Contemporaneu - arquitetura contemporânea #06

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editoria

O trabalho do arquiteto envolve diversas áreas do conhecimento e os mais variados objetos de atuação. Nesta edição #6, por exemplo, temos dois exemplos de linhas de atuação prioritariamente diferentes. A postura quanto ao meio ambiente: por um lado, a arquitetura a serviço da natureza, preocupada com a inserção de baixo impacto ambiental. O que se vê no projeto urbano chinês é um esforço em defesa do ambiente. Em contraposição, a arquitetura que se protege do mesmo ambiente, das forças naturais muitas vezes catastróficas, e de previsão incerta. É o exemplo da casa à prova de inundações na costa oeste dos Estados Unidos. Esta, uma arquitetura que protege da natureza. Não chegam ao antagonismo, já que, a princípio, toda arquitetura serve de abrigo às intempéries. Na mesma linha de raciocínio, vemos em relação a bens patrimoniais: o arquiteto que promove uma intervenção em área histórica, inserindo o novo, um edifício comercial, a serviço do cliente. E o que atua para a proteção do patrimônio, na criação de um museu que abrigue um sítio arqueológico. Com objetivos iniciais essencialmente diferentes, ambos podem chegar a resultados semelhantes: melhoria do local de intervenção, valorização do entorno, maior zelo das pessoas que irão freqüentar os novos espaços e consequentemente, proteção ao patrimônio. Veremos também o arquiteto-fotógrafo e o arquiteto-cliente, produzindo grandes obras. Um com olhar e as lentes para o passado; o outro cauteloso com o futuro, em sua casa desmontável. Equipe Contemporaneu

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Para dúvidas, sugestões, críticas, entre em contato com a Contemporaneu - arquitetura contemporânea pelo email: opiniao@contemporaneu.com Ano 01 Edição #06 Capa: Insidehouse & Outsidehouse Arquiteto: Takeshi Hosaka Architects

Editor Chefe: Gabriel Vespucci Diretora de Arte: Francis Graeff Fotógrafos desta edição: Adam Mørk, Boris Cvjetanovic, Bruce Damonte, David Franck, Juan Pablo Maza, Masao Nishikawa, Mateus Sá, Paul Czitrom, Shannon McGrath, Toshihiro Sobajima Agradecimento: Andreas Davidsen, Bráulio Vinícius Ferreira, Bruno Lima, Elina Tenho, Felipe Tanos, Josip Sabolić, Lucrecia Sodo, Lula Marcondes, Mark Cashman, Matthew Peek, Megumi Hosaka, Pernille Dam Jensen, Vinicius Libardoni, Wilko Hoffmann

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estante

Yes Is More: An Archicomic on Architectural Evolution Bjarke Ingels - Evergreen

Disposto em forma de história em quadrinhos, o livro é um catálogomanifesto-pop que expressa o processo criativo do BIG em 35 de suas obras ao redor do mundo, percorridas desde a prancheta até a construção concluída.

The Green House: New Directions in Sustainable Architecture Alanna Stang, Christopher Hawthorne - Princeton Architectural Press

O livro aborda 29 projetos contemporâneos com soluções criativas que abordam a sustentabilidade em centros urbanos, subúrbios, desertos em diversos países.

Architecture Materials: Concrete Angelika Taschen - Taschen

Utilizado tanto em construções quanto em interiores, o concreto é o material mais utilizado em arquitetura. Com grande quantidade de fotos e desenhos técnicos, esta publicação apresenta 25 projetos selecionados pela historiadora da arte Angelika Taschen.

Digital Fabrications: Architectural and Material Techniques (Architecture Briefs) Lisa Iwamoto - Princeton Architectural Press

Com passo a passo de obras criadas digitalmente, o livro desmistifica e explica 5 técnicas de produção digital em projetos de Hitoshi Abe, SPAN, Office dA, Howeler Yoon, entre outros.

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Agend

Brasil Fórum EcoTech

02 e 03/12/2010 São Paulo – São Paulo

As construções de Brasília até 30/01/2011 São Paulo – São Paulo

Panorama da Arquitetura Uruguaia até 07/12/2010 Brasília – Distrito Federal

IV Congresso Estadual de Arquitetos - SP 25 e 26/02/2011 Bertioga – São Paulo

9º Seminário Docomomo Brasil 19 a 22/04/2011 Brasília – Distrito Federal

Mundo Trienal de Arquitectura de Lisboa 14/10/2010 a 16/01/2011 Lisboa – Portugal

World of Concrete

18 a 21/01/2011 Las Vegas – Estados Unidos Tens 2011 - IV Simposio Latinoamericano de Tensoestructuras 06 a 08/04/2011 Montevidéu – Uruguai

100 Años de Enseñanza en Arquitectura 05 a 07/07/2011 Lima – Peru

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Arquitetos e Estudantes Lofts Boutique

Inscrições até 30/12/2010 Envio do material até 15/01/2011 d3 Housing Tomorrow 2011 Inscrições até 10/01/2011 Envio do material até 20/01/2011

2011 Skyscraper Competition

Concursos

Inscrições até 11/01/2011 Envio do material até 18/01/2011

Jump the Gap International Design Contest by Roca 2010-2011 Inscrições até 31/01/2011 Envio do material até 29/04/2011

Living City Design Competition Inscrições até 1/02/2011

OISTAT Theatre Architecture Competition 2011 Inscrições até 11/03/2011

Arquitetos Concurso Porto Olímpico Inscrições até 27/12/2010

Estudantes 9th Iahh International Student Design Competition 2011 Inscrições até 25/01/2011

Trimo Urban Crash 2011 Inscrições até 31/01/2011

Concurso Internacional de Ideias - Setores Centrais do Plano Piloto de Brasília – Rumo ao Centenário Inscrições até 18/03/2011 Envio do material até 03/04/2011 contemporaneu #06 | 13


agenda Brasil Fórum EcoTech

02 e 03/12/2010 São Paulo – São Paulo

As construções de Brasília até 30/01/2011 São Paulo – São Paulo

Panorama da Arquitetura Uruguaia até 07/12/2010 Brasília – Distrito Federal

IV Congresso Estadual de Arquitetos - SP 25 e 26/02/2011 Bertioga – São Paulo

9º Seminário Docomomo Brasil 19 a 22/04/2011 Brasília – Distrito Federal

Mundo Trienal de Arquitectura de Lisboa 14/10/2010 a 16/01/2011 Lisboa – Portugal

