Contra-Ataque Agosto

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jornalcontraataque.blogspot.com twitter.com/jcontraataque

O jornal feito para o seu esporte A ESTREIA DA DUPLA Edição de Lançamento

Fábian

Chelkanoff Contra Ataque certeiro

Porto Alegre Rio Grande do Sul Agosto 2010

Roger

Distribuição Gratuita

Mais um grande conquistador

2

Machado

11 JOÃO PIRES

FOTOS JOÃO FREITAS/JCA

ESPORTESHOW

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A rivalidade do

PERFILDOMÊS

Charrua e San Diego: conheça o clássico gaúcho do esporte 3 ENTREVISTA EXCLUSIVA

contracapa

centrais

Time reconquista Libertadores e 5 entra mais uma vez para a história

Falcão revela como foi comandar o Brasil em um período onde não existiam talentos à altura da seleção

Universitário se consagra craque na Liga dos EUA

GRÊMIO

Renato chega para salvar o ano do tricolor gaúcho 4

CMYK

INTER BICAMPEÃO DA AMÉRICA

JEFFERSON BERNARDES/VIPCOMM

RUGBY

Thomaz Bellucci é a nova aposta do tênis brasileiro


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Editor Chefe:

EDITORIAL

Guilherme Hamm Editor Adjunto:

Renan Sampaio

jornalcontraataque@hotmail.com

O jornal Contra Ataque irá mostrar o que todos querem ver, e que antes não viam, porque não havia quem lhes abrissem os olhos para a magia e o espetáculo do esporte.

Jornal Contra Ataque

FÁBIAN

A edição de lançamento vem para inovar Caro leitor (a). O jornal Contra Ataque nasce com uma cara jovem, atraente e moderna. O layout se baseia na imagem desportiva, no bom gosto do público-alvo e na característica de guiar uma leitura apurada. Uma estratégia de pura emoção. A começar pelas cores. Vibrantes como um grito de gol. Já as tipografias lembram estandartes de futebol, outras, servem como apreciação de um jogo rápido, de contra-ataque. As editorias dividem espaço no jornal, mas, como todo jogo de equipe, interagem no sentimento de união. A escalação é formada por jovens profissionais que buscam o melhor desempenho. Jornalistas

Chelkanoff*

que carregam essências de uma boa categoria de base: qualidade e malemolência, técnica e criatividade, vitória e superação. O jornal Contra Ataque irá mostrar o que todos querem ver, e que antes não viam, porque não havia quem lhes abrissem os olhos para a magia e o espetáculo do esporte. Não é promessa, amigo leitor. É compromisso. O maior prazer de fazer a idéia deste jornal se tornar realidade será exatamente agora. Em cada toque no rodapé das próximas páginas. Nós, da equipe de redação, temos a felicidade de declarar com todas as letras a expressão que resume nossa expectativa: SEJAM BEM VINDOS! Boa leitura. JOÃO FREITAS/JCA

Sobre o jornal...

Todas estas características resumem bem a linha editorial do jornal Contra Ataque. Através do Slogan: “Um jornal feito para o seu Esporte”.

Marca

Idealizada pelo publicitário Emanuel de Souza Moacir, a iniciativa foi criar a logotipia a partir da sobreposição das palavras e a divisão por cores.Essa analogia se refere à competição, e, consequentemente, o caráter esportivo do impresso. As palavras ‘contra’ e ‘ataque’ se envolvem dentro de um contorno, que objetiva confrontálas em uma cancha. Os termos possuem letras unidas, que remetem a idéia de uniformidade, como um esporte coletivo.

Redação

Formada por jornalistas

Contra-ataque certeiro Olá, pessoal. É uma alegria estar aqui na primeira edição do Contra-Ataque. Um jornal esportivo impresso mensal e gratuito, feito por uma gurizada show de bola. Sim, uma gurizada. Estudantes de jornalismo da Famecos, uma das maiores formadoras de bons jornalistas do Brasil, que decidiram compartilhar com as pessoas o que mais sabem e gostam fazer: escrever sobre esportes. E vejam que legal. A gurizada vai escrever sobre esportes, não só sobre futebol. Nessa primeira edição tem um exemplo disso. A matéria de capa é sobre rúgbi. Isso mesmo: rúgbi. E ainda por cima, jogado em terras gaúchas. Aposto que quase ninguém sabia disso. Num Rio Grande onde todo mundo só pode torcer para Grêmio e Inter, tem gente que joga rúgbi. E um veículo que tratasse disso estava em falta no mercado. Falar de outros esportes que não apenas do futebol. Ok, o Tricolor da Azenha está aí, às voltas com o retorno de Renato Portaluppi. Uma tentativa mágica de resolver os problemas de um time que vem cambaleando faz tempo. O Colorado da Beira-Rio, bi-campeão da América, empata com o rival e busca suplantar o tradicional clube da Azenha na conquista do bi do mundo. Mas não é só disso que vive o Rio Grande do Sul.

Nome “Contra Ataque”

O Contra-ataque é o melhor lance do jogo, tanto no futebol, no basquete, na esgrima e até no futebol americano. É uma jogada dinâmica, objetiva, criativa, rápida e vibrante. É onde a qualidade técnica e a habilidade se juntam, e o resultado, em questão de instantes, surpreende toda a torcida. É preciso visão de jogo. É necessário arriscar.

Porto Alegre Agosto de 2010

Equipe de Redação do Contra Ataque é formada por jovens jornalistas que há certo tempo pensavam em mostrar algo diferente na mídia esportiva gaúcha. Após inúmeras reuniões de pauta, escolha da equipe de redação e definições de áreas de atuação do jornal, o mês de agosto de 2010 foi escolhido para a estreia do veículo. O impresso irá primar pela qualidade nas matérias, imagens, visual e na identificação mútua com os leitores.

Distribuição

Voltada para o público universitário, o jornal Contra Ataque será distribuído mensalmente e gratuitamente nas principais Universidades e Faculdades da Região Metropolitana de Porto Alegre.

Plataforma online

O blog jornalcontraataque. blogspot.com já vincula os bastidores das reportagens e conteúdos do jornal

Contra Ataque, assim como o twitter twitter. com/jcontraataque. As redes sociais complementam as mídias interativas.

Editorias

Seis editorias fazem parte da estrutura do jornal. Recebem destaque com cores diferentes as editorias do Internacional e do Grêmio. Editoria do Inter e do Grêmio irão mostrar reportagens exclusivas da dupla Gre-Nal. Esporte da Vez escolherá uma modalidade de esporte em evidência. Esporte Show dará um panorama dos melhores acontecimentos esportivos. Futebol Nacional e Internacional irá fazer a cobertura exclusiva do futebol no país e no exterior. Você Contra Ataca será o espaço livre para debates, opiniões e a participação do leitor.

Além das pautas definidas do jornal: Perfil - a história de vida de personagens ligados ao esporte. Entrevista - um convidado especial irá revelara curiosidades e apreciações sobre assuntos esportivos. Colunistas - Roger Machado Marques, ex-jogador de futebol, e Fábian Chelkanoff, jornalista e professor universitário, formam a dupla de ataque de opinião do jornal.

Mobilidade

A distribuição gratuita facilita a divulgação e propagação do jornal em diferentes lugares. Os veículos impressos europeus já aderiram a ideia do “leia e passe adiante” nos ônibus, metrôs, faculdade, praças e bares. O jornal Contra Ataque pretende se tornar um veículo de fácil mobilidade.

Dia desses, coincidentemente, estava voltando de viagem no mesmo dia em que chegavam ao Brasil os eneacampeões de vôlei masculino. Sim, nove vezes campeões mundiais. A seleção com maior número de títulos no planeta. Esse time do Bernardinho tem vários gaúchos. Entre eles, Murilo, eleito o melhor jogador deste último mundial. Vamos combinar que não é pouco. E vocês viram matéria sobre isso? Pois alguns desses gigantes, literalmente falando, desembarcaram juntamente comigo no aeroporto. A recepção foi fantástica. Um megagrupo de três pessoas fazia uma grande festa. Todos familiares do Lucão, um grande meio-de-rede de 2,09m de altura. E da nossa parte, dos jornalistas, estávamos representados por um profissional. Um único profissional. É isso que precisa e vai mudar. O Contra-Ataque está chegando para isso. Mudar a forma como se fala sobre esporte no Rio Grande do Sul. Contar de maneira descontraída todas as histórias possíveis sobre esporte. E quando falar de futebol, vai mostrar que saiu aqui do pampa um dos jogadores de Soccer americano. Ou trará em suas páginas uma entrevista descontraída e bem feita com o bola-bola Falcão. Ao ser convidado para participar do projeto, ouvi desta gurizada uma coisa que marcou e me fez aceitar. Vejam isso: “O fato é que está na hora de os gaúchos contarem com um conteúdo exclusivamente comprometido com o cenário esportivo daqui”. Bingo! Guardem bem o nome dessa gurizada. Capitaneados pelo jornalista Antão Valderes Rebelo Sampaio e aqui na Redação pelo Guilherme Hamm e pelo Renan Sampaio, todos esses jovens têm um futuro e tanto. Nada disso: eles têm um presente e tanto. Todos os guris e gurias estão estudando jornalismo porque acreditam que só a dobradinha formação e qualificação pode lhes garantir um bom caminho. Então, ao cruzarem com o Contra Ataque nas Universidades, academias e clubes, não deixe de pegar o seu. E divulgue para os seus amigos via twitter, orkut, facebook, e-mail, telefone e até carta. Entre nesse mundo que vai valer à pena. No mês que vem tem mais! * Formado em jornalismo e mestre em Comunicação Social pela Famecos, passou pela Zero Hora e Diário Gaúcho. Trabalhou ainda nas rádios Gaúcha, Rural, Farroupilha e Metrô, sempre junto com o jornal. Hoje é professor da Faculdade de Comunicação Social da PUCRS.


