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Breve história de Portugal

Uma breve história do gigantesco império português contada por um espanhol

Óinício:Aposderrotarsuamaeem batalha, D. Afonso Henriques conquista terras ao Sul, dobrando o territorio do Condado Portucalense, no sec. XI. Ó início da formaçao doimperioportugues.

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EmartigoparaoGeografiaInfinita, o filologo espanhol Bernardo Ríos, notaque,quandoseviajaparaPortugal, dependendo do lugar que se visita e aguçando um pouco mais os sentidos, percebe-se duas grandes obsessoes da ideologia nacionalcultivadacuidadosamentetanto pelasinstituiçoesoficiaisportuguesasquantopelapopulaçao.

A primeira, o mar, compreensível dadaasualocalizaçaogeografica.A outra,aepocadasgrandesexploraçoes, tambem compreensível dada suahistoriae,maisumavez,consequencia da sua localizaçao geografica.

Apartirdaí,Ríostraçaahistoriada gonha chegou ao Reino de Leon (atualEspanha)paraajudarnaluta contra os muçulmanos. Casou-se comTeresa de Leon, filha do rei Afonso VI, erecebeuo Condado Portucalense.

Este nao deve ser confundido com outro Condado Portucalense fundado no seculo IX e bem menor. Quando Henrique morreu, Teresa governou o condado ate que seu filho, D. Afonso Henriques,

D. Afonso Henriques, chamado o conquistador, deixou como legado um reinocomo dobrodotamanho que havia recebido (veja imagem Página

VI Número 60 Mensal: março de 2023

doaltodapagina).

Em 1249, foi concluída a Reconquista portuguesa, com aexpansao para o extremo sul, a chegada ao Algarve e a expulsao dos mouros, definindoasfronteirasdopaíspraticamenteaoslimitesqueseconhecematehoje.

Em 1415, Ceuta, no Marrocos, foi conquistada, marcando o início de expansao do imperio portugues. Decidiu-se explorar a costa africana, ao sul e, em menor escala, a oeste.

Em 1418/19, Portugal chega a ilha daMadeirae,em1427,aoarquipelago dos Açores, no meio do Óceano Atlantico, a meio caminho da America do Norte [em verdade, as duasilhasmaisaoestedoarquipelago(CorvoeFlores)encontram-se ja sobre a placa tectonica norteamericana,emborasejamterritorio europeu].

Em 1471, um posto comercial foi estabelecido no Golfo da Guine, na costa africana. Ó objetivo era chegar as Indias para dominar o comerciodeespeciarias.Em1488,os portugueses cruzaram o Cabo da BoaEsperança,naAfricadoSul.

A primeira etapa do império português

AposachegadadeColomboaAmerica e a divisao do mundo entre Portugal e Espanha pelo Tratado de Tordesilhas, a India foi alcançadaem1498eoBrasil,em1500.

Em1510,foifundadooEstadoPortugues da India, com capital em Goa.Em1511,Malacafoifundadae as Molucas, as apreciadasilhas das especiarias, foram alcançadas. Macaufoifundadaem1557eNagasaki,noJapao,em1570.

De longe, a parte mais importante do imperio portugues era o Brasil. De 1500 a 1530, a presença portuguesa parece ter se limitado a expediçoes de coleta de pau-brasil, arvore da qual era feira uma tinturadeboaqualidade.

Acolonizaçaocomeçou,defato,em 1534, quando D. Joao III organizou o territorio em 12 capitanias hereditarias. Mais tarde, em 1549, o modelo mudou e foi incorporado um governador geral para toda a colonia.

Uma boa data para estudar a colonizaçao de Angola e 1575, quando a atual capital, Luanda, foi fundada com o objetivo de dominar o comerciodeescravos.

Quanto a Moçambique, o controle daareajaeraefetivoem1530,emboraaameaçadoscorsariosturcos fosseconstante.

Após a independência da Espanha

Apos a independencia da Monarquia Espanhola, em 1640, Portugal viveu guerras contínuas com a Holanda e com a Espanha. Com a primeira, por manter seu imperio colonial,comasegunda,porsuaindependencia.

AultimaedefinitivapazcomaHolandafoiseladacomarecuperaçao dos territorios que ela havia tomado no Brasil, mas tambem com a perdademuitoslugaresasiaticos.

As primeiras perdas ocorreram cedo, ja no seculo XVII, para a Inglaterra,naIndia,easjamencionadascontraaHolanda.

Ao longo do seculo XVIII, os conflitos com a Espanha na America foramconstantese,noiníciodoseculo XIX, foi fundado o Reino Unido doBrasil,PortugaleAlgarve.

Este estado transformou Portugal em uma província, embora nao do Brasil, mas de um país cuja capital era o Rio de Janeiro e cujo territorio mais importante erao sul americano.

