Cooperleite | Julho 2016

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INFORMATIVO DA COOPERATIVA SANTA CLARA LTDA.

ANO 40 • NÚMERO 297 • JULHO DE 2016

Simpósios reúnem mais de 800 associados

Em Carlos Barbosa, produtores participaram das palestras que aconteceram na sede da ASCLA

Ciclo de eventos contou com palestras voltadas para a capacitação dos produtores associados M A I S D E 800 A S S O C I A D O S participaram dos sete simpósios técnicos promovidos pela Santa Clara entre maio e junho. A série de palestras iniciou nas cidades de Quinze de Novembro, Estação, Jacutinga e Paim Filho, reunindo 370 associados em maio. Nas capacitações foram abordados temas voltados para o planejamento de propriedades e

à produção leiteira. No mês de junho, foi a vez de Paraí, Veranópolis e Carlos Barbosa receberem as capacitações, contando com a presença de 470 pessoas. Durante os encontros foram realizadas palestras sobre a influência do tratamento da água na qualidade do leite, com o engenheiro agrícola da Sanitech, João Luis dos Santos e estratégias para o controle de Mastite, com a médica veterinária Cristiane Azevedo, convidada pela Bayer Animal Health. O produtor Nivaldo Michetti,

do município de Alta Floresta, no Mato Grosso, realizou a palestra motivacional “Mudando de vida produzindo leite”. Os simpósios fazem parte do programa de incentivos aos associados, realizado pela Santa Clara há cerca de 18 anos como forma de capacitar e profissionalizar o produtor, promovendo conhecimentos técnicos e levando novidades, tendências e ideias ao campo, como forma de qualificar a matéria-prima. Leia mais nas páginas 6 e 7. COOPERLEITE | JULHO 2016


EDITORIAL

Sanidade depende de monitoramento OS PRODUTORES devem ter cuidados com a sanidade do rebanho. Doenças como a brucelose e tuberculose não causam apenas prejuízos ao afetar a produção e causar descarte de bovinos, mas também acarreta graves problemas na saúde de seres humanos. O tema é tão importante que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento lançou, em 2001, um programa para controlar e erradicar a brucelose e tuberculose animal. As doenças, que afetam rebanhos no mundo inteiro são responsáveis pela diminuição de até 25% na produção leiteira. A maioria dos bovinos não apresenta sinais das doenças, porém alguns animais com tuberculose podem apresentar perda de peso, debilidade, febre, anorexia e problemas respiratórios. A brucelose pode causar ainda o aborto espontâneo em vacas e torná-las estéreis. A legislação brasileira não prevê tratamento dos animais infectados e eles devem ser descartados. A melhor prevenção ainda continua sendo os testes. Para a brucelose, basta colher uma amostra de sangue de cada animal e realizar a análise laboratorial, que conta os anticorpos do animal. Já para a tuberculose, o ideal é realizar o teste cervical comparativo, onde o técnico realiza a medição da pele do animal, aplica um reagente e volta a medir 72 horas depois. Visando o bom desempenho e a qualidade da matéria-prima proveniente dos rebanhos dos produtores associados, a Cooperativa possui um programa de incentivos, bonificando produtores com rebanhos livres de tuberculose e brucelose com R$ 0,005 por litro de leite, além de subsidiar em 60% os serviços de veterinários contratados para realizarem os exames através do Programa Leite Saudável Santa Clara. Apenas através de um monitoramento constante é possível erradicar estas doenças que atrapalham o desenvolvimento da pecuária leiteira.

O Cooperleite tem o objetivo de conscientizar, orientar e capacitar os produtores para a produção de leite com qualidade, segurança e em conformidade com a legislação vigente, fazendo valer desta forma o item 9.2.4. do Anexo IV da Instrução Normativa 62, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimemento (MAPA).

