Contemporaneu - arquitetura contemporânea #05

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editoria

Destacamos nesta edição #5 a quantidade de casas apresentadas. São cinco ao todo e elas representam lugares bem distintos no globo. Estão distribuídas pela América do Sul, Europa meridional, setentrional, Leste Europeu e Ásia. As três maiores partem de programas semelhantes; as duas menores, não. Quatro estão fora das capitais, duas dentro de metrópoles, duas em países de língua portuguesa. Uma em forma impressionante, outra em estrutura mista. Uma que desliza, outra de 63 m2 em três andares. Diferentes fachadas: branca e concreto aparente; somente branca; vermelha, vidros e paineis de madeira; chapas metálicas; envolta por tiras de acácia trançada! Fibra natural também aparece em outro projeto, mas ao invés de casa, um centro de apoio a deficientes mentais. E coberto por sapé. No especial, nenhuma casa. Somente grandes projetos do C. F. Møller. O projeto vencedor para o novo TRT de Goiânia; Um portfólio construído na Califórnia; Uma proposta urbana na Finlândia; São Paulo, Goiânia, Lousado, Sófia, Suffolk, Nishinomiya, Delft, Santa Monica, Aarhus, Vaajakoski... E mais!

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Equipe Contemporaneu


Para dúvidas, sugestões, críticas, entre em contato com a Contemporaneu - arquitetura contemporânea pelo email: opiniao@contemporaneu.com Ano 01 Edição #05 Capa: Vitus Bering Innovation Park Arquiteto: C. F. Møller Architects

Editor Chefe: Gabriel Vespucci Diretora de Arte: Francis Graeff Fotógrafos desta edição: Alberto ­P lácido, Alex de Rijke, Bart van Vlijmen, Benny Chan, Julian Weyer, Luis Ferreira Alves, Nelson Kon, Ross Russell, Torben Eskerod Agradecimento: Chris Arntzen, Daniel Corsi, Flavio Castro, Georgi Katov, Juhana Marttinen, Julian Weyer, René Bouman, Rita Breda, Viara Jeliazkova, Victoria Marsh, Yasuko Arita

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estante

Self-­Sufficient City

­Masterpieces: Hospital ­Architecture + Design Christine Nickl-Weller, Hans Nickl

Vicente Gua Lucas Ca

Braun Publishing

A

Acabando com o conceito de hospitais sóbrios e impessoais, o livro Masterpieces: Hospital Architecture + Design apresenta 61 projetos de pequenas clínicas a grandes complexos hospitalares com diversas fotos e desenhos técnicos, como o Centro Cardiológico do Hopital Universitário de Colônia, do escritório alemão gmp Architekten e a Clínica Angelika Lautenschläger do também alemão Nickl & Partners.

Três

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Mais de 100 prop visualizando o ha O Instituto de Ar Catalunha e a co desenvolveram u com a ideia de “c um convite a refl no futuro próxim ças sociais, cultu estamos imersos. 107 projetos fina participantes.

Este livro reúne t lirante (1978), o forças ingove textos sobre a das o problema do gr cidade do problema da d Rem Koolhaas cia dos grandes f Gustavo Gili ‘Espaço−lixo’ volt


allart, apelli

ACTAR

postas de todo o mundo abitat do futuro. rquitetura Avançada da ompanhia de tecnologia HP um concurso internacional cidade auto-suficiente”. É fletir sobre como iremos viver mo em relação as mudanurais e tecnológicas em que . Esta publicação apresenta alistas entre 708 propostas

Arquitectura Digital Innovación Y Diseño Dimitris Kottas LINKS BOOKS

A arquitetura digital cria, a partir de softwares específicos, simulações e imaginação formas e estruturas físicas diversas. Este livro aborda inúmeros projetos como a cadeira CoReFab#71, o projeto euroscraper de José Muñoz Villers e a estrutura em MDF 3D2Real, criada pelo grupo de estudantes que recebe o mesmo nome. Com imagens e textos explicativos dos arquitetos e designers, os projetos são explicados e suas técnicas utilizadas, desmitificadas.

três textos sobre a cidade que continuam a linha seguida por Nova York dejá clássico manifesto retroativo de Manhattan, que oferece uma visão lúcida ernáveis que regem o espaço da cidade contemporânea. O texto ‘Grandeza, ou rande’ constitui uma elaboração teórica sobre a arquitetura, abordada a partir dimensão dos objetos na cidade; ‘A cidade genérica’ reflete sobre a importânfenômenos vinculados ao desenvolvimento global das sociedades ocidentais; e ta a explorar a natureza do espaço que essa mesma cidade genérica gerou. contemporaneu #05 | 11


agenda Brasil 2º Simpósio de Arquitetura e Urbanismo - Habitar em trânsito – Desafios para as cidades do século XXI 03/11/2010 São Paulo – São Paulo

SBCS 10 - 3o. Simpósio Brasileiro de Construção Sustentável 08 e 09/11/2010 São Paulo – São Paulo

8º Seminário Internacional NUTAU 2010, Design e Inovação: mensagens e produtos para ambientes sustentáveis 08 a 12/11/2010 São Paulo – São Paulo

