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Cooperativismo
ESPECIAL VITÓRIA, JULHO DE 2013
Cooperativismo
VITÓRIA, JULHO DE 2013 ESPECIAL
EDITORIAL Esthério Sebatistão Colnago presidente do Sistema OCB/SESCOOP-ES
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ACREDITAMOS NO SISTEMA A sociedade capixaba clama por um modelo corporativo como o cooperativismo, que alcançou importantes vitórias nos últimos anos
Nós não podemos parar, precisamos ir além e buscar mais conhecimento”
Precisamos fazer bonito e trabalhar arduamente em prol da sociedade”
Cooperativismo ESPECIAL
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ais uma vez, é uma alegria para o sistema cooperativista ter uma revista especial com notícias e novidades sobre o setor no Espírito Santo. Nosso segmento tem tido diversos ganhos nos últimos anos. Um deles, em 2012, refere-se ao fato de a ONU ter decretado o Ano Internacional do Cooperativismo, o que nos deu visibilidade e reconhecimento. E, neste ano de 2013, foi decretado o Ano Internacional de Cooperação pela Água, o que coloca o setor mais uma vez em destaque em âmbito mundial! Mas esse reconhecimento só veio após muito trabalho, em prol da sociedade e da economia, com geração de empregos e a inclusão social. O reconhecimento também é parte da evolução gerencial das cooperativas. Nos últimos anos, a procura pela melhoria na formação profissional e a busca pelo acompanhamento da evolução de mercado estão grandes, o que faz com que o cooperativismo fique cada vez mais pujante. Mas não podemos parar, precisamos ir além e buscar cada vez mais o conhecimento, o aprendizado e a troca de experiências. Os resultados que temos são positivos, mas o caminho é longo. Queremos ser conhecidos não somente por existirmos, queremos e vamos nos tornar conhecidos pela sociedade por meio do trabalho que realizamos! Aliás, a sociedade capixaba está se familiarizando, a cada dia que passa, com o cooperativismo e com suas ações. Mas, se
formos comparar com outros países e até com Estados brasileiros, o setor ainda é jovem no Espírito Santo e tem muito para percorrer. A sociedade capixaba está nos conhecendo, e como diz o ditado: “A primeira impressão é a que fica”. Não podemos errar, precisamos fazer bonito e trabalhar arduamente em prol da sociedade. E o Sistema OCB-SESCOOP/ES age em conjunto com diversas entidades parceiras para levar aos mais variados setores do cooperativismo o avanço e o desenvolvimento. Somos o sistema que representa e promove o aprendizado às cooperativas do Espírito Santo e queremos ser a referência, o sistema principal, tanto para as cooperativas registradas, quanto para a sociedade que busca saber mais sobre o setor. Aproveito o espaço para dizer aos dirigentes de cooperativas, seus cooperados e familiares, para sempre buscarem o aprimoramento, a capacitação. Uma sociedade que possui conhecimento torna-se rica, pois o conhecimento adquirido faz crescer. E somente por meio dele, somos capazes de avançar e assim fazer com que nossas cooperativas também avancem e que seus associados se multipliquem. Nós acreditamos no cooperativismo, em sua doutrina, seus princípios e valores. Somos o presente e o futuro para a economia e para a sociedade, e por esse motivo sempre digo e repito: as cooperativas são o orgulho capixaba!
CONTEÚDO EDITORIAL E ARTE DA CAPA: Comunicação do Sistema OCB-Sescoop/Espírito Santo. A GAZETA – REVISÃO EDITORIAL - EDITORA DE CADERNOS ESPECIAIS: Zainer Silva (zsilva@redegazeta.com.br); EDITORA: Neyla Tardin; TEXTOS: Mikaella Campos; FOTOS: Editoria de Fotografia de A GAZETA; INFOGRAFIA E ILUSTRAÇÕES: Gilson; DIAGRAMAÇÃO: Andressa Machado; EDITOR DE QUALIDADE: Carlos Henrique Boninsenha; DIRETOR COMERCIAL: Fábio Enrico Cabral Ruschi; DIRETOR DE MERCADO LEITOR E LOGÍSTICA: Ranieri Aguiar; GERENTE COMERCIAL: José César Leite; GERENTE DE MARKETING: Camila Carvalho. CORRESPONDÊNCIAS: Jornal A Gazeta, Rua Chafic Murad, 902, Monte Belo, Vitória, ES, CEP: 29053-315.
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SUMÁRIO Você lê nesta edição:
12 Financiando o crescimento
Cooperativa de crédito, o Sicoob-ES espera superar seu resultado histórico de R$ 114,4 milhões de superávit.
16 Parceria que dá certo
Hospitais públicos garantem atendimento de emergência ao cidadão, por meio de convênios com cooperativas de saúde.
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28 Café renomado
Cooabriel completa 50 anos de atuação, com bons resultados e 100% da produção vendida no mercado interno.
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30 Ao gosto cubano
Em convênio com a Coopeavi, governo cubano vai comprar 1,2 toneladas de grãos crus de conilon.
38 Famílias no campo
O governo do Espírito Santo vai investir, até o ano que vem, mais de R$ 2,5 bilhões para estimular a agricultura familiar, por meio do programa Vida no Campo.
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Modelo lucrativo e democrático COOPERATIVISMO MOSTRA SUA FORÇA NO ESPÍRITO SANTO, AMPLIANDO SUA PARTICIPAÇÃO NO PIB, COM UM SISTEMA QUE PREZA A IGUALDADE E A QUALIDADE
O cooperativismo é uma filosofia capaz de unir desenvolvimento econômico ao bem-estar social. É ummovimentoquetempermitidoaoBrasilcrescer de forma sustentável, fazendo da união o segredo paraquemuitasfamíliastenhamacessoaummeio de trabalho e dele tirem seu sustento. No Espírito Santo, o setor tem ampliado, ano após ano, a importância na economia local. Os números mostram esse avanço: de 2011 para 2012 a participação do cooperativismo no PIB capixaba passou de R$ 2,8 bilhões para R$ 3,5 bilhões: um incremento de 19,8%. O plano este ano é ampliar a influência do cooperativismo, permitindo a mais pessoas a possibilidade de inserção na rede, que hoje conta com 204 mil cooperados e emprega quase 20 mil pessoas no Estado. Os dados são da Organização das Cooperativas Brasileiras e Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (OCB-SESCOOP). Em âmbito nacional, o cooperativismo desempenha um papel gigante ao garantir renda para mais de 10 milhões de cooperados e por manter aberto cerca de 300 mil postos de trabalho. O presidente do Sistema OCB/SESCOOP no Estado, Esthério Sebastião Colnago, afirma que a intenção do cooperativismo é criar um novo modelo de sociedade em que a igualdade e o desenvolvimento socioeconômico possam estar presentes em todas as comunidades. Segundo ele, para promover essa democratização do cooperativismo, o setor no Estado tem realizado ações de inclusão social, principalmente, de jovens e de mulheres. “São muitas ações que temos feito. Temos certeza que somos parte do desenvolvimento e crescimento do Espírito Santo”, diz Colnago. Qual a importância do cooperativismo para a economia local? Ocooperativismonãoéimportanteapenasparaaeconomia capixaba, é relevante para o avanço social do Estado. Além de empregos, o setor promove inclusão
social, principalmente de mulheres e de jovens, por meio de projetos do Sistema OCB-SESCOOP/ES. Entre as ações realizadas no momento, estão os núcleos femininos das cooperativas capixabas e o programa JovemCoop.Osnúcleosfemininos,porexemplo,reúnemesposasefilhasdecooperadosparaparticiparem depalestras,decursosedetrabalhosdascooperativas nas quais os maridos estão inseridos. Já o JovemCoop é um programa de formação de jovens lideranças cooperativistas. O programa gratuito para filhos de cooperados e funcionários das cooperativas ensina, em saladeaula,adoutrinacooperativista.Osalunostambémtêmaoportunidadeparticiparativamentedeaulas de oratória, redação empresarial e marketing. Quais foram as primeiras cooperativas do Espírito Santo? As primeiras cooperativas capixabas surgiram entre 1930 e 1940 no ramo agropecuário. O setor foi o primeiro a chegar ao Estado como uma política de governo e é o ramo que tem o maior número de cooperativas. Entre 1950 e 1958, foram criadas duas cooperativas de consumo e algumas cooperativas agrárias e, posteriormente, foram formadas as cooperativasescolar,crédito,urbano,créditorural,habitacional e trabalho. No mundo, o sistema nasceu em 1835. É possível formar uma nova economia a partir da cooperação? Na verdade, o cooperativismo não é modelo de economia, é uma doutrina que alia o econômico comosocial.Oquepodemosequeremoscriaréum novo modelo de sociedade, baseada nos princípios da cooperação, com mais igualdade e preocupação com as comunidades. Quantas cooperativas existem no Estado? Hoje temos registradas no Sistema OCB-SESCOOP/ES 147 cooperativas, em nove ramos de atividade. Existem também as cooperativas de economia solidária que são representadas pela Unicafes (União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária). Já no Brasil existem 6.587 cooperativas cadastradas no Sistema OCB, segundo
19,8% É quanto cresceu a participação do cooperativismo no PIB capixaba entre 2011 e 2012.
3,5bi É o montante, em reais, equivalente à participação do cooperativismo no PIB capixaba em 2012.
20 mil É o número de pessoas que o cooperativismo emprega hoje dentro do Espírito Santo.
O que queremos criar é um modelo de sociedade baseada na cooperação, preocupada com as comunidades” Esthério Colnago presidente da OCB/SESCOOP-ES
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dados de 2012. No Espírito Santo, ultrapassamos a marca de 200 mil cooperados, enquanto no Brasil, até dezembro de 2012, 10,4 milhões de brasileiros estavam associados a uma cooperativa. Qual a participação das cooperativas no PIB estadual? De acordo com a Gerência de Desenvolvimento Cooperativista da OCB-SESCOOP/ES, o PIB capixaba de 2012 foi de R$ 93 bi. E o cooperativismo contribuiu com 3,8% desse valor, ou seja, com mais de R$ 3,5bilhões.Emrelaçãoaoanode2011,ofaturamento do cooperativismo capixaba cresceu 19,8%. Que retorno as cooperativas deram aos seus associados em 2012? Numritmodecrescimento,ascooperativasconseguiram oferecer aos cooperados uma lucratividade 38,5%maiorem2012doque2011,garantindoaeles um total de R$ 151,5 milhões em sobras (lucro).
DEFESA Presidente do Sistema OCB/SESCOOP no Estado, Esthério Sebastião Colnago ressalta as vantagens do modelo
Como funciona uma cooperativa? Como é sua organização? E a divisão das sobras? Uma cooperativa é uma sociedade sem fins lucrativos. Elaéorganizadaeconomicamentedeformademocrática, sendo controladas pelos seus membros que participam ativamente na formulação das suas políticas. As decisões são tomadas por meio dos conselhos e das assembleias. Os valores do cooperativismo são baseados na transparência, profissionalismo, ética, ajuda mútua, responsabilidade, democracia, igualdade, equidade e solidariedade.
Há 15 anos a sua cooperativa de crédito.
