo. Neste trabalho vamos evidenciar os principais itens e distintos processos, os quais podem aumentar o desempenho dos plantéis de fêmeas suínas, traduzidos em leitões produzidos por porca / ano.

Genética

A cada ano se observa rápida evolução genética nos programas de melhoramento, aumentando de forma significativa o número de leitões nascidos (Tabela 1). Em paralelo ao potencial genético no que se refere ao tamanho da leitegada, há uma série de medidas de manejo que, quando adotadas, são essenciais para a obtenção e manutenção desses resultados. Por tanto, sempre se recomenda adequado programa de reposição para obter esse ganho. No entanto, preservar a saúde do plantel é fundamental. A aquisição de animais de reposição deve ser realizada com a devida precaução para evitar a entrada de doenças. Recomendações como recebê-los sempre da mesma origem, da mesma granja multiplicadora e que apresentem comprovado alto status sanitário são fundamentais. Que se cumpra quarentena a todos os animais antes de entrarem na granja, com todas as medidas de precauções. São práticas importantes para efetuar adequado programa de reposição. Dessa forma, é possível

Tabela 1. Dados reprodutivos de granjas assistidas pela Consuitec, com avaliações de 12 meses. Período avaliado: de novembro de 2007 a outubro 2008 (fonte Pig Champ). Itens

2003

2004

2005

2006

2007

2008

Nascidos totais

11,5

11,9

12,7

13,3

14,4

14,8

Nascidos Vivos

10,6

10,7

11,7

12,1

13,0

13,3

Desmamados

9,4

9,5

10,8

11,4

12,0

12,2

Evolução dos dados reprodutivos de granjas nos últimos seis anos, demonstrando o potencial genético aproveitar o melhoramento genético para a empresa que os adquirem sem riscos de introduzir doenças e facilita a implantação de um adequado programa de aclimatação e adaptação.

Quarentena A biossegurança e o estado imunitário do plantel de matrizes são fundamentais para o desempenho reprodutivo nos grandes rebanhos. Para que se cumpram todas as normas de biossegurança, desde a recepção dos animais nas instalações, faz-se necessário cumprir de 6 a 8 semanas de quarentena, no mínimo. Nesse período recomenda-se observar os animais diariamente para notar possíveis alterações no consumo de ração, medir temperatura corporal e proceder a coleta de sangue pareada individual, tanto na chegada como após quatro semanas. Certificar, por meio de exames complementares, como PCR e/ou necropsias, histopatológico e isolamento quando existir dúvida ou necessidade de confirmação de diagnóstico. Receber os animais com conforto em instalações adequadas, com disponibilidade de espaço, livre de correntes

de ar, evitando situações de estresse. Deve existir acompanhamento diário dos animais de reposição por um funcionário devidamente capacitado e que trabalhe apenas neste setor, durante todo o período de quarentena. Vale a pena reforçar o manejo durante o transporte, e recomenda-se transportar os animais de reposição em caminhões fechados, limpos, desinfetados e secos. A administração de rotas exige que seja seguido apenas o destino da granja, depois de carregado o veículo, sem paradas em outras granjas ou áreas de alta concentração de suínos.

Aclimatação Receber as marrãs de reposição o mais cedo possível. Existe necessidade de tempo para realizar adequada adaptação (normalmente estima-se, no mínimo, 100 dias). No período de 160 a 180 dias, inicia-se o programa de exposição aos patógenos existentes na granja (seja por meio do contato direto com mumificados ou com fêmeas adultas saudáveis). Entre 180 a 200 dias, realizar medicação com antibióticos injetá-

Esquema do procedimento

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Manejo Nutrição É fundamental controlar a perda do estado corporal das fêmeas durante a fase de lactação para obter bons índices reprodutivos posteriormente. O objetivo da maternidade, além de desmamar leitegadas numerosas e pesadas, também é fornecer fêmeas com um bom estado de carne para a gestação. Uma nutrição equilibrada, juntamente com um manejo alimentar apropriado, é essencial para que se consiga êxito nesta tarefa.

As futuras reprodutoras devem receber a visita dos reprodutores pelo menos duas vezes ao dia por 15 minutos em cada baia.

veis ou via ração, de acordo com o programa da granja pré-estabelecido. Nesse caso, vacinar entre 200 e 220 dias contra Parvovirose, Leptospirose e Erisipela. O programa tem o objetivo de preparar os animais recém-adquiridos aos problemas existentes na granja que os receberá. Primeiramente, tratamos de produzir contato direto com os possíveis agentes infecciosos existentes na granja origem e, em seguida, tratamos para possível recuperação para que, finalmente, possam produzir imunidade.

Procedimento quanto à sanidade da granja origem Conhecer a sanidade da granja origem por meio dos últimos exames laboratoriais e resultados de produção tornou-se um procedimento padrão nos rebanhos modernos. Assim, é necessário solicitar, antes do recebimento dos animais, os últimos resultados dos exames realizados, como também o programa de vacinação e medicação. Suínos & Cia

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Resultados dos últimos acompanhamentos dos animais de terminação em linha de abate no frigorífico também são importantes, bem como um laudo do veterinário responsável que não ultrapasse mais de três meses.

Manejo A idade e o peso das futuras reprodutoras são parâmetros importantes, não somente para a primeira leitegada, mas também para o desempenho reprodutivo seguinte. Marrãs maiores e mais pesadas serão mais fortes e resistentes. Possibilita a produção de maior número de leitões nascidos desde o primeiro parto. Apresenta maior longevidade e excelente desempenho reprodutivo nos demais partos. Recomenda-se um peso mínimo na primeira cobertura entre 135 a 140 kg, e idade mínima de 230 dias de vida. Para adoção deste tipo de manejo, o recomendado é apresentar o macho às fêmeas a partir dos 180 dias de vida. O manejo de presença de macho deve ser realizado duas vezes ao dia, no mínimo por 15 minutos em cada grupo de fêmeas.

Um desafio dentro da fase de lactação é fazer com que as fêmeas lactantes consumam o que realmente necessitam para suprir seu desgaste. Atualmente é esperado desmamar uma leitegada com mais de 100 kg em um desmame de quatro semanas. Para isso é imprescindível haver um equilíbrio entre a quantidade ingerida e a necessidade individual de cada porca. O manejo de fornecimento de ração individual permite controlar a quantidade de ração consumida diaa-dia, enfatizando quais as fêmeas necessitam ser estimuladas. É sabido que as primíparas consomem 15% a menos de ração que uma fêmea multípara. Visando a amenizar a perda de peso dessa categoria de fêmea recomenda-se adicionar suplemento energético e protéico. A condição corporal em que a fêmea chega à maternidade é um ponto importante a ser considerado, pois fêmeas com excesso de peso tendem a ter um consumo baixo no período de lactação, refletindo em transtornos reprodutivos no futuro. Em grandes rebanhos americanos, uma prática atual com relação às matrizes tem sido trabalhar com foco no aumento do consumo de ração na maternidade. Isto tem sido feito com base em melhorias em ambiência e novos sistemas de alimentação. Ano VI - nº 32/2009



Manejo Para evitar queda de produção no segundo parto ou nos subseqüentes é indispensável que a condição corporal da fêmea seja mantida. Um estudo realizado em 41 rebanhos americanos na década de 90, concluiu que 54% das fêmeas e 41% dos rebanhos apresentaram menor número de leitões no segundo parto, comparativamente em relação ao primeiro, sendo justificado o menor número de leitões nascidos no segundo parto como reflexo de um desgaste da fêmea durante a primeira lactação. Observações recentes indicam que fêmeas que perdem mais de 10% do peso do parto ao desmame apresentam 1.9 leitão a menos no parto subseqüente em relação a fêmeas que ganham peso do parto ao desmame. Durante essa avaliação foi observado que fêmeas que ganharam peso durante a lactação consumiram, em média, 1 kg a mais de ração por dia que fêmeas que perderam mais de 10% do peso. O catabolismo durante a lactação resulta em menor sobrevivência embrionária, afetando o número de leitões nascidos totais no parto subseqüente.

Análise de dados do sistema Outro ponto importante na produção é a análise de dados para melhorar a eficiência e a rentabilidade da suinocultura. Quando nosso objetivo é maximizar o uso de instalações, o controle de custos e a manutenção de forma contínua de índices de pro-

dução terão de por em prática um sistema adequado de investigação que permita detectar a produção ótima. Por tanto, é importante desenvolver esquemas que facilitem a tomada de decisões.

A Unidade de Preparação de Marrãs (UPM) Seja em sítio separado, ou mesmo dentro da própria granja, vem sendo demonstrada melhoria significativa nos seguintes resultados reprodutivos: aumento do número de leitões nascidos, diminuição do número de leitões mumificados, melhora da taxa de parto e porcentagem de porcas cobertas até sete dias do primeiro desmame para segunda cobertura, como se demonstra na tabela 2.

Instalações Otimizar o uso das instalações, produzindo mais quilos de leitões por gaiola, é indispensável para a sobrevivência dentro da cadeia produtiva de suíno. Porém, não se podem desprezar processos básicos, como os procedimentos de eliminações de agentes patogênicos do ambiente com desinfecção, vazio sanitário, introdução de animais em sistemas e unidades previamente desinfetados. A introdução de um programa de vacinação elaborado pelo médico responsável da granja é indispensável

Tabela 2. Dados de produção antes e depois do programa de Unidade de Preparação de Marrãs (GDU ou UPM): Granja A Índices

Antes Parto 1

Depois Parto 1

Antes Parto 2

Depois Parto 2

Taxa de Parto

89,2%

92,4%

84,6%

91,6%

% Cob. - 7 dias

90,2%

88,9%

92,0%

94%

IDC

5,5

5,7

5,4

5,2

Total Nascidos

11,6

12,0

10,8

12,8

Nasc. Vivos

10,5

11,2

10,3

12,0

Desmamados

10,3

12,0

9,8

12,4

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para controlar as doenças dentro de um plantel. É de conhecimento, por exemplo, que diarréia neonatal causada por E.coli afeta o desenvolvimento dos leitões, eleva o índice de mortalidade e prejudica o desempenho da porca durante a lactação. Um adequado regime, com um alimento rico em fibra e fornecido em pequenas quantidades, assim como o estímulo de ingestão de água antes e após o parto, podem evitar quadros de constipação. A presença do bolo fecal no trato digestivo promove fermentações com liberação de endotoxinas. Em caso de permanência por um período prolongado no trato gastrointestinal, como ocorre nos casos de constipação, as endotoxinas são absorvidas pela corrente sanguínea, chegando até o aparelho mamário e levando a casos de mastite, agalaxia ou hipogalaxia. O tubo digestivo cheio de conteúdo pode comprimir o útero e restringir o canal do parto, dificultando a saída dos leitões. Reconhecer os grupos de risco é importante para se redobrar a atenção ao parto: - Fêmeas com estado corporal muito gorda, com idade avançada, tendem a ter um parto mais prolongado, aumentando a taxa de natimortalidade; - Fêmeas muito magras, anêmicas, com pouca hemoglobina no sangue, geram leitões com pouca vitalidade; - Primíparas, muitas vezes necessitam de um auxilio, pois é a primeira vez que estão parindo. Treinamento e orientação são essenciais para que o pessoal que assiste aos partos (parteiro) possa realizar um bom trabalho. Ao identificar uma fêmea que não está contraindo, a primeira coisa a ser feita é massagem com as mãos no aparelho mamário, estimulando a liberação de ocitocina natural, e levantá-la. Em casos de fêmeas mais velhas, que apresentam Ano VI - nº 32/2009