54º IFHP World Congress 2010 13 a 17/11/2010 Porto Alegre – Rio Grande do Sul

Mundo X Congreso Internacional de Rehabilitación Del Patrimonio Arquitectónico y Edificación 3,4 e 5/11/2010 Santiago - Chile

World Architecture Festival 3,4 e 5/11/2010 Barcelona – Espanha

Divulgue um evento ou concurso: envie e-mail para mail@contemporaneu.com

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Estudantes “Ideal Theatre” Design Competition Inscrições até 17/11/2010 Envio do material até: 22/12/2010

Arquitetos Concurso OTEC - Eficiência Energética para Edifícios Existentes Inscrições até 10/11/2010 Envio do material até: 27/01/2011

Concurso Público Nacional de Arquitetura Sede da CNM em Brasília Inscrições até 29/11/2010 Envio do material até: 29/11/2010

Concurso Morar Carioca Inscrições até 29/11/2010

Arquitetos e Estudantes Concurso Internacional de Ideas Vivienda Social Costera Entrega do material até 30/11/2010

Lofts Boutique

Inscrições até 30/12/2010 Envio do material até 15/01/2011

2011 Skyscraper Competition Inscrições até 11/01/2011 Envio do material até 18/01/2011

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Arkitektfirmaet C. F. Møller Fotos: Julian Weyer e Torben Eskerod



Arkitektfirmaet C. F. Møller

Com 86 anos de existência e uma vasta gama de trabalhos que envolvem desde o design de componentes construtivos e de mobiliário até o planejamento de imensas áreas urbanas, o dinamarquês ­Arkitektfirmaet C. F. Møller é um dos maiores e mais antigos escritórios de arquitetura da Escandinávia. Baseada na cidade portuária de Aarhus, a firma nórdica tem hoje três filiais em seu país, além das capitais de Noruega, Suécia e Inglaterra, e mais um braço na Islândia, através de sociedade limitada. Entre seus sócios estão Mads Møller e Tom Hagedorn Danielsen, respectivamente, filho e neto de Christian Frederik Møller (1898-1988), fundador do escritório. A obra do C.F. Møller acompanhou neste quase um século a tradição nórdica, com uma mudança gradual de linguagem neste período. Com base em tendências internacionais e na reinterpretação das especificidades do local, no design integrado em suas mais variadas escalas e tendo as pessoas, a função e o local como agentes centrais do processo projetual, o escritório é constantemente premiado e conta com uma equipe de 284 pessoas representando 16 diferentes nacionalidades. contemporaneu #05 | 17


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Herda da tradição nórdica três características em especial: a alta qualidade construtiva, a despretensão e a simplicidade. Ou seja, uma arquitetura duradoura, modesta e clara, como é possível perceber nesta breve seleção de quatro projetos recentes do escritório. Em uma estrutura simples e flexível, o edifício do Vitus Bering Innovation Park, por exemplo, caracteriza-se pelo dinamismo. Sobre uma base de tijolos -na verdade, o próprio pavimento térreo, cujo intuito é dialogar com os edifícios próximos da universidade da qual é parte. Tem nas tiras de vidro da fachada a expressão da inovação que busca: o aspecto de uma espiral, contornando os seis andares do edifício. Com alta eficiência energética [neste caso, o dobro do padrão mínimo para edificações dinamarquesas], possui isolamento nas paredes externas e janelas, além de um sistema inteligente de ar condicionado, que se ajusta de acordo com o número de pessoas presentes em cada sala. Mas o que mais impressiona é a escada interna, verde e de fibrocimento, serpenteando o grande átrio, definido como eixo central da edificação. A escada invade os andares superiores em diferentes posições e alcança o terraço, com suas claraboias circulares.


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Arkitektfirmaet C. F. Møller

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Planta Baixa Primeiro Pavimento

Planta Baixa Sexto Pavimento

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Arkitektfirmaet C. F. Møller

Corte Transversal

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Resultado de um concurso, o novo terminal de balsas com conexões para a Finlândia e os países bálticos, integra-se à cidade como elemento que liga de forma natural à área central de Estocolmo. Através de escadas, patamares, rampas e nichos, torna-se um local convidativo para o passeio, a vista das balsas, o arquipélago e o skyline da cidade. O novo terminal, para além de seu âmbito arquitetônico, pretende ser também ser um marco ambiental, um modelo para obras públicas: o terminal é autossuficiente em termos energéticos, intercalando energia eólica e solar, uso da água do mar e terraços e outras áreas verdes. O Kulturkvartalet foi idealizado como casa da mais antiga orquestra sinfônica da Noruega e um abrangente centro cultural, conectando-se ao seu entorno de ruas de pedestres, praças e um parque em Kristiansund, na costa oeste norueguesa. Integrase a dois edifícios antigos existentes e possui extenso programa que abarca ópera, centro de balé, biblioteca, centro universitário, salas de conferências, um restaurante e um café. Já premiado, será inaugurado em 2013 e é um bom exemplar dos significativos edifícios culturais projetados pelo C. F. Møller. 24 | contemporaneu #05

Ao lado: novo terminal de Estocolmo. Página seguinte: Kulturkvartalet


Arkitektfirmaet C. F. Møller

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O Hospital Universitário Akershus [Oslo, Noruega], foge da construção institucional tradicional, enfatizando a hospitalidade para com os usuários em uma relação franca e informal com os espaços abertos. O edifício combina a expressão de diferentes materiais [vidro e alumínio, reboco e ladrilho, madeira e latão etc] conservando, porém, a racionalidade e a ordem, que conferem unidade ao complexo.