A independência das colônias

Portugal teve que reconhecer a independencia do Brasil em 1825. Apos essa enorme perda, o país se concentrouemexpandirseusterritoriosemAngolaeMoçambique.

Em 1961, a India invadiu militarmente Goa e o resto dos enclaves do subcontinente. Em 1975, ocorreuaRevoluçaodosCravos,pondo fim a ditadura de Salazar. Ó novo governo republicano rapidamente concordou em reconhecer a independencia dos dois países africanosedoTimorLeste,oarquipelago indonesio.

Ó ultimo enclave colonial portugues foi a atual cidade chinesa de Macau,entregueaogiganteasiatico em20dedezembrode1999.

Para Ríos, que considera Portugal “uma autentica joia e uma maravilha”,opaístemafamadeseraterradatristeza,dasvozesmelancolicas do fado agitando as roupas penduradas nas janelas, dos intrepidos marinheiros que navegavam pelosmaresdetodooglobo,deEça de Queiros, Jose Saramago e do enorme, insubstituível e inimitavel FernandoPessoa.

Mas, sobretudo, segundo Ríos, “Portugal vive com a cabeça voltada para a nostalgia ou, melhor, para a saudade de um passado pesado demais para umas costas tao pequenas”.

Depois,costumodefinirosgrandes momentos de acçao numa linhacronologica.

Uma vez definidos os momentos,coloco-osemcartoesamarelosquecolocom“bostik” na paredeparameguiar. Assim, posso ir alterando a or-

Como escrever um livro?

Muitos tem a ideia de que, para escrever um livro, o autor se senta a uma mesa, contempla o horizonte e começa a despejar palavras ao sabor da inspiraçao. Naoeverdade.

Escrever e um trabalho arduo, muitas vezes frustrante, raramente pago e que requer algum metodoedisciplina.

A ideia geral ate pode surgir de formaromantica,nummomento em que as musas passaram e nos segredaram ao ouvido. Mas depois, e preciso estruturar a narrativa, caracterizar muito bem as personagens, criar um fiocondutor.

Eupessoalmentegostodecomeçarporfazerumaarvoregenealogica da personagem principal ou,casoafamílianaosejamuito relevante, um genero de organigramaondeestabeleçoarelaçao entreasdiferentespersonagens.

dememquequeroquesurjame acrescentando novos momentos amedidaqueahistoriaeaspersonagens se entranham. E que naoemitoqueoslivrosganham vida enquanto estao a ser escritos e o autor e empurrado para episodios ou desfechos que nao tinhainicialmenteplaneado.

Depois de varias semanas (ou melhor,meses)aprepararoenredo, posso finalmente sentarme a escrever, volta e meia olhandoparaoscartoesnaparede.Claroquetambemepossível começar logo a escrever alguns capítulos quando a historia ainda nao esta totalmente estruturada,paratestarotomeoestilo donarrador.Muitosdessescapítulos escritos inicialmente podem ate acabar por figurar na obrafinal.Masparamimedifícil escrever sem ter estas bases. E meio caminho andado para incongruencias ou repetiçoes, que so vao fazer com que a revisao dolivrosejamuitomaisdifícil. Tambem gosto de ir parando e relendo.Haautoresquenuncao fazem e que preferem escrever tudoaeito.Mascomonaoposso dar-meaoluxodeapenasescrever romances, isto e, tenho de ter outras ocupaçoes que me permitem sobreviver, alem de doisfilhospequenos,eimperativo fazer pausas e abandonar o manuscrito durante dias a fio, pelo que, a releitura dos capítulos anteriores e essencial para manterotomeoritmo.

Nofinal,haoutrareleituracompleta (a revisao) antes de dar o manuscritoaleraoutraspessoas.

So depois disso e enviado ao meu editor. Nesta fase, ja estou comolivropeloscabelos,janao quero saber daquelas personagens, achoque nada faz sentido, preciso de me afastar. Mas so entaocomeçaoparto,quecomo qualquer parto, e muito doloroso.

Ó editor le, faz comentarios, sugere alteraçoes. Ó autor aceita (eu sempre, outros nem por isso),corrige,acrescenta.

Óeditorvoltaaler.Podeounao fazer outras sugestoes. Quando ambos concordam que aquela e amelhorversaopossível,olivro e vendido pelo editor a quem decide dentro de uma editora que livros serao publicados. Tudoistodurasemanasesemanas. Quandofinalmentehaluzverde, otextopassaparaorevisor,volta ao autor para que reveja as revisoes e so entao vai para a paginaçao, em seguida para a grafica ate um dia chegar as maos de quem o criou, prontinhoeencadernado,brilhanteea cheiraranovo.