World of Concrete

18 a 21/01/2011 Las Vegas – Estados Unidos Divulgue um evento ou concurso: envie e-mail para mail@contemporaneu.com

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Estudantes 9th Iahh International Student Design Competition 2011 Inscrições até 25/01/2011

Trimo Urban Crash 2011 Inscrições até 31/01/2011

Arquitetos Concurso Porto Olímpico Inscrições até 27/12/2010

Arquitetos e Estudantes Lofts Boutique

Inscrições até 30/12/2010 Envio do material até 15/01/2011 d3 Housing Tomorrow 2011 Inscrições até 10/01/2011 Envio do material até 20/01/2011

2011 Skyscraper Competition Inscrições até 11/01/2011 Envio do material até 18/01/2011

Jump the Gap International Design Contest by Roca 2010-2011 Inscrições até 31/01/2011 Envio do material até 29/04/2011

Living City Design Competition Inscrições até 1/02/2011

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Takeshi Hosaka Architects Fotos: Masao Nishikawa e Toshihiro Sobajima


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Takeshi Hosaka Architects

O arquiteto japonês Takeshi Hosaka tem uma obra sólida e premiada. Com seu escritório em Yokohama, realizou trabalhos explorando temas dos mais variados dentro da arquitetura. Junto da nova leva de arquitetos japoneses, Hosaka se esforça para transformar pequenos terrenos, alguns dentro de uma densa malha urbana sufocante, em construções que respiram. Tradicionais características orientais como a pureza ou mesmo o branco, a relação peculiar com a natureza, as dimensões reduzidas dos cômodos e as linhas retas seguem acompanhando os projetos deste arquiteto nascido em 1975. O design simples e sóbrio sem se ligar a uma estética precisa, valoriza a relação entre corpo e experiência

da arquitetura, sem ilusionismo tecnológico ou retórico. Aqui selecionamos 4 residências construídas nos últimos cinco anos e que entre semelhanças e diferenças, comunicam-se com questões relativas à luz, à privacidade, ao aproveitamento dos espaços e às condições atmosféricas. Lidar com as mudanças no tempo parece, na maioria dos casos, uma imposição, uma obrigação sensorial. Enquanto a Love House é um retiro espiritual, a Garden House é uma fusão entre dentro e fora. Enquanto a InsideHouse & OutsideHouse é o palco sobre o qual os moradores são intérpretes de uma performance viva de sua própria rotina, a Acrylic House é a própria protagonista.

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Takeshi Hosaka Architects

Love House [Yokohama, 2005]

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Takeshi Hosaka Architects

O arquiteto evoca a Gênesis do Velho Testamento ao justificar suas escolhas para esta casa de 9 metros de profundidade por incríveis 2,70 metros de largura. São considerados os elementos primitivos da natureza, criados por Deus em 6 dias, para compor o programa interno de uma “casa do amor” para um casal em Yokohama: luz e trevas, chamados de dia e noite. Céu, terra e água. Árvores e frutos. Sol, estrelas e lua. Animais. Homem e mulher. É uma caixa, com um corte curvo no teto, por onde passam e penetram o sol e a lua, a água, o luar, os insetos, os pássaros. A curva no teto é seguida pela curva da escada que leva à varanda, à sala e à cozinha. Quarto e banheiro estão embaixo. Uma árvore frutífera, um coelho e um casal completam o conjunto estruturado em madeira. Sem janelas, somente a porta e um buraco. As mudanças do tempo, a observação e a reflexão são o grande atrativo. Uma síntese da Criação, vista da varanda superior, alimentada pela não existência da luz elétrica ou da televisão. Apenas velas, opcionais. contemporaneu #06 | 23


Corte Longitudinal

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Takeshi Hosaka Architects

Planta Baixa Pavimento TĂŠrreo, Primeiro Pavimento e Cobertura

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Takeshi Hosaka Architects

Acrylic House [Yamanashi, 2006]

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Uma obra de arte. Vista de cima, são três retângulos, um inscrito no outro, não concêntricos. Vista de ­frente são três faixas brancas, flutuando levemente uma sobre a outra. A “transparência tanto quanto possível” buscada, consiste na proximidade da natureza [8 saídas ou entradas para o ar puro], garantia de privacidade e transparência total do material. O acrílico é mais transparente do que o vidro, sem juntas, são chapas dobradas vindas de fábrica; a maior limitada em tamanho para passar em um túnel quando transportada para o local. 20 milímetros que separam o exterior bucólico da vida familiar.




Takeshi Hosaka Architects

Garden House [Yokohama, 2007]

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Uma casa em que se sente ao ar livre. Total integração entre exterior e interior. Todos os ambientes são voltados para o pátio interno, graças à transparência e movimentação dos fechamentos, à leveza do guardacorpo e à ocupação de duas faces inteiras do terreno triangular. Estrutura de madeira e concreto armado. Dimensões, materiais, mobiliário e usos semelhantes, dentro e fora, reforçam ainda mais a falta de ruptura entre os espaços. 32 | contemporaneu #06



Planta Baixa Pavimento TĂŠrreo

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Takeshi Hosaka Architects

Planta Baixa Cobertura

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Takeshi Hosaka Architects

Insidehouse & Outsidehouse [T贸quio, 2009]

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Takeshi Hosaka Architects

Duas unidades independentes de dois andares em estrutura de madeira. Um movimento fluido entre interno e externo. E também entre interno aberto e interno fechado. Janelas desencontradas, paredes desalinhadas e ambientes abertos só acessados por escadas nem tão acessíveis. Acessadas ou escaladas. Conexão direta entre os dois blocos quase física, mas visual, sonora e olfativa. Linhas retas, espaços exíguos, brancos e interior e exterior. Como não poderia deixar de ser.

