Catálogo do Bardo

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CordĂŠis do Bardo (CĂĄrlisson Galdino)


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Caro amigo que acompanha Essas linhas que ora escrevo Sobre um assunto importante Que até pode causar medo Mas não é tão complicado Você vai ficar espantado Não ter entendido mais cedo Aqui falo de uma luta Da mais justa que se viu Por democratização Nesse espaço tão hostil Que é dos computadores Falo dos novos valores Que estão tomando o Brasil

Há nem tanto tempo assim Poucas décadas atrás Quem trabalhava em banco Escritórios e outros mais Sempre tinha precisão De não escrever a mão Documentos oficiais É por isso que usavam Quando o trabalho pedia Uma máquina adequada Para a Datilografia Sempre grande e pesada Numa mesa, preparada Em todo canto uma havia


Tem gente que pensa Que computador É calculadora Mal lhe dá valor Mas ele é bem mais Que pode supor Tem gente que pensa E pensa saber O que é o negócio Chamado PC Pensando que é só Máquina de escrever

Num reino muito longe, nonde nasce o dia Onde vivos lamentam pela própria vida Onde o dia no inverno quase não se nota E no verão a noite vem despercebida Em uma casa nem tão pobre, nem tão fina Viviam dois amantes, e uma menina Linda como o orvalho era concebida Seus olhos eram claros num azul tão vivo Que todo o azul do céu ficava envergonhado De pele tão suave, cabelos em cachos Como os de um anjo, de belo brilho dourado Até quando chorava, sua voz tão pura Soava tão bonita, com tanta ternura Que caía a seus pés, todo o povo, encantado


Lá no meio de Alagoas Num povoado distante Morava um certo sujeito Conhecido como Rand Era o nome mais ligeiro Pois seu nome verdadeiro Era Ronaldo Alexandre Rand vivia tranqüilo Longe de qualquer estrada Fazia tudo na terra Mexia com boi e enxada Mas a sua vaidade Tava na realidade De não ter medo de nada

Meus amigos que acompanham Esta rádio pela antena Hoje temos dois gigantes Duelando na arena Rei do esporte e da cantiga Atenção para essa briga Ela não vai ser pequena É o rei do futebol Pelé, como é conhecido Há muito aposentado Um jogador bem vivido Vindo aqui mostrar seu jeito Está do lado direito Pra provar que é mais sabido


Do cano de seu revólver Ainda foge a fumaça Ainda reflete no ouro O céu e parte da praça E o silêncio do momento Só se quebra quando o vento Diz: nem todo dia é da caça E a fumaça do revólver Como o sangue num punhal Denuncia aquele tiro Para bem ou para mal Na fumaça o sangue arde E se eleva ao fim da tarde E avermelha o céu total

Naquele tempo antigo Dos grandes descobrimentos Navios cruzavam mares Levando dor e tormento Às terras por toda a vida Fossem novas ou antigas Sem respeito e violentos Iam à costa africana Com suborno ou então bravos Deixavam terra levando Dezenas de homens, escravos Outros levavam empregados E muitos deles, coitados, Eram mortos por centavos


O mundo é um lugar que consome recursos De um grande super-computador divino E cada pessoa é um programador Que constrói o seu próprio destino Você tem os fontes também! Cada ser na Terra foi código-fonte E hoje executa, e um grande mistério Quem foi que compilou cada criatura E deu tão altos privilégios? Você tem os fontes também!

No mundo tecnológico A gente escuta falar Sobre um monte de programas Que se pode utilizar Sem precisar muito esforço Nem botar a mão no bolso Isso costuma animar São programas mais diversos Que muitos chamam de "free" Mas isso tem um problema Que está na palavra em si Pois esse "free" pode ser Livre ou grátis, e você? Você sabe diferir?