Tal como num parto, em que passamos horas de sofrimento ate nos colocarem o nosso bebe no colo, aquele bebe que imaginamos durante meses, mas que nunca vimos, a chegada de um livro as nossas maos e um momento magico. Ó momento em que o livro se materializa e pas- sa a ser real. Nesse instante, esquecemos os meses de angustia criativa, de duvida, de vontade de desistir. Esquecemos a ansiedade daesperaporumaresposta. Esquecemos tudo e temos a certeza, se bem que fugaz, de queescreverumlivroeamelhor coisa do mundo, o nosso proposito na Terra, o unico trabalho que verdadeiramente nos faz feliz. cas. E era “um livroitinerario espiritual”, que ela lia em voz alta em diferentes localidades, o que o tornouperigosamentepopular. suaobra.

Para as autoridades, a mensagem era que o amor a Deus poderia ser expresso sem a necessidade de um clerigo estabelecido como mediador.

Durante o julgamento, Porete negou-se a prestar o juramento de dizer a verdade perante a Inquisiçao, que considerava uma instituiçaoinjusta. Ela tambemse negoua receber a absolviçao sacramental porfaltasque,segundoela,naohaviacometido.

Quem eram as beguinas?

Quem eram as beguinas, mulheres que viviam em comunidades sem homensnaIdadeMédia?

BBC (01/03/2023)

Ó movimento das beguinas estendeu-se pela Alemanha, Italia e Espanha. Ilustraçao de uma beguina do livro ‘Des dodes dantz’, impresso por Matthaus Brandis em Lubeck, na Alemanha (1489) Foto: GERMANISCHES NATIÓNALMUSEUM

Em 1° de junho de 1310, na Place deGreveemParis,na França,MargueritePoretefoiqueimadaviva.

Ela havia sido condenada a essa morte angustiante por haver escrito uma obra mística, chamada Miroir des Simples Ames (“Ó espelho das almas simples”, em traduçao livre) – um dialogo entre o Amor, a Razao e a Alma, escrito emcercade1300.

Ela havia escrito o livro na sua língua nativa do norte da França, o picardo, e nao em latim, como determinavam as normas eclesiasti-

Essa ideia de democratizar a fe ameaçava reduzir o poder nao so doclero,mastambemdoreiFelipe 4° da França, que estava tentando estabelecer-secomodefensordafe catolica.

Por estes e provavelmente por outros motivos, o bispo de Cambrai, na França, declarou Ó Espelho das AlmasSimplesumaobra“heretica” na cidade francesa de Valenciennes, anos antes da condenaçao a morte da sua autora. Ó bispo mandou queimar publicamente uma copiadaobranaPlaced’Armes,em Paris.

Porete buscou o conselho de clerigos holandeses e contou com o apoio de uma figura eclesiastica iluminada:o ex-professorde teologiadaUniversidadedeParisGodofredodeFontaines.

Talvezimaginandoqueatempestade terminasse com o passar do tempo,eladecidiu,nofimde1308, ler seu tratado em publico, mas foi presa e entregue ao tribunal da Inquisiçao. Ó confessor do rei, Guilherme de Paris, interrogou-a por umanoemeio,enquantoumgrupo de 21 teologos avaliava trechos da

Ós inquisidores a consideraram herege reincidente. Marguerite Porete e seu livro foram condenados juntos.

Ó relato do cronista Guilherme de Nangis, que narrou a execuçao, conta que Porete demonstrou sinais de penitencia “nobres e devotos”, que partiram o coraçao dos espectadores.

Seu caso colaborou paraa elaboraçao de um canone do Concílio de Viena (1311-1312), condenando por heresia o movimento das beguinas, da qual Marguerite Porete eraumadasfigurasmaisimportantes.

Ómovimento

As beguinas foram parte de uma eradeforteflorescimentoespiritualduranteaIdadeMedia.

Nessa epoca, as mulheres cristas nao tinham muitas opçoes. Elas podiamcasar-secomDeusetornar -se freiras enclausuradas com votos de obediencia, castidade e pobreza, ou casar-se com um homem e viver semiconfinadas nos seus lares, com votos de obediencia e fidelidade.

Comisso,asmulheresquenaoquisessem se casar ou nao encontrassem um marido, devido a grande mortalidade dos homens nas Cruzadas, nao tinham espaço definido para viver, podendo usufruir de alguma independencia. Ó mesmo acontecia com as viuvas e ate com algumasmulherescasadas.

Assimsurgiu, no seculo 12, o estilo devidasemirreligiosodasbeguinas na regiao de Flandres (hoje ocupada por parte da França, Belgica e Holanda),queserviudeterceiravia paramulheresdetodasasclassese condiçoesfinanceiras.

Elas nao pertenciam a nenhuma ordem religiosa, o que as permitia criar suas proprias regras. Dependendo dessas normas, elas podiam vivercomoitinerantessolitariasou ate em comunidades de clausura, com grande variedade entre esses doisextremos.