Porto Alegre Agosto de 2010

O Rugby, de origem britânica, ganha espaço no cenário esportivo, conquista mais de mil adeptos por todo o Estado e já conta com um clássico gaúcho

Por Mariana Moraes e Eudardo email:esportedavez@hotmail.com

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Paganella

ESPORTEDAVEZ

O Grenal do Rugby

A rivalidade surgiu em 2006, quando uma discordância no Charrua levou alguns atletas a deixar a equipe e fundar o San Diego Confira mais imagens no www. jornalcontraataque. blogspot.com

FOTOS JOÃO FREITAS/JCA

Charrua (vermelho) e San Diego (verde) disputam partida pelo Gaúchão de Rugby 2010

A rivalidade surgiu em 2006, quando uma discordância no Charrua Rugby Clube levou alguns atletas a deixar a equipe e fundar o San Diego Rugby Club. Desde então, as duas equipes protagonizaram jogos acirrados. Ainda que saudável, a competitividade entre as duas equipes é forte e comparada pelos próprios admiradores do esporte ao clássico entre Grêmio e Internacional. Para o treinador da equipe do Charrua, Martin Castillo, a semelhança existente entre a rivalidade do

Por dentro do jogo O objetivo do jogo é chegar ao “try”, que acontece quando um jogador consegue apoiar a bola com uma das mãos no “in goal” adversário, localizado atrás da linha de fundo. O try vale cinco pontos; A bola só pode ser passada com as mãos para os lados ou para trás. Para avançar, os atletas podem correr com a bola ou usar os pés para chutar e fazer lançamentos;

rugby e do futebol é inevitável: “é uma concorrência natural e que faz o esporte crescer”, explica ele. É com esse espírito que Gregory Schuster, de 21 anos, entra para o jogo. Praticante do esporte desde os 11 anos, o jogador do San Diego, conta que a motivação para a partida é especial: “a filosofia de trabalho entre as duas equipes é diferente e, por isso, o jogo pode ser considerado o Grenal do Rugby”. O Rio Grande do Sul está bem

Tackle: É a única maneira legal de se parar um atleta. Consiste em tentar derrubar o adversário. No rugby, assim como no futebol, também existem cartões amarelos e vermelhos. Segundo a lenda, o esporte surgiu no Reino Unido, no ano de 1823, quando Willian Webb Ellis teria se irritado com a monotonia do futebol, e, no meio da partida, agarrou a bola com as mãos e saiu em disparada; Existem várias modalidades. Os mais populares no mundo são o

localizado geograficamente em relação ao mapa do rugby mundial. O diretor técnico da Federação Gaúcha de Rugby, Eraldo Pinheiro, explica: “nosso estado fica ao lado da Argentina e do Uruguai, onde o rugby é forte, e isso ajuda muito no crescimento do esporte por aqui”. Como conseqüência da proximidade entre os países ambos os times contam com integrantes estrangeiros. No estado, o rugby possui aproximadamente 1000 praticantes, tendo como principal disputa o

Rugby Union, praticado por 15 jogadores em cada equipe e o Rugby Seven, onde cada equipe conta com sete jogadores; É o segundo esporte de equipes mais popular no mundo; só é superado pelo futebol. Atualmente, a Copa do Mundo de Rugby é o terceiro acontecimento esportivo mais visto no planeta; fica atrás apenas do mundial de futebol e Jogos Olímpicos;

Gaúchão, que possui duas divisões: a primeira, conta com seis clubes e a segunda, com 12. Apesar do crescimento do número de equipes, nem todas apresentam a infraestrutura necessária para a prática do esporte: “muitos desses clubes ainda têm condições de treinamento muito precárias, principalmente por falta de patrocínio, mas isso tende a melhorar”, analisa Pinheiro, que também treina a equipe do San Diego.

Quem partilha da mesma opinião é Daniel Loureiro Mendez, de 28 anos. O atleta, que começou a jogar rugby em 2001 e atualmente é o capitão do Charrua, diz: “temos pessoas qualificadas para ensinar e popularizar o rugby pelo estado”. Daniel crê que este esporte, por exigir técnica, garra e grande respeito ao adversário pode atrair mais adeptos: “Você quer fazer parte de algo único? Que pode mudar sua vida? Que pode te trazer autodisciplina e te ensinar o que é união de grupo? Se quiser, venha para o rugby”.

A Nova Zelândia é a maior vencedora do esporte. Das seis Copas do Mundo realizadas até hoje, os neozelandezes venceram três: 1987, 1991 e 1999. A África do Sul também tem tradição no esporte, e já foi campeã do mundo em duas oportunidades. Os Ingleses também já tiveram a honra de conquistar o título uma vez; Foi esporte Olímpico em quatro oportunidades: 1900, 1908, 1920 e 1924. Nos jogos do Rio de Janeiro, em

2016, voltará ao cenário olímpico. A modalidade escolhida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) é o Rugby Seven; É muito popular na Argentina, Uruguai, Reino Unido, França, Itália, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul; Charles Miller, o “pai do futebol brasileiro”, também era praticante do Rugby; No Brasil, o principal clube de Rugby é o São Paulo Athletic Club, com 12 títulos. A primeira edição foi disputada em 1964.

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huteiras, traves, gramado e uma grande rivalidade no esporte gaúcho. Se você pensa que estamos falando de futebol, está enganado. O rugby, também um esporte de origem britânica, vem ganhando notoriedade e conquistando adeptos por todo o estado. Em Porto Alegre não é diferente. Como no futebol, a cidade conta com um clássico: Charrua X San Diego.


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Vinícius Fernandes e Cássio Santestevan

Por

GRÊMIO

email: gremiocontraataque@hotmail.com

Ídolo, Renato Gaúcho, volta ao clube em que conquistou a sua maior glória para reerguer o time. Agora no posto de técnico.

Porto Alegre Agosto de 2010 JOSÉ DOVAL/GRÊMIO FBPA

Lá vem RENATO Portaluppi, agora como técnico, conta com o apoio da direção gremista para mais uma vez tentar levar o seu time de coração ao reconhecimento e ascenção

S

e o Grêmio pudesse personificar-se em um ser, ele seria Renato Portaluppi. O ex-ponta-direita da equipe de 1983 é para o clube como esse é para o próprio Renato. A identificação é mútua. O conjunto de características históricas, todo o simbolismo que a torcida sempre exaltou dentro em um único homem: raça, habilidade e liderança. Renato carrega nos seus ombros o estigma de ter levado seu time do coração à ascensão e ao reconhecimento internacional. Mais uma vez, o destino quis que recaísse a ele uma nova empreitada, com uma responsabilidade ainda maior, a de escrever seu nome na história do clube pela segunda vez. No dia 10 de agosto, o agora treinador, campeão da Copa do Brasil e vice-campeão da Copa Libertadores da América, ambas pelo Fluminense, volta ao clube que o projetou como jogador para o Brasil e para o mundo. Tão logo chegou, pediu para que os gremistas não

o vissem como o ídolo, que outrora o foi, mas como treinador. E quem disse que eles querem?

Comigo não tem idade, não tem salário, não tem nome. Se o jogador estiver rendendo vai ser mantido na equipe Objetivando reaproximar a torcida do clube, a direção gremista tomou medidas pontuais. Começando pela demissão de Silas e a retirada de Luiz Onofre Meira do cargo de vice de futebol, além do afastamento do atleta Rodrigo. Ainda que possivelmente neguem, os cartolas gremistas poderiam estar intencionando contratar o ídolo Renato. A intenção de aproximar o novo técnico dos torcedores foi bem sucedida, a recepção de cerca de 500 pessoas no Aeroporto Salgado Filho, no último dia 12, comprova o sentimento de que o maior ídolo está de volta.