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Planta Baixa Pavimento TĂŠrreo

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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Takeshi Hosaka Architects

Planta Baixa Cobertura

Corte Longitudinal contemporaneu #06 | 41



Tian Yi Town Schmidt Hammer Lassen Architects Fotos: Adam Mørk


urbano

Em 2007 a cidade chinesa de Wuxi foi destaque nas manchetes internacionais devido a um problema que enfrentava: a enorme quantidade de algas azuis no Lago Taihu, principal fornecedor de água para a cidade. A população passou por diversas dificuldades por conta da falta de água potável e para higienização. Com mais de 5 milhões de habitantes, segundo contagem do ano 2000, Wuxi se mantém em processo de

crescimento residencial e industrial, expandindo os limites urbanos. Hoje, porém, com grande preocupação ambiental. O novo empreendimento da Sunshine 100, empresa do ramo imobiliário, apresenta técnicas de baixo impacto ambiental, elaboradas a partir de um concurso para o qual escritórios foram convidados para desenvolverem um novo bairro na cidade.



urbano

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Tian Yi Town

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urbano

Vencedores do concurso, os arquitetos dinamarqueses do SHL juntamente com o também dinamarquês PK3 Landscape Architects e os engenheiros do WSP FLACK, projetaram um complexo de edifícios residenciais e comerciais, equipamentos de lazer, saúde, cultura e educação. Nada menos do que o necessário para receber os 15 mil novos moradores. Dispostos em 780.000 m2, as 9 mil novas residências ocupam uma antiga porção de terras alagadiças em meio à zona industrial e estão organizadas

de maneira que os moradores possam atingir todos os equipamentos, prédios comerciais, serviços e moradias em poucos minutos a pé ou por meio de ciclovia. A pretensão, assim, é diminuir a utilização de automóveis e melhorar a qualidade de vida. O desenho, não convencional para um empreendimento imobiliário, acabou sendo um dos maiores atrativos. Os blocos alinhados no eixo leste-oeste e com alturas diferentes, proporcionam uma maior incidência solar nos edifícios e nas áreas de lazer. Isso possibilita também a criação de terraços independentes para os apartamentos de cobertura e o posicionamento de painéis fotovoltaicos nas mesmas. Com o formato em ziguezague dos blocos e sua posição adequada, cria-se uma barreira para o vento noroeste, predominante no inverno, protegendo as áreas de lazer. Por outro lado, possibilita a passagem do proveniente de leste, predominante no verão. Rodeado por rios, o novo bairro será abastecido por suas águas, passando por um sistema de tratamento de água por vegetação [conhecido como “wetland construído”], proporcionando, juntamente com o extenso plantio de árvores, áreas gramadas e córregos entre os blocos, temperaturas amenas no verão e baixo impacto no microclima urbano.


Tian Yi Town





GOIÂNIA VERaCIDADE Bráulio Vinícius Ferreira arquiteto, professor, fotógrafo, blogueiro



PARALELAS



PONTA A PONTA



PONTO DE FUGA CELESTE



REVERSA



LUZ E SOMBRA



CONCORDÂNCIA



VISTA LATERAL



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projetos



Casa à prova de inundações Studio Peek Ancona Stinson Beach, EUA Fotos: Bruce Damonte


90 m2

Segundo estudos realizados na Universidade do Sul da Califórnia, esta região já recebeu cerca de 20 tsunamis nos últimos dois séculos. Além disso, o mapa de inundações provenientes de tsunamis, provocados pelo movimento de placas tectônicas ou massas de água, prevê risco em toda a costa. Preocupado com o futuro da pacata praia californiana, o proprietário encomendou ao escritório com base em São Francisco, uma casa de fimde-semana para casal com uma filha e que fosse à prova de inundações provocadas por tsunamis, chuvas e aumento do nível do mar. Tudo isto em um pequeno terreno compar74 | contemporaneu #06

tilhado com uma casa de praia da década de 40. Com a intenção de preservar o ­edifício preexistente e seguindo as diretrizes para este tipo de arquitetura, o escritório construiu ali o protótipo desenvolvido de construção à prova de inundações. As diretrizes projetuais para este modelo de construção determinava a altura mínima de 3,65 m para o pavimento térreo e limitava o segundo pavimento a 42 m2 construídos. O escritório utilizou dessa área, 32m2 na construção de decks em balanço. O principal deles contém a escada, fazendo o acesso dos níveis inferior / superior.


Casa à prova de inundações


90 m2


Casa à prova de inundações

A casa antiga contém as funções ­sociais da residência, como sala de jantar, estar e cozinha. Já a nova construção abriga, no pavimento térreo, um espaço livre que pode ser tanto área de lazer quanto garagem. O fechamento deste pavimento é feito com placas de madeira móveis, que podem ser levantadas em caso de inundação para permitir a circulação da água e servem de plataformas de acesso.

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Casa à prova de inundações

Literalmente ancorada, a construção possui 8 pilares sobre fundações estilo radier, leve para flutuar sobre o solo, mas pesada o suficiente para segurar a construção contra o impacto das ondas. A ventilação natural é feita através das aberturas nas quatro fachadas, sendo desnecessários equipamentos de ventilação nos dias quentes. As ripas de madeira da escada que fecham o deck em balanço, permitem a circulação do ar e barra parcialmente a incidência solar.

Construído em steel frame e materiais encontrados na região, o protótipo pode ser reproduzido em diversos países de forma rápida e econômica, constituindo uma alternativa às residências convencionais em regiões com risco de inundações.


