Contemporaneu - arquitetura contemporânea #04

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editoria

Alejandro H. Borrachia nos enviou juntamente com alguns de seus projetos, um texto chamado el árbol con rueditas, um título sugestivo e bem-humorado, no qual trata - a partir do surrealismo, de Le Corbusier, das anomalias arquitetônicas e da cidade genérica de Rem Koolhaas - da superficialidade da cidade e da carência de identidade cultural. Das incertezas sobre o presente e o futuro da profissão e da disciplina. O especial desta Contemporaneu #4 está por conta deste arquiteto, pesquisador e professor universitário argentino, com seus reespectivos projetos, fotos, memoriais descritivos de grande personalidade [e pesquisa] e desenhos, como o croqui da capa desta edição. Como projeto urbano, você conhecerá um pouco do Hafen City, em Hamburgo. Uma proposta, já em andamento, que irá modificar sensivelmente as margens do Rio Elba e promete ser finalizada somente em 15 anos. Apresentamos também interessantíssimos projetos, como uma escola provisória holandesa, um memorial na Coreia do Sul, um museu espanhol, um projeto institucional para concurso no Brasil… E casas, diversas casas, na Áustria, Islândia, Argentina e África do Sul. Equipe Contemporaneu

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Para dúvidas, sugestões, críticas, entre em contato com a Contemporaneu - arquitetura contemporânea pelo email: opiniao@contemporaneu.com Ano 01 Edição #04 Capa: Casa PH Arquiteto: Estudio Borrachia Arquitectos

Editor Chefe: Gabriel Vespucci Diretora de Arte: Francis Graeff Fotógrafos desta edição: John Lewis Marshall, Lorenz Prommegger, Max Nirnberger, Nicolas Dubini, Rhoné van Gass, Segundo Luchia Puig, Sigurgeir Sigurjónsson, Simona Rota. Agradecimento: Adriano Carnevale Domingues, Alejandro H. Borrachia, Barbara Bekkers, Caio Carvalho Calafate, David Birgmann, Georg van Gass, Luiz Gustavo de Ávila Lelis, Nicolás del Campo, Simona Rota, Steve Christer, Woon Park.

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estante

Soluciones creativas Espacios Urbanos Barcelona Carles Broto Linksbooks

Este livro reúne 52 obras emblemáticas do XX e início do século XXI do desenvolvimento de Barcelona. A cidade tornou-se um modelo de planejamento urbano devido ao trabalho de renovação, revitalização e manutenção realizados a partir do renacimento da experiência democrática espanhola. As reformas da cidade contam com a participação de diversas associações, fazendo com que os cidadãos se tornem ativos no processo de planejamento de estratégias, projeto e uso de espaços públicos. Nesse sentido, a sustentabilidade e a necessidade de reduzir seu próprio impacto ambiental do crescimento têm sido eixos das reformas, que misturam o funcional e a estética.

Tota

Tomoko Sak Hwang

Uma seleção de ha porâneas e inovado a necessidade de c sociais, ambientais a forma, e que o e as nossas sociedad e variadas. Esta pe familiar concentraarquitetos que estã dinâmicas e diversi porânea. Apresenta BIG, + JDS, SHoP, emergentes, este l mas sim um conjun

O que é a crítica? pretende responde entre arquitetura e podermos entende pioneiros da crítica como Sigfried Gied Desde as diferente Arquitetura e crítica ou do estruturalism Josep Maria Montaner Peter Eisenman, R Editorial Gustavo Gili permite compreen 10 | contemporaneu #04


al Housing

Factory Design

kamoto, Irene g, Albert Ferré Actar

Chris van Uffelen Braun Publishing

abitações coletivas contemoras. Habitação total refere-se compreender que as questões s e fatores econômicos afetam espaço de vida é uma base para des cada vez mais complexas esquisa em habitação multi-se nas respostas propostas por ão lidando com as demandas ificadas da sociedade contemando obras de Lacaton-Vassal, e muitos novos arquitetos livro não é um simples catálogo, nto de inventivos projetos.

Projetos de edifícios industriais apresentam grandes desafios devido seu complexo programa de necessidades, grandes áreas e inflexibilidade nos quesitos rapidez de produção, orçamento e tempo de construção. O livro apresenta, em 264 páginas, 70 projetos de diferentes escalas projetados por arquitetos como o escritório alemão Barkow Leibinger Architects, os ingleses do Foster + Partners e do famoso arquiteto suíço Bernard Tschumi, explicando como uma fábrica pode ser mais que uma simples caixa com portas e janelas.

Quais são seus objetivos e seus significados? Ela tem algum sentido? Este livro er a essas questões de uma maneira concisa e didática, centrando−se nas relações e crítica. Esta introdução à crítica arquitetônica fornece o contexto necessário para er os mecanismos utilizados pela crítica, seus limites e seus objetivos. Desde os a arquitetônica do século xix até os personagens−chave da historiografia moderna, dion, ou os textos de arquitetos protagonistas, como Adolf Loos ou Le Corbusier. es interpretações derivadas do existencialismo, da fenomenologia, da iconografia mo, até o atual panorama pós−estruturalista, em que se destacam nomes como Rem Koolhaas ou Kenneth Frampton, em um percurso ao longo do século xx que nder as chaves utilizadas pela crítica desde as suas origens até a atualidade. contemporaneu #04 | 11


agenda Brasil XI Seminário de História da Cidade e do Urbanismo - SHCU 5 a 8/10/2010 Vitória – Espírito Santo

54º IFHP World Congress 2010 13 a 17/11/2010 Porto Alegre – Rio Grande do Sul

ECOARQ 2010 III Seminário sobre Arquitetura e Design Sustentáveis 13,14 e 15/10/2010 Curitiba - Paraná BOOMSPDESIGN - 3° Fórum Internacional de Arquitetura, Design e Arte 21, 22 e 23/10/2010 São Paulo – São Paulo

Bienal Brasileira de Design 2010 14/09 a 31/10/2010 Curitiba – Paraná

XIII Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído 6, 7 e 8/10/2010 Canela – Rio Grande do Sul

Mundo Congresso Internacional de Arquitetura Latinoamericana 06, 07 e 08/10/2010 Rosário – Argentina

Divulgue um evento ou concurso: envie e-mail para mail@contemporaneu.com

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Estudantes “Ideal Theatre” Design Competition Inscrições até 17/11/2010 Envio do material até: 22/12/2010

Arquitetos Concurso Nacional de Anteprojetos de Arquitetura para a Sede do Conselho Regional de Administração – SC Inscrições até 08/10/2010

Place Lalla Yeddouna Inscrições até 15/10/2010

Uma escola em Guiné Bissau Inscrições até 15/10/2010

Brussels Courthouse, Imagine the Future! Inscrições até 15/10/2010

Taiwan Tower Conceptual Design International Competition Inscrições até 21/10/2010

Arquitetos e Estudantes Playable10: International Design Competition Inscrições até 01/10/2010

Concurso Internacional Diseño Entre Mares Inscrições até 01/10/2010

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Estudio Borrachia Arquitectos Textos: Estudio Borrachia Arquitectos Fotos: Nicolas Dubini



A árvore com rodinhas Texto de Alejandro H. Borrachia

Alejandro H. Borrachia é arquiteto, sócio do Estudio Borrachia Arquitectos e professor de arquitetura na Universidade de Buenos Aires e na Universidade de Morón, sendo nesta última também diretor do Instituto de Investigación en Diseño y Georeferenciación. É autor do ­ livro “Nuevas Arquitecturas en un mundo hiperconectado”.