Manejo atonia uterina ou ausência de contração durante o parto e que não respondem a estímulos naturais, devese aplicar ocitocina na dose 10 U.I., utilizando-se, no máximo, duas doses por fêmea. Destacando que doses excessivas de ocitocina podem levar às seguintes desvantagens: • Diminuição da freqüência cardíaca fetal; • Nascimento de leitões mais hipóxicos; • Incremento de leitões mortos durante o parto; • Mais ruptura dos cordões umbilicais; • Atonia uterina; • Incremento de contração do miocárdio do recém-nascido. O fato de a fêmea estar contraindo e não expelir nenhum leitão demonstra que está havendo algum obstáculo, sendo necessário intervir por meio de um toque vaginal, procurando romper essa barreira e permitir que o parto prossiga normalmente. Essa prática demanda alguns cuidados higiênicos para a manipulação, tais como lavar braço e mãos com detergente e água corrente, enxaguá-

las, secá-las e, em seguida, utilizar luvas descartáveis, além de lubrificálas com gel. Imediatamente após o toque, aplicar antibiótico, antitérmico e, depois de 36 a 44 horas, aplicar dose única de Prostaglandina. Seguir acompanhando o quadro clínico se a fêmea produzir febre acompanhada de outros sinais clínicos como inapetência, corrimentos e mastites. Nesse caso, proceder a medicação de tratamento e controle. O trabalho de acompanhar uma sala de maternidade requer dedicação e cuidados, saber como as exigências térmicas das porcas e dos leitões diferem, sendo necessário disponibilizar ambientes distintos para cada categoria. Ressaltando que, no momento do parto, é importante uma fonte de calor acessória para o aquecimento dos leitões recém-nascidos, visto que eles nascem a uma temperatura de 38°C a 39°C, e perdem rapidamente essa temperatura devido a sua escassa reserva energética, assim como propiciar um ambiente seco com cama, seja de papel picado ou maravalha. Seguir com o processo de secar os leitões o mais rápido possível. No entanto, o ambiente da porca deve ser diferenciado, agradável e tranqüilo, com uma tem-

A adequada assistência ao parto reduz a mortalidade nas primeiras horas de vida.

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peratura de 18°C a 20°C. O atendimento ao parto é um fator que auxilia a salvar muitos leitões, permitindo tomar decisões em momentos corretos. A escolha pelo acompanhamento do setor durante 24 horas, contando com um número reduzido de funcionários noturnos, o qual visa a atender partos, pode trazer benefícios, dependendo do tamanho da granja e do quanto esses funcionários estão devidamente preparados. Porém, cabe salientar que 60% dos partos ocorrem no período noturno, o que em muitas granjas resulta em um número escasso de funcionários para atender às necessidades do setor. A solução encontrada por muitas empresas é a indução de partos, requerendo alguns cuidados no momento de realizar essa indução. Um estudo recente demonstrou que porcas tratadas com 10 mg de PGF2α, dois dias antes do parto, tiveram um peso médio menor de 248 gramas e leitões hipóxios, comparando com fêmeas de partos espontâneos. Este fato mostra claramente a importância de se ter pessoas devidamente treinadas e capacitadas para realizar esse manejo de indução e assistência ao parto. No atendimento aos partos, deve-se evitar simplesmente a perda de leitões no momento do seu nascimento. É preciso garantir que todos os leitões que nasçam vivos sobrevivam durante toda fase de lactação. Além de todos os cuidados, é fundamental que todos tomem suficiente quantidade de colostro nas primeiras horas de vida. O tipo de placenta epiteliocorial da fêmea suína não permite a transferência de anticorpos aos fetos maternos, nascendo desprovida de imunidade passiva e tornando-se susceptível a enfermidades e, conseqüentemente, à morte. Dessa forma, o leitão só irá adquirir sua imunidade passiva por meio da ingestão do colostro. A imunoglobulina contida no colostro é absorvida pela mucosa intestinal do neonato com maior intensidade nas primeiras horas de vida, assim como o colostro contém um decréscimo Suínos & Cia

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Manejo acentuado de IgG nas primeiras horas, sendo esta responsável por 80% da composição de imunoglobulinas no colostro. Sem dúvida, uma das tarefas mais importantes no que se refere à assistência ao parto é disponibilizar aos leitões tetas produtivas após o seu nascimento. Claro que se trata de uma difícil tarefa, mas que é decisiva para se obter bons resultados de sobrevivência de leitões na maternidade. O manejo de uniformização dos leitões deve ser encarado como um processo para que todas comam, evitando fome e inanição. Porém, só acaba quando se tem a certeza de que todos os leitões mamaram e apresentam condições de se desenvolver até o final da desmama.

Conclusão Finalmente, pode-se concluir que para chegar a um objetivo de granjas com alto índice de leitões nascidos e desmamados, necessita-se de alguns requerimentos básicos, tais como genética, nutrição, sanidade e manejo. Além disso, é muito importante um sistema de gestão que inclua as seguintes premissas:  Equipe sintonizada;  Mão-de-obra especializada;  Organização prévia de todo o fluxo da granja;  Definição de um programa de rotinas e manejos diários;  Sistema preciso de coleta de dados e identificação dos animais;  Objetivos claros e comparados regularmente com o desempenho padrão;  Treinamento constante da equipe;  Motivação e liderança de todos os envolvidos no sistema (integração da equipe);  Mente aberta e comprometimento de todos, cujo objetivo final é participar dos resultados. Ano VI - nº 32/2009

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Recursos Humanos Reinventar-nos como veterinários especialistas em suínos, em tempos de crise Ph. D. Laura Batista lbatista@cdpqinc.qc.ca

Por que reinventar-nos? Simplesmente porque os tempos atuais assim o exigem, nem mais, nem menos…

N

estes tempos de grandes mudanças e de consolidação da suinocultura no México, temos de estar conscientes de que o M.V. tradicional, em breve, não terá mais espaço nessa nova faceta da criação industrial de suínos. A suinocultura vem se transformando rapidamente, passando de uma atividade familiar a empresarial. Nas últimas décadas, o médico-veterinário ocupava um lugar de destaque, como parte integral e numa posição chave, tomando decisões importantes na empresa. Suas opiniões eram ouvidas, respeitadas e tinham um peso importante. A suinocultura industrial teve de relegar o veterinário a um papel de prestador de serviço, seja como responsável pela saúde ou encarregado da granja, embora com uma participação bem menor dentro das decisões críticas da empresa.

gias, técnicas e informação quando estiverem disponíveis. Temos de aprender a trabalhar em tempo real, não no passado, não no que poderia ser. Isso implica num esforço contínuo de aprendizagem e atualização, que nós mesmos teremos de procurar. É uma responsabilidade que temos para com nós mesmos e a nossa profissão. Esta educação contínua nos dará segurança em nós mesmos e nas nossas decisões; quem não arrisca não ganha. Porém, da mesma maneira, temos de aprender a aceitar a responsabilidade de nossas palavras, ações e decisões e, assim mesmo, ter a humildade de saber quando nos equivocamos e aceitar que nem sempre temos a verdade absoluta. As pessoas que

têm o hábito da proatividade não são agressivas, arrogantes ou insensíveis, mas – ao contrário – movem-se por valores, sabem o que necessitam e atuam em conseqüência. “Ser proativo permite criar suas próprias circunstâncias e expandir suas experiências, sem ter que esperar que alguém as crie por você.” Stephen R. Covey

2) Manter uma educação contínua Temos de estar em dia com temas de interesse para a função que

Algumas características que permitiram aos veterinários serem parte desta nova era: 1) Ser proativo (antecipar + mostrar iniciativa + ser proponente) Temos de ser capazes de buscar, adotar e utilizar novas tecnoloSuínos & Cia

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Recursos Humanos “O todo não é mais que a soma das partes” Gestalt de Ehrenfels

4) Ser empreendedor, inovador, sonhador e ter senso de humor

desempenhamos, como também para o posto que queremos desenvolver no futuro. Devemos estabelecer um plano de carreira profissional e revisá-lo, pelo menos, a cada seis meses. Isso nos permitirá corrigir o rumo, no caso de estarmos equivocados ou de havermos nos desviado demais do caminho original. A educação contínua é adquirida por meio da leitura diária e da participação constante em conferências, cursos e congressos. Durante a nossa participação nesses eventos devemos nos ater em escutar e analisar as palestras, em questionar e criticar – de maneira positiva e construtiva – desenvolvendo, para tanto, um espírito crítico e colocando em discussão os conceitos que nos pareçam errôneos, perguntando e discutindo, de modo respeitoso. Além disso, sobretudo, aproveitar a oportunidade para fazer contatos. A maior parcela da informação poderá ser encontrada nos livros, anais, artigos e na internet; no entanto, o contato com pessoas que podem nos apoiar no nosso desenvolvimento profissional só se consegue mediante a comunicação e o contato direto e pessoal. Ano VI - nº 32/2009

“Educar é formar o ser humano para a mudança permanente e, ainda, para a eventual crise, que é o fruto da transição.” Miguel Ángel Escotet

3) Saber como trabalhar em equipe Como latino-americanos, temos de deixar as individualidades de lado e aprender a atuar em equipe, que é um pequeno grupo de pessoas, alinhadas por um projeto comum e que compartilham objetivos de desempenho comuns. Geralmente, cada um de seus membros tem habilidades e conhecimentos complementares e uma interdependência que exige que todos trabalhem juntos para poderem alcançar o objetivo que os une. Temos de aprender a nos relacionar com nossa equipe de trabalho. Compreender seus questionamentos, dúvidas e trabalhar com eles para – em conjunto – obter resultados melhores. Não é nenhum segredo que o triunfo ou o fracasso das empresas modernas estão mediados, em grande parte, pela capacidade de recrutar, instruir e motivar um pessoal de alta qualidade.

