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Domingo, 26/Novembro/2017

so”. A troca foi boa, pois os participantes queriam entender a questão da moda como estratégia econômica da comunidade negra”, conta o publicitário, que lançou esta semana um edital de investimento em empreendedores negros. Herlom Miguel, que criou com a mãe a marca Rosa Malê, foi ao evento conferir as palestras e destacou a composta pelo trio. “Essa mesa trouxe perspectivas interessantes, sobretudo de discutir economia num ponto de vista geral para depois partir para o específico. O tempo que o dinheiro circula na mão das pessoas negras é muito curto em comparação com não-negros. Ou seja, a população negra tem menos possibilidades de ter lucros maiores”, conta. Para o administrador, “só vamos conseguir ter vitória e acesso à economia e condição de crescimento se tivermos política pública e investimento”. No bate-papo Empoderamento e Empreendedorismo Feminino, oferecido pela Avon, com Ana Fontes, da Rede Mulher Empreendedora, Ivete Sacramento, secretária municipal da Reparação, e Maria Coelho, gerente divisional de Vendas da Avon, a discussão sobre finanças também deu o tom da conversa. Fontes revelou que, em uma pesquisa organizada pela instituição em que trabalha, foi identificado o que motiva as mulheres a abrirem seu próprio negócio. “Quando pergunta-se para um homem, as respostas estão

Turbantes também marcaram presença na loja colaborativa do Afro Fashion Day, que contou com 14 marcas

relacionadas ao dinheiro. Quando pergunta para mulher, estão relacionadas à emoção”. Essas e outras informações foram compartilhadas na mesa que contou ainda com apresentação da mestre de cerimônias do evento, a jornalista Maíra Azevedo, a Tia Má, e mediação de Linda Bezerra, editora-chefe do CORREIO.

AFD STORE Tainá Marylin Souza, 18, aluna do primeiro semestre de moda da Universidade Salvador (Unifacs), disse ter ficado encantada com a estrutura do evento. A jovem revelou que foi acompanhada por dois colegas do curso, mas que no caminho, encontrou tantos outros que “até perdeu a conta”. Ela considera ainda o AFD “um

evento lindo pela mensagem e sentimento de responsabilidade social e ecológica”. E completa: “Achei superinteressante todo o visual publicitário montado na loja colaborativa AFD Store. Usaram a cor verde e design artesanal com caixotes. Tudo isso me trouxe a ideia de sustentabilidade”, enfatiza a universitária que também

BAZAR 13 aproveitou o som comandado pela Banda Rua 06 e pelos DJs Jack Nascimento e Raiz na praça de alimentação, no 1º piso. O espaço contou com a venda de lanches variados, como crepes, abará, beiju, sanduíche e pizza, além de água, cerveja e refrigerante. O pesquisador em moda e jornalista Luis Fernando Lisboa também conferiu a feirinha no 2º piso e as marcas Black Atitude, Boutique Negralá, Erika Rigaud Turbantes, Goya Lopes, Guapa (Com Amor, Dora e La Abuela), NBlack, Negafulô, Outerelas, Preta Brasil, Sonbrille, Sou Diva – Tá Bom Pra Você?, Rey Vilas Boas, Turbanque e as produções dos estudantes do Bahia Revoluções Criativas, do Instituto ACM. “Vi marcas novas no mercado e outras mais veteranas. A iniciativa do Afro de apresentar as produções é o que há de mais atual na cena da moda. É uma discussão contemporânea. O evento está conectado com demanda e potencial criativo”, destaca Lisboa, que conferiu todos os andares do evento, disse ainda que o projeto contribuiu na divulgação das marcas. “A qualidade das peças vistas na passarela e na loja é alta. Os produtos da Bahia acabam sem ter visibilidade. Só se vê eixo Rio-São Paulo e acabamos prejudicados ao mostrar as nossas produções”, finaliza o mestre em Cultura e Sociedade que pesquisou na Ufba a história de vida do estilista baiano Ney Galvão, falecido na década de 90.


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