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Estudio Borrachia Arquitectos

1.Introdução A cobertura do mexicano Carlos de Beistegui na Champs-Elysées, em Paris, de autoria de Le Corbusier, representa no domínio da arquitetura um dos trabalhos arquetípicos do movimento surrealista. Incluída na recente mostra “Surreal Things” [organizada pelo Victoria and Albert Museum, em Londres, e pelo Museu Guggenheim, em Bilbao], na qual examina as várias facetas da influência do movimento no mundo do design, esta reforma conseguia, com diferentes elementos e segundo as próprias palavras do catálogo da exposição, “o efeito mais desejado do Surrealismo: a sensação de desorientação” (1)

As imagens representativas do trabalho de Le Corbusier se concentram em um setor do terraço. Um espaço ao ar livre rodeado por paredes brancas, como se tratasse de um interior, mas com o céu como teto, uma lareira de pedra como ponto focal e um carpete de grama como piso. Por detrás da lareira e do muro branco, ícones da cidade de Paris surgem seccionados como parte da composição - a cidade como uma linha densa e o arco de Napoleão como elemento de mobiliário adicional, sem a importância que eles realmente merecem.

Casa PH

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Casa PH

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Todo o espaço resulta de uma adição de anomalias: um jardim em uma cobertura, uma lareira em um jardim, os muros altos bloqueando a vista da cidade, o Arco do Triunfo como um vaso etc. Os objetos que o habitam fazem parte do elemento surpresa do terraço; foram descontextualizados e resignificados em relação a este novo contexto. Esta situação modificada talvez constituísse uma referência icônica para o mundo do surrealismo, mas pode ser, sem deixar dúvidas, uma imagem quase cotidiana para o mundo de hoje. Encerra a relação de seus elementos entre si e nas tensões entre programa, objeto, fundo [paisagem] e observador, lugares-comuns às questões que a cidade densa nos apresenta como habituais. Imagens icônicas descontextualizadas, situações interiores extrapoladas e um somatório de elementos desconexos povoando os espaços anódinos dos programas domésticos urbanos. Na megalópole com seu crescimento ilimitado, cidade densa que quer ser ainda mais densa e onde se faz espaço onde o espaço já deixou de sê-lo, decisões incomuns para as práticas profissionais de outrora transformam-se, gradualmente, em noções alteradas de uso e beleza, aceitas pela profusão de condutas, costumes e imagens, já habituais com o passar do tempo.


Estudio Borrachia Arquitectos

Na megalópole com seu crescimento ilimitado, cidade densa que quer ser ainda mais densa e onde se faz espaço onde o espaço já deixou de sê-lo, decisões incomuns para as práticas profissionais de outrora, gradualmente, transformam-se em noções alteradas de uso e beleza, aceitas pela profusão de condutas, costumes e imagens, já habituais com o passar do tempo.

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Encontrar um vazio, acomodar-se neste magma solidificado, defenderse, sobreviver e conquistar um espaço na rede de individualidades anônimas desta interminável plataforma, forçam situações inesperadas, de medidas mínimas e decisões extremas. Tornamo-nos surrealistas em tempo integral, o que na cidade atual da anomalia, repetida centenas de vezes, representa a normalidade e a normalidade vai se convertendo em anomalia. Koolhaas escreve a respeito de sua cidade genérica “A cidade genérica é fractal, uma repetição sem fim do mesmo módulo estrutural simples; é possível reconstruí-la a partir de sua menor entidade, um PC, talvez até mesmo um disquete”. (2) É a anomalia que se repete indefinidamente, e sua entidade de menor dimensão, neste exemplo, consiste de uma abstração - naturalmente, dentro da desordem tudo é possível. É assim que, da ruptura com certos limites, da aceitação e normalização das práticas coletivas repetitivas [por vezes ilegais] e da falta de qualquer índole, surgem novas possibilidades, novas paisagens são geradas e às velhas noções, às propriedades, aos desejos e prazeres, são incorporados os limites deslocados, as novas visões do denso, ou do cheio e o do vazio. Tudo em bus-

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ca das imagens da cidade do presente, ou da cidade do futuro. Os arquitetos que atuam neste contexto anômalo certamente operam com uma visão alterada de beleza. E talvez seja esta abordagem rarefeita que permita a pesquisa e a resposta arquitetônica em uma rede de incumbências que se conectam por seu lado bizarro, por sua origem antiurbana. “Uma cobertura de membrana é como uma praia, um pequeno espaço aberto é como um parque, uma janela é como um céu e um corredor é como uma casa”. Assim como em algum momento a América Latina foi reconhecida pelo seu “realismo mágico” na arte e na literatura, talvez nossa arquitetura (enfoque geracional, sentido local etc.) encontre um futuro em sua própria contradição, uma espécie de “surrealismo pragmático”. Pragmático porque, mesmo através de sua relação com o irreal, o pensamento continua a ser lógico e surrealista por obrigação mais do que por convicção. Projetamos e imaginamos, mas estamos presos ao sonho de outro, o sonho incontrolável da cidade.


Casa PH


2.Sobre como todo imóvel se transforma em móvel (Baseado em fotos reais) Se é preciso mover uma árvore com uma finalidade prática… para desocupar o pátio para um evento (o espaço nunca é suficiente) ou para abrir grandes painéis de vidro ou para ampliar a área de recreação ou simplesmente por nunca decidir uma posição final (pura indecisão moderna)… qual seja o motivo: introduza a árvore (neste caso, um ficus de porte considerável) em um recipiente adequado, dote mobilidade ao recipiente, 4 rodas em uma plataforma metálica e pronto! A árvore, símbolo imemorial de arraigamento, deixa suas raízes e é agora uma

árvore com rodinhas. As neoculturas das megalópolis nos apresentam um desafio, o campo aberto para a experimentação e a pesquisa, mas também nos colocam na ante-sala da incerteza. Notas. (1) Ver [http://www.guggenheim-bilbao.es/ surrealismo/index.php?idioma=es] Ver [http://www.vam.ac.uk/exhibitions/ past_exhibs/surreal_things/] (2)Rem Koolhaas “La Ciudad genérica ” [GG, Barcelona, 2006]