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É hora de remover as pedras do caminho SUPERINTENDENTE DO SISTEMA OCB-SESCOOP/ES, CARLOS ANDRÉ SANTOS DE OLIVEIRA, EXPLICA QUAIS SÃO AS PRIORIDADES DO SETOR: IMPOSTOS, GESTÃO E COMPETITIVIDADE
DIVULGAÇÃO/OCB
O cooperativismo é um setor em crescimento, mas que tem desafios à frente. Uma das lutas do segmento é pela redução da carga tributária e também pela criação de políticas públicas para a disseminação da cultura da cooperação. A necessidade de se ajustar, principalmente, a legislação do ICMS do leite UHT e derivados, é urgente para a proteção de cooperativas de laticínios tradicionais do Estado, e alta da competitividade. O superintendente do sistema OCB-SESCOOP/ES,CarlosAndréSantosdeOliveira,explicaque uma das metas do setor é capacitar as pessoas que estão à frente das cooperativas e promover nessas instituições práticas de governança corporativa. O SESCOOP oferece cursos para capacitar as cooperativas. Qual é a importância dessas capacitações? O mercado atual é muito competitivo e sabemos que nossas cooperativas devem estar preparadas para entrar nessa disputa por clientes, cada uma no ramo em que atua. E, para isso, é essencial capacitar de forma contínua os cooperados, os dirigentes e os colaboradores, sendo esse um recurso estratégico para a modernização da gestão das cooperativas. Ao longo do ano, oferecemos aos cooperados, aos dirigentes e aos colaboradores das cooperativas capixabas vários cursos de curta e média duração, nas áreas de cooperativismo, contabilidade, tributação, gestão de pessoas, negócios e processos, entre outros temas. E os conselheirosfiscaisedeadministraçãodecooperativas,bem como a equipe de colaboradores do Sistema OCB-SESCOOP/ES, também participam de capacitações e de treinamentos contínuos. Como está a busca por políticas públicas para o cooperativismo? Tivemos grandes avanços na relação do setor cooperativistacomopoderpúblico.Emoutubrodoanopassado,conseguimosêxitoemumgrandepleitojuntoao governoestadual,quefoiaassinaturadodecretodenº 3139-R, de 29 de outubro de 2012. Ele regulamentou
BANDEIRA Carlos André Santos de Oliveira, superintendente do sistema OCB-SESCOOP/ES, defende mudanças tributárias
a participação das cooperativas em processos licitatórios da administração pública estadual. E, em maio deste ano, tivemos outra grande conquista histórica, que foi a assinatura da instrução de serviço (IS) 007-N do DER/ES de 16/05/13, específica das cooperativas de transporte do Espírito Santo. Com a assinatura da IS,oEspíritoSantopassouaserosegundoEstadocom legislação específica para o setor de transporte. Antes do nosso Estado, apenas Minas Gerais havia conquistado esse pleito. Agradecemos ao nosso governador, Renato Casagrande; ao secretário, Thiago Hoffmann; a diretora-presidente do DER-ES, Tereza Casotti e sua equipe pela sensibilidade com o tema. Como o cooperativismo tentará incorporar cooperativas que hoje atuam na informalidade ou que pertencem ao sistema de economia solidária? Nosso objetivo é fortalecer o sistema cooperativista capixaba. Trabalhamos no sentido de captar novos
cooperados para as cooperativas já existentes, fazer fusão e incorporação de cooperativas, para que possam se tornar grandes potências nos ramos de mercado em que atuam. Queremos sempre oferecer o melhor serviço, os melhores produtos, e consideramos que esse é o caminho. No caso da constituição de novascooperativas,sempretemosmuitocuidadopara que, de fato, haja viabilidade econômica, social e financeira, evitando frustrar pessoas com promessas fáceis. Uma cooperativa não é ONG, nem OSCIP, nem associação. Apesar de ser uma sociedade de pessoas, cooperativa é um negócio que tem que gerar resultadospositivosanualmenteparaseusdonos.Ouseja, tem que haver “sobras” (lucro) e não prejuízo. Essa cooperativa precisa estar no mercado competindo como outras empresas. Disponibilizamos gratuitamente toda assessoria para constituição de cooperativas, por meio da nossa equipe técnica, contábil e jurídica. E quanto aos grupos empreendedores e coo-
perativasdaeconomiasolidáriaemnossoEstado,são muito bem assessoradas e representadas pela UNICAFES/ES - entidade parceira da OCB/ES em diversas agendas comuns em defesa do cooperativismo. Quais são os desafios do setor cooperativista? Os encargos tributários atrapalham o avanço do segmento? Um deles é a necessidade urgente de revisão da atual legislação do ICMS do leite, principalmente UHT (de caixinha) e derivados, no que concerne às indústrias eàscooperativasdelaticíniosdeoutrosEstados.Com a atual legislação, a indústria de laticínios capixaba está perdendo competitividade. A Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz/ES) tem sido insensível em relaçãoaotema,apesardetodosesforçosdaOCB/ES (quecongregaascooperativasdelaticínioscapixabas e do Sindlates - sindicato das indústrias de laticínios não cooperativas do ES). Estamos em um diálogo constante com o governo do Espírito Santo, buscando solução para esse grave problema. Os estados vizinhos, principalmente Minas Gerais e Rio de Janeiro, possuem em sua legislação sobre o tema, um conjunto de benefícios e incentivos que tornam os produtoresdesuascooperativaseindústriasdelaticínios muitomaiscompetitivosemtermosdepreço,secomparadas às nossas indústrias e cooperativas de laticínios. Daí os preços mais em conta desses produtos, dosconcorrentesdeoutrosEstados,nasgôndolasdos
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supermercados e padarias capixabas, em detrimento à nossa indústria. Caso não haja uma solução rápida do governo estadual, da Sefaz/ES, a médio e longo prazo, não teremos mais indústria nem cooperativas de laticínios capixabas no nosso Estado, trazendo enormes e incalculáveis prejuízos no campo. Estamos alertando as lideranças e agentes públicos há tempos, porém, apesar do esforço de alguns setores, que são parceiros e amigos do cooperativismo, como a Secretaria de Estado de Agricultura (Seag), o Incaper, a Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas (Aderes) e de diversos parlamentares ligados ao tema, setores do governo teimam em não atender a esse que hoje é o principal pleito das cooperativas e indústrias de laticínios capixaba.Entretantoéimportantereconhecerqueogoverno estadual tem sido parceiro do setor, investindo em contratos de sessão por comodato, cerca de 400 resfriadores de leite, 150 núcleos de inseminação artificial, caminhões, retroescavadeiras, 50 mil doses de sêmen, laboratório estadual de leite do IDAF, dentre outros apoios e conquistas importantes. Há também insatisfação de nossas cooperativas de especialidades médicas em relação às OS que realizamagestãodoshospitaisCentraleDr.JaymeSantosNeves,naSerra.Ascooperativastemtidoumtratamento desrespeitoso por parte dessas entidades. Respeitamos a política do governo nesse setor, porém discordamos. Mais uma vez a OCB/ES registra
o agradecimento e profundo respeito pelo governador, Renato Casagrande, parceiro do cooperativismo capixaba, que, até três anos atrás, representava 1% do PIB estadual. Em 2011, representou 3% e, agora em 2012, representa 3,8%. Sem dúvidas, um crescimento vertiginoso que jamais seria alcançada sem as parcerias e estratégias corretas e exitosas com o poder público, os cooperados e com os colaboradores e seus dirigentes. Quais as ações da OCB/Sescoop para fortalecer o cooperativismo no Estado? Realizamos,todoano,aCertificaçãodeRegularidade Técnica nas cooperativas capixabas, registradas na OCB/ES.Esteprocessotemafinalidadedeassessorar as cooperativas registradas no cumprimento às exigências legais, além de promover a uniformização dos procedimentos operacionais. Ainda esse ano, foi lançado o Programa de Desenvolvimento da Gestão das Cooperativas (PDGC), pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo(Sescoop), em parceria com a Fundação Nacional de Qualidade (FNQ). Com a implantação desse programa, queremos promover nas cooperativas brasileiras a adoção de boas práticas de gestão e governança. O PDGC é uma moderna ferramenta e, com certeza, um dos nossos grandes avanços de 2013. Nosso objetivo é que as cooperativas sejam conduzidas de forma cada vez mais profissional, com foco na sustentabilidade.
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Programa estadual capacita gestores PLANO DE DESENVOLVIMENTO COOPERATIVISTA QUER AMPLIAR A PARTICIPAÇÃO DO SEGMENTO NA ECONOMIA CAPIXABA, A PARTIR DA OFERTA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E DE CAPACITAÇÃO PARA GESTÃO E PARA DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS
A paixão pelo empreendedorismo baseado na cultura da cooperação surgiu ainda cedo na vida do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande. Quando era estudante da Universidade Federal de Viçosa (MG), no curso de Engenharia Florestal, ele teve o primeiro contato com o sistema cooperativista e se encantou pelo modelo. Agora, a meta do empreendedor público é alavancar o setor e estimular o aumento do número de cooperados em 120 mil, até 2015, na Grande Vitória e no interior. Assim, o número de pessoas envolvidas no sistema passará de 200 mil para 320 mil. O apoio do Estado chegará a comunidades urbanas e rurais interessadas em empreender de maneira sustentável com a formação de uma rede de solidariedade. Para ajudar o cooperativismo, dentro da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas (Aderes), o governo estadual criou uma diretoria responsável por estudar medidas e soluções para o desenvolvimento do espírito cooperador e lançou um plano de desenvolvimento. Os estímulos ao segmento da economia têm chegado a negócios focados na agricultura familiar, produção, consumo, habitação, crédito, serviços, transporte, educação e cooperativas de trabalho. O interesse pelo cooperativismo ficou forte na vidadeCasagrandequandoeleconquistouumdos primeiros cargos políticos, na Secretaria de DesenvolvimentoRuraldeCastelo,nointeriordoEstado. Lá, Casagrande pôde conhecer de perto a força das cooperativas e como elas têm estimulado o crescimento econômico do Estado. ComosecretáriodeCastelo,entre1984e1987, o atual governador descobriu que a coletividade é a forma para mudar a realidade de qualquer sociedade. Por isso, durante toda a sua jornada política, principalmente, no período em que foi deputado e senador federal, Casagrande se dedicou a criar espaço para micro e pequenos negócios e
GUSTAVO LOUZADA
GOVERNADOR DO ESTADO Renato Casagrande quer criar um ambiente propício ao desenvolvimento das cooperativas
também para o sistema cooperativista. No Congresso, o administrador do Estado chegou a participar das Frentes Parlamentar da Micro e Pequena Empresa e do Cooperativismo. Umadaslutastravadasporele,láemBrasília,foi pela aprovação da Lei nº 4.622/2004, que regulamentava as cooperativas de trabalho e dava um novo respaldo legal ao sistema. DINAMISMO Como governador, Casagrande resolveu dar um novo rumo ao setor cooperativista no Espírito Santo, com o lançamento do Plano de Desenvolvimento Cooperativista, em março de 2012. O programa tem como objetivo promover o estímulo ao modo de produção cooperativista, oferecerassistênciatécnicaecapacitaçãoparagestão
e desenvolvimento de produtos. A meta do plano, que faz partedoPrograma Incluir, éampliaraparticipação do cooperativismo na economia capixaba,incorporandoossetoreseasregiõescombaixo dinamismo econômico e social. Em um ano, a proposta já atendeu a 35 grupos produtivos interessados em ingressar no modo cooperativista de produção de bens ou prestação de serviços. Desses, 20 encontram-se em processo de viabilização.AspropostasestãoemanálisenaAderes, na Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB/ES)enaUniãodasCooperativasdaAgricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes). Na entrevista a seguir, o governador Renato Casagrande destaca que as cooperativas já exercem um papel importante na economia do Estado do Espírito Santo.
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RENATO CASAGRANDE, governador
“QUEREMOS APERFEIÇOAR AS COOPERATIVAS” Como surgiu o seu interesse pelo cooperativismo? Durante toda a minha carreira política, eu me dediquei ao desenvolvimento das micro e pequenas empresas e das cooperativas. Mas o cooperativismo, em especial, faz parte da minha origem. Eu sempre gostei de trabalhar com a coletividade e vi que, na minha carreira como gestor público, eu poderia trabalhar pela igualdade, apoiando a cooperação. Essa cultura do cooperativismo me aproximou bastante do sistema e acredito que podemos transformar a ideia das cooperativas em importantes iniciativas.
Como foi o primeiro contato do senhor com as cooperativas? Meu primeiro contato com as cooperativas foi na minha época de faculdade. Eu estudava na Universidade Federal de Viçosa e lá eu pude conhecer algumas instituições. Nesse momento, eu passei a ter interesse pelo sistema. No entanto, a cooperação me despertou para a sua importância quando eu assumi um cargo na Secretaria de Desenvolvimento Rural de Castelo. Lá, eu tive contato direto com as cooperativas, inclusive com a OCB/ES. Daí para frente, não parei de me aproximar do setor. Fiz parte da
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Frente Parlamentar do Cooperativismo e participei de diversas ações, quando era senador e deputado federal, para ampliar o apoio ao sistema e proporcionar o seu fortalecimento. O governo estadual quer se aproximar de qual maneira do setor? Nós estamos presentes no setor cooperativista e temos ajudado o setor a criar um ambiente favorável aos negócios. Lançamos um plano estadual para garantir que as cooperativas tenham acesso a diversos serviços do Estado. Nossa intenção é promover os setores de produção, agricultura, crédito, serviços, transporte, por exemplo. Um dos avanços que tivemos, recentemente, foi a criação do Conselho Estadual do Cooperativismo. Por que é importante o Estado ajudar as cooperativas a se fortalecerem? Queremos aperfeiçoar as cooperativas. A ideia é que elas fiquem mais eficientes. Um dos focos é estimular a qualificação dos gestores. Assim, as cooperativas poderão mostrar que têm capacidade para disputar espaço no mercado. Temos oferecido aos negócios assistência técnica, qualificação na área de gestão, mercado e produto. Uma das ações importantes que temos oferecido é a possibilidade de as empresas passarem por uma consultoria gratuita para desenvolver o negócio. Outra iniciativa é abrir ao setor oportunidade de participação em licitações.
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SICOOB/DIVULGAÇÃO
AMPLO ATENDIMENTO O Sicoob tem um portfólio completo à disposição de empresas e de pessoas físicas em geral, além de agências localizadas em pontos estratégicos da cidade
Sicoob tem lucro recorde COOPERATIVA DE CRÉDITO ESPERA SUPERAR SEU RESULTADO HISTÓRICO DE R$ 114,4 MILHÕES DE SUPERÁVIT
Na jornada pela consagração, o Sicoob/ES, cooperativa de crédito, espera bater, neste ano, o recorde de lucratividade de 2012. No ano passado, a organização atingiu R$ 114,4 milhões de lucratividade, alta de 45% em relação a 2011. O resultado é histórico para a instituição. A meta é fechar dezembro com uma sobra de R$ 120 milhões. A cooperativa já dá sinais de que o alvo pode até ser ultrapassado. A organização, no primeiro trimestre de 2013, conseguiu crescer 32,1% a mais do que no mesmo período do ano anterior. O superávit, nos primeiros três meses deste ano, foi de R$ 30,7 milhões, valor superior em R$ 7,5 milhões. O plano é expandir a rede de atendimento. A
cooperativa,queatuanoEstadohá24anos,em65 municípios, quer inaugurar, este ano, duas novas agências, totalizando 89 unidades. Um dos projetos é ampliar o atendimento na Grande Vitória, com a abertura da quarta agência na Capital e da segunda na Serra. Também será inaugurada uma nova sede neste ano. O prédio, de 3.400 metros quadrados, ficará localizado em Santa Lúcia, Vitória, e terá um centro de treinamento exclusivo para os colaboradores. O projeto segue padrões de sustentabilidade, e o investimento previsto foi de R$ 10 milhões. BONS FRUTOS O crescimento do número de clientes, a ex-
pansão do crédito e a ampliação na oferta de produtos e de serviços foram decisivos para os excelentes resultados alcançados pelo Sicoob em 2012. A instituição financeira encerrou o exercício anterior com 136.831 correntistas, alta de 10,3% em relação a 2011. Já a carteira de crédito evoluiu 35,5% no ano passado, totalizando R$ 1,5 bilhão. O volume de empréstimos realizados em 2012 chegou à cifra de R$ 2,3 bilhões, em 868.567 operações – uma alta de 24,3%. Um dos destaques também foi a receita de serviços, com crescimento de 47% em 2012. O valor arrecadado com cartão de crédito, por exemplo, teve um incremento de 50,1%. O consórcio, lançado em dezembro de 2011, foi outro produto que ajudou a alavancar as receitas e registrou
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R$ 76,8 milhões em negócios em um ano. SegundoopresidentedoSicoob/ES,BentoVenturim, o crédito disponibilizado pela cooperativa é um importante estimulador do desenvolvimento dos clientes e das comunidades. “Nos próximos anos, vamos continuar aumentando a nossa representatividade no Sistema Financeiro Nacional. Nosso objetivo é ser reconhecido como a principal instituição financeira propulsora do desenvolvimento econômico e social dos seus clientes, e a maisrecentepesquisadesatisfaçãoquerealizamos apontou que 82% estão satisfeitos, o que mostra que estamos no caminho certo”, disse Venturim. O bom desempenho de 2012 parece influenciar na expansão da entidade neste ano. No primeiro trimestre deste ano, a cooperativa financeira teve índice de inadimplência apurado menor que 1,5%, a metade da média do mercado financeiro, conforme dados do Banco Central. O diretor-executivo da cooperativa, Francisco Reposse Júnior, afirma que um dos diferenciais da instituição é a divisão dos lucros com os clientes. “Eles são donos do negócio”, afirma. Ele explicaqueosresultadossãodistribuídosconforme asoperaçõesquecadaumrealizacomaempresa. Quanto maior a movimentação de produtos e de serviços, maior será o retorno dos correntistas. “Na condição de donos, eles têm a possibili-
FOTOS: SICOOB/DIVULGAÇÃO
DIREÇÃO Francisco Reposse Jr., diretor executivo do Sicoob/ES
PRESIDÊNCIA Bento Venturim, presidente do Sicoob/ES
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dade de participar da administração e da fiscalização, bem como propor melhorias para o desenvolvimento da instituição”, explicou Reposse. Em 2013, foram distribuídos R$ 71,6 milhões entre os clientes, valor referente ao resultado do exercício de 2012. Outra vantagem é a comercialização de produtos e serviços com taxas mais acessíveis em comparação aos bancos. Em média, os juros da cooperativa se encontram abaixo dos praticados pelo mercado. Esses atrativos estão disponíveis para todas as pessoas que têm conta no Sicoob, sem distinção de perfil ou volume de investimentos e movimentação financeira. A empresa também conhece a realidade de cada correntista, o que facilita o atendimento personalizado e a oferta de crédito de forma responsável. Os funcionários estão qualificados para atender a pessoas e a organizações dos diversos segmentos da economia. O Sicoob trabalha com os mesmos produtos e serviços que os bancos oferecem, como contas-correntes, cartões de débito e de crédito, empréstimos,investimentos(poupançaeoutrasaplicações financeiras), previdência privada, seguros e consórcios, cobrança, entre outros. Tem um portfólio completo à disposição de empresas e de pessoas físicas em geral.
