Corrente d'escrita 26

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Ano II — Número 26 - Mensal: agosto de 2019

Corrente d’Escrita Plantando Cultura * Santa Catarina * Brasil

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185anos anos 185 10

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Corrente d’Escrita

Editorial Corrente d’escrita de vento em popa. Apesar deste pequeno atraso na distribuição, por motivos de força maior, continuamos na senda do que nos propomos: reforçar, apoiar e divulgar a literatura, as letras em geral, a história e a cultura universal, com particular destaque para a cultura que se exprime em português.

Senadinho Literário continua forte nas nossas páginas, e como anunciado no número anterior, hoje temos a honra de receber o “viking” da literatura catarinense, o escritor Oldemar Olsen Jr, imortal acadêmico na Academia Catarinense de Letras, ocupando a cadeira 11. No próximo número subirá ao “palco” a escritora e também acadêmica na Academia Catarinense de Letras Urda Kruger.

Afonso Rocha—diretor

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Conselho Estadual de Cultura de Santa Catarina (CEC) Em uma solenidade realizada nesta terça-feira, 30/07, na sala de cinema do Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianopolis, tomaram posse os novos 20 conselheiros da area cultural de Santa Catarina. Atendendo a determinaçao do Sistema Estadual de Cultura (lei nº 17.449/2018), os representantes da sociedade civil foram eleitos por meio de processo seletivo realizado nos foruns que ocorreram nas etapas municipal, regionais e estadual. Tambem foram empossados os conselheiros indicados pelo Governo do Estado, que selecionou nomes de pessoas com comprovada atuaçao na area cultural para ocupar as cadeiras. A presidente da Fundaçao Catarinense de Cultura, Ana Lucia Coutinho, que ocupa uma cadeira como membro nato, destacou que o desejo da atual gestao e que a FCC tenha poder para criar políticas e nao seja apenas uma executora de programas. A nova presidente do Conselho Estadual de Cultura (CEC), Roselaine Vinhas, pediu a uniao de todos os membros do colegiado para um trabalho conjunto em prol da cultura. E o ex-presidente do CEC, Marcondes Marchetti, relembrou conquistas importantes da gestao 2017-2019, como por exemplo, a aprovaçao do Sistema Estadual de Cultura. Os novos conselheiros são:

Adriel Vieira - Representante da Sociedade Civil na area de Artes Visuais Dagma Castro - Representante da Sociedade Civil na area Audiovisual Ezequias Salla - Representante da Sociedade Civil na area de Teatro Franklin dos Passos - Representante da Sociedade Civil na area de Cultura Popular e Diversidade Jackson Kreuz - Representante da Sociedade Civil na area de Musica Katia Maria Costa - Representante da Sociedade Civil na area de Biblioteca, Arquivos e Museus Marcia Cristina Ferreira - Representante da Sociedade Civil na area de Letras Maxwell Sandeer Flor - Representante da Sociedade Civil na area de Dança Thiago Guimaraes Costa - Representante da Sociedade Civil na area de Patrimonio Cultural Material Viviane Regina Calikevstz - Representante da Sociedade Civil na area de Patrimonio Cultural Imaterial Ana Lucia Coutinho - Indicaçao do Governo do Estado (membro nato) Betina Adams - Indicaçao do Governo do Estado Dalmo Vieira Filho - Indicaçao do Governo do Estado Diego Fermo - Indicaçao do Governo do Estado Dolores Carolina Tomaselli - Indicaçao do Governo do Estado Marcelo Seixas - Indicaçao do Governo do Estado Marlowa Pompermayer Marin - Indicaçao do Governo do Estado Maurício da Silva -Indicaçao do Governo do Estado Roberto Rodrigues de Menezes - Indicaçao do Governo do Estado Roselaine Vinhas - Indicaçao do Governo do Estado

Antigos e atuais membros do CEC Página 3


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OLDEMAR OLSEN JR É o convidado de hoje do Senadinho Literário, um espaço onde os autores nos falam de sua própria vivência, e sobretudo, de suas obras literárias.

Hoje subimos a serra catarinense até ao Planalto Norte para entrevistar o trabalhador das letras, o bate-papo do encantamento, ou então, com sua amável licença, o “viking do norte” (embora todos os vikings tenham vindo do Norte”. Eis, pois, as suas palavras.

torias tem um liame que lhes e comum, nao tematicas, mas circunstanciais... Assim, no livro “A Cidade dos Homens Indiferentes”, sao seis historias inspiradas em fatos ocorridos em Blumenau quando vivíamos um período negro de nossa historia, o que ficou conhecido como “Os Anos de Chumbo”... No livro “Os Esquecidos do Brasil’, novamente, seis historias que Comecemos pelas suas obras publicadas: enfocam situaçoes típicas do Brasil, o jogador de fute“Os Esquecidos do Brasil” (contos), 1993; “Desterro, bol, o índio, a velhice, a sobrevivencia na cidade granSC” (contos), 2000 (obra finalíssima do Premio Jabuti de, quem sai do interior buscando melhores condide 2000); “Estranhos no Paraíso” (romance), 2000; çoes de vida nas capitais, as injustiças nossas de cada “Confissões de um Cínico” (cronicas), 2002: “O Bur- dia, enfim... Tambem, no livro “Desterro, SC”, seis historias ambientadas em Florianopolis, situaçoes que so guês Engajado” (novela), 2003; “A Cidade dos Hopoderiam ter acontecidas ali, que vao desde a malfamens Indiferentes”, (contos), 2005; “Memórias de dada “farra do boi”, passando pela política, universium Fingidor” (romance), 2010; “Discípulos de Nindade, pescadores, usos e costumes, a tradiçao e seus guém” (romance), 2014. Entre essas obras, quais, ou qual a que considera arremedos, o que e honesto e o que e o embuste, nao ser a sua “melhor obra”, ou seja, aquela que consi- desprezo nossas circunstancias, uma ficçao que tambem e denuncia, nada e gratuito no que escrevo... dera ser a sua “marca”? Por quê? Fazer essa indagaçao para um escritor e o mesmo que perguntar para um pai qual o filho que ele prefere... Pode haver preferencias, mas elas sao inconfessaveis. Prefiro dizer que trabalho sempre em varios generos, da mesma forma que faço com as leituras, sempre leio varios livros simultaneamente. Tecnicamente, quando escrevo ficçao curta, contos, por exemplo, nao sigo a tradiçao da maioria dos autores, quando possuem narrativas suficientes para compor um livro, reunem todas sem obedecer um projeto, pegam o título de uma dessas historias e nomeiam a obra que estao publicando. Eu trabalho em cima de um Projeto, as hisPágina 4