Refeitório P11

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Estudio Borrachia Arquitectos

Casa 5x30

O fato de um lote de 10 metros (medida indicadora de fatores urbanísticos) ser repartido ao meio, no subúrbio de Buenos Aires, possui vários significados intrínsecos relacionados com as possibilidades e carências de um segmento social; e esconde, como sempre, o verdadeiro gene que constrói e às vezes destrói nossas urbes: a especulação imobiliária. A repetição de tais divisões na cidade, equivocadas ou não e com o passar do tempo, culminam no nascimento, por imposição, de uma nova tipologia arquitetônica. Tal tipologia, que inunda quase sem alterar a trama da cidade, conduz a erros prejudiciais à vida humana, mesmo que de certa forma ­tenham

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Estudio Borrachia Arquitectos

sido acordados por uma sociedade já adaptada a eles. Conhecida comumente como dúplex (nós preferimos denominá-la Casa 5 x “o comprimento do lote”), possibilitounos, nos vários casos em que trabalhamos nela, pensar em uma série de temas relacionados ao habitat, à cidade e sobretudo à crítica ao modelo existente: A “Casa Filtro”, por exemplo: uma série de colchões de ar restringidos por muros, brises ou pátios, constitui um limite necessário entre o ambiente agressivo e anódino do subúrbio e o interior, que deve ser vivido com toda intensidade possível à medida em que o exterior dela se afasta (já que no interior do sistema, o exterior só será descoberto a partir de um novo olhar); A “Casa Oásis”: o encontro com um espaço inesperado, uma vez atravessado o filtro, produzindo efeitos comparáveis aos de um oásis no deserto; o descobrimento paulatino de espaços e rincões, apesar das dimensões reduzidas do lote; o distanciamento da rotina da urbe (o desprendimento final passa pela conformação de espaços aptos, por suas características singulares, para a introspecção e o descanso); A “Casa 2 em 1”: ordenada como um sistema de dois em um, permite que os espaços privados possam se desenvolver de maneira independente uns

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dos outros e que existam lugares intermediários de múltiplas funções (apesar de seu aspecto apequenado, a casa permite variações de uso); A “Casa Pátio”: sem as possibilidades inerentes à conhecida tipologia, na qual os espaços são estruturados ao redor de um pátio, as casas “5x” encontram em um sistema de regulação interna – cada espaço com seu pátio – certas qualidades vivenciais semelhantes àquela; E a “Casa Total”: a ruptura entre interior e exterior e a criação de espaços híbridos a esta classificação, provocam a utilização total do espaço da casa, entendendo como seus limites aqueles próprios do lote; São estes alguns dos temas desenvolvidos e que continuaremos a desenvolver em busca da construção do habitar contemporâneo.

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Estudio Borrachia Arquitectos

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Planta Baixa Subsolo

Planta Baixa Pavimento TĂŠrreo

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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Estudio Borrachia Arquitectos

Término da Construção: 2009 Área construída: 195 m2 Arquitetos: Estudio Borrachia Arquitectos Colaborador: Esteban Planes

Corte CC

Corte DD

Corte AA

Corte BB contemporaneu #04 | 29



Estudio Borrachia Arquitectos

Casa PH A segunda etapa da reforma em um PH* de Caballito incluía a transformação de um terraço em dormitório. Tendo sido anteriormente tratada como um espaço de expansão da casa – com um deck e um bar para eventos –, um terraço verde pensado como subsídio destinado à cidade e às atividades internas, seria necessário que sua nova destinação permanecesse constituindo essa possível contribuição dentro de um tecido denso. Agora não mais através do vazio, mas do cheio.

Todo o processo projetual foi pautado por determinadas premissas: ampliar com o mínimo de intervenção sem que a inclusão de um pavimento degenerasse ou distorcesse a relação entre o pátio e o volume existente; que, ao contrário, esta nova intervenção promovesse um crescimento adequado no espaço exterior antes resolvido como terraço (e agora com algumas varandas intermediárias e o pátio ampliado após a retirada da circulação vertical exterior).

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Quanto à cobertura, peça-chave desta intervenção, a busca de certa singularidade formal a fim de dotá-la de personalidade - em um labirinto de terraços, chapas e membranas impermeáveis, juntamente com as possibilidades da técnica e da relação com a vista desobstruída de uma porção de céu - foi a premissa que levou ao resultado exibido aqui. A necessidade de pré-fabricação parcial, permitindo verificar formal e construtivamente, ainda em ateliê, o telhado como objeto acabado e a possibilidade de uma rápida execução com base em peças de tamanho grande, reduziram conceitualmente a obra a uma imagem; é como se sobre o existente fosse colocado um chapéu na forma de uma calha gigante; um elemento comum ou de grande normalidade no universo das coberturas, mas que em escala ampliada surge com um brilho estranho “como um realce que obriga quem olha de cima a olhar duas vezes”.

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Estudio Borrachia Arquitectos

*PH é a abreviação do termo Propiedad Horizontal. Usado no texto para designar um tipo de imóvel [neste caso, construído na década de 1920 no bairro de Caballito em Buenos Aires], pode ser definido como um regime específico de divisão de propriedade exercido sobre um bem imóvel [algo como diferentes andares do edifício ou diferentes apartamentos de um mesmo andar, independentes e com acesso comum à via pública], cuja regulamentação ocorre, em países como Espanha, Portugal, Argentina, Chile, Uruguai e Colômbia.

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Implantação

Planta Baixa Pavimento Térreo

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Planta Baixa Primeiro Pavimento


Estudio Borrachia Arquitectos

Corte CC

Corte CC

Término da Construção: 2009 Área construída: 90 m2 Arquitetos: Estudio Borrachia Arquitectos e Pamela Malvicini Arq. Asociado Colaboradores: Victor Pintos, Maximiliano Mazzitelli , Ariel Ascione

Planta Baixa Segundo Pavimento contemporaneu #04 | 35


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Estudio Borrachia Arquitectos

Refeitório P11 A cantina dos funcionários no décimo primeiro andar da UM [Universidade de Morón] é, na verdade, um híbrido, um filho mestiço de diferentes correntes; amamentado por Heidegger e educado por Abalos e Herreros, ou vice-versa; nasce metade artefato, metade cabana. Está localizado naquele canto que todo terraço possui, um elemento leviano de fácil montagem e similar desmontagem, vegetal e permeável, como um filtro de ar, de luzes e de vistas; não interrompe de forma alguma a livre circulação das águas e controla sua permeabilidade aos ventos segundo suas próprias necessidades climáticas. Uma casa de máquinas, um equipamento de ar condicionado, um tanque de água, um compressor, um duto de ventilação etc etc. contemporaneu #04 | 37



Término da Construção: 2009 Área construída: 80 m2 Arquitetos: Estudio Borrachia Arquitectos Colaboradores: Edgardo Litovich, Arq. Leonardo Esteves , Mariano Mendoza , Maximiliano Mazzitelli , Ariel Asione, Ana Muñoz , Sol Pace Totorica