Num reino não tão distante Com enorme população Havia um rei poderoso Mandando no que há sobre o chão Seu reinado foi construído Pelo poder que outros lhe dão E o rei tinha ouro e castelo Exército: espada e canhão E tinha ministros e nobres Coroa e anéis na mão Mandava em tudo Era absoluto O rei era o deus da nação

Nossa história hoje começa Muito além, além do mar Numa Terra tão antiga Terra de leão, jaguar Elefantes e savanas É nas terras africanas Que tudo vai começar Mas o que falo a seguir Não é em nada ilusão Este cordel é de História Não fala de ficção Leia tudo até o final Este problema é real E é causa de aflição


Se eu te der uma foice? Corto cana até umas horas E se eu te der uma amora? Digo se é amarga ou doce Se eu te der uma viola? Mostro que sou cantador E se eu te der uma flor? Eu recuso, seu boiola

O dia nasce na cidade, nasce Damião O Sol explode como pode mas não pode não O povo busca a liberdade na cidade, em vão Um brilho, nasce nova face, nasce Damião Vem nos libertar Vem mostrar ao mundo a nova voz Vem nos libertar Vem mostrar que não estamos sós


Seu Papai Noel Receba o pedido Que faço ao senhor Pro povo sofrido Que o mundo hoje em dia Já nem faz sentido Aí na geleira Deve estar normal Mas fora, no mundo Não tá tão legal Leia essa cartinha Até o final

Meus amigos, com licença Vou falar da realidade Desses dias de hoje em dia Do que fez a humanidade Desbravando com bravura A mata da Literatura Veja quanta novidade Houve um tempo muito antigo Que poeta tinha ideia De escrever longas histórias Fosse o leão da Nemeia Odisseu e suas dores Ou grandes navegadores Era a tal da epopeia


Chegam os primeiros raios de sol Trazendo luz à capital estadual E invadindo janelas, levam lucidez Para todos, que criam ser um dia normal Mas curioso é o que as forças do tempo criam Pra contrariar quem pensa que é deus, mas é mortal São capazes de modificar o que há de mais natural

No topo daquela montanha Se mostrava um lindo castelo Lugar de coisas impossíveis E lar de um povo tão singelo Jardim de eterna primavera De paz e tudo o que é belo No alto daquela montanha Moravam o Rei e a Rainha Tão jovens e bem humorados E tudo que essa terra tinha Por esses dois, justos e alegres Era bom, só ventura vinha


Na cidade de Rio Largo Bem perto de Maceió Habitava um tal sujeito Que vivia sempre só Estudava e trabalhava E de noite descansava Na casa da sua avó Ele se chamava Léo Neto de Dona Maria Quando ele desocupava Sempre ele refletia Sobre sua condição O que diz seu coração Era louco por Talia

Vou te contar uma história: Um dia olhando o espaço Eu acabei visitando O símbolo do fracasso Vagando no céu perdido Como um cadáver sem braço Girando em torno de um Sol Era um planeta sombrio Era vermelho e azul E aquele calor febril Só de noite se acalmava Mas nem sempre ele era frio


Se você pensa que é fácil A vida de encanador É melhor pensar de novo Pra ver se dá mais valor Os canos trazem perigos Desafios e inimigos Pro corajoso transpor Veja o exemplo do Mario Bigodudo sem esmero Que enfrentou desafios Andou por quantos castelos? Foi com coragem e presteza Procurando a princesa Do Reino dos Cogumelos

Eu vou falar de um cara Que gostava de fazer Tudo que pode ser feito Na frente de um PC Falam que não conhecia Nem sua própria face Mesmo assim ele era um gênio Na área da Programação Programava para a China Pros States, pro Japão Era do melhor que tinha Dentro e fora da nação


Era uma vez um país Que, vários anos atrás Sob a lei de militares Muito terríveis, brutais Quis ver no povo Esperança Só que não havia mais Claro, com tantos massacres Morte, censura, opressão Como ia ser diferente? Mas veio uma solução Pro povo ter alegria Orgulho de sua nação