Nome: OLDEMAR OLSEN JR. Nome literário: Olsen Jr. Membro da Academia Catarinense de Letras (ACL) Residência: Rio Negrinho/SC Naturalidade: Chapecó/SC Profissão: Jornalista, formado (mestrado) em direito. Data de nascimento: 06/06/1955 Estado civil: Divorciado Redes sociais: www.facebook.com/oldemar.olsen Contato: olsenjrviking@gmail.com


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Faça de conta que acabamos de nos conhecer. Como você se apresentaria como cidadão e como escritor? Fale-nos um pouco da sua vida e de sua pessoa. Como cidadao, na decada de 1970 participei de varios movimentos culturais compondo o que ficou conhecido como a "resistencia" ao regime estratocratico que se aboletara no país e que durou 21 anos. Seja organizando o jornal alternativo (com oito anos de circulaçao consecutiva e ininterrupta) "Academico", premiado pela Parker Pen do Brasil como um dos melhores Página 5

informativos -nível universitario- do país (Sao Paulo, 1976) e pela Uniao Brasileira de Escritores, seccional do Rio de Janeiro, pelo Merito Cultural (Rio, 1981), entrevistando personalidades polemicas como Plínio Marcos, Darcy Ribeiro, Mario Lago, Joao Antonio, Dom Evaristo Arns, Leandro e Rodolfo Konder, Pedro Lyra, Ivan Cavalcanti Proença, entre outros, ou ainda, organizando os Festivais Universitarios da Cançao e Saloes de Artes Plasticas, Cooperativa de Livros, Festivais de cinema Super 8, Concursos Literarios (poesia e contos) para Universitarios Brasileiros, ou entao, fundando editoras, seja a Editora Academica (em Blu-


Ano II — Número 26 - Mensal: agosto de 2019 o que me e mais sagrado, posso viver sem as palavras, mas nao vivo sem os meus sonhos! É sabido que a cultura em geral, e particularmente a literatura, é tida como a “parente” pobre das preocupações dos gestores e dirigentes públicos. Em seu entender como está a ser tratada a literatura em Santa Catarina? Que precisa, eventualmente, de ser feito? E no tocante à vida associativa ou académica dos escritores, como estamos?

nau), a Editora da FURB, tambem em Blumenau, a Editora Paralelo 27 e a Editora Obras Jurídicas em Florianopolis. Filosoficamente me defino como um existencialista, do tipo Sartriano (para quem o homem e uma paixao inutil, mas ainda assim, uma paixao); na política, considero-me um brasileiro perplexo, embora consiga manter em alta a convicçao de um dia viver em um mundo mais fraterno. Para isso o empenho, dentro da area que escolhi: a literatura, no sentido de (re) vitalizar a participaçao crítica do homem na realidade, assegurando a liberdade de expressao e a iniciativa de tenta-la, interagindo e fazendo valer, dialeticamente, este equilíbrio que se busca. Meu amigo, escritor, Rodolfo Konder, uma vez escreveu: "Olsen consegue confirmar a verdade do que disse certa vez o Velho Bruxo argentino Jorge Luís Borges, “Ser escritor nao e uma profissao, e um destino”. Tento cumpri-lo a risca...

Para mudar o quadro basta cumprir as leis. (ver o jornal “O Catarina”). O jornal existe por força da Lei (Lei nº 8.564, de 15/04/1992) do entao Deputado Estadual Sergio Grando, publicada no Diario Oficial nº14.427, de 23/04/1992. Pelo dispositivo legal deveriam ser impressas 10 ediçoes anuais, parte delas encartada no proprio Diario Oficial, modelo este inspirado no que se faz em Sao Paulo e no Parana com um Suplemento de Cultura semelhante. Com os livros, temos a Cocali – Comissao Catarinense do Livro, designada pela FCC – Fundaçao Catarinense de Cultura que faz (ou deveria fazer) um Concurso Publico anual, para selecionar e posteriormente, adquirir, 300 exemplares de ate 12 (doze) obras de autores catarinenses ou residentes ha mais de dez anos no Estado de Santa Catarina, conforme disposto na Lei Estadual nº 8.759/1992 para serem distribuídos para as Bibliotecas Publicas do Estado.

Em termos associativos, como voce sugere, temos a Academia Catarinense de Letras (fundada em 30 de outubro de 1920, quase centenaria), tambem a Associaçao Catarinense de Escritores (que fundamos em Na condiçao de escritor, as palavras me veem faceis, janeiro de 1975, em Florianopolis durante o Iº Enconsemelhantes a uma família, sei de suas presenças e tro de Escritores Catarinenses)... Na condiçao de inelas (literariamente) suprem as minhas necessidaquilino da Cadeira nº 11 da primeira, estamos tentandes... Entretanto, chega um dia em que voce conclui: do que a Instituiçao seja percebida, atraves as palavras dizem, mas nao fazem; elas revelam, mas (principalmente) da nova Revista da Academia, ja em nao sentem; bonitas, mas inertes; aliciantes no convisua ediçao nº 29 (em preparo), mas precisamos tamte, ausentes no processo; materializam desejos, mas bem torna-la necessaria. Para isso, uma serie de inicinao gozam; constroem cenarios em que nao atuam; ativas devera ser tomada pela atual direçao nesse explicam sensaçoes, mas nao vivenciam suas consesentido, desde a cessao de espaços em sua sede para quencias... Palavras nao enxergam, nao ouvem, nao organizaçao de palestras, seminarios, exposiçao de tem cheiro, nao tem gosto, nao tem pele... Palavras artes, exibiçao de filmes, lançamento de livros, enfim, conceituam nossas limitaçoes, constroem nossa granem que haja maior participaçao popular, o que ja e um deza, mas nao sofrem, por isso desconfio delas, porbom começo. que se nao padecem, tambem nao sonham e, por tudo Página 6


