Analise dos clubes brasileiros de futebol ITAU BBA 2017

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AnĂĄlise EconĂ´micoFinanceira dos Clubes de Futebol Brasileiros | 2017 Dados Financeiros de 2016

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Introdução

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2016 | A Insustentável Leveza do Ser

Vamos relembrar de 2015: encerramos o ano acreditando que a gestão financeira dos Clubes Brasileiros nos trazia Uma Nova Esperança, uma vez que havia sinais de que estavam trabalhando para organizar as casas, reduzir dívidas, controlar Custos e se tornarem sustentáveis.

Corta para 2016. E vamos filosofar sobre o Futebol, e trazer Milan Kundera: “Aquilo que não é conseqüência de uma escolha não pode ser considerado mérito ou fracasso.” Como parte da vida, o Futebol também depende de decisões, e não falamos apenas das que ocorrem dentro de campo. Toma-se risco ao contratar, ao dispensar, ao aumentar salários, ao atrasar pagamentos. São escolhas, e a partir delas se mede mérito ou fracasso. Não há nada por acaso na gestão do Futebol. Um dos grandes problemas do Futebol é, no dilema entre Leveza e Peso trazido por Kundera em sua obra clássica, o descompromisso dos Dirigentes com o longo prazo. É um problema existencial que contrapõe a Leveza (o descompromisso com o longo prazo) e o Peso (cuidar da sustentabilidade do Clube), onde ao final, e naturalmente, opta-se pela Leveza. Afinal, a Liberdade é sempre melhor. Nos deparamos com a dificuldade dos Dirigentes em superar o desafio de se importar com o longo prazo, com o futuro. Organizar as Finanças, controlar os gastos hoje, não trará resultados esportivos e glórias agora, mas sim no futuro. E outro Dirigente será o beneficiário das conquistas. E desta forma, assume-se então o comportamento do "convite à vida", de viver cada momento - ou cada campeonato - como se fosse o último. Afinal, o que importa é o hoje. E assim, o Futebol Brasileiro segue sua sina. Mesmo depois de receber um montante de dinheiro extraordinário de Luvas pelo novo acordo de direitos de jogos para TV Fechada para o período 2019-2022, e contar com aumento significativo das Cotas de TV, além de continuar vendendo atletas, tudo se volta para a conquista hoje. E assim como em outros anos onde ocorreram situações similares, o ajuste é uma mera teoria. E temos novamente Milan Kundera: “Não existe meio de verificar qual é a decisão acertada, pois não existe termo de comparação. Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação. Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado.”

É assim que os Dirigentes agem. Como se presos a um Feitiço do Tempo*, em que se repete infinitamente o Dia da Marmota.

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2016 | A Insustentável Leveza do Ser

A realidade, entretanto, é menos filosófica e mais grave do que imaginamos. O cenário da Indústria do Futebol poderia ser completamente diferente se, ao se deparar com o aumento de Receitas e a entrada das Luvas pela renovação do contrato de TV Fechada, os Clubes tivessem optado por reduzir Dívidas, cortar Custos, segurar Investimentos, focando mais em Estrutura e Base que em Profissional. O que nós veremos nas próximas páginas é uma sucessão de decisões que objetivam resultado de curto prazo, e não pensando que em breve as Dívidas do Profut começam a vencer, que há Dívidas Bancárias, que as Receitas num País como o nosso são erráticas, que nem sempre será possível vender Atletas para fechar as contas. Mas que os Custos permanecerão ali, consumindo caixa, por algum tempo. Esta é uma distorção do nosso modelo de controle dos Clubes. Ao serem entidades políticas, que dependem de eleição e mudam sua gestão de tempos em tempos, não há incentivo a pensar em longo prazo, se as conquistas estão a um passo de distância. O problema, é que todos os anos todos os clubes começam do zero, e estão a um passo de distância da glória. Só um será Campeão. E poucos se sustentam nessa condição por muito tempo, justamente porque só pensam na próxima conquista. Acreditamos que gestões que coloquem ordem na casa e tornem os Clubes sustentáveis, terão a chance de se perpetuarem na ponta dos campeonatos. Mas isto ainda é um desejo, apenas, pois são raros os clubes que buscaram este caminho, sacrificando o Hoje e mirando no Sempre. Bola para frente, que o jogo está só começando.

* "Feitiço do Tempo" ("Groundhog Day") é um filme de 1993 da Columbia Pictures, estrelado por Bill Murray e Andie McDowell, que mostra um jornalista que tem sua vida presa a um único dia, que se repetia incessantemente.

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Disclaimer Sempre importante lembrar Este é um trabalho feito pelos profissionais da Área de Crédito do Itaú BBA, baseado exclusivamente em informações públicas e sem que tivéssemos qualquer contato com os clubes para explorar eventuais dúvidas e aprofundar algumas questões. O objetivo é meramente informativo e tentamos apresentar aos Torcedores a visão de uma equipe técnica e multiclubística sobre a condição financeira do Futebol Brasileiro e seus Clubes. Vale ressaltar que apesar de alguns clubes apresentarem balanços bastante detalhados e esclarecedores, há uma enorme dificuldade em ter a mesma qualidade em todos os balanços, o que torna limitada nossa ação. E mesmo para clubes que disponibilizam informações estruturadas, ainda restam dúvidas relevantes. Por conta disso, podemos afirmar que o material reflete a realidade “pública” de cada clube, e nossas avaliações são feitas com base em hipóteses técnicas, apenas. Por isso, quando falamos em “atrasos”, isto reflete uma avaliação técnica das movimentações contábeis, baseado nos dados disponíveis. Trata-se de hipótese técnica e são suposições, apenas, e justificam o fechamento do fluxo de caixa do período. Não temos também qualquer contato com Patrocinadores, Federações, Parceiros, de forma que nossas avaliações consideram informações publicadas pela Imprensa como única fonte externa aos Balanços, inclusive entrevistas e matérias feitas com Dirigentes. Não conseguimos fazer a análise do Atlético Goianiense, por conta da pouca qualidade das informações.

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Sumário 1. Introdução 1.1 | 2016 | A Insustentável Leveza do Ser 1.2 | Disclaimer 1.3 | Recapitulando 1.4 | Receitas 1.5 | Receitas | Tratamento a Valor Presente 1.6 | Receitas | TV, sempre ela 1.7 | Receitas | Crescimento 1.8 | Receitas| Direitos de TV 1.9 | Receitas | Direitos Federativos 1.10 | Receitas | Direitos Federativos 1.11 | Receitas | Publicidade 1.12 | Publicidade | Detalhe por Clube 1.12 | Receitas | Bilheteria e Sócio Torcedor 1.13 | Receita da Bilheteria | Por Clube 1.14 | Sócio Torcedor | Relevância 1.15 | Receitas | Concentração 1.16 | Custos, Despesas e EBITDA 1.17 | EBITDA | Efeito Palmeiras e Flamengo 1.18 | Comportamento do EBITDA Recorrente 1.19 | Investimentos 1.20 | Investimentos | Categorias de Base 1.21 | Investimentos | Origem do Dinheiro 1.22 | Dívidas 1.23 | Dívidas | So far. so good 1.24 | Dívidas | Alavancagem 1,25 | Profut | É possível pagá-lo? 1.26 | Dívidas Operacionais 1.27 | Fluxo de Caixa Livre 1.28 | Gastos Totais 1.29 | Geração de Caixa Livre 1.30 | Geração de Caixa Livre por Clube

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2 3 5 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35

2. Clubes | Análise Individual

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2.1 | Alguns Conceitos Básicos 2.2 | América MG 2.3 | Atlético MG 2.4 | Atlético PR 2.5 | Avaí 2.6 | Bahia 2.7 | Botafogo 2.8 | Chapecoense 2.9 | Corinthians 2.10 | Coritiba 2.11 | Criciúma 2.12 | Cruzeiro 2.13 | Figueirense 2.15 | Flamengo 2.16 | Fluminense 2.17 | Goiás 2.18 | Grêmio 2.19 | Internacional 2.20 | Joinville 2.21 | Náutico 2.22 | Palmeiras 2.23| Ponte Preta 2.24 | Santa Cruz 2.25 | Santos 2.26 | São Paulo 2.27 | Sport 2.28 | Vasco da Gama 2.29 | Vitória

37 38 43 48 53 58 63 68 73 78 83 88 93 98 103 108 113 118 123 128 133 138 143 148 153 158 163 168

3. Hora da Verdade | Nossas Projeções

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4. Avaliação de Desempenho | Gráfico

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5. Futebol no Brasil x Europa

190 195

6. Conclusões 7. Escalação

197 199

8. Referência

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Recapitulando

Importante citar alguns critérios que utilizamos para ajustar os balanços e torná-los comparáveis. lembrando sempre que os critérios de Contabilização e os Critérios de Análise Econômico-Financeira não são e nem precisam ser os mesmos. Análise é justamente a maneira de interpretar os conceitos contábeis. RECEITAS | As Receitas Totais consideram tudo que é Operacional, ou seja, tudo que foi gerado no dia-a-dia do Clube e que tem recorrência direta. Entretanto, fazemos uma segunda derivada, que é utilizar o conceito de Receita Recorrente, onde excluímos a Venda de Atletas, pois apesar de ser Operacional, é muito errática, e para fins de Gestão deveria ser desconsiderada nos Orçamentos. LUVAS DE TV | São comuns, de certa forma Operacional, pois estão atreladas ao principal contrato dos clubes, mas não é recorrente. Portanto, para fins de análise, consideramos como Não Operacional, o que as exclui do EBITDA. DÍVIDAS | Conceitualmente, restringimos a análise das Dívidas aos 3 grupos que mais afetam o fluxo de caixa de um clube. Na prática,. são as Dívidas que podem levar o Clube a dificuldades. São elas: BANCÁRIAS: Dívidas com Bancos e Pessoas Físicas que cobram taxas similares; OPERACIONAIS: São os Fornecedores, cujo maior parte vem de valores a pagar a Clubes pela aquisição de Atletas e Despesas Provisionadas, que são as parcelas de salários e Encargos a serem pagas no mês; IMPOSTOS: são os valores devidos de Impostos de longo prazo, equacionados ou não no Profut, e as Provisões para Contingência, visto que são potenciais problemas no futuro. Na conta de DÍVIDA TOTAL, excluímos apenas a parcela de Disponibilidades (Caixa), pois os demais Ativos, por mais líquidos que possam ser, conceitualmente ainda podem deixar de ser pagos, enquanto a Dívida necessariamente deve ser paga. INVESTIMENTOS | No balanço está junto do valor dos Atletas o Direito de Imagem. Quando está informado, excluímos do Permanente e lançamos no Realizável a Longo Prazo.

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Receitas Evolução das Receitas Brutas Totais* | R$ milhões

* Refere-se aos 27 clubes da análise

Evolução das Receitas Brutas Recorrentes** | R$ milhões

** Exclui as Receitas oriundas da venda de Direitos Econômicos de Atletas

O Ano de 2016 apresentou crescimento de Receitas relevante, tanto na avaliação Total quanto sob a ótica de Receitas Recorrentes. Foram 20% em termos Totais – e esta avaliação exclui as Luvas pagas pelas emissoras de TV pelos Direitos de Transmissão de TV Fechada de 2019 a 2022 – e 28% quando tratamos os dados e excluímos a Venda de Atletas, considerando apenas o que é Recorrente. Os números são expressivos, especialmente se analisados no contexto macroeconômico Brasileiro, que vem de dois anos de recessão, com queda de PIB consecutiva em 2015 e 2016. Ou seja, está claro que a Indústria do Futebol tem um nível de resiliência que é visto em poucas indústrias, dado sua dinâmica associado a dois drivers estáveis: contrato de longo prazo com as TVs e a Paixão dos Torcedores, que garantem boas receitas de Bilheteria, contratos de Publicidade e mesmo o impacto nos contratos de TV Fechada.

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Receitas | Tratamento a Valor Presente Evolução das Receitas Brutas Totais* | R$ milhões

* Refere-se aos 27 clubes da análise

Evolução das Receitas Brutas Recorrentes** | R$ milhões

** Exclui as Receitas oriundas da venda de Direitos Econômicos de Atletas

Mas, num País onde a inflação acumulada entre 2010 e 2016 foi de 49%, qualquer análise de longo prazo precisa considerar este efeito, pois a mudança de valor do dinheiro no tempo é bastante significativa. Na análise das Receitas comparamos a nominal com a real, trazendo a Valor Presente pelo IPCA as Receitas desde 2010. O que é positivo na análise é verificar que exceto por dois anos – 2014 nas Receitas Totais e 2013 nas Receitas Recorrentes – todos os demais anos as Receitas Consolidadas do Futebol Brasileiro* apresentaram crescimento acima da inflação. Isto confirma duas teses: i) as Receitas do Futebol estão descoladas do desempenho da Economia; ii) há uma volatilidade razoável nas Receitas. Ampliando um pouco esta análise, o crescimento médio anual (CAGR) entre 2010 e 2016 foi de 17% nas Receitas Totais a Valor Presente, e 10% nas Receitas Recorrentes a Valor Presente. Mas precisamos lembrar que em 2012 houve um reajuste significativo no valor das Cotas de Transmissão de TV do Campeonato Brasileiro, de maneira que esta análise precisa de uma segunda avaliação. Desta forma, se tomarmos o crescimento médio anual (CAGR) a partir de 2012, ano em que as Cotas aumentaram, temos que na Receita Total a Valor Presente o crescimento foi de 7%, enquanto que nas Recorrentes foi de apenas 2%. Ou seja, naquelas receitas em que os clubes são capazes de atuar mais diretamente (Recorrentes), a capacidade de crescimento no período, mesmo após um segundo reajuste nas Cotas em 2016, foi pequena, ainda que positiva, acima da inflação e considerando o cenário de recessão do País. Numa visão “copo meio cheio”, foi positiva; numa visão “copo meio vazio”, fizeram pouco. Na prática, nem tanto, nem tão pouco, pois a TV em 2016 teve impacto muito forte e puxou a média para cima. Dá para fazer mais que esperar a TV.

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Receitas | TV, sempre ela. Breakdown das Receitas Totais por Origem

R$ milhões

O crescimento de 20% de 2016 nas Receitas Totais foi impulsionado pelas Receitas com TV. Estas cresceram 38% em relação a 2015. Nesta conta tentamos excluir todas as Luvas pela renovação dos contratos com TV Fechada entre 2019 e 2022, mas infelizmente não conseguimos fazer este ajuste para todos os clubes, uma vez que esta não foi uma informação claramente disponível nos demonstrativos financeiros. Por isso, é claro supor que o crescimento efetivo de 2016 foi menor que 20%

Comportamento das Receitas por Origem

Importante dizer que além das cotas propriamente ditas, tanto a Globo como a Turner (Esporte Interativo), ainda despejaram R$ 545 milhões em Luvas, apenas nos valores informados, ressaltando que Atlético Mineiro, Cruzeiro e Vasco da Gama não informaram o valor de Luvas, que pode levar este número certamente a perto de R$ 700 milhões, considerando os valores dos demais. Além deles, o Palmeiras não recebeu Luvas em 2016., fez apenas um registro contábil, sem efeito caixa]

R$ milhões

Se a TV foi fundamental para o crescimento das Receitas, também teve relevância, como de costume, a Venda de Direitos de Atletas, que cresceu 20% em 2016. Mas esta não é Recorrente, então tende a ter uma dinâmica mais errática, ao mesmo tempo que os Clubes não deveriam considerá-la em seus Orçamentos, o que infelizmente não ocorre, As Receitas chamadas de “Outras” que incluem as partes Sociais dos Clubes, premiações por conquistas, entre uma diversidade grande de fontes, também cresceu de forma importante: 23%. Negativamente, a Bilheteria/Sócio Torcedor caiu 4% e Publicidade cresceu nominalmente apenas 1%, o que mostra o reflexo da situação econômica do País, mas também certa incapacidade dos Clubes de incrementar estas importantes fontes de Receita.

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Receitas | Crescimento em diversas frentes Breakdown das Receitas Totais por Origem

R$ milhões

Considerando isto, a TV aumentou sua presença no breakdown de Receitas, atingindo 49% do total, percentual acima do observado em 2012, quando do primeiro grande contrato de TV.

Comportamento das Receitas por Origem

Em geral, é uma composição com certa estabilidade, mas que ainda precisa desenvolver de forma mais consistente o segmento de Publicidade, ainda pouco representativo no bolo.