90 m2

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Casa à prova de inundações

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90 m2

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90 m2

Implantação

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Casa à prova de inundações

Planta Baixa Primeiro Pavimento

Planta Baixa Pavimento Térreo contemporaneu #06 | 85



Casa Mixcoac PRODUCTORA e FRENTE arquitectura

Cidade do México, México Fotos: Paul Czitrom e Juan Pablo Maza


92 m2

A rua que abriga exemplos de arquiteturas das diversas décadas do século passado esconde, por trás de uma singela fachada branca com esquadrias amarelas, a recém terminada Casa Mixcoac. Construída sobre o terreno de uma antiga residência, os arquitetos optaram por manter a fachada original conversando com o entorno. Um projeto aparentemente tímido. Atravessando o portão que um dia foi marrom, porém, depara-se com um jogo impressionante de ilusão de ótica provocado unicamente pelo projeto. No pavimento térreo, metade dos poucos mais de 100 m2 do terreno é ocupada por um bloco rasgado em uma das laterais do teto para a entrada de iluminação. Contém a sala de jantar e estar, cozinha, uma suíte e um escritório - este último localizado na parte frontal, utilizando a antiga janela para a rua como sua abertura. No nível superior, um polígono irregular que rotaciona até cobrir parte do jardim. O restante do terreno é ocupado por um jardim, mas não um jardim qualquer. Analisando os desenhos e fotos, percebe-se que, aparentemente, o terreno possui muito mais que 17 metros de profundidade. 88 | contemporaneu #06




Casa Mixcoac

A impressão de maior comprimento do jardim é causada por diversos fatores combinados que enganam nosso olhar. O jardim é inclinado, sendo elevado 75 centímetros nos fundos do terreno. Contribuindo para este aspecto, a laje do bloco do pavimento térreo segue um ponto de fuga forçado. Assim como a esquadria da janela, que acompanha a distorção e se estende por toda a parede voltada à área gramada. A modulação do vidro, por fim, diminui progressivamente à medida em que a janela se afasta do observador. Está completa a ilusão. Somente são visíveis a antiga fachada e duas pequenas janelas do bloco superior, sem que se imagine que este se abre para nordeste, ficando protegido dos olhares de terceiros. Neste pavimento, que tanto preza pela individualidade, está apenas o quarto do casal e um banheiro, que empresta suas aberturas para a rua. contemporaneu #06 | 91


92 m2

Término da Obra: 2006 Área construída: 92 m2 Projeto: PRODUCTORA e FRENTE/Juan Pablo Maza Colaboradores: David Ortega, Gabriela Morales, Verónica Espinosa, Jair Calderón Eng. Estrutural: Oscar Trejo

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Casa Mixcoac

Planta Baixa Pavimento TĂŠrreo

Corte Longitudinal

Primeiro Pavimento

Cobertura

Corte Transversal contemporaneu #06 | 93



ResidĂŞncia no Derby O Norte

Recife, Brasil Fotos: Mateus SĂĄ



Residência no Derby

A Residência no Derby é resultado de duas etapas. No ano de 2003, foi concluído o projeto da casa desmontável com dois blocos e sistema estrutural misto. Alvenaria e concreto nas áreas molhadas e sistema pré-moldado de madeira nas áreas de convívio. Quatro meses foram necessários para construir cada um destes blocos. Cinco anos depois, foi finalizada a reforma com acréscimo de área: adição de um novo pavimento com mais dois quartos e uma torre anexa de banheiro e caixa d’água, em estrutura de concreto.



Residência no Derby

Com aparência de uma casa na árvore, a residência, na verdade, está entre as árvores. O projeto, vencedor da premiação anual do IAB/PE na categoria “residência familiar”, é de autoria do O Norte – Oficina de Criação. Mais do que um escritório convencional de arquitetura, é uma agência multidisciplinar dirigida pelos arquitetos Bruno Lima, Lula Marcondes e Chico Rocha, além de Lucia Duncan, que conta com uma formação abrangente: é formada em Estudos de desenvolvimento econômico, social e político e tem mestrado em cinema. A criação do grupo transita pelas áreas de artes visuais, design, vídeo, eventos e, claro, arquitetura. A sede é localizada no Recife, precisamente onde já funcionou um dia a Revista do Norte, primeiro periódico de arte e cultura do norte-nordeste. A construção da sede do escritório, foi, além do primeiro projeto do grupo, importante por batizar a oficina em ­homenagem à antiga publicação. A casa foi projetada para ser a moradia de um dos arquitetos d’O Norte, Bruno Lima. Por estar em uma área de franca verticalização da capital pernambucana, a ideia foi fazer uma casa desmontável, baseada em peças pré-fabricadas, tendo em vista uma futura negociação do terreno. Assim, a casa poderia ser transferida para outro endereço. Usando apenas cinco diferentes seções de madeira, o material contemporaneu #06 | 99


150 m2

está presente na estrutura, nos brises, no assoalho e nos fechamentos. Organizada em 3 blocos, a edificação gera espaços confortáveis e tem um aspecto visual muito interessante. O bloco que faz a divisa com o terreno vizinho é todo de concreto e alvenaria e concentra área de serviço, banheiros e cozinha. Encostado à sua frente, está o corpo estruturado em madeira [6 pilares sustentam as áreas sociais e íntimas] com fundação de concreto. Este bloco é suspenso do chão, criando, portanto, garagem e varanda no térreo, e abriga salas, área de estudo e quartos nos andares superiores. No centro dele, no pavimento térreo, há um corredor por onde se dá o acesso à casa e o eixo de circulação vertical. Este corredor é delimitado por cobogós cerâmicos, que permitem fluidez visual e de ar. O terceiro bloco, somente finalizado em 2008, é a torre com o banheiro e caixa d’água. O banheiro é acessado pelo novo pavimento superior através de uma passarela a 6 metros do solo, ficando na exata altura das copas das árvores do terreno, antigamente uma fazenda. Uma arquitetura talvez provisória pelas circunstâncias, mas permanente pela qualidade. Término da Obra: 2003 Reforma: 2008 Área construída: 150 m2 Área do Terreno: 350 m2

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150 m2

Planta Baixa Pavimento TĂŠrreo

Corte Transversal

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Planta Baixa Primeiro Pavimento

Corte Longitudinal


o

ResidĂŞncia no Derby

Planta Baixa Segundo Pavimento

Fachada Noroeste contemporaneu #06 | 103


Casa Mallat MCK Architects

Bellevue Hill, Austrรกlia Fotos: Shannon McGrath



250 m2

Terreno em leve aclive, funções privativas nas pontas e comuns no centro, com pé-direito alto e conectando diretamente sala, cozinha, lareira e piscina. Assim é o esquema básico desta residência localizada em ­Bellevue Hill, uma região arborizada e residencial no subúrbio, a sudeste de Sydney, Austrália. O projeto é do MCK Architects, que

soube respeitar e explorar os anseios dos então futuros moradores: um casal com três crianças. A vitalidade do espaço comum remete à juventude de um dos proprietários. Criado no Líbano, quis reavivar aquela atmosfera de haver um “coração da casa”, amplo e central, onde todos se unem para o estar, o lazer e as refeições, em família.