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Persistência é tudo, principalmente no leite. Todo o ano ele tem altos e baixos. Você tem que se manter animado, produzindo e trabalhando e mantendo seu rebanho funcionando sempre. Porque na hora em que o mercado melhora, você já está andando. Persistir e não se levar por falsas inovações. Este é o segredo

Nivaldo Michetti produtor de Alta Floresta (MT) durante simpósios técnicos da Cooperativa Santa Clara (Leia mais na página 7)

EXPEDIENTE COOPERATIVA SANTA CLARA Rua Pedro Baldasso, 47, Carlos Barbosa 95185-000 | Fone: (54) 3461-8300 www.coopsantaclara.com.br Conselho de Administração Presidente: Rogerio Bruno Sauthier Vice-presidente: Gelsi Belmiro Thums Secretário: Itamar Tang Conselheiros: Arno Ricardo Goelzer, Clairton Pedro Cecconello, Dirseu Tomasel, Inocência Dalsin, Justino Paludo, Lauro Antonio Benedetti, Nelson Volpato e Tiago Pitol Frizon Conselho Fiscal: Adelino Guerra, Rogerio Cichelero e Ivalino Tonatto COOPERLEITE Informativo mensal dos produtores associados à Cooperativa Santa Clara Ltda. Direção: Dptos. de Marketing e de Política Leiteira Redação: Fabrício Romio (MTB 17.841) Contato: fabricio.romio@coopsantaclara.com.br Tiragem: 4.000 exemplares Distribuição gratuita. Acompanhe nas redes sociais: facebook.com/coopsantaclara; instagram.com/coopsantaclara twitter.com/coopsantaclara; youtube.com/coopsantaclara


MARKETING

Cooperativa Santa Clara apresenta novidades no Festiqueijo 2016 E N T R E O D I A 1ª E 31 D E JULHO, a Santa Clara participa do Festiqueijo 2016 apresentando novidades para seus consumidores. No estande da Cooperativa, os visitantes poderão degustar em primeira mão os novos queijos temperados nos sabores Chimichurri, Chili & Paprika, Ervas de Provence e Tomate & Manjericão, produtos que têm seu pré-lançamento durante o festival. Além das novidades, estarão à disposição novas versões de produtos, como a fondue Doce de Leite. Os queijos Estepe, Vaccino e Gruyère, lançados no mercado de forma fracionada, também estarão

Público lotou o Festiqueijo durante o segundo final de semana do evento

presentes no estande. A Cooperativa participa do evento com toda a sua linha de laticínios e frigorífico.

O fe s t i v a l a co n tece n a s sextas, sábados e domingos. Mais informações no site: www. festiqueijo.com.br

Projeto Plantando o Bem alcança mais de 400 alunos

Fabiano Borsoi, supervisor do Agro Sede, ensina aos alunos sobre técnicas de plantio em diversos tipos de hortas

CERCA DE 470 estudantes de Carlos Barbosa já participaram do projeto Plantando o Bem. A ação já passou por oito escolas desde que foi lançada, no início de junho. Os encontros contam com uma palestra com a nutricionista Renata Boscaini que explica sobre como uma alimentação com frutas, legumes e verduras auxilia no desenvolvimento dos estudantes.

Durante as atividades práticas, profissionais do Mercado Agropecuário da Santa Clara apresentam técnicas de plantio de hortas convencionais, verticais e compactas. O objetivo é demonstrar aos estudantes, familiares e comunidade os benefícios do cultivo das próprias hortaliças para uma alimentação sustentável e saudável. Ao final das atividades, os

alunos recebem uma muda de alface e são orientados a levarem os conhecimentos adquiridos para casa, influenciando familiares e vizinhos sobre os benefícios de cultivar os próprios alimentos. O projeto faz parte do Programa Compartilhar, da Cooperativa Santa Clara, que promove ações junto aos funcionários e comunidade com foco em sustentabilidade, desenvolvimento cultural e ações sociais. 03 COOPERLEITE | JULHO 2016


QUALIFICAÇÃO

Produtores de Capão Bonito participam de curso sobre produção PRODUTORES de Capão Bonito, no Salto do Jacuí participaram de um curso de produção de leite durante os meses de maio e junho. Ao todo, 11 produtores, tiveram aulas sobre melhoramento genético, sanidade animal, nutrição de ruminantes e qualidade da matéria-prima. O curso foi ministrado pelo veterinário do DPL de Tapera, Martin Frederico Schneider, pelos técnicos agropecuários João Antonio Ferreira da Silva e João Ricardo de Jesus e Alan Pacifico Pereira, técnico da Emater, entidade que apoiou a capacitação.

Produtores receberam certificados após o final da capacitação

Durante o encerramento, foi realizada uma tarde de campo com prática de manejo e higiene

de ordenha na propriedade de Flávio e Ana Cristina Lopes da Costa.

