26 ECONOMIA
A GAZETA SEGUNDA-FEIRA, 20 DE JANEIRO DE 2014
AGRONEGÓCIO
Hora de recuperar a lavoura Enchentes de dezembro destruíram boa parte da área plantada do Estado RITA BRIDI
rbridi@redegazeta.com.br
É hora de começar a reconstruir as lavouras que foram destruídas pelas intensas chuvas que caíram em quase todo o Espírito Santo no final de dezembro. Mas a recuperação das áreas plantadas com as hortaliças precisa ser feita com cautela, planejamento e de forma correta para evitar novos prejuí-
zos aos agricultores. O engenheiro agrônomo da Coopeavi, Cleir Bertazzo, alerta os proprietários rurais a respeito da importância dos cuidados que devem ser tomados com o solo antes de iniciar os novos plantios. O planejamento, explica, é fundamental para que sejam evitadoserrosquepoderãolevar a novos prejuízos. Por mais necessidade e vontade que os produtores tenham em retomar as atividades nas suas propriedades,éprecisocautela. “O trabalho deve ser
PREJUÍZO
R$ 3,7 milhões
É o tamanho do prejuízo que os associados da Coopeavi tiveram com as chuvas. As chuvas atingiram as lavouras de café, as plantações de hortifrutigranjeiros, a pecuária e as estruturas das propriedades
com calma e inteligência. Às vezes, uma decisão muito rápida pode ser prejudicial”, sublinha. O primeiro passo é definir a área onde será feito o novo planto. O solo da área escolhida deve ser preparado por um período de 30 a 60 dias. É o tempo necessário para a aplicação do adubo e dos demais nutrientes que foram levados pelas chuvas. O solo atingido pelas águas perdeu a fertilidade com a retirada dos nutrientes. Enquanto cuida do solo, o produtor deve se
preocupar também com o semeio das plantas que formarão as mudas que depois serão replantadas nosoloealípermanecerão até a colheita. O período de transplante das mudas varia de 20 a 30 dias. A produção de hortaliças como alface, rabanete, pepino e couve, por exemplo, pode estar normalizadaematé70dias.Otomate tem um ciclo de produção mais longo, entre 6 e 8 meses. As lavouras de tomate localizadas nas regiões atingidas pelas chuvas foram quase todas perdidas.
É o caso de Nodir Lopes, produtor de tomate em Várzea Alegre, município de Santa Teresa. Ele tinha cerca de 65 mil plantas no ponto de colheita. A estimativa era colher 20 mil caixas (24 quilos cada). A produção se resumiu a 3 mil caixas, ou seja, queda de 85%. A Coopeavi, comenta Bertazzo, tem cerca de 8 mil cooperados distribuídos por vários municípios, Os prejuízos computados dos associados levantados pela cooperativa passam de R$ R$ 3,7 milhões.
O QUE FAZER AGORA Escolha da área
Atenção na escolha da área para a implantação de novas lavouras. Evitar áreas sujeitas a alagamentos para evitar novos prejuízos. Es tamos no verão, período que sempre ocorrem chuvas.
Coleta de solo
Depois de definir a área, fazer coleta de solo para análise que vai avaliar a sua fertilidade. A análise vai indicar o nível de empobrecimento do solo, necessidade de reposição dos nutrientes e a maneira adequada.
Variedades
Dar preferência às variedades que tenham maior resistência às doenças. Agindo assim o produtor reduz as chances de incidência de doenças nas novas lavouras, aumentando a possibilidade de
lavouras livres de doenças.
Fungos
Evitar reutilizar a área onde as lavouras foram destruídas para replantio, se houver incidência de fungo de solo.
Orientação
Buscar orientação técnica antes de iniciar novos plantios. A assistência técnica é fundamental para que tudo seja feito de maneira correta e os riscos sejam reduzidos.
Cautela
Mesmo com a necessidade de dar continuidade ao processo produtivo da propriedade, o momento é de cautela. Decisões rápidas, sem planejamento podem levar a novas perdas.
ARQUIVO AG
A chuva que caiu em dezembro foi tão forte que as águas, em boa parte do Estado, levaram os nutrientes do solo. Valetas foram abertas em muitas lavouras
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