Rigoroso, mas de traços terrenos, pelo flerte com materiais autóctones e seu diálogo com espaços nada alheios à nossa cultura, o quiosque, o pátio, a parreira e a sombra. A cantina pertence ao terraço ao mesmo tempo em que resume em si mesma a lógica da cobertura urbana: um conjunto de objetos que se misturam conforme a necessidade humana e a insubstituível exigência de expansão e de contato com o verde em uma cidade densa. É em si mesmo um “terraço-artefato”. Autônomo como peça, como espaço protegido, alheio ao entorno e com clima próprio, para nutrir o corpo e relaxar a mente, ainda que flutuando sobre um mar de membrana asfática…


Implantação

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Estudio Borrachia Arquitectos

Planta Baixa

Corte AA contemporaneu #04 | 41


HafenCity Hamburgo, Alemanha

Photo: T. Kraus; Source: HafenCity Hamburg GmbH



urbano

Photo: ELBE&FLUT; Source: HafenCity Hamburg GmbH

Photo: ELBE&FLUT; Source: HafenCity Hamburg GmbH

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Herzog & de Meuron

HafenCity

À primeira vista a uniformidade das fachadas que vão sendo erguidas nas margens do rio Elba parece característica de um bairro urbano simples, comum às cidades que passaram recentemente por processos de recuperação de áreas degradadas. Sim, recuperação de áreas degradadas é o tema em questão do novo bairro de Hamburgo, Alemanha. Mas ao contrário do imaginário já um tanto consolidado sobre essa prática, estas fachadas são propositais para não distorcer a imagem do antigo bairro que ali existia e ao mesmo tempo destacar poucas obras arquitetônicas espetaculares. Nem tão poucas assim, na verdade. Em uma área de 1.570.000 metros quadrados, nomes como Richard Meier, David Chipperfield, Rem Koolhaas, Zaha Hadid, Herzog & deMeuron, Hadi Terrani e Stefan Behnisch [ver Contemporaneu#03] assinam obras emblemáticas e responsáveis, em parte, pelo sucesso do empreendimento, tanto para turistas como para empresários. A densa HafenCity, ou Cidade Porto, está sendo construída desde o ano 2000 e tem previsão de término para 2025, quando abrigará ao menos 12.000 habitantes e oferecerá 40.000 empregos, segundo expectativas menos otimistas dos realizadores do projeto.

Nesta Página: Direita: Área de Sandtorkai. Esquerda: acima: edifício da filarmônica de Hamburgo, projetado por Herzog & deMeuron para repousar sobre um antigo prédio parcialmente destruído na Segunda Guerra Mundial. Abaixo: projetado pelo holandês Rem Koolhaas, será o mais alto dos edifícios no bairro. Abrigará o Centro de Ciências. Página seguinte: Plano mestre do novo bairro. Illustration: Gärtner & Christ; Source: HafenCity Hamburg GmbH

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urbano

Illustration: Michael Korol; Source: HafenCity Hamburg GmbH

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HafenCity

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urbano

Muito se especula sobre o sucesso do bairro, principalmente pela apropriação do espaço público pelos residentes da cidade. O mesmo espaço em que se trabalha é interessante para passar o tempo livre? Outro fator importante a ser levantado é a questão do comércio. Por se tratar de uma área túristica com lojas luxuosas, bares e restaurantes, como ficarão os simples fornecedores de necessidades básicas aos 12 mil habitantes previstos? Se considerarmos os aspectos técnicos, HafenCity tem tudo calculado. Com uma rede de passeios de pedestres interligados acima oito metros

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do nível do mar, garagens à prova d’água e sem residências no térreo dos edifícios, o bairro está preparado para enchentes. Assim como está se armando para o acesso da área a partir de linhas de metrô e ônibus. Ao mesmo tempo em que o bairro se afasta verticalmente da água, ele entra em contato direto com praças formadas por degraus, platôs e rampas que vão suavemente integrando o espaço altamente densificado com as águas do rio, criando áreas de contemplação e descanso. Apesar de possuir uma história comum às outras cidades que possuem e possuíam áreas industriais em seus perímetros urbanos, o novo bairro


HafenCity

Photo: ELBE&FLUT; Source: HafenCity Hamburg GmbH Photo: T. C. Kraus; Source: HafenCity Hamburg GmbH


Photo: ELBE&FLUT; Source: HafenCity Hamburg GmbH


HafenCity

carrega uma história pesada do passado alemão. Ali estava a estação de trem Hanover, ponto de embarque de judeus conduzidos a campos de concentração. É neste local que será construído o Lohespark, um espaço dedicado à memória dos que por ali passaram. Será o primeiro memorial deste tipo construído em uma área de intensa vivência urbana em Hamburgo.

O forte investimento em quesitos culturais e educacionais são responsáveis pelo projeto da Universidade de HafenCity, que terá cursos de arquitetura, urbanismo, engenharia civil e geomática. Não é, porém, ­ prevista a moradia dos estudantes na região, devido ao alto valor dos imóveis na área. Espera-se que com a boa rede de transporte público eles possam residir nos bairros próximos, de preços mais acessíveis.

Photo: ELBE&FLUT; Source: HafenCity Hamburg GmbH contemporaneu #04 | 51


Illustration: Vogt Landschaftsarchitekten; Source: HafenCity Hamburg GmbH


HafenCity

Ao que parece, o investimento já está tendo retorno. Mesmo com ­ apenas metade do empreendimento construído ou em vias de implementação, a repercussão sobre o projeto é grande, assim como a expectativa de vê-lo terminado.

Photo: ELBE&FLUT; Source: HafenCity Hamburg GmbH Página anterior: Esquerda: Praça Vasco da Gama. Direita: Sede da Unilever, projeto de Stephan Behnisch. Nesta Página: Acima: área que será transformada pelo memorial aos judeus. Esq.: Lohespark. Abaixo: Universidade de Hafencity.