Ano II — Número 26 Quanto a ACE, Associaçao Catarinense de Escritores, passou por diversos caminhos e descaminhos, em seu auge, tinha ate uma sede que ficava no segundo piso do predio da Alfandega, ao lado do Mercado Publico de Florianopolis... Hoje, sinceramente, nao sei a quantas anda... Ate o Encontro Estadual de Escritores teve sua sequencia quebrada por injunçoes outras que nao quero entrar no merito, faz tempo que me excluí dessa Associaçao, alias, um escritor e um ser de difícil associativismo, por razoes obvias, sua atividade e, por si so, algo solitario, et pour cause… Entremos agora nas questões da sua escrita. Qual a área em que você se sente melhor: no conto; no romance ficcional; no romance histórico; na poesia; noutras áreas… Com exceçao do teatro, ja escrevi em todos os generos. O teatro, talvez, porque exija uma vivencia e uma convivencia. Na minha infancia nao havia essa tradiçao, por enquanto permanece como uma lacuna no meu fazer, paradoxal porque sou um grande admirador do genero e um leitor, Brecht, Sartre (aprecio o seu teatro de situaçoes), Camus, Pirandello, Genet, O’Neill... Para concluir, o escritor intui (ou deveria) em qual genero a ideia ou o seu Projeto pode ser melhor viabilizado, compreendido, enfim... Tem situaçoes que se resolvem num poema, outras exigem um conto ou uma cronica... Uma novela ou um romance, a disponibilidade e a desenvoltura do autor facilita a escolha onde podera se sair melhor. Ha casos em que o artífice quando inicia a obra nao tem a consciencia da dimensao do material que dispoe, ja fui “vítima” dessa circunstancia... Na antologia “13 Cascaes”, de contos (encomendada), alguns autores foram convidados para homenagear o pesquisador Franklin Cascaes, e cada um teria de escrever um conto com leit motiv do material ligado a vida do homenageado... Comecei o texto (nucleo narrativo de conto) e quando ja ia em meio da historia percebi que tinha um material que se encaixaria bem em uma novela, mas daí ja era tarde... Quer dizer, desperdicei um material... O conto foi bem, mas percebi que os leitores Página 7

Oldemar Olsen Jr (direita) com os escritores Deonísio da Silva (centro) e Laudelino Sardá

queriam saber mais, curtiram a historia... Nao mexi, porque me lembrei de Hemingway, ele começou contando uma historia (conto) e depois foi desenvolvendo, e aumentando a narrativa e ela foi se diluindo, começa muito forte... Esta la, o livro e “Do Outro Lado do Rio, Entre as Arvores”... So uma curiosidade, um risco que se corre que eu, na minha historia, evitei. Como “nasceu” em si esse desejo de escrever? Que idade tinha quando publicou a primeira obra?

Na decada de 1960, em Chapeco acredito, as pessoas esclarecidas liam (quando liam) os mesmos livros... Eram comprados de viajantes, periodicamente, que visitavam a cidade ... Quem comprava indicava outros possíveis compradores... As obras vinham em coleçoes ricamente encadernadas... Nasci, portanto, dentro de uma biblioteca... Nao lembro um unico mes de minha vida, de 1966 ate 1999 ( antes de sair para voltar de vez em quando) que meu pai nao estivesse as voltas com prestaçoes de aquisiçao de livros... Minha mae tentava argumentar que, diante de certas necessidades da casa, uma coleçao da Historia Universal, de Cesare Cantu, por exemplo, poderia esperar...