Temos de gerar e incorporar ideias inovadoras em nosso local de trabalho. Inspiremo-nos nos sonhos, nas aventuras, na imaginação, na fantasia. “Se és capaz de imaginá-lo, és capaz de torná-lo realidade”. Aprendamos a olhar o presente de uma forma realista e a sonhar e planejar realizações futuras. Sonhemos com o impossível para conseguir o possível. Aprendamos a rir de nossas limitações e a colocar nossa mente a serviço da inovação, de apostar no entusiasmo e no atrevimento, sem medo do fracasso ou do que dirão. “Se queres construir um barco, não comeces pelo corte das madeiras e pela distribuição do trabalho sem antes saber evocar nos homens o anseio pelo mar livre e aberto.” A. de Saint Exupéry

5) Ser um bom administrador Diante da globalização e da concorrência com as grandes potências, não temos mais que uma opção: o sistema gerencial de qualidade total. Este modelo de administração tenta conseguir qualidade total no produto final, mantendo a harmonia entre os trabalhadores e os meios social e ambiental onde se desenvolve a empresa. Escutemos com atenção ao que as pessoas desejam, mesmo quando elas mesmas não o saibam. Os bons líderes inspiram suas equipes com sua visão de um mundo melhor e infundem a confiança, o amor e a gratidão em suas relações de trabalho. O que as pessoas precisam é ter uma missão e um entusiasmo para alcançá-la. Não se pode construir sobre o medo ou a ameaça. Suínos & Cia

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Recursos Humanos “O mais dificil não é conviver, mas sim compreender os outros.” J. Saramago

6) Ser Líder Todos podemos ser líderes, cada um com o seu estilo, devendo somente sermos constantes e congruentes com o que professamos e fazemos. O líder deve ser capaz de pensar, pelo menos, com dez anos de antecipação. Deve adiantar-se às necessidades, aos modismos, às mudanças. Convém ser proativo e não reativo. Um líder deve ter um objetivo comum, valores éticos e morais, capacidade, entusiasmo e um grande poder de convencimento. Deixemos que nossa força interior nos de a disposição diária para fixarmos novas metas e desafios e para cumprilos com o esforço diário. Busquemos a moderação e o autocontrole, tenhamos atitude serviçal, respeito, compaixão, empatia e a capacidade de converter cada situação em uma experiência útil. “Se tiver que liderar faça-o com os pés na terra, mas com a cabeça no céu.” W. Bennís

7) Ter um Mentor Um mentor reconhece o potencial que existe em cada um de nós. Está disposto a caminhar ao nosso lado, guiar-nos, motivar-nos e proteger-nos, enquanto damos os primeiros passos em uma nova aventura. Possuir um mentor é um tesouro inavaliável, um grande privilégio e uma honra excepcional. O conselho de alguém com mais experiência e de tipos diferentes dos nossos nos enriquecerá como profissionais e seres humanos. Busquem um ou vários mentores, não tenham medo de pedir ajuda e descobrirão um mundo maravilhoso a seu lado. Suínos & Cia

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“O bom mestre faz com que o mau aluno se converta em bom, e o bom aluno em superior.” Marva Collins

Os possíveis inconvenientes de aceitar este novo desafio são:  Ter que aprender um ou dois novos idiomas;  Mudar-se para uma nova cidade ou país;  Ter que lidar com computadores, seus novos programas e a internet, com perfeição;  Sair de sua zona de conforto;  Atuar, estudar e aprender em áreas totalmente desconhecidas;  Reiniciar sua carreira em uma nova área;  Receber uma remuneração econômica possivelmente menor, no início; e...  Ser feliz, completo e encontrar o caminho da realização profissional

para o trabalho árduo, honesto e ético. No entanto, que não fique a menor dúvida, a recompensa sempre chega. Temos muitas áreas de oportunidade e um universo de possibilidades de desenvolvimento frente a nós. Cabenos descobri-las e desenvolve-las:  Docência: formemos os profissionais do futuro;  Campo: exploremos a expressão total da capacidade genética de nossos animais com o menor custo possível;  Pesquisa: ajudemos a criar o futuro;  Indústria: apliquemos as ferramentas disponíveis;  Política: ajudemos a obter um futuro melhor para este país maravilhoso;  Assessoria especializada (algumas ideias): o Análises de produção; o Análises econômicas;

o Análises de laboratório; O caminho a seguir neste desafio não é fácil, não existe substituto

o Auditorias de biossegurança; o Cursos de capacitação.

Ano VI - nº 32/2009



Recursos Humanos Termino essas reflexões com um conto que o Sr. Carlos Kasuga compartilhou conosco na AMVEC passada: “Havia um bosque onde viviam muitos animaizi-

deixando cair uma ou duas gotinhas de água. Diante dessa

nhos. De repente, este bosque começa a pegar fogo, e todos

atitude, os deuses se compadecem da avezinha e fazem cair

os animaizinhos começam a fugir. Há apenas um pardalzi-

uma tempestade, que apaga o incêndio. E este bosque volta

nho que vai ao rio, molha suas asinhas, voa sobre o bosque

a verdejar e a florescer, e todos os animaizinhos regressam

incendiado e deixa cair uma gotinha de água, tentando apagar o incêndio. Vai ao rio, molha suas asinhas, voa so-

e voltam a ser felizes, mais felizes do que eram antes.”

bre o bosque incendiado e deixa cair uma gotinha de água, tentando apagar o incêndio. Passa um elefante e grita para o pardalzinho: Não seja tonto! Foge como todo mundo! Não percebe que vai se torrar! O pardalzinho revoa e lhe diz: Não! Este bosque me deu tudo, família, felicidade; deu-me

“Médicos-veterinários especialistas em suínos, eu comparo este bosque com a suinocultura. Talvez estejamos passando por um grande incêndio, em uma grande crise

tudo e eu tenho a ele tanta lealdade que não me impor-

política, social, econômica e moral, mas eu lhes peço que,

to em morrer, mas vou tratar de salvá-lo. Vai ao rio, molha

todos os dias, deixem cair uma ou duas gotinhas de suor e

suas asinhas e voa novamente sobre o bosque incendiado,

de trabalho. Se assim o fizerem, a suinocultura agradece.”

Este não é um momento de lamentar-se, mas sim de quebrar paradigmas, de desafiar o status quo e de mostrar o valor e a importância que nossa profissão tem para a sobrevivência e o futuro melhor da suinocultura.

Sigamos os quatro passos para chegar à excelência: 1º. bem ser, 2º. bem fazer, 3º. bem estar e 4º. bem ter

Este é o momento de somar, de nos unirmos, de deixar de lado os interesses, a visão curta e as disputas pessoais. Só assim chegaremos à maturidade, que exige nossa participação como verdadeiros atores de mudança no desenvolvimento e na melhora da suinocultura.

Pensamentos finais “Se alguém avança confiante na direção de seus sonhos e alcança a vida que havia imaginado, então encontrará o êxito que tanto desejava” H.D. Thoreau “Se tiveres construído castelos no ar, teu trabalho não estará perdido; agora assenta as bases abaixo desses castelos.” H.D. Thoreau & Carlos Pijoan Suínos & Cia

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Sumários de Pesquisa Relação da condutividade elétrica vaginal com a velocidade do aparecimento de cio pós-desmame

H

á uma considerável variação entre porcas quanto ao tempo entre o desmame e o retorno de cio observável, no tocante à domesticação. Embora a maioria das porcas retorne ao cio até sete dias pós-desmame, é comum observar um aumento do intervalo desmame-cio durante os meses de verão, particularmente nas porcas primíparas. Para compreender porque o desmame pode conduzir a esses problemas é necessário entender o processo normal que ocorre durante a transição da lactação até o ponto no qual a porca é capaz de reproduzir novamente, de uma maneira normal. Um dos métodos utilizado para este fim é a técnica da bioimpedância (condutividade elétrica). O retorno ao cio nas porcas é controlado pelo desenvolvimento folicular ovariano após o desmame. O crescimento folicular está associado a mudanças histológicas e histoquímicas na vagina, que são acompanhadas por alterações nas propriedades elétricas desse órgão. Em vários estudos foram observadas mudanças marcantes na impedância vaginal, durante a fase folicular do ciclo estral. Em suínos, inicialmente, os estudos com impedância vaginal concentraram-se na detecção do momento ótimo para inseminação. Por outro lado, pouca atenção foi dada aos fatores biológicos que podem influenciar a impedância vaginal em relação ao desmame. Um estudo conduzido por P. Rezá e colaboradores (Mendel University of Agriculture and Forestry, Czech Republic, Anim. Reprod. Sci., 2008) teve como objetivo determinar se o intervalo desmame-cio, duração do estro, ordem do parto, duração da lactação e raça e sua interações poderiam influenciar a impedância vaginal em porcas cíclicas no período após o desmame e durante o cio. Suínos & Cia

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Método: A impedância foi medida com um instrumento equipado com quatro eletrodos para eliminar erros de medição da impedância vaginal provocados pela polarização dos eletrodos. A impedância foi obtida pela voltagem desenvolvida por meio dos tecidos monitorados, em resposta à excitação por corrente elétrica. Foram utilizadas fêmeas primíparas e multíparas da raça Large White e fêmeas cruzadas (LW x Ld), monitoradas duas vezes ao dia quanto ao aparecimento do cio, com o auxílio do cachaço. Amostras de sangue foram colhidas 10 dias após o início do cio para determinação da progesterona plasmática. Resultados: O intervalo desmame-cio (IDC) foi significativamente maior nas porcas com duração da lactação entre 21 – 25 dias do que 26 – 30 dias ou 31 – 36 dias e também maior nas primíparas do que nas multíparas. O IDC foi negativamente correlacionado com a duração da lactação, a ordem de parto e a duração do cio. Estes, além do próprio IDC,

tiveram um efeito significativo sobre a impedância vaginal no peri-estro. O decréscimo da impedância vaginal após o desmame foi retardado nas porcas com maior IDC e nas primíparas, em comparação com as multíparas. O declíneo da impedância vaginal durante o peri-estro foi mais gradual nas porcas com maior IDC, lactação mais curta, ordem de parto 1 e naquelas com duração do cio curta (36h) e longa (72 horas ou mais). O nível zero de impedância vaginal ocorreu cedo antes do estro nas porcas com estros curtos. As interações do IDC com ordem do parto e duração do cio e da duração do cio com ordem de parto afetaram significativamente a impedância vaginal nas porcas desmamadas. Os autores concluíram que o IDC, a duração do cio, a ordem do parto e a duração da lactação influenciaram consideravelmente a impedância vaginal nas porcas durante o peri-estro. Estes achados indicaram que a técnica da impedância pode ser um método útil para o estudo dos fatores e processos que aceleram ou retardam o retorno ao cio após o desmame e afetam a duração do estro nas porcas.

Um novo enfoque técnico para indução da puberdade em marrãs utilizando PG600 Em grupos de fêmeas de reposição, a incidência de casos de atingimento retardado da puberdade, falha em apresentar ciclos estrais regularmente e pequeno tamanho da primeira leitegada, é frequentemente elevada. A exposição ao cachaço é um método efetivo para acelerar a puberdade, porém, o “timing” da resposta das marrãs pode variar muito, com a puberdade ocorrendo em qualquer momento entre 5 e 90 dias após o início da estimulação com o cachaço. Embora o PG600® (400 UI de PMSG e 200 UI de hCG; Intervet) possa induzir uma resposta ovulatória rápida e sincronizada, criando, porAno VI - nº 32/2009


Sumários de Pesquisa

tanto, uma alternativa ao contato com o cachaço, a qualidade da resposta é, frequentemente, variável. Embora aproximadamente 90% das marrãs ovulem dentro de 5 dias após a administração de PG600, 22% falham em exibir sintomas e comportamento estral, com igual número vindo a falhar ao exibir ciclicidade normal no cio subseqüente. Um estudo recente demonstrou uma redução no número de dias para o surgimento e a detecção do cio quando o contato com o cachaço é oportunizado antes da administração do PG600; enquanto outro observou um aumento na taxa de prenhez quando a exposição ao cachaço é utilizada durante três dias após a administração de PMSG (pregnant mare serum gonadotrophin). Portanto, é apropriado investigar se o contato diário com o cachaço após a aplicação de PG600 melhora a resposta da marrã à administração desse tratamento hormonal. O estudo (Anim. Reprod. Sci.,2008), conduzido por Bartlett e colaboradores (School of Agricultural and Animal Science, The University of Adelaide, Australia), teve dois objetivos: investigar se o contato físico com o cachaço aumenta a expressão do cio, a manutenção da ciclicidade e o tamanho potencial da leitegada em marrãs inAno VI - nº 32/2009

duzidas a ovular com o uso de PG600 e investigar se a cobertura de marrãs no seu segundo cio em contraposição ao estro induzido por meio de hormônios (puberdade) aumenta o tamanho potencial da leitegada.