R$ milhões

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Um item que merece destaque é a Venda de Direitos de Atletas, que de forma consolidada gira em torno de 12% das Receitas todos os anos, exceto em 2013, que teve uma presença mais relevante, ao mesmo tempo em que a Receita de TV sofreu queda. Acreditamos que nos números de TV de 2012 havia Luvas que não foram expurgadas por falta de informação, distorcendo de certa forma esta análise.

Nunca é demais lembrar que tanto a receita com Publicidade como a de Bilheteria/Sócio Torcedor acabaram impactadas em 2015 e 2016 pela recessão econômica do período.

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Receitas | Direitos de TV Share e Concentração | 12 Clubes = 72,5% (73,7% em 2015)

R$ milhões

Receita Total com TV

As Receitas com TV tiveram reajuste em suas cotas em 2016, já acordado quando da contratação. Ou seja, os clubes já sabiam desde 2012 que em 2016 haveria um reajuste da magnitude que houve. Logo, não se trata de gestão ativa dos Dirigentes de Clubes, mas alguns foram positivamente impactados por isto. O crescimento nominal foi de 38%, e mesmo o crescimento desconsiderando o efeito inflacionário, a variação entre 2015 e 2016 foi de 30%. Importante dizer que estas Receitas apresentaram crescimento médio anual real – acima da inflação – de 1,2%, ou seja, trata-se de uma Receita não só importante quanto ao montante, mas também quanto ao comportamento, que é estável e de baixíssimo risco. Diferente do que se costuma dizer, as Receitas de TV não geram concentração de renda, fenômeno que é usualmente chamado de “Espanholização”, referência ao fato de que Real Madrid e Barcelona concentram quase 60% das Receitas de TV no Futebol Espanhol, gerando uma enorme distorção de forças entre os clubes. No Brasil, os 12 clubes de maior receita de TV concentraram 72,5% destas receitas, sendo que o maior deles, o Flamengo, tem 10% do total, e a distância dele para o bloco seguinte é de 4 pontos percentuais. Vale destacar que há distorções impossíveis de serem corrigidas, como os dados de Cruzeiro, Vasco e Atlético Mineiro, que contabilizaram Luvas em 2015 e 2016 dentro das Receitas, sem destacá-las.

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Receitas | Venda de Direitos Federativos

A Venda de Direitos Econômicos continua sendo relevante para os Clubes, mas mantém certa estabilidade ao longo dos últimos 3 anos, quando pensamos em valores em Dólares. É importante fazer esta consideração, porque o maior mercado consumidor é o Exterior, então é com base nessa referência que as negociações são feitas. Mesmo assim, em Dólares as Receitas cresceram 10% em 2016, e convertendo para Reais o aumento foi de 20%. São Paulo, Corinthians, Santos e Atlético Mineiro foram os maiores vendedores de atletas em 2016, com valores bem acima das medianas de venda no período 2010-2016. Ou seja, tiveram comportamento bem fora da curva, o que é um risco. Por que? Porque uma empresa vende “ativos” para solucionar problemas estruturais, enquanto os Clubes de Futebol vendem ativos para fechar seus fluxos de caixa. Quando não ocorre, o clube desmorona. Veja o exemplo do Internacional, que em 2016 vendeu valor 63% abaixo de sua mediana, e o resultado foi um ano fraco financeiramente, com reflexos esportivos desastrosos. É claro que não seremos "engenheiros de obra feita", questionando após o resultado. Difícil saber se haveria sucesso esportivo vendendo mais atletas antes, ou mesmo se existia atletas para serem vendidos. Aqui é uma questão de "política de gestão", que trabalha sempre com a venda, e quando não ocorre, as Finanças sofrem demais.

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Comparativo | 2016 x Mediana do Clube

R$ milhões

Evolução da Receita Anual | Reais x Dólares

Comparativo | 2015 x Mediana do Clube


Receitas | Venda de Direitos Federativos Participação no Total de Venda de Direito Federativo

Temos aqui o acumulado em dois períodos: de 2010 a 2015 e depois de 2010 a 2016, e que mostra não apenas quem são os grandes vendedores de atletas, como também como eles se comportaram em 2016.

O São Paulo continua sendo o maior vendedor de atletas do Brasil, e em 2016 ampliou a vantagem em relação ao Corinthians, que permanece na segunda posição. Na sequência, Internacional, Cruzeiro e Santos mantém suas posições entre os 5 primeiros, para depois haver um grande equilíbrio. Infelizmente, os clubes comemoram mas é um ranking ruim para o Futebol Brasileiro. Ao mesmo tempo que temos que admitir que a venda de atletas é componente fundamental na gestão dos clubes – somos formadores, ponto – deveríamos avaliar estas receitas à luz da realidade dos clubes. O movimento ideal é utilizar essas receitas, que a despeito de se repetirem não são líquidas e certas, apenas para serem utilizadas como fonte de recursos para renovação de elenco. Vende-se ativo para comprar ativo. Entretanto, note que nenhum dos 5 maiores vendedores possui uma saúde financeira tão confortável que possa sobreviver sem estas vendas, o que é ruim em termos de gestão. Vende-se um atleta que desempenha bem – caso contrário não seria vendido – e utiliza-se o dinheiro para pagar salários e fechar buracos de caixa, eventualmente reforçando elenco com atletas de desempenho incerto.

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Receitas | Publicidade Receitas estabilizaram em termos nominais Com dois anos de profunda recessão, nada mais natural que o Futebol sentisse este efeito nas pontas que se juntam ao consumo, que são Publicidade e Bilheteria. Ou seja, Receitas que vem dos Torcedores. R$ milhões

Desta forma, devemos analisar estas Receitas sob algumas óticas. Quando acompanhamos o comportamento descontado a inflação, vemos que com exceção de 2011 e 2013, o desempenho é bastante modesto, para não dizer medíocre. Numa outra esfera, quando comparamos ao total movimentando no Setor Publicitário Brasileiro, o Futebol continua sendo um meio de pouco apelo, mantendo inexpressivos 0,42% do bolo publicitário. Ou seja, as alternativas são claras: ou o Futebol não vende, ou o Futebol se vende mal.

...mas perdeu da inflação em 2015

Agora, acompanhando o cenário econômico dos dois últimos anos, é natural vermos queda nos valores reais de Receita com Publicidade. O mercado ficou mais difícil e os valores sofreram retração. E ainda há um detalhe que torna esta conta ainda mais dura: a Crefisa respondeu em 2015 por 12% de todas as Receitas com Publicidade nos Clubes e aumentou participação para 17¨,6% em 2016. Ou seja, se desconsiderarmos ela da conta, as Receitas teriam caído, nominalmente, 4%. Ou seja, temos uma composição explosiva e os Clubes precisam fazer algo diferente para sair dessa espiral negativa.

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Publicidade | Detalhe por Clube Flamengo e Corinthians recorrentes; Palmeiras crescendo de forma desproporcional R$ milhões

Aqui nenhuma novidade em relação a 2015: Palmeiras, Flamengo e Corinthians abocanham a maior parte das Receitas de Publicidade do Futebol Brasileiro, em termos de clubes. Juntos, representaram 41% do total em 2015 e aumentaram a presença para 43% em 2016. E dado os novos acordos do Flamengo, devem superar esta marca em 2017. Alguns clubes até melhoraram suas posições, como Atlético Mineiro e São Paulo, ao mesmo tempo que o Vasco sofreu bastante jogando a Série B. Mas especialmente São Paulo e Vasco, clubes de Torcida e força semelhantes aos 3 primeiros, deveriam apresentar resultados melhores.

Receita de Publicidade x Torcedor (Base Ibope 2014) | R$/Torcedor/Ano

No gráfico de baixo vemos a relação entre Receita com Publicidade e Torcida, comparando-os de forma a definir qual o valor supostamente recebido por torcedor. Obviamente que esta não é uma relação direta, especialmente porque no Brasil ainda se analisa retorno Publicitário pela exposição da marca – tempo e audiência de TV– e não através do apelo à fidelidade e lealdade do torcedor à marca, ações capazes de entregar mais tanto ao clube quanto ao Patrocinador. Mas na conta mais simples, veja que há uma enorme discrepância entre o que se paga “por torcedor Palmeirense” em relação ao que se paga aos demais clubes. Deveria servir de referência para que os demais clubes buscassem elevar suas receitas. Afinal, ainda há quem acredita no Futebol. Falta aos clubes saber encontrar os parceiros que tenham a mesma visão.

* Milhões de torcedores apurados na pesquisa Ibope de 2014

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Receitas | Bilheteria e Sócio Torcedor Evolução das Receitas...

...e sua composição, em valores nominais.

Dados corrigidos pelo IPCA para moeda corrente de 2016.

R$ milhões Mais uma receita que sofreu com a crise econômica, as “receitas de jogo” – em inglês é o chamado “matchday”, mas que inclui além dos ingressos o consumo dentro dos estádios – sofreram queda de 4% nominal e 10% real. Em termos reais é uma receita que já sofre desde 2014.

Pela abertura disponível, que é inferior à desejável, pois alguns clubes não apresentam detalhamento entre Bilheteria e Programa de Sócio Torcedor, percebemos que em 2016 houve queda nas receitas de Bilheteria (ingressos avulsos) e no Sócio Torcedor. Ainda assim, manteve-se praticamente inalterada a distribuição entre ambos, com ligeira predominância de Sócio Torcedores. Fato é que, num momento de recessão, há encolhimento na demanda e consequentemente no ticket médio, conforme a tabela ao lado, em que observamos queda de Público e de Ticket Médio no Brasileiro de 2016.

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R$ milhões

Receita de Bilheteria | Comparativo por Clube

Não observamos grandes alterações na divisão de receita entre Bilheteria e Sócio Torcedor no clubes em 2016 frente a 2015. Há oscilações em praticamente todos os clubes, mas nada que mude a estrutura. Nos parece que o modelo de Sócio Torcedor merece uma reflexão, independente do resultado apresentado em 2016, cuja influência do cenário macroeconômico é inegável. O programa nasceu para ser uma versão Brasileira do Season Ticket Europeia, onde os torcedores compram as entradas da temporada toda, e cuja dinâmica consagrada permite ações como revenda, onde torcedor e clube se beneficiam. Até hoje funcionou bem, e é melhor sempre que há a conjunção de dois fatores: i) bom desempenho da equipe; ii) estádio com capacidade reduzida. Mas jamais se desenvolveu de forma consistente além de um modelo de venda antecipada de ingressos. Na medida em que os torcedores se tornam mais exigentes e que o clube não desempenha bem, ou tem um estádio de maior capacidade que o ideal – desequilíbrio entre oferta e demanda – o simples acesso ao ingresso é um incentivo insuficiente para manutenção no programa. Ou seja, é preciso trazer mais benefícios. Para isto, os clubes precisam se apoiar em soluções estratégicas, pesquisas junto aos torcedores que tragam as demandas e necessidades, de forma a ampliar estas ações e tornar o programa mais efetivo.

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Sócio Torcedor | Relevância

Este gráfico complementa o anterior, e destaca os clubes que se aproveitam melhor do programa de Sócio Torcedor. Claramente os aspectos levantados na página anterior se refletem aqui. Vale lembrar que na análise “Earnings Preview & Outras Análises” apresentamos dado semelhante, porém baseado nos borderôs dos jogos. É possível que haja diferença entre aquela e esta informação, pois os borderôs não deixam claro a diferença entre os ingressos Avulsos e os de Sócios Torcedores, ao mesmo tempo em que nos balanços não é possível abrir todas as informações.

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Receitas | Concentração Concentração Estável…

…mas nominalmente, diferença aumentou.

Acompanhando o movimento visto em 2015, observamos aumento na concentração de renda nos 5 maiores faturamentos do Futebol Brasileiro, mas nada significativo.

Deflacionada a Receita, os Menores cresceam mais.

O aumento observado foi de 1 ponto percentual, de 42% para 43%. O que chama mais a atenção, entretanto, é a queda de participação do segundo bloco, que vai do sexto ao décimo do ranking, que saiu de 29% para 26%. Além de ver a distância para o pelotão principal aumentar, viram também os grupos 3 e 4 crescerem.

R$ milhões

Isto significa que a distância do Grupo 1 para o Grupo 2 aumentou cerca de R$ 250 milhões, quanto do Grupo 2 para o Grupo 3 caiu cerca de R$ 110 milhões. Isto, na prática, torna a distância do pelotão principal para os demais consideravelmente maior, em valores absolutos. Naturalmente, o crescimento substancial das Receitas do palmeiras em 2016 contribuiu para este maior distanciamento. Ainda não há motivo de preocupação, mas os clubes abaixo do Grupo 1 precisam ficar atentos e buscar novas fontes de Receitas.

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Margem EBITDA

EBITDA

Custos, Despesas e o EBITDA | Recorrentes em Queda

Até aqui vimos o que levou as Receita a crescerem 19% em 2016. Vamos para o que nos preocupa: os Custos. Estes apresentaram crescimento de 21% (gráfico "Custos X Receitas") no ano passado, ou seja, acima da variação das Receitas – lembrando, nas Receitas não consideramos as Luvas de TV para quem foi possível excluí-las. Ou seja, se conseguíssemos excluir todas as Luvas, significa que a Receita teria sido menor, e consequentemente a Relação Custo/Receita teria sido maior, e o EBITDA menor. Veja no segundo gráfico, onde apresentamos as Margens. Caíram de 21% para 19% em termos Totais, e de 9% para 8% em termos Recorrentes.

Custos X Receitas

Falando em Recorrência, o EBITDA Recorrente em 2016 foi 18% menor que o de 2015, mais um aspecto que mostra que as Receitas foram consumidas com aumento de Custos. E se as receitas estivessem corretamente descritas, certamente este número seria menor.

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O que nos faz crer que, sob o ponto-de-vista Operacional, os Clubes realmente gastaram os recursos adicionais de TV – a receita que efetivamente aumentou – e da venda de Atletas em aumento de Custos. Lembrem-se que o EBITDA é a referência de sobra de recursos para fazer Investimentos, pagar Juros e Dívidas Bancárias e Tributárias. O grande problema, como sempre ressaltamos, é que as receitas podem deixar de vir, especialmente as de Venda de Atletas, Bilheteria e Publicidade. Por isso a análise do EBITDA Recorrente é tão importante, e na sequência aprofundaremos mais sobre este tema.

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


EBITDA| O Efeito de Flamengo e Palmeiras Palmeiras e Flamengo nas Receitas e EBITDA

R$ Milhões

R$ milhões

EBITDA Total

Aprofundando ainda mais a análise, buscando outras óticas, vemos que a dupla que comanda o Futebol Brasileiro sob o ponto-de-vista Financeiro vem, há dois anos, sendo responsável por mais de 1/3 da Geração de Caixa Total dos Clubes Brasileiros. Esta sim uma concentração importante, porque mostra quem tem efetivamente sobra de caixa para pagar suas Dívidas e, especialmente, fazer Investimentos. Note que em termos de Receitas os clubes representam perto de 20%, o que confirma os dados anteriormente apresentados em termos de Concentração. Mas a boa gestão de Custos e Despesas possibilitou aos dois clubes uma sobra de caixa que os torna mais poderosos na disputa por atletas. Palmeiras e Flamengo estão, definitivamente, em outro patamar em relação aos demais Clubes.

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Comportamento do EBITDA Recorrente | 2014 / 2015 / 2016

EBITDA Recorrente sem Palmeiras e Flamengo O gráfico acima apresenta o EBITDA Recorrente dos clubes em 2014, 2015 e 2016. Claramente vemos que Palmeiras e Flamengo destoam dos demais Clubes. Numericamente falando, em 2015 se excluíssemos esses dois clubes da conta, o EBITDA Recorrente teria sido de R$ 24 milhões. Já em 2016 esta conta é de R$ 29 milhões.

Ou seja, além de maiores, são mais robustos, pois a grande parte de sua Geração de Caixa é recorrente. Em 2015 representou 91% do Total e em 2016 foi de 86%.

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Investimentos ...e as categorias de base crescem, timidamente.

R$ milhões

Mais dinheiro, mais Investimentos…

Os Investimentos Totais cresceram 42%, e consumiram toda a Geração de Caixa e mais um pouco. Diferente do que vimos em 2015, quando apenas 84% do EBITDA foi usado para Investimentos, em 2016 foram utilizados 106% do EBITDA, em termos Totais. Mas como não dá para usar mais do que se tem, isto significa que os Clubes tiveram que utilizar recursos extraordinários para completar o caixa e fazer Investimentos. Na prática, utilizaram as Luvas de TV e, opcionalmente, se financiaram com Clubes vendedores de Direitos ou mesmo com Bancos, uma vez que a porteira do atraso de Impostos foi fechada com o Profut. Se em 2015 direcionaram cerca de 57% dos Investimentos para o Elenco Profissional, em 2016 subiu para 63%, mostrando que efetivamente a sobra de recursos é destinada a reforçar elenco, à medida em que reforçar significa comprar direitos de atletas. O aumento foi de 58%! As categorias de Base caíram de 18% para 15% na proporção de Investimentos, ainda que tenha visto o montante de recursos destinados a ela aumentar em 15´%. Na próxima página veremos que este número é maior, mas fica “escondido” entre outros dados. A notícia é boa. As estruturas continuaram melhorando, mas de 25% passaram a 22% do Total.