Ano II — Número 26 - Mensal: agosto de 2019 Arquibancadas”, algo que me fez ter um vínculo afetivo maior por essa historia curta em particular... Parte do aprendizado... Rs Desenvolve algum trabalho relacionado à literatura, não obrigatoriamente a escrever livros? Gosto quando me convidam para visitar escolas e falar de literatura em geral e a catarinense em particular. Nunca me furtei a isso, principalmente quando ha um trabalho preliminar de leitura e voce ira tratar de um assunto ou livro em que o auditorio ja possui algum conhecimento. Leio originais quando alguem me pede, nao gosto, mas faço... Principalmente quando vejo talento em algum candidato a feiticeiro...Se puder Meu pai sempre concordava com ela, mas a dita Cole“orientar” fico grato... Faço o que nunca fizeram comiçao (com 32 volumes) esta la em casa... Rs... Assim, go quando tal intervençao poderia ter facilitado o cadepois de ler muito, acreditei que poderia criar (e esminho. Agora, e muito tarde para obedecer as regras e crever) minhas proprias historias... Aos 13 anos ja muito cedo para renunciar ao que ja fiz. tinha a convicçao de que seria um escritor... Nao imaÉ sabido que “viver” da escrita não é uma oportuginei que tal "escolha" fosse uma danaçao, Mas, agora nidade acessível à grande maioria dos autores. e tarde para mudar o rumo... Rs Para si essa questão está “resolvida”? Dá para viQual a obra, e o porque, que lhe deu mais ver da escrita? “trabalho” escrever? Infelizmente, e uma questao que nao se resolve para a Sou sartriano, quer dizer, a ideia de um Projeto e funmaioria de seus praticantes. Ha um velho truísmo que damental. Tudo o que faço na vida vem precedido de se mantem: as editoras nao investem no escritor porum Projeto. Assim, invariavelmente, gasto mais temque ele nao e conhecido, mas ele nao e conhecido porpo em construir esse Projeto que em desenvolve-lo. que nao e publicado, assim permanecemos, semePosso levar dois ou tres anos para criar um, mas nunlhante ao cachorro querendo morder o rabo... Os Conca demorei mais de dois meses para escrever um rocursos Literarios se constituem em uma alternativa mance, por exemplo. Uma vez elaborado o dito, o respara se furar o bloqueio; se houver talento, talvez um tante e trabalho duro, disciplina e obsessao... Ha detaoutro escritor (ja estabelecido como tal) o recomende lhes que podem “bloquear” a criaçao. Penso num conpara uma editora, muitos foram conhecidos assim, to do livro “Os Esquecidos do Brasil” em que iria falar Hemingway e um exemplo... De resto, e muita obsessobre futebol e a coisa nao saia. Tinha lido no Jornal sao e trabalho duro... Os unicos “ganhos” que obtive do Brasil, uma coluna num pe de pagina sobre um com a escrita foram, sem uma ordem específica: venjogador do interior que ira pisar pela primeira vez no cendo concursos literarios, fazendo textos publicitaMaracana. Para ele, so jogar la, seria a gloria. Gostei rios, discursos parlamentares, projetos de leis, folders daquilo, do argumento, mas todas as vezes que tentapara campanhas políticas, organizando livros para va escrever, nao conseguia... Levei tempo, pelo menos terceiros, fazendo livros contando historias de pessoquatro anos para descobrir o que me impedia de as ou instituiçoes ou entao, quando era um adolescenavançar, como nao tinha guardado o recorte, nao lemte, ironias a parte, escrevendo para casa e pedindo brava o nome do jogador e eu queria desenvolver o dinheiro para despesas extras... Por vias transversas, personagem com o seu nome de batismo. Mas, pensei, (sobre)vivo do que escrevo... Nao lamento o meu desse vou criar a família dele e tudo o mais, entao tamtino, sou sartriano, na vida tudo e uma questao de bem posso emprestar-lhe outro nome, a partir daí, em “escolha e consequencia”, estou dentro, nao tergiverquatro dias o conto estava escrito, “Falta Alguem nas so! Página 8


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Gostava de saber a sua opinião sobre a problemática da distribuição e/ou venda do livro. O livro impresso continuará, apesar dos e-books e de outras plataformas digitais?

cheiro, a textura do papel, tudo influencia em sua maior ou menor fruiçao. Todo o apaixonado por leitura tem essa “curtiçao” com a posse de um livro... A tecnologia, como sempre, vem para abreviar, facilitar, disInfelizmente, no interior desse Brasis afora, o escritor ponibilizar o conhecimento, nao podemos (e nem e ainda deve comportar-se como um mascate da cultu- possível) ignora-la, o que fazer com tudo isso e o que ra. Por o livro embaixo dos braços e sair por onde der, conta. promovendo sua obra em lançamentos, palestras, ba- Uma última questão: que mensagem deixaria para te-papo com alunos em colegios e Universidades, por- os demais escritores, leitores ou amantes da escrique senao, corre o risco de ser ignorado. A indiferença ta? ainda e uma poderosa inimiga do autor. Agora, mais Escrever e uma atividade que exige uma dedicaçao acirrada ficou a luta porque deve competir com inuconstante, nao e como andar de bicicleta, um ato conmeras mídias, programas e alternativas tecnologicas dicionado que voce nunca mais esquece. Se algum dia de entretenimento... Haja paciencia e devoçao para o iniciante no aprendizado tiver alguma duvida entre prosseguir, uma luta quase insana... Nao obstante, escrever ou fazer outra coisa, nao hesite, faça outra continuamos... coisa. O ato de escrever nao admite duvidas no seu Parodiando o filosofo Euryalo Cannabrava que afirfazer. mou “A poesia nao esta morta porque ninguem ainda lhe passou um atestado de obito”... Diria o mesmo dos livros encadernados, como os conhecemos. Ha um prazer subliminar em ter um livro nas maos, o peso, o Página 9


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istória Não apaguemos esta luz

ANA MARIA DE JESUS RIBEIRO Uma heroína luso-brasileira de Santa Catarina

ANITA GARIBALDI Para falar de Anita Garibaldi e preciso fazer uma viagem no tempo, voltar ao seculo XIX. Conhecida por lutar na Revoluçao Farroupilha e atuar no processo de unificaçao italiana, a jovem fugiu aos 18 anos com Giuseppe Garibaldi movida pelo amor e por ideais republicanos. Anita foi uma mulher a frente do seu tempo, corajosa, enfrentou batalhas, prisao e uma vida sem conforto. Entrou para a historia como guerrilheira ao lado do seu amor e se tornou heroína no Brasil e na Italia, inspirando mulheres em todo o mundo. Descendente de portugueses, seu primeiro nome foi Ana Maria de Jesus Ribeiro, Aninha, como era carinhosamente chamada. O pai, Bento Ribeiro da Silva, era tropeiro e natural do Parana. A mae, Maria Antonia de Jesus Antunes, era de Laguna e casou-se com Bento em Lages. O casal teve 10 filhos, sendo Ana a terceira na ordem de batismo. A data e o local de nascimento de Ana e um assunto polemico entre pesquisadores. Isso porque o registro dela nunca foi encontrado. Apenas em 1998 e que entidades e historiadores conseguiram na Justiça a autorizaçao para que Anita tivesse seu nascimento registrado no cartorio de Laguna — atual localidade de Morrinhos em Tubarao — onde teria nascido em 30 de agosto de 1821. O pai de Ana faleceu quando ela ainda era pequena. A menina teve que ajudar a mae no sustento da família, que era muito pobre. Conta-se que o temperamento forte e o espírito livre de Aninha fizeram com que ela fosse o centro das fofocas na vila. A mae decidiu, entao, arranjar um casamento para a filha, uma forma de ajudar financeiramente e moralmente a família. Mesmo opondo-se a ideia, a menina casou-se com o sapateiro Manoel Duarte de Aguiar, natural da Ilha de Santa Catarina e com quase o dobro da idade de Ana. O casorio ocorreu na Igreja Matriz da Freguesia de Santo Antonio dos Anjos da Laguna, no dia em que a garota completava 14 anos. Página 10

