Cooperleite - Novembro 2016

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INFORMATIVO DA COOPERATIVA SANTA CLARA LTDA.

ANO 40 • NÚMERO 301 • NOVEMBRO DE 2016

Projeto Plantando o Bem recebe premiações

A partir da esquerda: deputado estadual Elton Weber, presidente da Fetrabalho/RS, Margaret da Cunha, diretor da Santa Clara, Alexandre Guerra e presidente da Rede Transporte, Abel Moreira Paré, durante entrega do prêmio Ocergs

Projeto venceu o prêmio Ocergs de Cooperativismo e o prêmio Top de Marketing da ADVB/RS na categoria Agronegócios O PROJETO Plantando o Bem, desenvolvido pela Santa Clara entre os meses de junho e agosto, recebeu o prêmio Ocergs de Cooperativismo e o Top de Marketing 2016. O troféu foi recebido pelo diretor Administrativo e Financeiro da Santa Clara, Alexandre Guerra, durante o XVII Seminário Gaúcho do Cooperativismo, realizado em Gramado nos dias 20 e 21 de outubro. Em sua segunda edição, o prêmio reconhece a contribuição de cooperativas gaúchas para o desenvolvimento econômico e social de seus associados e comunidade em geral.

O projeto também foi o vencedor da categoria Agronegócio do prêmio Top de Marketing 2016, promovido pela Associação dos Dirigentes de Marketing e Vendas (ADVB/RS). Os vencedores receberam a premiação durante o Fórum da Transformação, realizado nos dias 16 e 17 de novembro, em Porto Alegre.

do a produção rural e estimulando hábitos sustentáveis. Durante o projeto, os alunos tiveram explicações sobre os benefícios do cultivo dos próprios alimentos e sobre as hortas tradicionais, verticais e compactas. O projeto faz parte do programa Compartilhar, da Cooperativa Santa Clara.

Projeto atendeu a 12 escolas de Carlos Barbosa A primeira etapa do projeto Plantando o Bem foi realizada junto a 924 estudantes, de 12 escolas de Carlos Barbosa, além de funcionários da Cooperativa e comunidade em geral. Através de atividades teóricas e práticas, o projeto enfocou a importância do meio ambiente e da alimentação saudável, valorizan-

Projeto foi o vencedor da categoria Agronegócio do Top de Marketing COOPERLEITE | NOVEMBRO 2016


EDITORIAL

Futuro do campo depende dos jovens O PRI N C IPAL investimento que o produtor pode fazer não é em terras, animais ou maquinários. É nos jovens que está o futuro da pecuária leiteira e é neles que os recursos devem ser aplicados. É preciso incentivar os filhos para que estes se interessem pela atividade, aprendendo as funções da lida e demonstrando os benefícios em continuar no campo. Trabalhar com sucessão familiar é fundamental, pois possibilita ao produtor realizar investimentos na propriedade pensando no longo prazo. Além disso, os pais podem ficar mais tranquilos, sabendo que podem confiar no trabalho dos filhos. Para que os jovens permaneçam na propriedade é preciso planejamento. Investir na educação e oferecer responsabilidades para os filhos faz com que eles fiquem mais preparados para assumir as atividades diárias. Mas para isso, os mais velhos não podem tratar os filhos como funcionários. Devem trata-los como sócios, levando em conta suas ideias e remunerando de acordo com suas funções. Promover a sucessão familiar no campo é necessário para a continuidade e modernidade da atividade leiteira. Os mais jovens possuem uma visão diferenciada de negócio e podem trazer novos ares e ideias para o dia a dia da propriedade. É o caso do associado Tiago Frizon, de Veranópolis. Após começar um curso técnico em agropecuária, ele assumiu o manejo do rebanho leiteiro de sua propriedade, ampliando a quantidade de leite coletado e provando que apostar nos mais novos foi a decisão correta. Nesta edição, você confere a história do jovem empreendedor. Boa Leitura!

O Cooperleite tem o objetivo de conscientizar, orientar e capacitar os produtores para a produção de leite com qualidade, segurança e em conformidade com a legislação vigente, fazendo valer desta forma o item 9.2.4. do Anexo IV da Instrução Normativa 62, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimemento (MAPA).

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Meu pai queria parar com a produção de leite, não queria investir mais, mas comecei a insistir para que me deixasse assumir a produção. Sempre tive o sonho de não sair da propriedade e estou realizando este sonho.