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Crédito especial para servidores da Serra O AUMENTO DA OFERTA DE EMPRÉSTIMOS, A TAXAS ACESSÍVEIS, PARA O FUNCIONALISMO PÚBLICO VAI BENEFICIAR O COMÉRCIO DO MUNICÍPIO
Funcionários da Prefeitura da Serra poderão contratar crédito com taxas de juros reduzidas. É que o Sicoob firmou parceria com a administração municipal para disponibilizar serviços bancários com preços especiais. Entre as vantagens, está o crédito consignado. Os servidores da Serra poderão ter acesso ao serviço a partir da primeira quinzena de junho. A maior vantagem do produto é a taxa de juros reduzida em relação a outras opções de empréstimo: varia de 0,99% a 1,69% ao mês. A ta-
rifa é exclusiva para os contratos firmados com os funcionários públicos da Serra. As parcelas, que são fixas e descontadas mensalmente do salário, não podem comprometer mais do que 30% da remuneração líquida do servidor, e o pagamento deve ser feito em até 72 meses. A contratação é fácil e sem burocracia, pois a instituição financeira não exige avalista. O convênio entre a prefeitura e o Sicoob foi firmado porque a Serra é o município que mais cresce no Espírito Santo, além de ser uma região estraté-
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gica, com grandes oportunidades de negócios. Para o diretor do Sicoob, Nailson Dalla Bernadina, o aumento da oferta de crédito para o funcionalismo público vai beneficiar o comércio, a indústria e os empreendedores locais, incrementando a economia da cidade. O Sicoob também assinou um termo de compromisso com a Prefeitura da Serra para a abertura de mais quatro agências da instituição no município, sendo uma empresarial. Os novos pontos de atendimento serão instalados até 2015. Atualmente, uma agência do Sicoob funciona na cidade, em Laranjeiras. Com essa iniciativa, a cooperativa dá mais um importante passo para concretizar um dos seus principais projetos, que é ampliar o atendimento na Grande Vitória.
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Governo renova convênio com cooperativas médicas HOSPITAIS ESTADUAIS GARANTEM ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA AO CIDADÃO, COM A AJUDA DE ESPECIALISTAS DAS COOPERATIVAS DE SAÚDE
A saúde pública capixaba tem mostrado o poder do cooperativismo na luta pela vida. No Espírito Santo, os hospitais estaduais garantem o atendimento de emergência 24 horas por dia à população por meio de um acordo com cooperativas de especialidades médicas. Como o salário do Sistema Único de Saúde (SUS) não tem atraído tantos profissionais para os concursos públicos, a saída do Estado foi terceirizar o atendimento de emergência e atender ao cidadão com os melhores especialistas do Espírito Santo. Em todos os hospitais estaduais, pelo menos uma equipe médica está de plantão. A cada jornada de 12 horas, os grupos de profissionais se renovam para garantir a sobrevivência de vítimas graves de acidente, de infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e outros casos de urgência. Esses profissionais são disponibilizados pelas cooperativas de especialidades médicas há, pelo menos, 20 anos por meio de convênios com o governo do Estado. No início do ano, Poder Público e instituições de trabalho fecharam um acordo de R$ 9 milhões por ano com cooperativas de ginecologia e obstetrícia, anestesia, angiologia e cirurgiões vasculares, cardíacos, neurocirurgiões, ortopedistas e traumatologistas, pediatras e cirurgiões plásticos. A parceria possibilita que o cidadão conte com um médico de cada especialidade a todo o instante. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, esses convênios fazem dos hospitais públicos o melhor local para atender a pacientes em estado grave. “Nemtodososhospitaisparticularesmantêm uma equipe de atendimento emergencial 24 horas por dia. Nos hospitais públicos, esse tipo de atendimento está garantido”, diz o subsecretário de Saúde Fábio Benezath Chaves. No São Lucas, por exemplo, as cooperativas mantêm um grupo de 18 médicos, por turno, sendo três cirurgiões, dois neurocirurgiões, três
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ATENDIMENTO AO PÚBLICO Os contratos com as cooperativas de especialidades médicas foram renovados em janeiro
A parceria permite um atendimento de alta qualidade” Fábio Benezath Subsecretário de Saúde
ortopedistas, quatro clínicos-geral, entre outras especialidades. “Quando iniciamos o convênio, não encontrávamos profissionais no mercado. Havia poucointeressedacategorianaparticipaçãodeconcursos públicos. O salário não é atrativo. A solução apareceu quando o governo encontrou esse nicho. Essa parceria tem permitido um atendimento de alta qualidade nos hospitais Infantil e Maternidade de Vila Velha, Antônio Bezerra, em Vila Velha”, diz. Os contratos com as cooperativas de especialidades médicas foram renovados em janeiro e terão validade de dois anos.
EM TODOS OS HOSPITAIS ESTADUAIS, PELO MENOS UMA EQUIPE MÉDICA ESTÁ DE PLANTÃO
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Unimed moderniza UNIMED/DIVULGAÇÃO
PRÉDIO DA LEITÃO DA SILVA TERÁ 121 NOVOS LEITOS, SENDO 24 UNIDADES DE TRATAMENTO INTENSIVO (UTI) E 14 SEMI-INTENSIVAS
Em processo de expansão, a Unimed no Espírito Santo vai garantir aos clientes mais opções de atendimento. No Estado, as cooperativas pretendem ampliar hospitais, inaugurar novos leitos e investir também em projetos que vão impactar diretamente na vida dos clientes. Uma das ideias, por exemplo, é aplicar recursos não apenas para tratar, mas também para prevenir doenças. Com mais de 498 mil clientes no Estado, a Unimed no Espírito Santo tem trabalhado para capacitar colaboradores, cooperados, gestores e médicos. A intenção é aumentar ainda mais a qualidade dos serviços prestados. Hoje, o sistema se divide em cinco cooperativas, Unimeds Vitória, Norte Capixaba, Sul Capixaba, Noroeste Capixaba e Piraqueaçu, que contam com 3.234 cooperados. A maior delas é a Unimed Vitória, que trabalha com um conceito de cuidado e presença com o Centro Integrado de Atenção à Saúde, que abrange todos os Recursos Próprios da Operadora. Esse conceito reafirma o cuidado com os clientes da Unimed Vitória, que está presente em todos os momentos em que os clientes mais precisam. Formam o Centro Integrado de Atenção à Saúde: Unimed Diagnóstico (exames por imagem); Unimed Oncologia; Centros de Especialidades (são seis locais de atendimento com diversas especialidades médicas); Viver Unimed (programa de promoção à saúde); SOS Unimed (serviço opcional de remoção); Assistência Domiciliar; Hospital-Dia e Maternidade Unimed Vitória (HDMU); e Hospital Unimed Vitória. A Unimed Vitória tem se dedicado atualmente à ampliação do seu hospital, localizado na Avenida Leitão da Silva. A construção prevê a criação de 121 novos leitos na unidade, entre eles, 24 de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e 14 de Unidade Semi-Intensiva. Hoje, a cooperativa atende a cerca de 1,8 mil pacientes. AMBULATÓRIO Para dar ainda mais rapidez no atendimento aos casos de baixa complexidade, a Unimed Vi-
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e amplia hospitais tória inaugurou, no dia 10 de maio, a Unidade Ambulatorial do Hospital Unimed Vitória. O novo recurso está localizado na Avenida Leitão da Silva, em frente ao Hospital. Clientes da Unimed Vitória com casos de baixa complexidade são encaminhados para a nova unidade, que funciona todos os dias da semana, inclusive aos sábados e domingos, das 8h às 22h. Entre os serviços oferecidos na nova unidade, estãoexamesderaios-X,coletadeexamesdesangue,atendimentoambulatorial,testeergonométrico, exame de endoscopia e pequenos procedimentos cirúrgicos, tanto adultos quanto pediátricos. O usuário conta na unidade com atendimento de clínico geral, pediatra, ortopedista. MATERNIDADE Neste ano, a Unimed Vitória também inaugurouoHospitalDiaeMaternidadeUnimedVitória (HDMU), que funciona na antiga sede da Gran Mater, em Vitória. A unidade disponibiliza 38 leitos, com previsão de ampliação para 58, e pronto atendimento 24 horas na área de ginecologia e obstetrícia. Em uma área de 2,8 mil metros quadrados, o HDMU tem capacidade para realizar cerca de 800 atendimentos e 600 cirurgias por mês. A cooperativa optou por implantar um hospital dia, tendo em vista a possibilidade de disponibilizar uma estrutura para internações de menor duração. Por isso, no HDMU são realizados procedimentos cirúrgicos eletivos de baixa e média complexidade.
O hospital será de referência médica e vai garantir mais empregos no Sul do Estado” Pedro Scarpi Melhorim Presidente da Unimed Sul Capixaba
A segunda maior cooperativa é a Unimed Sul, que conta com 398 cooperados e mais de 82 mil clientes. A empresa iniciou o desenvolvimento de um projeto para a construção de uma nova unidade hospitalar de alta complexidade que a qualificará para atender a todos os seus clientes, atraindo novos médicos e novas especialidades. “O hospital será de referência médica e vai reunir toda a alta complexidade, além de garantir mais empregos e desenvolvimento da saúde no Sul do Estado”, afirma o presidente da Unimed Sul Capixaba, Pedro Scarpi Melhorim. No ano passado, a cooperativa registrou um crescimento de 25,3% em relação a 2011, che-
gando a Market-share de 88%. A Unimed Sul Capixaba congrega 70% dos médicos da região Sul, bem como possui parceira com os todos os hospitais da região. UTI ADULTO A Unimed Norte Capixaba, com a crescente demanda de clientes, também trabalha no projetodeampliaçãodohospital,localizadonomunicípio de Linhares. Até o final do ano serão construídos mais 10 leitos de UTI adulto. De acordo com o presidente da cooperativa, Telmo Henrique Fiorott, a singular também está implantando o prontuário eletrônico, com o objetivo de dar maior agilidade às informações ao médico e enfermeiros, o que contribui com um atendimento ainda mais qualificado para os clientes. Este ano, a singular inaugurou o Espaço Unimed, em Linhares, com atendimento em diversas especialidades médicas e também conta com um centro ambulatorial em São Mateus, que realiza mais de mil atendimentos por mês. A Unimed Piraqueaçu também está ampliando a sua estrutura de atendimento. Segundo o presidente Luiz Andrócles Beniamino Farina, os ambulatórios estão passando por projetos de melhorias, além do investimento da cooperativa na área de medicina preventiva. O diretor-presidente da Unimed Noroeste Capixaba, João Carlos Neves Alves, diz que investiremprogramasdeprevençãoepromoçãoà saúde também é o foco da cooperativa.