Illustration: Code Unique Architekten; Source: HafenCity contemporaneu #04 | 53


Photo: Fotofrizz; Source: HafenCity Hamburg GmbH



Photo: Fotofrizz; Source: HafenCity Hamburg GmbH




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projetos



Casa Viguet ndc arquitectura

Buenos Aires, Argentina Fotos: Segundo Luchia Puig


70 m2


Casa Viguet

A Casa Viguet fica no bairro de La Lonja, um local de densidade baixa e paisagem campestre na cidade de Pilar, a noroeste de Buenos aires. Em um terreno de 1.500 m2, a pequena residência de 70 m2 é deliberadamente um único espaço, no qual os usos se misturam: uma quitinete quadrilátera, avantajada e hibridizada. Rapidez de execução, função e estética indicaram o caminho construtivo. Foram utilizados elementos pré-moldados de concreto para resolver tanto a cobertura quanto a pele da casa. Proporcionam segurança e as trocas com a luz, o ar e com o espaço exterior. Através deles é feito um jogo geométrico - assistido pela neutralidade da cobertura plana - de linhas retas paralelas, horizontais e verticais, e os círculos vazados. Refletem, a partir dos cheios e vazios, outro marcante jogo, agora interno, de luzes e sombras de acordo com a hora do dia, as condições climáticas e as estações do ano. Duas entradas possuem como acesso interessantes degraus que se assemelham a mesas redondas dispostas em duas faces da casa. Certa ordem na composição das paredes com círculos vazados é percebida: fecham as áreas molhadas, a saber,

banheiro e cozinha. Há também um visível esforço para não haver paredes lisas ou monotonia nas fachadas. A laje plana de cobertura mesmo controversa a respeito de seu aspecto, por um lado enclausurado e gradeado, e por outro, apenas determinando um intencional rompimento com o sítio, a obra se define como um instrumento de contemplação, de liberdade de usos e, pelas portas-brises deslizantes, de conciliação, improvisada ou não, com o exterior idílico.




70 m2

Fachada Sudeste

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Fachada Nordeste


Casa Viguet

Projeto: 2007 Construção: 2008 Área construída: 70 m2 Área do terreno: 1500 m2

Planta Baixa

Fachada Noroeste

Fachada Sudoeste contemporaneu #04 | 69



Memorial Hansook Cheong Moongyu Choi+GaA architects

Paju, Coreia do Sul Fotos: Moongyu Choi + Ga.a architects

Construído como uma homenagem a um romancista do século 20, o Memorial Hansook Cheong é “o refletor da natureza ao seu redor”, segundo as próprias palavras de seu autor, o arquiteto sul-coreano Moongyu Choi. Nascido em 1961, cursou arquitetura na Yonsei University [Seul] e na Columbia University, em Nova York. Posteriormente trabalhou no Japão até retornar ao país de origem. Em 1999, fundou o seu próprio escritório e com seus projetos recebeu diversos prêmios internacionais.


123 m2

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Memorial Hansook Cheong

O memorial quase transparente, de aço, vidro e concreto, é um de seus projetos de destaque e fica na cidade coreana de Paju. Todo o peso do edifício, incluindo paredes autoportantes, concreto e opacidade, está no embasamento. É, porém, invisível ao nível rua, por estar semi-enterrado, adaptando-se ao declive do terreno. Neste bloco inferior está a grande sala de conferência, um lobby, o escritório e o amplo pátio seco acessado por uma escada-arquibancada, funcionando como anfiteatro ao ar livre. Apoiada sobre essa massa mais densa e opaca está a leveza do piso intermediário, uma caixa de vidro cuja transparência é acentuada graças à substituição de pilares por pequenos túbulos de aço, dispostos nos limites perimetrais da construção. Foram feitos sob encomenda e com a aparência de batentes das portas e janelas de vidro. Envolvidos com acabamento de placas de aço inoxidável espelhado, “desmaterializados”, são esses túbulos que suportam o pavimento superior: outra caixa, desta vez de vidro reflexivo, que abriga aposentos privativos. Todo o processo do projeto objetivou minimizar a fronteira entre o artificial e o natural a partir do empilhamento levemente desencontrado da reflexão da paisagem e da transparência do objeto construído.


123 m2

Término da Construção: 2003 Área construída: 123 m2 Área do terreno: 755 m2 Arquitetos: Moongyu Choi + Ga.A Architects Estrutura: Eng. Shin Structural Eng. Eletricista: Dong-Ho Eng. Construção: Je-Hyo Construction


Memorial Hansook Cheong

Planta Baixa Pavimento TĂŠrreo

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123 m2

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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Memorial Hansook Cheong

Planta Baixa Segundo Pavimento

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Corte Transversal

Corte Longitudinal

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Memorial Hansook Cheong

Fachada Sul

Fachada Leste

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Casa Kilian Gass - Architecture Design Studio Johannesburgo, Ă frica do Sul Fotos: RhonĂŠ van Gass



180 m2

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Casa Kilian

A Casa Kilian é uma interpretação contemporânea de uma casa típica de fazenda: horizontalizada, com formas simples e grandes espaços abertos. Localizada em uma área rural próxima ao Aeroporto Internacional Lanseria, a casa é obra do Gass - Architecture Design Studio, escritório fundado por Georg van Gass em 2004, com sede em Johannesburgo, norte da África do Sul. Em termos formais, o projeto consiste em dois grandes volumes retangulares que formam um “T” a partir de diferentes orientações conceituais e programáticas de cada um deles. O resultado é baseado em uma reflexão estética da atmosfera local, usando materiais e texturas locais e mantendo uma expressão atual.

Dois muros espessos e altos percorrem todo o comprimento dos volumes. Observa-se a separação entre público e privado, nítida pelo prolongamento dos muros, projetados para além dos limites edificados e pela conformação de ambientes que não se encontram, impedindo até o contato visual entre as alas. O primeiro volume, voltado para o Rio Crocodilo, abriga os espaços de usos mais públicos –incluindo sala de estar, pátio coberto, cozinha, refeitório e uma pequena sala de cinema. A sensação de amplitude do espaço em direção ao exterior é graças às sequências de treliças expostas e às portas de grandes dimensões que deslizam, deixando o volume principal totalmente aberto para o vale. Acima deste volume, contemporaneu #04 | 83


180 m2

há um terraço aberto, proposto como alternativa de espaço de entretenimento ou de refeições ao ar livre, que o usuário pode usufruir tendo como pano de fundo um panorama ininterrupto das montanhas Magalies, dos vales e das fazendas. O segundo volume é a parte mais privada da casa, com quartos e banheiros orientados para as montanhas. Ali a arquitetura é mais intimista, com espaços menores e introspectivos, como um refúgio das áreas sociais. Para as crianças, uma sala de jogos generosa está localizada no final deste segundo volume. Este espaço se abre para um pátio claramente demarcado, insinuando proteção e limites no ambiente onde as crianças podem brincar. Os materiais de acabamento utilizados na casa, em tons terrosos e texturas naturais justapõem-se a refinados acabamentos contemporâneos. A aspereza da parede é contrastada com o liso do piso de cimento branco, do alumínio nas grandes portas e janelas de vidro e do acabamento laqueado das cozinhas e banheiros.