Tiago Pitol Frizon, associado e conselheiro da Cooperativa, durante palestra na Embrapa Gado de Leite, em Minas Gerais (Leia mais na página 5)

EXPEDIENTE COOPERATIVA SANTA CLARA Rua Pedro Baldasso, 47, Carlos Barbosa 95185-000 | Fone: (54) 3461-8300 www.coopsantaclara.com.br Conselho de Administração Presidente: Rogerio Bruno Sauthier Vice-presidente: Gelsi Belmiro Thums Secretário: Itamar Tang Conselheiros: Arno Ricardo Goelzer, Clairton Pedro Cecconello, Dirseu Tomasel, Inocência Dalsin, Justino Paludo, Lauro Antonio Benedetti, Nelson Volpato e Tiago Pitol Frizon Conselho Fiscal: Adelino Guerra, Rogerio Cichelero e Ivalino Tonatto COOPERLEITE Informativo mensal dos produtores associados à Cooperativa Santa Clara Ltda. Direção: Dptos. de Marketing e de Política Leiteira Redação: Fabrício Romio (MTB 17.841) Contato: fabricio.romio@coopsantaclara.com.br Tiragem: 4.100 exemplares Distribuição gratuita. Acompanhe nas redes sociais: facebook.com/coopsantaclara; instagram.com/coopsantaclara twitter.com/coopsantaclara; youtube.com/coopsantaclara


MARKETING

Santa Clara recebe homenagem da Embrapa Gado de Leite A SANTA CLARA foi reconhecida pela parceria que mantém com a Embrapa Gado de Leite. Durante os eventos de comemorações dos 40 anos da entidade, empresas e agentes da cadeia produtiva do leite foram homenageados pelos serviços prestados em prol do desenvolvimento do setor. A placa foi recebida pelo supervisor de Política Leiteira da Cooperativa, Carlos Alberto Gomes de Araujo, durante evento de aniversário da Embrapa Gado de Leite, que aconteceu na sede da entidade, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Desde 2014, a Santa Clara, em parceria com a entidade, im-

Carlos Alberto Gomes de Araujo (à direita) recebeu a placa das mãos do chefegeral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins

plementa o Programa de Gestão Eficiente da Propriedade Leiteira (GEPLeite) com seus associados. O projeto tem por objetivo

profissionalizar a atividade no campo, através do acompanhamento de indicadores financeiros, de eficiência e de qualidade.

Santa Clara promove excursão para Gramado A SANTA CLARA proporciona aos seus associados a oportunidade de viajar para Gramado. As excursões saem de Carlos Barbosa, Getúlio Vargas, Tapera e Veranópolis no dia 10 de dezembro. O roteiro irá incluir pontos turísticos da cidade como o Parque do Caracol, da Florybal, almoço com café colonial e o espetáculo de acendimento das luzes e decoração natalina. Inscrições e mais informações com o DPL de sua região (confira os telefones no quadro ao lado). A excursão é a primeira realizada através do projeto Pé na Estrada, desenvolvido pelo programa Compartilhar, da Cooperativa Santa Clara, com

TELEFONES DOS DPLS Cidade Telefone Carlos Barbosa (54) 3461-9649 Getúlio Vargas/Estação (54) 3337-1514 Tapera (54) 3385-2700 Paraí (54) 3477-3102 Veranópolis (54) 3441-9250

objetivo de oferecer aos associados a oportunidade de realizarem

viagens e passeios, promovendo o turismo.

Super Sede passa a atender aos domingos O SUPERMERCADO Santa Clara de Carlos Barbosa atende, desde o dia 13 de novembro, também aos domingos, entre as 8h30min

e 11h30min. No novo horário, o mercado funciona em regime especial, com caixas, fiambreria, açougue

e fruteira. A lancheria, floricultura, farmácia e lojas de confecção e calçados não atendem aos domingos. 03 COOPERLEITE | NOVEMBRO 2016


QUALIFICAÇÃO

DPL de Estação promove Tarde de Campo para associados de Sertão

Capacitação aconteceu na comunidade de Santa Catarina, em outubro

O D P L D E E S TAÇÃO realizou uma Tarde de Campo para associados de Sertão no dia 27 de outubro. Durante a capacitação, realizada na propriedade de Roselio Slaviero, na comunidade de Santa Catarina, técnicos apresentaram assuntos relacionados à qualidade do leite, controle de CCs e CBT, ferramentas para auxiliar o produtor no controle leiteiro e a utilização de boilers e cloradores. A empresa PGW sementes também apresentou seus materiais para pastagens, com ênfase no Azeven Winter Star, implantado na propriedade desde março.