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Arkitektfirmaet C. F. Møller

Apesar de seu tamanho, permite um todo compreensível e pensando o bem-estar do paciente como objetivo central. O corredor principal é concebido como um boulevard que oferece serviços como cabeleireiro, biblioteca, café, farmácia e capela. Esta espécie de ambiente urbano interno tem o pé direito da altura de cinco pavimentos e iluminação zenital. O uso intenso da madeira ajuda a criar uma atmosfera familiar: de segurança e acolhimento.

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Planta Baixa Pavimento TĂŠrreo

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Planta Baixa Primeiro Pa


avimento

Arkitektfirmaet C. F. Møller Planta Baixa Quinto Pavimento

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Nova Centralidade para Vaajakoski M채kiaho & Marttinen Architects

Vaajakoski, Finl창ndia


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Nova Centralidade para Vaajakoski

Local do primeiro escritório de Alvar Aalto (1898-1976), o município de Jyväskylä, Finlândia, é conhecido por conter o maior número de obras do prestigiado arquiteto e também por sua excelência em questões educacionais. O bairro de Vaajakoski, com aproximadamente 15 mil habitantes, foi o foco de um concurso que a prefeitura local decidiu realizar para a revitalização da área, definida como um resíduo urbano de caráter industrial e com fortes barreiras formadas pela linha férrea. A área de intervenção, de aproximadamente 65 mil metros quadrados, recebeu mais de 40 propostas.

O projeto apresentado aqui é o do escritório finlandês Mäkiaho & Marttinen Architects, classificado pelo júri como um projeto para classe alta. Nomeado de Dó-Ré-Mi, o projeto divide a área em três: Dó – região central com comércio e residências; Ré – região industrial e comercial; e Mi – borda d’água com edifícios residenciais e marina.

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urbano

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Nova Centralidade para Vaajakoski

Do ponto inicial do projeto ao final são 32 metros de desnível, vencidos por um caminho de pedestres que ora é um calçadão, ora é passarela. Atravessa a área de intervenção unindo o que é, hoje, a centralidade do bairro a uma área renegada e esquecida pelos habitantes locais. Pensar em formas de valorizar um terreno degradado, assim como feito em outros projetos urbanos, é característica corriqueira de cidades que estão perdendo sua área de expansão. Estes resíduos industriais e de transportes de massa são vistos como uma alternativa, ou solução, principalmente para desenvolvimento comercial, habitacional e de lazer. Se o desejo é levar as pessoas ao contato com a água, o projeto cria, de forma harmoniosa e ritmada, um direcionamento quase natural, sem obstáculos e acessível a todos. Ao se aproximar da borda d’água, edifícios

residenciais estão alocados para dar ao bairro uma sensação nunca antes obtida: a de se viver à beira da água junto a áreas verdes e pátios formados pela volumetria da fita curva que se desenvolve ao longo do percurso que ou irrompe ou acompanha a topografia. O trajeto elaborado passa por prédios “divertidos”, segundo o júri do concurso, ao brincar com diferentes níveis de cobertura. Sendo a mais baixa próxima ao calçadão, permite que quem por ali passe esteja em contato com aberturas para os pátios internos dos edifícios que surgem em meio ao comércio instalado no pavimento térreo. Um dos motivos atribuídos à desclassificação é justamente a desatenção à área nordeste, onde está uma grande fábrica e grandes espaços vazios, responsáveis diretos pelo abandono da área.

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urbano

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Nova Centralidade para Vaajakoski

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projetos


Ship Katsuhiro Miyamoto & Associates Nishinomiya, Jap達o Fotos: Katsuhiro Miyamoto & Associates



63.27 m2

Ship é uma residência construída em um terreno de dois patamares com uma diferença de nível de 3 metros entre eles. A forma curva foi escolhida para adaptar-se ao terreno em “L”. Devido a preocupação acerca da estabilidade, a fundação foi lançada no solo natural do patamar inferior, por ser mais confiável para suportar a estrutura.

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63.27 m2


Ship

O volume de aço patinável [cuja composição contem propriedades anti-corrosivas e que desenvolve um aspecto avermelhado, fruto da oxidação superficial] abriga os ambientes de uso social e flutua sobre o muro de contenção e o patamar mais alto, criando um balanço para permitir melhores vistas do andar superior e, consequentemente, criar a garagem coberta. O volume de ambientes íntimos pousa sobre o patamar inferior onde a atmosfera é de tranquilidade, com uma estrutura de concreto armado como contrapeso ao volume em balanço. contemporaneu #05 | 55


63.27 m2

A casa de 63 m2, assim, alude a um ferry boat. Por um lado, passa pela ossada e pelo chapeamento da estrutura de barcos metálicos: neste caso, as chapas de 12mm estruturadas por um sistema de vigas transversais e longitudinais, mais os reforços locais. Por outro, a própria espacialização é uma reminiscência de uma balsa, ao deixar entre o alto [local do público] e o baixo [casco, submerso], a entrada e o deck de veículos em um espaço mais aberto garagem e varanda. 56 | contemporaneu #05