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Casa Kilian


180 m2

Implantação

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Casa Kilian

Planta Baixa

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Corte A

Corte B

Corte C

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Casa Kilian

Fachada Norte

Fachada Sul

Fachada Leste

Fachada Oeste contemporaneu #04 | 89


Max Nirnberger


Casa Dobrada X Architekten

Wienerwald, テ「stria Fotos: Max Nirnberger e Lorenz Prommegger


200 m2

Max Nirnberger

Max Nirnberger


Casa Dobrada

A Falthaus, ou casa dobrada, foi construída para um casal de atores profissionais que desejavam uma arquitetura declaradamente contemporânea e que se comunicasse com o verde do entorno. Está localizada em Wienerwald, conhecido como a área densamente arborizada delimitada pelos rios Triesting, Gölsen, Traisen e Danúbio, muito próxima à capital austríaca. É um destino muito procurado para recreação ao ar livre ou para moradia pelos habitantes de Viena. A localização privilegiada do terreno - com um panorama de vales e colinas - e sua topografia foram aproveitados com êxito pelo projeto dos arquitetos do X Architekten. Integra-se ao terreno de uma forma muito engenhosa, pois aproveita a inclinação natural em suas duas direções. Praticamente todos os ambientes são voltados para o sul, mesma direção de declive para a vista do bosque. É nessa orientação a principal fachada da casa, onde são percebidas as reentrâncias e os desníveis. O interior é concebido como um espaço de aberto de vivência, importante para c­aptar a luz natural e a atmosfera da região. contemporaneu #04 | 93


Max Nirnberger

Max Nirnberger

Lorenz Prommegger

A abundante transparência e a esbeltez dos pilares metálicos e do corrimão externo contínuo - em meio às espessas lajes e paredes de concreto - seguem esta concepção de abertura. Disposta em forma de uma fita dobrada, a casa possui uma circulação externa que envolve toda a casa, facilitando a orientação espacial já que a cobertura, os quartos e a sala acabam interligados. Além disso, através do aproveitamento do aclive no sentido leste-oeste [aliados a cortes no terreno e muros de arrimo], tal conformação possibilita o acesso ao jardim no mesmo nível de todos os cômodos, independentemente do pavimento em que se situam. Há também a escadaria interna, na face norte da edificação e sob iluminação zenital, que orienta a circulação em linha reta, desde a discreta entrada lateral no pavimento inferior até o topo, um grande terraço descoberto. O mesmo piso da circulação [ou sacada] externa aos quartos, ao ser dobrado, coincide com a cobertura da sala e do escritório. Este último, nada mais é do que um mezanino sobre a sala, que por sua vez, passa a ter pé-direito duplo e angulado.


Casa Dobrada

Max Nirnberger

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Lorenz Prommegger



Max Nirnberger


Casa Dobrada

A abertura gerada na lateral do escritório, entre a laje inclinada e a cobertura, é sua própria janela e, portanto, favorece a iluminação da sala abaixo. É um projeto, com forma e espaços inusitados, de caráter atual e elegante, bem acabado, que satisfaz o programaque e fortalece as potencialidades do lugar, com intenções claras e soluções bem resolvidas.

Max Nirnberger

Max Nirnberger

Projeto: 2001 Término da Construção: 2008 Área construída: 200 m2 Área do terreno: 300 m2


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Planta Baixa Pavimento TĂŠrreo

Planta Baixa Primeiro Pavimento

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Casa Dobrada

Planta Baixa Segundo Pavimento

Planta Baixa Cobertura

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200 m2

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Casa Dobrada

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Residência Hof Studio Granda

Skagafjörður Fjord, Islândia Fotos: Sigurgeir Sigurjónsson


294 m2

A residência Hof é uma casa rural no estuário de Skagafjörður, na costa norte da Islândia - a menos de 100 quilômetros do Círculo Ártico -, em uma paisagem de aspecto lunar e vegetação rasteira. A espetacular e afastada localização e um programa especial alimentaram uma relação única entre cliente, construtor e arquiteto, resultando em um edifício que em todos os aspectos é uma conseqüência direta dessa colaboração. A propriedade incluía um conjunto de edifícios existentes: uma habitação, igreja, celeiro e estábulo e estrebarias. O local de implantação da nova casa, ligeiramente distante do agrupamento preexistente, foi cuidadosamente escolhida para privilegiar a vista, a partir dos cômodos, da exuberante paisagem de fiordes, montanhas e ilhas de rochosas bastante proeminentes. A grama retirada do campo foi replantada no telhado [como é comum na arquitetura tradicional local]. Já no relvado ao redor da casa, porções da terra foram dobradas e sobrepostas de forma a alterar a topografia, constituindo um novo relevo de gramíneas e pedras que direcionem e abram os espaços para a entrada e o terraço. A pedra basáltica utilizada é retirada do próprio sítio e é largamente utilizada internamente na sala e nas circulações, bem como na pavimentação ex-


ResidĂŞncia Hof

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terna. Postes de telégrafos retirados do sítio foram recuperados e usados como brise-soleil nas janelas orientadas para o sul. A maioria das paredes internas são de concreto aparente ou pintado; nos tetos, portas e outras carpintarias predominam o carvalho serrado combinado com aço. A casa é isolada e estável termicamente, devido às paredes maciças de concreto, ao piso de pedra e ao equilíbrio entre aberturas e fechamentos. A água é aquecida por meio de energia geotermal, que por sua vez aquece a residência correndo por baixo do piso e passando pelos aquecedores de ambiente, além de servir para demais usos domésticos. Aberturas altas e rasgos no telhado para iluminação contribuem com o baixo consumo de energia. O projeto é do escritório islandês Studio Granda, presente também na primeira edição da Contemporaneu, que a exemplo da residência Hof, utiliza com frequência materiais tradicionais escandinavos, como a pedra, o metal e a madeira. Término da Construção: 2007 Área construída: 294 m2 Arquitetos: Studio Granda Estrutura e engenharia ambiental: Víðsjá Serviços elétricos: VJÍ Construtor: Trésmiðjan Borg


294 m2

Implantação

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ResidĂŞncia Hof

Planta Baixa

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Fachada Norte

Fachada Sul

Fachada Leste

Fachada Oeste

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ResidĂŞncia Hof

Corte A

Corte B

Corte C

Corte D

Corte E

Corte F

Corte G contemporaneu #04 | 113


Ampliação do Museu Sacro de Adeje Fernando Menis Adeje, Espanha Fotos: Simona Rota



817 m2

A cidade velha, dentro de um planejamento global, é muito importante para o desenvolvimento de Adeje, município pertencente à província de Santa Cruz de Tenerife, Espanha. O conjunto, formado pela Calle Grande, que abriga restaurantes e lojas comerciais ao redor da Plaza de España, juntamente com os edifícios paroquiais e o convento próximo à prefeitura, representa o coração da cidade e nele ocorrem os principais eventos e festivais públicos e religiosos de Adeje. Esta área é localizada em um terreno acidentado, muito próximo à borda de um despenhadeiro, conhecido como Barranco del Infierno. Perdeuse ali muito da relação visual e funcional entre a paisagem e a cidade. 116 | contemporaneu #04





817 m2


A proposta do arquiteto espanhol Fernando Menis, detentor do 1º lugar em um concurso de ideias de 2006, é criar no local um ponto de união com a natureza, abrindo a praça e promovendo a conexão perdida, fazendo com que toda esta área seja restrita ao uso de edifícios públicos, administrativos, culturais e religiosos. Mantendo a vocação de lugar de grande atividade, edifícios e topografia novos visam um caráter de atratividade, tanto para os habitantes da cidade quanto para os visitantes. Propõe-se a renovação e a ampliação da praça e um novo espaço museológico, como ligação entre o abismo e a cidade, a serem inaugurados ainda este ano.