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A prioridade é o seu bem-estar UNIMED OFERECE TIPOS DE ATENDIMENTO EXCLUSIVOS, EM QUE A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE RESGATA O CONCEITO DE MEDICINA FAMILIAR
Para ter saúde e qualidade de vida, é preciso adotar uma postura mais proativa e responsável com a própria saúde. Pensando nisso, a Unimed Vitória oferece a todos os seus clientes que residem na Grande Vitória o Programa Viver Unimed, que proporciona um incentivo à promoção da saúde e uma assistência preventiva com foco na qualidade de vida por meio da aquisição de hábitos saudáveis e mudança de comportamento. O Programa dispõe de linhas de cuidado direcionadas aos seguintes públicos: pessoas
com sobrepeso ou obesas, idosos, tabagistas, diabéticos, gestantes, hipertensos e portadores de dor crônica. Todo o suporte oferecido pelo programa tem a participação de uma equipe multidisciplinar, que é formada por nutricionistas, enfermeiros, psicólogos, médicos e fisioterapeutas. Grupos, palestras e atendimentos individuais são oferecidos na sede do programa – localizada na Praia do Suá, em Vitória – e também em empresas que são clientes da cooperativa. Em 2012, o Programa Viver Unimed realizou 29.696 atendiUNIMED/DIVULGAÇÃO
ATENDIMENTO Com o Unimed Personal, o paciente é acompanhado sempre por um mesmo profissional clínico
mentos, 12,4% a mais que no ano anterior. Ainda na linha de promoção da saúde, neste ano, a Cooperativa lançou um modelo pioneiro de assistência médica no Brasil: o Unimed Personal, que já está atendendo cerca de dois mil clientes na unidade que funciona no quarto andar de um prédio localizado em Laranjeiras, na Serra. Seu conceito de assistência médica coloca em destaque o “médico exclusivo”, estabelecendo um modelo que prioriza o cuidado integral aos pacientes. “A relação médico-paciente é estreitada. Com o Unimed Personal, o paciente é acompanhado sempre por um mesmo profissional clínico, resgatando o conceito de medicina familiar. Mas isso não significa eliminar a necessidade da consulta com especialistas. Dessa forma, o médico consegue coordenar todo o tratamento”, afirma o diretor-presidente da Unimed Vitória, Márcio de Oliveira Almeida. Segundo Almeida, os atendimentos do Unimed Personal são feitos de forma individual por médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, enfermeiros e técnicos de enfermagem, fonoaudiólogos e psicólogos. Por meio de um sistema de informações com prontuário de fácil utilização, o médico tem acesso ao histórico do paciente, podendo agir de forma otimizada. Por meio dessa ferramenta, também é possível realizar um mapeamento de risco e desenvolver programas específicos de prevenção e acompanhamento.
União reduz custos globais O sistema Unimed do Estado é formado por cinco cooperativas diferentes, porém a união tem fortalecido a rede e permitido mais lucratividade ao negócio. O grupo, por meio da Federação Espírito Santo da Unimed, tem conseguido brigar por redução de preços e custos de materiais necessários para manter o negócio saúde em funcionamento. Entre as ações da Federação está a realização de rodadas de negócios com fornecedores de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME). O evento chega a reduzir em até 80% o valor dos produtos comprados. O sistema também tem trabalho para desenvolver em conjunto ações de marketing, comunicação e responsabilidade. “O nosso trabalho contínuo é para que possamos dar apoio estratégico para as singulares do Espírito Santo na busca da liderança de mercado e a superação dos desafios”, afirma o presidente da Federação”, Alexandre Augusto Ruschi Filho.
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NÚMEROS DO SISTEMA UNIMED UNIMED NOROESTE CAPIXABA COLABORADORES: 292 COOPERADOS: 208 CLIENTES: 44.901 PRESTADORES: 84 ATUAÇÃO: Água Doce do Norte, Águia Branca, Alto Rio Novo, Baixo Guandu, Barra de São Francisco, Colatina, Ecoporanga, Governador Lindenberg, Mantenópolis, Marilândia, Pancas, São Domingos do Norte, São Gabriel da Palha e São Roque do Canaã. Também abrange a cidade de Aimorés, localizada em Minas Gerais. ATENDIMENTO: Um hospital e cinco lojas de atendimento UNIMED NORTE CAPIXABA COLABORADORES: 254 COOPERADOS: 259 CLIENTES: 28.089
PRESTADORES: 66 ATUAÇÃO: Linhares, Boa Esperança, Conceição da Barra, Jaguaré, Montanha, Mucurici, Nova Venécia, Pedro Canário, Pinheiros, Ponto Belo, Rio Bananal, São Mateus, Sooretama e Vila Pavão. ATENDIMENTO: Um hospital em Linhares, três lojas de atendimento, um ambulatório em São Mateus e um Espaço Unimed em Linhares. UNIMED PIRAQUEAÇU COLABORADORES: 79 COOPERADOS: 118 CLIENTES: 23.000 PRESTADORES: 50 ATUAÇÃO: Aracruz, Fundão, Ibiraçu, Itarana João Neiva, Santa Maria, Santa Tereza e Santa Leopoldina. ATENDIMENTO: Dois centros de atendimento ambulatorial e quatro
lojas de atendimento. UNIMED SUL CAPIXABA COLABORADORES: 679 COOPERADOS: 398 CLIENTES: 82.351 PRESTADORES: 115 ATUAÇÃO: Afonso Cláudio, Apiacá, Alfredo Chaves, Alegre, Atílio Vivacqua, Brejetuba, Bom Jesus do Norte, Cachoeiro de Itapemirim, Castelo, Conceição do Castelo, Dores do Rio Preto, Divino de São Lourenço, Guaçuí, Ibatiba, Iúna, Irupi, Ibitirama, Iconha, Itapemirim, Jerônimo Monteiro, Marataízes, Mimoso do Sul, Muqui, Muniz Freire, Piúma, Presidente Kennedy, Rio Novo do Sul, São José do Calçado, Vargem Alta, e Venda Nova do Imigrante. UNIDADES DE ATENDIMENTO: Um hospital, um hospital-dia, um centro de
diagnóstico por imagem Sul Serrano, Pronto-Atendimento de Guaçuí, um centro de especialidades, Unimed Saúde Ocupacional e SOS Unimed. UNIMED VITÓRIA COLABORADORES: 1.872 COOPERADOS: 2.251 CLIENTES: 320.390 PRESTADORES: 208 ATUAÇÃO: Anchieta, Cariacica, Domingos Martins, Guarapari, Marechal Floriano, Serra, Vitória, Vila Velha e Viana. ATENDIMENTO: Hospital Unimed Vitória, Unidade Ambulatorial do Hospital Unimed Vitória, Hospital-Dia e Maternidade Unimed Vitória, seis Centro de Especialidades, Unimed Diagnóstico, Unimed Oncologia, Saúde Ocupacional, Viver Unimed, Unimed Personal.
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Comitiva visita planos de saúde nos EUA UNIMED VISITOU EMPRESAS DE KANSAS, DE BOSTON, DA CALIFÓRNIA E DE WASHINGTON PARA TROCAR INFORMAÇÕES SOBRE ATENDIMENTO MÉDICO AO CLIENTE E SERVIÇOS PIONEIROS
Umpacientequeémonitoradodesdeonascimento e que é induzido a prevenir doenças e a cuidar da saúde ainda na infância. É esse modelo de atendimento que o Sistema Unimed pretende implantar no Espírito Santo e em todo o Brasil. As cooperativas do setor afirmam que a saúde precisa, de formaurgente,mudarseusprincípiosefundamentá-los na proximidade com o cliente. A ideia já é usada no exterior e começa a ganhar peso no Estado. Além dessa ação, o Brasil resolveu trocarexperiênciasetecnologiasusadasnaáreada saúde com os Estados Unidos para aprimorar o atendimento. Representantes da Unimed viajaram, em junho, para esse país para visitar várias empresas do setor de planos de saúde. O intercâmbio contou com uma comitiva de 32 pessoas, formada por representantes da Sescoop São Paulo e do Sistema Unimed, entre elas estava o presidente da Unimed Federação Espírito Santo, Alexandre Augusto Ruschi Filho. Segundo ele, na viagem foi possível visitar empresas de Kansas, Boston, Califórnia e Washingtoneconheceraçõesqueserãodegrande importância para direcionar às cooperativas e todo o Sistema Unimed. “Algumas experiências vistas nos Estados Unidos já são desenvolvidas pelas Unimeds do Espírito Santo, com base na medicina preventiva. A Unimed Vitória, por exemplo, lançou o Unimed Personal, plano pioneiro de assistência médica no Brasil que resgata a relação médico-paciente com foco na promoção à saúde. Sabemos que essa é uma mudança de longo prazo, mas estamos rompendo com a lógica vigente, aliados ao Sistema Público. O Personal é um modelo capaz de, efetivamente, dar saúde à população. Não é utopia, é uma necessidade da população”, diz. Como o sistema brasileiro copiou o sistema de saúde, a visita foi uma oportunidade para troca de experiências e possíveis ajustes no sistema de cooperativasdesaúdenoBrasil.“Umnovomodelode atenção à saúde se impõe de forma urgente, e seus princípios fundamentais devem estar centraliza-
DIVULGAÇÃO/UNIMED
PRESENÇA O presidente da Unimed Federação Espírito Santo, Alexandre Augusto Ruschi Filho, integrou a comitiva
dos no monitoramento contínuo dos clientes, desde o seu nascimento, baseado no permanente acompanhamentodeindicadoresdedesempenho, e valorizando os cuidados preventivos”, diz. Para Ruschi, o intercâmbio terá importante contribuição para a melhoria da gestão do Sistema Unimed e dos resultados das cooperativas. “Conhecer o que as operadoras de saúde americanas estão fazendo para se destacarem no mercado é mais uma oportunidade para o Sistema Unimed se inspirar e inovar nos serviços oferecidos. Em breve, poderemos saber quais ações levar às cooperativas que devem causar impacto positivo para os clientes”, diz.
Durante a visita, a comitiva visitou as instituições: Cerner, Kaiser Permanente, Garfield Inovation Center e Institute for Health Improvement. Em Washington, o grupo se reuniu com integrantes dogovernoamericano,dacâmaradecomércio americana e da maior central sindical de trabalhadores. “Pudemos conhecer as posições antagônicassobreo‘Obamacare’,quedeveráproduzir a partir de janeiro de 2014 profundas alterações no modelo de atenção à saúde destinado aos americanos e que está em grave colapso , especialmente, pelo seu elevado custo, tendo se tornado inviável sua manutenção pelos empresários e pelo próprio governo”.
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INSTITUIÇÕES VISITADAS PELA COMITIVA DA UNIMED decisiva da transformação de sistemas de saúde em todo o mundo na direção da qualidade, efetividade e maior segurança para os pacientes. Desenvolve trabalhos em quase todos os países da Europa, em alguns países da África, Índia, em muitas operadoras de planos de saúde nos EUA como a Kaiser Permanente e tem auxiliado essas nações e operadoras de planos de saúde a construírem sistemas de saúde sustentáveis e de altíssima qualidade.
CERNER LOCAL: Kansas City SITE: www.cerner.com Cerner é uma empresa de tecnologia em saúde que desenvolveu um dos cinco melhores prontuários eletrônicos (PE) de saúde do mundo. Além de oferecer uma das mais avançadas plataformas de PE do mundo, a Cerner criou um sistema de saúde para os próprios colaboradores, uma autogestão. Esse sistema impressiona, pois utiliza o mais alto nível de soluções de TI, sendo um dos melhores exemplos da aplicação do conceito “a casa como pivô central da saúde” ou em inglês “home as a hub”. Neste conceito, os cuidados com a saúde são deslocados para a comunidade, onde os usuários vivem suas vidas. Para realizar essa mudança, foi necessário desenvolver tecnologias de redes sociais e conectividade entre os usuários e o PE.
SETOR PRIVADO AHIP (ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PLANOS DE SAÚDE) SITE: www.ahip.org America’s Health Insurance Plans (AHIP) é a associação nacional que representa a indústria de seguros de saúde. Os membros do AHIP proporcionam saúde e benefícios complementares a mais de 200 milhões de americanos através de cobertura patrocinada pelo empregador, o mercado de seguros individual e programas públicos como o Medicare e Medicaid. AHIP defende políticas públicas que ampliem o acesso à cobertura de saúde acessível a todos os americanos por meio de um mercado competitivo que promove a escolha, qualidade e inovação.
KAISER PERMANENTE SITE: www.kaiserpermanente.org Pode-se dizer, a partir de um jargão da ciência médica, que a KP é o padrão ouro de operadora de plano de saúde. Apesar de o modelo americano de saúde não ser uma referencia mundial de eficiência no conjunto, os EUA possuem hoje as empresas mais inovadoras na saúde. Um dos exemplos é a própria Kaiser Permanente. Essa empresa foi criada por um médico, Dr. Garfield, na década de 1940 e já nasceu voltada para a prevenção de doenças e promoção da saúde. GARFIELD INOVATION CENTER SITE: http://xnet.kp.org/innovationcenter/ Esse centro de inovação é um enorme galpão em que todas as inovações da KP são testadas para serem implementadas. É um centro de excelência em inovação e para promover a melhoria da qualidade assistencial. Grande modelo a ser seguido pelo Sistema Unimed. Inovação na Kaiser Permanente começa com uma ideia sobre como se pode melhorar o atendimento e criar melhores experiências para clientes, médicos e funcionários.
Equipes iniciam o processo, certificando-se de que eles estão resolvendo o problema direito. Para isso, realizam pesquisas de campo, observam os sistemas e as necessidades dos usuários e avaliam as tecnologias atuais e emergentes. Uma vez que o problema e as oportunidades para a mudança são identificados, o Centro de Inovação Garfield é o espaço ideal para experimentar novas ideias.
INSTITUTE FOR HEALTH IMPROVEMENT (IHI) SITE: www.ihi.org.com O IHI é uma instituição de âmbito internacional, com sede em Boston, EUA, sem fins lucrativos e atua na área de pesquisa, ensino e produção de conhecimento, desenvolvimento científico e inovação em gerenciamento e redesenho do modelo assistencial à saúde. Tem mais de 10 anos de experiência na contribuição
AFL-CIO (FEDERAÇÃO AMERICANA DO TRABALHO E CONGRESSO DE ORGANIZAÇÕES INDUSTRIAIS) SITE: www.aflcio.org É uma federação que representa 57 sindicatos que tem mais de 12 milhões trabalhadores associados. Trabalha na consolidação de políticas públicas de benefícios para os trabalhadores de forma justa, com destaque para os planos de saúde. A entidade atua junto aos governos federal e governos locais de todo o país defendendo a formulação e aplicação e políticas públicas equilibradas e que atendam a seus associados. US CHAMBER OF COMMERCE (CÂMARA
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AMERICANA DE COMÉRCIO) SITE: www.uschamber.com The U.S. Chamber of Commerce é a maior organização de negócios do mundo que representa os interesses de mais de 3 milhões de empresas de todos os portes, setores e regiões. Tem como associados desde pequenas lojas e câmaras de comércio locais até associações industriais líderes e grandes corporações. Entre elas, empresas estritamente ligadas ao mercado de saúde norte-americano e de todo o mundo. GEORGE WASHINGTON UNIVERSITY – SCHOOL OF PUBLIC HEALTH (ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA E SERVIÇOS DE SAÚDE) SITE: www.gwu.edu A Escola de Saúde Pública e Serviços de Saúde da Universidade George
Washington desenvolve trabalhos acadêmicos nas áreas de serviços de saúde e de saúde pública, visando contribuir de maneira prática na formulação de políticas públicas e programas para aplicação prática. Fundada em julho de 1997, a Escola de Saúde Pública e Serviços de Saúde reuniu três programas universitários de longa data nas escolas de medicina, negócios, consolidando uma nova cadeira que une a teoria à prática. Hoje, mais de 1.200 estudantes de quase todos os estados dos EUA e mais de 38 nações convivem nos cursos de graduação, pós-graduação, e em nível de doutorado em saúde pública.