Método: O estudo comparou o efeito do PG600 sozinho (NBC) ou em conjunção com a exposição ao cachaço (BC) sobre o atingimento da puberdade e na manutenção da ciclicidade do cio. Oitenta marrãs Large White cruzadas (Duroc), linhagem terminal, foram utilizadas no experimento, conduzido em dois blocos, com 10 marrãs alocadas em cada um dos quatro tratamentos em cada bloco. Elas foram inseminadas artificialmente no cio determinado, seguido de coleta do trato reprodutivo aos 26.5±0.29 dias após a cobertura, sendo registrado o número de corpos lúteos e de embriões viáveis. Resultados: o número médio de dias para a puberdade foi reduzido significativamente quando as marrãs receberam o PG600 mais a exposição ao cachaço em contraposição ao PG600 sozinho (5.7±0.15 versus 6.9±0.37 dias; P < 0.01). A proporção de fêmeas que exibiram uma resposta ovulatória ao PG600 foi similar para

os grupos de tratamento NBC e BC (0.88 e 0.84); porém, a proporção de marrãs exibindo sinais visíveis de estro em resposta ao PG600 foi significativamente maior para o grupo BC (com uso do macho) comparado com o grupo NBC (0.81 versus 0.49; P < 0.05). O contato com o cachaço resultou em um aumento numérico, mas não significativo, na proporção de fêmeas exibindo o segundo cio (1.00 versus 0.76). Não ocorreu efeito significativo do contato com o macho em relação à taxa de ovulação, número de embriões ou sobrevivência. Embora a taxa de ovulação não tenha sido afetada pelo cio na cobertura, o número de embriões foi aumentado significativamente nas coberturas no segundo cio em contraposição à cobertura no primeiro cio (11.2±0.96 versus 7.8±1.17). Os autores concluíram que o momento do atingimento da puberdade e a detecção do cio foram melhorados significativamente quando marrãs tratadas com PG600 receberam um pleno contato com o cachaço. Adicionalmente, ficou evidenciado que a cobertura de marrãs no segundo cio, em contraposição à cobertura no cio induzido, aumentou significativamente o número de embriões depois de 26 dias pós-cobertura.

Efeito de longo prazo da Imunocastração sobre o perfil hormonal e comportamento de suínos machos, utilizando o Improvac Suínos machos inteiros possuem conversão alimentar superior e carcaças mais magras do que suínos castrados cirurgicamente. Entretanto, os leitões machos são castrados rotineiramente em muitos países para prevenir um odor desagradável, conhecido como “boar taint”, os comportamentos agressivos e as coberturas não planejadas. O odor pode ocorrer na carne de suínos machos maduros devido ao acúmulo de androstenona e/ou skatol no tecido adiposo suíno, Suínos & Cia

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Sumários de Pesquisa em concentrações acima de 0.5–1.0 ppm para a androstenona e acima de 0.20–0.25 ppm para o skatol. A androstenona, similarmente a outros esteróides testiculares, é produzida nas células de Leydig, e sua produção está sob o controle do hormônio luteinizante (LH). A síntese e a liberação de LH e do hormônio folículo estimulante (FSH) são controladas pelo hormônio liberador de gonadotrofinas. O skatol é produzido pela degradação microbiana do triptofano no intestino grosso dos suínos. A puberdade é um período de desenvolvimento reprodutivo acelerado, culminando na fertilidade funcional, aproximadamente aos seis meses de idade. Esses processos envolvem não apenas o crescimento dos órgãos reprodutivos e o incremento da espermatogênese, mas também o desenvolvimento do comportamento sexual. O comportamento de monta no cachaço inclui cheirar os órgãos genitais e suspender o flanco da fêmea, a monta e a cópula. A vacinação contra o GnRH, conhecida como imunocastração, é uma técnica de bem-estar, não cruenta, para retardar a puberdade, produzir carcaças sem risco de odor e reduzir o comportamento agressivo. A injeção de uma forma modificada de GnRH,

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conjugada com uma proteína (Improvac, Pfizer Ltd), induz a formação de anticorpos contra o GnRH, os quais se ligam ao GnRH endógeno e evitam que o mesmo estimule a secreção de LH e FSH por meio da hipófise. Isto reduz a secreção testicular de esteróides, incluindo a androstenona. Os níveis reduzidos de esteróides testiculares nos suínos imunocastrados aceleram a retirada metabólica dos compostos indólicos, baixando os níveis de skatol e do indol nos animais imunocastrados. A imunocastração com Improvac nos rebanhos comerciais é realizada duas vezes durante o período de crescimento-terminação, separadas, pelo menos, por quatro semanas. Até agora, os estudos sobre imunocastração em suínos estiveram focados na resposta num curto período, entre a segunda vacinação e o abate (4–6 semanas). Entretanto, nem sempre é prático vacinar animais pesados, especialmente se alojados em grupo. Portanto, seria desejável um maior tempo entre a segunda injeção e o abate. Para tornar possível esse aumento de tempo, o efeito de longo prazo da vacinação com Improvac precisa ser estudado. O primeiro objetivo do estudo conduzido por G. Zamaratskaia e colaboradores (University of Agricultural Sciences, Uppsala, Sweden - Ani-

mal Reproduction Science 108 (2008) 37–48) foi avaliar por quanto tempo os anticorpos contra GnRH persistem nos suínos machos imunocastrados. O segundo foi investigar o efeito de longo prazo da imunocastração na função testicular e compostos causadores do “boar taint”. Em adição, foi estudado o efeito de longo prazo da vacinação sobre os comportamentos social e sexual.

Método: Suínos machos foram alocados em dois grupos de tratamento, sendo que um recebeu duas doses de Improvac (n = 12), e o outro passou por um controle de suínos machos inteiros (n = 12). Os animais foram mantidos 16 ou 22 semanas após a vacinação. Foram colhidas cinco ou seis amostras de sangue antes da primeira e segunda vacinações e três ou quatro vezes durante o período de 16 ou 22 semanas após a segunda vacinação. Resultados: A imunocastração reduziu significativamente os níveis de testosterona e sulfato de estrona (E1S) no plasma e os níveis de androstenona na gordura. Os níveis de skatol e indol no plasma e na gordura também foram baixos nos suínos imunocastrados em comparação aos de animais inteiros. Esses efeitos perduraram até 22 semanas após a segunda vacinação. O peso dos testículos e o comprimento da glândula bulbouretral foram menores nos animais imunocastrados por ocasião do abate, e esses suínos apresentaram menos comportamento social agressivo do que os machos inteiros. Os suínos imunocastrados permaneceram inativos sexualmente durante todo o experimento. Na opinião dos autores, este estudo representa o próximo passo na avaliação da efetividade do Improvac como uma alternativa à castração cirúrgica de suínos machos. Foi demonstrado que o Improvac pode ter um efeito prolongado, em comparação ao período usualmente proposto nas recomendações de uso. Ano VI - nº 32/2009



Aconteceu Poli-Nutri anuncia quarta unidade fabril e novo centro de distribuição Investimento para nova fábrica em Santa Catarina será de R$ 15 milhões e os programas adotados na sua construção tornam a unidade referência em sustentabilidade

C

om um plano agressivo de crescimento, a Poli-Nutri, uma das principais fornecedoras de nutrição animal do país, direciona seus esforços para se tornar líder no mercado. Para isso, a empresa está investindo cerca de R$ 15 milhões em uma nova unidade fabril, localizada na cidade de Treze Tilias, em Santa Catarina, além de um novo centro de distribuição na cidade de Lajeado, região de Caruaru, em Pernambuco. Os projetos fazem parte de uma estratégia de crescimento a longo prazo da empresa, que coincide com as comemorações dos 20 anos de fundação da Poli-Nutri. Com inauguração prevista para o segundo semestre de 2010, a quarta fábrica da Poli-Nutri terá capacidade de produção acima de 5.000 toneladas/mês. A empresa, que já conta com 600 funcionários e uma equipe de vendas composta por mais de 100

profissionais graduados em medicina veterinária e zootecnia, - o que garante aos seus clientes um atendimento com características de consultoria, contratará mais 150 colaboradores na nova unidade, valorizando a mão-deobra regional. “Escolhemos a cidade de Treze Tílias devido à proximidade com nossos parceiros. O meio-oeste catarinense é um pólo importante da produção animal”, destaca Leandro Bruzeguez, diretor de nutrição e formulação. Para a instalação da nova unidade, a Poli-Nutri já conseguiu a licença da Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina. A planta foi concebida para atender a todos os requisitos das Normas Legais de Segurança e Normas de Boas Práticas de Fabricação, no seu nível máximo de exigência e já nasce com a preocupação de preservar o meio ambiente. Ela contará, por exemplo, com um sistema de reaproveitamento da água da chuva e com um programa de gerenciamento de resíduos.

A adequada assistência ao parto reduz a mortalidade nas primeiras horas de vida.

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A nova fábrica da Poli-Nutri em Santa Catarina produzirá todo o portfólio de produtos da companhia, atendendo aos segmentos de aves, suínos, bo-

vinos e aquicultura. “Acreditamos no Brasil como fornecedor privilegiado de alimentos para o mundo e, com a recuperação da economia, precisamos nos preparar para atender às novas demandas. A regionalização da produção é fundamental para o avanço dos negócios”, completa Leandro.

Centro de Distribuição O novo centro de distribuição da Poli-Nutri no Nordeste, que será inaugurado ainda este ano em Pernambuco, terá aproximadamente 800m2 para armazenagem de produtos. O local foi escolhido por ser um ponto logístico estratégico, de fácil acesso aos principais clientes dos estados de Pernambuco, Paraíba e Alagoas, além do Estado contar com o Porto de Suape para entrada e saída de produtos. “Vai proporcionar maior agilidade no abastecimento e na prestação de serviços aos nossos clientes. Pernambuco é uma região que conta com importante participação da PoliNutri como fornecedor e esperamos responder adequadamente ao potencial de crescimento deste mercado, comenta Aldo Rodrigues Barbugli Filho, gerente nacional de vendas. “O centro também abastecerá o pólo produtivo da região, comercializando matérias-primas nacionais e importadas”, lembra Sergio Beppu, gerente de compras e comercialização de matérias-primas.

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Índice de Volumes

Índice dos Volumes V e VI Números de 21 a 30 O índice dos Volumes V e VI da Suínos & Cia compreende mais de 100 titulos. Para facilitar a localização, os artigos estão divididos em matérias técnicas e outras, ordenados por editoria, autor/autores, título, volume, número, ano e páginas.