817 m2

O projeto abarca, portanto, dois elementos bem diferenciados. O novo Museu Sacro se impõe como um edifício semi-enterrado, tendo acima a cafeteria e, no subterrâneo, o espaço expositivo do museu. Já a praça se expande em superfície [aumentando a área atual em duas vezes e meia] gerando um cenário permanente e sob a qual há um espaço destinado a dependências municipais. Os materiais usados combinam concreto aparente, concreto polido e pedra basáltica; a textura não é superfície, é a própria matéria, tátil e visual. A superfície é a topografia criada, enterrando o prédio e criando platôs. O projeto rejeita forma e elementos clássicos de arquitetura e revela-se distinto em volume e planos inescrutáveis situados na paisagem. Aproxima-se do onírico e do abismo, mas é antes materialidade que vincula o natural ao construído.

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Ampliação do Museu Sacro de Adeje

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817 m2 Competição: 2006 Término do Projeto: 2009 Início da Construção: 2009 Área construída: 817 m2 Área do terreno: 4034 m2 Arquiteto: Fernando Menis Construção: Construcciones Daltre


Ampliação do Museu Sacro de Adeje







Het 4th Gymnasium HVDN Architecten

Amsterd達, Holanda Fotos: John Lewis Marshall


4160 m2

Ao projetar este edifício, os arquitetos do HVDN Architecten não tiveram a pretensão de projetar algo que fosse durar décadas. Diferente do usual, foi concebido para durar de cinco a dez anos, tempo necessário para a construção de uma escola permanente para o bairro Houthavens, em Amsterdã. O crescimento da cidade em sentido às áreas não ocupadas obrigou a reavaliação do plano de zoneamento para a área de Houthavens por parte da prefeitura, em 1991. Foi considerada não vantajosa para empreendimentos imobiliários residenciais devido à poluição

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e ao excesso de barulho produzido por trens, trams e a indústria próxima. Este plano foi visto e revisto diversas vezes até 2005, quando foi decidida uma abordagem diferente e inovadora: fazer um zoneamento com duração de 5 anos. Esta alternativa solucionou um problema que perdurava por anos e, em apenas duas semanas, a área recebeu um projeto com o intuito de abrigar mil e cem estudantes. Neste período de testes, diversas ­construções provisórias foram realizadas, incluindo a Het 4th Gymnasium, de 2008, a quarta escola técnica de nível médio de Amsterdã.



4160 m2

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Het 4th Gymnasium

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Het 4th Gymnasium

Sua característica de prédio pré-fabricado permite que seja montado e desmontado rapidamente em diferentes lugares e sua modulação favorece a utilização para diferentes fins, de acordo com a necessidade da prefeitura da cidade, que solicitou sua construção. Para quebrar a monotonia da visão de quem passa pela rua, os arquitetos projetaram janelas que se aprofundam na fachada e combinadas com finas ripas de madeira e painéis coloridos de alumínio. Estes painéis conduzem o olhar pelas cores desde a fachada sudoeste até chegar ao vão de entrada do edifício, localizado na fachada nordeste. Três módulos ausentes no pavimento térreo conformam a entrada em um pátio colorido com nichos que saltam das paredes. Este pátio conduz alunos, professores e funcionários às diversas entradas interligadas - para a recepção, salas de aula ou auditório. Os corredores com amplas janelas circundam o pátio interno e distribuem os fluxos entre salas de aulas, seus nichos formam espaços de leitura e estudo. Em três pavimentos o prédio abriga um programa complexo devido às exigências de alguns dos cursos técnicos ministrados lá, como cinema, arquitetura e astronomia. contemporaneu #04 | 137


4160 m2 Término da Construção: 2008 Área construída: 4160 m2 Arquitetos: HVDN Architecten

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Het 4th Gymnasium

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projetos e estudantes


projetos de estudantes

Projeto Terminal Rodoviário de Ipatinga

Disciplina: Estúdio 9 (Edifícios complexos) Período: 9o Instituição de ensino: UnilesteMG Nome: Luiz Gustavo de Ávila Lelis email: guguavilalelis@gmail.com Cidade: Pingo D’Água-MG


Luiz Gustavo de テ」ila Lelis

Implantaテァテ」o contemporaneu #04 | 143


projetos de estudantes

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Luiz Gustavo de テ」ila Lelis

Planta Baixa

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projetos de estudantes

Corte AA

Corte BB

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Luiz Gustavo de テ」ila Lelis

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projetos de estudantes

Construir sobre o Metrô: projeto urbano e arquitetônico para as áreas remanescentes Disciplina: TFG Período: 10o Instituição de ensino: PUC-Rio Nome: Caio Carvalho Calafate email: caiocalafa@gmail.com website: Revista Noz Cidade: Rio de Janeiro - RJ


Caio Carvalho Calafate

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projetos de estudantes

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Caio Carvalho Calafate

Implantação contemporaneu #04 | 151


projetos de estudantes

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Caio Carvalho Calafate

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projetos de estudantes

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Caio Carvalho Calafate

Corte A

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projetos de estudantes

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Caio Carvalho Calafate

Corte D

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projetos de estudantes

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Caio Carvalho Calafate

Corte E

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projeto de concurso


concurso

Nova Sede IPHAN Arq. Adriano Carnevale Domingues Brasília, DF

O texto a seguir é o memorial descritivo do anteprojeto de Adriano Carnevale Domingues para o Concurso Público Nacional de Projeto de Arquitetura para a sede do IPHAN em Brasília, realizado em 2006. Você pode conferir os trabalhos premiados aqui.