Equipes do DPL se reúnem em encontro técnico OS TÉCNICOS DO DPL participaram de uma reunião de capacitação focada na qualidade do leite no dia 28 de junho. Participaram da atividade 30 profissionais de todos os municípios onde a Cooperativa está presente. O objetivo do encontro foi o de atualizar o conhecimento dos técnicos para melhor assessorar os associados, visando maior qualidade e produtividade. O encontro foi realizado no Memorial da Santa Clara, em Carlos Barbosa onde os participantes tiveram aulas teóricas com o médico veterinário Diego

Técnicos do DPL visitaram propriedade de Inácio Thums, em Santa Luiza

Lima, da empresa Resolpec, sobre procedimentos no campo. Os técnicos ainda visitaram a propriedade de Inácio Thums, em

Santa Luiza, para uma aula prática com a equipe da Eurolatte sobre higienização e instalação de ordenhadeiras e resfriadores.

Tarde de Campo em Caxias Doações para APAE

CERCA DE 15 produtores participaram, no dia 4 de junho, de uma tarde de campo sobre qualidade do leite na propriedade do associado Valmir Balico, em Caxias do Sul.

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APÓS A PRIMEIRA Mostra de Animais e Ciclo de Palestras de Cotiporã, em maio, produtores realizaram uma doação de produtos lácteos para a APAE regional de Veranópolis.


ASSOCIADOS

Produtores do Alto Jacuí e Alto Uruguai conhecem a Cooperativa

A EDIÇÃO DE JUNHO do programa Conhecendo Minha Cooperativa reuniu 150 associados das cidades de Boa Vista do Incra, Fortaleza dos Valos, XV de Novembro, Selbach, Tapera, Alto Alegre, Espumoso, Lagoa dos Três Cantos, Salto do Jacuí, Pinhal Grande, Ibirubá, Victor Graeff, Estrela Velha, Jacuizinho, São José do Ouro, Paim Filho, Maximiliano de Almeida e São João da Urtiga. Durante o encontro, os produtores foram recepcionados na ASCLA, onde foi feita uma apresentação da Santa Clara e, em seguida, os associados visitaram a indústria de laticínios de Carlos Barbosa e a propriedade de João Marcos Grespan.

HISTÓRIA

Família Ranzolin foi uma das primeiras a preparar silagem no interior de Nova Roma do Sul PIONEIRA NA preparação de silagem em Linha Trajano, em Nova Roma do Sul, a família Ranzolin passou a utilizar a silagem para alimentação do gado leiteiro em 1979. O associado Rudimar Ranzolin lembra que não havia tratamento de milho, nem preparo na terra. “As áreas não utilizadas nas propriedades eram utilizadas para o plantio e as sementes eram feitas em casa, com sobras de safras anteriores”, recorda. Quem reunia as cerca de 20 pessoas que auxiliavam no processo era o pai de Rudimar, Olinto Ranzolin. O filho, hoje responsável pela propriedade, lembra que o milho era cortado

Foto: Arquivo Pessoal

Na época, diversas famílias se reuniam para auxiliar na preparação da silagem

a facão, carregado em carroça movida por uma mula e depois triturado aos poucos em uma máquina forrageira cedida pela Prefeitura. Após o serviço, a silagem era depositada em um tanque de alvenaria, onde fermentava por

cerca de 30 dias. “Toda a preparação demorava dois dias, mas todos trabalhavam animados. Muitos vinham ajudar só pela diversão, o vinho e pelo churrasco do meio dia”, comenta Ranzolin. 05 COOPERLEITE | JULHO 2016


SIMPÓSIOS TÉCNICOS

“Controlar a mastite é uma tarefa constante, mas que compensa”

A médica veterinária Cristiane Azevedo fala sobre técnicas para prevenção de mastite durante simpósio em Paraí