Associados da Sede participam de Dia de Campo EM TORNO DE 20 produtores participaram de uma Tarde de Campo realizada no dia 24 de outubro, na Granja Biso, na comunidade de Torino, em Carlos Barbosa. A capacitação, ministrada pelo médico veterinário Rafael Ortega, abordou a importância da qualidade do equipamento de ordenha, parâmetros a serem observados e controle de CCS.

Treinamento aconteceu na propriedade do associado Alberto Baldasso

Produtores de Veranópolis tem tarde de capacitação

Cerca de 60 produtores participaram do Dia de Campo em Veranópolis no dia 14 de outubro. Promovido pela Santa Clara e Emater, a capacitação aconteceu na propriedade do associado João Carlos Costella. A capacitação contou com temas como sistemas de irrigação e cisterna, manejo de alfafa irrigada, manejo do solo e sucessão familiar.

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SUCESSÃO FAMILIAR

Associado palestra durante workshop em Minas Gerais Associado falou sobre sua experiência como produtor e empreendedor na atividade leiteira O CONSELHEIRO da Cooperativa Santa Clara Tiago Pitol Frizon, de Veranópolis, palestrou sobre o processo de sucessão familiar em sua propriedade durante workshop realizado na Embrapa Gado de Leite, em Juiz de Fora, Minas Gerais. O evento aconteceu na sexta-feira, 28 de outubro, durante as comemorações dos 40 anos da entidade. O jovem produtor, de 28 anos, apresentou dados relativos à sua propriedade, localizada entre Veranópolis e Cotiporã, demonstrando como, em menos de dez anos, a produção passou de 200 litros de leite/dia para 800 litros de leite/dia. A propriedade de 50 hectares, é dividida entre Tiago, o pai, Agenor, e outros três tios. Em uma área acentuada, com declives, a produção é feita em aproximadamente 20 hectares, onde são cultivados alfafa e tifton. Segundo Frizon, até 2006 o leite era considerado a quarta atividade da propriedade, atrás da suinocultura, avicultura e plantação de hortaliças. Em 1999, até pensou-se em eliminar parte do gado leiteiro. Com uma média diária de 60 litros/dia, os custos de produção não compensavam. Em 2001, a quantidade de leite aumentou para 200 litros/dia e Tiago começou a demonstrar interesse em assumir o rebanho. “Meu pai queria parar com a produção, não queria investir mais, mas comecei a insistir para que eu assumisse a produção de leite e que eles continuassem com suínos e aves. Com essa ideia e um pouco de oportunidade e ajuda da Cooperativa, em 2002

Tiago assumiu o rebanho após iniciar um curso técnico em agropecuária

foi adquirido um resfriador de expansão direta de 650 litros”, afirmou. Tiago assumiu rebanho após formatura Desde então, Tiago conta que passou a investir na atividade. Em 2003 iniciou um curso técnico agropecuário e passou a fazer o controle leiteiro. “Quando a primeira vaca atingiu 18 litros de leite/dia foi uma festa. Na época não se tinha alimento nem se sabia produzir direito. Fomos melhorando e aprendendo com o tempo”, comentou. Ao se formar, em 2006, assumiu o rebanho integralmente. Com 18 vacas, e em um sistema de ordenha balde a pé, o resfriador adquirido quatro anos antes começou a ficar pequeno. Com isso em mente, em 2007 investiu-se em uma sala de ordenha e em um resfriador com capacidade para 2.050 litros. Segundo Frizon, os resultados

foram aparecendo a medida em que os investimentos foram realizados. Ao longo dos anos, foi construído um açude para irrigação da alfafa e tifton, adquirido trator, ensiladeira, vagão forrageiro e semiconfinamento. “Em 2014, coloquei o gado para confinar. Como as vacas nunca tinham estado em um confinamento, elas não se adaptaram. Perdi 8 vacas em um mês e meio. Tive que esperar as novilhas. Voltamos aos 500 litros/dia. Foi um prejuízo, mas para crescer é preciso assumir riscos”, explicou. Com o tempo, a produção avícola e de hortaliças foi deixada de lado. No local do antigo aviário, foi construído um local para a instalação de terneiras e já existe um projeto para um compost-barn para vacas em gestação. “Em agosto deste ano, com a volta da produção, conseguimos um pico de mil litros/dia. O que era meu objetivo. Para o ano que vem, vamos alcançar os mil litros/ dia de média”, comentou. 05 COOPERLEITE | NOVEMBRO 2016