250 m2

Outro exemplo da simbiose entre profissional e cliente é a cor escolhida para o volume do quarto de hóspedes. Enquanto o arquiteto decidia pelo marrom, o casal sugeriu cores vivas exibindo um livro com obras do mexicano Luis Barragán [19021988]. Foram atendidos e o volume, logo na entrada, passou a rosa. Com aproximadamente 280 metros quadrados, a casa tem um programa generoso e a disposição dos cômodos foi assim definida: três quartos para os três filhos nos fundos da casa, a meio nível acima do térreo. Quase sobre eles, um quarto de brincar + sala de TV. No outro extremo, a parte frontal, estão a suíte para hóspedes e a suíte principal. Acima desta última, um escritório e uma varanda sobre a piscina. Um corredor aberto por sobre a sala, e acessado por trás da lareira, faz a ligação entre os ambientes superiores. Discreto e com soluções pouco com108 | contemporaneu #06

plexas, a casa consegue chamar a atenção pelos detalhes e pelo êxito no exercício de orientar ambientes e acessos, aglutinar ou separar espaços e combinar de forma simples cores e texturas. O quintal gramado é livre para as crianças brincarem. A piscina fica ao norte para ser contemplada com muita insolação durante todo o dia. O corredor de acesso aos quartos se abre dos dois lados, com portas de correr, criando ventilação cruzada e integrando os ambientes ao exterior nas faces norte e sul. Na fachada principal, o rosa à la Barragán coexiste com a permeabilidade visual de uma trama de madeira, muros baixos de tijolos e jardim. Por dentro, o tijolo convive com a madeira do teto e o cinza do piso, da lareira e da bancada da cozinha. A casa que é, por vezes térrea e por vezes assobradada é coberta por um plano único que se contrapõe ao piso de diferentes níveis.


Casa Mallat

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250 m2

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Casa Mallat

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Casa Mallat


250 m2

Planta Baixa Pavimento TĂŠrreo

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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Casa Mallat

Fachada Leste

Corte Longitudinal

Corte Longitudinal

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Museu de Arqueologia de Narona radionica arhitekture Vid, Croรกcia Fotos: Boris Cvjetanovic



1200 m2

As construções em pedra que circundam o museu revelam um pouco da história da pequena Vid, com seus pouco mais de 800 habitantes. Descoberta como sítio arqueológico no século XIX, a cidade croata se localiza próxima à fronteira da Bósnia e Herzegovina. Inicialmente um porto grego para o mar Adriático, Narona, como era chamada a cidade, foi fundada em 4 a.C. Tornouse, após as invasões, uma importante

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colônia romana com aproximadamente 17 mil habitantes e importantes construções, tais como forum, termas, templos e teatro. Desocupada desde o século 4 d.C, a cidade começou a se desenvolver novamente apenas no século XVII, quando grande parte das construções romanas já estava em ruínas ou soterradas pela mudança natural do curso do rio.


Museu de Arqueologia de Narona

Nos anos de 1995 e 1996, durante escavações, foi descoberto um templo dedicado ao imperador romano Augustus, com diversas estátuas feitas em mármore grego. O governo decidiu não só preservar as estátuas encontradas, mas também as ruínas do templo, com a construção do Museu de Arqueologia de Narona. O projeto ficou a cargo do escritório croata Radionica Arhitekture, com sede em Zagreb. Foram 3 anos de projeto para chegar a uma forma que valorizasse o interior, protegendo o patrimônio encontrado no local, com um programa de necessidades museológico e que respeitasse o entorno sem danificar as áreas contíguas - já que apenas 5% das escavações foram feitas na cidade. A construção de seus 1.200 m2 foi feita em apenas um ano, contando com estrutura metálica e fechamentos [laterais e posterior] em alvenaria. A fachada frontal conta com um conjunto de escadas feitas em concreto armado que dão acesso aos terraços. Estes servem de espaços de contemplação à área que um dia foi cenário do Império Romano. A entrada do museu é feita por um pavimento semi-enterrado, único pavimento a conter a fachada frontal de vidro exposta. Os outros possuem placas em ângulo servindo como brises protegendo a incidência solar provinda contemporaneu #06 | 119




1200 m2

do sul. Outra forma de acesso é por uma escada / arquibancada localizada na porção sudeste do terreno, que, no projeto original, daria em um café. A existência de diversos estabelecimentos do mesmo tipo nas proximidades e a necessidade de haver um auditório nas dependências do museu, porém, levaram a uma mudança programática.

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1200 m2

O museu, hoje, acomoda cerca de 900 peças [incluindo 17 estátuas] encontradas na cidade, fruto de sucessivas escavações nos últimos dois séculos, e estão dispostas em vitrines de vidro, sob o piso ora em vidro, ora em grades de aço, e na praça formada pelo recuo da construção.

Projeto: 2001-2004 Término da Obra: 2008 Área construída: 1200 m2 Arquitetura: radionica arhitekture / Goran Rako Equipe de projeto: Mario Beusan, Blanka Gutschy, Goran Rako, Nenad Ravnic Eng. Estrutural: Branko Galic

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Museu de Arqueologia de Narona

Corte Longitudinal Planta Baixa


S11 J. MAYER H. Architects Hamburgo, Alemanha Fotos: David Franck



3654 m2

É em meio ao centro histórico de Hamburgo, Alemanha, que o arquiteto alemão J. Mayer H. desenvolve o projeto Steckelhörn 11. Com 45 anos de idade e apenas 14 de escritório, é o recém vencedor do prêmio Audi Urban Future Award e já está na lista dos “starchitects”. Provavelmente o único alemão a ocupar esta posição. Não é para menos, há 7 anos recebeu o prêmio de arquiteto emergente no Mies Van der Rohe Award.