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Nova Sede IPHAN

Começo minhas intenções, citando o arquiteto Lúcio Costa e parte do seu relatório do Plano Piloto de Brasília: “Cidade planejada para o trabalho ordenado e eficiente, mas ao mesmo tempo cidade viva e aprazível, própria ao devaneio e à especulação intelectual, capaz de tornar-se, com o tempo, além de centro de governo e administração, num foco de cultura dos mais lúcidos e sensíveis do país.” “Nasceu do gesto primário de quem

assinala um lugar ou dele toma posse: dois eixos cruzando-se em ângulo reto, ou seja, o próprio sinal da cruz.” Parto deste princípio e assinalo o lugar, desta vez não como quem toma posse -o sinal da cruz- mas quem indica um percurso, um caminho, uma continuidade espacial que parte do solo ocupado e se projeta ao céu como se explicássemos as formas sinuosas da natureza, de uma montanha, através do movimento mímico, silencioso.


concurso

Da mesma maneira que ao arrancarmos algo do solo trazemos parte dele junto; trago junto ao movimento ligações ao seu plano de origem, mostrando a raiz submersa que estrutura o movimento sinuoso de um gesto natural e que desenvolve a essência e o programa do projeto. Este percurso caracterizado por uma laje, parte do sul junto ao terreno e se eleva em direção ao norte, liberando suas laterais para iluminação natural, além de proteger dos ventos predominantes do mesmo quadrante. A 45 graus deste eixo norte-sul no quadrante nordeste, um prolongamento que abriga o setor de Interação serve como barreira, protegendo os acessos dos ventos vindos do leste que predominam ao longo do ano. O projeto se desenvolve em dois subsolos, térreo, 1º e 2º pavimentos. O nível térreo está na cota 1.035,50m e será destinado à utilização de todas as pessoas, inclusive visitantes do IPHAN, contendo o estacionamento descoberto, os acessos verticais e o setor de interação/eventos com auditório e biblioteca com cafeteria, loja, recepção, área de leitura, acervo, reserva, arquivos e sanitários. O sistema viário cortará o conjunto, permitindo o desembarque coberto, além do acesso ao 2º subsolo para o estacionamento coberto. Um braço lateral ligará o térreo com o 1º sub164 | contemporaneu #04


Nova Sede IPHAN

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concurso

solo, local da entrada de funcionários e ambulatório (permitindo o acesso de uma ambulância), e por onde se dará o abastecimento da cozinha. O partido adotado, que tem grande parte do programa em subsolos, deriva da intenção de proteger as pessoas das intempéries. No 1º pavimento, na cota +4,00m, sobre a biblioteca, estarão o salão de exposições, o centro de memória e reserva técnica, seguido do 2º pavimento, na cota + 7,00m, reservado para o arquivo intermediário e permanente; caracterizando o setor de Interação como uma unidade independente. O 1º subsolo será acessado por elevadores e escada, além da rampa de uso misto para automóveis e pedestres. 166 | contemporaneu #04

Neste piso, um grande vazio central propiciará insolação e ventilação aos ambientes e terá apenas num dos lados espaço para circulação de automóveis, ligando-o ao 2º subsolo. Os ambientes serão destinados a laboratórios, com acesso ao exterior (caso necessitem), salas de coordenação com divisórias de vidro, permitindo iluminação e maleabilidade no espaço futuramente, diretoria administrativa e administração da sede, além da rampa de acesso ao 2º subsolo, tanto para pedestres como para automóveis. Nas áreas destinadas à coordenação e diretoria administrativa, divisórias de vidro estarão dispostas de maneira que cada gerente esteja ladeado de suas respectivas divisões, além de não


Nova Sede IPHAN

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Nova Sede IPHAN

bloquear a luz no ambiente de trabalho. Vale ainda ressaltar, que a laje de cobertura das áreas de coordenação e laboratórios, será inclinada e protegida por vegetação, ajudando no conforto térmico e na iluminação. No 2º subsolo, seguindo a projeção do vazio central do 1º subsolo, estará um jardim ladeado, da mesma forma, pelas salas da diretoria, sala para grandes reuniões e o acesso ao estacionamento coberto. Este pavimento terá os acessos por meio de rampa, elevadores e escada. Da mesma maneira, divisórias de vidro estarão dispostas de forma que cada diretor esteja ladeado de suas respectivas divisões, além de facilitar a iluminação nas áreas de trabalho. O setor da administração da sede, além do vazio central, terá acesso ao exterior com rua direta, possibilitando a entrada e saída dos funcionários, de ambulância e facilitará o funcionamento da cozinha e restaurante. O restaurante terá, na área das refeições, uma clarabóia auxiliando na iluminação e ventilação. As circulações horizontais nestes dois subsolos se darão pelo perímetro do vazio central externo aos ambientes e, paralelo ao mesmo, no interior entre as divisórias. Suspenso, sobre parte do conjunto na cota +6,50m, ficará o pavimento da presidência, com acesso de elevadores contemporaneu #04 | 169


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e escada. Um dos elevadores poderá ser exclusivo do presidente devido a sua localização próxima ao gabinete. Este conjunto tem a fachada oeste fechada, evitando o calor da tarde, em contrapartida do resto, que será envidraçado. A sinuosidade mencionada no início do texto, se dará por uma laje contínua que ora servirá de percurso, ora de apoio e ora de cobertura. Percurso: na ligação entre partes do pavimento térreo e rampa de ligação ao 1º subsolo e consequentemente ao 2º subsolo.

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Apoio: quando suporta e suspende o bloco da presidência e solta-o em balanço. Cobertura: a área da biblioteca/ setor de Interação terá seus pavimentos superiores atirantados nela, a fim de liberar a planta; por fim no auditório e foyer, retorna ao piso, estendendose ao céu. Esta laje será revestida de mosaico de pedra portuguesa criando desenhos de obras tombadas pelo patrimônio, caracterizando a idéia de percurso, calçada ou até mesmo de linha do tempo, de onde se faz e tem a história preservada.


Nova Sede IPHAN

Corte AA

Corte BB contemporaneu #04 | 171


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Planta Baixa Pavimento TĂŠrreo

Planta Baixa Pavimento PresidĂŞncia

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Nova Sede IPHAN Planta Baixa Primeiro Pavimento

Planta Baixa Segundo Pavimento contemporaneu #04 | 173


concurso

Planta Baixa Primeiro Subsolo

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Nova Sede IPHAN

Planta Baixa Segundo Subsolo

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edições anteriores

#03

Behnisch Architekten Proyecto Madrid Río Casa nas ruínas - NRJA Casa D - Sadar Vuga Residência TDA - Cadaval & Solà-Morales Residência VVA em Wortel - dmvA Koltsari - Kosmos Escola Enter - K2S Architects Mechatronik - Caramel Architekten

#02

3LHD MPreis Supermercados CityLife - Milão Casa JD - BAK Arquitectos Embaixada Estoniana em Vilnius - 3+1 Architects 46 Habitações Sociais - ACXT Universidade Østfold em Halden - Reiulf Ramstad Architects


#01

BIG - Bjarke Ingels Group Simcoe WaveDeck - West 8 e DTAH Refúgio São Chico - Studio Paralelo Casa em São Paulo - Affonso Risi dupli.casa - J. Mayer H. Architects Jardim de Infância Medo Brundo - Njiric + Arhitekti d.o.o. Ampliação do Estádio Ljudski Vrt - OFIS arhitekti e Multiplan arhitekti


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Holanda john@johnlewismarshall.com

John Lewis Marshall Espanha simona@menis.es

Simona Rota


Argentina info@segundoluchiapuig.com.ar

Segundo Luchia Puig

fot贸grafos

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Isl芒ndia myndir@myndir.is

Sigurgeir Sigurj贸nsson



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