CONTROLE D

Alternativas para o controle das mo Insetos podem ser responsáveis por redução de até 30% no ganho de peso e em 50% na produção de leite PROBLEMA RECORRENTE, principalmente durante o verão, as moscas afetam a produção leiteira e causam desconforto aos animais. Responsáveis por disseminar diversas doenças que acometem o rebanho leiteiro e também para as pessoas, o problema depende de cuidados do produtor. Para o médico veterinário do DPL de Carlos Barbosa Rafael Martins Lucas, o estresse causado pelos insetos são um dos principais problemas, já que afetam diretamente a produção, fazendo com que as vacas se alimentem menos e fiquem mais agitadas. Os insetos são atraídos por dejetos, excreções e secreções dos olhos, corrimentos nasais, umbigos dos recém-nascidos, feridas abertas e gotejamento de leite. Produtor deve controlar os focos Para Rafael, a ideia não é exterminar, mas sim controlar os focos de acordo com cada tipo de inseto. As moscas que mais afetam o rebanho leiteiro da região são a mosca doméstica e a dos estábulos. Elas se desenvolvem em ambientes favoráveis, preferindo os locais com acúmulo de esterco e restos de alimentos. Os insetos carregam bactérias e vírus, levando a doenças como mastites, tuberculose, ceratoconjuntivites, onfaloflebites, salmoneloses, entre outras. A principal enfermidade que acomete o rebanho leiteiro do Brasil, a Tristeza Parasitária 06 NOVEMBRO 2016 | COOPERLEITE

Joarez Lagni utiliza produtos pour-on no lombo dos animais para afastar as moscas dur

Bovina, também pode ser transmitida por moscas, mesmo que o principal agente transmissor seja o carrapato. A doença pode causar a diminuição de ingestão de alimentos, perda de produção, anemia, aborto e até mesmo a morte do animal, caso não seja diagnosticada e tratada em tempo. "Por isso, a higiene do local é fundamental. A melhor forma de controle é limpar os cochos e o local onde os animais estão periodicamente", comenta. Para Joarez Lagni, filho do associado Octavio, de Paraí, o maior problema em sua propriedade acontece no verão. Trabalhando com um regime de semiconfinamento, o produtor, que possui 21 vacas em lactação produzindo cerca de 500 litros de leite por dia, conta que as moscas atrapalham o gado, principalmente na sala de ordenha. “No verão geralmente os animais ficam muito agitados, batendo as orelhas e a cauda para

espantar as moscas. Isso acaba nos atrapalhando na hora da ordenha. Também notamos uma leve perda no peso do rebanho”, explica Joarez. Existem diferentes formas

Brincos são usados na propriedade de João Corraza Sobrinho, em Alto Alegre


E DE PRAGAS

moscas no rebanho leiteiro Sistemas de aspersão e ventilação auxiliam a resolver problemas

durante os meses de verão

de controlar as pragas, como os produtos repelentes, inseticidas, brincos, limpeza dos cochos e ventilação. Na propriedade dos Lagne, a solução encontrada foi o uso de produtos pour-on no lombo dos animais. Mas Joarez explica que a solução é temporária, já que resolve o problema por cerca de 15 dias. Já nas propriedades de João Corazza Sobrinho e Henrique Alberto Corazza, de Alto Alegre, as moscas foram afastadas com a colocação de brinco inseticida. De acordo com João, a ação resolve grande parte dos problemas relacionados à mosca do chifre, de forte presença na região. O brinco libera periódicamente um repelente de longa duração, que segundo o produtor, afasta os insetos. “Colocamos no início do verão, após passar um produto pour-on no lombo dos animais. O brinco dura até o final da estação, sem precisar de trocas”, explicou.

Na propriedade de Volmir Simon, sistema resolveu grande parte do problema

SISTEMAS DE aspersão e ventilação estão cada vez mais sendo instalados nas regiões da Cooperativa para minimizar os efeitos do estresse térmico nas vacas leiteiras. Porém, em muitas propriedades que instalaram o sistema está sendo observado outro benefício: o de controle das moscas. É o caso da propriedade do associado Volmir Simon, localizada em Barão. Com cerca de 80 animais em lactação, ele instalou um sistema de aspersão e ventilação automáticos há cerca de três anos, o que resolveu em grande parte do problema com moscas. O sistema funciona de forma automática. O produtor regula o tempo e temperatura do ambiente em uma central que aciona os ventiladores e os bicos d’água conforme a programação. Se antes, o produtor precisava passar produtos químicos diversas vezes durante o verão, atualmente ele não pre-

