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Números indican inicio de la sexta ola de Covid

Portugal com sexta vaga de Covid “a começar a desenhar-se”

CORREIO / LUSA

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A eliminação do uso de máscara aumentou as infeções em Portugal, que atingiu um índice de transmissibilidade (Rt) de 1,17 e que poderá registar uma sexta vaga de covid-19, indica um relatório do Instituto Superior Técnico sobre a pandemia. “A possibilidade de uma sexta vaga está a desenhar-se de forma muito intensa”, avança o relatório do grupo de trabalho do Instituto Superior Técnico (IST) que acompanha a evolução da covid-19 em Portugal e a que a Lusa teve hoje acesso.

Segundo esta avaliação de risco da pandemia elaborada por Henrique Oliveira, Pedro Amaral, José Rui Figueira e Ana Serro, que compõem este grupo de trabalho coordenado pelo presidente do IST, Rogério Colaço, “a atual situação é de aumento do perigo pandémico face ao anterior relatório” de 19 de abril. De acordo com o documento, a eliminação do uso de máscaras “parece ter tido um efeito muito acentuado na subida de casos atual”, uma medida que os especialistas do IST consideram ter sido “acertada” nas escolas, mas está a provocar um “excesso de contágios” em ambiente laboral.

“A sua eliminação em contexto laboral e a não recomendação de teletrabalho quando este é possível, provoca um excesso de contágios que, segundo os nossos modelos, está a contribuir fortemente para a subida presente” de infeções, sublinha o relatório do IST.

O uso generalizado de máscaras deixou de ser obrigatório a partir de 22 de abril, com exceção dos estabelecimentos de saúde, incluindo farmácias comunitárias, assim como nos lares de idosos, serviços de apoio domiciliário, unidades de cuidados continuados e transportes coletivos de passageiros.

O grupo de trabalho do Técnico considera também que os dados existentes indicam que as novas linhagens da variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 podem estar a contribuir para o aumento do número de casos. Face à “tendência de agravamento significativo” da pandemia em Portugal, os especialistas admitem que a recente subida de casos positivos de SARS-CoV-2 “provavelmente contribuirá” para o aumento da mortalidade nos próximos 30 dias.

O pico deste indicador na recente vaga da Ómicron foi registado em 06 de fevereiro e os óbitos diários em média a sete dias passaram de 20.9 para os atuais 20.3.

De acordo com o relatório do IST, a incidência média a sete dias aumentou de 8.763 para 14.267 casos desde 19 de abril, o que se deve “à retirada abrupta do uso de máscara em quase todos os contextos e à nova linhagem BA.5 da variante Ómicron que começa a instalarse” no país. Com dados de 09 de maio, o grupo de trabalho adianta que o Indicador de Avaliação da Pandemia (IAP) do Instituto Superior Técnico e da Ordem dos Médicos está agora nos 83.8 pontos, com tendência de subida e acima do “nível de alarme”.

PSD propõe atualização de 4%

O PSD apresentou um pacote de propostas de alterações ao Orçamento do Estado onde consta a atualização em 4% dos salários da função pública, correspondendo à taxa de inflação prevista para este ano. “O PSD propõe uma atualização de 4% que corresponde à inflação prevista pelo Governo no próprio OE, quer para os salários na função pública, quer para os escalões de IRS, quer para o indexante de apoios sociais”, afirmou, em conferência de imprensa na Assembleia da República, o líder da bancada parlamentar social-democrata, Paulo Mota Pinto. Nesta conferência de imprensa, Paulo Mota Pinto afirmou que as propostas orçamentais do PSD – “mais de uma centena” – visam “obrigar ou levar o PS a cumprir aquilo que prometeu na campanha eleitoral”.

Jerónimo de Sousa adverte para “cortes salários e pensões”

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, alertou para os possíveis “cortes nos salários e nas pensões” dos portugueses, por via do aumento da inflação e da recusa do Governo em atualizar remunerações. “Que cada um tenha consciência de que, por exemplo, para um salário ou reforma de 800 euros, se a inflação se ficar pelos 5%, e talvez galope esse número, o corte será de 40 euros, por via da sua desvalorização real”, advertiu o líder nacional dos comunistas, na sessão de encerramento do XI Congresso Regional do PCP, realizado na cidade da Horta, Açores.

Segundo Jerónimo de Sousa, além da perda do poder de compra dos portugueses, está também em curso uma “espiral de especulação”, em várias áreas, por via da crise financeira mundial originada pela guerra entre a Rússia e Ucrânia.

“Em nome das sanções e a pretexto da guerra, aí está uma espiral de especulação, de novos argumentos para justificar a exploração, agravando as condições de vida, aumentando as injustiças e garantindo aos grupos económicos lucros amassados, à custa da perda do poder de compra dos trabalhadores e do povo”, lamentou o secretário-geral do PCP:

Governo propõe fixação de referencial anual para aumentos salariais por setor

O Governo pretende avaliar com os parceiros sociais a fixação anual de um referencial para atualização dos salários por setor, no âmbito do acordo de rendimentos e competitividade cuja discussão foi hoje lançada na Concertação Social.

A medida integra um documento apresentado pelo Governo na reunião da Concertação Social que decorreu hoje no Conselho Económico e Social, onde foi também discutida a Agenda do Trabalho Digno.

No documento, o Governo coloca “à consideração dos parceiros sociais retomar a discussão do acordo” de rendimentos, tendo por base a “valorização dos salários” baseada numa metodologia “de fixação anual de referencial para atualização dos salários, por setor, tendo em conta a evolução esperada e os ganhos de produtividade e inflação”. Segundo a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, no âmbito do acordo de rendimentos e competitividade será agora criado um grupo de trabalho para decidir quais as matérias a discutir.

Entre as áreas temáticas para a discussão com os parceiros sociais, o Governo indica ainda a valorização dos jovens qualificados, os rendimentos não salariais, a formação profissional, a fiscalidade e financiamento, a inovação e desenvolvimento, a simplificação administrativa e redução dos custos de contexto, bem como a conciliação profissional e familiar.

A discussão sobre um acordo de rendimentos e competitividade chegou a estar na mesa da Concertação Social antes da pandemia de covid-19, mas ficou, entretanto, suspensa.

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