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Investimentos |Categoria de Base Investimento por Clube | R$ milhões

Últimos Anos na Base | 84% do Total

Reavaliamos nossa maneira de apresentar os Investimentos em Categoria de Base, adicionando à conta a parte dos Custos que não é transferida para o Ativo Intangível. Ou seja, custos correntes que não são ativados. Infelizmente, esta é mais uma informação difícil de ser apurada em todos os clubes, por que muitos não apresentam em detalhe o que foi gasto corrente de base, lançando junto com os gastos correntes dos profissionais, Desta forma, vemos que o que foi aportado na Base é maior que os dados “oficiais”, que estão demonstrados no fluxo de caixa dos clubes. Há uma parte de “investimentos” que consome EBITDA. Assim, o número de 2016 salta de R$ 127,8 milhões para R$ 211,9 milhões, e certamente é maior que este, pois, como dissemos há pouco, alguns clubes não detalham estes custos. É um alento, pois vemos mais recursos direcionados ao tema, fundamental para a sustentabilidade do futuro dos clubes.

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Investimentos | De onde vem o dinheiro Investimentos / EBITDA

De onde vem o dinheiro

Já vimos que o EBITDA é o montante utilizado como referência para Investimentos, pagamentos de Juros e Dívidas. E que, exceto em 2015, nos demais anos da primeiro gráfico os Clubes investiram mais que o EBITDA; Logo, para fechar a conta tiveram que se endividar de alguma forma.

No segundo gráfico tentamos encontrar a origem destes recursos. Note que quando retiramos o valor de Investimentos do EBITDA o resultado da conta é negativo em R$ 134 milhões. Ao compararmos com as fontes mais usuais, vemos que a Dívida Bancária também caiu R$ 111 milhões. Ou seja, não foi desta fonte que veio o dinheiro. Então, vemos que as Dívidas Operacionais, onde parte relevante delas é a conta de Valores e Pagar a Clubes, aumentou R$ 88,7 milhões. Ainda assim, insuficiente para fechar a conta. Logo, o que sobra são as Luvas de TV! Foi daí que veio o complemento para Investir e pagar Dívidas Bancárias. Avaliando pragmaticamente, se deduzirmos o crescimento de Dívida Operacional do valor que é negativo de Investimentos, foi necessário usar R$ 45 milhões das Luvas (R$ 88,7 (-) R$ 134 = R$ 45). Mas isto virou uma Dívida para 2017, quando não haverá Luvas para salvar ninguém.

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Dívidas Evolução

R$ milhões

Temos em 2016 um momento em que as Dívidas permaneceram praticamente estáveis. O destaque foi a queda nas Dívidas Bancárias, em boa parte por uso das Luvas de TV.

Quanto aos Impostos, o crescimento na prática é mera correção das Dívidas renegociadas no Profut, que ainda não iniciaram seu pagamento mais efetivo. E as Dívidas operacionais cresceram por conta do Financiamento à aquisição de Direitos Esportivos e porque os Custos cresceram. Nesta conta, lembremse, há salários correntes.

Dívidas x EBITDA

R$ milhões

Uma relação que se faz comumente é entre as Dívidas e o EBITDA, que em tese – muito em tese – mostra a capacidade de pagamento dessas dívidas. Quanto menor for a relação, mais facilmente o clube – ou a empresa – podem liquidar suas obrigações.

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A manutenção das dívidas e do EBITDA apontam relação estável, mas ainda elevada. E o grande problema é que neste quesito, ainda mais que em outros, a avaliação da indústria esconde fragilidades que mostraremos mais a frente.

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Dívidas | So far, so good

R$ milhões

Dívidas Tributárias

Por aqui, boas notícias. As Dívidas Tributárias, cuja maior parte foi renegociada no âmbito do Profut, cresceram pouco, basicamente a correção da parcela que foi incorporada ao principal da Dívida. Tudo dentro da normalidade, E esperamos que assim permaneça.

R$ milhões

Dívidas Bancárias

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No lado das Dívidas Bancárias, o resultado geral foi bom, em função da redução. Mas, convenhamos, num ano em que entraram cerca de R$ 700 milhões de forma extraordinária através das Luvas da TV, a redução global de pouco mais de R$ 100 milhões foi quase imaterial. Era possível fazer mais e dar mais fôlego aos Clubes.


Dívidas | Alavancagem Relação com o EBITDA

No gráfico em que mostramos o cenário consolidado, vemos que as Dívidas Bancárias não são as maiores ofensoras da Alavancagem. Com 1,9x o EBITDA, é uma relação administrável, ainda que seja consolidada. O fato é que a Indústria não deve exageradamente, mas também temos que lembrar que o EBITDA é bastante volátil, e esta relação pode se deteriorar rapidamente. O que pesa mais é a Dívida com Impostos, mas esta está alongada por 20 anos, ou seja, deveria estar equacionada ao fluxo de caixa. No caso a caso, os casos em “verde” tem a melhor relação entre Dívida e EBITDA Recorrente e podem se sentir confortáveis. “Amarelos” precisam de um esforço e “vermelhos” ou sem índice – tem EBITDA Recorrente negativo – precisam urgentemente se organizar. Mas por que perder a oportunidade de 2016?

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Dívida Bancária / EBITDA Recorrente


PROFUT | É possível pagá-lo? Hipótese

Dá. Para Poucos. Aqui trouxemos um exercício comparando a parcela a pagar do Profut, que inclui principal e juros, ao EBITDA Recorrente dos Clubes em 2016. Esta conta leva em consideração o saldo de Dezembro/16, parcelado em 19 anos, com correção pelo CDI estimado de 10% ao ano, e considerando juros sobre parcela. E para tentar evitar movimentos pontuais, utilizamos a média de EBITDA dos últimos 3 anos. Assim sendo, alguns poucos clubes serão capazes de pagar as parcelas do Profut se a situação se mantiver como a apresentada. Apenas os marcados em “verde”* podem dizer que possuem situação confortável. Os que não estão marcados dependem de venda de Atleta para fechar a conta, o que não é exatamente uma política saudável de gestão. E os negativos precisam correr para se ajustar. E dá tempo, pois até 2019 as parcelas são menores que esta do exercício, pois parte foi transferida para o final, justamente para dar tempo aos clubes de se ajustarem. Farão o ajuste ou seguirão contratando?

*Usamos como referência consumo de até 50% do EBITDA como sendo aceitável.

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Dívidas | Operacionais

R$ milhões

Nas Dívidas Operacionais o que vemos é o crescimento de Fornecedores, em função de aquisições de atletas comprados de forma parcelada. Nas Despesas Provisionadas o aumento vem do aumento dos Custos, uma vez que estão associadas ao salários e encargos dos atletas.

Em Resumo

As Dívidas não chegam a ser um problema incontornável, mas precisam ser tratadas com mais atenção. Os clubes perderam uma oportunidade de ouro de se organizarem, reduzirem passivos e pensarem no fluxo de caixa futuro, ao não utilizarem a geração de caixa e as Luvas. As Dívidas Bancárias são aceitáveis para alguns, mas elevadas para a maioria. Os Impostos estão alongados, mas como o volume é grande, é preciso preservar o fluxo de caixa para pagá-los. E as Operacionais, especialmente Fornecedores, representam obrigação de hoje jogada para ser paga amanhã. A conta chega. E os Clubes não entenderam, ou não querem entender.

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Exercício de Fluxo de Caixa Livre | Porque não Sobra Dinheiro

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GASTOS TOTAIS e FLUXO DE CAIXA LIVRE O que é? As análises econômico-financeiras são instrumentos flexíveis de avaliação, baseados em estruturas rígidas, os demonstrativos financeiros. E são flexíveis porque devemos adotar variações e novas possibilidades dependendo da indústria que estamos acompanhando. No caso da Indústria do Futebol, temos buscado aplicar conceitos simplificados, utilizados para outras Indústrias, especialmente as do Setor de Serviços. Ocorre que nesses anos de relatório percebemos que algumas avaliações apresentadas não abarcaram todas as variáveis de um Clube de Futebol no que diz respeito à análise do Fluxo de Caixa. Buscando o aprimoramento da avaliação passaremos a trabalhar com o conceito de Fluxo de Caixa Livre, adaptado à realidade do Futebol. O Fluxo de Caixa Livre inclui em sua composição algumas despesas que são tratadas usualmente como Investimentos, bem como outras que são mandatórias mas costumam ficar fora do radar, como as Despesas Financeiras e o Pagamento de Impostos Parcelados. Nesse caso, é fundamental passarmos a inclui-lo na conta, uma vez que a maioria dos clubes terá obrigações oriundas do Profut. Num Clube de Futebol, os Investimentos em Categorias de Base e na Formação de Elenco (contratação de atletas) é praticamente mandatório, e contribui de forma significativa no aperto de caixa apresentado por eles ao longo do ano. Muitos clubes gastam a folga de caixa no início do ano e isto causará problemas de liquidez, que por sua vez geram atrasos de salários e impostos. Resumidamente, o Fluxo de Caixa Livre será o resultado da soma entre Receitas Líquidas, Custos e Despesas, Investimentos em Base, Aquisição de Atletas e Despesas Financeiras. A partir de 2019, quando o Profut entrará em pagamento integral, incluiremos o pagamento dessa dívida na conta.

Valores

Crescimento em 2016: 23%!

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Proporção


Geração de Caixa Livre Receita Total X Gastos Totais

Comportamento das Contas – Variações Anuais

Gastando por conta Esta conta deixa claro que 2016 foi o ano em que as Luvas de TV salvaram os Clubes. Quer dizer, foi o ano em que os Clubes gastaram por conta, em função das Luvas. O fluxo de caixa livre foi negativo em R$ 355 milhões. Se considerarmos que os foram pagos cerca de R$ 111 milhões em Dívidas Bancárias, então este número vai para R$ 466 milhões. Ou seja, tiveram que buscar em algum lugar e este lugar foram as Luvas das TVs. Nesta conta deixamos de fora os Investimentos em Estrutura, tentando observar apenas o que é operacional. Mas se estes foram somados - montaram R$ 191 milhões no ano passado - a gera R$ 546 milhões. Isto é praticamente o valor de Luvas, como vimos no capítulos dos Direitos de TV. Ora, ao se ver com dinheiro nas mãos, os Dirigentes optaram por gastá-lo na atividade, ao invés de utilizá-lo para organizar as gestões. Mais uma vez, a máxima que usamos há alguns anos se repete: dinheiro na mão é vendaval.

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Fluxo de Caixa Livre por Clube

São poucos os Clubes que conseguiram apresentar Fluxo de Caixa Livre positivo em 2016, e o destaque, como tem sido o costume, foi o Flamengo. Neste momento não entramos no uso do recurso e como se converte em qualidade esportiva, mas dá a dimensão de que o ajuste se converterá em possibilidades substancialmente melhores, desde que haja cuidado com as finanças e desapego ao cargo. Destaque merecido ao Atlético Mineiro, mas com uma ressalva: o Clube não informou o valor das Luvas, de forma que ele está impactando positivamente esta conta. É possível que este número fosse negativo caso as Luvas tivessem sido informadas. Portanto, ressalvas relevantes. E clubes regionais, e bem geridos, como Atlético Paranaense, Bahia, Goiás e Vitória merecem destaque, assim como o Botafogo, que precisa se ajustar face os desafios que terá pela frente, quando o Profut começar a vencer.

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Clubes | Análises Individuais

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Alguns Conceitos Básicos

Ao avaliar os Balanços e Demonstrativos de Resultados dos Clubes nos deparamos com algumas repetições de ações e comportamentos que entendemos merecer uma breve introdução, pois facilitará o entendimento. O primeiro aspecto que merece destaque é o que chamamos “Clube Regional”. Não há demérito nisso. Fazemos esta identificação pois notamos que há características econômico-financeiras que permeiam alguns clubes. Quando separamos estes clubes percebemos que tratam-se de times com menor alcance de torcida, normalmente de Estados menores em termos econômicos e que por isso mesmo se notabilizam por ter Receitas menores e erráticas, ao mesmo tempo em que possuem condição econômico-financeira mais equilibrada, atuando dentro de suas possibilidades, sem dívidas, mas com poucos investimentos. Um movimento que percebemos nos fluxos de caixa dos clubes está associado aos Recursos oriundos das Cotas de TV. Em geral, quando um clube não faz adiantamentos, as receitas com Cotas de TV são a única entrada de caixa deste assunto. Entretanto, repete-se com frequência o uso dos Adiantamentos dessas Cotas para fechar o caixa, de forma que na variação de NCG (Necessidade de Capital de Giro) vemos entradas de recursos por conta desses adiantamentos. Neste ano observamos que esta conta apresenta saída de caixa. Acreditamos que esta movimentação seja o reflexo dos Adiantamentos recebidos no passado. Ou seja, seria uma espécie de redutor da Receita de TV. Veremos isto em vários clubes. Há também o que chamamos de Fontes Operacionais de Financiamento. Será muito comum vermos entradas de caixa na NCG fruto do aumento da conta Fornecedores, que em geral é pagamento parcelado da aquisição de atletas. A contrapartida dessa conta é o Investimento em Formação de Elenco, pois o clube fez a aquisição mas ainda não pagou. Ou seja, em algum momento terá que pagar e a efetiva saída de caixa se consumará. Problema empurrado para o futuro. Outro aspecto que precisa ser avaliado é o da Geração de Caixa (EBITDA) e dos Investimentos. Entendemos que há um equívoco na forma como os Clubes, amparados pelo código contábil, classificam os custos com Categorias de Base e Investimentos em Atleta. Ao serem considerados como Investimentos, não transitam por Resultado. Desta forma, não compõem o EBITDA, o que muitas vezes da a sensação de que o clube está gerando muito caixa, quando na verdade parte relevante desse caixa já foi utilizado na manutenção de atividades das Categorias de Base ou mesmo na contratação de Atletas. Assim, a análise fria leva ao erro de acreditar numa eventual Geração de Caixa, que na prática não houve, pois parte desses gastos são recorrentes e necessários para a performance do clube. E para finalizar precisamos relembrar que estes balanços apresentam algumas contabilizações que entendemos precisarem de ajustes, e por isso fazemos reclassificações de contas. Esta é a base de nossa análise: reclassificar as contas para que haja coerência e possibilidade de comparação. Isto significa fazer exclusões, mudanças de linhas e muito das nossas conclusões está baseado nas movimentações contábeis e avaliação dessas. Então, vamos aos números.

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América Futebol Clube

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Valor Presente

Receitas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

Receita dobrou em 2016 por conta do aumento da Cota de TV, uma vez que subiu da Série B para a Série A. Demais linhas se mantiveram estáveis, exceto Venda de Atletas, que caiu substancialmente, mostrando seu caráter não-recorrente.

Há uma distorção clara em função do clube retornar à Série A em 2016, e por conta do pouco histórico.

Custos & Despesas

CAGR Receita Recorrente a VP: 87%

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O aumento de Receitas não significou gastar mais do que arrecadou, ao menos em termos operacionais. Depois de dois anos com EBITDA negativo, em 2016 a conta foi positiva e relevante.

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Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b

c Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos Aparenta haver algum ajuste de Adiantamento de TV, mas não há detalhes a respeito no balanço. Ao mesmo tempo, o clube vendeu terreno e está recebendo valores parceladamente.

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b) Investimentos Aplicou R$ 6 milhões na Formação de Elenco para a temporada 2016. Para as outras linhas de investimento não há informação.

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c) Impacto na Dívida O clube aproveitou a sobra de recursos e reduziu a Dívida Bancária, numa atitude bastante correta. Impostos cresceu por correção do Profut e no total a Dívida apresentou redução.


América Futebol Clube Índice de Eficiência A vida como ela é Clube regional, de pouca torcida, depende muito da gestão esportiva e de controle financeiro para poder atuar na Série A. Mas sua dinâmica, a despeito da história, é a que vimos recentemente: um vai-e-vem entre as Séries. O Índice de Eficiência apresentou deterioração por conta do rebaixamento. Mas dentro das possibilidades, o América Mineiro fez o que era possível, focando na redução de Dívida e trabalhando dentro de suas possibilidades. Para vôos mais altos, precisa necessariamente de um política mais robusta em termos esportivos e tentar alavancar outras Receitas, o que é difícil estando num mercado limitado dividido por dois gigantes.