O casamento, no entanto, nao deu certo. Aninha era totalmente contraria ao relacionamento forçado. Ja Manoel era introvertido e dedicava-se apenas a sapataria e a pescaria. Quatro anos depois, Manoel, que era monarquista e, com a ameaça da invasao dos Farrapos, se alistou ao exercito imperial, abandonando Aninha. Revolucionária para o seu tempo Ainda criança, Aninha ouvia historias de seu pai, que viajava muito e instigava a imaginaçao da menina. Apos seu falecimento, ela foi influenciada pelo tio Antonio da Silva Ribeiro, que assim como o pai, era tropeiro, e contava muitos causos. Antonio era ativista político, defensor do regime republicano, das igualdades sociais e da revoluçao como forma de derrubar a monarquia, representada, na epoca, pela Regencia do Padre Antonio Feijo, apos Dom Pedro I abdicar o trono em abril de 1831.


Ano II — Número 26 - Mensal: agosto de 2019 Em 1839, a vida de Aninha tomou o rumo que iria projeta -la na historia do país e do mundo. Em julho daquele ano, as tropas imperiais de Laguna foram atacadas pelos farroupilhas, liderados pelo revolucionario italiano Giuseppe Garibaldi, entao com 32 anos. Segundo relatos historicos, Garibaldi conheceu Aninha semanas depois de ter conquistado Laguna junto com os republicanos, apos olhar, por uma luneta, algumas casas da regiao. Dizem que Garibaldi apareceu na residencia de Aninha e teria dito, numa mistura de italiano com portugues e espanhol, que ela teria de ser dele. Dados historicos garantem que o encontro dos dois foi amor a primeira vista. Desde entao, ela passou a ser chamada de Anita pelo seu amante, e assim ficou conhecida. Um mes depois, Anita decidiu abandonar sua família e seguir com as tropas de Garibaldi. Alem do amor pelo guerrilheiro, ela compartilhava dos mesmos ideais que seu amante, o que fez com que lutasse ao lado dele ate a morte. Durante as batalhas, em vez de se esconder no porao do navio para se proteger, Anita pegava em armas e canhoes para defender sua tropa. Assim fez com sua propria vida, com Garibaldi e seus filhos. Tornou-se uma guerrilheira republicana.

adoece em Orvieto, proximo a província de Ravenna, acometida por febre tifoide e nao resiste.

Saiba mais

Livros:

Nesses anos de guerra, Anita Ribeiro da Silva, que tambem lutava na revoluçao, conhece Giuseppe Garibaldi. Anita, ja unida a Garibaldi, participou ativamente do combate em Imbituba, Santa Catarina e da batalha de Laguna onde carregou e disparou um canhao.

- Anita Garibaldi, uma Heroína Brasileira (1999), de Paulo Markun

Durante a Batalha de Curitibanos, Anita foi capturada pelas tropas do Imperio. Gravida de seu primeiro filho foi que seu marido havia morrido. Inconformada, conseguiu fugir a cavalo e saiu a sua procura, localizando o marido na cidade de Vacaria. Casamento No dia 16 de setembro de 1840 nasce seu filho Domenico Menotti. O casal teve mais dois filhos, Teresita e Ricciott. Em 1842 casam-se na paroquia de San Bernardino, em Montevideu. Nesse mesmo ano eclodiu a guerra contra a Argentina, onde Garibaldi comandou a frota uruguaia. Batalhas na Itália

Anita Garibaldi faleceu em Mandriole, Italia, no dia 04 de agosto de 1849. Em Roma, na colina de Gianicolo, em sua homenagem, foi erguido um monumento equestre, onde foram enterrados seus restos mortais.

- Anita Garibaldi, o nascimento de uma heroína, de Jose Custodio Rosa Filho - De Sonhos e Utopias... Anita e Giuseppe Garibaldi (1999), de Yvone Capuano - A Epopeia de Anita e Giuseppe Garibaldi (2002), de Yvone Capuano - A Mulher na Guerra dos Farrapos, de Elma Sant’Ana - A Cavalo, Anita Garibaldi!, de Elma Sant’Ana - Anita Garibaldi: Perfil de uma Heroína Brasileira (1975), de Wolfgang Ludwig Rau Documentários e filmes: - Anita, heroína dos dois mundos - Anita Garibaldi, Amores e Guerras - Anita e Garibaldi, filme onde Ana Paula Arosio interpreta Anita

Em 1847, Garibaldi envia Anita e os filhos para a casa da mae, em Nice, e em maio parte com 63 camisas vermelhas, a Série: bordo do navio Esperança, a caminho da Italia. Anita acom- - A Casa das Sete Mulheres (2003), Giovanna Antonelli vive panha o marido nas lutas para a unificaçao do país, como na Anita e Thiago Lacerda, Garibaldi. batalha do Gianicolo, demonstrando grande bravura. Museu: Morte - Museu Historico Anita Garibaldi: Praça Republica Juliana, Em 1849, Garibaldi e Anita seguem para os combates em Centro Historico de Laguna. Funciona de terça a domingo Roma, mas sao perseguidos, e durante a fuga de Roma, ves- das 9h as 17h. Ingresso custa R$ 6. Moradores de Laguna tida de soldado e gravida de cinco meses, Anita Garibaldi nao pagam. Telefone (48) 3646-3628. Página 11


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TROPEÇOS DA HISTÓRIA ======================================