UNIDOS – DEPARTAMENTO DE SAÚDE E SERVIÇOS HUMANOS) - WWW.HHS.GOV The Department of Health and Human Services (HHS) é a principal agência do governo dos Estados Unidos para regulação da saúde e prestação de serviços humanos essenciais. HHS representa quase um quarto de todos os gastos federais, e administra mais dólares de subsídios do que todas as outras agências federais juntas. Programa Medicare: HHS é a maior seguradora de saúde do país, com mais de um bilhão de atendimentos por ano. Medicare e Medicaid, juntos, oferecem seguro de saúde para 25% dos norte-americanos.
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SENATE HEALTH, EDUCATION LABOR & PENSION (HELP) COMMITTEE (SENADO NORTE-AMERICANO - COMITÊ DE
HHS (GOVERNO FEDERAL DOS ESTADOS
SAÚDE, EDUCAÇÃO, TRABALHO E PENSÕES). O comitê do Senado iniciou suas atividades em 1869 como a Comissão de Educação e, em 1884, até meados da década de 1900 era conhecido como o Comitê de Educação e Trabalho. Em 1999, passou a se chamar (HELP) Comitê de Saúde, Educação, Trabalho e Pensões oficialmente. Hoje, o Comitê é liderado pelo Senador Tom Harkin (D-IA) e Lamar Alexander (R-TN) e é composto por 22 senadores, 12 democratas e 10 republicanos. Sob sua liderança, o Comitê é composto por três subcomissões, que têm uma ampla jurisdição sobre os cuidados das políticas públicas de saúde, educação, emprego e de aposentadoria.
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BERNARDO COUTINHO
Meio século de cooperação GRÃOS QUE VALEM MUITO Antônio Joaquim de Souza Neto, presidente da Cooabriel, exibe, orgulhoso, a produção cafeeira da cooperativa que representa, em São Gabriel da Palha
COOPERATIVA DE CAFÉ, A COOABRIEL COMPLETA 50 ANOS DE ATUAÇÃO, COM BONS RESULTADOS E 100% DA PRODUÇÃO VENDIDA NO MERCADO INTERNO
O ano de 1963 representa um marco para o desenvolvimento econômico de São Gabriel da Palha. Por meio do cooperativismo, os últimos 50 anos do município se misturam com a história da Cooabriel, uma das principais cooperativas do setor de café do Estado. A instituição, fundada pelo padre Simão Civalero, tem uma tradição de superação e conquistas, que é perpetuada pelos cooperados mais antigos para os novos sócios. As raízes fortes da cooperativa mostram que mesmo diante de desafios é possível avançar economicamente. No ano passado, a organização conseguiu comercializar 100% da sua produção no mercado interno, Minas Gerais, São Paulo, Ceará e Sergipe.
O faturamento teve crescimento de 17,15%, um percentual considerado uma vitória pelo presidente do grupo, Antonio Joaquim Souza Neto. Se em 2011, a cooperativa teve R$ 256.480.152 de receita. Em 2012, o salto foi para R$ 300.465.349, fazendo com que a instituição chegasse a 47ª posição no ranking das 200 maiores empresas do Espírito Santo. Apesar dos bons números, a cooperativa espera crescer mais 10% em 2013 e encontrar um novo nicho de mercado: a exportação. HISTÓRIA O grande feito de Padre Simão e dos 38 fundadores na época foi o ponto de partida para uma organização que está presente em municí-
pios das regiões Norte e Noroeste do Espírito Santo e Sul da Bahia e garante a produção de mais de um milhão de sacas de café por ano. Agora, a expectativa da cooperativa é conquistar novos mercados, ampliar a linha de produtos, modernizar as fazendas e inseri-las em um sistema de agroindústrias. A ideia de fundar a cooperativa começou ainda na década de 50, porém foi em 13 de setembro de 1963 que o plano pode ser consolidado. Mas antes que o sonho fosse concretizado, a paróquia investia em cursos, palestras e oficinas sobre cooperativismo para sensibilizar os produtores rurais a aderirem a ideia. A Cooabriel iniciou suas atividades montando um setor de consumo (mercearia/supermercado) para atender a seus associados nas necessidades básicas. Depois, passou a prestar serviços de comercialização, beneficiamento. Ao longo dos anos, estruturou-se para dar suporte à atividade cafeeira como um todo. Hoje, oferece serviços de armazenagem e comercialização do café conilon de diversos tipos e qualidades, atendendo a mais de 4,3 mil cooperados.
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VITOR JUBINI
Café capixaba vai parar em Cuba GOVERNO CUBANO FEZ UM CONVÊNIO COM A COOPERATIVA AGROPECUÁRIA CENTRO SERRANA (COOPEAVI) E VAI COMPRAR 1,2 TONELADA DE GRÃOS CRUS DE CONILON, PARA SEREM PROCESSADOS PELA ESTATAL CUBACAFÉ
O cafezinho capixaba vai ser distribuído para a população cubana e permitir um faturamento de R$ 3 milhões para pequenos produtores do Espírito Santo. O governo de Cuba fez um convênio com a Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi) e vai comprar 1,2 toneladas de grãos crus, para serem processados pela empresa estatal Cubacafé. A parceria surgiu depois de Cuba ter procurado diversas cooperativas no país e selecionado as empresas com maior qualidade e
capacidade para atender à demanda interna cubana. No Brasil, apenas cinco empresas do cooperativismo foram escolhidas para participar do fornecimento. Segundo o gerente de mercado de café da Coopeavi, João Galimberti, a entidade foi escolhida para enviar a primeira leva de café devido à sua experiência com exportação e por possuir melhor infraestrutura logística, armazéns e controles administrativos. “O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), em uma política de valorização da agri-
cultura familiar, indicou diversas cooperativas no país para um processo de seleção feito pelo governo cubano, no último ano. Vamos enviar para lá um café conilon, com intensidade suave, com número reduzido de defeitos e cultivado por pequenos produtores dedicados a garantir a qualidade do café”, diz. ESCOAMENTO A Coopeavi vai utilizar uma grande estrutura para enviar seu café para Cuba. O processo começa com o atendimento ao coope-
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7mil É o número aproximado de associados da Coopeavi, segundo dados de dezembro de 2012.
rado. A empresa oferece ao grupo de produtores uma estrutura com dois armazéns (Afonso Cláudio e em Santa Maria de Jetibá) para estocar a produção. Os associados contam também com apoio logístico para enviar o café até os depósitos onde é realizada a seleção dos produtos destinados ao embarque. Assim que o melhor café é separado, a mercadoria é expedida para o Porto de Vitória. No caso do envio para Cuba, a preparação do produto para ser exportado e a logística serão fiscalizadas por técnicos do governo cubano. “Já exportamos a primeira remessa de 7,8
Vamos enviar para lá um conilon com intensidade suave e poucos defeitos” João Galimberti Gerente de mercado de café da Coopeavi
mil sacas de café, e o restante (12,6 mil sacas) será enviado na segunda quinzena de agosto”, diz Galimberti. Cuba importa, em média, de 8 a 9 mil toneladas de café do Brasil, todos os anos. Em 2011, 93% das importações cubanas de café foram oriundas do Brasil. CENÁRIO Atualmente, a Coopeavi atua no mercado internacional exclusivamente com café. Entre os principais países que importaram produtos da empresa estão Rússia, Alemanha, Holanda, Letônia, Singapura, Croácia e Eslovênia.
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A cooperativa foi criada, em 6 de setembro de 1964, por 24 pequenos produtores rurais. A ideia de constituir uma cooperativa em vez de uma empresa privada se deu porque, no modelo adotado – cooperativismo –, todos os sócios do empreendimento possuiriam os mesmos direitos e deveres, tendo como foco a coletividade. O crescimento da cooperativa durante esses 49 anos foi gradativo. Hoje, a instituição conta com 7.296 associados (dados de dezembro de 2012), em diversos ramos do agronegócio, como avicultura, cafeicultura, pecuária e horticultura. A Coopeavi foi considerada pela revista “200 Maiores Empresas do ES” (IEL, 2012) como a 65ª empresa em faturamento bruto do Espírito Santo. No Espírito Santo, a concentração maior de cooperados está na Região Serrana, mas também há associados nas regiões Noroeste, Norte, Sul e Grande Vitória. Em Minas Gerais, a cooperativa está presente na região Vale do Rio Doce e na Zona da Mata mineira. Nas cidades de Caratinga (MG) e de Salvador (BA), a cooperativa possui comercialização de ovos, que, no último ano, negociou cerca de 125 milhões de ovos.
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DIVULGAÇÃO/ARQUIVO AG
PLANOS DE EXPANSÃO A Cooptac já tem 154 carros licenciados para a realização do transporte escolar
O promissor mercado do transporte escolar COOPERATIVA REÚNE MOTORISTAS ESPECIALIZADOS NO SERVIÇO: A COOPTAC FATUROU R$ 8 MILHÕES EM 2012 E PRETENDE ATINGIR A META DE R$ 12 MILHÕES ANUAIS
Na informalidade, 35 motoristas autônomos viram no cooperativismo uma saída para competir no mercado de transporte escolar. Eles fundaram, há 10 anos, em Afonso Cláudio, a Cooperativa de Transporte da Região Sudoeste Serrana (Cooptac). A organização hoje conta com 208 cooperados e atende a mais de 7,8 mil alunos de quatro municípios. A empresa, que faturou R$ 8 milhões em 2012, pretende crescer e atingir uma renda de R$ 12 milhões ao ano, alcançando a média de receita de R$ 1 milhão por mês. A meta ousada para o crescimento, segundo o presidente da cooperativa, Valteci Wil, poderá ser batida devido à diversificação dos negócios. A Cooptac é uma das cooperativas de transportes a ser beneficiada com a nova regulamentação do governo estadual, que permitirá às empresas do setor a atuação no setor turístico interestadual. De acordos fechados até dezembro, as negociações da em-
presa totalizam um valor de R$ 600 mil. A empresa já tem 154 carros licenciados para a realização do transporte escolar e conta com 12 veículos para turismo intermunicipal e com dois interestaduais. “No setor de viagens, chegamos a atender a 3,5 mil passageiros por mês. Mas agora vamos crescer muito mais, já que o governo vai permitir que as cooperativas do setor aumentem a frota para atuar ainda mais pesado no setor turístico. Depois que a regulamentação foi publicada, nós já ganhamos seis novos cooperados. Nosso objetivo é dobrar a frota desse setor de 14 ao todo para 30”, diz Wil. Wil conta que a Cooptac surgiu devido à necessidadedeformalização.“Buscamosinformações com o governo do Estado e descobrimos que poderíamos nos unir em cooperativa. Começamos atuando em Afonso Cláudio, agora temos veículos em Laranja da Terra, em Irupi e em Itarana. Vamos participar de licitações em outros municípios para crescermos mais”, diz.
Regras ampliam lucro do segmento Cooperativas de transporte escolar poderão diversificar o negócio e atuar em outros setores da economia. O governo do Espírito Santo agora vai permitir que as entidades atuem também nos segmentos de turismo e na locomoção de executivos, ampliando a possibilidade de lucro dos cooperados. Algumas instituições poderão, inclusive, prestar serviços agropecuários e mesmo fornecer máquinas e equipamentos pesados para a produção rural. O diretor de Economia Social e Solidária da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas (Aderes), Odimar Péricles, explica que o setor de transporte está em alta, e que, por isso, as cooperativas precisam de mais ferramentas para se tornarem competitivas. Um dos problemas que as empresas enfrentavam era a proibição de realizar outras atividades. “As cooperativas perdiam a possibilidade de ampliar a frota e de oferecer serviços que aumentariam a renda e gerariam mais oportunidades de trabalho”, explica. Segundo Péricles, agora, as empresas poderão, inclusive, fazer transporte escolar intermunicipal e trafegar pelas rodovias federais que cortam o Estado. Isso era proibido antes. Outro gargalo resolvido é a flexibilização dos custos para manter a frota licenciada para o funcionamento. “O governo tratava as cooperativas, devido à quantidade de sócios,comoumagrandeempresa, aumentando os custos delas e reduzindo a lucratividade. Hoje, disponibilizamos um sistema para elas menos exigente, porém mantendo critérios de qualidade e segurança”, garantiu Péricles.
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Financiamento acessível e aplicações rentáveis CRED-UFES OFERECE OS MESMOS SERVIÇOS PRESTADOS PELAS INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS TRADICIONAIS, PORÉM COM BAIXAS TAXAS E RETORNOS VISÍVEIS DIVULGAÇÃO/OCB
A cooperativa de crédito CRED-UFES registra umahistóriadesucesso,construídadurantetrês décadas e marcada por benefícios e por vantagens concedidas aos seus cooperados. A entidade possui as mesmas características dos serviços prestados pelas instituições bancárias tradicionais. Tudo isso sem, no entanto, em seu dia a dia, afastar-se dos princípios cooperativistas, os quais não visam ao lucro pelo lucro. A entidade prima por uma gestão participativa e democrática em sua administração, com distribuição das sobras, no fim dos seus exercíciossociais.Entreasdiretrizesqueacooperativa segue está o oferecimento de empréstimos com taxas de juros melhores que as praticadas no mercado e aplicações com maior rentabilidade. A missão é também garantir oportunidades de investimento aos seus cooperados, além da facilidade de acesso a vários e a diversos produtos e serviços financeiros. Assim, a Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores da Ufes pratica, de maneira forte e com uma credibilidade aprovada em níveis que ultrapassam os limites do Espírito Santo, o cooperativismo de crédito coletivo. Toda essa solidez no mercado de economia foi gerada pelo equilíbrio, com transparência, espírito democrático, responsabilidade social e ética, nas ações que marcam todas as realizações dos gestores à frente da CRED-UFES. A equipe sempre contou – em cada ação que promove – com a participação de todos os seus cooperados, ao longo de toda a sua existência. Assim, essa espécie de “cultura financeira consciente e humanizada” tem gerado maior maturidade para o enfrentamento de obstáculos financeiros no dia a dia daqueles que a compõem e, com isso, os frutos saudáveis de uma melhor relação entre o uso do dinheiro e do crédito já podem ser percebidos, o que garante um presente organizado e tranquilo e um futuro de sonhos realizados.