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América Futebol Clube

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Balanço auditado por Mário Tércio Giori Guimarães


Clube Atlético Mineiro

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Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

Receitas

Um disclaimer importante é dizer que as Luvas de TV estão contidas nas Receitas de Direitos de TV, pois o Clube não informou em seu Balanço. Ainda assim, cresceram 29%, om crescimento de TV (13%) e especialmente Publicidade (94%) e Bilheteria (24%). E o crescimento de 159% em venda de Atletas faz uma diferença importante na conta.

Valor Presente

Não é possível avaliar o que será de 2017, mas o fato é que sem Luvas e com Venda de Atletas dentro do histórico, o clube vai precisar se desdobrar para buscar novas fontes de Receitas.

O crescimento real das Receitas Recorrentes tem sido sempre acima da inflação, desde 2012. Para isso é fundamental lembrarmos que as Luvas de TV estão contidas nestes valores, mas que o clube apresentou bom desempenho de Bilheteria e em alguns anos de Publicidade. É bastante boa a performance do clube nesse sentido.

Custos & Despesas

CAGR Receita Recorrente a VP: 12%

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Em contrapartida, como nem tudo é sempre bom, os Custos e Despesas cresceram mais que as Receitas Totais e Recorrentes. Isto se reflete no menor EBITDA de 2016, tanto Total como Recorrente, que foi praticamente zero. Isto mostra que o bom desempenho de receitas acaba vertido necessariamente para mais gastos com salários, advindos de contratações e renovações. O fato do clube ser dono de parte de um Shopping Center ajuda nessa gestão desenfreada dos Custos e Aquisições. Mas até quando?

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Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b

c Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos Comportamento sem grandes destaques nas contas de giro. Houve uma entrada de R$ 9 milhões que são financiamentos das aquisições e aumento das Despesas Provisionadas, mas dentro da normalidade.

b) Investimentos

c) Impacto na Dívida

O clube voltou a abrir o caixa e investiu cerca de R$ 39 milhões em aquisições de atletas.

A Dívida Total cresceu, mas os comportamentos foram diferentes nos diversos tipos.

Continua investindo pouco na Base e quase nada em estrutura.

As Bancárias foram reduzidas, o que é positivo, e as com Impostos cresceram, mas por correção do Profut. Destaque negativo mesmo foi o aumento das Operacionais, cujo parte é financiamento de aquisições e parte relativa ao aumento de Custos com salários.

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Clube Atlético Mineiro Índice de Eficiência Decifra-me O Atlético Mineiro é uma incógnita. Até quando se sustentará numa política agressiva de contratações de Gastos elevados? Num ano com boas entradas de caixa por Luvas e Venda relevante de Atletas, manteve as Dívidas e investiu consideravelmente. Isto tem mantido o clube nas primeiras posições dos campeonatos, mas não há reversão sustentável em aumento de Receitas, que exceção à de TV, são erráticas. Ser dono de um Shopping Center certamente ajuda com receitas adicionais, mas também na captação de Dívidas Bancárias. Nenhum clube sustenta um situação com Dívidas Bancárias da ordem de R$ 180 milhões sem o suporte de um ativo de qualidade como o Shopping Diamond Mall. O Índice de Eficiência do Clube se deteriorou em 2016, porque houve mais gastos e as conquistas não vieram na mesma proporção do aumento. É uma política perigosa mas que tem sido sustentada. Para 2017 não vemos a mesma robustez, exceto se continuar vendendo atletas e se apoiando no Shopping Center. Não há novos saltos de receitas e a realidade de custos continuará certamente pressionando. Mas até quando vamos afirmar que o Clube terá problemas, e ele sempre escapando como o antigo personagem Leão da Montanha, saindo estrategicamente pelos lados do campo?

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Clube Atlético Mineiro

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Balanço auditado por Soltz, Mattoso e Mendes


Clube Atlético Paranaense

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Receitas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

Receitas cresceram 14%, fortemente suportadas pela TV, que cresceram 79%. Das demais Receitas, Publicidade sofreu bastante, caindo 40%, assim como venda de Atletas (-44%), mostrando seu perfil nãorecorrente.

Valor Presente

Geração de Caixa

As demais são menos relevantes, de forma que o impacto geral foram este crescimento de 14%.

O que chama a tenção no clube é a constante evolução do EBITDA Recorrente. Veio melhorando em 2014 e 2015 e finalmente em 2016 operou no positivo, ainda que num valor modesto. Mostra claramente a menor dependência de venda de atletas, que de fato ocorreu em 2016. Os Custos cresceram acima das receitas, mas não descolaram muito. Muito positiva a gestão do clube, que precisa se organizar para pagar o estádio e o Profut.

Depois de um ano bastante ruim, as Receitas Recorrentes se recuperaram bem em 2016. Mas, de fato, 2015 foi um ano atípico, uma vez que as Receitas Recorrentes crescem substancialmente acima da inflação com alguma tranquilidade.

CAGR Receita Recorrente a VP: 11% 49

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Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b

c Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos As contas de giro se comportaram dentro da normalidade, sem destaques.

b) Investimentos O clube finalizou investimentos em Estrutura, no total de R$ 55 milhões. Por conta disso sua dívida bancária aumentou. Demais módicos.

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c) Impacto na Dívida

investimentos

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A Dívida relevante do clube é com a Arena da Baixada. As demais dívidas são comportadas ou realmente baixas, mostrando que a gestão é consistente.

foram Mas terá um trabalho quando esta dívida começar a vencer, e certamente isto tende a apertar o fluxo


Clube Atlético Paranaense Índice de Eficiência Preparando o terreno para dias difíceis A Atlético Paranaense continua sendo uma equipe bem organizada sob o ponto-de-vista financeiro. O que não significa que seja exemplar ou não tenha ajustes a serem feitos para enfrentar momentos mais duros nos próximos anos. Nos parece que o clube tem uma visão clara de seus movimentos. Afinal, depois de anos passou a gerar caixa em termos recorrentes, e isto tende a mudar o patamar da equipe, uma vez que vendas podem ser usadas de forma independente do fluxo de caixa cotidiano. Mas ainda há desafios, pois a geração de caixa pura e simples é insuficiente para honrar as demandas do financiamento da Arena da Baixada. O clube precisará necessariamente ampliar as rendas geradas pelo estádio ou usar de forma mais clara as vendas de atletas para fazer frente a estes passivos. O problema, como sempre, é a dificuldade em prever estas receitas. E se não ocorrerem? Sem contar que em 2016 houve Luvas que ajudaram a compor as demandas de caixa. Para isso é preciso um plano pragmático e claro, com fontes bem definidas e controle de custos ordinários. O Índice de Eficiência do clube já mostra uma boa evolução, ao conseguir conquistas com pouco recurso. Para 2017 a realidade tende a ser parecida com a de 2016: receitas estáveis, a depender de quão longe forem na Libertadores, e custos precisam se manter controlados. As contas mais salgadas estão chegando e é preciso cuidar delas.

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Clube Atlético Paranaense

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Balanço auditado por BDO


Avaí Futebol Clube

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Receitas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

A realidade do Avaí em 2016 foi bem diferente de 2015. Ao jogar a Série B o clube viu cair em 35% as Receitas, fortemente impactadas pela redução na cota de TV (-59%). O interesse do público e mesmo o tícket médio são menores, e isto explica a queda na receita com Bilheteria (-32%).

Valor Presente

Geração de Caixa

As demais receitas são pouco expressivas e alterações tem pouco impacto.

O fato é que o clube não conseguiu ajustar os custos à realidade da Série B, seja por efetivamente não conseguir reduzir contratos, seja porque optou por manter estrutura mais cara para tentar retornar à Série A, que de fato ocorreu. Mas o clube manteve desempenho operacional muito ruim, com EBITDA negativo em todas as medidas.

O clube vinha bem, com aumentos constantes de Receitas, mas a queda para a Série B interrompeu esta trajetória, que deve retomar em 2017.

CAGR Receita Recorrente a VP: -4% 54

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Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b

c Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos O clube apresentou algumas entradas de giro que ajudaram a compensar a geração de caixa negativa. Nada de muito significativo, mas que no acumulado foram positivas.

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b) Investimentos Os Investimentos foram modestos e condizentes com a realidade financeira do clube. Na prática, não parece fazer contratos de longo prazo, de forma que o investimento no elenco se encerra ao final de cada temporada e entra basicamente como Custo.

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

c) Impacto na Dívida As Dívidas se mantiveram praticamente estáveis.


Avaí Futebol Clube Índice de Eficiência Dançando conforme a música O Avaí segue fazendo um trabalho bastante justo, considerando seu porte. Não há sobras, e quando houve, como em 2015, gastou mais do que pode. Em 2016 não foi diferente, e foi buscar em fontes operacionais formas de se financiar. É um comportamento arriscado. O ideal seria o clube buscar fontes mais estáveis de receitas, investir mais na base e controlar seus custos de forma mais firme. O Índice de Eficiência foi melhor em 2016, justamente porque retornou à Série A. É um bom índice, mas dado o modelo de gestão, tende a oscilar demais. É um típico azarão, que busca encaixar um bom elenco para se manter na Série A, o que faz com que dependa demais da gestão esportiva na montagem da equipe.

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Avaí Futebol Clube

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Balanço auditado por AudiBanco


Esporte Clube Bahia

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AnĂĄlise EconĂ´mico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Custos & Despesas

Geração de Caixa

Receitas Brutas

Receitas & Custos

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Valores em R$ milhões

O Bahia apresentou crescimento de cerca de 17% nas Receitas, com oscilações em algumas linhas. O que se observa é a manutenção da dependência de Receitas com TV (58%) e um pequeno aumento da participação de Publicidade, saindo de 2% para 7%. Além disso, a venda de Direitos Econômicos (Transação de Atletas), cresceu quase 50% e passou a representar 15% das Receitas do clube.

Positivamente, em termos de geração de caixa, o Bahia se comportou muito bem em 2015. Com incremento de Receitas e forte redução de Custos e Despesas, o clube conseguiu gerar caixa tanto recorrente como não recorrentemente.

Nota-se claramente a redução nas Despesas com Folha de Pagamento, que inclusive sofreram forte queda na relação com as Receitas, de 77% para 50%, enquadrando-se assim nas métricas do Profut.

CAGR Receita Recorrente a VP: -2% Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b

c Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos Com a boa geração de caixa o clube não precisou de Adiantamentos. Pelo contrário, em termos de TV foram consumidos R$ 6 milhões de adiantamentos passados. Em termos de contas de Giro, houve forte ajuste nas Despesas Provisionadas, possivelmente impactados pela adesão ao Profut – estimamos que encargos trabalhistas foram colocados em dia e/ou alongados – e restou um valor a receber por venda de atletas.

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b) Investimentos

O clube investiu bom montante em Categorias de Base (R$ 7 milhões) e foi mais comedido na formação de elenco profissional. Atitude correta para quem participou da Série B.

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

c) Impacto na Dívida Todas essas movimentações teriam gerado impacto negativo (aumento) na Dívida, mas houve entrada de R$ 12 milhões referentes à venda de um terreno e isso contribuiu para que as Dívidas fossem reduzidas. Desta forma, todas apresentaram queda, fato bastante positivo.


Esporte Clube Bahia Índice de Eficiência Colocando a casa em ordem O Bahia apresentou um comportamento bastante bom em 2015. Operacionalmente conseguiu aumentar suas Receitas, reduziu Custos e Despesas e assim gerou mais caixa e de forma consistente. Fez investimentos corretos, liquidou dívidas, aderiu ao Profut. O desafio agora é manter esta política de austeridade sem ter sucesso esportivo, uma vez que segue no 2º ano jogando a Série B. Mas persistência e paciência andam junto com processos de ajuste, pois o resultado aparece apenas no longo prazo. Um clube saudável, equilibrado, tem mais chances de permanecer por mais tempo disputando a Série A.

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Esporte Clube Bahia

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Balanço auditado por Performance


Botafogo de Futebol e Regatas

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Receitas Brutas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

Depois de desempenho muito ruim em 2015, o Botafogo se recuperou e retornou aos níveis nominais de 2014. O maior impacto veio das Receitas de TV, que cresceram 88%. Aliás, foi o único impacto positivo, uma vez que todas as outras Receitas caíram: Publicidade (-7%), Bilheteria (-38%), e mesmo a Venda de Atletas foi menor em 10%. TV representou 63% do total das Receitas em 2016.

Custos & Despesas

Geração de Caixa

Não localizamos as Luvas, que podem estar dentro destas Receitas.

64

As Receitas cresceram e os Custos vieram junto. De toda forma, o resultado final foi parecido, com manutenção do EBITDA. Ou seja, cresceu de forma sustentável. Mas ainda assim é insuficiente para honrar as demandas que virão através do Profut. O corte tem que ser maior.

Com exceção de 2015, todos os anos as Receitas Recorrentes se comportaram muito bem, acima da a inflação. Mas em termos reais, 2016 ficou 17% abaixo do que o clube apurou em 2014,. Ou seja, não houve evolução..

CAGR Receita Recorrente a VP: 5% Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b

c Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos A boa geração ainda foi compensada com recebimentos das contas de giro, especialmente do contas a receber.

b) Investimentos Fez um bom volume de investimentos em Formação de Elenco: foram R$ 13 milhões contra R$ 6 milhões de 2015.

Em relação à TV, nada que justifique comentários adicionais.

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c) Impacto na Dívida A Dívida Total continua apresentando redução, especialmente pelos pagamentos de acordos trabalhistas. Dívidas Bancárias e Operacionais em queda.


Botafogo de Futebol e Regatas Índice de Eficiência Choque de Realidade O Botafogo vai sendo gerido um dia de cada vez. O clube tem dificuldades em aumentar receitas e alta dependência da TV. Mas é preciso mais que isso para escapar da encruzilhada que se aproxima, com o início do pagamento das parcelas do Profut. A dívida é muito elevada, e ajustes nos Custos serão necessários. Em 2016 ainda não vimos isto ocorrendo, então quanto mais tempo demora, mais difícil e dolorosa é a saída. Com a conquista da vaga para a Libertadores o Índice de Eficiência apresentou melhora, mas pode se deteriorar sem o controle efetivo dos Gastos. O Botafogo precisa se preparar para mais que conquistas; precisa pensar na sobrevivência. Não basta que hoje esteja em ordem, porque a conta vai chegar.

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Botafogo de Futebol e Regatas

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Balanço auditado por UHY Moreira Auditores


Associação Chapecoense de Futebol

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Valores em R$ milhões

Desempenho bastante bom da Chape em 2016, a despeito de todos os problemas enfrentados.

Geração de Caixa

Receitas cresceram 40%, puxadas por dois itens: TV (+22%) e Premiações, que saíram de R$ 100 mil em 2015 para R$ 14 milhões em 2016, por conta da Sulamericana.

O clube continuou trabalhando de forma equilibrada, controlando os Custos de acordo com suas Receitas. E os Custos só foram mais elevados que 2015 por conta das demandas em função do acidente, pois parte da premiação foi revertida em custos e pagamentos às Famílias dos Atletas e Comissão Técnica.

Valor Presente

Receitas

Receitas & Custos

O histórico é curto, mas positivo. Receitas crescendo bem acima da inflação.

CAGR Receita Recorrente a VP: 7% 69

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b

c Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos Por conta do acidente, as contas de giro da Chapecoense apresentaram comportamento bastante diferente do usual.

b) Investimentos Investimentos módicos como de costume.

Como havia valores a receber de premiações, isto impactou o Contas a Receber, como “redutor” de Receitas. Ao mesmo tempo, o clube aparente ter adiantado parte das Receitas de TV de 2017, possivelmente para ajudar na reconstrução do clube.

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c) Impacto na Dívida A Dívida se comportou bem, como de costume. Não há Dívidas Bancárias, as Operacionais estão dentro da normalidade, e o clube não deve Impostos.


Associação Chapecoense de Futebol Índice de Eficiência Reconstrução Possível A tragédia que acometeu a Chapecoense em 2016 é uma marca triste na história do Futebol Mundial. E o clube, organizado e correto como sempre foi, sairá desta graças justamente à sua qualidade de gestão. Time sem dívidas, que investe na qualidade e não no preço, que se organiza sabendo suas possibilidades. Foi longe em 2016 ao chegar à Final da Sulamericana, sempre baseado em solidez. No que diz respeito puramente à parte técnica, o acidente não deixou problemas financeiros. Recursos entraram como Premiação, saíram e sairão como pagamentos aos atletas e comissão, e a reconstrução virá com ajuda de todos. O importante é manter a crença na boa gestão. Índice de Eficiência melhorou em função da conquista da Sulamericana, e o desafio agora é reconstruir mantendo a serenidade. É possível sim.