Ship Término da Construção: 2006 Área construída: 63.27 m2 Área do terreno: 193.65 m2 Arquitetos: Katsuhiro Miyamoto, Kazuhiro Takeuchi Colaborador: Masahiro Miyake / y+M design office Projeto Estrutural: Masaichi Taguchi

Corte Transversal

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63.27 m2

Planta Baixa Pavimento TĂŠrreo

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Planta Baixa Primeiro Pa


avimento

Ship

Planta Baixa Segundo Pavimento

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Casa Bistrica I/O architects

Bistrica, Bulgรกria Fotos: I/O architects



Casa Bistrica

Em um pequeno povoado próximo a Sófia, capital da Bulgária, surge uma pequena casa, simples aos ­ olhos, que esconde em seu pavimento inferior um espaço de treinamento de artes marciais isolado da rua pelo declive do terreno e revela a paisagem avistada da varanda, voltada para sudeste.

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Casa Bistrica

Suspensa por quatro pilares em um terreno triangular, a residência é acessada por uma passarela ligada à varanda por uma escada, onde se abre uma enorme porta pivotante e deslizante de quase três metros.

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87 m2


Casa Bistrica

A boa iluminação natural se dá pela quantidade diminuta de paredes, em apenas duas faces, delimitando interior e exterior: na área destinada às funções de quarto de dormir e de banheiro. Mas isso não impede o morador de ter privacidade, pois as fachadas com contato para a rua e para os terrenos vizinhos recebem proteção feita com uma espécie de tecido trançado de varas de acácia. Projetada para ser a residência de uma única pessoa, a área de 87 m2 abriga dormitório, sala de estar, sala de estudos, cozinha e banheiro, todos em um único espaço aberto voltado para o vão central envidraçado. contemporaneu #05 | 67


87 m2

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Casa Bistrica Projeto: 2002 Construção: 2003 - 2008 Área construída: 87 m2

Implantação

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87 m2

Planta Baixa

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Casa Bistrica

Corte S02

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Casa Deslizante dRMM

Suffolk, Inglaterra Fotos: Alex de Rijke e Ross Russell


200 m2

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Casa Deslizante

Para o casal dono da Casa Deslizante, o que era inicialmente o desejo de construir uma residência afastada de centros urbanos, se tornou por algum tempo um pesadelo, pela dificuldade de achar um terreno na área rural de Suffolk, Inglaterra. Mesmo após encontrar um bom pedaço de terra cujo dono estava interessado em vender, os trâmites legais duraram cerca de 20 meses até a aquisição. Negócio fechado. Pelas normas construtivas locais, apenas seria permitida a demolição da casa existente e a construção de uma nova residência, um anexo e a garagem. O escritório londrino dRMM, cujo fundador, Alex de Rijke era amigo de infância do proprietário, foi contratado para o projeto e logo apresentou três propostas ao cliente. Foi escolhida a mais ousada, cuja forma geral assemelha-se intencionalmente a estábulos – bem ao gosto do proprietário e também do arquiteto, ambos apreciadores da arquitetura rural. Com o projeto aprovado, deu-se início às obras. O partido adotado, alinhando linearmente residência e anexo, permite que a cobertura deslizante passe pelas duas construções, formando espaços diversos e criando inúmeras molduras para a paisagem verde, dependendo de sua posição. contemporaneu #05 | 75





Casa Deslizante

A cobertura móvel, acionada por meio de controle remoto é impressionante visualmente e funciona de forma surpreendentemente simples: são 20 toneladas de estrutura de aço revestido com painéis de madeira e camadas de impermeabilizante. Uma estrutura com 16 metros de comprimento, 6 de largura e 7 de altura movida sobre trilhos de trem por 4 motores abastecidos por baterias de carro. Além de funcionar como cobertura, ela tem diversas funções além de estética: protege dos fortes ventos provenientes do leste; sombreia a área envidraçada, no verão; permite a criação de um terraço para a banheira da suíte do casal; e, no inverno, sobrepõe-se ao bloco vermelho [que, aliás, faz alusão direta ao hotel do jogo Monopoly!] permitindo que a área envidraçada receba luz solar direta e não haja perda de calor proveniente do piso aquecido. Os 20 meses de pesadelo transformam-se, enfim, na realização de um sonho para muitos anos. Tem-se agora diversas formas de habitar a mesma casa em ligeiros 6 minutos, tempo em que a estrutura demora a percorrer a extensão de 31 metros dos trilhos. Trilhos, aliás, que podem ser prolongados para cobrir a futura piscina. contemporaneu #05 | 79


200 m2

Garagem

Casa principal Sala de estar envidraçada Piscina a ser construída Telhado deslizante Trilhos de trem