Em Cabo de Santo Agostinho, município nordestino brasileiro, ensina-se as crianças que foi o navegador espanhol Vicente Yanez Pinzon quem descobriu o Brasil, contrariando a versao lecionada na maioria das escolas, de que foi o portugues Alvares Cabral. Nesta cidade costeira, localizada no estado brasileiro de Pernambuco, nao ha espaço nas primeiras liçoes de Historia para o portugues Pedro Alvares Cabral, porque, segundo explicou a secretaria municipal da Educaçao do Cabo, Sueli Lima Nunes, cerca de tres meses antes da chegada do portugues a solo brasileiro, Pinzon atracava nas praias do Cabo de Santo Agostinho. "A 26 de janeiro de 1500, com o Tratado de Tordesilhas a dividir os países entre Espanha e Portugal, Vicente Yanez Pinzon atraca aqui em Cabo de Santo Agostinho, dando-lhe o nome de ‘Santa María de la Consolacion’. Porem, ele nao se pode apropriar desta terra devido ao tratado”, afirmou Sueli Nunes, acrescentando que o atual nome da cidade foi dado pelos portugueses, aquando da sua chegada aquele territorio. Num livro didatico escolar a que a Lusa teve acesso, em que esta descrita a historia do Cabo de Santo Agostinho, desde o berço indígena ate a atualidade, e uma pintura do busto de Pinzon que serve de entrada ao período dos Descobrimentos. “No livro ‘Terra Pernambucana’, de Mario Sette, ha um capítulo intitulado “a primeira gaivota”, no qual e descrita a grande odisseia de Vicente Yanez Pinzon que teria avistado a terra em 26 de janeiro de 1500 (...) Ha quem afirme nao ser tao precisa esta data, mas tera sido entre 20 de janeiro e 20 de fevereiro de 1500″, descreve o manual escolar, sem mencionar Cabral, cuja chegada ao Brasil foi registada em 22 de abril de 1500. Sueli frisa que nao e apenas nos manuais escolares e livros didaticos que Pinzon surge como uma figura importante para os cabenses, habitantes daquele município. A memoria do navegador espanhol esta presente por toda a cidade, desde monumentos, livros, nomes de lojas, e ate em fachadas de padaria. "Vicente Yanez Pinzon e uma referencia, e se essa referencia esta colocada na cidade do Cabo de Santo Agostinho, e assim que nos ensinamos, com essa construçao. Ate porque existe todo um referencial científico que comprova a chegada do espanhol aqui ao Cabo”, salientou a secretaria da Educaçao. Página 12

Assinado em 07 de Junho de 1494, o Tratado de Tordesilhas, firmado na cidade espanhola com o mesmo nome, determinou a divisao do mundo “descoberto e por descobrir” em duas partes, atraves de uma linha imaginaria traçada a 370 leguas a oeste de Cabo Verde, de polo a polo, que garantiu os direitos de exploraçao das terras a oeste a coroa espanhola, e a leste a Portugal. Cerca de seis anos apos a assinatura do Tratado, os irmaos espanhois Pinzon organizaram uma frota, com quatro caravelas, comandadas por Vicente Pinzon, e partiram no sentido Oeste. Em meados de janeiro chegaram ao cabo de Santo Agostinho, na costa de Pernambuco. Sabendo que estavam em terras portuguesas, e tendo em conta o acordo firmado em Tordesilhas, o navegador espanhol rumou para norte, segundo a plataforma ‘online’ Ebiografia. Porem, ha historiadores que afirmam que a terra denominada de Santa Maria de la Consolacion por Pinzon era afinal a ponta do Mucuripe, em Fortaleza, no estado do Ceara, e nao o Cabo de Santo Agostinho, tese que e defendida no livro “Vicente Pinzon e a Descoberta do Brasil”, do jornalista Rodolfo Espínola, e pelo historiador Francisco Adolfo de Varnhagen. Teoria essa que em nada afeta a devoçao dos cabenses pelo espanhol. “Pinzon ficou ca por poucos dias, devido ao tratado com Portugal, mas apesar do pouco tempo, foi bastante significativo para todos nos“, reforçou a secretaria, que e mestre em Ciencias da Educaçao. Em entrevista a Lusa, o prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Clayton da Silva Marques, revelou que ha um interesse turístico por parte da autarquia local em explorar a imagem de Pinzon, nomeadamente na tentativa de atrair publico de língua espanhola. "O Brasil foi descoberto aqui no Cabo de Santo Agostinho. Entao, aproveitamos o dia 26 de janeiro para fazer uma grande comemoraçao. (…) Fizemos um festival com dança flamenca, com elementos culturais espanhois, mostrando os pontos turísticos do município. E um momento muito importante”, declarou o governante local. Em 2002, o agora ex-deputado brasileiro Joao Feu Rosa apresentou a Camara dos Deputados um projeto de lei que visava alterar a data oficial do Descobrimento do Brasil de 22 de abril de 1500 para 26 de janeiro de 1500, momento em que Pínzon chegou ao país sulamericano. Porem, ate ao momento, o projeto nao foi aprovado. In EXPRESSO—Portugal


Ano II — Número 26 - Mensal: agosto de 2019

DEFESA DA LÍNGUA COMUM Portugal estabeleceu como meta "a breve prazo" a integraçao do portugues como língua de opçao no ensino basico e secundario de 40 países. O ministro dos Negocios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, estimou esta segunda-feira, em Lisboa, que no proximo ano letivo o portugues integre o currículo escolar de 32 países como parte do esforço de expansao e consolidaçao da língua portuguesa. "A nossa ambiçao e generalizar mais essa presença. Com dois projetos-piloto que começarao no proximo ano letivo, estaremos em 32 países. Nesses países, o portugues sera uma das línguas estrangeiras curriculares", disse. Augusto Santos Silva falava aos jornalistas do 4.º Encontro da Rede de Ensino de Portugues no Estrangeiro, que reuniu esta segunda-feira, em Lisboa, professores, leitores e coordenadores do ensino de portugues no estrangeiro. Por seu lado, Luís Faro Ramos, presidente do Camoes - Instituto da Cooperaçao da Língua, adiantou que esta em projeto-piloto a integraçao do portugues no ensino secundario na Argelia e na Turquia. "Cuba tambem manifestou interesse em poder vir a ter a língua portuguesa como opcional no seu currículo publico, temos, desde o ano passado, a Venezuela e falamos tambem com a Colombia. Tudo isto sao projetos em estudo", disse Faro Ramos. Portugal estabeleceu em setembro de 2018 como meta "a breve prazo" a integraçao do portugues como língua de opçao no ensino basico e secundario de 40 países. Página 13