Desde o dia em que Portaluppi chegou ao clube, todos os problemas foram deixados de lado. A recente má-fase, as eliminações na Sul-Americana e na Copa do Brasil e o rebaixamento momentâneo no Brasileirão - que a equipe logo se livrou logo no primeiro jogo de Renato no comando no Tricolor - pela competição foram esquecidas. O ídolo trouxe a paz ao vestiário e às arquibancadas. O assunto recorrente sobre o Grêmio não é mais a posição na tabela, os recentes problemas pessoais entre alguns atletas ou o sentimento pelo maior rival ter conquistado a América. Quando o treinador colocou os pés em Porto Alegre, o seu discurso já condizia com que sempre defendeu: um time confiante. Já no primeiro treino, Portaluppi tratou de mudar o sentimento gremista: “passei a eles muita confiança, passei personalidade, experiência. Falei algumas coisas para alguns atletas que precisavam ouvir, para que se sentissem mais leves”, conta o novo comandante do Grêmio, que quer ver nos seus atletas a

mesma imposição com que ele encarava as partidas nos tempos de jogador.

Independente do esquema tático, é a quantidade de jogadores que vai chegar à frente que importa Quando o psicológico dos jogadores do Grêmio se estabilizar, as questões táticas ganharão mais força nas palestras, no pré-jogo e nos treinamentos. Renato já tem em mente a maneira com que a equipe se distribuirá em campo: “às vezes você pode jogar no 4-3-3, 3-5-2, ou 4-5-1. Independente do esquema, é a quantidade de jogadores que vai chegar à frente que importa”. A resposta do técnico gremista para os que crêem em estratégias ofensivas ou defensivas, parece ser o equilíbrio e a sobriedade tática: “nos meus esquemas

eu gosto de chegar com pelo menos seis jogadores no ataque, sendo quatro defendendo, e em hipótese alguma eu abro mão destes quatros na parte defensiva”. Renato afirmou ainda sobre como pretende escolher os 11 titulares: “comigo não tem idade, não tem salário, não tem nome. Se o jogador estiver rendendo vai ser mantido na equipe”. A situação do Grêmio não se resolve simplesmente com a chegada de Renato. Quando a euforia de sua volta passar restará a dúvida se o novo comandante conseguirá fazer o time alcançar as primeiras colocações do Brasileirão e almejar quem sabe uma vaga na Libertadores. “O Grêmio tem todos os ingredientes para subir de produção na competição, tem elenco, torcida, estrutura e força”, complementa Renato. O técnico ainda revela uma alternativa para motivar seus jogadores: “Já falei para alguns jogadores que vou trazer meu DVD, para verem como é que se faz”, afirma o artilheiro do Mundial vencido pelo Grêmio, em 1983.


Porto Alegre Agosto de 2010

Time colorado reconquista o bicampeonato da Libertadores em uma trajetória cheia de desafios, superação e principalmente: emoção.

Por

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Guilherme Hamm

email:intercontraatque@hotmail.com

INTERNACIONAL FOTO LUCAS UEBEL/VIPCOMM

T

rês horas da manhã em Porto Alegre. Bandeiras por todos os lados. Rostos pintados de vermelho e branco. Colorados se abraçam emocionados. Enquanto isso, alguns torcedores fazem silêncio em um canto da Av. Goethe. A comemoração acabou? Nada disso. Eis que um som começa a tomar conta do ambiente: “Inter, estaremos contigo. Tu és minha paixão. Não importa o que digam, sempre levarei comigo...” A música que embalou a campanha do bi é então cantada por milhares e milhares de pessoas. Pronto, a festa recomeçou.

Morumbi. Com a classificação do Chivas para a final, veio a confirmação de que a vaga para o Mundial estava assegurada. Mas a meta era o bicampeonato. No primeiro jogo da final, disputado no gramado sintético do Estádio Omnlife, susto após o gol de Bautista. Os dois gols no segundo tempo, no entanto, atestavam a superioridade do Internacional. Mérito para Celso Roth que colocou Sóbis no momento certo.

A grande final “Nós sabemos que o jogo vai ser completamente diferente do que foi lá no México. O Chivas tem muita qualidade. Eles terão outra postura”, eram as palavras de Celso Roth, dias antes da decisão. O torcedor colorado até atendia as declarações do técnico. Mas acreditar que seria assim, era demais para quem estava a um empate do título.

“As coisas começaram a dar certo a partir da semifinal. A equipe cresceu muito de produção. A torcida estava incentivando, querendo vencer e ajudando o time. Depois de tudo o que aconteceu, eu acho que vibrei mais agora do que pela primeira vez”, revela o vice de futebol do Inter, Fernando Carvalho.

A trajetória Comparações com a trajetória de 2006 são inevitáveis e olha que são muitas a coincidências. A começar pela seleção brasileira eliminada nas quartas de uma Copa, porém, dessa vez, foram inúmeros os momentos de crise, mudanças e atuações insatisfatórias. As vitórias vieram com ar de drama em alguns momentos. A primeira diferença em relação à campanha vitoriosa de quatro anos atrás se deu logo no primeiro jogo. O Internacional venceu pela primeira vez em uma estreia de Libertadores na virada contra o Emelec, no Beira-Rio. Naquela noite, a torcida dava sinais de que seria o grande diferencial dessa equipe. E realmente ela foi importante. A classificação veio com três vitórias em casa e três empates fora. O esquema 3-6-1 do uruguaio Jorge Fosatti não convencia. O Banfield foi eliminado nas oitavas. O desafio agora seria

Para marcar na

HISTÓRIA

passar pelo então campeão Estudiantes. Em Quilmes, o Inter perdia por 2 a 0 e precisaria fazer um único gol para se classificar. Dava adeus à competição quando surgiu a estrela do jovem Giuliano. Aos 43 minutos do segundo tempo, o meia recebeu passe de Andrezinho e bateu cruzado. A bola atravessou uma cortina de fumaça e balançou a rede.

O estudante de oceanografia, Stéfano Marioto, viajou 800 km de Bagé a Quilmes. Ele revela a emoção dos poucos colorados que viram de perto o momento histórico: “na hora abracei três pessoas ao mesmo tempo. Caíram por cima de mim. Eu gritava até que a voz se acabou. Comecei a pular feito um louco. Fiquei extasiado, não acreditei que estava vendo o Inter eliminar o campeão da América

dentro do estádio deles. Foi a melhor sensação que já tive em termos de futebol. Calar mais de vinte mil argentinos. Ver D’Alessandro e Walter enlouquecidos, agarrados na grade e cantando conosco.”

Após conquistar a sofrida vaga para a semifinal, Jorge Fossati foi mandado embora. Nada que deixasse o torcedor preocupado. Depois de algumas especulações, veio a surpresa: Celso Roth seria o novo técnico do Internacional. O que deixou os colorados de cabelo em pé. Naquele momento, só a direção apostava no trabalho do profissional. “A troca foi em um momento que tínhamos tempo de sobra. Sabíamos que o Celso era um treinador que trabalhava muito. Ele tornou a equipe muito agressiva

na marcação e também no ataque. O trabalho dele foi fundamental para que a equipe conquistasse o titulo”, explica Carvalho, um dos responsáveis por trazer Roth. As mudanças, porém, não restringiram-se apenas ao novo comandante. Tinga, Sobis e Renan chegaram com status de campeões para reforçar o grupo nas quatro partidas que restavam. A direção acreditava que não havia espaço para apostas. Em meio a tudo isso, mudou-se o esquema e principalmente a postura. Os contestados Alecsandro e Taison tornaram-se peças fundamentais para a equipe. No confronto contra o São Paulo, Giuliano e a torcida foram mais uma vez decisivos. Vitória de 1 a 0 no BeiraRio e derrota de 2 a 1 no

Duas horas antes da grande final, mais de 50 mil torcedores lotavam o Gigante. Nada poderia estragar essa noite. Só que coisas estranhas começaram a acontecer. Primeiro, Baltista partiu em direção ao círculo central e passou a aquecer em meio ao hino brasileiro. Vaias para ele. Depois, quando tudo parecia sob controle para o lado vermelho, surgiu o lindo gol de Fabián. Como na final em Guadalajara, Celso Roth construiu a vitória dentro do vestiário. O Inter veio para cima logo no início do segundo tempo. Porém, faltava efetividade. Onde estava Alecsandro para fazer o papel de centroavante matador? Não havia o camisa 9, mas sim Rafael Sóbis. Mais uma vez, Sóbis. O predestinado partiu em meio aos zagueiros e colocou para dentro do gol. O atacante não conteve as lágrimas de mais uma vez ser o protagonista da decisão. Roth colocou Leandro Damião e provou de novo estar certo. O jovem de 20 anos arrancou do meio campo para marcar o gol que confirmaria o título. Ainda sobrou tempo para o também garoto Giuliano, 20 anos, fazer um belo gol e consagrar-se com o candidato a melhor jogador da competição. Para brindar a história, Pelé entregou a taça para o capitão Bolívar. O bicampeão da Libertadores do passado parabenizava o bicampeão do presente. Foi a noite em o que general recebeu das mãos da majestade o prêmio pela conquista da América.