Entrevista

Entrevista

Janice Reis Ciacci Zanella - Ano IV, n˚ 20, 2006, PP. 6 – 8. Jalusa Deon Kich - Ano IV, n˚ 21, 2007, pp. 6 – 8. Aníbal Sant’Anna Moretti - Ano IV, n˚ 22, 2007, pp. 6 – 8. Montserrat Torremorell - Ano V, n˚ 23, 2007, pp. 6 – 8. Luiz Almeida Marins Filho - Ano V, n˚ 24, 2007, pp. 6 – 7. Elizabeth Santin - Ano VI, n˚ 25, 2008, pp. 6 – 8. Roberto Maurício Carvalho Guedes - Ano VI, n˚ 26, 2008, pp. 6 – 8. Maria de Lourdes Spilbulg - Ano VI, n˚ 27, 2008, pp. 6 – 8. Geraldo Camilo Alberton - Ano VI, n˚ 28, 2008, pp. 6 – 8. Michael Mohr - Ano VI, n˚ 28, 2009, pp. 8 – 11. Ano VI - nº 32/2009

Caio Abércio da Silva - Ano VI, n˚ 30, 2009, pp. 8 – 14.

MANEJO

REPRODUÇÃO

SPORKE, Joaquín. Importância da taxa de parição em sistema de alta produção. - Ano IV, n˚ 20, 2006, PP. 10 – 19. LISBOA, Maria Nazaré. Sítio 4 – Unidade de desenvolvimento de marrã. - Ano IV, n˚ 20, 2006, pp. 20 – 23. CLOSE, W. Estratégias para aumentar a longevidade de matrizes. - Ano V, n˚ 21, 2007, pp. 20 – 24. BATISTA, L. Como vender 26 leitões fêmea ano. - Ano V, n˚ 23, 2007, pp. 22 – 32. ANTUNES, R; SILVEIRA, A.C.P; MIRANDA, N.C; BRAGA, T.F; PINTO, R.O.C; OLIVEIRA, R.R; TORIDO, L.C. Recomendações técnicas para o manejo pré-abate e qualidade de carne. - Ano V, n˚ 24, 2007, pp. 8 – 14. ALLERSON, M; DEEN, J. WARD, T. L. Problemas de casco em porcas, sabemos contabilizar as perdas como no gado leiteiro? - Ano VI, n˚ 26, 2008, pp. 28 – 31. HORTA, F. D. C; MARTINS, S. M. M. K; ABRAHÃO, A. A. F; MORETTI, A. S. Desenvolvimento da glândula mamária na fêmea suína e suas implicações. Ano IV, n˚ 22, 2007, pp. 21 – 24. MACHADO, G. S; PINHEIRO, R. W. Tratamento de leitões atrasados: experiência pratica. - Ano VI, n˚ 28, 2008, pp. 16 – 24. MACHADO, G. S; PINHEIRO, R. W. Maternidade: uma importante unidade de negócio para a suinocultura. - Ano VI, n˚ 28, 2009, pp. 12 – 18. DALLANORA, D. Manejo na maternidade: fator critico para o desempenho futuro do leitão. - Ano VI, n˚ 30, 2009, pp. 16 – 20.

Reprodução GIL, J. V. Radiografia da dose de sêmen - Ano V, n˚ 23, 2007, pp. 19 –21. DECUADRO, G. Cio de lactação em porcas: Mito ou realidade? - Ano VI, n˚ 25, 2008, pp. 10 – 16. ANTUNES, R. C; SILVEIRA, A.C.P; CESAR, A. S. M; FREITAS, P. F. A. Vitalidade: Sobrevivência de leitões pelo melhoramento genético. - Ano VI, n˚ 28, 2008, pp. 10 – 15. SPILSBURY, M. A. Atualização do comportamento materno da fêmea suína na maternidade. - Ano VI, n˚ 30, 2009, pp. 22 – 29. NUTRIÇÃO

Nutrição MONTEIRO, D. P. Colostro: primeiro elemento de sobrevivência dos leitões. - Ano V, n˚ 21, 2007, pp. 10 – 12. CONTRERAS, A. D. G; ORTEGA, Y. G. L. Nutrição do Reprodutor Suíno. - Ano IV, n˚ 22, 2007, pp. 10 – 20. NEVES, J.F. A alimentação de matrizes lactantes. - Ano V, n˚ 23, 2007, pp. 10 – 18. OETTING, L; FRANCO, L. Água: Nutriente Essencial para Suínos. - Ano VI, n˚ 26, 2008, pp. 22 – 26. DECUADRO, G. O uso da água de beber como vetor terapêutico e preventivo em suínos: Os dez mandamentos da medicação. - Ano VI, n˚ 27, 2008, pp. 10 – 22. NEVES, J. F; SOUZA, A. V. C. Porque não criar refugos. - Ano VI, n˚ 27, 2008, pp. 23 – 30. CRECHE E TERMINAÇÃO

Creche e Terminação YAGUE, P. Parâmetros produtivos em suínos em crescimento. - Ano VI, n˚ 25, 2008, pp. 17 – 21.

Manejo

SANIDADE

Sanidade SILVEIRA, Paulo; AMARAL, Armando. Relação entre infecção urinária e problemas puerperais em porcas. - Ano IV, n˚ 20, 2006, pp. 24 – 27. RISTOW, Luiz Eduardo. Enfermidades entéricas que afetam os suínos no Suínos & Cia

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Índice de Volumes verão. - Ano IV, n˚ 20, 2006, pp. 28 – 31. CANO, J. P; PIJOAN, C. Saúde dos leitões após o desmame. - Ano V, n˚ 21, 2007, pp. 14 – 18. YAGUE, A. P. Bem estar animal suíno: gestação em grupos. - Ano IV, n˚ 22, 2007, pp. 26 – 31. ASSIS, A. J; DUQUE, A. M; MORAES, C. N; LARSSON, R. Uso de minerais injetáveis no tratamento de lesões de casco. - Ano IV, n˚ 22, 2007, pp. 32 – 35. SILVEIRA, P.R. S. Saúde uterina e suas inter-relações com a eficiência reprodutiva da matriz suína. - Ano V, n˚ 24, 2007, pp. 16 – 20. UTRERA, V. Vacinação na clínica de suínos. - Ano VI, n˚ 26, 2008, pp.10 – 12. MOGOLLÓN, J. D; JAIMES, J. Importância do diagnóstico frente às doenças emergentes na Suinocultura. - Ano VI, n˚ 26, 2008, pp. 14 – 20. FALCETO, M. V; UBEDA, J. L. Origem e controle da síndrome da descarga vulvar na porca. - Ano VI, n˚ 27, 2008, pp. 32 – 40. SANTIN, E. Interação entre sistema imunológico do suíno e micotoxicose. Ano VI, n˚ 25, 2008, pp. 22 – 27. YESKE, P. Gerenciando o complexo de doenças respiratórias: estratégias para suínos em fase de crescimento. - Ano VI, n˚ 25, 2008, pp. 30 – 33. UTRERA, V. Impacto econômico das doenças na produção de suínos. - Ano VI, n˚ 28, 2008, pp. 26 – 31.

SEGALES, J. Uma década de Circovirose Suína. - Ano VI, n˚ 28, 2009, pp. 34 – 37. ECONOMIA

Economia BERNAUS, J. Preços de Grãos: Custo de Produção 2006 – 2007. - Ano V, n˚ 24, 2007, pp. 22 – 24. DIAGNÓSTICO

Diagnóstico CARREÓN, R. Influenza Suína: Técnicas Diagnósticas. - Ano V, n˚ 24, 2007, pp. 28 – 31. RAMIREZ, A. Diagnóstico de doenças de suínos: Ferramentas e interpretações. - Ano VI, n˚ 30, 2009, pp. 30 – 38. REVISÃO TÉCNICA

Revisão Técnica YAGUE, A. P. 38˚ Encontro do AASV. Associação Americana de Veterinários Especialistas em Suínos. - Ano V, n˚ 23, 2007, pp. 38 – 49. YAGUE, A. P. 34˚ Reunião Allen D’Leman Swine Conference. Universidade de Minessota. - Ano V, n˚ 24, 2007, pp. 36 – 42.

BATISTA, L. Como utilizar a filtragem do ar no controle de doenças. - Ano VI, n˚ 28, 2009, pp. 20 – 26.

YAGUE, A. P. 39˚ Encontro do AASV. Associação Americana de Veterinários Especialistas em Suínos. - Ano VI, n˚ 27, 2008, pp. 42 – 57.

NAPOLES, R. C. O diagnóstico e suas impli-

YAGUE, A. P. 20˚ Congresso da IPVS. Inter-

Suínos & Cia

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cações na biossegurança. - Ano VI, n˚ 28, 2009, pp. 28 – 32.

national Pig Veterinary Society. - Ano VI, n˚ 28, 2008, pp. 32 – 53. JOGO RÁPIDO

Jogo Rápido Você acompanha o manejo adequado da fábrica de rações? - Ano V, n˚ 21, 2007, pp. 32 – 33. Sua granja adota a política de boas práticas de vizinhança? Sua granja faz controle de fungos e micotoxinas? - Ano V, n˚ 24, 2007, pp. 52 – 53. Sua granja planeja a redução de desperdícios? - Ano VI, n˚ 26, 2008, pp. 36. Como está seu conhecimento quanto ao uso de antibióticos na rotina de sua granja? - Ano VI, n˚ 27, 2008, pp. 68 – 69. Vamos avaliar como se encontra seus conhecimentos frente à requisição de exames laboratoriais. - Ano VI, n˚ 28, 2008, pp. 58 – 59. Vamos avaliar como se encontra seus conhecimentos frente ao sistema imunológico? - Ano VI, n˚ 30, 2009, pp. 44 – 45. SUINÔMETRO

Suinômetro

Vamos recordar um pouco a história do suíno no planeta. Aproveite para recordar e ao mesmo tempo aprender um pouco mais a respeito da origem da espécie. - Ano VI, n˚ 28, 2009, pp. 48 – 49.

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Índice de Volumes REPORTAGEM

Reportagem O Nutricionista e especialista fala sobre os caminhos da nutrição para cumprir o desafio de 30 leitões porca ano. - Ano IV, n˚ 20, 2006, pp. 38 – 41. Nutricionista e especialista nos fala sobre os avanços na análise de dados de creche e terminação. - Ano V, n˚ 21, 2007, pp. 36 – 38. Participação das mulheres na suinocultura. - Ano V, n˚ 21, 2007, pp. 40 – 44. Especialista em Recursos Humanos nos fala sobre o requerimento interpessoal na formação da equipe sólida de trabalho. - Ano IV, n˚ 22, 2007, pp. 40 – 42. Farmabase Saúde Animal Ltda amplia suas instalações. - Ano V, n˚ 23, 2007, pp. 60. 30 Leitões porca ano. - Ano VI, n˚ 26, 2008, pp. 40 – 44. Vamos conhecer um pouco mais sobre a profissão do Médico Veterinário. - Ano VI, n˚ 27, 2008, pp. 60 – 65. Mulheres que destacam na suinocultura. - Ano VI, n˚ 25, 2008, pp. 40 – 43. RECURSOS HUMANOS

Recursos Humanos

- Ano V, n˚ 23, 2007, pp. 50. 20 Dicas para o sucesso. - Ano VI, n˚ 26, 2008, pp.38.

n˚ 28, 2008, pp. 60. Pfizer traz especialistas a São Paulo. - Ano VI, n˚ 28, 2008, pp. 61.