No mundo dos videogames Mimimi é bem normal Pessoas com preconceitos Sem conhecer a real Pegam um jogo qualquer Sem jogar uma vez sequer Se apressam em falar mal Há quem fale mal de esporte Quem não curta RPG Ou dos jogos “infantis” Ou de jogos pra PC Pois esse campo é de jeito Que um besta preconceito É fácil de aparecer


Cê sabe o que é Burguesia? Sente que vou te explicar Sabe um sujeito bem rico Que juntou tanta quantia Que luxa e viaja o mundo Sem trabalhar um segundo Esta é a tal burguesia Com sua ganância fria São os donos da indústria Que fabrica o seu feijão Donos de aviões, navios Da terra e o que lá se cria São os que lucram zilhão Com a tal corrupção Esta é a tal burguesia Com sua ganância fria

Da eleição de presidente pra cá Toda a maldade dos donos do Brasil Bateu nos pobres para a crise parar Não acabou, ela só evoluiu Eles nem deixaram Dilma governar E a tiraram pra botar no lugar Um vampiro sem coração e senil A turma envenenada Pelo ódio a um partido Foi pra rua praguejando Em protesto sem sentido "É contra a corrupção" Era o que era ouvido


Desde quando o mundo é mundo Que tem gente sem noção Que acredita em cada coisa Sem a menor condição E hoje nessa poesia Vou falar de uma teoria Claro, da conspiração Tem muita teoria assim Se buscar, se acha quem diz Que o homem não foi à Lua Que bem no nosso nariz Por dentro, a Terra é oca Mas hoje a teoria louca Fala do nosso país

Quem anda por Alagoas Pequena nesse Nordeste E se afastando das praias Vai em direção ao Oeste Achará uma cidade Que fica bem na metade Do Estado, lá no Agreste Seu nome é Arapiraca O tema da nossa história É uma cidade até grande Se for ver estado afora É a segunda maior Só perde pra Maceió Se ver quanta gente mora


Estamos apresentando Na nossa televisão Nossa Peleja na Tela Pra quem quer ver discussão Toda semana são dois Brigando em opinião Nessa peleja de hoje O pastor teologista De nome João Divino Enfrentando o cientista Chamado Pedro Antônio Quero que você assista!

Eu vou contar uma história Que aconteceu no Nordeste Era uma vez um menino Que, metido a ser pivete, Só cabia na cabeça O tal jogo Minecraft Ligava o computador Só para poder jogar E quando estava jogando Não via o tempo passar Depois do computador Jogava no celular


Num país muito distante Distante do ideal Existia um governante Cria das forças do mal Que só cresceu com trapaças E mentiras de jornal Seu governo só servia Pra quem já tinha riqueza Acabava de matar Quem nem tem mais pão na mesa “Piedade? Que é isso?” E desprezava a pobreza

Lá para o ano dois mil E duzentos e dezoito A bandidagem à solta Mata por água e biscoito A polícia também cala Simplesmente mete a bala Naquele que é mais afoito A TV não se decide Qual é o mal da nação Ora diz que é as crianças Ora que é a corrupção Ora são os terroristas Ora a classe dos artistas Ora o bando de Lampião


Tem muita gente que pensa Que para ser escritor Só seguindo norma culta Popular é sem valor Que o músico é irrisório Se não tem conservatório Não é bom compositor Mas cultura é mais que isso Arte simplesmente existe Com estudo ou sem estudo Mesmo sem aval da elite Vai seguir sendo criada Não importa o que a cambada Desses ditos sábios grite

Hoje vou contar um conto Sobre um sujeito bem tonto Que dormiu, passou do ponto Acordou, era bem tarde Estava noutra cidade Nanica, dava pra ver Cobrador mandou descer “Bem-vindo ao Lago de Jade” - O que aconteceu comigo “Dormi, preciso de abrigo” Na rua tinha um mendigo No chão bebendo cerveja Talvez cachaça, que seja Era melhor procurar Casa do prefeito? Um Bar? Uma pousada? A igreja?