S11

Seus projetos são conhecidos mundialmente, a exemplo da residência dupli.Casa e a Stadt.Haus e as formas utilizadas são, tão somente, reflexo de um pensamento livre e interdisciplinar que caminha lado a lado com a arquitetura digital. O projeto é desenvolvido sobre o terreno de um antigo edifício em ruínas, de 960 m2. Suas limitações são nítidas se visto de cima: a maior testada frontal tem 26,4 metros contra 1,9 metro da posterior. Lateralmente, para acompanhar os pátios internos dos edifícios, possui reentrâncias com janelas, aumentando a iluminação natural e ventilação nos pavimentos. Próximo ao Hafen City, o edifício exclusivamente comercial tem, em sua fachada, proeminências abauladas em alumínio, onde estão as janelas, rasgadas pelo revestimento cerâmico. Sua altura conversa diretamente com os edifícios vizinhos e os recuos provocados nos últimos pavimentos formam sacadas na fachada principal. contemporaneu #06 | 131




3654 m2

A quase ausência de quinas retas é uma característica da obra atual do arquiteto alemão e está amplamente presente neste projeto. As escadas, fachadas externas e até mesmo o encontro do pilar com a laje são feitos desta forma, fluida e continua.

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3654 m2

Com a pretensão de ser um ponto de referência para o centro histórico, é construído em concreto armado e possui no total 10 pavimentos, sendo o estacionamento no subsolo. No ­térreo, entrada do edifício. Nos demais andares, o prédio possui ­amplas salas comerciais com planta livre. O último pavimento é amplamente iluminado por meio de claraboias e portas dos terraços.

Projeto: 2007-2009 Término da Obra: Outubro de 2009 Área construída: 3654 m2 Área do terreno: 960 m2 No de pavimentos: 8 Altura do edifício: 32,5 m Arquitetura: J. MAYER H. Architects Supervisão da obra: Imhotep, Donachie e Blomeyer com Dirk Reinisch Eng. Estrutural: WTM Maquete: Werk5

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3654 m2

Planta Baixa Pavimento TĂŠrreo

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S11

Planta Baixa Pavimento Tipo

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3654 m2

Planta Baixa テ》ico

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S11

Corte Longitudinal

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Banco de Middelfart 3XN Arkitekter

Middelfart, Dinamarca Fotos: Adam Mørk




Banco de Middelfart

Middelfart é uma cidade portuária na costa do extremo noroeste da ilha de Fyn [ou Fiônia], uma das maiores ilhas dinamarquesas. O nome da cidade tem uma interessante explicação. No passado, três eram os pontos por onde embarcações náuticas realizavam a travessia do estreito de Lillebælt, rumo à península da Jutlândia. Ao norte, a cidade de Stribs; ao sul, Føns. Entre as duas, é onde hoje está Middelfart, cujo significado é “passagem central”. A cidade, de menos de 50 mil habitantes, possui localização estratégica. Por ali passa a linha de trem que liga a Jutlândia à Capital e é o meio do caminho entre as quatro principais cidades do país: Copenhague, Odense, Aarhus e Aalborg, distribuídas entre duas grandes ilhas e a área continental. A Dinamarca possui mais de 400 ilhas, sendo 83 habitadas. 83 também é o número de claraboias triangulares da nova sede do Banco de Middelfart. O projeto é do 3XN Arkitekter, escritório fundado em 1986 pelos arquitetos Herfortth Kim Nielsen, Lars Frank Nielsen [sócio até 2002] e Hans Peter Svendler Nielsen [sócio somente até 1992], conhecido inicialmente como ”3 x Nielsen”.

Com este projeto, os arquitetos do 3XN conseguiram um resultado compatível às aspirações da instituição financeira que os contratou: que proporcionasse um novo espaço público para os cidadãos locais, um bom ambiente para os empregados e que representasse um ícone arquitetônico dentro desta área de marinas e em processo de transformação. O terreno, com vista para o canal, é quase vizinho à KulturØen [Ilha da Cultutra], um complexo na borda d’água, de autoria do SHL e que combina biblioteca, cinema, centro de informações turísticas e restaurante panorâmico. Nesta bela área à beira do mar é possível avistar, além do continente dinamarquês, as duas pontes responsáveis pela alcunha ”cidade das pontes”, como é conhecida a cidade. À esquerda, uma ponte treliçada por onde passa a linha férrea, e à direita, a ponte pênsil com a autoestrada. Além do aspecto contemporâneo do novo banco, a edificação promove um respeitoso diálogo com os edifícios vizinhos, ao segui-los em relação a escala e altura e ao diminuir à medida em que se aproxima do espaço público. contemporaneu #06 | 145


5000 m2

O telhado é especialmente projetado para emoldurar uma visão desimpedida da orla ao mesmo tempo em que protege o interior da luz solar direta, uma feliz ação coordenada entre design e funcionalidade. Sob a estrutura de madeira que sustenta a cobertura, um grande espaço multifuncional. Estão ali uma pequena livraria, um café, um agente imobiliário e os caixas, todos dispostos em volta de um saguão central, acessado por uma praça. As estações de trabalho do banco estão localizadas em três platôs internos, interligados por ­ escadarias

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largas, que por vezes são como arquibancadas. Estas e mais o saguão central, incentivam a interação -seja em reuniões informais, seja em momentos de descontraçãodas pessoas que trabalham ou visitam o edifício. A forma triangular é onipresente sem ser maçante. Está na cobertura, na praça, na estrutura em “V”, na decoração e no piso de granito do térreo, onde estão cravados seis ”caleidoscópios” - uma arteinstalação feita sob encomenda, de autoria do renomado artista Olafur Eliasson.