DURANTE OS SIMPÓSIOS de capacitação realizados nas cidades de Paraí, Veranópolis e Carlos Barbosa, a médica veterinária Cristiane Azevedo palestrou, a convite da Bayer Animal Health, sobre estratégias essenciais para o controle de mastite, uma das doenças que mais afetam os rebanhos leiteiros. De acordo com Cristiane, o produtor precisa realizar um acompanhamento constante dos animais para prevenir, diagnosticar e tratar a doença precocemente para evitar prejuízos e baixar a Contagem de Células Somáticas (CCS). “A mastite é um dos maiores problemas que afetam as vacas em lactação. A doença representa cerca de 35% dos gastos e prejuízos em relação à sanidade dentro de uma fazenda de leite. Embora seja um assunto bastante discutido, ela é de difícil controle por envolver muitos fatores. Temos que evitar os riscos dentro da propriedade para eliminação da mastite”, explicou. Segundo a médica veterinária, não existe uma receita pronta para combater a doença, já que cada propriedade é diferente, com 06 JULHO 2016 | COOPERLEITE

infraestrutura e salas de ordenhas próprias, o que provoca fungos e bactérias que variam de local a local. Uma das formas de diagnosticar o problema é realizar o teste da caneca de fundo preto, retirando os primeiros três jatos de cada quarto, observando anormalidades como grumos, coágulos ou presença de sangue. Outra indicação de mastite é o comportamento anormal do animal e a queda de produção. A criação de bezerras também deve ser levada em conta, evitando alimentar estes animais com o leite descartado de vacas doentes. “As bactérias presentes no alimento chegam à glândula mamária, gerando problemas quando a novilha parir futuramente”, comentou. Segundo Cristiane, o grande diferencial para o controle das mastites é o próprio produtor, que deve estar atento aos sinais e buscar sempre melhorar. “É um trabalho constante, que não pode ser negligenciado, mas que no final compensa. É preciso ter atitude. Dessa forma, as vacas respondem produzindo mais, com melhor qualidade e diminuindo gastos com medicamentos”, finalizou.

Dicas para prevenção • Realizar o diagnóstico e tratamento precoce; • Cuidados com as bezerras; • Dietas balanceadas; • Realizar testes da Raquete (CMT); • Ao interromper a lactação da vaca, utilizar antibiótico de vaca seca e aplicar selante; • Descarte de animais com mastites crônicas; • Melhorar a imunidade da vaca, evitando condições de estresse dentro da propriedade; • Oferecer uma nutrição adequada para aumentar a imunidade da vaca; • Vacinação das vacas contra a mastite; • Obedecer aos passos da rotina da ordenha, limpando bem os tetos e utilizar pré e pós-dipping; • Higienizar todo o equipamento da ordenha; • Regular de forma correta o equipamento de ordenha para evitar machucados nos tetos; • Flambar os pelos dos úberes e tosar o rabo dos animais;


SIMPÓSIOS TÉCNICOS

Mudando de vida produzindo leite

Produtor realizou uma palestra motivacional aos associados, durante o simpósio na cidade de Veranópolis

NATURAL DO interior de São Paulo, o produtor Nivaldo Michetti, iniciou a lida com rebanho leiteiro tarde na vida. O técnico agrícola, que trabalhava em usinas de cana-de-açúcar, teve o primeiro contato com a profissão aos 34 anos de idade, poucos conhecimentos na área e muita vontade de se tornar independente. Durante o ciclo de palestras realizado em junho, Michetti explicou aos associados como o trabalho e a persistência o auxiliaram a sair de uma produção inicial de 36 litros de leite/dia para os atuais 1.500 litros/dia em sua propriedade em Alta Floresta, no Mato Grosso. “Comecei no escuro, sem conhecimento ou informação, em uma região que não era uma bacia leiteira. Fui sobrevivendo com muito sacrifício, trabalho e também errando muito. Mas como a atividade é boa, fui vendo aos poucos os resultados e tendo lucratividade e retorno”, comentou. Michetti conta que na déca-

da de 90 conheceu um produtor que possuía uma propriedade em uma área de terra ruim, nas proximidades de uma das usinas em que trabalhava na época, que o motivou a investir no gado leiteiro. Com o tempo, o agora pequeno produtor foi poupando dinheiro, comprou mais alguns animais e adquiriu uma área de terras na cidade de Santana do Itararé, interior de São Paulo, onde de fato, iniciou na cadeia do leite. “A gente tem que olhar de onde todo mundo olha e depois mudar de posição, para enxergar o que ninguém mais está enxergando. Dessa forma, podemos ver uma oportunidade ou um risco”, explicou. Para ele, o sucesso na atividade depende de o produtor entender que a atividade leiteira é composta por várias áreas do conhecimento diferentes. No campo, é preciso entender do manejo de animais, da produção em si, ordenha, alimentação, criação de novilhas e bezerras, produção de comida, negociação, manutenção