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Casa Deslizante

Anexo de h贸spedes

Banheiro no terra莽o

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200 m2

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Casa Deslizante

Implantação

Planta Baixa Segundo Pavimento

Corte Longitudinal contemporaneu #05 | 83


Casa Mirante do Horto Flavio Castro

S達o Paulo, Brasil Fotos: Nelson Kon




Esta bela casa é localizada em um condomínio nas imediações da Serra da Cantareira e do Horto Florestal, na zona norte da capital paulista. Com um extenso programa a cumprir e a consequente necessidade do aproveitamento máximo do terreno, o arquiteto Flavio Castro buscou máxima flexibilidade e amplitude visual a partir da localização adequada das circulações verticais e outros programas específicos. O bloco branco, por um instante, parece flutuar sobre o pavimento rebaixado em relação ao terreno, a não ser por duas vigas metálicas destacadas pela pintura amarela, mostrando que é possível evidenciar de forma harmoniosa o que muitas vezes é escondido. Esta elevação garante ao piso que contém a garagem e serviços, iluminação e ventilação natural. Neste cubo estão as áreas sociais no térreo, íntimas no andar superior e um terraço-jardim, que desempenha importantes papeis: ajuda no resfriamento dos dormitórios, serve de mirante e compõe a estética da casa com seus elementos escultóricos com pitadas (até mesmo colheradas) corbusianas: curvas que abrigam a caixa d’água, triângulo que cobre a escada de acesso. Contrapondo e somando. contemporaneu #05 | 87




300 m2

A Residência Mirante do Horto tem 300 metros quadrados de área construída distribuídos em uma sucessão de planos, de 8m x 11m, perfurados pelo vão da escada, responsável pela conexão vertical do mais baixo ao mais alto ponto desta obra arquitetônica. Enquanto a ventilação cruzada define o eixo horizontal, a luz natural define o vertical, penetrando neste espaço imponente de habitar por meio de uma clarabóia no teto, atravessando o primeiro pavimento e invadindo o térreo.

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Casa Mirante do Horto

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300 m2


Casa Mirante do Horto

De cima a baixo, além da iluminação, correm barriletes verticais, dentro das paredes internas da escada, para toda a troca de fluidos entre os quatro níveis da casa. E junto a essas paredes, apoiam-se aquário, ateliê e escritório, respectivamente, nos pavimentos térreo, de garagem e superior. A partir de três ambientes predeterminados, abrigados em “caixas matéricas” destacadas na planta do térreo [home theater, escada e cozinha], definiu-se toda a área social, ampla e bem dimensionada.


300 m2

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Casa Mirante do Horto

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300 m2 Projeto: 2008 Construção: 2009 - 2010 Área construída: 300 m2 Área do terreno: 226 m2 Arquitetos: Flavio Castro Construção: Flavio Castro, José Claudio Magalhães

Planta Baixa Garagem

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Planta Baixa Pavimento Térreo


Casa Mirante do Horto

Planta Baixa Primeiro Pavimento

Planta Baixa テ》ico

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300 m2

Fachada Noroeste

Fachada Sudeste

Corte Longitudinal

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Casa Mirante do Horto

Corte Transversal contemporaneu #05 | 99



Casa em Lousado Correia/Ragazzi Arquitectos

Lousado, Portugal Fotos: Alberto Plรกcido e Luis Ferreira Alves



Casa em Lousado

O terreno onde repousa este belo exemplar de arquitetura contemporânea portuguesa é dividido em plataformas de diferentes níveis para vencer o declive da cota mais alta até sua cota mais baixa, a beira do rio. Muros de pedra fazem a contenção e criam estes patamares, ordenando a área de plantio e servindo, também, penetra na construção como elemento divisor de espaços internos do térreo da residência – áreas de serviço e garagem separadas das áreas sociais.

O escritório português C ­orreia/Ragazzi, com sede na cidade de Porto, observa atentamente as características do local e exibe tal conhecimento, desde a concepção do projeto, produzindo uma obra arquitetônica original e inusitada.




355 m2

Ao contrário daquilo que se tem por usual, a casa se abre no térreo enquanto se resguarda no piso superior. Essa opção se deve à existência de uma zona fabril na outra margem do rio que afetaria a intimidade dos quartos, enquanto, em oposição, os pomares previstos nos platôs em direção ao rio fazem essa proteção para os ambientes de uso mais comum. Os arquitetos, assim, projetaram uma residência em que o piso inferi-

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or possui grandes aberturas, intimamente conectadas ao espaço ao seu redor, sendo intensamente aberta ao exterior. Destaca-se na sala a escultórica lareira entre o estar e a sala de jantar. E no pavimento superior, localizado na cota mais alta do terreno, encontra-se o acesso à residência –voltado para a rua– sutilmente situado em uma pequena varanda. Ocultou-se a imensidão da vista que, em alguns instantes, poderá ser contemplada através da escada que





355 m2

­ ireciona o observador à área social, d no piso inferior. Imperceptivelmente, nesse trajeto, passa-se pela zona íntima, dividida pela mesma escada –e seu amplo hall de distribuição com pé-direito duplo– em quartos de dormir para a família de um lado e quarto de hóspedes e escritório do outro. Cada qual com sua varanda e preservadas por paredes inclinadas altas voltadas para sul, o que garante privacidade para os que ali vivem.