cisa administrar mais nenhum produto dessa natureza. “Notamos que os animais não perdem tanto peso, consomem mais alimentos e consequentemente produzem melhor. Principalmente por causa da redução da temperatura, mas a diminuição das moscas também influenciou”, comenta. Segundo Rafael Martins Lucas, o sistema não foi pensado para espantar as moscas, mas acabou se tornando um benefício a mais para quem investe nessa tecnologia. “Com a umidade e o vento do sistema, as moscas acabam se afastando, procurando outro lugar para colocar ovos e se reproduzir. Elas mudam de lugar, incomodando menos o rebanho”, explica. Segundo Simon, os insetos ainda aparecem, principalmente na sala de ordenha, porém em menor número. “Ainda temos alguns problemas, mas estamos buscando soluções”, comenta. 07 COOPERLEITE | NOVEMBRO 2016


MERCADO

Preços caem devido ao aumento na captação e das importações A REALIDADE dos produtores foi alterada no segundo semestre do ano. Nos meses de setembro e outubro, os valores do litro de leite pago ao produtor caíram, após sete meses de alta. De acordo com o diretor administrativo e financeiro da Cooperativa Santa Clara e presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, o aumento da produção no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, além do grande volume do leite importado foram os motivos que puxaram o valor para baixo. Com o início da safra gaúcha, a estimativa é de que o volume de leite captado no Rio Grande do Sul tenha crescido em 10% entre julho e outubro. A alta oferta de matéria-prima e a baixa demanda do mercado, em função do cenário econômico atual, fez com que os preços dos produtos derivados despencassem no varejo. De acordo com índices do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (ESALQ/USP), o preço médio do litro de leite pago ao produtor no Rio Grande do Sul teve um aumento constante até o mês de agosto, quando começaram a baixar devido à alta oferta de matéria-prima. Mesmo com a queda nos preços, o valor médio pago para o produtor pela Cooperativa Santa Clara ficou acima do valor Cepea na maioria dos meses analisados. (Confira os valores na tabela). “Além do retorno sobre resultados do exercício, assistência técnica, plano pastagem, inseminação, plano de saúde, Programa Leite Saudável, este é mais um benefício que a Santa Clara proporciona para seus associados”, comentou Guerra. Segundo Alexandre, a Cooperativa reservou parte dos resultados durante os meses de alta no mercado para repassar ao produtor 08 NOVEMBRO 2016 | COOPERLEITE

Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembr o Média

PREÇOS DO LITRO PAGO AO PRODUTOR Valor médio Santa Clara R$ 1,0543 R$ 1,0377 R$ 1,0876 R$ 1,0939 R$ 1,1430 R$ 1,1477 R$ 1,1884 R$ 1,1860 R$ 1,2372 R$ 1,2932 R$ 1,4264 R$ 1,4458 R$ 1,6403 R$ 1,6536 R$ 1,5984 R$ 1,6577 R$ 1,4817 R$ 1,4051 R$ 1,3174 R$ 1,3245

Valor médio Cepea RS

em caso de oscilações. "Este é uma estratégia que a Cooperativa adotou, porém como a queda do leite UHT no mercado foi muito forte utilizamos estes recursos de uma forma mais rápida do que acreditávamos", explicou. Mesmo com a queda dos preços, o valor médio pago ao produtor segue maior do que o praticado no ano passado. Em outubro, por exemplo, o valor médio pago pela Santa Clara foi de R$1,1347 , contra 0,9742 no mesmo período de 2015 (Confira no gráfico abaixo). Leite via Mercosul foi um dos vilões Nos dez primeiros meses do ano, a importação Brasileira de produtos lácteos aumentou 77% em relação ao mesmo período do ano passado. “A nossa exportação

2015 2016

o iro reir arço il e M br v A e F

e Jan

também reduziu, o que proporcionou um déficit na balança comercial de 156,59 milhões de quilos, o equivalente a 120 dias da produção gaúcha”, explicou Guerra. Somente do Uruguai, foram importados 84,21 milhões, com preços até 40% menores do que a indústria brasileira no mercado interno, criando uma concorrência desleal. O produto era adquirido para ser reidratado na região do Nordeste. “ Como entidade, fizemos esta solicitação para que se encontre mecanismos para barrar a entrada do leite importado, dessa forma, reduzindo a pressão no mercado. A primeira medida, tomada pelo governo federal, foi a assinatura de uma portaria que permite apenas que o leite em pó nacional seja utilizado para a reidratação no Nordeste ”, afirmou Guerra.