de equipamentos, entre outras coisas. “Persistência é tudo, principalmente no leite. Todo o ano ele tem altos e baixos. Você tem que se manter animado, produzindo, trabalhando e mantendo seu rebanho funcionando sempre. Porque na hora em que o mercado melhora, você já está andando. Não parar nunca e persistir, sempre procurando conter despesas e não se deixar levar por inovações falsas. Esse é o segredo”, afirmou. 07 COOPERLEITE | JULHO 2016


CUIDADOS

Produtores devem tomar cuidados com brucelose e tuberculose Falta de diagnóstico pode causar perigos à saúde e prejuizos nas propriedades O CUIDADOS COM a brucelose e tuberculose são temas antigos, que ainda merecem cuidados nas propriedades. Isso porque as doenças não geram apenas danos na saúde humana e bovina, mas também impactam economicamente, causando perdas na produção, descarte de animais, entre outros prejuízos para o produtor. De acordo com dados do manual do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT), a brucelose é responsável pela diminuição de 25% na produção leiteira, afetando também 20% das vacas infectadas, causando abortos, ou tornando-as estéreis. Já a tuberculose pode causar a perda de peso, debilidade, febre, anorexia e problemas respiratórios, também diminuindo a produtividade. Em humanos, a porta de entrada para estas enfermidades pode ser através do ar, pelo contato com animais infectados ou pela ingestão de leite cru ou carne malpassada, provenientes de bovinos doentes. Já nas vacas, a brucelose se espalha através do trato digestivo, quando um animal suscetível ingere água e alimentos contaminados ou pelo hábito de lamber crias recém-nascidas. A tuberculose é transmitida através das vias respiratórias ou pela alimentação do animal, principalmente em bezerras alimentadas com leite proveniente de vacas com mastite tuberculosa. Vacinar as terneiras com idade entre três e oito meses contra a brucelose e realizar testes contra as enfermidades são os meios mais eficazes para evitar que o rebanho seja afetado.

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Testes devem ser realizados de forma periódica A Santa Clara possui um plano de sanidade bovina, que bonifica os associados com diagnósticos negativos de brucelose e tuberculose em R$ 0,005 por litro de leite. Para a realização dos exames, a Cooperativa possui médicos veterinários credenciados junto aos órgãos competentes, que podem auxiliar o produtor a cumprir todas as regras e normas sanitárias estabelecidas para receber o certificado de propriedade livre. Além disso, através do Programa Leite Saudável Santa Clara, os serviços de veterinários contratados para a realização dos testes estão sendo subsidiados em 60% pela Cooperativa. Os exames devem ser realizados em todos os animais da propriedade a cada dois anos. Também devem ser feitos diagnósticos em bovinos que serão vendidos ou que foram

comprados pelo produtor. Devido a maior praticidade, menor custo e menor tempo para a obtenção do diagnóstico, a pesquisa de anticorpos é ideal para testes de brucelose. Para isso, é necessária a coleta de sangue, e após, a separação do soro por meio laboratorial e realização da prova do antígeno acidificado tamponado. O teste cervical comparativo, estabelecido pela Santa Clara (confira abaixo) como forma de diagnosticar a tuberculose, consiste na identificação do animal, tricotomia, medição da espessura da prega com cutímetro, inoculação de tuberculina e leitura da reação após 72 horas. Em caso de resultado positivo deverá ser realizada uma contraprova. Mantendo-se o resultado, o animal deve ser sacrificado.

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Passo a passo do teste de Tuberculose: 1- Identificação do animal por meio de brincos numerados; 2- Tricotomia da região, 15 cm uma da outra (Prova Comparativa); 3- Medição da espessura da prega com Cutímetro; 4- Inoculação de Tuberculina; 5- Leitura da reação 72 horas após a inoculação do reagente.


