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Organizações de Juventude como espaços de educação não formal

José Rodrigo de Melo e Castro

Urbanização Sto António do Alto, Lote 18, R/C Esq 8000-536 Faro

Tel. : + 351 919481326 Email : geral@ecos.pt www.ecos.pt


Organizações de Juventude como espaços de educação não formal José Rodrigo de Melo e Castro

Identificada como umas das principais necessidades de qualquer sociedade ou grupo humano, a Educação deverá ser encarada não só como um instrumento para a aquisição dos

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conhecimentos técnicos necessários para que cada indivíduo possa exercer uma profissão, mas, fundamentalmente, como forma de aquisição de valências e competências que nos permitam viver em sociedade, comunicar ideias e valores e intervir nessa mesma sociedade. Neste sentido, outras instituições e outros espaços, para além da Escola, da acção educativa da família e do contexto cultural têm um papel preponderante a desempenhar ao longo de todo o processo educativo do indivíduo. As Organizações de Juventude, entre outras instituições, assumem neste contexto um papel de relevante importância na promoção da Educação não-formal, possibilitando aos jovens, através das suas actividades e dos seus programas, desenvolver valores e competências diferentes daquelas desenvolvidas no campo da educação formal. As competências individuais adquiridas através do envolvimento nas organizações de juventude em muito contribuem para o desenvolvimento de capacidades humanas; também elas necessárias no mercado de trabalho. Capacidade de trabalho em equipa, liderança, gestão de conflitos, tomadas de decisão e capacidade de argumentação das suas escolhas, responsabilidade, organização, planeamento, entre outras são algumas das competências básicas adquiridas que em grande parte contribuem para uma aprendizagem de princípios de participação democrática e cidadania. É inegável o papel que as Organizações de Juventude assumem quer junto dos jovens que activamente participam de forma voluntária nestas estruturas quer junto da sociedade em geral através do trabalho que desenvolvem ao nível cultural, social, educativo, politico, …

Cooperativa de Educação, Cooperação e Desenvolvimento, CRL

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Esse papel carece de um maior reconhecimento quer ao nível social quer ao nível político. Ao longo dos últimos anos, estruturas governamentais e não-governamentais, têm vindo a desenvolver um trabalho de reflexão e concretização de politicas no campo da educação não formal. No entanto, um longo caminho ainda há a percorrer no que se refere ao reconhecimento deste campo da educação.

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O reconhecimento político vai muito além do apoio financeiro a estas estruturas. Apoio financeiro este que deverá ser encarado como um investimento e não como uma despesa. Esse mesmo reconhecimento politico passa por uma legislação eficaz ao nível do Estatuto do Dirigente Associativo Juvenil, do Estatuto do Jovem Voluntário, da criação de sistemas de reconhecimento de competências, de uma Legislação Fiscal que promova e incentive o movimento Associativo, de uma maior participação em órgãos de decisão politico, de uma maior auscultação do movimento associativo juvenil na decisão de politicas na área da juventude e outras que directa ou indirectamente envolvam a juventude, … Por outro lado, este mesmo reconhecimento passa por um reconhecimento social - Pais e Familiares que, por uma questão cultural e/ou pouco informada consideram este espaço como uma “perca de tempo” e não conseguem ver o valor educativo e formativo da participação nestes espaços, encarando os mesmos como mera ocupação de tempos livres. Este factor poderá ser ultrapassado através do reconhecimento do valor da educação não formal por outra estruturas como Instituições de Ensino e o Mercado de Trabalho. A cooperação, o trabalho conjunto e o entendimento colectivo entre Instituições de Ensino, Empresas e Organizações de Juventude não só levarão a um aumento do reconhecimento deste campo da Educação, como também contribuirão para o sucesso económico-social da nossa sociedade.

José Rodrigo de Melo e Castro rodrigo.castro@ecos.pt

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