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Variação do preço médio do litro de leite pago ao produtor pela Santa Clara


ARTIGO

Produtores precisam ter cuidado com lavouras de milho DPL de Veranópolis

Produtores precisam manter cuidados para doenças que podem afetar grande parte da produção das forrageiras A EFICIÊNCIA na produção de leite depende do uso correto de suplemento volumoso na alimentação dos animais. Uma boa colheita e um bom armazenamento podem garantir as necessidades do rebanho em relação a fibras e energia por um grande período de tempo. Porém, o produtor precisa ficar atento a doenças e pragas que possam comprometer a qualidade das plantas e até mesmo danificar toda a lavoura. Algumas medidas podem ser tomadas para o manejo da cultura do milho, como utilizar tipos de sementes mais resistentes, de boa qualidade e tratadas com fungicidas. Realizar o plantio em época adequada, rotação de culturas e manejo adequado da lavoura, com adubação equilibrada também são soluções. Outra forma é controlar a população de plantas adequadas e controle de pragas e de invasoras. Mesmo assim, a lavoura pode estar suscetível a doenças. No Brasil, os estragos causados por pragas são variáveis, dependendo das condições climáticas e do sistema de plantio utilizado. A mais atrativa estratégia de manejo de doenças é a utilização de cultivares geneticamente resistentes, uma vez que o seu uso não exige nenhum custo adicional ao produtor, não causa nenhum tipo de impacto negativo ao meio ambiente, é perfeitamente compatível com outras alternativas de controle e é, muitas vezes, suficiente para o controle da doença.

Principais doenças em lavouras de milho

Ferrugem Comum

Mancha Branca

As lesões são inicialmente circulares, aquosas e verde claras. Em estágios mais avançados elas se tornam de cor amarelo-palha e elípticas. A lesão inicia na ponta da folha, progredindo para a base. As perdas na produção podem chegar a 60%, em condições favoráveis. O manejo deve ser feito com a escolha de híbridos resistentes, época certa de plantio e controle químico. Cercosporiose

Ocorre através de esporos e restos de cultura levado pelo vento e por respingos de chuva. Os sintomas são manchas de coloração cinza, retangulares, com lesões paralelas às nervuras das folhas. Em situações mais graves, a doença ataca o caule. A principal medida para o manejo da doença é a escolha de cultivares resistentes. Também deve-se realizar adubações de acordo com as recomendações.

A doença caracteriza-se pela formação de pústulas na parte superior da planta, com maior abundância nas folhas. As lesões apresentam formato circular e alongado. Alta umidade e chuvas frequentes favorecem o desenvolvimento da doença. O manejo deve ser realizado através da escolha da época certa para o plantio e a eliminação de hospedeiros alternativos. O uso de fungicida é recomendado em situações em que a doença tenha se espalhado rapidamente. Antracnose Foliar

A doença pode reduzir a produção de milho em até 40% em ambientes favoráveis Temperaturas e umidade elevadas, além de chuvas frequentes, favorecem o desenvolvimento da doença. As principais medidas para o manejo são escolha de sementes resistentes, a rotação de cultura e evitar plantios sucessivos para redução do potencial causador da doença presente nos restos de cultura. 09 COOPERLEITE | NOVEMBRO 2016


CLASSIFICADOS DIVERSOS

EQUIPAMENTOS

VENDEM-SE 3 novilhas da raça holandesa, com 8 meses de prenhez. Tratar com Olmir Ferronato, (54) 99992-4077 ou (54) 99669 1206 – Veranópolis

VENDEM-SE resfriador Gelgás 400 litros. Tratar com Rafael Fornazier, (54) 99909-1721 – São Domingos do Sul

VENDEM-SE 5 novilhas holandesas prenhas. Tratar com Josué Reginatto, (54) 99662-6022 ou (54) 3477-3311 – Paraí VENDEM-SE 4 terneiras e 1 novilha. Tratar com Rafael Fornazier, (54) 99909-1721 – São Domingos do Sul VENDE-SE casa de alvenaria com 119 m de área construída, em bom estado e ótima localização. Tratar com Nilo, (54) 996401606 - Estação VENDE-SE equipamento para aviário com 3 ventiladores, 4 linhas de água de 50m e 200 comedores. Tratar com Mateus Marin, (54) 99108-6675 - Veranópolis