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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Associação Chapecoense de Futebol

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Balanço auditado por RL Solutions


Sport Club Corinthians Paulista

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Receitas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

Receitas cresceram 13% em 2016, impulsionadas pela TV, que aumentou 23%, Publicidade (+7%) e especialmente Venda de Atletas, que cresceu 44%. O Clube ainda se vê impedido de usar as Receitas de Bilheteria, e o que lhe sobra são as Receitas de Sócio Torcedor sem troca por ingressos.

Custos & Despesas

Geração de Caixa

Desempenho apenas regular, considerando o volume desproporcional de Venda de Atletas.

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Operacionalmente o clube foi bem, fazendo o trabalho correto, que é reduzir Custos mesmo vendo o crescimento nas Receitas. Tanto que depois de 2 anos voltou a ter EBITDA Recorrente positivo, ainda que em apenas R$ 1 milhão. Mas vai depender de mais ajustes para voltar a ter capacidade financeira relevante. Importante: o Corinthians recebeu R$ 80 milhões de Luvas da TV e ainda aportou R$ 22 milhões no Estádio, e estes números não estão no operacional, e não impactam EBITDA.

O desempenho médio das Receitas Recorrentes tem sido muito ruim nos últimos anos, o que mostra que o clube depende fortemente da Venda de Atletas. No ano de 2016 essas Receitas apenas recompuseram as perdas inflacionárias. Ou seja, o Clube ainda precisa trabalhar e buscar novas fontes, especialmente porque a perda da Bilheteria ataca frontalmente o caixa do clube.

CAGR Receita Recorrente a VP: 0% Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a

b

c Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos

b) Investimentos

c) Impacto na Dívida

O Corinthians apresentou uma gestão bastante intensa de suas contas de giro.

O clube manteve os investimentos na Base mas aumentou substancialmente a contratação de atletas, saindo de R$ 14 milhões em 2015 para R$ 46 milhões em 2016.

As Dívidas se comportaram bem. As Bancárias caíram bastante, com manutenção das Dívidas Operacionais. Com Impostos, o crescimento é basicamente correção do Profut.

Por um lado, entre adiantamentos, recebimentos e ajustes operacionais, conseguiu liberar R$ 36 milhões para seu caixa, que ajudou a compensar a saída de R$ 56 milhões, que nos parecem Cotas de TV adiantadas em períodos anteriores.

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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Sport Club Corinthians Paulista Índice de Eficiência Muita Ginástica para fechar as contas A realidade do Corinthians tem sido muito difícil. Além de perder as Receitas com Bilheteria, tem visto demais receitas operacionais em queda, e se apoiado muito na TV e na Venda de Atletas. Isto tira demais a margem de manobra e a capacidade de Investimento.

O ano de 2016 não foi pior porque o clube recebeu R$ 80 milhões de Luvas da TV, mas parte – R$ 22 milhões – foram aportados no Estádio, para fechar suas contas. Veja que o cenário está longe de ser confortável, pois num ano com aumento na Cota de TV, Luvas e Venda de Atletas relevantes, o clube ainda investiu muito na formação do elenco e colocou dinheiro no Estádio. Positivamente, reduziu parte importante da Dívida Bancária, que já começava a incomodar. Mas sem alguns desses recursos que não voltam mais, como as Luvas e os Atletas, o que fazer em 2017? Veja que o Índice de Eficiência piorou em 2016, e se não houver uma gestão rígida no controle de Gastos, a situação geral pode piorar.

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Sport Club Corinthians Paulista

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Balanço auditado por Parker Randall Brasil


Coritiba Foot Ball Club

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AnĂĄlise EconĂ´mico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Valores em R$ milhões

Crescimento de Receitas de 27%, com destaque para as Receitas de TV, que subiram 51% e passaram a representar 53% do total.

Geração de Caixa

A segunda receita mais relevante do clube é a de Bilheteria/Sócio Torcedor, que representa 27%, mas cujo desempenho foi ruim em 2016, caindo 2% em relação a 2015.

O Coritiba apresentou equilíbrio novamente m 2016, com EBITDA positivo tanto total quanto Recorrente. Trabalhou crescendo os Custos na mesma proporção das Receitas, uma vez que o EBITDA nominal foi praticamente o mesmo do ano anterior.

Valor Presente

Receitas

Receitas & Custos

O desempenho das Receitas Recorrentes vinham deixando a desejar. Entre 2013 e 2015 nunca venceu a inflação, o que se reflete num quadro bastante desafiador. Em 2016 recuperou esta condição, graças à nova cota de TV.

CAGR Receita Recorrente a VP: 15% 79

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b

c Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos As contas de pressionaram o com saídas passivos que operação.

giro do clube fluxo de caixa, relevantes de financiavam a

b) Investimentos Manteve o perfil de Investimentos, focando na Base (R$ 6 milhões) e menos no elenco Profissional (R$ 3 milhões).

Em TV o destaque foram as Luvas de R$ 31 milhões.

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c) Impacto na Dívida As Dívidas se comportaram bem, com, com redução na Dívida Total, a partir da forte redução na Bancária e na Operacional. Os Impostos cresceram pela correção do Profut.


Coritiba Foot Ball Club Índice de Eficiência Andando no Trilho O Coritiba continua dentro de suas limitações, contando com as Receitas de TV e a participação representativa de seu torcedor, que formam os pilares das Receitas do Clube. Trabalha dentro das possibilidades, sem grandes saltos de Custos e Gastos que coloquem em risco a saúde financeira do clube. Destaque para o fato de investir mais na Base que no elenco Profissional. Isto se reflete no Índice de Eficiência, que foi zero nos dois anos, ou seja, não apresentou conquistas. É o risco de andar na linha: conquistas rarearem e viver na corda banda da Zona de Rebaixamento na Série A. Precisa encaixar um bom trabalho esportivo para ajudar a mudar o patamar da equipe.

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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Coritiba Foot Ball Club

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Balanço auditado por Mazars


Criciúma Esporte Clube

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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Valor Presente

Geração de Caixa

Receitas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

Receitas subiram 37%, impulsionado pela Venda de Atletas, que saíram de R$ 300 mil para R$ 11,9 milhões. Demais receitas são pequenas, pois a equipe joga a Série B e tem perfil regional.

Apesar da forte recuperação no EBITDA Total, o Recorrente continuou negativo, o que mostra a dependência de Venda de Atletas. Natural para uma equipe de menor porte.

É muito complicada a vida de uma equipe regional que atua na Série B. Desde que retornou à Série B, viu suas receitas recorrentes caírem ano após ano.

CAGR Receita Recorrente a VP: 3% 84

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b c Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos Tem que trabalhar bem as contas de giro, o que tem feito. Nas cotas de TV as variações são mínimas, sem destaques.

85

b) Investimentos

Investe dentro do possível e, positivamente, focado nas Categorias de Base.

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

c) Impacto na Dívida

Como deve ser, deve pouco, sem destaques.


Criciúma Esporte Clube Índice de Eficiência Vida Difícil Há pouco a dizer sobre o Criciúma, que é regional e depende muito de acertar uma boa gestão esportiva para retornar à Série A. Sem ela, fica girando em círculos e dependendo da venda de atletas para reforçar as Receitas. Em 2016 foi assim, e não foi suficiente para conquistas, como mostra o Índice de Eficiência. Ainda mais num Estado com forte concorrência pelo título regional. Muito esforço e dedicação em busca do elenco perfeito.

86

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Criciúma Esporte Clube

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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

Balanço auditado por OMV Auditores Independentes


Cruzeiro Esporte Clube

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AnĂĄlise EconĂ´mico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Receitas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

O Cruzeiro apresentou queda de 2% nas Receitas Totais e foi o único que mostrou redução nas Receitas de TV, o que mostra que em 2015 havia Luvas neste valor, que não foi destacada à época. A única receita que teve bom desempenho foi a de Publicidade, que cresceu 26%. As demais sofreram redução importante: Venda de Atletas (-78%), Bilheteria/Sócio Torcedor (-27%) e Sociais (-15%).

Valor Presente

Geração de Caixa

Ano bastante complicado para a Raposa.

Em contrapartida, os Custos foram ajustados à realidade, sendo reduzidos em 14%. Isto possibilitou gerar EBITDA positivo tanto em base Total como no Recorrente. Aliás, Recorrente que nunca havia sido positivo em nossa amostra.

Em termos reais as Receitas Recorrentes vem sofrendo nos dois últimos anos. Em 2015 cresceu praticamente a inflação, enquanto em 2016 foi negativa. Há um trabalho a ser feito aqui.

CAGR Receita Recorrente a VP: 9% 89

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b

c Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos

90

b) Investimentos

O Cruzeiro conseguiu gerir bem suas contas de giro, de forma que obteve cerca de R$ 21 milhões em liberações e financiamentos de contas operacionais.

O montante de Investimentos foi bastante elevado, atingindo quase R$ 18 milhões na Base e mais R$ 48 milhões no elenco profissional.

Na TV teve que reembolsar cerca de R$ 9 milhões de adiantamentos recebidos no passado.

Se o Profissional manteve o aporte de 2015, o destaque positivo foi a valor destinado à Base.

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

c) Impacto na Dívida O Clube viu suas Dívidas aumentarem substancialmente, em todas as esferas. Afinal, com a geração de caixa módica, fica impossível investir os montantes apresentados. Sinal ruim.


Cruzeiro Esporte Clube Índice de Eficiência Descompassado O Cruzeiro mostra certo descompasso em suas ações. Se por um lado foi capaz de ajustar os Custos à realidade de Receitas menores, conseguindo até gerar EBITDA Recorrente, de outro soltou a mão e fez investimentos vultosos, mesmo sem caixa. O resultado foi aumento das Dívidas para bancar este movimento. Nem assim os resultados vieram, e o Índice de Eficiência mostra isto. O clube repete as mesmas estratégias conhecidas há anos: se ajusta de um lado mas se enrosca de outro. Nada garante que as Receitas cresceram só por investir mais. Nem sempre investimento traz retorno financeiro. Há que se trabalhar de forma mais organizada e comprometida com a saúde financeira de longo prazo.

91

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Cruzeiro Esporte Clube

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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

Balanço auditado por Dênio Lima e Mário Guimarães


Figueirense Futebol Clube

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AnĂĄlise EconĂ´mico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Valor Presente

Geração de Caixa

Receitas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

O Figuera apresentou crescimento de 39% nas Receitas, puxado pelas Cotas de TV, que aumentaram 74%. Contribuiu também para o crescimento o aumento na Venda de Atletas em 60%. Em compensação, Publicidade com -6% e Bilheteria/Sócio Torcedor com -16% foram destaques negativos.

O Clube foi capaz de manter a estrutura de Custos equilibrada, o que permitiu manter os níveis de geração de caixa de 2015.

Positivamente, permanecendo na Série A o clube apresentou Receitas Recorrentes crescendo acima da inflação em 2015 e 2016.

CAGR Receita Recorrente a VP: 19% 94

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b

c Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos

Sem destaques nas contas de giro.

b) Investimentos

Investimentos módicos em 2016, sem destaques.

c) Impacto na Dívida Reduziu fortemente as Dívidas Bancárias, mas operou com alta nas Operacionais. No total, manteve inalterada a dívida, o que é positivo.

95

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Figueirense Futebol Clube Índice de Eficiência Não deu desta vez O Figueirense operou corretamente m 2016, cuidando da saúde financeira do clube. Infelizmente o resultado foi a queda para a Série B. É o risco. Clubes regionais dependem muito de uma boa gestão financeira, que os permita montar um elenco competitivo gastando pouco. O Figueirense adotou a estratégia correta, mas faltou o acerto no elenco. É trabalhar para reverter este quadro.

96

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Figueirense Futebol Clube

97

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

Balanço auditado por Mazars


Clube de Regatas do Flamengo

98

AnĂĄlise EconĂ´mico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Valor Presente

Geração de Caixa

Receitas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

Crescimento de 21% nas Receitas do Flamengo, fortemente impactado pelas Cotas de TV, que aumentaram 69%. Em compensação, e negativamente, as outras receitas sofreram redução importante, como Publicidade (-22%) e Bilheteria/Sócio Torcedor (-10%). Importante ressaltar que nos número difere do número do clube porque fazemos ajustes que tratam as penas as receitas operacionais e com efeito caixa, excluindo movimentações consideradas não-operacionais.

Apesar do robusto crescimento de Receitas, os Custos mantiveram-se controlados, de maneira que o EBITDA foi novamente relevante, tanto em termos Totais como Recorrentes.

Em 2015 as Receitas Recorrentes perderam da inflação, mostrando que nem tudo são flores, mas voltaram a crescer substancialmente em 2016.

CAGR Receita Recorrente a VP: 14% 99

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b

c Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos

Nas contas de giro vemos que o clube foi pressionado pela saída de R$ 36 milhões. Já nas cotas de TV não houve movimentação.

b) Investimentos

O Flamengo aumentou suas apostas na Formação de Elenco, atingindo R$ 38 milhões em investimentos. Destaque também para o Capex, que são investimentos em estrutura, que tiveram bom aumento.

c) Impacto na Dívida

Dívidas em queda, em linha com a estratégia da gestão. Operacionais comportadas e estáveis, bancárias em forte quedam, assim como as com Impostos. Lição de casa mais que bem feita.

100

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Clube de Regatas do Flamengo Índice de Eficiência Navegar é preciso; gerir Futebol não é preciso Novamente o Flamengo dá aula de gestão, fora de campo. Contas em dia, redução de Dívidas, controle de Custos. O que mais esperar além de passar a conquistar títulos? Bem, em 2016 o clube apresentou evolução no quesito técnico, se classificando para a Libertadores e melhorando seu Índice de Eficiência. Ainda é pouco, mas o caminho está correto. Agora precisa mudar de patamar esportivo, mas continuar com olhos bem abertos para as Finanças. O movimento mais natural seria o de voltar a gastar desenfreadamente, mas isto seria retroceder 10 anos. O que é preciso é passar a gerir de forma mais eficiente os recursos e a estratégia de curto prazo, que servirão para alavancar a estratégia de longo prazo. Muitas vezes é preciso algum arrojo para se obter grandes conquistas. Mas com moderação. Qual o Flamengo que veremos em 2017?

101

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Clube de Regatas do Flamengo

102

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

Balanço auditado por Mazars


Fluminense Football Club

103

AnĂĄlise EconĂ´mico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Receitas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

Receitas do Fluminense cresceram 14% em 2016, com comportamentos diferentes dependendo da origem delas. Enquanto a TV apresentou crescimento de 45% e Venda de Atletas 21%, houve queda em Publicidade (-35%) e Bilheteria/Sócio Torcedor (22%).

Valor Presente

Geração de Caixa

A TV aumentou a relevância e agora representa 49% do total.

Desempenho muito ruim quando falamos em Custos. O crescimento foi de 30%, e isto fez com que estes custos fossem maiores que as Receitas. Se considerarmos apena as Recorrentes, o desempenho foi ainda pior, pois a Venda de Atletas foi uma das receitas mais significativas de 2016.

Em 2014 as Receitas Recorrentes perderam da inflação, mas 2015 e 2016 foram bons anos. O problema do Fluminense não são as Receitas; são os Custos.

CAGR Receita Recorrente a VP: 9% 104

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b

c Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos As contas de giro impactaram o fluxo de caixa do clube, pois parte importante da venda de atletas só foi paga em 2017, gerando pressão ao caixa. Nas Cotas de TV vimos uma entrada via Adiantamento de R$ 16 milhões,

105

b) Investimentos A despeito do descontrole de Custos, o Fluminense teve um ano de investimentos vultosos. Foram R$ 9 milhões na Base, R$ 37 milhões em elenco Profissional e mais R$ 26 milhões em estrutura. Descontrole total do clube das Laranjeiras,

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

c) Impacto na Dívida As Dívidas saíram de controle. O aumento de mais de R$ 40 milhões nas Dívidas Bancárias preocupa. Operacionais e com Impostos até que se mantiveram bem. Não fosse as Luvas de TV de R$ 80 milhões e a situação teria sido catastrófica.