Eco da Vida. - Ano IV, n˚ 22, 2007, pp. 43. Para Refletir: De que grupo você faz parte? - Ano VI, n˚ 28, 2008, pp. 57 Quem é amigo e tem amigos vai perceber. - Ano VI, n˚ 28, 2009, pp. 38. NOTÍCIAS

Notícias Avaliação de campo dos efeitos de uma vacina contra PCV-2. - Ano IV, n˚ 20, 2006, pp. 42.

EVENTOS

Eventos

Diretor da Poli-Nutri, Julio Flavio Neves é homenageado pela Nutritime. - Ano IV, n˚ 20, 2006, pp. 50. DICA DE MANEJO

Dica de Manejo

Suinocultura Campo Alegre recebe Selo Suíno Paulista. - Ano V, n˚ 21, 2007, pp. 46 – 47.

Sala hospital em granjas para recuperação de suínos. - Ano IV, n˚ 20, 2006, pp. 44 – 45.

ACONTECEU

O Objetivo da produção de suínos é na realidade produzir carne: saudável e saborosa.

Aconteceu

Curso de Manejo de maternidade em Rio Verde. - Ano V, n˚ 23, 2007, pp. 58.

Compreendendo a Saúde X Doenças na população Suína. - Ano V, n˚ 23, 2007, pp. 56.

Consuitec e SIP Consultores fecham parceria. - Ano V, n˚ 23, 2007, pp. 59.

Coleta de sangue. - Ano V, n˚ 24, 2007, pp. 46 – 48.

10ª Convenção de venda Mig Plus. - Ano V, n˚ 24, 2007, pp. 50.

Como servir alimento na fase de maternidade: Servir é a arte de atender bem. - Ano VI, n˚ 26, 2008, pp. 46 – 49.

I Seminário de Suinocultura Ouro Fino teve a participação da Associação Paulista dos Criadores de Suínos. Ano V, n˚ 24, 2007, pp. 51.

Obstetrícia suína: recomendações práticas. - Ano VI, n˚ 25, 2008, pp. 46 – 53.

O Cachorro. - Ano IV, n˚ 20, 2006, pp. 49.

Novus Inaugura primeira fabrica de insumos para nutrição animal no Brasil. - Ano V, n˚ 24, 2007, pp. 51.

Reprodução, Maternidade, Creche e Terminação. - Ano IV, n˚ 22, 2007, pp. 44 – 46.

O Poder do Entusiasmo. - Ano V, n˚ 21, 2007, pp. 48.

4˚ Simpósio Internacional de Produção Suína. - Ano VI, n˚ 27, 2008, pp. 70 – 71.

Método para implementar a política de boa vizinhança nas granjas de suínos.

ABRAVES – São Paulo, reestruturada lança seu I Encontro Técnico. - Ano VI,

Os dez pontos mais importantes para melhorar os índices reprodutivos. Ano VI, n˚ 28, 2009, pp. 50 – 53.

Dicas para iniciar o Ano Novo. - Ano IV, n˚ 20, 2006, pp. 48.

Ano VI - nº 32/2009

Mastite. - Ano VI, n˚ 30, 2009, pp. 48 – 52.

Suínos & Cia

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Dicas de Manejo A

Semiologia consiste no estudo e na descrição dos sinais clínicos, sendo uma das principais disciplinas da clínica médica. Sem dúvida, é por meio da observação da presença desses sinais que se chega a uma suspeita, ajudando no diagnóstico conclusivo, juntamente com os resultados de exames laboratoriais e complementares. A completa anamnese, que é a informação sobre o princípio e a evolução de uma doença

até a primeira observação do médico, é essencial para levantar algumas suspeitas clínicas. O exame físico é realizado por inspeção e palpação, sendo primordial para se determinar se há alguma alteração clínica dentro de determinada população. A qualidade desta inspeção dependerá da capacidade do profissional dedicar o tempo necessário para colher todas as informações que o auxiliem no exame completo, indicando ou sugerindo uma suspeita clínica.

Analise os históricos de lotes anteriores e as semanas distintas, acompanhado por meio dos dados contidos no software empregado pela empresa. Dessa forma, consegue-se delimitar em que período houve a queda de desempenho dos animais e a idade que está ocorrendo o surgimento de sinais clínicos.

Averigue a porcentagem de animais com baixo desenvolvimento dentro de cada lote, o sinal clínico mais característico da refugagem e o crescimento retardado em relação a animais da mesma idade.

Suínos & Cia

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Ano VI - nº 32/2009


Dicas de Manejo Verifique se o desenvolvimento dos animais está compatível com o que se espera pela idade, analisando em que fase há perda de desempenho.

Analisar o consumo de ração nas diferentes fases de produção, observando se em determinado momento existirá perda de consumo. Comparar o resultado esperado do real.

Avaliar as condições ambientais em que os animais estão sendo submetidos. O comportamento frente às diversidades será um bom indicador.

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Dicas de Manejo Verificar condição e a qualidade do ar respirável. Abaixo, seguem alguns parâmetros: • NH3 =< 10ppm • CO2= <0,15% • Poeiras <15 mg/m3 • Bactérias viáveis <105 UFC/ m3 • Oscilação térmica menor que 6°C

Ausência de corrente de ar, com ventilação higiênica de 4 m/s. * Examinar as mucosas dos animais clinicamente afetados pode, muitas vezes, indicar o estado de saúde. Possibilita a detecção de inflamação, tumores e edemas, comprometimento do sistema circulatório ou existência de doenças em outras partes do corpo.

* Aferir a temperatura corporal dos animais. Temperatura corporal • Normal: 39°C • Ponto crítico inferior: 38.4°C • Ponto crítico superior: 40°C

A febre é a elevação da temperatura corporal acima do ponto crítico decorrente do aparecimento de uma doença. A temperatura elevada estimula a formação de anticorpos e outras reações de defesa e impede, de certa forma, a multiplicação excessiva de microrganismos. Por outro lado, há maior velocidade de todos os processos metabólicos, acentuando a perda de peso e causando desidratação e desequilíbrio eletrolíticos graves devido à sudorese excessiva.

*Parâmetros vitais do suíno Freqüência respiratória Em repouso a 18°C: Jovens: 50 por minuto Adultos: 20 a 30 por minuto Velhos :13 a 15 por minuto Freqüência cardíaca: Adultos: 70 a 80 bpm (batimentos por minuto) Jovens: 200 a 280 bpm (batimentos por minuto) *O comportamento dos animais, rotineiramente, permite a detecção precoce da presença de enfermidades. Procurar tratar o animal ao perceber o início da doença contribui para o sucesso do tratamento. Por: Nazaré Lisboa e Deborah de Geus Suínos & Cia

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Ano VI - nº 32/2009



Recursos Humanos O besouro tem tudo para dar errado

S

erá que o besouro é surdo? Será que ele tem audição seletiva e escolhe não ouvir o que não lhe ajuda? Se você olhar tecnicamente, o besouro não tem a menor estrutura para ser um voador. Sua carapaça é pesada e grande, suas asas pequenas e aparentemente frágeis, sua forma pode ser tudo menos aerodinâmica, mas, quem foi que se esqueceu de avisá-lo sobre tudo isso? Ele simplesmente abre sua carapaça, bate suas asas e sai voando, e se bater em algo, e daí? Ele começa de novo e chega onde quer, obtém o que foi buscar. O que o besouro faz diferente de nós que temos tudo o que precisamos para obter

o que desejamos e que se não tivermos, podemos tratar de desenvolver? Com certeza você conhece a história de pessoas que tinham tudo para dar errado e que “surpreenderam” realizando muito mais do que se imaginava possível. Seriam estas pessoas feitas de um material especial e diferenciado? Pois afirmo, não são não, são feitos do mesmo material que todos os demais, são tão seres humanos como outros. O que diferencia estas pessoas é que elas acreditam em seu poder realizador e que seus sonhos são importantes o bastante para serem levados a sério. O que os diferencia é a força de vontade de enfrentar desafios que muitas vezes nem são encarados como desafios e sim como apenas uma nova etapa. Enquanto eu encarar cada desafio como maior do que meu poder de superálo, vou desprender energia desnecessariamen-

te, energia esta que seria muito mais útil em outro momento. Mas não, eu fico em frente ao obstáculo desperdiçando um tempo precioso em lamúrias, suposições, delírios, nada que de fato se preste à solução. Mais curioso ainda é que eu prefiro ouvir aqueles que me desencorajam, que me desestimulam, que insistem em apontar somente os pontos negativos e dificuldades, do que ouvir aqueles que acreditam em buscar algo mais, que acreditam que todo sonho é atingível. Eu escolho não ouvir estes. Experimente por uma semana pegar emprestados os ouvidos de um besouro, ouça o que lhe serve para a construção, considere menos aos palpites de pouca confiança e pouca credibilidade. Tente bater suas asas e observe aonde pode chegar, qual a distância que pode voar, mas tenha certeza de que sua carapaça aguenta o tombo e cuide para não cair de costas. Tomando certos cuidados, avaliando certos riscos, com certeza poderá chegar mais longe! Por: Monique Edelstein

Suínos & Cia

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Ano VI - nº 32/2009



Reportagem Conhecer um pouco da historia da ABCS (Associação Brasileira de Criadores de Suínos) representa compreender a evolução da cadeia e o porquê a suinocultura brasileira se tornou altamente competitiva

D

o campo à mesa, o suíno

res, o Brasil produz mais de três mi-

contribui para o desen-

lhões de toneladas de carne suína por

volvimento econômico e social de

ano, sendo o quarto maior produtor e

várias regiões do Brasil, garantindo

exportador do ranking mundial.

emprego e renda a milhares de bra-

No Brasil, os três Estados da

sileiros. A evolução da suinocultura

região Sul se destacam na produção

industrial no país atinge a cadeia pro-

da carne suína. Santa Catarina encon-

dutiva como um todo, da genética à

tra-se em primeiro lugar, com 8.422

gestão de negócios, envolvendo as áreas de nutrição, instalação, sanidade, manejo e medidas de preservação ambiental. Até meados do século passado, existiam produtores independentes, com pequenos plantéis e poucas parcerias, sendo raros os vínculos legais

dutiva de suínos, a ABCS trouxe o aperfeiçoamento das raças, com melhoras significativas nos indicadores de produtividade, e abriu oportunidade para fundar as associações estaduais. Sem duvida, o principal papel delas sempre foi defender os interesses eco-

mil cabeças e 724 mil toneladas produzidas; seguida pelo Rio Grande do Sul, com 6.514 mil cabeças e 541 mil toneladas; e Paraná, com 5.049 mil cabeças e 434 mil toneladas. Estes dados referem-se à produção de 2008. Com relação à exportação, o Rio Grande do Sul detém o maior

entre produtores e indústrias. Com o

nômicos e políticos dos criadores de

volume, em conseqüência de acordos

surgimento da Associação Brasilei-

suínos, contribuindo para o desenvol-

comerciais com a Rússia, com 237

ra dos Criadores de Suínos (ABCS),

vimento da suinocultura em todos os

mil toneladas. Santa Catarina expor-

em 1955, no Rio Grande do Sul, essa

aspectos da cadeia produtiva.