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Como contar esse capítulo da história do Internacional? Como descrever o engasgado grito de bi da América? Impossível dimensionar o sentimento dos colorados após mais essa conquista. O fato é que o clube acotumouse a disputar as finais de todas as competições em que participa. Mas não pense que isso significa falta de emoção em cada uma delas.


www.

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jornalcontraataque.

ENTREVISTA EXCLUSIVA

blogspot.com

Por Guilherme Hamm/Fotos João Freitas

U

ma equipe marcada pelo futebol de pouquíssima inspiração. Mais uma eliminação precoce em uma Copa do Mundo. A necessidade é de uma grande renovação no elenco para chegar com um time jovem no próximo mundial. Até parece que estamos falando da África do Sul, Dunga, Wesley Sneijder. Só que em 1990, esse era o ambiente que esperava o ex-técnico Paulo Roberto Falcão. Após o fracasso na Copa da Itália, quando o Brasil foi eliminado nas oitavas de final pela Argentina, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, resolveu arriscar. Chamou um ex-ídolo da amarelinha para ser o novo técnico da seleção brasileira. Falcão, sem

Contra-Ataque - Quando você assumiu como o técnico da seleção brasileira, Ricardo Teixeira já era o presidente da CBF. Qual era a opinião dele em relação ao trabalho que deveria ser realizado? Falcão - O meu objetivo naquela época era fazer um laboratório nos primeiros três meses e depois tentar formar uma seleção para a Copa do Mundo. A iniciativa era montar um grupo de jogadores que atuassem apenas no Brasil porque 85% da seleção jogava na Europa. A intenção do Ricardo Teixeira, o que eu achei interessante, era a seleção jogar na quarta-feira e no domingo os jogadores atuarem pelos seus clubes.

qualquer experiência na função de treinador, tinha como meta reformular a equipe a partir de jogadores que atuavam no país e garimpar os campos brasileiros na procura de jovens promessas. Depois de um ano e de resultados pouco expressivos, não conseguiu se manter no cargo. A equipe do Jornal Contra Ataque foi saber mais sobre a experiência de Falcão no comando da seleção brasileira e também quais foram as diferenças daquele período em relação ao novo processo de renovação comandado por Mano Menezes. Conversamos com ídolo do Internacional em um Café, no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Confira os melhores trechos:

Os resultados ruins nas primeiras partidas (derrota de 3 a 0 para a Espanha na estreia) foram os fatores que motivaram a sua saída, ou seja, o desempenho dentro campo? Eu não concordo muito com “quando você ganha está tudo certo e quando você perde está tudo errado”. A estreia foi o confronto de uma Espanha que vinha com um grupo formado há dois anos, contra uma seleção brasileira de gente que não havia saído nem do país. Alguns jogadores não tinham passaporte. Com pouca qualidade, tentando descobrir alguém e ainda querer ganhar jogo? Você não pode se preocupar em vencer da Espanha. Só que é uma cultura nossa, errada. Eu não compactuo. Bato contra. E é o que não deve ser feito agora. Você tem que dar uma consistência para o time e deixar a equipe encorpar.

Não se dizia: ‘ah e o Cafú?’ Ninguém sabia quem era Cafú. E o vice da Copa América em 1991... Mauro Silva muito menos. O momento era de descobrir. Quero a Copa do Mundo. Ah, mas Sobre a renovação dos jogadores da seleção brasileira em 1990

E a renovação... Estamos vivendo muito essa época de renovação. Na minha época, a palavra não era essa. Renovação é quando você tem um time que envelheceu ou que você quer mudar. Você olha para o lado e tem gente para colocar. Quando eu entrei não havia isso. Não se dava três nomes. O Mano assume agora e é só olhar para o lado. Qualquer torcedor indica dez nomes. Dez. Lá atras não tinha ninguém. Nós tivemos que ir atrás. Não se dizia por exemplo: “ah e o Cafú?”. Ninguém sabia quem era Cafú. Mauro Silva muito menos. O momento era de descobrir. Como você analisa o seu ano no comando da seleção? Era muito difícil encontrar jogadores. Vivemos um período de entressafra violento. Você não tinha a qualidade que se tem hoje. Então, foi feito um trabalho, que agora até foi reconhecido pelo Ricardo Teixeira. Ele deu uma entrevista recentemente dizendo que aquele foi um grande trabalho. Acho que houve reconhecimento pelas injustiças que foram feitas atrás. Já é uma vitória. Já é uma recompensa.

tem a Copa América. Azar da Copa América. Você tem que ver se existe ao longo do período um crescimento do time. Tem que acreditar. Muita gente diz que o futebol é resultado. Se continuar assim, não se tem nenhum trabalho.

Você não pode criticá-lo e pedir para que mude o time. A cabeça do treinador deve pensar por ele, porque depois quem cai é ele. Analisando o ex-técnico da Seleção Dunga

Qual foi a sua marca como treinador da seleção? Nos deixamos lá na CBF um plano de buscar jogadores no Brasil inteiro. Era assim: nos pegaríamos profissionais dos maiores clubes, como o Grêmio, Internacional, Juventude, para que indicassem meninos de 12, 13 e 14 anos com potencial. Então, eu fiz uma conta: tínhamos condições de tirar 200 jogadores do Brasil com 13 anos. Eu imaginava que em 1998 eles estariam com 21, 22, 23 anos, uma idade boa. Então, se nós chegássemos a 200 no Brasil - e olha que 200 é nada no país e tirássemos 10% desses jogadores, eu tinha a seleção brasileira. Eu ficava com

20. Fizemos esse projeto porque não havia ninguém. Então, nós tínhamos a obrigação de fazer aparecer gente. E se algum desses garotos tivesse dificuldade social, o objetivo era tirar ele da rua e colocá-lo em um clube. Era um projeto maravilhoso, mas não foi possível realizar. Deve estar na gaveta do doutor Ricardo Teixeira.

FAL

abre

Como é o perfil desse jogador? Como reage à fama? São tantos fatores extracampo que influenciam na atividade do atleta que é difícil apostar em alguém. Sobre os atuais

nomes da seleção

Dos treinadores cotados para assumirem a seleção, Mano Menezes foi uma boa escolha? Acho que sim. O Mano é um treinador que demonstrou competência. Seleção é diferente. Você não tem o time todo dia. Os jogadores não estão ali na segunda, quarta, quinta. Ele tem que ser muito mais selecionador do que treinador. É preciso saber selecionar porque não tem tempo para treinar. Como você vê a renovação da equipe a partir da primeira convocação e da vitória contra os Estados Unidos? É muito cedo. Se perder no próximo jogo já fica todo mundo cheio de dúvida. Existe uma cultura ruim. A convocação foi boa. O Mano levou o que todos estavam esperando. Acho que vai ter que encorpar mais esse time. Precisamos de experiência com o Júlio, Maicon e Kaká. Esse primeiro ano a frente da seleção deve ser o mais difícil para o técnico Mano Menezes, até porque será uma fase de muitos testes e poucas certezas? Tem que se pensar em Copa do Mundo. Procurar criar um trabalho de longo prazo, de crescimento. Não dá pra cobrar resultado. Dá pra cobrar bons momentos, boas atuações individuais, para que se possa saber quem é que tem a cara de seleção. É preciso paciência. Exste o risco de se repetir com

Mano o que aconteceu com você em 1991, quando você descobriu vários talentos, mas não aguentou a pressão pelos resultados e acabou fora da seleção?

Era um proje mas não foi p Deve estar n doutor Ricard

Sobre o proj selecionar jove para joga

O próprio Ricardo Teixeira já falou que espera que a imprensa colabore e que não cometa a injustiça que cometeram comigo lá atrás. Tomara que aquilo também sirva de exemplo para que se tenha calma com o Mano. Quem será o grande destaque dessa seleção? Você tem que conhecer muito a


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e o jogo

personalidade do atleta. Muitos jogadores podem eto maravilhoso, ser destaque possível realizar. rapidamente. na gaveta do Ganso, Neymar, do Teixeira. Hernanes, Pato. Só que jeto de 1990 que visava não basta só ens atletas em potencial qualidade técnica. ar na Seleção Brasileira Qualidade técnica é o que você vê, o que eu vejo na televisão. Mas como é o perfil desse jogador? Como é que ele reage à crítica, à fama? São tantos os fatores extracampo que influenciam na atividade do atleta que é difícil apostar em alguém. Ele vai para o “pau”? Ele tem personalidade? Aí tu apostas. Com a seleção fora das Eliminatórias, os amistosos ganharam muita

importância na preparação para a Copa de 2014. Como a CBF deve trabalhar com essa questão? Existe uma facilidade que é em relação ao times da Europa. Nas eliminatórias da Copa de lá, alguns grupos são de cinco, outros de sete. Então essas seleções que vão sobrar serão os adversários do Brasil. A seleção vai ter que jogar, tanto ou mais do que se tivesse nas eliminatórias.