VENDE-SE resfriador Estcheid 800 litros, duas ordenhas, trifásico, em ótimo estado. Aceito troca por maior capacidade. Tratar com Clério Haas, (54) 34610120 – Carlos Barbosa VENDE-SE distribuidor de esterco líquido Ipacol 4 mil litros, Tanden, com bomba lobular, ano 2009, reformado. Aceito troca por maior capacidade a vácuo. Tratar com Rudimar Ranzolin, (54) 99705-0033 – Nova Roma do Sul VENDE-SE carreta metálica VS, rodado tandem, 8m³, com pneus. Valor a combinar. Tratar com Lauri ou Ademar, (54) 96118726 ou (54) 99602-9096 – Linha 12, Barão

VENDE-SE resfriador Westfália 730 litros. Ordenhadeira Intermac, com 3 conjuntos e bomba. R$5,000,00 pelos dois equipamentos. Tratar com Maria de Lourdes Putti, (54) 99653-5214 ou (54) 3437-1082 – Veranópolis VENDE-SE resfriador Westfália 1030 litros, ano 2012. Transferidor Agrogel, dois conjuntos de ordenha, ano 2002. Tratar com José Paulo Cenci, (54) 991874196 – Veranópolis VENDE-SE ensiladeira JF 92Z10. Colhedora Casale CFC 1800 Super, ano 2013. Tratar com Ronaldo Borsoi, (54) 9947-7701 – Carlos Barbosa

Anunciar nos classificados do Cooperleite é gratuito para associados.

Envie seu anúncio com nome do associado, telefone para contato (com DDD) e cidade para fabricio.romio@coopsantaclara.com. br ou entre em contato com o DPL de sua região.

RECEITA CONFRARIA GOURMET

Risoto de Copa com Gruyère

Ingredientes •250 g de Copa Santa Clara em lascas •3 xícaras de arroz arbóreo •2 cebolas •1 dente de alho triturado •1 caldo de carne diluído em 1 litro de água fervente •2 colheres de sopa de manteiga Santa Clara •200 g de creme de leite Santa Clara •150 g de queijo gruyère Santa Clara (em cubinhos) •250 ml de vinho branco seco •pimenta do reino branca a gosto •sal a gosto Modo de Preparo Corte as cebolas finamente. Refogue-as na manteiga juntamente com o alho. Refogue rapidamente o arroz arbóreo. Adicione o copa e

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em seguida o vinho branco. Tempere com sal e pimenta a gosto. Não tampe a panela, observe o cozimento do arroz, mexendo sempre para que não grude no fundo da panela. Quando o caldo do vinho reduzir, adicione a água com caldo de carne aos poucos. Adicione o creme de leite. Quan-

do o arroz estiver alcançando seu ponto ideal de cozimento, acrescente o queijo gruyère. O arroz deve ficar al dente. Não se esqueça de mexer durante todo o processo de cozimento. Veja mais receitas no site www.coopsantaclara.com.br/confraria


MEIO AMBIENTE

Tratamento de dejetos pode ser fonte de renda e reduzir custos

Biodigestores da Santa Clara utilizam dejetos de suínos para produção de energia elétrica

Departamento de Meio Ambiente CON FOR M E JÁ descrito para o produtor rural, o licenciamento ambiental da propriedade é obrigatório para desenvolver a atividade de criação de animais. Um dos grandes motivos para essa exigência legal são os problemas relacionados ao grande volume de dejetos líquidos (esterco) gerados, e pelo alto poder poluidor deste material caso não tenha o tempo de degradação (“cura”) correto. É de amplo conhecimento que os dejetos devem ser armazenado 120 dias em esterqueiras ou tanques impermeabilizados para posteriormente serem aplicados na lavoura e assim serem utilizados como adubo orgânico, aumentando a produtividade do solo e a redução de custos da propriedade com adubação química. Nos últimos anos vêm criando força e se difundindo algumas técnicas de tratamento mais rápido dos dejetos líquidos e sólidos, transformando esse material que antes era um problema, em fonte de redução de custos e geração de subprodutos rentáveis para aplicação na propriedade. Dentre as tec-

nologias existentes, a aplicação de biodigestores se consolida a cada dia como a forma mais viável para o tratamento dos dejetos líquidos, hoje tal tecnologia é indicada pelos próprios órgãos fiscalizadores como melhor alternativa para a propriedade ter segurança operacional das suas atividades. Os biodigestores são um ambiente criado de forma artificial e favorável ao desenvolvimento bactérias anaeróbias (sem oxigênio), que fazem a decomposição da matéria orgânica, convertendo-a em biogás e biofertilizante. Essa tecnologia não necessita de manutenções, tem fácil operação e traz benefícios ambientais pela eliminação dos resíduos dispostos de modo irregular, e benefícios econômicos, já que a implantação do sistema de biodigestores tem produção de energia e adubo orgânico mais concentrado e com menor tempo de “cura” se comparado às conhecidas esterqueiras. O biogás produzido é rico em gás metano (CH4) podendo ser aproveitado energeticamente na própria atividade, em aquecimento, refrigeração, iluminação externa,