A História do Brasil, Não a história real, Mas aquela que é tratada Hoje como oficial Nasceu da ocasião Da grande navegação Partida de Portugal Encontraram e foram embora Até que num certo instante Resolveram ocupar O nosso país gigante Assim as capitanias Hereditárias surgiam Cada qual, um governante

Era uma vez um lugar Chamado Reino do Figo Que tinha rei e rainha E todo mundo era amigo Viviam todos felizes É verdade, eu te digo! O rei chamava João A rainha era Rosa Um dia ela acordou Enjoada e preguiçosa A curandeira chamou Para dois dedos de prosa


Há muito tempo que existe Povo folgado e gaiato Com costume de mentir Para não pagar o pato Inventam algo de alguém Talvez para se dar bem Esse é o tal do boato Tem uns que só incomodam Causando mal entendido Após dois dedos de prosa Já tá tudo resolvido Nenhum problema resulta Mentira com perna curta Tropeça e tá esquecido

Comando Dogmático Tem gente que se acorrenta A uma única visão De mundo e sequer aceita Ouvir outra opinião E a vida segue restrita Qualquer coisa que acredita Se torna Religião Que todos sigam sua Bíblia Para poder terem paz Senão o Inferno é certeza! Se vira num Satanás Depois que assume o comando Só pra se sentir andando Bota os parceiros pra trás


Quem que nunca ouviu falar? Pois se vê por toda parte A contagem na cultura Falando das sete artes Sem mistério, sem dilema A sétima é o Cinema Quem não sabe vive em Marte Porém quanto às outras seis? Talvez que ninguém conheça Pois eu procurei saber Vou falar, é uma promessa Dessas sete artes que havia E as novas, que eu nem sabia Que tinha quatro além dessas

Saudação, cara figura Que lê esta poesia Isto aqui é um cordel Caso você não sabia Neste cordel singular Cordel vou apresentar Tentar passar sua magia Você pode achar estranho E um tanto recursivo Um livro para ensinar Como se escrever um livro Esse tipo de lição Traz democratização Pra tornar cordel mais vivo


Quem não sabe o que é um rádio É uma tecnologia De mandar som pelos ares Como se fosse magia Para a comunicação Música ou informação Basta pegar o aparelho E fazer a sintonia Aparelho que hoje em dia Chamam de coisa de velho

Durante um dia de Sol Andava um homem errante De coragem e valentia Nome Ronaldo Alexandre Mas amigos e parentes Lhe conhecem simplesmente No apelido de Rand Ele contava as histórias De aventuras e terror Os seus amigos mangavam “Cê parece pescador!” Mesmo sem acreditar Gostavam de escutar Davam o maior valor


Ainda sem impressĂŁo


Ainda sem impressĂŁo


Cordel em Arapiraca


Manifesto Neocordelismo (1 de 3)

Cultura é viva - não cabem amarras à cultura. Ao artista cabe expressar sua criatividade e sua arte a seu modo. A cultura se transforma. Mesmo que elementos muitas vezes sigam intocados, a cultura também muda, com surgimento de modos e conceitos novos e o desuso de modos e conceitos antigos. 1)O Tempo dirá - inúmeros artistas e estilos foram criados no decorrer da História, criticados e desdenhados na sua época, sendo reconhecidos e admirados a posteriori. Não cabe a ninguém dizer que arte tem e qual não tem valor. O julgamento virá com o público e com o tempo. 2)Cultura nordestina - entendemos cultura nordestina como um guarda-chuvas que abriga várias expressões artísticas, dentre elas folguedos, xilogravura, artesanato, literatura de cordel, repente, forró, baião, frevo, axé. 3)Literatura de cordel - toda obra de poesia popular nordestina, que tenha forte vínculo com os estilos da cantoria popular ou deles derivados, ou adaptados. 4)Poética do cordel - inicialmente, o cordel era em quadras. Mais comumente as poesias deste gênero literário são escritas em sextilhas, setilhas ou décimas. A métrica é a redondilha maior, na maioria das vezes. Reconhecemos isto, mas não limitamos as possibilidades a estes grupos, aceitando variações. Reconhecemos como válidas para literatura de cordel todas as modalidades de cantoria popular. 5)Temática do cordel - talvez seja mais conhecido o cordel que traga como temática a própria cultura nordestina, mas além de cangaço, reis, matutos, vaqueiros e engenhos, o cordel já tratou de política, religião, humor, notícias, história, disputas de violeiros e obscenidade. No cordel cabe a temática que se quiser: informação, folclore, cultura pop, opinião e introspecção, por exemplo, não estão fora do leque de possibilidades.