Acho que agora houve um reconhecimento pelas injustiças que foram feitas lá atrás. Já é uma vitória. Já é uma recompensa. Em relação as críticas que sofreu no comando da Seleção

Em 2002, Felipão apostou em Ronaldo e Rivaldo. Deu certo. Dunga fez as apostas erradas para essa Copa? É difícil dizer. Complicado não levar Kaká. O Dunga convocou uma seleção que foi companheira dele. Ele acreditou em um grupo. Será que as outras pessoas não acreditariam? Ele teve resultados ótimos. Ganhou

Em entrevista exclusiva, Paulo Roberto Falcão acredita que Mano Menezes não terá dificuldades na renovação de jogadores, diferente à época em que comandou a seleção

da Argentina, Itália. Acho que Dunga poderia ter mexido em alguns nomes, evidentemente. Mas você não pode criticá-lo e pedir para que mude o time. A cabeça do treinador deve pensar por ele, porque depois quem cai é ele. A chamada “Era Dunga”, na Copa de 1990, deixou o jogador marcado pelo futebol “feio”. Dunga deu a volta por cima e foi o capitão do tetra quatro anos depois. Em 2010, Felipe Melo foi o símbolo do fracasso desse grupo. A história poderia se repetir em 2014? Em 1990, foi instrumentalizada uma declaração do Sebastião Lazaroni (técnico da seleção na Copa de 1990). Ele disse que o futebol vivia uma era Dunga. Mas não quis dizer que o momento era jogar como o Dunga. Ele não era sinônimo do mau jogador. Lazaroni falou que era um futebol de pegada, de marcação, de entrega. Acho que o Felipe Melo aprendeu muito com isso. Agente fica imaginando: em nenhum momento daquele jogo (quartas de final contra a Holanda) ele tinha passado a ideia de que faria aquilo. Ele estava bem na partida. Foi um desespero da hora. É difícil dizer se Felipe Melo voltará. Renovam-se treinadores, jogadores e comissão técnica. Estaria na hora de renovação

também no comando da CBF? Os resultados dentro campo favorecem muito à CBF. O Ricardo Teixeira entrou em 1986. Em 90, ele não tinha condições de trabalhar e a seleção foi mal. Em 94 ganhou, 98 foi à final, 2002 foi campeão, 2006 não foi bem e agora foi mal. Quer dizer, vai ter uma maior obrigação de ganhar. Acredito que depois da Copa de 2014 haverá uma renovação. Você possui muita experiência em Copas do Mundo como jogador e comentarista. O que esperar da Copa de 2014 em Porto Alegre? Tomara que bons jogos sejam realizados aqui. Às vezes colocam seleções muito fracas em algumas sedes. Espero que pela história do futebol gaúcho e pelos resultados da dupla grenal possam existir boas partidas, de uma grande seleção. Paulo Roberto Falcão sonha em voltar a seleção como treinador? Não sonho muito, sabe. Estou com 56 anos. Acho que já passou a faze de sonhar (risos). Não tenho como meta voltar à seleção brasileira. Eu avalio muito as oportunidades, porém, não tem como responder, até porque não tem convite. Mas não tenho nenhum pensamento em relação a isso.

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LCÃO


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Por

João Vitor Ferreira

email: futebol.ni@hotmail.com

FUTEBOL

NACIONAL E INTERNACIONAL

O Santos é a sensação do futebol brasileiro. São dois títulos conquistados, um futebol vistoso e jogadores que despontam como futuros craques

Porto Alegre Agosto de 2010

O Peixe não para de nadar

A

DIVULGAÇÃO

pós vencer a segunda competição no ano, o Santos Futebol Clube confirma aquilo que já vinha sendo dito desde o início da temporada: o time é a sensação do futebol brasileiro neste ano. Com uma equipe que mescla juventude e experiência, o Santos conquista não só títulos, como fãs em todo o país, pelo belíssimo futebol que vêem mostrando dentro de campo. Com qualidade, habilidade, irreverência e principalmente competência, a equipe do técnico Dorival Júnior, mostra um trabalho eficiente. O titulo inédito da Copa do Brasil, brinda uma temporada dos sonhos para o torcedor do peixe. Neymar, André, Robinho e Paulo Henrique Ganso, são alguns nomes que se destacam nessa equipe. A receita do sucesso é uma pergunta que, segundo o Presidente do clube, Luiz Álvaro de Oliveira, tem uma resposta muito simples: trabalho. O atual presidente revelou que a conquista do título inédito consagra, não só o trabalho do técnico e de seus jogadores, mas sim do clube todo, que vêem unido, buscando resgatar a trajetória de sucesso e conquista

da equipe santista. Com a vaga garantida para a próxima edição da Copa Libertadores da América, Luiz Álvaro afirma que o planejamento do clube para disputa da competição já esta sendo pensado há muito tempo: “nós começamos a pensar na Libertadores, no dia em que eu assumi o clube. Isso virou um objetivo de vida”.

O presidente tenta com todos os argumentos impedir que isso aconteça, e utiliza de toda sua experiência no futebol para convencer seus atletas: “é muito difícil manter os jogadores, tentamos mostrar que é possível eles Equipe de Dorival Júnior mostra um trabalho eficiente crescerem dentro do clube, consolidando seu nome como ídolo, podendo conquistar Mas não é porque o objetivo está compactua com o que é visto fora a Libertadores e daí se em um futuro na próxima competição continental, do campo. Um clima agradável e eles sentirem-se preparados para que o Santos deixará de lado o alegre, da maneira como um grupo jogar fora do país, irão mais prontos.” restante dos campeonatos. de meninos se relaciona. E por isso, as comparações com os Meninos A sensação, o melhor time, ousadia, Luiz Álvaro garante que a equipe da Vila, que tinham Diego, Elano e o futebol bonito, os adjetivos são muitos vai atrás de uma tríplice coroa, próprio Robinho são indiscutíveis. para definir esse time do Santos. o que necessariamente faz com que o time vença o Campeonato Para o presidente santista, esse tipo O peixe está nadando a favor da Brasileiro: “o Santos é um time, cujo de comparação não interfere em nada: maré, abocanhando seus adversários DNA é sempre brigar por títulos. A “temos um ambiente muito bom de e respirando o ar dos vencedores. fase onde brigávamos para escapar trabalho. Nosso planejamento, que Onde vão parar? Resposta difícil! do rebaixamento acabou. Vamos tinha como meta colocar meninos Mas, se ninguém conseguir pescáatrás do brasileiro e quem sabe da da base no time profissional, algo lo, tudo indica que esse peixe vai Copa Sul-Americana”. A alegria característico da história do clube, comer tudo que tiver a sua frente. demonstrada dentro das quatro linhas está dando certo. É isso que importa.”

De volta a magia europeia É a hora de grandes jogos nos campeonatos do velho continente. O Contra Ataque foi buscar a opinião de especialistas para saber o que podemos esperar das quatro principais ligas. Alemão, Espanhol, Inglês e Italiano, os quatro campeonatos

1. 2. 3. 4. 5.

mais caros da Europa foram analisados com opiniões e apostas de maneira inédita. Leia e se prepare para todas as emoções que esses grandes torneios podem proporcionar. Os entrevistados responderam as cinco perguntas a seguir:

O que podemos esperar da próxima temporada? Quem podemos apontar como favoritos? Você acredita em alguma surpresa no campeonato? Qual foi a principal contratação dos clubes? Em quem você aposta para ser o campeão?

Campeonato Alemão Mário André Monteiro Reportagem IG Esportes

1. A próxima temporada

da Bundesliga tem tudo pra ser emocionante. Com a boa apresentação da seleção alemã na Copa do Mundo, o torneio nacional se valorizou bastante. Acho que podemos esperar grandes jogos entre as equipes. 2. Bayern de Munique, com certeza é o maior favorito. Os outros são Schalke 04, Werder Bremen e Hamburgo. 3. Não acredito em surpresas. Pode ser que uma equipe menor largue bem, mas esses

Com todo o sucesso, e a aparição dos principais jogadores na mídia, chegam inúmeras propostas de clubes europeus, o que pode por fim aos novos meninos da vila.

times perdem o fôlego no meio da Bundesliga. Talvez o Wolfsburg possa aparecer, de novo como surpresa, pois manteve sua base e ainda trouxe alguns bons jogadores. 4. São três os reforços de peso, por enquanto. O atacante espanhol Raúl, que deixou o Real Madrid e foi para o Schalke 04; o zagueiro da seleção Arne Friedrich, que largou o Hertha Berlim e foi para o Wolfsburg; e sem dúvida o retorno de Michael Ballack, que saiu do Chelsea e acertou com o Bayer Leverkusen. 5. Bayern de Munique, mais uma vez. Se não for o Bayern, deverá ser o Hamburgo.