incubadores, misturadores de ração, geradores de energia elétrica, etc. Para que se possa produzir um metro cúbico (1m³) de biogás são precisos: a) 25 kg de esterco fresco de vaca ou; b) 5 kg de esterco seco de galinha ou; c) 12 kg de esterco de porco. O biofertilizante é um líquido rico em matéria orgânica e pode ser usado como adubo no solo, enriquecendo-o. O biofertilizante possui teores de nutrientes maiores que o do material original e se torna um adubo muito mais barato que os de origem química. A Cooperativa Santa Clara foi pioneira no estado do Rio Grande do Sul em aplicação de biodigestores para tratamento de dejetos líquidos suínos e transformação do biogás gerado em energia elétrica. O sistema em Carlos Barbosa está em funcionamento há quase 10 anos e gera 1.000 m³/dia de biogás. *A coluna com temas ambientais voltados para a propriedade rural é publicada a cada dois meses no Cooperleite. 11 COOPERLEITE | NOVEMBRO 2016


ENCONTROS DE ASSOCIADOS

Encontro de criadores com registro acontece em dezembro O 16º ENCONTRO de Criadores de Gado de Leite com Registro acontece na sede da ASCLA (em frente à indústria de Laticínios), no dia 9 de dezembro. A programação conta com palestras técnicas sobre boas práticas, cuidados com máquina de ordenha, administração e análise de mercado (confira no quadro abaixo). As inscrições podem ser realizadas junto aos técnicos do DPL até o dia 5 de dezembro.

Valter Galan, da Milkpoint, falará sobre o mercádo lácteo e de grãos

PROGRAMAÇÃO 9h15min - Recepção 13h30min - Palestra “Pecuária Leiteira - Utilizando 9h30min - Abertura os números e indicadores para administrar”, com o 10 horas - Palestra “Boas práticas para produzir médico veterinário da DSM Produtos Nutricionais leite com qualidade”, com o médico veterinário e Brasil S/A, Francisco Van Riel Auditor Fiscal Federal Agropecuário, Alexandre 12h45min - Almoço Trindade Leal 13h45min - Palestra “Análise de Mercado de Lácte10h45min - Palestra “Influência da Máquina de Oros e Grãos”, com o engenheiro agrônomo e diretor denha na Saúde do Úbere”, com o médico veterináda Milkpoint, Valter Bertini Galan rio e gerente técnico do HIPRA Saúde Animal para 15 horas - Atualização de dados dos registros com o Argentina, Brasil e Uruguai, Rafael Ortega analista de fomento Claudir Vibrantz

Santa Clara e DSM premiam associados

Antônio Batistti venceu em qualidade e quantidade

OS VENCEDORES da 1ª edição do Programa de Qualidade do Leite Começa Aqui 2016, promovido pela Santa Clara e DSM Tortuga foram apresentados durante uma palestra sobre utilização de suplementação alimentar para pré e pós-parto, realizada na sede da Ascla, no dia 03 de novembro. Antônio José Batisti, da comunidade de Torino, em Carlos Barbosa, foi o vencedor em qualidade 12e quantidade. Segundo o produtor, NOVEMBRO 2016 | COOPERLEITE

Valdemiro Benedetti foi 1º em qualidade do leite

a suplementação é fundamental para aumentar a qualidade da matéria-prima. “Precisamos oferecer uma boa ração ao rebanho, principalmente se quisermos aumentar os níveis de proteínas e energia", comentou. Valdemiro João Benedetti, da comunidade de 7 de Castro, Carlos Barbosa, foi o vencedor na categoria qualidade. O associado Vanderlei Antonio da Silva, de Espumoso, ficou com o segundo

lugar em qualidade, enquanto que Valdir Zaro, de Torino, ficou com a 3ª colocação. A 1ª edição do Programa de Qualidade do Leite Começa Aqui 2016 levou em conta dados da produção leiteira de cem associados que utilizam a ração Santa Clara com minerais DSM. Foram analisados índices da composição do leite, proteína, gordura e quantidade no período de janeiro a setembro.


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