Projeto: 2004 Término da Obra: 2008 Área construída: 355 m2 Área do terreno: 3013 m2 Arquitetos: Graça Correia e Roberto Ragazzi Colaboradores: Ana Neto Vieira, Susana Silva, Telmo Gomes, Katharina Wiederman, Pedro Gama Fundações e estrutura: GOP – Eng. Jorge Nunes da Silva Instalações hidráulicas: GOP Instalações técnicas especiais: GET - Eng. Raul Bessa Instalações elétricas: GOP - Eng. Alexandre Martins Coordenação: Graça Correia Construção: Empalme

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Casa em Lousado

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355 m2

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Casa em Lousado

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355 m2

Planta Baixa Pavimento TĂŠrreo

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Casa em Lousado

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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355 m2

Implantação

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Casa em Lousado

Corte A

Corte B

Corte C

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20th Street Office Belzberg Architects Santa M么nica, EUA Fotos: Benny Chan



465 m2

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20th Street Office

Utilizado como estúdio e portfólio do escritório Belzberg Architects (EUA), este edifício localizado em Santa Mônica é também sede de outros dois estúdios de design, e mostra aos clientes a possibilidade de construção e utilização com pouco impacto ambiental. Os arquitetos projetaram-no tirando proveito da sua localização, próxima à praia, utilizando a brisa provinda do mar como forma de ventilar e deixar de lado aparelhos de ar-condicionado. Sua forma, quase como um túnel, permite a entrada e saída do ar por grandes aberturas localizadas em sua fachada sudoeste e nordeste, respectivamente. Suspenso por uma robusta estrutura metálica, o edifício permite que haja no térreo um estacionamento coberto sem paredes, recebendo iluminação e ventilação natural. Por meio de um sistema de captação de águas pluviais, a água proveniente do terraço-jardim da cobertura é despejada por um jardim a céu aberto [captador também de água de chuva, portanto] contíguo ao estacionamento do térreo e sobre o qual estão conectados um reservatório e um poço de infiltração. contemporaneu #05 | 125





20th Street Office

Com faixa etária média de pouco mais de 30 anos de idade, os arquitetos do escritório dividem um amplo espaço de criação aberto para que possa haver comunicação entre eles sem a necessidade de saírem de suas estações de trabalho ou se locomoverem para salas de reuniões.

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20th Street Office

O mesmo terraço sobre o prédio é destinado a confraternizações, encontros e é uma área de relaxamento dos que ali trabalham. Neste mesmo espaço estão localizadas as células fotovoltaicas, que possibilitam a economia de 12,5% do consumo de energia. As grandes aberturas nas fachadas frontal e posterior, juntamente com as clarabóias no terraço concedem iluminação a 75% de sua área, utilizando-se de espaços com pé direito duplo e mezanino. Certificado com o selo LEED Gold, o projeto recebeu inúmeros prêmios pelo baixo impacto ambiental e utiliza, como casca, uma estrutura feita com isolante térmico reciclado, placas de madeira, impermeabilizante e placas de metal em forma de diamante, reduzindo as trocas de calor com o exterior e diminuindo os efeitos do calor na estrutura de aço.

Término da Obra: 2009 Área construída: 465 m2 Arquitetos: Hagy Belzberg, David Cheung, Carina Bien-Willner, Lauren Zuzack Colaboradores: Aaron Leppanen, Andrew Atwood, Barry Gartin, Brock DeSmit, Chris Arntzen, Cory Taylor, Dan Rentsch, Eric Stimmel, Erik Sollom, Manish Desai Eng. estrutural: Andrew Chan Eng. mecânico: John Dorius & Associates Instalações hidráulicas: Tom Nasrollahi Instalações elétricas: A&F Consultants Consultor LEED: Eco-Consulting | LA contemporaneu #05 | 133


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Luz solar

Vento predominante


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Te

Norte

Pavimento permeável

Vegetação


465 m2

Célula fotoelétrica

Pavimento permeável

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20th Street Office

Terraço

Célula fotoelétrica

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465 m2

138 | contemporaneu #05


20th Street Office

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465 m2

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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20th Street Office

Planta Baixa Segundo Pavimento contemporaneu #05 | 141


1780 m2

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Ampliação do Centro Willem Felsoord

Ampliação do Centro Willem Felsoord Möhn + Bouman Architekten

Delft, Holanda Fotos: Bart van Vlijmen

A qualidade sensorial/tátil é a questão fundamental deste centro para portadores de deficiências mentais, localizado em uma área alagadiça próxima a Delft, Holanda. As condições emocionais e a capacidade de orientação dos usuários –cerca de 70 visitantes por dia, na faixa de 15 a 65 anos – são muito determinadas pelo ambiente, através da forma, da iluminação e da utilização dos materiais. Trata-se de um curioso projeto de ampliação e renovação que ficou a cargo do Möhn + Bouman Architekten.

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Ampliação do Centro Willem Felsoord

A fachada nova, portanto para os fundos, é revestida de sapé [vegetal que cobre edificações] em uma espessa faixa que se dobra e entremeia as aberturas. É um raro exemplo de arquitetura contemporânea que se utiliza de tal artifício comum de ser associado a edificações, predominantemente simples e rurais, do século 19. Além de seu caráter estético, insinuando uma fusão orgânica com o jardim ao seu redor, a palha tem uma importante propriedade de isolamento térmico principalmente, como é o caso, quando instalada sobre uma superfície fechada de madeira. Como não foi possível incluir o mesmo material nas fachadas existentes, orientadas ao espaço público, a solução foi utilizar vidros serigrafados, com base em uma imagem manipulada de um telhado de palha. Promoveu-se, desta forma, uma correspondência entre as faces opostas. contemporaneu #05 | 145




1780 m2

Com a adição, o edifício ganhou novos espaços como a recepção no piso inferior e a varanda, no superior, esta pode ser acessada pelo jardim através de uma escada, pelas salas contidas no bloco antigo ou por um dos espaços de convívio criados. Além destes espaços, o projeto permitiu a ampliação das áreas de atividade, reorganizou a circulação interna e promoveu maior contato entre interior e exterior.