Campeonato Espanhol Leonardo Bertozzi ESPN e site Trivela

1. O de sempre: Barcelona

e Real Madrid disparados na disputa pelo título e os demais em uma briga paralela pelo terceiro lugar e pelas vagas europeias. Destaco Sevilla, Atlético de Madrid e um renovado Valencia. 2. Barcelona e Real Madrid 3. Não. O campeonato está em um nível alto, mas extremamente desnivelado. 4. David Villa, no Barcelona. 5. Barcelona.

Campeonato Inglês Chico Izidro Correio do Povo

1. O campeonato inglês é,

há algumas temporadas, o melhor do mundo. Os jogos há muito tempo deixaram aquele clichê de que só existe bola aérea na área adversária. Muito disso, graças à organização e evolução das equipes, ou seja, espero que a temporada 2010/2011 só ratifique o que vem acontecendo nos últimos anos: ótimo futebol. 2. Os favoritos são o Chelsea e o Manchester United. O Arsenal é a terceira força.

3. Não acredito em surpresa para campeão. Mas o Tottenham e o Manchester City irão brigar pela quarta vaga à Champions. O Newcastle, que retorna a Premier League, pode brigar por vaga nas competições européias, assim como o Aston Villa, que nos últimos anos, faz boas campanhas. 4. A principal foi a do meia espanhol David Silva, pelo Manchester City 5. O campeão será o Manchester United.

Campeonato Italiano Gian Oddi

IG Esportes e ESPN

1. Uma temporada difícil,

onde o futebol italiano busca caminhos para se recuperar de uma crise geral. Crise simbolizada pelo pífio desempenho da seleção na Copa. Apesar da consciência sobre o problema, dificilmente a temporada acabará marcando a recuperação do futebol italiano. 2. Inter, Roma, Milan e Juventus, com os dois últimos ainda atrás. Mas as quatro equipes têm chances de título. 3. Para título, não. Embora um campeonato que

acabasse nas mãos de Milan e Juventus, pelo cenário atual, pudesse ser considerado uma surpresa. 4. As grandes novidades do campeonato, por enquanto, estão nos bancos: os novos técnicos de Inter (Rafa Benitez), Juventus (Del Neri) e Milan (Allegri). Em campo, até agora, a contratação que fez mais barulho foi a do Adriano. 5. Em campeonato de pontos corridos não dá pra inventar no palpite. Considerando os elencos atuais, apostaria, ainda, na Inter.

Confira mais Futebol NI Muito mais Futebol Nacional e Internacional você encontra no blog do jornal Contra Ataque. Lá, já estão as tabelas das principais tranferências do futebol brasileiro e europeu. Mais: cobertura dos principais acontecimentos do mundo do futebol e opinião sobre o mundo da bola. Não perca tempo, acesse: www. jornalcontraataque. blogspot.com


Porto Alegre Agosto de 2010

A torcida sabe escolher seus ídolos. Reconhece o trabalho do atleta, quando o jogador se dedica ao time. Não dá pra enganar.

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Por Juliano Westphal email: juliano_westphal@yahoo.com.br

Benitez, o ex-goleiro do Internacional na década de 1970

ESPECIAL

Como construir um ídolo

M

inutos antes de começar a partida, estão lá os jogadores, no gramado. Troca de passes, piques de 50 metros em direção a linha de fundo, abraço no amigo que joga no time adversário. Enquanto isso, a torcida canta. Um grito que vai além do incentivo coletivo. É um anúncio individualizado, uma declaração das milhares de pessoas presentes no estádio, auferindo aos jogadores cujos nomes são transformados em cânticos. A construção da identidade de um ídolo passa, inevitavelmente, pela conquista de títulos. Mas além da questão “extraordinária” de ser o herói de uma conquista ou o ser quem “incorpora o espírito do clube”, existem elementos técnicos e organizacionais que solidificam a imagem de um atleta junto à torcida. Cabe à direção do clube facilitar o vínculo dos atletas com os torcedores. Como? Com continuidade, manutenção do grupo de jogadores e promoção das categorias de base. Neste caso, torna-se inevitável a comparação entre Grêmio e Internacional. Se voltarmos um pouco no tempo e analisarmos os elencos de,

LUCAS UEBEL/VIPCOMM

respectivamente, cinco e quatro anos atrás, vemos que, enquanto o Inter possui sete – Clemer, Renan, Bolívar, Índio, Fabiano Eller, Tinga e Sóbis remanescentes da Taça Libertadores de 2006; do vice-campeonato gremista de 2007, restaram apenas 3 atletas: Lúcio, Adilson e Marcelo Grohe. Destes, apenas Lúcio era titular. Dos elencos atuais, o do Internacional também leva vantagem no quesito “vivência no clube”. Entre os titulares que acabaram de conquistar a Libertadores da América, apenas Nei tem menos que um ano de clube. Pelo Grêmio, seis titulares na conquista do Gauchão (Edilson, Rodrigo - já dispensado, Ferdinando, Leandro, Douglas e Borges) sequer haviam completado um semestre de estádio Olímpico. Muito dessa falta de vínculo dos jogadores gremistas com a torcida é resultado da grave crise financeira que o clube atravessa, diminuindo o poder de investimento, obrigando o clube recorrer a contratos curtos ou estando sujeito a propostas “irrecusáveis” por seus jogadores. Vale lembrar que o meia-atacante Douglas Costa mal jogou pela equipe principal e foi vendido para o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, por 7 milhões de euros. Porém, medidas

Os campeões da Libertadores deste ano são reverenciados pela torcida colorada como a renovação de Victor por quatro anos, incluindo aí um plano de exploração de imagem e reforço de identidade com o torcedor, mostram que a direção do Grêmio está agindo para fazer o torcedor voltar a ter ídolos em campo, não apenas nas paredes e nas bandeiras.

JOSÉ DOVAL/GRÊMIO FBPA

A chegada de Renato Portallupi, ídolo máximo da torcida gremista é mais uma prova da importância de ter a torcida ao seu lado.

Benitez, reconhecimento por toda vida Palavra de quem foi, é, e ainda forma ídolos. José de La Cruz Benitez, o ex-goleiro Benitez, um dos principais responsáveis pela conquista invicta do Brasileiro de 1979, naqueles 23 jogos que alçaram o Internacional à condição de primeiro clube tricampeão brasileiro. Paraguaio de Assunção, Benitez é um bom exemplo do que um atleta precisa fazer para ser considerado um ídolo. Vindo para o Beira-Rio como o substituto do também celebrado Manga, Benitez esteve prestes a tomar outros caminhos em Porto Alegre. “A princípio eu seria contratado pelo Grêmio. Mas aí o Internacional entrou. E realmente, fui muito feliz no Inter”, lembra. Para ele, a conquista dos títulos foi fundamental para o reconhecimento da torcida. Identificação essa que permanece até os dias de hoje. Não é necessário mais do que cinco minutos de conversa com a reportagem do Contra Ataque para que alguém interrompesse a entrevista: “Um abraço, Benitez, grande goleiro, responsável por muitas alegrias”, gritou uma torcedora, sendo imediatamente retribuída com um sorriso,

um aceno e um tímido “muito obrigado”. “O mais importante foi que conseguimos boas campanhas, vários títulos. Isso não se compra, se ganha. Título ninguém te tira, te rouba. É uma coisa que fica para o resto da vida”, orgulha-se. Hoje, Benitez trabalha no São José, de Porto Alegre. Um dos principais jogadores que passaram pelo crivo do paraguaio foi Walter, atualmente no Porto, de Portugal. Trazido da longínqua Recife (PE) para as categorias de base do Zequinha e logo após negociado com o Internacional, o atacante tinha a principal condição para ser aclamado como ídolo: qualidade. Porém, a falta de comprometimento e respeito com o clube, mostrada cada vez que se negava a treinar em virtude de especulações envolvendo sua transferência para algum clube europeu, fez com que o atleta saísse pela porta dos fundos do estádio Beira-Rio.

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“A torcida sabe escolher seus ídolos. Sabe reconhecer o trabalho do atleta, quando o jogador se dedica pelo time. Não dá pra enganar”.