MERCADO

Expectativa é de que produção aumente nos próximos meses Estudo realizado desde 2010 aponta que instabilidades climáticas, desistência de produtores e outros fatores reduziram a oferta de leite no mercado, aumentando os preços DE ACORDO com o último relatório do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), publicado no início do mês, o preço do leite UHT atingiu o maior patamar para o mês de junho desde que iniciaram as análises do mercado, em 2010. Segundo o estudo, na média Brasil, que pondera o valor pelo volume captado em sete estados produtores, o preço médio do leite pago ao produtor subiu 5,14% em relação ao mês anterior e 18% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com o diretor administrativo e financeiro da Cooperativa Santa Clara e presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, o aumento se deve a diversos fatores como condições climáticas desfavoráveis, aumento nos custos de produção, desistência de produtores da atividade, falta de sucessão familiar, preço dos grãos e o valor pago ao boi gordo, que acabam estimulando a troca da subsistência no campo. “No ano passado, o valor pago pelo litro do leite não atendeu a demanda dos produtores. Isso fez com que ele tivesse que diminuir seus gastos. Este foi um dos motivos para que muitas pessoas passassem a investir no plantio de grãos em suas propriedades, desistindo do leite”, explica Guerra. Como a captação se manteve reduzida, o mercado reagiu de acordo com a lei da oferta e demanda, fazendo com que os valores repassados ao produtor

Série de preços médios pago ao produtor (Fonte: Cepea-Esalq/USP)

tivessem margens maiores. Com o aumento nos custos de produção, principalmente relativo a insumos, como a ração, farelo de soja e milho, o aumento no preço do litro pago ao produtor é visto com bons olhos pelo mercado. Captação deve melhorar O Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea) teve queda de 1,63% em maio, considerando-se os sete estados que compõem a “média Brasil”. A Bahia registrou a maior queda na captação, de 6,87%, seguida por Goiás (-3,37%), Minas Gerais (-2,62%), São Paulo (-2,09%), Santa Catarina (-0,8%) e Paraná (-0,3%). Rio Grande do Sul foi o único estado que registrou ligeira melhora na captação em maio, de 0,73%. Para os próximos meses, a captação deve começar a se recuperar no Sul, devido às forragens de inverno e ao período de safra que começa um pouco antes do que em outras regiões. A baixa produção na Argentina e Uruguai também aqueceram o mercado brasileiro, já que os países vizinhos passam pelos

mesmos problemas do Rio Grande do Sul, devido sua proximidade geográfica. Com o ínicio do calor no segundo semestre, a expectativa do mercado é de que o volume de produção aumente, devido às forragens de inverno e ao período da safra. “Acreditamos que o segundo semestre é de que o leite continue com preços maiores do que no ano passado. Até para poder atender os custos que subiram não só para o produtor, como para a indústria”, comenta Alexandre Guerra. Outro ponto que deve ser observado pelas indústrias no próximo semestre deverá ser a entrada do leite produzido na União Européia no mercado brasileiro. Como os europeus possuem um grande excedente de produção, com um preço muito inferior ao praticado no mercado do Brasil, é preciso cuidar para evitar mudanças na tributação que auxiliariam a entrada desta matéria-prima no país. “Precisamos monitorar para que não existam pressões políticas para derrubar estas tarifas, o que poderia ser prejudicial para o produto brasileiro”, finalizou Guerra. 09 COOPERLEITE | JULHO 2016


CLASSIFICADOS

EQUIPAMENTOS VENDE-SE plantadeira MAX, modelo PC 2123, ano 2008. De verão, com 3 linhas de 45cm para soja e milho. Revisada. Plantadeira LAVRALE, ano 1990, de inverno com 13 linhas. Possui discos e rolamentos novos, sendo discos desencontrados da marca SEMEATO e rolamentos cônicos. Máquina jateada e pintada. Tratar com Marcos Fugali, (54) 9684-9756 ou (54) 8125-3544 (Whatsapp) - Cotiporã VENDE-SE resfriador a granel, 2.000 litros, trifásico, marca Delaval. Tratar com Vilmor Baldasso (54) 3461-0706 Carlos Barbosa VENDE-SE resfriador Agrogel, 700 litros, ano 2001, e uma ordenhadeira Fox, com 2 conjuntos, ano 2010. Tratar com Luiz Carlos Bregalda, (54) 91240776 - Paraí

VENDE-SE resfriador Etscheid, 500 litros, trifásico, com motor novo. Tratar com Volnei Zancan, (54) 9166-1548 - Veranópolis