tou 168 mil toneladas, seguido pelos Estados de Goiás, Paraná e Minas

realidade começou a mudar. Seus

Atualmente, a entidade pro-

fundadores tinham como principal

porciona interação entre as várias

objetivo buscar melhoramento gené-

regiões produtoras de suíno do país,

Vamos conhecer um pouco

tico do rebanho nacional, por meio de

promovendo a troca de experiências

mais o papel das associações estaduais

incentivo à introdução de raças puras

e informação por meio de eventos na-

que contribuem com o desenvolvi-

que garantissem a produção de suínos

cionais e internacionais, como feiras,

mento da suinocultura nacional, que

com mais percentagem de carne ma-

congressos e intercâmbio técnico.

apresentou resultados positivos no

gra e menos deposição de gordura na carne. Suínos & Cia

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Parte do elo dessa cadeia pro-

Hoje, após 50 anos da criação da primeira associação de suinoculto-

Gerais.

balanço do primeiro semestre deste ano. Ano VI - nº 32/2009


Reportagem Associação Catarinense de Criadores de Suínos – ACCS

Fundada em julho de 1959, a entidade nasceu de uma simples reunião entre criadores de suínos e técnicos, que decidiram montar uma

ACSURS - inauguração da sede em agosto de 1978

Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul – ACSURS

No Rio Grande do Sul, a suinocultura é desenvolvida em mais de 300 municípios, envolve 10 mil produtores e é responsável pela geração de 100 mil empregos diretos e

sede em Concórdia. A ACCS prestou terial para diversas regiões do Estado,

serviços exclusivos para granjas de

para associações de criadores, prefei-

materiais genéticos (reprodutores suí-

turas, cooperativas, sindicatos de tra-

nos) e teve papel fundamental não só

balhadores rurais, entre outros.

na implantação da atividade suinícola

Sempre dinâmica, a ACSURS

em Santa Catarina, mas também no

comemora, neste ano, 37 anos de ser-

melhoramento genético de plantéis e

viços prestados à suinocultura gaú-

na alimentação dos animais.

cha, reivindicando permanentemente,

Suas atividades técnicas, de-

em todas as esferas, os direitos dos

senvolvidas desde o começo da dé-

criadores, especialmente no que se re-

cada de 70 junto às granjas de repro-

fere à atenção aos aspectos sanitário,

dutores suínos, têm como suporte o

ambiental e comercial.

convênio celebrado com a Secretaria

indiretos. Desde que foi fundada, em Estrela, em 1972, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS) teve sua trajetória marcada por conquistas e melhorias proporcionadas ao setor suinícola. Em 1975, a associação iniciou um trabalho pioneiro sobre inseminação artificial. Desde então, a Central de Inseminação Artificial de Suínos, instalada em Estrela, já comercializou mais de um milhão de doses de sêmen. De forma direta ou por meio de convênios, a entidade envia o maAno VI - nº 32/2009

ACCS - sócios e criadores em reunião para obter força necessária para influir na política de desenvolvimento da suinocultura

Suínos & Cia

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Reportagem de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura, a EPAGRI (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina) e a CIDASC (Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina). Atualmente, estão registradas na ACCS 62 granjas, produtoras de reprodutores puros e cruzados, além de 73 núcleos municipais e outros oito regionais que colaboram para que a comunicação entre a associação e o produtor seja mais rápida e eficiente. A organização do suinocultor é fundamental para se obter força necessária para influir na política de desenvolvimento da suinocultura.

Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais – ASEMG

José Maria Assunção - diretor financeiro, João Bosco Martins de Abreu - presidente e José Arnaldo Cardoso Penna, vice-presidente da Asemg

dados referentes ao manejo, nutrição,

Secretaria de Agricultura, o Instituto

genética, instalações e equipamentos,

Mineiro de Agropecuária e a Fede-

além de buscar novidades que possam

ração da Agricultura e Pecuária do

interessar ao aperfeiçoamento da pro-

Estado de Minas Gerais, vem sendo

dução do suíno.

construída com trabalho e empenho,

A relação de parceria que existe entre a ASEMG e órgãos como a

sempre em busca de melhorias para o mercado suinícola mineiro.

Por iniciativa de Ary Guimarães, a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (ASEMG) surgiu em 30 de abril de 1972, em Patos de Minas. Desde então, a entidade se preocupa em difundir e fomentar a criação racional de suínos, oferecendo orientações técnicas que vão do melhoramento genético do rebanho até estratégias de divulgação da carne que objetivam o aumento do consumo. A ASEMG conta com 500 associados e dispõe de diversas informações de grande importância para o aprimoramento da suinocultura, como Suínos & Cia

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Projeto promovido pela DFSUIN juntamente com o SEBRAE - DF, a implantação de biodigestores para o tratamento de efluentes

Ano VI - nº 32/2009


Reportagem Um exemplo dos benefícios que a união pode trazer para uma classe produtora é a bolsa de suínos, na qual a coletividade e a parceria com frigoríficos definem o valor de comercialização do animal vivo durante a semana.

Associação dos Criadores de Suínos do Distrito Federal – DFSUIN

A APS auxilia junto aos sócios um melhor desenvolvimento da suinocultura por meio da negociação por melhores preços e o incentivo ao consumo da carne suina

A Associação dos Criadores de Suínos do Distrito Federal (DFSUIN) foi fundada em 30 de março de 2000

ção administrativa das indústrias e a

va, em 30 de março de 1971, reúne,

padronização dos controles sanitários.

atualmente, 5 mil associados. Desde

Para o varejo foi disponibilizado trei-

então, auxilia os produtores na reivin-

namento dos açougueiros e a implan-

dicação de preços junto às empresas,

tação de campanhas para a promoção

financiamentos com maiores prazos e

da comercialização da carne suína.

menores juros, registro genealógico, marketing da carne suína, consolida-

pela necessidade de se organizar a cadeia de suinocultura. Inicialmente, 20 produtores se juntaram e fundaram

Associação Paranaense de Suinocultores – APS

a entidade. Pouco tempo depois, ela

Sua missão é promover, orsuinocultura no Estado, bem como

dos abatedouros de suínos. primeira

projetos ambientais. ganizar, difundir e desenvolver a

passou a contar com a participação Como

ção de um preço de referência e em

representar e defender os interesses

iniciativa

dos associados nas esferas municipal,

para o desenvolvimento da cadeia,

estadual e da União.

foi criada a bolsa para a definição do preço do quilo do suíno vivo para a

A entidade promove o de-

região. Logo em seguida, a DFSUIN

senvolvimento da suinocultura no

celebrou um projeto de desenvolvi-

Estado, inclusive o melhoramento

mento da suinocultura local com o

zootécnico, a organização do serviço

SEBRAE-DF. Entre as principais ati-

genealógico e provas zootécnicas de

vidades destacaram-se o licenciamen-

A Associação Paranaense de

interesse do programa de melhora-

to ambiental de todas as propriedades,

Suinocultores (APS), fundada em

mento do Estado. Além disso, ajuda

a implantação de biodigestores para

assembléia realizada na Associação

nas importações, exportações e no

tratamento dos efluentes, a organiza-

Comercial e Industrial de Guarapua-

apoio à comercialização de suínos.

Ano VI - nº 32/2009

Suínos & Cia

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CE

Reportagem Associação Sul-Matogrossense de Suinocultores - ASUMAS

entidade tem importantes desafios, principalmente os ambientais. “Para aumentar a produção de suínos será

Comandada por uma nova diretoria, que estará à frente da Associação Sul-Matogrossense de Suinocultores no biênio 2008/2010, a

preciso recorrer à Secretaria de Meio Ambiente”. Até agora este não tem sido um impedimento para a suinocultura no Estado, cujos abatedouros

2

quantificam 84 mil cabeças por mês,

9 G C

e um número igual é vendido para outros lugares do país. A quantidade de matrizes (fêmeas reprodutoras) é estimada entre 40 mil e 50 mil”, diz o presidente da associação, Arão Antonio Moraes. De acordo com ele, o setor tem tido um crescimento em qualidade e quantidade. Duas cidades têm se beneficiado com este cenário, como Dourados/MS, segunda maior cidade do Estado, que deve receber um investimento de 40 milhões, e São Gabriel do Oeste, onde são negociadas 1.200 Nova diretoria da Associação Sul Matogrossense de Suinocultores

cabeças por dia e 40% da arrecadação tributária vem da suinocultura.

Im pr C an D A O ca M M ef P In In su D

2

8 P C A

A A de Su In E C E R A B P A Su E

13

2

8 P C

M (U C p In Im S P IA A

F

P

Suínos & Cia

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Ano VI - nº 32/2009


CENTER CONVENTION DE UBERLÂNDIA

26::29 OUTUBRO 2009 UBERLÂNDIA - MG

ABRAVES

14º CONGRESSO

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE VETERINÁRIOS ESPECIALISTAS EM SUÍNOS

26 de outubro de 2009 - Pré-Congresso 9:00 às 17:30 Gestão da Prolificidade Coordenador: Fernanda Almeida (UFMG, Brasil) Impactos da programação pré-natal sobre a eficiência dos sistemas de produção de suínos - G. Foxcroft (University of Alberta, Canadá) Crescimento intra-uterino retardado IUGR: implicações sobre a ciência animal - S. W. Kim (North Carolina, States University, EUA) Debate Almoço (13:00-14:30) O novo melhoramento genético: sobrevivência do leitão e qualidade de carne. Combinação da seleção quantitativa e genética molecular -Antonio Muñoz (Universidad de Murcia, Espanha) Manejo da alta prolificidade em plantéis franceses: podemos aliviar os efeitos colaterais na sobrevivência dos leitões - Sylviane Boulot (Institut du Porc, França) Intervalo Influência do peso ao nascimento sobre o desenvolvimento pós-natal em suínos - Fernanda Almeida (UFMG, Brasil) Debate 27 de outubro 2009 - Palestras Magistrais 8:00 às 16:00 Palestras Magistrais Coordenador: Glauber Machado (Integrall Soluções em Produção Animal) Abertura A evolução da produção de suínos para atender às necessidades globais de alimentos - Rubens Valentini (Associação Brasileira dos Criadores de Suínos, Brasil) Intervalo Estudos relevantes em nutrição de suínos no século passado - G.L. Cromwell (University of Kentucky, EUA) Evolução da sanidade suína no Brasil e seus desafios futuros - Ronaldo Reis (IPEVE, Brasil) Almoço (13:00 ás 14:30) Bem Estar Animal: uma visão aplicada - Joan Sanmartín (Optimal Porc Production, Espanha) As granjas do futuro: produção de alimentos, energia, água e adubo. Sustentabilidade total - Antonio Muñoz (Universidad de Múrcia, Espanha) 13:00 às 20:00 - Feira