Pode-se afirmar, sem medo, que Walter optou por não ficar marcado (positivamente) na história colorada. Fato que Benitez utiliza como alerta aos jovens com o qual trabalha. “Eu sempre digo. Jogador também tem que se ajudar, não só o clube ajudar ao jogador. O Walter é um guri maravilhoso, ótima pessoa, com uma humildade, uma simplicidade muito grande. Mas precisa amadurecer”, lamenta.

Imagem de Victor reforça a crença por um ídolo no futebol


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Por Leonardo Fister email:esportes.show@hotmail.com

ESPORTES SHOW

Chegou a hora de conhecer Thomaz Bellucci, o segundo maior tenista da história do país, atrás apenas de Gustavo Kuerten.

Porto Alegre Agosto de 2010 MARCELO RUSCHEL/POA PRESS

A nova esperança do tênis brasileiro

Treinado pelo gaúcho João Zwetsch, Bellucci se caracteriza pelo jogo ofensivo no fundo da quadra. Na foto, o atleta defende o Brasil pela Copa Davis

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esporte brasileiro sempre teve como atração principal o futebol. As outras modalidades necessitam de uma fonte de inspiração, isto é, um atleta que alcance resultados expressivos para impulsionar o crescimento da modalidade. O tênis é um exemplo, de 1997 a 2001, Gustavo Kuerten foi a grande esperança de uma geração. Entretanto, o Brasil não soube aproveitar os resultados de Guga no intuito de apoiar o desenvolvimento de jovens tenistas. As vitórias ficaram apenas dentro de quadra. A nova aposta é Thomaz Bellucci, que figura entre os Top 30 da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) e já é o segundo maior jogador da história do país. Bellucci, 22 anos, começou a chamar a atenção dos críticos em 2008, mas foi a partir do 2º semestre de 2009 que ele apresentou uma constante evolução quando passou a figurar no Top 50 do ranking mundial. Desde então, seu desempenho só melhorou. Em julho deste ano, chegou à 22º posição da ATP e alcançou o segundo melhor resultado de um tenista brasileiro em todos os tempos. O atleta nascido em Tietê, São Paulo, tem como suas principais qualidades o saque, o forehand e o jogo de fundo de quadra ofensivo. Seu treinador é o gaúcho João Zwetsch. Em fevereiro deste ano, o jogador conquistou o título do ATP 250 de Santiago (Chile) em fevereiro. Também chegou às quartas de final dos ATPs

500 de Barcelona (Espanha) e de Hamburgo (Alemanha), às oitavas de final de Roland Garros - perdendo somente para Rafael Nadal - e à terceira rodada em Wimbledon. Apesar disso, a mídia esportiva praticamente não abre espaço para a divulgação de seus resultados, e as informações são encontradas somente nos veículos especializados em tênis. Para Luis Carlos Enck, Diretor técnico do Instituto Gaúcho de Tênis (IGT), Bellucci só terá a difusão merecida quando conquistar um torneio de maior porte, tendo em vista que Gustavo Kuerten venceu o torneio de Roland Garros em três ocasiões (1997, 2000 e 2001). “Não dá pra fazer uma comparação, pois o Guga foi tricampeão em Roland Garros e foi número 1 do mundo. Enquanto o Bellucci não ganhar um torneio mais importante e encostar no Guga, ele não será divulgado”. Enck também ressalta que é prematuro se falar em uma Era Bellucci: “ele está evoluindo, mas ainda é muito cedo para saber onde Bellucci pode chegar”. Atualmente, o principal desafio de Thomaz Bellucci é se manter entre os tops da ATP. O canhoto do Tietê está em um processo de evolução e precisa continuar jogando em alto nível para permanecer entre os melhores do mundo. O próximo desafio é o US Open, um dos quatro grandes torneios do circuito. É mais uma oportunidade de ver em ação a nova esperança do tênis brasileiro.

Mais esportes Vôlei Feminino

CBV

A seleção feminina de vôlei já começou a disputa da 18º edição do Grand Prix. A equipe treinada pelo técnico José Roberto Guimarães vai em busca do nono título da competição. Para isso, a seleção conta com boa parte das jogadoras que conquistaram o ouro olímpico em 2008. Entre elas, a meio de rede Fabiana, a levantadora Dani Lins, a ponta/oposta Mari e a líbero Fabi. O time brasileiro também usará o Grand Prix como forma de preparação para a disputa do Mundial de Vôlei que será disputado no Japão entre os dias 29 de outubro e 14 de novembro.

Fórmula 1 O caso de Felipe Massa e Fernando Alonso, pilotos da Ferrari, no GP da Alemanha, não foi o primeiro episódio de jogo de equipe que tivemos conhecimento na Fórmula 1. Com a Ferrari, no entanto, os problemas são mais embaraçosos.

Nem é preciso lembrar a atitude de Rubens Barrichello na Áustria em 2002. Em tempos onde a Fórmula 1 é marcada por escândalos e corridas monótonas, a escuderia italiana perdeu uma boa oportunidade de ajudar a melhorar a imagem da categoria. Os fãs do automobilismo esperam que a FIA aplique uma punição severa à equipe na reunião que julgará o caso no dia 8 de setembro. Uma absolvição pode gerar consequências muito ruins para o futuro da modalidade.

NBA O tão esperado draft de 2010 chegou, as principais negociações ocorreram e agora falta pouco para a bola entrar em quadra. Quando a partida no Staples Center terminou e o Lakers se tornou campeão da NBA pela 16ª vez, as atenções se voltaram para as decisões que tomariam LeBron James, Dwayne Wade, Chris Bosh, Amare Stoudamire, Dirk Nowitzki, entre outros astros, referentes aos seus respectivos futuros. Com uma off-season tão tentadora, coube a algumas franquias o trabalho de economizar salários para chegar em 2010 com condições financeiras de oferecer contratos tentadores. Foram elas: Bulls, Knicks, Nets, Heat. Dessas, a última foi a que mais lucrou com o período de transferências. Além de manter o ídolo Dwayne Wade, assinou com nada mais nada menos do que LeBron James, o MVP das últimas duas temporadas regulares.


Porto Alegre Agosto de 2010

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a Copa da África, se esperava muito mais da nossa amarelinha. A eliminação para a Holanda nas quartas de final da competição pegou de surpresa uma equipe até então vencedora. Ficou uma indigesta missão para o novo comandante: renovação total. E foi com Eu achei que a renovação foi positiva. A seleção do Dunga não cativou a população. Ninguém se entusiasmou muito para a Copa. Agora, eu o Mano trouxe os ídolos de volta. E ele é um bom técnico, acredito no potencial dele. Greta Paz, 19 anos Jornalismo/PUCRS

O Mano fez um excelente trabalho no Grêmio há alguns anos e também atuou nas categorias de base do Internacional. Ele conviveu com muitos jogadores da dupla grenal. Ele sabe que tanto o Grêmio, como o Inter, revelam muitos jogadores. Vicente Failace, 19 anos Psicologia/PUCRS Achei um bom jogo, uma atuação muito mais bonita, bem diferente do agente vinha assistindo. O Neymar foi o meu destaque. Ele é muito rápido e tem muita habilidade. Se ele continuar nesse ritmo será um dos grandes destaques da seleção. Mateus da Silva, 20 anos Odontologia - PUCRS

FOTOS JOÃO FREITAS/JCA

A solução é o pessoal jovem, que mostra mais vontade. Eles querem construir uma carreira na seleção desde cedo. O guris do Santos são muito bons, tirando o André. Raíssa Zanquete , 20 anos Administração - UFRGS Eu achei bom renovar. É legal começar agora para eles irem crescendo e se entrosando no time. Os Meninos da Vila são muito unidos no Santos e isso vai ser bom também para a seleção. Júlia Coutinho , 18 anos Direito - UFRGS Eu gosto do Mano Menezes. Acredito que ele seja um técnico racional e sério. Gostei muito da renovação. Esse novos jogadores vão se sacrificar mais porque é uma oportunidade de ouro pra eles. O Mano terá bastante tempo para trabalhar com essa garotada. Falta alguma experiência, mas vai dar certo. Eduardo , 21 anos Estudante de direito - UFRGS

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Jornal Contra Ataque

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VOCÊ CONTRAATACA

esse objetivo que o gaúcho Mano Menezes assumiu como o novo técnico da seleção. A equipe do Contra Ataque foi às universidades saber o que os jovens acham de tudo isso. Jogadores, treinador, comissão técnica, tudo renovado. É hora do Você Contra Ataca. Eu achei legal o que o Dunga falou em relação a não convocação dos meninos. Ele queria jogadores mais centrados para não rolar muita dispersão. Não deu certo, mas agora está acontecendo a renovação, pode dar um gás, o que faltou na seleção. Caroline Soares, 26 anos Enfermagem - UFRGS

