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Aumentan los casos de gripe en el país
Gripe mantém tendência crescente e taxa de incidência quase triplicou
CORREIO / LUSA
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A taxa de incidência de síndrome gripal quase triplicou, fixando-se em 43,5 por cada 100.000 habitantes, numa tendência que continua crescente e com “atividade epidémica disseminada”, segundo o Instituto Ricardo Jorge.
O boletim de vigilância da gripe do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), referente à semana de 07 a 13 de março, diz que a taxa de incidência de infeção respiratória aguda (IRA) foi de 43,5 por 100.000 habitantes e que foram reportados dois casos de gripe pelas 17 unidades de cuidados intensivos que enviaram informação, ambos referentes a doentes com doença crónica que não estavam vacinados.
Contudo, o INSA refere que os valores das taxas de incidência devem ser interpretados “tendo em conta a reorganização do atendimento ao doente respiratório e a menor população sob observação do que a observada em período homólogo de anos anteriores”.
Segundo o boletim, a Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe (Hospitais) detetou, nesta semana, 447 casos positivos para o vírus da gripe, dos quais 398 do tipo A, oito do tipo B e 41 não tipados. Em 52 dos casos foi identificado o subtipo A(H3).
Em toda a época 2021/2022, os laboratórios da Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe notificaram 61.914 casos de infeção respiratória e foram identificados 1.073 casos de gripe.
Até ao momento, foram detetados 39 casos de co-infeção pelo vírus da gripe e SARS-CoV-2.
Quanto à gravidade, além dos dois casos apontados pelas 17 unidades de cuidados intensivos, foi reportado um caso de gripe pelas três enfermarias que enviaram informação. Trata-se de uma criança de dois anos de idade, sem doença crónica e não vacinada, tendo sido identificado o vírus Influenza A(H3N2).
No que se refere à caracterização genética, o boletim diz que até à semana entre 07 e 13 de março foram caracterizados 80 vírus da gripe com características antigénicas que se distinguem do vírus contemplado na vacina contra a gripe da época 2021/2022.
Esta situação já tinha sido admitida pela coordenadora da Rede Médicos-Sentinela, que em declarações à Lusa admitiu que possa haver uma resposta imunitária diminuída.
Portugal sem registo de casos de gripe das aves em humanos
Portugal não tem registo de nenhum caso de gripe das aves em humanos e os focos de infeção em animais estão controlados, disse à Lusa a investigadora do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) Raquel Guiomar.
Em entrevista à agência Lusa no Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e outros Vírus Respiratórios do INSA, Raquel Guiomar adiantou que os vários focos de infeção detetados em aves selvagens, domésticas e a nível industrial “foram controlados” e não foi detetada a passagem do vírus influenza H5N1 ao homem.
“Em 2021 e 2022, apenas foi documentado um caso [de contágio humano] pelo Reino Unido em que essa transmissão se deu devido a um contacto prolongado e muito próximo com as aves infetadas”, relatou a responsável pelo laboratório, que desde 1953 integra as redes de vigilância da gripe da Organização Mundial da Saúde e do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças.
Segundo dados divulgados pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), Portugal contabiliza desde 30 de novembro, quando foi confirmado o primeiro caso numa capoeira doméstica no distrito de Setúbal, 20 focos de gripe das aves e perto de 230.000 animais já foram abatidos.
Entre estes, incluem-se 14 focos em aves domésticas, entre os quais em explorações comerciais de perus, galinhas e patos, uma coleção privada de aves e capoeiras domésticas, bem como seis focos em aves selvagens.
Proposta portuguesa para mercado de eletricidade geraria ‘poupança’ mensal de 1.100 M€
O ministro do Ambiente disse hoje que Portugal está a negociar com Espanha o desenho de um mecanismo de salvaguarda no mercado ibérico de eletricidade que resultaria numa poupança líquida mensal de 1.100 milhões de euros para Portugal.
“Considerando que o modelo de fixação de preço é marginalista, o mercado grossista de eletricidade está fortemente pressionado pelo preço do gás natural, que regista preços máximos e nunca vistos”, começou por dizer o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, num debate no parlamento, salientando a necessidade de desenhar um mecanismo de salvaguarda no mercado de eletricidade que trave os efeitos “nefastos irreversíveis” sobre as empresas e famílias.
Neste contexto, adiantou, a proposta que Portugal está a negociar com Espanha passa pela imposição de preço máximo de 180 euros por megawatt por hora (MWh) no mercado ‘spot’ (mercado diário e intradiários) de eletricidade - que este mês chegou a superar pela primeira vez os 500 euros por MWh.
As centrais de ciclo combinado a gás natural com custo variável, comprovado, acima de 180 euros/MWh, receberiam o diferencial de custo, segundo a proposta hoje divulgada, determinando ainda que o sobrecusto do gás natural seja pago por um European Compensation Fund ou, caso seja por financiamento nacional, através da dívida tarifária do Sistema Elétrico Nacional. Em paralelo, todas as centrais renováveis “oferecem ao seu custo variável, exceto as centrais hídricas com armazenamento” devido à situação de seca, disse o ministro num debate sobre o preço dos combustíveis solicitado pelo grupo parlamentar do PCP.
“Com esta proposta, obter-seia, à escala ibérica, uma fatura ao mês de cerca de 3.500 milhões de euros (ME), que compara com o cenário presente, de 9.200 ME”, disse o ministro.
Em causa estaria, assim, acrescentou, “uma ‘poupança conjunta’ mensal líquida, repartida entre Portugal e Espanha, de 5.700 ME, para um sobrecusto mensal de gás de 1.250 ME”, sendo que “a ‘poupança portuguesa’ mensal líquida seria cerca de 1.100 ME, para um sobrecusto mensal de gás de cerca de 250 ME”.
O ministro do Ambiente reconheceu que a proposta gera défice tarifário, mas que este “é muito menor que a poupança, e, se for por meses, valerá a pena”.
Matos Fernandes afirmou ainda quer Portugal vai lutar para que Bruxelas “vá além da ‘tool kit’ das generalidades e nos acompanhe nesta proposta”, mas deixou o aviso de “são muitos os opositores, entre os países europeus”.
Numa nota sobre atual situação na Ucrânia, o ministro do Ambiente referiu que “a agressão brutal da Ucrânia pela Rússia” veio mostrar que a Europa se deixou embalar num risco energético sem justificação.