Fluminense Football Club Índice de Eficiência À beira de um ataque de nervos O Fluminense teve um ano de 2016 complicadíssimo. Custos descontrolados, Investimentos relevantes, Dívida aumentando. E tudo isso depois de ver suas receitas aumentarem e receber R$ 80 milhões de Luvas da TV. O que acontece com o clube das Laranjeiras? Gestão complicada. Será uma enorme dificuldade recuperar o clube. A pressão de Custos tende a se manter e já não haverá receitas adicionais como as Luvas da TV. Isto faz com que haja ainda mais necessidade na venda de atletas para fechar as contas. O Índice de Eficiência mostra que estes gastos todos não surtiram efeito, mas deixam um rastro de preocupação. O trabalho será árduo.

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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluminense Football Club

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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

Balanço auditado por UHY Moreira


Goiás Esporte Clube

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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Valor Presente

Geração de Caixa

Receitas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

Mesmo jogando a Série B o Goiás conseguiu aumentar suas Receitas em 16%, alavancado pelo aumento de 54% nas Receitas de TV e 22% na Publicidade.

Em contrapartida o clube esmeraldino apresentou queda de 51% na Bilheteria/Sócio Torcedor.

Receitas cresceram e trouxeram os Custos para cima, mas de forma comportada, tanto que o nível de geração de caixa foi semelhante ao observado em 2015.

Se em 2015 as Receitas Recorrentes em termos reais caíram 14%, com a maior cota de TV houve reversão dessa situação e as Receitas cresceram 11% acima da inflação.

CAGR Receita Recorrente a VP: 6% 109

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b

c Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos

b) Investimentos

O clube recebeu cerca de R$ 14 milhões em contas a receber de vendas realizadas em 2015.

Investimentos dentro histórico, sem destaques.

Em cotas de TV não houve movimentação relevante, exceto que o clube recebeu R$ 12 milhões em Luvas por renovação de contrato de TV Fechada.

110

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

c) Impacto na Dívida

do

Dívidas continuaram processo de redução, em todas as linhas. destaque paras as Bancárias, que foram praticamente zeradas. Nas Dívidas com Impostos houve acréscimo em Provisões para Contingência, sem detalhamento no Balanço.


Goiás Esporte Clube Índice de Eficiência No caminho certo O Goiás continua sendo uma referência em termos de gestão. mesmo na Série B conseguiu crescer receitas e manter inalterada a condição econômico-financeira. O clube se mostra pronto para recuperar a boa fase esportiva, e precisa agora se organizar dentro de campo para retornar à série A O Índice de eficiência mostra a recuperação que já teve início em 2016 E agora é colher os frutos.

111

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Goiás Esporte Clube

112

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

Balanço auditado por Floresta Auditores Independentes


Grêmio de Foot-Ball Porto Alegrense

113

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Receitas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

Receitas do Grêmio cresceram 22%, muito em função do aumento das Cotas de TV, que saltaram 33% em 2016. Venda de Atletas cresceu 35%, mas o valor é relativamente baixo, representando apenas 6% do total. Também foi importante o crescimento de 15% na Bilheteria/Sócio Torcedor.

Valor Presente

Geração de Caixa

Importante citar que o clube recebeu R$ 100 milhões de Luvas da TV, lançadas por nós como Não Operacionais.

Apesar do crescimento das Receitas, Custos cresceram também, mas o clube soube se ajustar e mantê-los relativamente comportados, a ponto de conseguir geração de caixa sob todas as óticas.

A análise das receitas Recorrentes reais mostra que um dos problemas do Grêmio é a oscilação, visto que ano-sim-ano-não a Receita tem queda real.

CAGR Receita Recorrente a VP: 9% 114

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b

c Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos A gestão das contas de giro foi difícil, tanto que foram consumidos R$ 16 milhões da geração de caixa. Além disso, foram ajustados valores de receita de TV adiantados em anos anteriores.

115

b) Investimentos

O Clube se manteve investindo bastante. Foram R$ 50 milhões em reforço de elenco Profissional e R$ 13 milhões na Base.

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

c) Impacto na Dívida Dois comentários em relação à Dívida: i) positivamente, se manteve estável; ii) negativamente, depois de receber R$ 100 milhões de Luvas, as Dívidas se mantiveram estáveis.


Grêmio de Foot-Ball Porto Alegrense Índice de Eficiência Risco real e imediato Poderia ter sido um ano melhor para o Grêmio. Se dentro de campo o resultado foi positivo com a conquista da Copa do Brasil, fora dele há pouco a comemorar. Entrou muito dinheiro em 2016 mas este foi todo gasto no Futebol, enquanto as Dívidas permaneceram estáveis. Com isto, as Despesas Financeiras atingiram R$ 46 milhões e continuam contribuindo para drenar caixa. Tanto é que, apesar do título, o Índice de Eficiência não se alterou. Será que um título vale à pena? pensando em Futebol, sim. pensando em longo prazo e quanto uma situação estabilizada pode render no futuro, não. O Grêmio precisará de um ajuste e não parece que 2017 o veremos. Há um risco, que esperamos estar sendo bem dimensionado. Não é o que nos parece.

116

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Grêmio de Foot-Ball Porto Alegrense

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Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

Balanço auditado por Rokembach + Lahm, Villanova, Gais e Cia Auditores


Sport Club Internacional

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AnĂĄlise EconĂ´mico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Receitas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

As receitas caíram 5% em 2016, mesmo com as de TV crescendo 24%. O problema é que todas as demais receitas sofreram quedas importantes, com destaque para a redução na Venda de Atletas, que foram 63%, o equivalente a R$ 25 milhões menor que em 2015. Para um clube que sempre dependeu dessas vendas, esta perda foi crucial para explicar a derrocada financeira.

Valor Presente

Geração de Caixa

As demais Receitas ficaram pouco abaixo do apresentado em 2015. E o clube ainda recebeu R$ 61 milhões de Luvas da TV.

O histórico mostra que em termos Recorrentes a geração de caixa do Internacional sempre foi negativa, o que comprova a tese de que trata-se de um clube formador e vendedor de atletas. esta dinâmica, quando não funciona, torna a geração de caixa total negativa também, e o resultado é ruim.

São dois anos praticamente recompondo a inflação em termos de Receitas Recorrentes. Era natural que encontra-se o muro.

CAGR Receita Recorrente a VP: 3% 119

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b

c Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos O Internacional recebeu R$ 30 milhões referentes a vendas de 2015, e ainda assim o desempenho financeiro foi frágil

Da TV foram R$ 61 milhões em Luvas.

120

b) Investimentos

c) Impacto na Dívida

O Clube fez uma grande aposta e investiu R$ 50 milhões em formação de elenco profissional. Além disso, foram mais R$ 5 milhões na Base. O dinheiro das Luvas canalizado para o esportivo.

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

foi

das se mantiveram relativamente estáveis, o que se torna a única notícia positiva de 2016, Em todas as linhas houve manutenção do status.


Sport Club Internacional Índice de Eficiência Em ordem? Não. A casa caiu E o Internacional pagou o preço por uma estratégia que, quando não funciona, é fatal. Ao se tornar um clube altamente dependente da venda de atletas, quando elas não ocorrem, falta caixa. Para piorar a situação do clube, o dinheiro das Luvas foi todo investido no Futebol, mostrando total falta de planejamento. O resultado pode ser visto no Índice de Eficiência: queda para a Série B. O Internacional precisa ser usado como exemplo para os clubes que se apoiam demais na venda de atletas para fechar suas contas. Sem uma boa estrutura de custos, que torne o clube livre desta necessidade de vendas, sempre haverá o risco das coisas não darem certo. Daí, não só a bola pune, como o caixa - ou a falta dele - também. E a reconstrução de 2017 será difícil, pois ao jogar a Série B o clube perde receitas e visibilidade. trabalho duro à vista.

121

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Sport Club Internacional

122

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

Balanço auditado por Saweryn e Associados Auditores


Joinville Esporte Clube

123

AnĂĄlise EconĂ´mico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Valor Presente

Geração de Caixa

Receitas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

Aqui um exemplo de como se comportam as receitas no vai-e-vem entre Série A e B. Foram 27% a menos, com queda em todas as linhas.

Naturalmente, dependendo de como o clube se organiza, o retorno à Série B costuma ser difícil, especialmente se a estrutura de custos não for flexível. Daí ocorre o que vemos no Joinville, que é geração de caixa negativa em todas as formas de avaliação.

Fica difícil e injusto fazer uma análise mais profunda com histórico curto e ter jogado a Série B em 2016..

CAGR Receita Recorrente a VP: -2% 124

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b

c

Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos Sem destaques nas contas de giro.

125

b) Investimentos Também sem destaques nos investimentos.

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

c) Impacto na Dívida Dívidas cresceram apenas pelas correções do Profut.


Joinville Esporte Clube Índice de Eficiência Atenção e controle Há pouco a dizer sobre o Joinville, exceto que precisa se recolocar no prumo para evitar um risco que é comum aso clubes regionais que sobem à Série A: a queda fulminante. Precisa controlar custos e retomar a boa gestão de anos anteriores;

126

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Joinville Esporte Clube

127

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

Balanço auditado por Selecta Auditores


Clube Náutico Capibaribe

128

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Valor Presente

Geração de Caixa

Receitas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

Sem grandes detalhes, vemos apenas que as receitas foram praticamente estáveis em 2016.

Continua a dificuldade em gerir o caixa, dado que novamente a geração de caixa foi negativa sob todas as óticas.

São 4 anos de Receitas Recorrentes variando abaixo da inflação, o que ´insustentável para um clube que busca voltar à elite do Futebol.

CAGR Receita Recorrente a VP: 0% 129

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b

c Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos O clube recorreu a adiantamentos e eventuais atrasos para ajudar a fechar suas contas. Não é possível afirmar que houve atrasos, mas os sinais, com aumento das despesas provisionadas, indica esta possibilidade.

130

b) Investimentos Sem destaques.

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

c) Impacto na Dívida Vemos Dívidas praticamente estáveis, o que foi positivo em mais um ano difícil.


Clube Náutico Capibaribe Índice de Eficiência Cuidado! Mais um ano complicado para o Náutico. Difícil se organizar quando não se coloca em mente a necessidade de manter custos compatíveis com as receitas. O clube vai além de suas possibilidades, mas ainda assim não obteve sucesso esportivo, conforme vemos no Índice de Eficiência. Ou seja, não está funcionando e não está ajudando o clube a ter um futuro mais tranquilo. Atenção aqui é fundamental. E cuidado também.

131

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Clube Náutico Capibaribe

132

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

Balanço auditado por Equity Auditoria


Sociedade Esportiva Palmeiras

133

AnĂĄlise EconĂ´mico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Receitas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

O Palmeiras apresentou crescimento impressionante de Receitas em 2016: 56%, e todas as linhas ajudaram nesta construção. TV cresceu 45%, Publicidade foi + 39%, Bilheteria/Sócio Torcedor acompanhou com +35%. Até a Venda de Atletas, tradicionalmente fraca no clube, saltou de R$ 5 milhões para R$ 51 milhões.

Valor Presente

Geração de Caixa

Desempenho excepcional e sustentável, dado a base recorrente de Receitas.

Naturalmente, com mais dinheiro o Clube aumentou seus Custos, com reforços. Ainda assim, a geração de caixa manteve-se bastante elevada, mesmo com queda em relação a 2015. Para 2017 os Custos tendem a continuar subindo por conta de novas contratações.

Depois de dois anos de desempenho bastante frágil - 2013 e 2014 - com receitas abaixo ou próximas da inflação, os anos de 2015 e 2016 foram espetaculares, com Receitas Recorrentes batendo de longe a inflação.

CAGR Receita Recorrente a VP: 16% 134

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b

c Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos As contas de giro operaram em favor dos Investimentos. Os R$ 47 milhões de giro foram financiamentos de aquisições de atletas. Atenção, pois terão que ser pago em 2017. Em Cotas de TV, nada de relevante.

b) Investimentos Os Investimentos foram expressivos em 2016. Além de R$ 16 milhões na Base, ainda gastou R$ 80 milhões no elenco Profissional e mais R$ 33 milhões em estrutura, com reformulação de centro de treinamento.

c) Impacto na Dívida As Dívidas tiveram redução de maneira geral, mas oscilaram dependendo do tipo. As Bancárias, que incluíam Dívidas com o ex-Presidente vem sendo reduzidas, enquanto as Operacionais cresceram por conta das Contratações. Impostos não tiveram alteração, pois o clube não aderiu ao Profut.

135

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Sociedade Esportiva Palmeiras Índice de Eficiência Quem segura este Clube? Com a casa em ordem o Palmeiras dá demonstração de que retomou o caminho da solidez. O trabalho de organização feito por Paulo Nobre trouxe os resultados esperados, com modernização da gestão. Naturalmente que o dinheiro colocado pelo ex-Presidente para ajudar nesse processo foi fundamental, mas este já foi paga de volta. Conta positivamente também ter um estádio novo e que não trouxe ônus, apenas bônus pelo uso. O volume expressivo e fora de padrão de mercado das Receitas Publicitárias não pode ser desconsiderado. De fato, ajudou fortemente no processo de reconstrução do clube. Mas hoje, mesmo que o Patrocinador deixasse o clube e os valores voltassem a patamares de mercado, estamos falando de sair de R$ 90 milhões para R$ 40 milhões, o que levaria a EBITDA recorrente de R$ .108 milhões para R$ 68 milhões, montante bastante razoável. Claro que a capacidade de investimentos diminuiria, mas não tornaria o clube inviável. Mas é importante ter atenção, ainda que as coisas estejam caminhando bem. Mesmo com o Título Brasileiro de 2016, o Índice de Eficiência sofreu leve evolução. Mas para se melhorá-lo de fato precisará cortar gastos ou conquistar mais. Convenhamos, como dinheiro não aceita desaforo, é preciso cautela na gestão. Por tudo isso é que o Palmeiras se coloca como um dos líderes no processo de organização da estrutura do Futebol e candidato a permanecer na disputa por todos os títulos que disputar. Mas precisa ficar de olho para que o amadorismo não volte a dominar as estruturas Palestrinas.

136

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Sociedade Esportiva Palmeiras

137

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

Balanço auditado por GF Auditores


Associação Atlética Ponte Preta

138

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Valor Presente

Geração de Caixa

Receitas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

A Ponte Preta é um clube bem organizado mas regional num estado em que há 4 grandes. Vida difícil. Mesmo assim, as Receitas cresceram 8%, basicamente pela TV (+12%) e Publicidade (+40%). Demais Receitas sofreram queda e contribuíram para segurar o crescimento geral.

A gestão é bastante nervosa, tanto é que na amostra, em nenhum dos 5 anos apresentou EBITDA positivo, sob qualquer ótica. Tem sempre que se financiar em fontes não operacionais.

As Receitas Recorrentes apresentaram ótimo desempenho em 2015 e 2016, crescendo bem acima da inflação.

CAGR Receita Recorrente a VP: 21% 139

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b c Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos Sem destaques na gestão das contas de giro.

140

b) Investimentos Manteve o perfil de investimento moderado para seu porte, com R$ 4 milhões em elenco Profissional.

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

c) Impacto na Dívida Dívidas estáveis, apesar do fluxo de caixa negativo. Foi buscar apoio em Luvas de TV para fechar seu caixa em 2016. Foram R$ 7 milhões.


Associação Atlética Ponte Preta Índice de Eficiência É o que é A Ponte Preta tem se notabilizado por fazer bons trabalhos esportivos, mantendo o clube na Série A por alguns anos. Trabalha acima da sua capacidade e conta sempre com fontes externas para fechar suas contas, o que é perigoso. Um exDirigente sustenta uma Dívida de mais de R$ 100 milhões com o clube e em 2016 quem ajudou foram as Luvas de TV. Apesar disso, o bom trabalho nesses dois últimos anos levou o clube apenas a se manter na Série A. Não é pouco, mas não é nada. E é o possível.

141

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Associação Atlética Ponte Preta

142

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

Balanço auditado por Audcorp


Santa Cruz Futebol Clube

143

AnĂĄlise EconĂ´mico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Valor Presente

Geração de Caixa

Receitas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

As informações do Santa Cruz são bastante limitadas, então nos atemos a avaliar o geral. As receitas cresceram 144%, pois o clube retornou à Série A, e certamente boa parte das Receitas teve incremento.

Do ponto-de-vista operacional, nada mudou. Mais Receitas levou a mais Custos e o EBITDA continuou negativo, sob qualquer ótica de análise.

É até injusto fazer análise de um clube que retornou à Série A em 2016, mas já foi rebaixado. Há pouca base de comparação.

CAGR Receita Recorrente a VP: 5% 144

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b

c

Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos Sem destaque nas contas de giro.

b) Investimentos Para jogar a Série A o clube investiu mais que em 2015: foram R$ 4 milhões em reforços para o elenco Profissional.

c) Impacto na Dívida Positivamente, as Dívidas Bancárias foram zeradas, mas no lugar entraram recursos de Terceiros, que na prática são dívidas. Não há esclarecimentos sobre isto. Dívidas Operacionais em queda foi uma boa notícia, mas as com Impostos cresceram bem. É preciso atenção nessa gestão, dado a pouca geração de caixa para fazer frente a estas dívidas.