Banco de Middelfart

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5000 m2

Planta Baixa Pavimento TĂŠrreo

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Banco de Middelfart

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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5000 m2

Planta Baixa Segundo Pavimento

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Banco de Middelfart

Planta Baixa Terceiro Pavimento

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5000 m2

Corte Transversal

Corte Longitudinal

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Banco de Middelfart

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de


projetos e estudantes


projetos de estudantes

Biblioteca Digital Disciplina: Proyectos 8 - Unidad Vicens Período: Intercâmbio da Universidade Federal de Santa Catarina Instituição de ensino: Escuela Tecnica Superior de Arquitectura de Madrid Universidad Politecnica de Madrid Professores: Ignacio Vicens e José Antonio Ramos Nome: Vinicius Libardoni email: vlibardoni@yahoo.com Cidade: Florianópolis, SC

O que seria uma biblioteca digital senão um espaço de leitura, quando já não é necessário o tradicional espaço físico de armazenamento? Mas uma continuidade desta nova tipologia, que aparece como uma resposta ao livro digital, dependerá mais de uma mudança cultural do que do próprio desenvolvimento tecnológico. Um edifício introvertido que se transforma em um espaço de instrospecção, um espaço de leitura por excelência. Concebido desta forma por dois motivos principais: o material deveria ser unicamente concreto e o espaço, exclusivamente para lei156 | contemporaneu #06

tura e reflexão. A limitação imposta pelo material logo se transforma em uma virtude quando associada com o programa do edifício. Um edifício produto da relação espaço-forma. O edifício comunica sua essência desde seu exterior: fechado e vazio. O movimento produzido pelo desalinhamento dos planos das fachadas é nada mais do que o resultado das aberturas não convencionais que buscam incorporar a luz de diferentes maneiras ao interior do edifício. A luz como elemento de configuração dos espaços interiores e da forma exterior.



projetos de estudantes

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Vinicius Libardoni

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projetos de estudantes

Fachada Sul

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Vinicius Libardoni

Implantação

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projetos de estudantes

Corte Transversal

Planta Baixa Subsolo

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Corte Longitudinal

Planta Baixa Primeiro Pavimento

Planta Baixa Segund


Vinicius Libardoni

Planta Baixa Pavimento TĂŠrreo

do Pavimento

Planta Baixa Terceiro Pavimento

Planta Baixa Quarto Pavimento contemporaneu #06 | 163


projetos de estudantes

Equipamento Sócio Educativo Cultural Disciplina: Projeto Arquitetônico Período: 8o Instituição de ensino: Universidade Paulista - UNIP (Campinas) Professora: Maria Cláudia Oliveira Nome: Felipe Tanos e Daniel P. dos Santos email: felipe_tanos@hotmail.com Cidade: Paulínia, SP Aberto e comunicativo, acessível e dinâmico, foram as palavras concebidas como partido do projeto “Equipamento Sócio Educativo Cultural”. A área de intervenção está situada na Av. da Saudade entre a Rua Álvaro Ribeiro e a Rua Jorge Harrat, CampinasSP. Frente à praça das águas, o projeto tem características de extensão da mesma, por meio de um recuo de 15 metros para a elaboração do espaço aberto para a esquina. O corpo principal e suspenso da edificação produz uma área de convívio aberta para a praça, sendo esta posta em forma de lâmina à extensão do ter164 | contemporaneu #06

reno e oferece centralidade de todos os equipamentos em seu meio, de fácil acesso e comunicação. Proposto como biblioteca, o corpo principal eleva-se, evitando o nível de poluição sonora e articula-se com vista para praça. Recuado 7 m do fundo da área, projeta-se uma área verde, fornecendo maior privacidade para as casas presentes. Projetado de maneira integrada, o equipamento sócio educativo cultural, divide-se em dois pavimentos, que como um todo, uni-se a área proposta, com possibilidade de espaços de convívio externo e interno, de maneira aces-


Felipe Tanos e Daniel P. dos Santos





Felipe Tanos e Daniel P. dos Santos

sível, onde todos os principais acessos contém rampas e sanitários adaptados. Tendo como acesso principal, a entrada pela praça seca (seguindo a mesma característica da praça das águas), situada na esquina da Av. da Saudade com a Rua Álvaro Ribeiro, tem como objetivo criar um espaço de convívio externo, onde a escada presente ganha papel de bancos voltados para

a esquina. Definido como espaço aberto e co-berto pelo volume superior, situa-se a área de convívio/expositivo, entre o bloco que contém o telecentro, sanitários e apoio, seguindo a Rua Álvaro Ribeiro, e a sala de múltiplo uso, ao lado da Rua Jorge Harrat, com o intuito de junção, integração e comunicação dos espaços.

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projetos de estudantes

Em seu pavimento superior, localizase a biblioteca junto à administração e sanitários, acessados por meio de uma rampa. Os sanitários dos pavimentos térreo e superior estão ali-nhados à caixa d’água gerando maior aproveitamento de maneira racional. A biblioteca divide-se em espaço de leitura (externo/interno), sala de controle junto à entrada e acervo em sua centralidade. O bloco levemente aberto em ângulo possibilita a vista da praça em frente. Brises fixos foram postos em sua fachada frontal e no entorno de seu corpo, controlando a entrado de sol tanto na área de convívio quanto na biblioteca. Em sua lateral painéis de madeira móveis, junto à porta de correr para a varanda, tem como papel o controle manual do sol. Como forma de ventilação, foram projetados rasgos contra as portas de correr, fornecendo ventilação cruzada em todo o ambiente. Seguindo pela Rua Jorge Harrat, onde encontramos o maior desnível do terreno, são propostos taludes de maneira irregular, contida por muros de arrimos, o que possibilita formas diversificadas de bancos no mesmo, dando frente para praça interna de deck de madeira legalizada. Recuado 7 m do fundo da área, encon170 | contemporaneu #06


Felipe Tanos e Daniel P. dos Santos

tra-se a área verde, que contribui para maior privacidade das casas presentes, este tem características de separação e proporciona o aumento de arborização para a edificação. Sua estrutura simplificada, conta com três pilotis junto à uma parede estrutural, que são travadas por duas vigas invertidas, elevando o corpo principal (biblioteca).