COMANDO José Dimas Brioschi e Derivan Queiroz, presidente e assessor técnico especial da CRED-UFES, respectivamente
COOPERATIVA OFERECE EMPRÉSTIMOS COM TAXAS DE JUROS MELHORES QUE AS PRATICADAS NO MERCADO
De acordo com o presidente da cooperativa, José Dimas Brioschi: “Esses são os motivos e as causas que nos impulsionam para buscar, diariamente, o engrandecimento, a transparência, a solução das necessidades, a realização de expectativas e anseios dos nossos cooperados e, dessa maneira, sermos cada vez mais fortes”, afirmou. Reitera ainda o assessor técnico especial, Derivan Queiroz: “A grandeza, a transparência, a democracia, a sustentabilidade para garantir a segurança planetária e a força de empreender, visando a realização de sonhos pelo patrimônio de todos nós, seus Cooperados, é a chave do sucesso da CRED-UFES nessas três décadas”.
EQUIPE DE GESTORES SEMPRE CONTOU COM A PARTICIPAÇÃO DOS SEUS COOPERADOS
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Mês de vitória para o ramo de transportes INSTRUÇÃO REGULAMENTA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE INTERMUNICIPAL PELAS COOPERATIVAS DO ESPÍRITO SANTO
As cooperativas de transportes do Espírito Santo tiveram uma conquista histórica, no último dia 16 de maio. Foi assinada a Instrução de Serviço (IS) do DER/ES, que regulamenta a prestação de serviços das cooperativas que realizam transporte intermunicipal de passageiros, com registro no DER/ES e com seus direitos e obrigações devidamente cumpridos, diferentemente das demais empresas de transporte, regulamentadas pelo decreto nº3102-R, de 30 de
agosto de 2012, respeitando suas particularidades e a natureza jurídica própria. O decreto nº3102-R, de 30 de agosto de 2012, além de não fazer distinção entre cooperativas e empresas, distanciava as cooperativas da prestação de relevantes serviços de transporte de passageiros em viagens intermunicipais, incluído o serviço de transporte escolar. Sendo assim, o Sistema OCB-SESCOOP/ES batalhou junto ao DER/ES, bem como à SEG e Ade-
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res,paraestruturaraInstruçãodeServiço,assinada em maio. Com a instrução, o Espírito Santo passou a ser o segundo Estado com legislação específica regulamentandoebeneficiandoascooperativasde transporte, até então somente Minas Gerais havia conquistado esse pleito. O Sistema OCB-SESCOOP/ES passou aproximadamente um ano promovendo reuniões e negociações com diversas autoridades do governo do Estado, como sempre em uma luta incansável pelofortalecimentocooperativismocapixaba.Somente em 2011 essas cooperativas foram responsáveis pelo transporte de 41.000 alunos das redes públicas estadual e municipal, já em 2012, são 50.592 alunos transportados. Para Mário Milton Soares, presidente da Copprest/ES, as cooperativas de transporte devem ter a IS como ponto fundamental para a continuidade no mercado, pois sem o apoio do governoficainviável.“Atéentão,estávamostrabalhando ás margens da lei e não sabíamos se poderíamos ter o carro apreendido, além de recebermos multas, podendo prejudicar as pessoas que estavamtrabalhandoetambémaquelasqueestavam utilizando do transporte”, afirma. Ainda de acordo com ele, a partir de agora, é possível ficar mais seguro e com mais responsabilidades junto ao governo e OCB/ES em dia.
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ARQUIVO AG/GERSON HENKE/DIVULGAÇÃO
Água a peso de ouro RECURSO INDISPENSÁVEL E CADA VEZ MAIS ESCASSO, A ÁGUA É PRIORIDADE PARA COOPERATIVAS SUSTENTÁVEIS, QUE APROVEITAM ATÉ CHUVA PARA ABASTECER O NEGÓCIO
A Terra é formada em 70% por água. Porém essa abundância não significa sustentabilidade. Apenas 0,3% dos recursos hídricos do mundo são próprios para o consumo. Com o aumento dos períodos prolongados de seca ocasionados pelas mudanças climáticas, há quem acredite que, num futuro não tão distante, as nações vão entrar em guerra para ter acesso às fontes de água doce. Esse problema social, econômico e
ambiental fez a Organização das Nações Unidas (ONU) eleger 2013 o Ano Internacional da Cooperação pela Água. A iniciativa visa a promover mudanças nos âmbitos local, regional, nacional e internacional. No Brasil, as cooperativas têm feito ações para usar de maneira sustentável os recursos hídricos e evitar desperdícios. Algumas chegam a aproveitar a água da chuva
para tocar seus negócios. Outras tratam a água formada nos seus processos industriais antes de eliminá-las no ambiente. Segundo o presidente da OCB Nacional, Márcio Lopes de Freitas, toda a sociedade tem trabalhado no sentido de promover o desenvolvimento sustentável e as cooperativas têm atuado fortemente em três frentes: ambiental, econômica e social.
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“É fundamental ressaltar que o tema sustentabilidade está totalmente em sintonia com o sétimo princípio do cooperativismo. Cooperar em prol da coletividade de forma sustentável está no DNA cooperativista. As famílias envolvidas nascooperativassãoasverdadeirastransformadoras da realidade dos locais onde estão inseridas. Atuar pela preservação dos recursos naturais, com destaque para o uso consciente da água, está, com certeza, entre as prioridades de cada cooperativa, independentemente da atividade econômica que se enquadre”, diz. O presidente explica que várias cooperativas encontraram uma forma de aproveitar melhor a água. As ações vão desde a simples economia diária, que reflete diretamente na tabela de custos, até a recuperação de nascentes e de matas ciliares e, ainda, tratamento dos resíduos gerados ao longo de seus processos produtivos. “A água é um insumo para a sustentabilidade dos processos produtivos. É por isso que são inúmeras as cooperativas que tratam seus resíduos e reutilizam a água tratada, assegurando, dessa forma, a saúde não só do meio ambiente, mas das famílias que compõem a cooperativa”, acrescenta. No Estado, uma das ações está concentrada entre os produtores rurais de Santa Teresa, ligados às cooperativas Coopeavi e Coocafé e outras associações, segundo boletim do Incaper. Para minimizar impactos na produção são realizadas ações de conservação do solo e dos recursos hídricos, como construção de caixas de infiltração e barragens, reflorestamento em áreas com forte declividade, proteção de nascentes, recuperação de matas ciliares e orientações preservacionistas dos produtores. Em Linhares, a empresa Trop Brasil, fabricantes de sucos que conta com a parceria de várias cooperativasdosetordefruticultura,encontrou uma maneira de reaproveitar a água usada para
É fundamental ressaltar que o tema sustentabilidade está em sintonia com o sétimo princípio do cooperativismo. Cooperar em prol da coletividade de forma sustentável está no DNA cooperativista” Márcio Lopes de Freitas Presidente da OCB Nacional
lavar os alimentos. O líquido é direcionado para uma lagoa e, em seguida, utilizado como fert-irrigação. O objetivo é evitar o lançamento em rios, além de aproveitar a matéria orgânica, que é muito importante para o solo. A cooperativa de laticínios Veneza também dá um tratamento especial para a água utilizada nos seus processos de produção. O líquido vai para a Estação de Tratamento de Água (ETA). A empresa também fez um investimento na área ambiental chamado de “osmose reversa”. O equipamento é utilizado para o processamento de todo o soro obtido na fabricação de queijos consegue produzir um material chamado “retentado”, utilizado nas indústrias alimentícias e farmacêuticas. O processo de “osmose reversa”
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contribui para preservação do ambiente, pois retira do soro todos os componentes que poluem e retorna para a natureza somente a água sem impurezas e totalmente cristalina. Além dessas ações, a Veneza, em parceria com o governo do Estado e com a Cesan, está construindo uma estação de tratamento de efluentes. O investimento é na ordem de R$ 5 milhões. A cooperativa Selita, também do ramo de laticínios, investiu mais de R$ 7 milhões para a construção da nova Estação de Tratamento de Efluentes. A atual estação que recebe todos os líquidos resultantes da preparação de laticínios precisou ser aumentada, uma vez que a produção cresceu consideravelmente nos últimos anos. As Unimeds Vitória e a Sul Capixaba, preocupadas com as condições ambientais, também têm projetos que indiretamente impactam na preservação da qualidade da água. A cooperativa da Capital, por exemplo, está sempre preocupada em dar um destino correto ao lixo e evitar que ele seja lançado no mar ou nas encostas de rios. O Hospital Unimed Vitória começou a realizar a coleta seletiva de lixo. Já a Unimed Sul Capixaba apoia a preservação ambiental com a plantação de mudas de árvores da Mata Atlântica. A ação ocorre em áreas degradadas, próximas a rios, à margem da rodovia que liga Cachoeiro de Itapemirim ao Rio Novo do Sul e também em parques de preservação ambiental. A cooperativa também recolhe óleo de cozinha e direciona o material para a fabricação de sabão. Em outros Estados, a OCB Nacional afirma que há vários projetos, como o Cultivando Água Boa, que atua na recuperação de nascentes. A atividade é feita em parceria entre a Itaipu Binacional e a Coopagril (Cooperativa Agropecuária), no Paraná.
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2014: o ano das famílias no campo O GOVERNO DO ESPÍRITO SANTO VAI INVESTIR, ATÉ O ANO QUE VEM, MAIS DE R$ 2,5 BILHÕES PARA ESTIMULAR A AGRICULTURA FAMILIAR, POR MEIO DO PROGRAMA VIDA NO CAMPO
Um pedaço de terra, algumas sementes ou mudas e acesso à água. Essa junção de poucos elementos bastava para que muitas famílias sobrevivessem no meio rural. Com uma pequena produção de alimentos como frutas, verduras e legumes, pais e mães garantiam na mesa todos os dias, comida para seus filhos. A colheita era o suficiente para o sustento da casa. Hoje, a agricultura familiar tem potencial para gerar emprego, renda e melhorar a qualidade de vida de quem vive no campo. Esses pequenos produtores são vistos pelo mercado como microempresários e eles querem muito mais do que plantar e comer. Só no Espírito Santo, o governo do Estado vai investir, até o ano que vem, mais de R$ 2,5 bilhões para estimular a agricultura familiar, por meio do programa Vida no Campo. A iniciativa tem aplicado recursos de 2013 para a implementação de 13 projetos. São recursos aplicados em crédito rural, infraestrutura produtiva, comercialização, assistência técnica aos produtores e pescadores, acesso à terra, agricultura orgânica, fomento e formalização de pequenas agroindústrias, capacitação, entre outras. Ainda há projetos em curso na pavimentação de estradas, no reforço e ampliação das redes elétricas e na implantação de telefonia móvel com acesso à internet em comunidades do interior, como forma de dotar o meio rural de infraestrutura necessária, tanto para a produção, quanto para a melhoria das condições de vida das famílias do campo. NAÇÕES UNIDAS Neste ano, toda a América Latina será envolvida num ritmo caloroso de expansão desse tipo de produção rural. A Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do Programa de Alimentação e Agricultura (FAO), tem
ROBERLY PEREIRA/ARQUIVO AG
MORANGOS A ONU estimula governos federais a apoiar agricultores familiares, como os das montanhas capixabas
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FATURAMENTO
7,4 bilhões Esse é valor bruto, em reais, da produção agropecuária do Espírito Santo, registrada no ano passado. Desse valor, mais de R$ 3 bilhões se devem ao trabalho dos agricultores familiares.
estimulado os governos federais e regionais desses países, inclusive no Brasil, a apoiar esses trabalhadores. A ideia é que 2014 seja considerado o Ano Internacional da Agricultura Familiar para que o Poder Público seja estimulado a criar projetos para garantir a sustentabilidade desses micronegócios, além de promover também a segurança alimentar. Segundo recente boletim divulgado pela ONU, o setor é um dos pilares para a alimentação de muitas famílias. O documento diz que: “80% das propriedades na América Latina e no Caribe fazem parte da agricultura familiar. O setor gera cerca de 70% do emprego agrícola na região”. No Espírito Santo, muitas famílias tiram seus sustentos de pequenas produções de alimento. Mesmo que pareça pequena, a agricultura familiar tem um peso de um gigante, causando um impacto bilionário na economia capixaba. No ano passado, o valor bruto da produção agro-
pecuáriadoEspíritoSanto,queéumaespéciede faturamento, atingiu cerca de R$ 7,4 bilhões, dos quais R$ 3,3 bilhões foram resultado do trabalho e do esforço da agricultura familiar. TRABALHO PARA TODOS Dados da Secretária de Estado da Agricultura (Seag) mostram que somente no setor rural, a agricultura familiar ocupa diretamente 202 mil pessoas, o que corresponde a 64% do total de pessoas ocupadas no campo. No entanto, como o conceito de agricultura familiar é mais amplo e envolve, além dos pequenos produtores rurais, os pescadores artesanais, as comunidades quilombolas e os povos indígenas, é estimado que cerca de 230 mil pessoas estejam ocupadas em mais de 100 atividades agrícolas. Boa parte desses produtores já comercializa suas mercadorias no Brasil e no exterior. COOPERATIVISTAS O cooperativismo tem sido uma porta de saída para os desafios do setor agrícola e tem permitido que esses produtores rurais ganhem status de empresários do campo. No ramo agropecuário, existem 37 cooperativas vinculadas à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB/ES), com 22 mil cooperados, e outras 12 cooperativas vinculadas à União Nacional de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), que envolve cerca de 7 mil agricultores. O secretário de Estado de Agricultura, Ênio Bergoli, diz que a agricultura familiar é um patrimônio histórico, cultural, social e econômico do interior capixaba. Apesar de ocupar apenas 36% da área rural, o negócio está presente em 80% das propriedades e se destaca por utilizar o cooperativismo. A co-
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operação tem forte atuação em várias cadeias produtivas do rural, com destaque para a produção de leite, café, frutas, hortaliças, ovos, látex. Bergoli explica quais são os projetos da Seag para a agricultura familiar: “Os agricultores familiares são o público-alvo dos programas do governo para o setor rural, justamente por serem mais dependentes de ações públicas para sua real inclusão social. Além do nosso programa estruturante Vida no Campo, o mais completo do Brasil para a agricultura familiar, ainda há projetos em curso na pavimentação de estradas, no reforço e ampliação das redes elétricas e na implantação de telefonia móvel com acesso à internet em comunidades do interior, como forma de dotar meio rural de infraestrutura necessária tanto para a produção quanto para a melhoria das condições de vida das famílias rurais”, disse.
