conto.te um conto!
silly season‌ conto.te
conto.te
! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! conto.te
! ! ! Ato 1
- Ouça: o que queremos de si é simples.
Elvis sorriu, remexeu-se na cadeira do
exíguo gabinete, empurrando o desconforto com o sapato – biqueira arrogante de brilhantes e cabedal.
-Sorry, senhor Inspetor, vai ter de repetir.
O Inspetor suspirou, num trejeito enfadado
– não estava habituado a estrelas de rock, tinha avisado o Chefe. Cobranças difíceis, devedores crónicos, capturas de fortunas em fuga dominava bem, mas estrelas decadentes não eram o seu forte.
- Elvis, meu caro, como sabe tudo se
resume a números. E os ditos escasseiam, por estes dias. Nós, nas Finanças, já não sabemos que mais inventar, que outras formas de enganar e extorquir o povo e o senhor... o senhor sabe dar música às pessoas! Tem o condão de as atrair e as fazer despejar os bolsos. É disso que precisamos!
Elvis verificou a poupa, orgulhosa da
brilhantina e passou o polegar pelos lábios, num tique sensual um tanto desadequado, ali. conto.te
- Hum... mas continuo sem perceber o
que espera de mim.
- Se o senhor não colabora, Sr. Presley,
acabamos in a Jailhouse Rock!!
! Ato 2
As letras, num grito de ouro e diamante
(falsificados), pendiam no topo do palco: ELVIS ́ ALIVE
Uma multidão, em êxtase, esperava. No
Parque da Belavista havia cervejas e hot dogs. Vestidos de negro, inspetores-formiga, vigiavam, numa censura discreta; outros, agiotas-idiotas, estavam nas bilheteiras fazendo a cobrança usurária. Cada bilhete: uma pequena fortuna. Mas nos rostos circulantes havia sorrisos afixados, antecipando o grande momento.
Elvis,enfim, apareceu. Deslumbrante,
como se fosse, efetivamente, eterno: braços abertos, o corpo num Gaultier à medida. E nisto, emergindo dos aplausos imparáveis, um
- Its now or never,
num playback perfeito!
conto.te
Deu-se, então, uma pequena revolução no
relvado que as pessoas, no que toca a entretenimento, tornam-se muito reivindicativas dos seus direitos!
Que era fraude! Que queriam o dinheiro de
volta! Quem pensavam eles que enganavam? O povo não é tolo!
Invadiram as bilheteiras fazendo uso da
força verbal - e da outra.
Um Inspetor-formiga cedeu, num trejeito
enfadado, a que se devolvesse o dinheiro em troca da ordem.
Que havia de dizer, agora, ao chefe?
Apeteceu-lhe esganar o Rei, mas Elvis tinha-se simplesmente evaporado. (Mais tarde houve quem jurasse que ascendera ao céu, no fato de prata e brilhantes, qual anjo de poupa!)
! Ato 3
- Muito bem: o que precisamos de si é
muito simples, Miss Monroe. conto.te
! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! http://contote.wix.com/contote! ! http://contote.wordpress.com! ! https://www.facebook.com/conto.te/info
! mail to: conto.te.info@gmail.com
conto.te