Manifesto Neocordelismo (2 de 3)

6)Apresentação do cordel - para ser considerado cordel, não é necessário que esteja impresso em um livreto A6. Também não definimos uma linha de corte a partir da qual se considere ou deixe de considerar cordel. A finalidade também pode interferir na estrutura ou na forma. Um cordel para ser declamado pode ser mais curto, enquanto existem cordéis longos, para narrar em forma impressa histórias de tramas mais complexas. 7)Antropofagia - o cordel é um vórtice que absorve o que há ao redor, porque o próprio artista incorpora sua vivência e suas preferências naquilo que escreve. O cordelista pode escrever apenas sobre vida no sertão dos anos 30, mas não está preso a isso. Assim como no cordel houve espaço para a reprodução de clássicos da literatura ou reescrita de contos de fadas, o cordel de hoje também tem espaço para incorporar tudo o que está à nossa volta. Dos videogames à mecânica quântica, dos debates sobre classe, raça e gênero à autoajuda. Basta o cordelista querer. 8)Experimentações - é direito do artista criar. Tanto no conteúdo, quanto na forma. Assim, a própria estrutura pode ser repensada. Convidamos todos a experimentar novas formas de escrever cordel e novos cordéis. Podemos usar elementos de outros gêneros literários e criar novas derivações e novos conceitos.


Manifesto Neocordelismo (3 de 3)

9)Subgêneros - o cordel é um gênero literário e isso não impede que tenha subgêneros. Defendemos a definição e classificação desses subgêneros. Acreditamos que a existência de subgêneros em um gênero artístico não o deprecia. Do contrário, só revela o quanto aquele gênero cresceu e se sofisticou. Essa expansão acontece tradicionalmente com gêneros musicais e defendemos sua aplicação também na Literatura de Cordel. Visualizamos o cordel clássico, escrito em sextilhas ou setilhas (na forma mais utilizada por Leandro Gomes de Barros); o cordel absurdo (conhecido por Zé Limeira); o cordel de peleja; o cordeljornal (informativo das notícias, com ou sem opinião); o cordel infantil (escrito tendo como público-alvo crianças); e o cibercordel (cordel escrito para publicação apenas na Internet, apresentado na íntegra em blogs ou redes sociais); em uma listagem que pode crescer ainda mais e variar não apenas pela temática, mas por outras características, como por exemplo pela estética mais frequente. Na Edição 2 (de 22 de fevereiro de 2019), este manifesto estava assinado por Cárlisson Galdino, Zé de Quinô, Breno Airan, Girleide A. de Lima, Ronaldo Oliveira, Tony Pessoa, José Medeiros de Lacerda, Luiz Alberto Machado, Jotacê Freitas e Paola Limeira.


Cordelaria

Castelo do Tempo Diagramação e impressão de cordéis http://castelo.cordeis.com/ Contato: diretamente com Cárlisson Galdino


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Contato Site pessoal http://cordeis.com/ Politicast http://politicast.info/ E-mail cg@cordeis.com Mastodon @cordeis@masto.donte.com.br Telegram e Twitter @cordeis


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