28 de outubro de 2009 8:30 às 13:00 Painel: Reprodução Coordenador: Paulo Roberto Souza da Silveira (UNITECNO, Brasil) Manejo da marrã e da porca para otimizar a produtividade - G. Foxcroft (University of Alberta, Canadá) Crescimento, estado corporal e desempenho reprodutivo em marrãs e primíparas suínas - Fernando Bortolozzo (UFRGS, Brasil) Intervalo Impacto da avaliação seminal sobre a eficiência reprodutiva do varrão Sara Williams (Universidad Nacional de La Plata, Argentina) Programas de seleção para aumentar o impacto genético dos machos de IA - G. Foxcroft (University of Alberta, Canadá) Apresentação Oral e Pôsters Feira-13:00 às 18:00

8:30 às 13:00 Painel: Genética Coordenador: Robson Antunes (UFU, Brasil) Clonagem, transgenia, epigenética e RNA de interferência em suínos: o que o mundo tem feito ? - Maurício Franco (Cenargen, Brasil) Sobrevivência Eficiente de Leitões: combinando genética, ambiência e alimentação para um baixo custo no início da terminação - Egbert Frank Knol (Institute for Pig Genetics, Holanda) Intervalo Interesse do sangue chinês para a produção industrial atual e perspectivas de evolução para o futuro - Jean-Pierre Bidanel (Institut National de la Recherche Agronomique , França) Melhoramento genético para sobrevivência e qualidade do leitão através do método LP-5: fundamentos, ganhos e perspectivas futuras Soren Bendtsen (Genetisk Forskning og Udvikling, Dinamarca) José Aurélio Bergman (UFMG, Brasil) Apresentação Oral e Pôsters Feira - 13:00 às 20:00 Assembléia Geral da ABRAVES - 17:00 ás 19:00 Jantar de Congraçamento - 20:00 29 de outubro de 2009, quinta-feira 8:30 às 13:00 Painel: Sanidade Coordenador: Roberto Guedes (UFMG, Brasil) Diarréias por Clostridium em leitões - Robert Glock (University of Arizona, EUA) Cepas de alta patogenicidade de Mycoplasma Hyopneumoniae Dominique Maes (Ghent University, Bélgica) Intervalo PCV2 nos Estados Unidos - Tanja Opriessning (Iowa State University, EUA) Experiência brasileira no controle da infecção por PCV2 - David Barcellos (UFRGS, Brasil) Apresentação Oral e Pôsters Feira - 13:00 às 20:00 8:30 às 13:00 Painel: Nutrição e Manejo Coordenador: Prof. Elias Fialho (UFLA, Brasil) Interação entre nutrição e ambiência - S. W. Kim (North Carolina, States University, EUA) Definição de programas de nutrição para recria e terminação em sistema a vontade e restrito através de curva de consumo: Aspectos de desempenho, qualidade de carcaça e econômicos - Uislei Antonio Dias Orlando (Perdigão, Brasil) Intervalo Novas ferramentas para controlar a variabilidade na cadeia de produção de suínos - J.F. Patience (Iowa State University, EUA) Alternativas a castração cirúrgicas de leitões: novo cenário europeu Antonio Muñoz (Universidad de Murcia, Espanha) Apresentação Oral e Pôsters Feira - 13:00 às 20:00

INFORMAÇÕES: http://www.abravesmg.org.br/congresso/abraves2009 PATROCÍNIO PLATINA:

PATROCÍNIO OURO:

REALIZAÇÃO: ABRAVES MG (31) 3491-7122

ORGANIZAÇÃO:

CBRA


Divirta-se Encontre as palavras Vamos encontrar no diagrama ao lado quais são as características do atual médicoveterinário que trabalha na suinocultura: Pró-ativo Determinado Sonhador Empreendedor Inovador Treinador de equipe Administrador Bom humor Perseverante Líder Educador Criativo

S M V R G A Q I W E E A R S I O U U E Y M Y M E X R O V R G

S S F F R S N F Q D W L G D R D T D F R S M C R I A T I V O

D C D G T S J R G T I N O V A D O R C U N O N O T D J Q G T

F D I O D Q I T V A Z M X N L S V R B B N R N L Y F I N V Y

A F G H A P O C I L T K R J E H T N C H L I K H R G U F C H

H G B X F R H Q R N H H B X N H A J X N M I C A A K H C Z N

J A B D C Ó B E K B O M H U M O R N Y B U B L K B D I S D B

K H H S G A V W A B L N C M D L R H E E K V V F V K O F E V

L O Y Q R T G J J F L G Y W F L G Y W F L G A J S L G R A L

P J U C H I Y L G G P Y U S G P Y U S G P Y N I C O A T C T

Q S J W O V O K O H O T J Z H O T J Z H O T T H L O V B S K

O F M P I O F O D J I F M X J I F M X J I F R O J I F B L M

W A A E Z R C I O M U C K A M U C K A M U C E T M U D N D J

E Z D I U Y X Y T N Y X I Q N Y X I Q N Y X I G N C K E S N

M D S M N T D L J K T D O W K T D O W K T D N R L T X N R H

P D O F I B S U M L R R L A L R R L A L R R A F L Z C L E S

R E T Y G N E V I P E E P S P E E P S P E E D I P I V M G O

E S P F L C I I E O W S P D O W S P D O W S O D E X B I R C

E Z O E C Q F S Q I Q Z O E I Q Z O E I Q Z R A R O N L T H

N A I R B G A I T U Z A I R U Z A I R U Z A D R S Z J O T A

D Q S F U X N L D R X Q L F J X Q L F J X T E T E M H L J T

E W K M T C W H U K A W K C K C E K C I C W E C V Q Y K L O

D A P I O I U I Y A Y D R S H V D J X H L D Q N E F L J K S

O D U Z N A Z U A H B Z O Z G B U U Z G S U U I R B F U O G

R X N A D W X N A F L X N R F N C N A D F U I H A R O E A F

R S M Q S R S H Q C M N M Q F M A M H C R A P I N M B M C C

L W B W D L W B C D K S H A G Y D B W R V W E W T L D B W D

D R T T R Y I U A M H E H E X P O H E X O E H E E A D H E X

O D E T E R M I N A D O Y D C T R F B O R F D H R O N Y D S

K C T H A R E C W R D O R F Z K C T S Z K C T F Z K C E F Z

Teste seus conhecimentos Produzir alimento e alimentação animal também tem suas exigências. As Boas Praticas de Fabricação (BPF) são fundamentais para obter excelência na produção de Ração. Para isso, deve-se realizar processos e procedimentos que atendam à regulamentação de Fábrica de Ração dentro das exigências do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), citada desde o dia 3 de Fevereiro de 2007. No questionário abaixo, respondendo (V) Verdadeiro e (F) Falso, pode-se avaliar qual seu grau de conhecimento quanto à prática de BPF em fábrica de ração. Vamos responder? ( ) Boas práticas de fabricação são o conjunto de regras a serem seguidas para produção de ração, considerando o equilíbrio de vários fatores: exigência animal, proteção ambiental, conforto e bem-estar animal, segurança dos operários e do consumidor. Suínos & Cia

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( ) Boas Práticas de Produção conjunto de medidas que envolvem as questões legais, ambientais, econômicas, de manejo e de segurança de produtos relacionadas aos sistemas de produção agropecuários para que estes se desenvolvam de forma harmônica entre todos os elos da cadeia. ( ) As Boas Práticas de Fabricação de ração inclui somente procedimentos higiênicos aplicados em todo o fluxo de produção, desde a obtenção dos ingredientes e matérias-primas até a distribuição do produto final. ( ) As Boas Práticas de Fabricação são um conjunto de regras e requisitos para a garantia da segurança parcial dos alimentos para o homem. ( ) POPs - São Procedimentos Operacionais Padrões que têm

por objetivo a descrição sucinta e objetiva dos procedimentos de instruções, técnicas e operações rotineiras a serem utilizados pelos fabricantes de produtos destinados à alimentação animal, visando à proteção, à garantia de preservação da qualidade e inocuidade das matérias-primas, produto final e segurança dos manipuladores. ( ) Segundo OMS/FAO são considerados perigos em alimentos todo agente biológico, físico, químico. ( ) Para a Codex Alimentarus, segurança alimentar é a garantia de que os alimentos não causem danos ao consumidor, quando preparados e ou consumidos de acordo com o uso a que se destinam. Janaina Andrade Departamento Técnico Nutrifarms Ano VI - nº 32/2009


Divirta-se

Jogo dos 7 erros

Caso clínico

A foto ao lado demonstra um animal com aproximadamente 90 dias de idade. Nesta propriedade 70% do lote apresentava sinais clínicos como inapetência, febre de 40,2 ˚C, incoordenação motora, hematúria (presença de sangue na urina), hematoquisia e tenesmo. Na necropsia foi observada a presença de gastrite aguda, enterite , rim aumentado de tamanho e cistite com presença de hematúria. Com estas informações assinale abaixo qual o seu diagnóstico. ( ) Leptospirose ( ) Salmonelose ( ) Intoxicação por Salinomicina + Tiamulina ( ) Intoxicação por Lantana camara ( ) Circovirus suíno Tipo 2 (PCV-2)

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Encontre as palavras S M V R G A Q I W E E A R S I O U U E Y M Y M E X R O V R G

S S F F R S N F Q D W L G D R D T D F R S M C R I A T I V O

D C D G T S J R G T I N O V A D O R C U N O N O T D J Q G T

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D A P I O I U I Y A Y D R S H V D J X H L D Q N E F L J K S

O D U Z N A Z U A H B Z O Z G B U U Z G S U U I R B F U O G

R X N A D W X N A F L X N R F N C N A D F U I H A R O E A F

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Jogo dos 7 erros

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O D E T E R M I N A D O Y D C T R F B O R F D H R O N Y D S

K C T H A R E C W R D O R F Z K C T S Z K C T F Z K C E F Z

Teste seus conhecimentos ( V ) Boas práticas de fabricação são o conjunto de regras a serem seguidas para produção de ração, considerando o equilíbrio de vários fatores: ... ( V ) Boas Práticas de Produção - conjunto de medidas que envolvem as questões legais, ambientais, econômicas, de manejo e de... ( F ) As Boas Práticas de Fabricação de ração incluí somente procedimentos higiênicos aplicados em todo o fluxo de produção, desde... ( F ) As Boas Práticas de Fabricação são um conjunto de regras e requisitos para a garantia da segurança parcial dos alimentos para o... ( V ) POPs - São Procedimentos Operacionais Padrões que têm por objetivo a descrição sucinta e objetiva dos procedimentos de... ( F ) Segundo OMS/FAO são considerados perigos em alimentos todo agente biológico, físico, químico. ( V ) Para a Codex Alimentarus, segurança alimentar é a garantia de que os alimentos não causem danos ao consumidor, quando preparados e...

Caso clínico A foto ao lado demonstra um animal com aproximadamente 90 dias de idade. Nesta propriedade 70% do lote apresentava sinais clínicos como inapetência, febre de 40,2 ˚C, incoordenação motora, hematúria (presença de sangue na urina), hematoquisia e tenesmo. Na necropsia foi observada a presença de gastrite aguda, enterite , rim aumentado de tamanho e cistite com presença de hematúria. Com estas informações assinale abaixo qual o seu diagnóstico. ( ) Leptospirose ( ) Salmonelose ( X ) Intoxicação por Salinomicina + Tiamulina ( ) Intoxicação por Lantana camara ( ) Circovirus suíno Tipo 2 (PCV-2) Suínos & Cia

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