OCUPAÇÃO
202 mil É o número de pessoas ocupadas no setor rural, apenas dentro da agricultura familiar, segundo informou a Secretária de Estado da Agricultura. O número corresponde a 64% do total de pessoas ocupadas no campo.
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ÊNIO BERGOLI, secretário de Estado de Agricultura
“O COOPERATIVISMO DEU A VOLTA POR CIMA” SEAG/DIVULGAÇÃO
Qual a importância da agricultura familiar para o Espírito Santo e como ela está ligada ao cooperativismo? A agricultura familiar é um patrimônio histórico, cultural, social e econômico do interior capixaba. Em termos de produção rural, esses agricultores são muito competitivos e produzem de forma diversificada para vários mercados, inclusive o internacional. Nossa agricultura gera quase a metade do valor bruto da produção agropecuária aqui no Estado. E o cooperativismo, que é forte e atuante em várias cadeias produtivas do setor rural, historicamente está associado ao modo de produção familiar. Como a cooperação pode ajudar o setor a crescer? Quando consideramos as dimensões individuais das necessidades e da capacidade de produção agrícola, não vejo outra saída para os agricultores familiares que não seja a compra conjunta de insumos e a venda de seus produtos de forma mais organizada. E esses benefícios são possíveis por meio do cooperativismo, que une, que dá escala, que capacita e que dá competitividade a essa categoria de produtores. Ao agir individualmente, esses pequenos agricultores têm grande chance de ser engolidos pelo mercado. O cooperativismo é estratégico para a agricultura familiar. Existe algum projeto para unir agricultores familiares em cooperativas? Hoje há duas centrais no Espírito Santo que auxiliam na criação, apoiam e organizam as cooperativas do ramo agropecuário, como a tradicional OCB-ES, e a mais recente, a Unicafes. E esse é o caminho correto, pois o processo de organização dos produtores não pode ser tutelado por governos, mas apoiado a partir de iniciativas que são lideradas por quem produz ou os representa, lá na base. Com essas cooperativas organizadas e com planejamento, o governo do Estado tem um trabalho de parceria integrado. Quais são os desafios para dar viabilidade ao cooperativismo rural? O cooperativismo capixaba deu a volta por cima, está organizado, reestruturado, profissionalizado e com
Não vejo outra saída para os agricultores familiares que não seja a compra conjunta de insumos” credibilidade. Mas é claro que sempre é preciso progredir. Por exemplo, precisamos avançar no número de cooperados sem necessariamente ampliar o número de cooperativas. Exercitar a intercooperação entre as cooperativas e mesmo a própria união entre elas, no futuro, são estratégias fundamentais para que ganhem dimensão no mercado e possam competir com grupos não cooperativos que também se unem a todo o instante. As cooperativas que se viabilizam são aquelas que têm gestão profissional e estão de olho e antenadas nos sinais do mercado. A intenção do cooperativismo rural é dar novas
possibilidades de negócios aos cooperados? Sim, hoje temos cooperativas agropecuárias em todas as áreas, mas se excetuando aquelas que atuam na cadeia produtiva do leite, elas ainda são pouco expressivas na agregação de valor das matérias-primas produzidas pelos agricultores. É claro que a comercialização coletiva de produtos não processados já é um avanço que coloca no mercado milhares de pequenos agricultores, mas não tenho dúvidas do papel do cooperativismo na agroindustrialização de café e frutas, por exemplo. Essa é uma possibilidade, uma oportunidade e também mais um desafio para o cooperativismo do ramo agropecuário.
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Veneza aposta nos queijos finos FILÃO DE LATICÍNIOS GOURMET CRESCEU 50% EM CINCO ANOS, E COOPERATIVA JÁ COMERCIALIZA OS QUEIJOS GORGONZOLA, BRIE E CAMEMBERT
DIVULGAÇÃO/VENEZA
Há 60 anos, 17 produtores rurais, de São Mateus, se uniram para vencer todas as dificuldades para comercialização de leite. Juntos, esses trabalhadores construíram uma das maiores cooperativas de laticínios do Estado: a Veneza. Hoje, a instituição, que tem mais de 2,4 mil pontos de venda, espalhados pelo Espírito Santo, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Pará, fatura mais de R$ 108 milhões por ano. Além de ser referência na produção de queijo, a empresa quer conquistar o mercado de laticínios refinados. Nos últimos cinco anos, o mercado de queijos finos cresceu 50% e representa, hoje, 85% das vendas de queijo no país. Para entrar nesse nicho, a Veneza começou a comercializar, em abril, gorgonzola, brie e camembert. A meta da empresa é de, nos próximos três anos, investir na melhoria da qualidade dos seus produtos. Uma das ações será a continuidade dos serviços do programa Leite Certo, desenvolvido em parceria com o Sebrae, SESCOOP/ES, Incaper,IdafeSenar.Oprojetoofereceassistênciatécnica aos pequenos produtores e será associado a outras três iniciativas: apoio para recria das bezerras, repasses das matrizes leiteiras e fornecimento de insumos e alimentos para o rebanho. Segundo o presidente da cooperativa, José Carnieli, o grande foco de investimentos da Veneza está na modernização tecnológica do parqueindustrial,visando,sobretudo,àreduçãode custos. “Queremos comemorar nossos 60 anos de história aumentando a produtividade do leite de nossos cooperados”, diz. Em 2012, a cooperativa fechou o ano com 70 milhões de litros de leite produzidos. “Mesmo com aseca,acreditamosquevamoscresceremtornode 10%dofaturamento.Queremosproporcionarmelhoria de vida ao cooperado”, afirma Carnieli.
QUEIJOS DIFERENCIADOS A meta da Veneza é de, nos próximos três anos, investir na melhoria da qualidade dos seus produtos
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JOSÉ CARNIELI, presidente da Veneza
“PLANTAMOS UMA SEMENTE PRÓSPERA” O que é a parceria da Veneza com a Colágua?
A parceria é um dos sete princípios do cooperativismo. Por meio da intercooperação, a Veneza produzirá leite em Guaçuí, nas instalações da própria Colágua. Vamos processar na cooperativa todo leite recebido da região, mantendo toda a estrutura da Colágua, inclusive, os colaboradores.
Por que ajudar essa cooperativa? Essa cooperativa entrou em dificuldades financeiras a ponto de se tornar praticamente insolvente. Atendendo a um chamado da OCB/ES e do governador Renato Casagrande, por meio da Aderes, da Secretaria de Agricultura e do Sebrae, a Veneza propôs a parceria, numa tentativa de recuperação da cooperativa. Essaparceriavaitrazeralgumretornopara a Veneza? Primeiro, se conseguimos levantar e manter a Colagua, a Veneza já terá cumprindo seu papel. Vencida essa etapa, essa parceria poderá ser um importante instrumento para outras ações conjuntas com as de-
mais entidades do setor. Quem sabe, estaremos plantando uma sementinha que poderá nascer, crescer e prosperar, já que enfrentamos um mercado competitivo e altamente excludente. Quantos clientes a Veneza tem hoje? Hoje, a Veneza tem uma carteira de 2.400 clientes ativos, distribuídos no Espírito Santo, Bahia, um pedacinho do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e a Grande Belém no Pará. Quantos cooperados a cooperativa tem? A Veneza tem, em números redondos, 1.100 Cooperadosativos,sendo89%compostospor micro e pequenos produtores, que entregam, diariamente, até 200 litros de leite. A empresa pretende crescer quanto este ano? O ano de 2013 sinaliza que haverá uma seca muito intensa no Norte do Espírito Santo, e isso prejudica o crescimento da Veneza, pois grande parte do leite da cooperativa vem de produtores com baixa tecnologia. Daí a prioridadedeinvestimentonoProjetoLeiteCerto, que visa a mudar essa realidade.
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Colágua recebe ajuda para se reerguer Além de investir em projetos para ajudar os cooperados a produzirem leite de qualidade, a Veneza tem mostrado que atua também com o espírito da intercooperação. A organização começou um trabalho para ajudar a Cooperativa de Laticínios de Guaçuí (Colágua) a se reerguer. A cooperativa, de médio porte, estava em processo de falência. O socorro à Colágua faz partedeprojetosderecuperaçãodegruposprodutivos traçados pelo governo estadual. Quando a crise na maior cooperativa de laticínios da região do Caparaó ocorreu, muitas famílias envolvidas na produção foram prejudicadas. Algumas pessoas foram demitidas, os salários de trabalhadores mantidos na empresa ficaram atrasados. A saída para a sobrevivência da Colágua foi mesmo realizar a parceria. “Chegamos a ter só 200 cooperados. Há 14 meses, quando uma nova liderança foi colocada na cooperativa conseguimos aumentar para 380 pessoas”, diz o presidente Burthon Moreira. A Veneza, por exemplo, comprou metade do leite produzido pela cooperativa. O restante do leiteévendidoparamoradoresdaregiãoetransformado em iogurtes, queijos, manteigas. AparceriacomaVeneza,segundoopresidente Burthon, tem apenas dois meses, porém já rende frutos. “Já conseguimos faturar um valor superior ao necessário para pagar os cooperados e agora vamos levantar os recursos para quitar os salários atrasados dos funcionários”.
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Um plano para gerar negócios ADERES INCENTIVA A ABERTURA DE COOPERATIVAS POR MEIO DA OFERTA DE CONSULTORIAS BÁSICAS GRATUITAS, COMO A CONFECÇÃO DE UM PLANO DE NEGÓCIOS
Na tentativa de tirar associações produtivas da informalidade, o governo do Estado tem oferecido de forma gratuita a produção de planos de negócioscomaintençãodeestimularaabertura de novas cooperativas no interior e na Grande Vitória. Pelo menos 1,5 mil trabalhadores autônomos, que pertencem a 10 grupos de trabalho, já foram beneficiados pela iniciativa. Em breve, essas equipes devem formalizar as atividades e se tornarem empresários. Segundo o presidente da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas (Aderes), Pedro Rigo, a consultoria é uma das ações do Plano de Desenvolvimento do Cooperativismo lançado no ano passado pelo governo do Estado. “Nesse plano, fizemos todo um estudo do setor, identificamos os pontos fortes para contribuir para o fortalecimento do sistema e fazer com que as cooperativascontribuamaindamaisparaodesenvolvimento da economia do nosso Estado”. Os 10 grupos, inicialmente apoiados, a partir das ações do governo, puderam saber se o negócio é realmente viável. “Em todos esses casos, conseguimos descobrir que é sim interessante transformá-los em cooperativas. Nós, agora vamos apoiá-los para que possam formar cooperativas sustentáveis”, diz. Rigoexplicaqueaintençãodogovernocomesse
COOPERATIVISMO CAPIXABA: JUNTOS ESCREVEMOS UM MUNDO COM MAIS COR.
A Gazeta parabeniza os mais de 200 mil cooperados no Estado. Unidos pelo cooperativismo são cerca de 600 mil capixabas beneficiados, construindo com ajuda mútua, solidariedade, democracia e transparência, um Espírito Santo ainda melhor
Fonte: Relatório de Gestão 2012 do Sistema OCB/ES.
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EDSON CHAGAS
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Não queremos apenas estimular a criação de empresas, queremos que elas surjam de maneira estruturada” Pedro Rigo Presidente da Aderes
apoio ao sistema cooperativista não é provocar a abertura indevidamente de novos negócios. “Não queremos apenas estimular a criação de empresas, queremosqueelassurjamdemaneiraestruturada, organizada e competitiva”, acrescenta.
PIONEIRA Pedro Rigo ressalta a importância da política voltada ao cooperativismo
APOIO Além desses 10 negócios, outros 15 grupos de produção familiar no meio rural também receberão apoio para formar cooperativas. “É um trabalho em direção à interiorização do desenvolvimento por meio da cooperação”, diz. Para fortalecer esses pequenos grupos, o governo vai aplicar R$ 950 mil, e a ideia é capacitá-los paraumamelhorgestãoedotá-loscomumespírito cooperativista. Os recursos também serão utilizados para permitir aos produtores uma logística, produção e comercialização mais eficientes. Na Grande Vitória, a Aderes também vai iniciar um trabalho para criar uma cooperativa de catadores de materiais recicláveis. A ideia é que as associações que hoje existem se unam em prol do crescimento.O projeto vaitrazer valoragregado às mercadorias e aumentar a renda dos produtores. “É importante dizer que nunca na história do governo do Espírito Santo se teve uma política tão bem direcionada ao cooperativismo. Nós do Estado enxergamos que, por meio do cooperativismo, há uma grande chance de desenvolvimento”, acrescenta Rigo.