Nesta Copa faltou uma criatividade maior ali no meio campo e um nome individual. A equipe estava bem unida, mas não tinha um cara de atitude. Precisamos de um time jovem. Uma mistura de jogadores mais novos com alguns mais experientes. Vamos esperar agora um futebol arte e com muitas vitórias. Ciro de Franco, 20 anos Ciências aeronáuticas/PUCRS

email:vc.contraataca@hotmail.com

Mídia online: jornalcontraataque.blogspot.com twitter.com/jcontraataque Editor online: Henrique Riffel Impressão: RBS – Zero Hora Editora Jornalística S/A. Jornal Pioneiro – Caxias do Sul O jornal Contra Ataque é uma publicação da empresa A.Rebelo Sampaio. CNPJ 06.071.836/0001-63

ROGER

Machado*

Mais um no grupo dos grandes conquistadores Trabalhei com Celso Roth entre os anos de 98 e 99. Durante este período, além das conquistas do Campeonato Gaúcho e da primeira Copa Sul, troquei experiências com o profissional que mais tarde elegi como o treinador que mais havia contribuído para meu crescimento profissional. Quando faço publicamente esta afirmação invariavelmente sou interpelado sobre em que lugar então ocuparia Felipão neste contexto, tendo em vista que, além de ter sido promovido e lançado no time profissional por ele aos dezoito anos, havia sido sob seu comando que tinha obtido as maiores conquistas de minha carreira. Realmente foi o Felipão que me lançou, afirmou e me moldou como jogador da forma que atuei minha carreira inteira e sou imensamente grato por isso. Entretanto, foi no período que trabalhei com Celso Roth que mais evoluí do ponto de vista técnico, tático e principalmente dos aspectos relacionados à leitura dos elementos do jogo. Talvez pelo fato de ter sido lançado muito jovem, com pouca experiência, preocupado em apenas atender as determinações do comando, eu não percebia mais nada ao meu redor. Desta forma, apenas executando um deslocamento ou adotando um posicionamento orientado pelo comandante, sem pensar o porquê de estar fazendo, não aproveitei plenamente todos os ensinamentos que o treinador que viria mais tarde ser Campeão Mundial com a seleção brasileira teria me ofertado. A imagem que externamente Celso formou ao longo de sua carreira, quer tenha sido por uma necessidade de proteger-se ou até mesmo por certa inabilidade em saber lidar com aspectos do futebol que não fazem parte do campo, mas que não são menos importantes, como a imprensa, os dirigentes e ate mesmo em alguns momentos o torcedor, não condiz com a realidade. Hoje mais maduro e experiente ele se esforça para mudar esta imagem. Celso é um profissional de conduta firme e personalidade forte, que em nenhum momento permite interferência externa no seu trabalho. No entanto, ele sabe ouvir seus comandados e dividir responsabilidades, além de ser extremamente habilidoso para montar uma equipe e traçar uma estratégia de jogo. Roth também é muito inteligente para identificar um potencial problema dentro do seu vestiário e agir rápido para eliminá-lo. Atual comandante do Inter e outrora de Vasco, Sport, Grêmio e outras tantas equipes grandes do futebol brasileiro, Celso construiu uma carreira bem sucedida, mas que até este momento, do ponto de vista da opinião pública, não era tida como modelo de sucesso, por não ter conquistado títulos expressivos pelos clubes que passou. Ao aceitar o desafio de substituir Fossatti no comando do Internacional, Celso calculou os riscos que corria em assumir um time que, embora tenha vindo até a semifinal da Libertadores com o antigo treinador, não passava confiança nem para os dirigentes e muito menos para a torcida. Celso também analisou as vantagens que teria em assumir uma equipe que estava a quatro jogos do título da Libertadores e a dois do Mundial, caso seu adversário fosse o time Mexicano. Acreditando que sob seu comando o time pudesse render melhor, aceitou o convite. Depois de ter passado pelo São Paulo e ver garantida a vaga para o mundial, Celso Roth queria o título. Contra o Chivas sua equipe mostrou capacidade e maturidade de campeão. Venceu o primeiro jogo fora de casa e com uma vitória dentro do Estádio Beira-Rio sagrou-se bicampeão da principal competição entre clubes das Américas.Para o torcedor, somente agora Celso Roth entra definitivamente para o grupo de treinadores reconhecidamente competentes, mas para aqueles que assim como eu, tiveram a oportunidade de trabalhar sob seu comando, este título veio apenas para coroar a carreira vitoriosa que construiu até agora. Parabéns meu amigo!!! *Roger se destacou no Grêmio por dez anos, conquistando inúmeros títulos, entre eles a Libertadores da América de 1995. O jogador já atuou no Japão e foi campeão da Copa do Brasil pelo Fluminense. Roger também fez parte da seleção brasileira na Copa América em 2001.

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Este é um espaço livre para opiniões que envolvem o Esporte. Você também pode participar do jornal Contra Ataque na web, através do blog e do twitter.


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PERFILDOMÊS

Após alguns dias, das Neves como é chamado no exterior, recebeu três convites diferentes. Escolheu o melhor e embarcou para viver o seu sonho americano.

Porto Alegre Agosto de 2010

American Dream

FOTOS JOÃO FREITAS/JCA

Rodrigo Adams

E

se você tivesse oportunidade de viver nos Estados Unidos com tudo pago, jogar futebol e ainda poder estudar numa grande universidade? O que pode parecer um sonho para muitos aconteceu com Márcio Ferraz das Neves. O jovem, de 28 anos, mora a três na terra do Tio Sam e atua pela equipe da MID Continent University, no Kentucky. O ex-jogador das categorias de base do Grêmio foi um promissor atacante no final dos anos 90. Jogou com Eduardo Martini, Bolívar, Claudio Pitbull, Leanderson, Eduardo Costa, entre outros. A consagração viria numa convocação para a Seleção Brasileira sub-17. Porém, uma grave lesão nos ligamentos do joelho direito o afastou dos gramados por um ano. “Foi o momento mais difícil da minha vida”, conta. A vida que havia sido focada até então no mundo da bola tomou outros rumos. E foi aí que começou a grande virada. O guri desistiu do futebol e resolveu estudar. Em 2005 ingressou no curso de Engenharia Elétrica, na PUCRS. Com a confiança recuperada, resolveu aventurar-se com os amigos em torneios de várzea na Capital. Em 2007 o convidaram para treinar com outros alunos da faculdade. Um amigo que indicava jogadores para universidades americanas pediu que ele montasse um vídeo com algumas jogadas. Poucos dias depois, das Neves como é chamado no exterior, recebeu três convites diferentes. Escolheu o que lhe pareceu melhor e embarcou para viver um sonho americano. No primeiro ano como jogador dos Cougars – apelido do time da MID – ganhou o prêmio de melhor meia do país. Mas nem tudo foram flores nos EUA. “Precisei sair da Engenharia, pois ia rodar

e perder a bolsa”, divertese. Chegou a trocar para a Olivet Nazarene University, em Illiois. Arrependeu-se e voltou para o seu primeiro time. Hoje faz Administração e tem plena convicção da importância de um diploma estrangeiro no futuro da sua carreira. A fluência no inglês também é vista por ele como um diferencial. O jogador sente-se realizado. Fernanda das Neves, a esposa, formou-se em Nutrição na UFRGS e foi morar com ele. “Ela foi a minha grande inspiração para estudar. A guria passou com 98% de A na faculdade”, destaca. Os dois planejam uma volta para o Brasil no meio de 2011, quando Márcio se formar, já que para ele são remotas as chances de encarar uma liga profissional. O sistema de inclusão de jogadores é igual ao da NBA, através de Drafts, aqui conhecido como as famosas peneiras. Sobre a futura carreira, não descarta um trabalho ligado ao esporte. “Vou tentar oportunizar a outros jovens a mesma chance que tive. Meu coach brinca comigo: Das Neves, me mande jogadores do Brasil”, conta. Com a experiência vivida lá fora, ele indica os caminhos para quem quiser fazer o mesmo. “Se o cara jogar bem e tiver um inglês fluente, tem grandes chances de decolar”, comenta. De bem com a vida e sorridente, o futuro administrador aproveitou as férias para vir com Fernanda para o sul do país e rever os familiares. “Fico orgulhoso com tudo. Realizo um sonho: estudo e jogo futebol numa grande liga”, afirma.

Márcio mora há três anos nos Estados Unidos e atua na equipe da MID Continent University

Esse é Márcio Ferraz das Neves. Um menino que iniciou sua trajetória nos campinhos do bairro Intercap, zona leste da capital, e agora desfila seu futebol por gramados norte-americanos.

O craque acumulou inúmeros certificados nos EUA. Entre eles, o de melhor jogador da Liga Universitária

Casal planeja retorno ao Brasil em 2011

Craque iniciou trajetória no bairro Intercap


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