Santos Silva apontou a crescente procura e interesse pelo ensino do portugues como língua de herança, mas sublinhou a necessidade de nao descuidar o acompanhamento desta realidade para evitar retrocessos. Como exemplos, apontou os casos do Luxemburgo, onde, em 2017, uma comuna anunciou o fim do ensino integrado de Portugues, medida entretanto suspensa, e o da França, onde as autoridades anunciaram a retirada do portugues como prova final para terminar o secundario, tendo, entretanto, mantido, a experiencia, essa possibilidade para a regiao de Paris e Guiana Francesa. O ministro considerou que a "questao da França esta resolvida", defendendo que e preciso "demonstrar aos franceses que ha procura pela aprendizagem da língua portuguesa". "Vamos faze-lo na Ile de France, onde se concentra a maioria da comunidade portuguesa, e com isso mostraremos que faz sentido considerar a língua portuguesa como o espanhol, o ingles, o alemao ou o italiano uma língua estrangeira fundamental para as aprendizagens no secundario frances e no progresso para o ensino superior", acrescentou. O ensino e promoçao do portugues no estrangeiro assenta numa rede de cursos da responsabilidade do Governo portugues destinada as comunidades portuguesas, que tem atualmente mais de 70 mil alunos, num conjunto de escolas portuguesas nos países lusofonos, e num sistema de integraçao do ensino do portugues nos currículos das escolas secundarias de varios países, alem da rede de leitorados e catedras em universidades.


Ano II — Número 26 - Mensal: agosto de 2019

EDITAIS ESTADUAIS DE CULTURA A Fundaçao Catarinense de Cultura (FCC) anunciou nesta segundafeira (29) o lançamento dos editais do Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura e Prêmio Catarinense de Cinema. No total, o investimento e de quase R$ 25 milhoes, informou o governo do Estado. O lançamento ocorre no ano em que a FCC comemora 40 anos. O anuncio foi feito pelo governador Carlos Moises e pela presidente da FCC, Ana Lucia Coutinho. As inscriçoes estao abertas a partir das 0h01 desta terça-feira (30/07). As informaçoes estarao disponíveis no site www.cultura.sc.gov.br

Prêmio Elisabete Anderle A quinta ediçao do Premio Elisabete Anderle de Estímulo a Cultura distribuira R$ 5,6 milhoes. Os recursos sao do Governo do Estado de Santa Catarina, com promoçao da FCC. As inscriçoes serao totalmente digitais. Os interessados tem ate as 23h59min do dia 12 de setembro para enviar suas inscriçoes pelo sistema, disponível na plataforma do edital. Proponentes de todo o Estado podem submeter seus projetos para os tres editais que compoem o Premio Elisabete Anderle: Edital de Patrimonio Cultural, Edital de Artes Populares e Edital de Artes. Prêmio Catarinense de Cinema A ediçao de 2019 do Edital Premio Catarinense de Cinema tera um valor recorde distribuído a 26 categorias. O Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da FCC, e o Governo Federal, por meio do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA)/Agencia Nacional do Cinema (Ancine) disponibilizarao recursos na ordem de R$ 19.260.000,00 para o setor audiovisual catarinense. Em 2019, pela primeira vez, as inscriçoes serao feitas por meio digital. Proponentes terao ate as 23h59min do dia 12 de setembro para submeter seus projetos no site do premio, onde tambem estara a íntegra do texto do edital. Página 14


Corrente d’Escrita

Fotos com História

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Florianópolis Santa Catarina Brasil +55 48 991 311 560 narealgana@gmail.com www.issuu.com/correntedescrita Fundador e diretor: Afonso Rocha

Corrente d’ escrita é uma iniciativa do escritor português, radicado em Florianópolis, Afonso Rocha, e tem como objetivo falar de livros, dos seus autores, suas organizações e das atividades que estejam relacionadas com a literatura , a história e a cultura em geral. Chamaremos para colaborar com o Corrente d’ escrita escritores e agentes literários, a qualquer nível, cuja colaboração será exclusivamente gratuita e sem qualquer contrapartida, a não ser, o compromisso para divulgar, propagar e distribuir este Magazine Literário. O envio para publicação de qualquer matéria (texto ou foto) implica a autorização de forma gratuita. As matérias assinadas são da responsabilidade exclusiva de seus autores e não reflete, necessariamente, a opinião de Corrente d’ escrita. As imagens não creditadas são do domínio público que circulam na internet sem indicação de autoria. As matérias não assinada são da responsabilidade da redação.