VENDEM-SE 4 novilhas e 3 vacas, raça holandês. Tratar com Paulo Crestani, (54) 9109-6866 - Sertão

DIVERSOS VENDEM-SE 8 vacas Jersey e 4 terneiras novas. Tratar com Eliseu Relosi, (54)3279-1344 Flores da Cunha

VENDEM-SE novilhas holandesas com registro. Fotos podem ser visualisadas no site www. fazendamorrobello.com.br. Tratar com Ricardo Zanetini, (51) 95089395 - Alto Feliz

VENDEM-SE 50 vacas de leite, raça holandês, 10 novilhas prenhas e 20 novilhas entre 6 e 8 meses. Tratar com Claudio, (54) 9609-2740 - Vila Flores

FAÇO serviço com maquinário de pré-secado cilindro (bolas) e feno. Tratar com Adriano, (54) 9633-7108 e (54) 9186-4112 Carlos Barbosa

VENDEM-SE 50 terneiras de 03 a 08 meses, raça holandês. Tratar com Alcione Polli (54) 99176645 - Ibiraiaras

VEÍCULOS

VENDEM-SE 5 novilhas prestes a parir e 5 vacas em lactação registradas, raça holandês. Tratar com Nair Bolzan, (54) 99942534 - Protásio Alves

VENDE-SE Palio Fire Celebration 1.0 Flex, 4 portas, ano 2008, modelo 2009, cor vermelha. Ótimo estado. Tatar com Felipe Sangali (54) 9978-4650 - Veranópolis Nota: A Cooperativa Santa Clara não se responsabiliza pelos produtos aqui anunciados. Os negócios são realizados diretamente pelos produtores.

Anunciar nos classificados do Cooperleite é gratuito para associados.

Envie seu anúncio com nome do associado, telefone para contato (com DDD) e cidade para fabricio.romio@coopsantaclara.com.br ou entre em contato com o DPL de sua região.

RECEITA CONFRARIA GOURMET

Peito de bife de frango à parmegiana Ingredientes •400g de peito de frango •1 pacote de fondue 4 Queijos Santa Clara •Farinha de trigo •Farinha de rosca •Queijo ralado Santa Clara •3 claras •Tomates e temperos - para o molho Modo de Preparo Faça pequenos bifes. Coloque pedaços de Fondue de Queijo Santa Clara entre um e outro bife. Aperte bem os bifes e passe na farinha de trigo, na farinha de rosca e na clara misturada e temperada. Frite a seguir. Faça um molho de tomate e jogue por cima dos bifes, colocados em

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um refratário. Cubra com pedaços de Fondue de Queijo Santa Clara, regue com queijo ralado Santa Clara e deixe no forno para gratinar.

Veja mais receitas no site www.coopsantaclara.com.br/confraria


MEIO AMBIENTE

Entenda a forma correta para descartar embalagens usadas Departamento de Meio Ambiente AS EMBALAGENS de agrotóxicos e medicamentos veterinários devem ser descartadas corretamente, de modo que não haja contaminação ambiental, garantindo a saúde das pessoas, animais e meio ambiente. O problema principal está na contaminação do solo e lençóis freáticos, cuja água será usada para irrigação, alimentação animal e /ou consumo humano. Por serem produtos contaminados com substâncias químicas, podem ser cumulativas no organismo humano e animal, podendo levar a problemas graves de saúde. Tais materiais não podem ser enterrados ou queimados a céu aberto. Desde de janeiro de 2002, com o Decreto nº 4.074, as embalagens de agrotóxicos devem ser obrigatoriamente recolhidas, determinando que o agricultor, o fabricante e o revendedor são responsáveis pelos processos inerentes à cadeia de produção, comercialização e descarte das embalagens. Os agricultores podem armazenar as embalagens por no máximo um ano, a partir da data de compra, devem fazer a lavagem adequada dos frascos laváveis e manter em local seguro. As embalagens não laváveis devem ser mantidas sem vazamento. O descarte das embalagens deve respeitar a classificação das