Visando a possibilidade de implantação em demais terrenos (compactandose ou alongando-se tanto na vertical quanto na horizontal), com conceito de centralidade dos equipamentos (comunicação), condiciona-se mais de um acesso à edificação de caráter público.

Implantação contemporaneu #06 | 171


projetos de estudantes

Planta Baixa Pavimento TĂŠrreo

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Felipe Tanos e Daniel P. dos Santos

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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projetos de estudantes

Corte Transversal

Corte Longitudinal

Fachada Noroeste

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Felipe Tanos e Daniel P. dos Santos

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d


projeto de concurso



Orkidea Arkkitehtitoimisto K2S Oy

Espoo, Finl창ndia


concurso

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Orkidea

A tendência do aumento no número de idosos em países como a Finlândia traz a necessidade de reconsiderar os tratamentos feitos para tal faixa etária. Repensar hospitais como espaços de promoção de saúde e não apenas como cura de doenças é um dos preceitos que a prefeitura de Espoo, Finlândia, utilizou ao lançar o concurso de projetos para a construção de um novo centro de Puolarmetsä. O foco seria essencialmente os idosos e também a população local, em diversas faixas etárias.

Ocupado em pequena parcela por um pequeno hospital da década de 70, o terreno fica em meio a uma floresta de pinheiros e próxima a áreas de desenvolvimento recente. Por se tratar de uma região predominantemente residencial, o novo hospital teria que não apenas servir para atender aos pacientes, mas também criar uma relação de convívio com a comunidade. Com um programa de necessidades complexo, o escritório finlandês K2S criou um edifício de 56.000 m2 com formas livres, aproximando-se de pétalas, o que inspirou seu nome: “Orkidea”.

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concurso

Os arquitetos optaram por construir o novo edifício na parte sul do terreno, integrando o bloco antigo, acrescentando 2 pavimentos como moradia para idosos e permitindo que as adjacências fossem ocupadas por área residencial. É também no edifício existente que estão previstos loja, creche, auditório, enfermaria e área de saúde bucal, todos no térreo, e a administração no primeiro pavimento. O conjunto de edifícios é caracterizado por 5 blocos com 3 pavimentos cada um

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e o prédio de moradia com 5 pavimentos. Todos unidos a mais um bloco de 2 pavimentos, com jardim interno e restaurante. Esta ligação permite o rápido deslocamento dentro do complexo, que possui as áreas sociais e moradias longe da área de tratamento de pacientes. Os blocos localizados ao sul do existente possuem no seu pavimento térreo áreas de convívio, academia, cinema, espaços integrados com a natureza, consultórios e, nos demais pavimentos, leitos para tratamentos dos idosos.


Orkidea

A utilização do subsolo foi devido à necessidade de entradas isoladas para carga e descarga, usuários do hospital e ambulâncias. É neste pavimento que estão as duas primeiras, além de laboratórios, apoio, vestiários, arquivos, almoxarifado, farmácia e túnel de acesso à capela. Os grandes jardins internos dispostos nos blocos, além de permitirem grande contato com a natureza, são responsáveis pela entrada de iluminação natural, crucial à qualidade do ambiente para os que ali moram, trabalham ou estão internados. Como no inverno a luz do dia é de aproximadamente sete horas diárias, tenta-se aproveitá-la ao máximo com fachadas de vidro em todos os sentidos, sendo que nas áreas voltadas a sul, estas possuem marquises para proteção da incidência solar direta. A área de residência possui 107 apartamentos conectados por grandes corredores que criam áreas de convívio como foyers funcionais que apresentam diversos tipos de recreação e reabilitação. Todas as circulações, vias de acesso, consultórios, quartos de tratamento e residencial serão acessíveis a portadores de necessidades especiais. O projeto foi vencedor de um concurso de arquitetura em duas etapas, competindo com outros 41 projetos de diversos países. A previsão de inauguração é 2014. contemporaneu #06 | 183


concurso

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Orkidea

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Implantação


concurso

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Orkidea

Planta Baixa Subsolo contemporaneu #06 | 189


concurso

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Orkidea

Planta Baixa Pavimento TĂŠrreo

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concurso

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Orkidea

Planta Baixa Primeiro Pavimento contemporaneu #06 | 193


concurso

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Orkidea

Planta Baixa Segundo Pavimento contemporaneu #06 | 195


concurso

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Orkidea

Planta Baixa Quarto e Quinto Pavimento contemporaneu #06 | 197


edições anteriores

#05

Arkitektfirmaet C. F. Møller Vaajakoski Casa Bistrica - I/O architects Casa Deslizante - dRMM Casa Mirante do Horto - Flavio Castro 20th Street Office - Belzberg Architects Ampliação do Centro Willem Felsoord Möhn + Bouman Architekten TRT 18a Região - Corsi Hirano Arquitetos

#04

Estudio Borrachia Arquitectos Hafencity Casa Viguet - NDC Arquitectura Casa Kilian - Gass Casa Dobrada - X Architekten Residência Hof - Studio Granda Ampliação do Museu Sacro de Adeje Fernando Menis Het 4th Gymnasiunm - HVDN


#03

Behnisch Architekten Proyecto Madrid Río Casa nas ruínas - NRJA Casa D - Sadar Vuga Residência TDA - Cadaval & Solà-Morales Residência VVA em Wortel - dmvA Koltsari - Kosmos Escola Enter - K2S Architects Mechatronik - Caramel Architekten

#02

3LHD MPreis Supermercados CityLife - Milão Casa JD - BAK Arquitectos Embaixada Estoniana em Vilnius - 3+1 Architects 46 Habitações Sociais - ACXT Universidade Østfold em Halden - Reiulf Ramstad Architects

#01

BIG - Bjarke Ingels Group Simcoe WaveDeck - West 8 e DTAH Refúgio São Chico - Studio Paralelo Casa em São Paulo - Affonso Risi dupli.casa - J. Mayer H. Architects Jardim de Infância Medo Brundo - Njiric + Arhitekti d.o.o. Ampliação do Estádio Ljudski Vrt - OFIS arhitekti e Multiplan arhitekti



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