145

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Santa Cruz Futebol Clube Índice de Eficiência Efeito bumerangue O bom desempenho de 2015, com retorno à Série A gastando pouco não foi mantido em 2016. O Santa Cruz gastou mais para tentar se manter, mas não obteve o resultado esportivo esperado. Clube regional tem desafios como este, e o ano da volta é sempre de alto risco. É preciso cuidado na gestão para se fortalecer e, quando voltar, estar mais firme.

146

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Santa Cruz Futebol Clube

147

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

Balanço auditado por N/A


Santos Futebol Clube

148

AnĂĄlise EconĂ´mico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Receitas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

Excelente desempenho das Receitas do Santos, que cresceram 46%. Há duas linhas que suportaram este crescimento: TV (+27) e Venda de Atleta (+474%¨), que saiu de R$ 11 milhões para R$ 62 milhões. Em contrapartida, outras receitas sofreram, como Publicidade (-37%) e Bilheteria/Sócio Torcedor (-15%).

Valor Presente

Geração de Caixa

Além dessas, o clube teve R$ 40 milhões de Luvas de TV, alocadas nas Receitas Não Operacionais.

Graças à Venda de Atletas o Santos recuperou fortemente seu EBITDA Total. Entretanto, como foi muito expressiva, a geração de caixa Recorrente manteve-se negativa, mostrando que ainda há desafios de Custos a serem superados.

Em 2015 e 2016 as Receitas Recorrentes tiveram bom desempenho, crescendo acima da inflação do período.

CAGR Receita Recorrente a VP: 8% 149

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b c

Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos As contas de giro impactaram negativamente o caixa do clube. Dos R$ 24 milhões de saída, R$ 17 milhões foram pagamentos de aquisições feitas em 2015, e outros R$ 13 milhões foram Direitos de Imagem pagos no período.

b) Investimentos O clube manteve perfil de investimentos, tanto na Base como no elenco Profissional.

Em Cotas de TV ainda houve redução de R$ 8 milhões de prováveis adiantamentos feitos no passado.

150

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

c) Impacto na Dívida Positivamente, as Dívidas caíram consideravelmente, em todas as linhas. Para isso, além das sobras de EBITDA, ainda se utilizou das Luvas da TV para fazer os ajustes necessários.


Santos Futebol Clube Índice de Eficiência Acertando os ponteiros O desempenho do Santos em 2016 pode ser considerado bom. No limite, mas bom. Melhorou geração de caixa, Receitas, reduziu Dívidas e manteve Investimentos. Para tirar nota 10 deveria ter trabalhado com custos menores. O efeito pode ser visto na melhora do Índice de Eficiência, pois teve mais conquistas mesmo com gastos mais elevados. O desafio é manter os pés no chão. Parte do bom desempenho de 2016 veio por conta de expressiva venda de atletas, então precisa se organizar para anos onde isto não ocorre. O caminho? Cortar custos e trabalhar dentro das possibilidades. A dificuldade é sair da teoria e chegar à prática.

151

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Santos Futebol Clube

152

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

Balanço auditado por N/A


São Paulo Futebol Clube

153

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Receitas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

O clube do Morumbi teve crescimento de 30% nas Receitas em 2016, com bom desempenho em praticamente todas as linhas. Na TV forma + 52%; em Publicidade foram outros 34%; seguindo com 13% de crescimento em Bilheteria. Já as vendas de Atletas cresceram importantes 40% e ajudaram a fechar as contas. Detalhe importante: há um bom equilíbrio entre as origens, mas uma dependência perigosa da Venda de Atletas.

Valor Presente

Geração de Caixa

O Clube ainda recebeu R$ 60 milhões em Luvas da TV.

O nível de geração de caixa foi superior a 2015, em todas as óticas. Ainda que os Custos tenham aumentando, foram compensados pelo aumento das Receitas.

Em 2016 houve boa melhora nas Receitas Recorrentes, crescendo bem acima da inflação. Destaque é que o clube vinha de 3 anos com desempenho sofrível nessas Receitas.

CAGR Receita Recorrente a VP: 2% 154

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b c Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos Os clubes não apresentou grandes destaques nas contas de giro, pois acabaram tendo efeitos que se anularam entre contas a pagar e contas a receber.

b) Investimentos Investimento relevante do clube em 2016. Foram R$ 79 milhões em elenco Profissional e outros R$ 22 milhões na Base. bem acima do usual, diga-se.

c) Impacto na Dívida As Dívidas, por sua vez, cresceram. Se as bancárias foram reduzidas, as Operacionais aumentaram substancialmente, por conta das aquisições de atletas. Como falamos ao lado, há contas a receber que anulam este efeito, mas o contas a pagar é certo, já o valor a receber pode não ocorrer. Além disso, parte da redução Bancária veio com empréstimos de Pessoa Física - foram R$ 9 milhões, que é uma prática desaconselhável. Dívidas com Impostos correção do Profut.

cresceram

na

Mas a redução só foi possível por conta das Luvas de TV (R$ 60 milhões).

155

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


São Paulo Futebol Clube Índice de Eficiência Há pedras no meio do caminho Há uma impressão de evolução na gestão financeira do Clube, mas que deve ser analisada nas entrelinhas. Se por um lado é inegável que as Receitas cresceram bem, por outro este crescimento está sustentado nos níveis mais elevados por conta de vendas constantes e vultosas de atletas. Como já vimos em outros exemplos, quando esta bicicleta para, o caos está instalado. Não podemos deixar de ressaltar as Receitas de Publicidade, que voltaram aos níveis de 2013, mas que em 2017 já passaram a sofrer novamente, bem como a Bilheteria, que em 2016 teve forte impacto da Libertadores. Ou seja, dificuldade de manutenção em 2017. Além disso, o clube usou parte da boa geração de caixa para reinvestir em elenco Profissional, mas sem resultado esportivo. Investe muito, mas mal. Outro aspecto que precisa ser ressaltado é que parte da redução nas Dívidas veio por conta das Luvas de TV e do empréstimo de um Diretor. Ou seja, uma receita que não se repte e um acesso desaconselhável (mesmo os clubes que o fizeram com sucesso, usaram de uma prática errada que no final deu certo). Desta forma, para manter o mesmo padrão, o clube precisará continuar vendendo atletas para ajudar a fechar a conta. Se quiser fazer investimentos, venda de atleta será fundamental. Ou seja, prática perigosa e arriscada. Cortar Custos e Investimentos é o melhor caminho, no lugar de sobreviver de comércio.

156

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


São Paulo Futebol Clube

157

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

Balanço auditado por CCA Continuity


Sport Clube do Recife

158

AnĂĄlise EconĂ´mico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Valor Presente

Geração de Caixa

Receitas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

O Sport não apresenta suas Receitas em detalhes, então nos limitados aos dados gerais, onde o clube apresentou crescimento de 38% em relação a 2015.

Muito positiva a gestão de Custos, que se mantiveram estáveis mesmo com maior receita, possibilitando EBITDA expressivo.

Não há distinção entre Recorrentes e Não Recorrentes, dados a falta de abertura. Aqui, analisamos as Receitas Totais.

CAGR Receita Recorrente a VP: 12% 159

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b

c Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos Teve uma boa gestão das contas de giro, que liberaram R$ 7 milhões e compensaram os R$ 10 milhões de adiantamentos de TV do passado.

160

b) Investimentos Clube investiu fortemente em 2016, atingindo R$ 32 milhões em elenco Profissional.

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

c) Impacto na Dívida As Dívidas cresceram, mas a Bancária foi positivamente reduzida. O maior ofensor desse crescimento foram com Impostos, cujo parte importante veio da correção do Profut.


Sport Clube do Recife Índice de Eficiência Olhando para o futuro Gestão bem organizada do Sport. Conseguiu controlar os Custos mesmo num ano de investimentos vultosos. Infelizmente há pouco detalhamento para entrar mais a fundo nos números do Leão. Mas o que vemos é positivo, e coloca o clube numa condição de solidez que permitirá permanência na Série A, desde que a gestão esportiva seja bem feita.

161

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Sport Clube do Recife

162

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017

Balanço auditado por BDO RCS


Club de Regatas Vasco da Gama

163

AnĂĄlise EconĂ´mico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Valor Presente

Geração de Caixa

Receitas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

Qualidade da informação no Vasco da Gama é bastante ruim. Mas com o que temos, vimos que as Receitas cresceram 12%. Em TV foram + 58%, mas acreditamos que aqui dentro há Luvas, não detalhadas. Pelo fato de jogar a Série B, todas as demais Receitas sofreram queda, com destaque para Publicidade (-62%), Bilheteria (-53%) e Social (-41%).

Manteve certo equilíbrio, com EBITDA positivo sob todas as óticas. Mas é importante lembrar que as Luvas de TV estão dentro desta receita, o que dificulta a comparação com os demais clubes e a análise da realidade do Vasco. Tende a ter sido pior que o que vemos.

Idas-e-vindas entre Série A e B dificultam qualquer análise. E a falta de informações sobre Luvas também distorce os dados de 2016.

CAGR Receita Recorrente a VP: 8% 164

Análise Econômico-Financeira dos Clubes Brasileiros de Futebol | 2017


Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a b

c

Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos

b) Investimentos

Boa gestão das contas de giro, com recebimento de R$ 15 milhões de vendas feitas no passado, consumidos em parte por outras contas, que resulta nos R$ 12 milhões do fluxo de caixa.

Manteve investimento módico em elenco Profissional e reduziu fortemente o aporte na Base.

Em TV nenhum destaque.

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c) Impacto na Dívida

A Dívida Total cai, mas precisa ser analisada em partes. A Dívida com Impostos caiu por pagamentos efetivos pelo Ato Trabalhista. Operacionais também porque não houve investimentos. Mas a Bancária subiu, e foi fonte de recursos para fechar as contas do clube.


Club de Regatas Vasco da Gama Índice de Eficiência Na corda bamba Muito difícil o futuro do Vasco.

Um clube grande que vive na gangorra entre Série A e B perde a referência de gestão, especialmente de Receitas. Daí fica muito errática sua capacidade de atrair e formar bons elencos, pois as Receitas flutuam muito.

O clube não traz informações tão claras, o que dificulta até a entender sua real situação. Positivamente, vem honrando os acordos Trabalhistas, mas sua incapacidade em elevar Receitas pode impactar negativamente este movimento positivo. O clube precisa voltar a ser grande, e isto passa por uma gestão mais afiada do esportivo, mas também maior controle de custos e ações para aumento nas Receitas. Não será fácil, e o clube não pode correr o risco de cair novamente para a série B.

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Club de Regatas Vasco da Gama

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Balanço auditado por Azevedo & Lopes Auditores


Esporte Clube Vitória

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Receitas

Receitas & Custos

Valores em R$ milhões

O Vitória apresentou crescimento de 37% nas Receitas totais, impulsionado pela TV, que subiu 45% e pela Publicidade, com mais 24%. Demais Receitas tiveram comportamentos dentro da normalidade.

Valor Presente

Geração de Caixa

O Clube recebeu R$ 40 milhões de Luvas da TV.

Apesar da boa Receita, os Custos andaram mais rápido que elas. E muito mais rápido, de forma que o EBITDA sob todas as óticas foi negativo. Nada bom.

Positivamente, depois de dois anos com Receitas Recorrentes em queda, em 2016 houve boa reversão.

CAGR Receita Recorrente a VP: 6% 169

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Fluxo de Caixa | Investimentos | Dívidas Composição da Dívida

a

b

c

Valores em R$ milhões

a) Adiantamentos

Pouca movimentação nas contas de giro, mas suficientes para recuperar parte do EBITDA negativo.

b) Investimentos Aumentou investimentos em elenco Profissional e na Base, buscando melhorar qualidade da equipe.

Em contrapartida, viu as Cotas de TV consumir R$ 5 milhões de adiantamentos de anos anteriores.

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c) Impacto na Dívida Dívidas em forte queda, o que foi positivo. Bancárias e Operacionais com queda expressiva e manutenção das com Impostos. Além disso, manteve parte relevante das Luvas em Caixa, para uso em 2017.


Esporte Clube Vitória Índice de Eficiência Com a casa em ordem Contou muito com a ajuda das Luvas para fechar o ano de 2016 em paz. No operacional trabalhou além das possibilidades, mas fez bom uso do recurso adicional, diferente de quase todos os outros clubes.

Precisa agora fazer boa gestão esportiva e garantir sustentabilidade. O desempenho foi melhor em 2016, como mostra o Índice de Eficiência. Os sinais são positivos para o Vitória.

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Esporte Clube Vitória

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Balanço auditado por Convicta Auditores


Hora da Verdade | Como foram nossas previsões para 2015

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Como fomos e o que projetamos

O objetivo do “Earnings Preview” é menos o de acertar os dados, coisa de quem lê cartas ou bola de cristal, e mais de apresentar o grau de transparência de cada clube em termos de disponibilidade de informações financeiras. Vocês notarão que quanto mais dados divulgam, mais chegamos perto do resultado final auferido, e isto é muito importante para que o torcedor acompanhe o desempenho financeiro do seu clube. Se o objetivo não é necessariamente acertar, é sim dar uma dimensão da situação antes da publicação dos balanços, para que os torcedores entendam os movimentos de início de ano. Seria muito melhor se todos divulgassem dados intermediários que possibilitassem o acompanhamento mais de perto.. Quem sabe um dia? Vamos aos resultados!

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Projeções 2015 X Realizado 2015 Atlético Mineiro

Chegamos bem perto no Botafogo. As Receitas quase em cima e acreditamos num custo um pouco menor, mas mesmo assim, a tendência de bom desempenho foi na mosca!

Corinthians

Erramos de longe as Receitas, mas é precisa ressaltar que nossa avaliação não considerou Luvas de TV, que acreditamos estarem nas receitas reais de 2016. Nosso erro teria sido menor sem estas luvas, pois chegamos bem perto dos Custos e Despesas.

Botafogo

Valores em R$ milhões

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Mas, é do jogo.

Acreditamos em Receitas um pouco maiores no último trimestre, e por isso acabamos ficando um pouco fora do resultado final. Mas como a tendência foi acertada, com custos muito próximos do realizado, chegamos perto!

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Projeções 2015 x Realizado 2015

Cruzeiro

O Flamengo, ao divulgar dados trimestrais, nos ajuda a acertar. As receitas ficaram bem próximas e os custos ou pouco acima do que imaginávamos, mas não tão distantes. Este era gol certo!

Fluminense

Ficamos bem próximos das Receitas, mas superestimamos um pouco os custos. Mesmo sem dados preliminares, foi bastante ok, uma vez que a tendência estava correto. Ainda assim, vamos nos aprimorar na próxima temporada!

Flamengo

Valores em R$ milhões

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A despeito de publicar dados trimestrais, o número final de 2016 do Fluminense veio completamente diferente da tendência, o que nos derrubou.

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Palmeiras

Internacional

Grêmio

Projeções 2015 x Realizado 2015

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Valores em R$ milhões

Ficamos um pouco acima tanto das Receitas quanto dos Custos, mas ainda assim a tendência estava correta, e nosso EBITDA ficou muito próximo.

A despeito de dizerem que estávamos errados, nossos números foram bastante realistas e mostramos que o ano do Internacional realmente foi ruim.

Ainda que bastante fechados, o Palmeiras apresenta dados mensais, o que nos ajuda no momento de identificar a realidade do clube antes da hora. Nada mais fácil que contar com a ajuda do clube!

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Vasco

São Paulo

Santos

Projeções 2015 x realizado 2015

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Valores em R$ milhões

Nossa simulação ficou abaixo tanto na Receita como nos Custos, mas ainda assim acertamos bem a tendência do ano para o Peixe.

Apesar de não divulgar dados intermediários, o bom acompanhamento das informações na imprensa nos ajudou a chegar bem próximo da realidade do clube em termos de geração de caixa.

O Vasco divulga apenas resultados anuais, pouco claros, e mesmo assim chegamos perto da realidade. Não foi ruim.

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Avaliação de Desempenho | Gráfico de Eficiência Futebolística

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Conceito | Visão geral Como medir a eficiência de uma equipe O que é eficiência no Futebol? Muito provavelmente dirão os Torcedores e Analistas que são os Títulos! De certo modo, é verdade, afinal o “lucro” de um clube deveria ser o título conquistado.