Ampliação do Centro Willem Felsoord


1780 m2

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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Ampliação do Centro Willem Felsoord

Planta Baixa Segundo Pavimento contemporaneu #05 | 151


1780 m2

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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Ampliação do Centro Willem Felsoord

Fachada Frontal

Fachada Posterior

Corte Transversal

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de


projetos e estudantes


projetos de estudantes

Parque Urbano : Auditório e Escola de Música

Disciplina: Trabalho Final de Graduação Período: 10o Instituição de ensino: Universidade Presbiteriana Mackenzie Professores: Luciano Margotto Nome: Raphael Civille Rodrigues email: raphael.civille@gmail.com website: www.raphaelciville.com Cidade: São Paulo, SP Fundamentação: O conceito que fundamentou a monografia e o projeto de TFG vem da necessidade de criarmos soluções que saem do lugar comum e tenham respeito por e interação com seu contexto, a forma do edifício e a relação com o desenho da cidade, o programa e sua relação com a região de inserção. O partido vem da possibilidade de tratar o vazio ferroviário da estação Júlio Prestes com um e-difício que fizesse a transposição do bairro da Luz para o do Bom Retiro, que assim conecta as duas regiões.

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Raphael Civille Rodrigues

Crítica: O desenvolvimento de projeto se dá a partir da análise dos pontos de interesse dos dois lados da cicatriz urbana: Rua José Paulino, Parque da Luz, espaço entre a Sala São Paulo e Estação pinacoteca e Pelo salão desativado que divide o foyer da Sala São Paulo e a gare da estação Júlio Prestes. Nesse espaço será implantado um edifício que além de proporcionar a transposição da Luz para o Bom Retiro, irá abrigar uma escola de música e um auditório, tendo o ensino de música e sua execução como ferramentas de transformação social e

espacial, trata a cicatriz urbana deixada pelo vazio ferroviário através de um Parque Urbano totalmente relacionado com as angulações do volume do edifício gerando espaços de praça, o espaço menor e sua interação com o projeto de arquitetura que procura proporcionar uma relação mais intimista, possibilita assim total incorporação do uso da praça no dia a dia do popular, que pode a partir da observação da escola durante uso da praça, desenvolver interesse por aprender música ou ao menos ter contato com música instrumental.


projetos de estudantes

Planta Baixa Pavimento TĂŠrreo

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Raphael Civille Rodrigues

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projetos de estudantes

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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Raphael Civille Rodrigues

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projetos de estudantes

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Raphael Civille Rodrigues

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projetos de estudantes

Filosofar Em Abismo: O Novo Departamento de Filosofia da Unesp Disciplina: TFG Período: 10o Instituição de ensino: Universidade Estadual de Londrina Orientador: Nelson Schietti de Giacomo Nome: Rafael Euclides Melo Alcantara email: info@rafaelalcantara.com.br website: Senseware Cidade: Londrina, PR

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Um edifício que estimule a reflexão e que seja contemplado enquanto sirva para contemplar. A busca pela harmonia entre filosofia, arte e arquitetura é o caminho por onde segue o projeto que pretende resolver de maneira poética as necessidades de um campus universitário e os anseios de um curso superior que clama pelo pensar. O Novo Departamento de Filosofia da Unesp de Marília encontra nas forças do lugar a inspiração para acontecer ­ enquanto arquitetura e


Rafael Euclides Melo Alcantara

em discussões filosóficas a base para existir além da tectônica. Produto da análise cuidadosa do entorno, do sítio e das condicionantes do lugar e das discussões acerca da filosofia e da arquitetura como instrumento de comunicação e percepção do espaço, o projeto consiste em um grande prisma metálico branco, suspenso por uma estrutura de mãofrancesa em concreto, prestes a se lançar ao abismo. O programa de necessidades se distribui ao longo do volume de modo a atender questões funcionais, de conforto ambiental, economia de energia e principalmente estabelecer relações inexoráveis entre construção e discurso arquitetônico.

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Rafael Euclides Melo Alcantara O novo edifício para o Departamento de Filosofia da Unesp se apresenta como uma metáfora da teoria do conhecimento de Platão, onde cada etapa do projeto faz referência a um nível de conhecimento: a crença, a opinião, o raciocínio e a intuição intelectual. Tudo espaço foi pensado de forma a estimular o “olhar através” do observador: sob o e-

difício, onde surge um lugar para a prática de atividades coletivas; pelo interior, onde as aberturas voltam-se pra o vale; e sobre o edifício, onde a cobertura se revela um extenso gramado. Aqui a arquitetura é uma árvore projetada pelo homem, cujos frutos alimentam a introspecção, o questionamento e a busca pelo verdadeiro conhecimento.

