Conto - te um conto: em Outubro

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conto.te um conto!

em outubro‌ conto.te

conto.te


!

"Durante muito tempo assim pensei: mais

vale aceitar, a nossa história de amor não tem fim.! !

Perco-me nos primórdios dos primeiros

beijos, a minha pele morena, uma suave brisa de carícias mornas. Eu sedenta de calor, de paixão, de aventuras, de dias doces e mágicos e Tu, esplendoroso nesses anos antigos, talvez já toldados pelos filtros redentores e românticos das memórias que permanecem. Levemente alterados, para ir alimentado de perfeição a nossa paixão intermitente.! !

Sempre em ti houve essa vontade de

partir. E eu sempre tive vocação para esperar. Sempre tiveste essa ânsia de correr o mundo, de conhecer o outro lado do horizonte laranja do pôr do sol no nosso mar.! !

Eu ficava, com os pés enterrados na

areia fria, o olhar perdido e o coração magoado. Mas nunca o suficiente para te conto.te


deixar de querer, nunca o suficiente para não te lembrar, docemente, cada dia.! !

No meio de um triste outono da alma,

madrugadas e mãos frias por as tuas não estarem ao meu lado, noites de tempestade e pesadelos por acordar e não te ter a respirar junto a mim, sempre a certeza do teu regresso, a certeza de ter valido a pena cada dia efémero ao teu lado.! !

Às vezes um longo tempo sem uma

palavra, sem um sinal. ! !

Às vezes quase quase a desistir de

acreditar que voltarias. Um “para nunca mais” a crescer no meu peito. Não fomos feitos um para o outro, afinal.! !

Mas depois, às vezes sereno e discreto,

outras explosivo e inesperado, sempre aparecias e enchias de sol e amor as minhas horas e tudo voltava a fazer sentido e eu sem conseguir resistir, mais uma vez. A roda conto.te


gigante das emoções que sempre sinto ao teu lado a tomar conta de toda a razão e a sermos tão feitos um para o outro, afinal. Um “algum dia vai ser para sempre” a crescer no meu peito. Desta vez vai ser para sempre!! !

Mas não foi. Desapareceste, desta vez,

por muito tempo, deixando um rasto de neve em todos os meus passos, uma chuva miudinha sempre nos meus dias, nos meus gestos enevoados, no meu olhar cinzento.! E, depois, quando finalmente vieste não foi com a mesma intensidade no olhar. Estavas comigo e não estavas, como num casamento arrastado por comodidade e não por paixão. ! !

Não me abraçaste com a tórrida vontade,

não me deixaste sem fôlego, a precisar de um mergulho salgado no nosso mar, onde os brilhos do teu sorriso, a facilidade e a leveza do nosso entendimento enchiam a tarde de magia.! conto.te


!

Um coração não é de ferro, sabes, mas

pode ficar de gelo para sempre. A vida pode tornar-se um longo inverno, onde se aprende a sobreviver e isso basta a um coração destroçado.! !

Para mim, este encontro tépido foi o

derradeiro adeus. ! !

Não mais te esperaria. Nada mais

esperaria de ti. Não te pediria para ficar. Saberia sobreviver sem ti, talvez apaixonar-me por outras cores, outros sabores, outras delicadezas. Que as relações querem-se estáveis, de companheirismo e respeito. Querem-se suaves e discretas. Isso do amor apaixonado nunca existiu. Isso das almas gémeas, de químicas perfeitas não trazem felicidade, nem dão futuro a ninguém. ! ! Conheces alguém para quem tenha resultado? ! !

Talvez experimentasse outras

paragens…! conto.te


!

Naquela manhã que não te fazia prever

em nenhum dos seus sinais de vulgaridade e indefinição, eu descia, no apeadeiro cinzento. ! !

Havia folhas douradas e amarelas caídas

no chão e uma luz coada entre as árvores meio despidas. Eu era uma mulher renovada, sem esperanças ridículas de encontrar o amor da sua vida, liberta de ti, fortalecida pela dor e pelo desalento.! !

Mas foi então que um vento sul

inesperado se levantou e nos livrou das nuvens negras do desencanto. Um céu imenso abriu-se no azul límpido dos teus olhos e do nosso mar. E os teus braços fortes e quentes me envolveram na promessa irresistível. O teu perfume mediterrâneo invadiu o ar todo que se pusera quieto. E as copas das árvores gritaram um verde frondoso e as azáleas que revestiam o muro em frente abriram em flor, todas de uma vez, num vermelho-paixão indecente.! conto.te


!

Eras tu, descendo também - na hora

errada, no tempo errado, na Estação errada.! Mas, tu sabes, Verão, mais vale aceitar: a nossa história de amor não tem fim."! ☼ ♡ conto.te 2014!

! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! conto.te


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conto.te


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