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Dicas de português... Aceito ou aceitado

A proposta foi aceite. Aceito: Presente do indicativo Por: Flávia Neves (professora) Aceito e tambem a forma do verbo aceitar conjugado no presente do indicativo, na 1.ª pessoa do singular: eu aceito. Estas duas palavras existem na língua portuguesa e estão corretas. Sao duas formas equivalentes do Verbo aceitar - Presente do indicativo: particípio do verbo aceitar: (Eu) aceito Aceitado e o particípio regular: ter aceitado; (Tu) aceitas Aceito e o particípio irregular: ser aceito. (Ele) aceita Aceito pode ser tambem a forma do verbo aceitar con- (Nos) aceitamos jugado na 1.ª pessoa do singular do presente do indi- (Vos) aceitais (Eles) aceitam cativo: eu aceito. O presente do indicativo indica, principalmente, uma Aceitar: verbo abundante açao que ocorre no exato momento em que se narra a O verbo aceitar e um verbo abundante, possuindo duaçao. Indica tambem uma açao habitual, uma caracteas formas equivalentes de particípio, ou seja, particírística do sujeito, um estado permanente de uma situpio duplo com uma forma regular e outra irregular. açao ou a verdade científica dos fatos. Pode ser usado A forma regular (aceitado) e usada preferencialmen- ainda para indicar uma açao que ocorrera num futuro prote na voz ativa com os verbos auxiliares ter ou haver. ximo ou enfatizar fatos ocorridos no passado. A forma irregular (aceito) e usada preferencialmente Exemplos com eu aceito: na voz passiva com os verbos auxiliares ser ou estar. Claro que eu aceito sua ajuda! Exemplos com aceitado: Eu aceito um copo de agua. Obrigada! Temos aceitado esta situaçao por falta de meios para a mudar; A direçao ja havia aceitado aquele funcionario para preencher aquela vaga. Exemplos com aceito O requerimento ja esta aceito? O que e preciso fazer para ser aceito por este grupo? O particípio permite a formaçao de tempos verbais compostos e transmite a noçao da conclusao da açao verbal, ou seja, o estado da açao depois de terminada. Alem do verbo aceitar, existem diversos verbos abundantes na língua portuguesa: Infinitivo: aceitar, ganhar, pagar, morrer, extinguir… Particípio regular: aceitado, ganhado, pagado, morrido, extinguido… Particípio irregular: aceito, ganho, pago, morto, extinto… Aceito, aceito ou aceite? A forma irregular do particípio do verbo aceitar pode ser formada pelas palavras aceito, aceita ou aceite, sendo estas três hipóteses igualmente corretas. O requerimento foi aceito. A proposta foi aceita. O requerimento foi aceite.


Ano II — Número 26 - Mensal: agosto de 2019

Literatura—Divulgação Pecador, me confesso! e, antes de mais, um grito de revolta contra a impunidade dos criminosos, a todos os níveis, que poluem a nossa civilizaçao. As mulheres, os homens, as crianças e os idosos; a comunidade LGBT; os negros, os índios, os ciganos, os imigrantes e todos os demais desprotegidos e enfraquecidos sao perseguidos, violentados, agredidos, estuprados e mesmo assassinados e, na maioria das vezes, quando descobertos, ficam impunes aos rigores da lei e da justiça. E a sociedade, nem sempre responde da melhor forma. Lembremo-nos que a omissao, tambem e um crime. Nesta obra viva e intimista, Afonso Rocha passeia-se pela sua propria experiencia de vida, mas tambem pela de todos nos, como comunidade, para que se dinamize e reforce a forma de combater estas mazelas, estes crimes barbaros, ja considerados como o holocausto do seculo XXI.

Um livro para ler, refletir e divulgar. Página 18

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Até mesmo nos terremos mais áridos, observa-se que as letras costumam florescer em abundância, na vida de quem as cultiva. Antologia que reúne textos dos acadêmicos efetivos integrantes da Academia de Letras de Biguaçu e de alunos que frequentam escolas municipais e estaduais, classificados em concurso literário “Biguaçu dos meus amores”. Biguaçu dos meus sonhos 2018, 264 p. Preço na loja: R$ 15,00

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Esta coletânea de escritores integrantes da Associação das Letras e estudantes de escolas públicas municipais de Joinville, nos proporcionam uma caminhada pelo universo das palavras, onde vivências e referências se mesclam a sonhos , desejos, dores, sentimentos e fantasias. Viagem das Letras 2017, 148 p. Preço na loja: R$ 15,00

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Livros à venda na nossa loja virtual narealgana.lojaintegrada.com.br Através de histórias imperdíveis, Afonso Rocha leva-nos até 500 anos atrás quando os portugueses, galgando os mares tenebrosos, chegam ao sul do Brasil, onde germinam história, formam família e dão novas terras ao mundo. Aliciante história dos estados brasileiros do Sul (Santa Catarina e Rio Grande), do seu povoamento e da fundação de Nossa Senhora do Desterro, hoje Florianópolis, conta-nos a história dos guaranis; dos portugueses, dos africanos e de tantos outros que deram origem ao povo brasileiro. Sangue Lusitano 2016, 190 p. Preço na loja: R$ 30,00

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Antologia publicada pela Associação das Letras, reúne 25 dos seus escritores, com os mais variados estilos. É a união destas diferentes mentes criativas que formam uma rede, cujos fios são tramados, letra por letra, culminando em resultado necessário para o fazer literário e o incentivo à leitura. REDE DAS LETRAS 2015, 256 p. Preço na loja: R$ 15,00

Também podes colaborar com o Corrente d’escrita, quer enviando textos para publicar (até 4 mil carateres), quer fazendo criticas e/ou sugestões. Queremos sempre um Corrente d’escrita melhor, que corresponde às necessidades e desejos dos seus leitores. Página 23


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Um académico em Cruz Alta/RS Discurso de tomada de posse na cadeira 21 como acadêmico correspondente; Biografia do acadêmico Afonso Rocha; Biografia do patrono, António Aleixo, poeta popular português; Juramento;

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Poesia numa roda de amigos. Uma coletânea de poemas e outros pensamentos de Afonso Rocha, enriquecida pelo contributo de mais seis poetas naturais do Brasil, Cabo Verde, Portugal, Moçambique, Angola e Galiza, refletindo a poesia no espaço da lusofonia, até porque “tem loucuras que a gente só faz com muita maturidade”. TROVAS AO VENTO 2014, 140 P. Preço na loja: R$ 25,00

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Corrente d’ escrita

Número 25 - julho de 2019

Casa dos Livros e da Leitura Página 26


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