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projetos de estudantes

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Rafael Euclides Melo Alcantara

Planta Baixa Pavimento TĂŠrreo

Planta Baixa Primeiro Pavimento contemporaneu #05 | 171


projetos de estudantes

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Rafael Euclides Melo Alcantara

Planta Baixa Segundo Pavimento

Planta Baixa Terceiro Pavimento contemporaneu #05 | 173


projetos de estudantes

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Rafael Euclides Melo Alcantara

Corte Longitudinal

Fachada Norte contemporaneu #05 | 175


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projeto de concurso


Complexo Trabalhista do TRT da 18ª R Corsi Hirano Arquitetos Goiânia, Brasil


Regi達o


concurso


Complexo Trabalhista do TRT da 18ª Região

Dividido em 4 etapas construtivas e com obras já em execução, o projeto está localizado no bairro Setor Bueno, em Goiânia, onde prevalecem as características da malha quadricular. O objeto de estudo, a quadra T-22, contém diversas edificações sem relação arquitetônica entre si. De acordo com as bases do concurso, apenas uma edificação prevalecerá, enquanto as outras serão demolidas para receber a nova sede do TRT 18ª Região. Pretende ser um novo marco urbano para a cidade. Com área de 13.000 m2, o terreno receberá um novo bloco, além da reforma do existente, mais um anexo e a praça pública que direcionará os fluxos para os edifícios e será de grande utilidade, visto que há ausência de espaços públicos no bairro, estritamente residencial. Haverá também uma conexão subterrânea entre os dois blocos, por onde se dará o acesso à plenária. No nível do subsolo haverá 3 auditórios, dispostos em ambos os prédios, além de espaço cultural, de exposições, biblioteca, depósitos, entre outros recintos.

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concurso


Complexo Trabalhista do TRT da 18ª Região

Pilares, vigas e lajes de concreto armado e concreto moldado “in loco” resumem toda a estrutura. A disposição dos eixos de circulação é estrategicamente definida para ­diminuir a quantidade de pilares e, simultaneamente ao uso de lajes nervuradas protendidas, incrementar a possibilidade de espaços flexíveis. Nas coberturas, uma estrutura me-

tálica leve. Caixilhos de alumínio anodizado e vidros laminados fazem os fechamentos. Superfícies metálicas perfuradas protegem as fachadas com maior insolação. As intervenções propostas para o edifício a ser preservado são poucas, como um rearranjo do interior, a alteração da cor externa e mais chapas furadas para integrá-lo ao conjunto.


concurso

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Complexo Trabalhista do TRT da 18ª Região

A implantação em dois blocos integrados por uma praça de proporções monumentais objetiva qualificar o espaço público e o seu entorno, através de um conjunto alinhado com as atividades e os valores inerentes a um tribunal. Uma arquitetura imponente e representativa. Nas palavras do arquiteto: “E como simbolismo, as cores falam autonomamente. A neutralidade do branco e do preto, que a justiça carrega, unidos pelo vermelho, presente nos elementos de proteção solar das fachadas, mas sobretudo como referência à cor que representa a instituição do Direito. Além disso, o plenário é implantado no coração da praça pública, revelando sua importância frente ao cidadão. Em sua cobertura pequenas aberturas iluminam de maneira poética seu interior, como uma constelação, sendo dispostas precisamente como os Estados na bandeira nacional”

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concurso

Planta Baixa Subsolo

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Complexo Trabalhista do TRT da 18ª Região

Planta Baixa Pavimento Tipo

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concurso

Corte Longitudinal

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Complexo Trabalhista do TRT da 18ÂŞ RegiĂŁo

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edições anteriores

#04

Estudio Borrachia Arquitectos Hafencity Casa Viguet - NDC Arquitectura Casa Kilian - Gass Casa Dobrada - X Architekten Residência Hof - Studio Granda Ampliação do Museu Sacro de Adeje Fernando Menis Het 4th Gymnasiunm - HVDN

#03

Behnisch Architekten Proyecto Madrid Río Casa nas ruínas - NRJA Casa D - Sadar Vuga Residência TDA - Cadaval & Solà-Morales Residência VVA em Wortel - dmvA Koltsari - Kosmos Escola Enter - K2S Architects Mechatronik - Caramel Architekten


#02

3LHD MPreis Supermercados CityLife - Milão Casa JD - BAK Arquitectos Embaixada Estoniana em Vilnius - 3+1 Architects 46 Habitações Sociais - ACXT Universidade Østfold em Halden - Reiulf Ramstad Architects

#01

BIG - Bjarke Ingels Group Simcoe WaveDeck - West 8 e DTAH Refúgio São Chico - Studio Paralelo Casa em São Paulo - Affonso Risi dupli.casa - J. Mayer H. Architects Jardim de Infância Medo Brundo - Njiric + Arhitekti d.o.o. Ampliação do Estádio Ljudski Vrt - OFIS arhitekti e Multiplan arhitekti


194 | contemporaneu #05

Holanda info@bartvanvlijmen.nl

Bart van Vlijmen Dinamarca

Julian Weyer


EUA fotoworks@sbcglobal.net

Benny Chan

fot贸grafos

contemporaneu #05 | 195

Brasil nk@nelsonkon.com.br

Nelson Kon



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