mesmas, que recebem duas denominações: laváveis e não laváveis. Antes de serem descartadas, as embalagens laváveis devem passar por uma tríplice lavagem, imediatamente após o despejo do produto no tanque de pulverização. Esse procedimento é indicado tanto para limpeza, para que seja enviada para recliclagem no processo industrial, quanto para aproveitar todo o produto contido no frasco. Em seguida, recomenda-se que os frascos sejam perfurados para evitar a reutilização dos mesmos. Desde a abertura do defensivo agrícola até sua lavagem é obrigatório o uso de equipamento de proteção individual (EPI). No ínicio do ano, as unidades dos mercados agropecuários da Santa Clara promovem campanhas de recolhimento de embalagens no interior. Já os medicamentos veterinários,

bem como o material perfurocortantes (agulhas e seringas), devem ser entregues ao médico veterinários após o atendimento. Esse tem como responsabilidade evitar o uso indiscriminado de produtos químicos e seguir as recomendações para o descarte ambientalmente adequado conforme a legislação. As sobras de medicamentos que ficaram estocados, devem ser entregues na vigilância sanitária ou postos de comercialização, que darão o destino ambientalmente correto, garantindo a preservação da qualidade do meio ambiente, minimizando os riscos à saúde pública, ocupacional e à segurança do produtor. *A coluna com temas ambientais voltados para a propriedade rural será publicada a cada dois meses no Cooperleite.

BRASIL/MUNDO E XC U R S ÃO À AG RO L E I T E 2016 O Departamento de Política Leiteira da Cooperativa Santa Clara convida produtores associados e técnicos a participarem da excursão à Agroleite 2016, que acontece entre os dias 18 a 20 de agosto, em Castro, no Paraná. Durante a programação serão realizadas palestras, fóruns julgamentos de gado leiteiro. Mais informações no DPL Sede, pelo telefone (54) 3461-9649, com Rafael. As inscrições são limitadas.

CA R É P RO R RO G A D O PA RA TO DA S A S P RO P R I E DA D E S O Cadastro Ambiental Rural foi prorrogado para todas as propriedades até 31 de dezembro de 2017. O Ministério do Meio Ambiente havia estendido em um ano o prazo de inscrição, mas apenas para agricultores familiares com terras de até quatro módulos fiscais, unidade de medida que varia de acordo com cada município, indo de 5 a 110 hectares.

EXPOINTER 2016 A Expointer 2016 acontece entre os dias 27 de agosto e 4 de setembro no Parque Assis Brasil, em Esteio.O concurso leiteiro inicia no dia 29, com o Banho de Leite programado para o dia 30. Os julgamentos de Fêmea Jovem serão realizados no dia 31 de agosto, enquanto que o concurso de Vacas, Conjuntos, Progênie e Grande Campeonato acontece no dia 1ºde setembro. COOPERLEITE | JULHO 2016

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LEGISLAÇÃO

Governador assina decreto de regulamentação da Lei do Leite Foto: Luiz Chaves/Palácio Piratini

DURANTE o Fórum Estadual do Leite, realizado em Ijuí em junho, o governador José Ivo Sartori assinou o decreto que regulamenta a lei 14.835, conhecida como Lei do Leite. Com a nova legislação, fica instituído o Programa de qualidade na produção, transporte e comercialização no Estado do Rio Grande do Sul, estabelecendo medidas de regramento do setor. O principal objetivo é evitar fraudes e adulterações na matéria-prima. A legislação prevê que as propriedades precisam estar com cadastros atualizados junto ao Departamento de Defesa Agropecuária (DDA), da Secretaria Estadual de Agricultura. A Lei do Leite também elimina os “atravessadores”, permitindo a compra e venda

José Ivo Sartori assinou decreto de regulamentação no municípío de Ijuí

de matéria-prima crua apenas em casos específicos, como entre produtores e estabelecimentos de processamento e postos de refrigeração. Todos os transportadores devem passar obrigatóriamente por

colonos, Motoristas e santa clara.

Esta parceria alimenta e faz crescer.

Quando o consumidor toma seu café com leite e saboreia os queijos Santa Clara, vocês ainda estão na lida do campo ou da estrada. O prestígio desta marca é pelo que fazemos juntos. Nosso abraço no Dia do Colono e do Motorista. 25 de julho - Dia do Colono e do Motorista.

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JULHO 2016 | COOPERLEITE

cursos de capacitação e todo o transporte do leite cru deve ser acompanhado de documento para trânsito, indicado fornecedores, volume, destino, finalidade da matéria-prima, entre outras informações.


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