Mas a que preço chega esse título? Quanto vale o desempenho de um clube Campeão? Será possível chegar a conquistas gastando pouco? Buscando respostas a essas e outras perguntas criamos um Índice de Eficiência do Futebol, que consiste em fazer um cruzamento entre Desempenho Esportivo, tratado em duas dimensões, i) total de pontos obtidos no ano e ii) pontuação por colocação nos campeonatos disputados e desempenho financeiro, tratado a partir dos Gastos Gerais, que como mostramos anteriormente, é a soma entre Custos, Investimentos e Despesas Financeiras. Isso tudo é plotado num gráfico e dependendo da posição do clube nesse gráfico chegamos ´visualmente ao Índice de Eficiência.

A seguir um pouco sobre as 3 dimensões.

Gastos Gerais É a soma conforme citamos acima. Ela indica quanto o clube investiu no Futebol, seja via Salários, despesas que sustentam o negócio, Investimentos em Atletas Profissionais e da Base – ou seja, reforço da mão-de-obra – e quanto pagou de Custos Financeiros, que na prática representa o preço do dinheiro tomado para cobrir buracos de caixa originados pela atividade, seja por conta de Dívidas, seja por Adiantamentos.

Relação com os Pontos Dividimos então o valor dos Gastos Gerais pelo total de pontos obtidos pelo clube ao longo de todo o ano, em todos os campeonatos oficiais. Com isto chegamos ao Custo de cada ponto, que de maneira geral nos grandes clubes chega a valer Milhões de Reais. Mas ele sozinho não diz nada, pois um clube pode ter conquistado um bom volume de pontos mas não ter conquistado Títulos.

As Conquistas Daí cruzamos o Custo por Ponto com outra pontuação, a das Conquistas. Atribuímos pontuações para conquistas e decepções, na seguinte proporção: Títulos Estaduais ...................:.....10 pts Copa Sulamericana:.................... 10 pts Classificação para Libertadores:. 10 pts Títulos da Copa do Brasil:........... 15 pts Brasileiro: ....................................25 pts Libertadores: ...............................30 pts Mundial: .......................................50 pts Subir para Série A:....................... 5 pts Cair para Série B: .....................- 15 pts

O resultado veremos a seguir, com o cruzamento plotado num gráfico e a classificação de cada clube.

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Os Grupos | Como definimos cada posição no gráfico Os grupos levam em consideração a pontuação total das conquistas, ou seja, se um clube venceu o Estadual e fez 5 pontos, mas foi rebaixado na Série A e perdeu 15 pontos, então no ano seu resultado foi menos 10 pontos. Um título é importante, mas vemos que a permanência na Série A traz mais retorno financeiro no longo prazo.

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Eficientes

Eficazes

São os que conseguiram mais Conquistas gastando menos por ponto. Eficiência é conseguir resultados ao menor custo.

São os que conseguiram mais Conquistas gastando mais por ponto. O resultado veio, mas a um custo excessivo.

Deixaram a Desejar

Não deu

Estes também permaneceram em suas Séries, mas gastando muito mais. Ou seja, o gasto foi improdutivo.

Gastaram pouco, era o possível, e o resultado não só não veio como o clube ainda foi Rebaixado de Série.

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Bom Trabalho

Gastaram relativamente pouco e apesar de não conquistarem nada, permaneceram nas suas Séries.

Perdulários

Gastaram muito e o resultado ao final da temporada foi negativo. Pode até ter conquistado um título menor, mas o rebaixamento de Série pôs tudo a perder.


Custo por Ponto Conquistado | R$ milhões / ponto

O Gráfico

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Pontuação de Conquistas

Eficazes

Bom Trabalho

Não Deu

Eficientes

Deixou a Desejar

Perdulários

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O Gráfico

Foram 7 os clubes classificados como “Eficazes”.

Custo por Ponto Conquistado

Destaque para o Palmeiras, maior pontuador pela conquista do Brasileiro, mas que também teve o maior Gasto por Ponto conquistado. É preciso ressaltar que o Palmeiras gastou substancialmente mais que o Corinthians Campeão de 2015 (veja próxima página).

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Dos demais, Santos se destaca pelo título Estadual, enquanto Grêmio pela Copa do Brasil. Vasco retornando à Série A lhe garantiu pontuação adicional e o trio Atlético Mineiro, Flamengo e Botafogo estão aqui pela classificação à Libertadores. Pontuação de Conquistas

Na prática, o maior destaque deste bloco é o Botafogo, que alcançou a mesma conquista que Flamengo e Atlético Mineiro, porém gastando muito menos por ponto conquistado.

Eficazes

Bom Trabalho

Não Deu

Eficientes

Deixou a Desejar

Perdulários

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Custo por Ponto Conquistado

O Gráfico

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Enquanto o Corinthians foi Campeão gastando 2,22 por ponto conquistado no ano, o Palmeiras precisou de 3,64. Pontuação de Conquistas

Eficazes

Bom Trabalho

Não Deu

Eficientes

Deixou a Desejar

Perdulários

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O Gráfico

O grandes destaque é o Atlético Paranaense, que conquistou 20 pontos – 10 pelo Estadual e 10 pela vaga à Libertadores – gastando 1,22 por ponto. O mais Eficiente entre todos os clubes em 2016. Poderíamos incluir a Chapecoense, mas dos 20 pontos conquistados, 10 são pela Sulamericana, então parece correto considerar o Atlético Paranaense mais eficiente que a Chape.

Custo por Ponto Conquistado

Depois temos Vitória e Goiás premiados pela título estadual e Bahia e Avaí pelo retorno à Série A.

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Veja que especialmente os 4 últimos clubes são essencialmente regionais e gastam valores muito próximos. Isto mostra que é fundamental ter a consciência do tamanho e da possibilidade de conquistas. Trata-se de padrão que deve ser ressaltado e valorizado. Pontuação de Conquistas

Eficazes

Bom Trabalho

Não Deu

Eficientes

Deixou a Desejar

Perdulários

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O Gráfico

Custo por Ponto Conquistado

Dos clubes que Deixaram a Desejar, o maior destaque negativo é o São Paulo, que gastou tanto quanto o Palmeiras – 95,9% do que o Palmeiras gastou por ponto – e não conseguiu nenhum resultado.

Que, fez um Bom Trabalho foram novamente os clubes regionais, cujo maior objetivo é se manter na Série A e vencer, e se possível vencer o estadual. Coritiba, Ponte Preta, Joinville, Criciúma e Náutico estão nessa lista. Mas cada um tem uma história diferente para contar.

Na sequência um grupo onde sempre haverá clubes grandes e neste caso estão Corinthians, Cruzeiro e Fluminense. Vale destacar o Corinthians, que gastou 2,74 por ponto conquistado em 2016 frente a 2,22 de 2015, quando foi campeão.

Se para a Ponte Preta ser campeão Estadual é mais complicado, e portanto a manutenção na Série A é muito positiva, para o Coritiba esta verdade vale menos, dado a menor competição dentro do Estado.

Pontuação de Conquistas

Por fim, o Sport, fechando o bloco e com desempenho que fica aquém dos gastos.

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Já para Náutico, Joinville e Criciúma, que tem competição bastante forte no Estado, mas nenhum deles conseguiu a maior conquista, que é voltar à Série A. Ou seja, o Bom Trabalho tem gosto meio amargo.

Eficazes

Bom Trabalho

Não Deu

Eficientes

Deixou a Desejar

Perdulários

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O Gráfico

Custo por Ponto Conquistado

Todo time grande que cai para a Série B necessariamente será um perdulário. Gasta-se muito e descer de divisão é uma perda dura.

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Pontuação de Conquistas

Dos 3 clubes para quem Não Deu, o destaque negativo é o Figueirense, que convive com a Série A por mais tempo. Tanto América quanto Santa cruz, a despeito da história e força Estadual, há muito tempo não atuavam na Série A, de maneira que esta passagem costuma ser difícil no primeiro ano. Resta voltar ao trabalho e tentar retornar em 2017.

Eficazes

Bom Trabalho

Não Deu

Eficientes

Deixou a Desejar

Perdulários

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Análise do Índice de Eficiência Financeira Comparamos os Gastos por Ponto em 2015 e 2016. Note que a maior parte dos Clubes gastou mais por Ponto, refletindo o próprio aumento de Receitas visto no ano. As exceções entre os grandes foram Cruzeiro e Vasco. Destaque: enquanto o Palmeiras aumentou gastos por ponto pelo aumento efetivo nos Gastos~, o efeito de São Paulo e Internacional foi mais pelo mal desempenho em campo, com menos pontos conquistados. Além do aumento de custos, efetivamente.

Aqui, nenhuma novidade. Os Clubes de maior Receita continua no quartil das conquistas. E se não há espaço para todos conquistarem, então sempre sobrarão clubes no limbo. É natural. O que não é natural é um clube de orçamento elevado cair para a Série B, mas isto tem sido uma constante perigosa. Há que se tomar cuidado, pois orçamentos estão relacionados a bom desempenho em campo. Por outro lado, a comparação entre o Corinthians de 2015 e o Palmeiras de 2016 mostra que nem sempre é preciso gastar muito para ter o mesmo nível de conquistas. Porém, é preciso aguardar o resultado do projeto de investimentos do Palmeiras em 2017, para saber se o salto de 2016 foi apenas o início de uma jornada. No caso do Corinthians, foi apenas um ponto na trajetória, pois desempenho de 2016 foi inferior ao ano anterior. Temos que reconhecer a capacidade de gestão dos Clubes Eficientes. Claramente nenhum deles busca o título Nacional, mas todos tem seus objetivos bem traçados: a luta pelo Estadual, a permanência na Série A e uma vaga na Libertadores. Mantida esta estratégia, tem tudo para seguir bem colocados na nossa avaliação.

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Índice de Eficiência Financeiro Esportiva | Detalhamento O Índice Transformamos a posição gráfica num Índice., que nos permita acompanhar a evolução dos clubes, conforme foi visto na página de conclusão de cada clube. A lógica é simples: toma-se o total de Gastos por Ponto e divide-se pela Pontuação por Conquistas. A partir daí temos um Índice que quanto mais se aproximar de zero será melhor, mas nunca ser zero, uma vez que ele só ocorre quando o clube não conquistou nada. Índices negativos indicam que o desempenho em campo foi ruim, com queda para a Série B. Desta forma, temos algumas referências: - Aumentar o Índice significa que se gastou mais para as mesmas conquistas, ou se gastou mais e ainda assim conseguiu mais conquistas. - Reduzir o Índice é justamente o contrário.

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Futebol no Brasil x Futebol na Europa

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Brasil x Europa | Relação Receita x PIB de cada País A real distância entre nós O objetivo é fazer uma comparação que fuja do erro comum que é comparar Receitas em Reais convertidas em Euros com Receitas originadas em Euros. Naturalmente que a capacidade de geração de Receitas dos Clubes Europeus será sempre maior que a dos Brasileiros, pois as Economias são mais fortes e há uma questão cambial que distorce a relação. Ao utilizarmos a comparação entre Receita e PIB do País, que é onde os clubes geram a maior parte de suas receitas, com contratos de TV e Bilheteria, passamos a encontrar a relevância do Clube na Economia do País. Desta forma podemos verificar quem consegue de fato extrair mais Receitas de sua Economia-Mãe. A conta é bastante simples: dividimos a Receita da temporada pelo PIB médio dos anos em que questão. Por exemplo, para a Temporada 2015/2016 utilizamos a Receitas dividida pelo PIB Médio entre 2015 e 2016. Como mencionado, isto dá uma dimensão sobre a relevância dessa Receita em relação ao que o País produziu no mesmo período. Real Madrid e Barcelona mostram quão fortes são, visto que suas receitas frente ao PIB Espanhol são substancialmente maiores que a dos pares Europeus. Neste ano, o destaque será o Benfica, pois teve uma receita importante realizada num País cujo PIB é substancialmente inferior aos demais, que é Portugal. Ao mesmo tempo, os Clubes Brasileiros se colocam em posições razoáveis dentro do cenário Mundial. Obviamente que jamais competiremos com esses clubes na busca por algum atleta, mas podemos ver que alguns clubes atingem níveis mundiais de Receitas.

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Distância aumentou 2015/2016 | Receita Nominal

* No casos dos Brasileiros utilizamos as Receitas de Dezembro/16

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2015/2016 | Ranking por % PIB Local


Dificilmente atingiremos patamares mais elevados

A competição entre Brasileiros e Europeus é muito difícil, em função da moeda, do poder de compra do torcedor e do volume de dinheiro que gira nos mercados. Fizemos o seguinte exercício: considerando a relação Receita/PIB dos clubes Europeus e aplicando-as ao PIB Brasileiro de 2016 (R$ 6,26 Tri), qual seria a Receita que o clube Brasileiro teria no ano? Qual o tamanho do crescimento em relação à receita do Palmeiras, maior do País em 2016? Veja que para atingir 10ª relação Receita/PIB, que pertenceu ao Galatasaray, de 0,0195%, a maior Receita do Brasil deveria ser de R$ 999 milhões, ou 2,1 vezes maior que a auferida pelo Palmeiras em 2016. Isto é bastante difícil, e esta dificuldade ajuda a explicar o porquê da distância entre o Futebol Europeu e o Brasileiro. Por mais esforços aplicados para aumento das Receitas do clubes Brasileiros, um crescimento dessa magnitude leva tanto tempo para ocorrer que o torna improvável, ao menos a curto e médio prazos. Ainda assim, melhoramos, porque em 2015 a maior Receita Brasileira precisava crescer 9,5x para atingir a maior da Europa. Hoje o número está em 7,3x.

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Comportamento das Receitas por Origem Comparativo por Origem de Receita | 2016

Comparamos as Receitas Brasileiras com as dos 20 maiores Europeus, por origem. A primeira diferença foi notar que os Europeus não consideram Venda de Atletas no Operacional, então para os Brasileiros criamos uma quarta categoria, para abarcar esta origem. Os gigantes apresentam maior equilíbrio entre Receitas Comerciais e de TV, mas na comparação com outros clubes do mesmo País. Veja o Bayern, Barcelona e Real Madrid. De certa forma, os Alemães são assim, uma vez que as Receitas com TV são distribuídas de maneira mais equilibrada. Agora, Barcelona e Real Madrid são mais equilibrados por conta da TV ou a TV retribuiu a maior exposição? Na Inglaterra, quanto menor o clube, mais dependente da TV, enquanto fica claro que PSG e Zenit são clubes de donos, que aportam recursos via Receitas Comerciais.

No Brasil, a venda de Atletas é um componente importante, mas diferentemente dos Europeus, que trabalham com Receitas mais estáveis, os Brasileiros ficam à mercê da demanda dos co-irmãos do Velho Mundo.

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Conclusões

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Conclusão | Volta o cão arrependido...

Não resta dúvida que estamos diante de uma nova bolha no Futebol Brasileiro. Aumento das Receitas com TV, mas especialmente o volume significativo pago como Luvas em 2016 mudaram novamente o patamar de Receitas, mas também de Custos, Despesas e Investimentos. E como essas Receitas não se repetem infinitamente, 2016 foi um ano que mostrou certo equilíbrio, mas atitude populista dos Dirigentes. Desta forma, já miramos 2017 como uma ano de muita dificuldade para os Clubes que deixaram de fazer a lição de casa no ano passado. Lembramos do icônico personagem “Chaves” e seu conhecido poema, que representa nossa expectativa para o Futebol Brasileiro: “Volta o cão arrependido Com suas orelhas tão fartas Com seu osso roído E com o rabo entre as patas” Se 2016 foi uma ilusão, 2017 promete fortes emoções.

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Escalação

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Elenco

Treinador Cesar Grafietti Comissão Técnica Pasquale Di Caterina Isabela Alves Jafet Augusto Ribeiro melcher Ederson Pinho Biagio Reinaldo Mano Leandro Antunes

Leonardo Sari Froner

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Referências

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Referências

Balanços e dados econômico-financeiros dos Clubes Brasileiros foram obtidos através da imprensa e dos sites oficiais dos clubes e Federações locais de Futebol. Dados Econômicos dos Países foram obtidos junto ao site do Banco Mundial e FMI. Dados dos Clubes Europeus foram obtidos junto aos estudos Football Money League, produzido pela Deloitte. Dados econômico-financeiros dos clubes da Argentina, Colômbia, Chile e México foram obtidos através da imprensa, dos sites oficiais dos clubes e da SVS Chilena. Dados da UEFA Champion’s League foram obtidos através de report preparado pela UEFA e disponibilizado em seu site. Dados da Libertadores da America foram obtidos através da imprensa. Informações sobre Contratos de Televisionamento foram obtidas junto à imprensa, através de diversas matérias e fontes.

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