A ADERES TAMBÉM VAI INICIAR UM TRABALHO PARA CRIAR UMA COOPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS
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Longa vida à Selita ARQUIVO AG/DIVULGAÇÃO
SELITA COMPLETA 75 ANOS DE EXISTÊNCIA, COM PLANOS DE MODERNIZAÇÃO: A COOPERATIVA ESTÁ ENTRE AS CINCO MAIORES ORGANIZAÇÕES DE ALIMENTOS DO ESPÍRITO SANTO
Em 22 de outubro de 1938, de um sonho nasceu uma das maiores empresas de laticínios do Espírito Santo. Vinte e cinco produtores rurais resolveram se unir e formar a cooperativa Selita, em Cachoeiro de Itapemirim. O resultado dessa comunhão é colhido ainda hoje, 75 anos depois da criação da organização. Esse sistema de negócios e cooperação tem gerado renda para mais de duas mil famílias do Sul do Estado. A cooperativa que começou a trabalhar com o congelamento do leite em latões e enviava o alimento para o Rio de Janeiro de trem, hoje, beneficia uma média de 300 mil litros de leite por dia e fabrica cerca de 100 produtos: queijo, leite longa-vida, bebidas lácteas, iogurtes, requeijões, manteigas e doce de leite. Agora, a empresa tem planos de partir para outros negócios além do mercado leiteiro e vender sucos naturais. Com os novos negócios, o objetivo é crescer mais. O faturamento da cooperativa, em
2012, foi de R$ 212 milhões. O resultado deixou a empresa no ranking das cinco maiores organizações de alimentos do Espírito Santo. A expectativa é de que, neste ano, a companhia cresça mais 7%. A meta da empresa para ter uma trajetória ainda maior é investir no pequeno cooperado. Segundo o presidente da Selita, José Onofre Lopes, a corporação vai continuar a implementar o Projeto 120 Mais Leite e vai oferecer também capacitação aos associados. “No setor de produção de alimentos, vamos modernizar e adequar ainda mais nosso parque industrial por meio da aquisição de máquinas e equipamentos de última geração. Além disso, estamos com projeto para ainda esse ano entrar no segmento de sucos naturais. Enfim, são vários planos de desenvolvimento visando a atender aos cooperados e à empresa, para estarmos sempre atualizados e prontos para realizar os anseios e os desejos
dos nossos consumidores”, diz o presidente. No caso do Projeto 120 Mais Leite, a Selita, em parceria com o Sebrae, o Incaper e o Sistema OCB-SESCOOP/ES, desde 2010, atendeu a 520 produtores, oferecendo assistência para progredir. A iniciativa funciona assim: os associados são divididos em grupo de 20 cooperados e são assistidos por um técnico. Oespecialistaajudacadaprodutoraidentificar suas necessidades e a realizar mudanças necessárias, como exemplo a divisão de pastagens e a alteração no manejo para aumentar a produtividade com a mesma área de pastagem e, muitas vezes, com os mesmos animais. A cooperativa conta compelomenos29profissionaiscapacitadospara orientar os sócios da Selita. “Esse ganho na produção de leite fortalece o vínculo dos produtores com seu habitat, aumenta a renda familiar e mantém o associado no campo, com mais qualidade de vida”, disse Lopes.
Cooperativismo
VITÓRIA, JULHO DE 2013 ESPECIAL
JOSÉ ONOFRE LOPES, presidente da Selita
“O ESPÍRITO COOPERATIVISTA DURA GERAÇÕES” GILDO LOYOLA/ARQUIVO
Como a Selita foi fundada? A Selita foi fundada em Cachoeiro, no dia 22 de outubro de 1938, por 25 produtores rurais que queriam mudar a história do leite no Espírito Santo. Naquela época, a Cooperativa apenas congelava o leite em latões e os enviava para Rio de Janeiro, por meio de trem, para a sede da CCPL (Cooperativa Central dos Produtores de Leite). Tempos depois, houve uma cisão com a CCPL, uma atitude corajosa feita na época pelo então presidente da Selita, Arlindo Moreira Machado, fazendo com que a Selita começasse a caminhar com independência. Inicialmente, fabricou-se leite C, manteiga, queijos e requeijão. Após uma reunião entre 25 produtores, ficou estabelecida a criação de uma associação que se tornaria a maior cooperativa de leite do Espírito Santo. O tempo passou, e o espírito cooperativista permaneceu em todas as gerações posteriores. Como é comemorar 75 anos da Selita? Comemorar 75 anos nos enche de orgulho. Hoje, somos uma cooperativa moderna e que mantém seu foco no espírito cooperativista. Quantos clientes a Cooperativa tem hoje? A Selita atende hoje ao Espírito Santo, ao Rio de Janeiro, a Minas Gerais e ao Sul da Bahia. Quais são os planos de investimento? A Selita já lançou manteiga light, achocolatado energia natural de 200 ml, doce de leite bisnaga e requeijão copo plástico 220 gramas, e a partir do mês de outubro, suco de frutas natural. As embalagens da linha de leite longa-vida vão ficar mais práticas e modernas com a colocação de tampa de rosca. A Cooperativa investe em inovação? Que tipo de inovação? Uma empresa completa é aquela que une à tradição da sua marca o investimento no ser humano e o crescimento sustentável. A Selita hoje atua com energia limpa, sendo a cooperativa a única empresa de laticínios no Estado que possui essa fonte de energia. Outro recente investimento é a construção da nova Estação de Tratamento de Efluentes (ETE).
Uma empresa completa investe no ser humano e na sustentabilidade”
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Cooperativismo
ESPECIAL VITÓRIA, JULHO DE 2013
Cursos preparam os líderes do amanhã AULAS DE GESTÃO EM COOPERATIVAS FORMAM ESPECIALISTAS NA ÁREA, EM CURSOS DE GRADUAÇÃO OU DE ESPECIALIZAÇÃO À DISTÂNCIA, CONVENIADOS COM O SISTEMA OCB/SESCOOP-ES. HÁ AINDA MÓDULOS RÁPIDOS EM PARCERIA COM O SEBRAE
Muitos acreditam que todos os empreendedores nascem prontos para o sucesso. Mas a verdade é que mesmo que surja no mercado um gênio dos negócios, que nunca precisou frequentar a sala de aula para desenvolver seu talento, a maioria dos empresários precisa ter uma boa formação para se tornar um líder de sucesso. A importância da capacitação deve ser compreendida por representantes de empresas de qualquer porte ou ramo. A regra vale para donos de microempresas, como vendinhas de bairro, grandes companhias e também para negócios baseados no modelo de cooperação. Assim como em toda a empresa, nas cooperativas, a gestão eficiente é o que garante o sucesso do negócio. Os profissionais que estão à
ALGUNS CURSOS EXIGEM DIPLOMA DE CONCLUSÃO DO ENSINO MÉDIO E ACESSO A UM COMPUTADOR COM INTERNET
frente da organização devem estar por dentro de todas as inovações do setor em que atua e buscar, a cada dia, qualificar-se para deixar seus produtos e serviços mais competitivos. A capacitação precisa atender às necessidades básicas da organização, como controle financeiro e de pessoal, além do fluxo de caixa. Esses cursos, geralmente de curta duração, estimulam o empreendedor e o cooperado a avançar ainda mais nos negócios. Essas oficinas são oferecidas, por exemplo, por entidades como o Sebrae. O órgão disponibiliza o atendimento presencialmente ou pela internet.NoEspiritoSanto,osistemaOCB/SESCOOP-ES também realiza cursos rápidos para líderes e colaboradores de cooperativas filiadas.
QUALIFICAÇÕES ABORDAM TEMAS COMO ECONOMIA SOLIDÁRIA E ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Cooperativismo
VITÓRIA, JULHO DE 2013 ESPECIAL
DESAFIOS Além desses cursos de curta duração, há opções de graduação no mercado ou mesmo de especialização, que ensinam gestores a importância da cooperação e das políticas públicas que são necessárias para disseminar essa cultura do cooperativismo. As qualificações em torno do cooperativismo abordam temas como economia solidária, sustentabilidade, administração financeira e crescimento econômico da comunidade em que a cooperativa está inserida. Entre os cursos oferecidos no país dentro do sistema de cooperação estão o de gestão tecnológica de cooperativas, que ensinam técnicas para implantação e para administração de cooperativas de qualquer ramo ou segmento. No ano passado, o Sistema OCB/SESCOOP-ES fechou parceria com a Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), para capacitar as pessoas que estão à frente das cooperativas. O curso tecnólogo em Gestão de Cooperativas é oferecido pela modalidade de ensino à distância. A formação tem como alvo presidentes, diretores, conselheiros, gerentes e colaboradoresdascooperativasdoEstado.Paraparticipar, é necessário ter diploma de conclusão do ensino médio e acesso a um computador conectado à internet. O período de duração do curso é de dois anos (quatro semestres), com 1.620 horas-aula. Ao final, o aluno receberá diploma de Tecnólogo em Gestão de Cooperativas. As aulas são realizadas pela internet. Segundo a faculdade Unisul, sócios do sistema OCB/SESCOOP-ES ganham desconto de 10% no pagamento das mensalidades. A en-
tidade também organiza cursos técnicos voltados para o cooperativismo. No caso da graduação tecnológica, o programa se baseia em ensinar o aluno a planejar, a empreender e a gerenciar as atividades de cooperativas e seus respectivos negócios; interpretar os fundamentos históricos, princípios e valores do cooperativismo. Um detalhe importante abordado também é a estrutura organizacional, sem contar as análises sobre a importância do avanço tecnológico no setor. A ideia é também capacitar o gestor para atuar em diferentes ramos e níveis de organização, desde as cooperativas singulares, centrais, federações ou mesmo confederações de cooperativas. JUVENTUDE O Sistema OCB-SESCOOP/ES também conta com o Programa Juventude Cooperativista (JOVEMCOOP). Com o objetivo de promover a sustentabilidadedocooperativismo,oJOVEMCOOP estimula o jovem a participar ativamente do negóciodacooperativa,alémdepromoveroempreendedorismo e o protagonismo juvenil. O programa, que tem a parceria de cooperativas da região em que atua, conta com duas turmas em Santa Maria de Jetibá e em Venda Nova do Imigrante, e no segundo semestre deste ano uma nova turma inicia na região Norte do Estado. São mais de 200 jovens envolvidos com o programa até hoje, em diversas regiões do Estado. Para participar, é necessário que o jovem seja cooperado, filho de cooperado ou colaborador de uma cooperativa. Ele também deve ter entre 20 e 30 anos e ter concluído o ensino médio. Informações pelo telefone (27) 2125-3200.
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Cooperativismo
ESPECIAL VITÓRIA, JULHO DE 2013
Cooperativismo sustentável ARTIGO Erick Freitas Curi
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m 2003, iniciei a minha especialização em anestesiologia. Na época eu já ouvia falar da Coopanest/ES e da sua importância para a minha futura especialidade médica. Neste começo da minha formação profissional, tive a oportunidade de conviver, diariamente, com a ilustre figura da anestesiologia capixaba e nacional, dr. Antônio Roberto Carraretto. Foram momentos de muito aprendizado, tanto que hoje, uma década depois, e já respondendo como presidente da Coopanest/ES, procuro colocar em prática uma das mais interessantes filosofias de trabalho que ele me ensinou. Entre os muitos episódios que vivenciei com ele, um me marcou de forma especial. Certo dia, comentei com ele que me chamava a atenção o fato das cadeiras dos anestesiologistas nas salas cirúrgicas do Hospital da Associação dos Servidores serem tão confortáveis e de qualidade. Completei dizendo que aquilo era muito diferente de outros hospitais que eu conhecia. E ele me respondeu mais ou menos assim: “São boas e de qualidade, porque comprei com o meu dinheiro. Utilizo parte do que ganho aqui para melhorar o meu ambiente de trabalho e também a segurança para meus pacientes. Perceba que não são somente as cadeiras, muitos dos bons equipamentos que operamos aqui, fui eu que adquiri”, disse. Recebi ali minha primeira lição de sustentabilidade. Atualmente, toda a equipe técnica da Coopanest/ES está empenhada
em formular propostas comerciais com foco em resultados e em sustentabilidade. Em todo o mundo, o tema cooperativismo sustentável vem ganhando seus entusiastas. O cooperativismo é incomparável na função de corrigir distorções impostas pelo modelo capitalista. Ao implementarmos uma política de sustentação estaremos dando vida longa às cooperativas. O modelo Coopanest/ES se ancora na criação de um fundo de sustentabilidade para abrigar parte dos recursos advindos do nosso trabalho. A verba garantiria os investimentos a serem feitos dentro da própria estrutura, contribuindo para promover melhorias na qualidade e na segurança, tanto para a população assistida quanto para os profissionais. A partir de uma sólida parceria com a Sociedade de Anestesiologia do Espírito Santo, poderíamos também contribuir com a realização de uma série de cursos e campanhas, hoje onerosos aos cofres dos nossos parceiros na contratação de outros modelos. Dessa forma, esperamos ajudar a construir uma alternativa sólida, responsável, sustentável e transparente para os setores público e privado. Temos plena convicção de que o cooperativismo vem revolucionando e surpreendendo o mundo com suas conquistas, e que esse novo modelo oferecerá as condições necessárias para colocá-lo em igualdade competitiva perante as demais empresas do mercado. Erick Freitas Curi é doutor em Anestesiologia e Presidente da Cooperativa de Anestesiologia do Espírito Santo – Coopanest/ES.
O SETOR COOPERATIVISTA REVOLUCIONA E SURPREENDE O MUNDO COM NOVAS CONQUISTAS
ESPERAMOS AJUDAR A CONSTRUIR UMA ALTERNATIVA SÓLIDA, RESPONSÁVEL, SUSTENTÁVEL E TRANSPARENTE PARA OS SETORES PÚBLICO E PRIVADO
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Cooperativismo
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Josenilda Pinheiro Alvarellos, empresária, associada ao Sicoob. Vitória(ES)
“MELHOR DO QUE AS LINHAS DE CRÉDITO É O COMPROMISSO DO SICOOB COM AS PESSOAS. ELE QUER VER A GENTE CRESCER.”
Crédito orientado para contribuir com o sucesso do cliente em seus negócios. Isso é estar na sua vida. De verdade. Uma instituição inanceira que tem todos os produtos e serviços de um banco, com vantagens e benefícios que só o maior sistema de cooperativas de crédito do Brasil pode oferecer: Participação nos lucros; Mais de 2.000 pontos de atendimento, distribuídos em 23 estados e no Distrito Federal; Taxas e tarifas diferenciadas; Atendimento mais humano e solidário; Desenvolvimento socioeconômico das comunidades; Mais de 2 milhões de associados. Para mais informações, acesse www.sicoobes.com.br