Comadiversidadeeafaltadeuma administraçaocentralizada,edifícil determinaronumerodebeguinas.

UmacartadopapaJoao22aobispo de Estrasburgo, na França, indica que, em 1321, existiam cerca de 200 mil beguinas no oeste da Alemanha. Cinco decadas depois,calcula-sequeviviamemBruxelas, na Belgica, cerca de 1,3 mil beguinas, representando mais de 4% dos seus 30 mil habitantes da epoca.

Estima-se ainda que, no auge da sua expansao, o movimento contava com um milhao de beguinas em toda a Europa, mas nao existe documentaçao que confirme este numerocomsegurança.

Embora fossem geralmente muito piedosas e levassem uma vida de devoçao religiosa, as beguinas nao eram obrigadas por votos permanentes. A castidade, por exemplo, era valorizada enquanto permanecessem na comunidade, mas elas tinham liberdade para sair e casarse.

Asbeguinasviviamembeguinarios, que eram grupos autossuficientes de casas individuais, frequente- mente cercadas e congregadas ao lado de uma igreja, em ambientes urbanos. Elas atendiam pobres e enfermosemhospitaiseasilospara pacientes de hanseníase ou em suaspropriasenfermarias.

Elas ganhavam a vida graças a florescente industria textil europeia, lavando la bruta ou lençois e confeccionando rendas e tecidos. Óutras trabalhavam em residencias, granjasejardins.

Porisso,suavidacotidianaerauma mistura incomum de elementos religiosos– como a oraçao e a busca mística – e laicos: individualidade, independencia institucional e trabalhoremunerado.

Graças a estes, elas podiam entrar na cidade a vontade, regressando aos beguinarios ao anoitecer. Isso oferecia um grau excepcional de independencia, desconhecido pelas suas contemporaneas da era medieval

Luzesombra

Nadadissopassariadespercebido. As chamadas mulieres sanctae, ou mulieresreligiosae(“mulheressantas ou religiosas”, em latim), mais tarde beguinas (termo de origem desconhecida), contavam com o apreço dos beneficiarios das suas obrasdecaridadeeaadmiraçaode personalidadespoderosas.

Para o abade e escritor alemao Cesario de Heisterbach (1180-1240), porexemplo,“emboraessasmulheres, que sabemos que sao muito numerosas na diocese de Liege [Belgica], vivam entre as pessoas, elassuperammuitosenclausurados emseuamoraDeus.”

“Elas vivem a vida eremítica entre as multidoes, o espiritual entre o mundano e o virginal entre os que procuramoprazer.Quantomaiore asuabatalha,maioreasuagraçae maior a coroa que as espera”, afirmouoabade.

Ó pregador, historiador e líder da igreja catolica Jacques de Vitry (1180-1240)trabalhouparaqueas beguinas fossem reconhecidas pelasautoridadeseclesiasticas.

DeVitryteveprofundarelaçaocom Maria d’Óignies (1177-1213), que renunciouafortunadafamíliapara levarumavidaapostolicaeconverteu-seemuma“santaviva”.

Depois da morte de d’Óignies, De Vitry escreveu Vita Marie de Óignies (1216), compilando quase tudo o que se sabe sobre sua vida. Foitambemoprimeirorelatodesta novaformadeespiritualidadefeminina.

Para o historiador, mulheres como ela poderiam salvar o cristianismo daheresia.Masoestilodevidadas beguinastambemdespertoureceio. Sua autonomia e autossuficiencia logo desagradaram a muitos, particularmente aos homens medievais – embora o movimento tambem tenha inspirado um ramo masculino,conhecidocomoosbegardos.

A castidade voluntaria, sem votos vinculantes, convidava a malícia. E o fato de as beguinas estarem fora do controle da Igreja tambem irritouasautoridadeseclesiasticas.

Como algumas comunidades beguinarias mantinham estreita associaçao com freis dominicanos e franciscanos e algumas comunidades e indivíduos cultivavam intensas formas de misticismo, muitas pessoas suspeitavamquehouvesse tendenciashereticas.

Por tudo isso, as beguinas foramobjetode preconceito e de leis restritivasaolongodo seculo13.

QuandoopapaClemente5ºacusou o movimento de heresia e o proibiu, a perseguiçao obrigou muitas beguinas a ingressar em ordens mendicantesemonasticasreconhecidas. Algumas resistiram, mas, quando a ordem de dissoluçao foi finalmente extinta, o movimento beguinario ja havia sido drasticamentereduzido.

Apesardareduçaoedasoutrasrestriçoes impostas, algumas comunidades de beguinas sobreviveram ate o seculo 20. Mas, no seculo 21, seu numero podia ser contado nos dedos das maos. A ultima beguina, Marcella Pattijn, morreu em um domingodeabril,10anosatras,em Cortrique,naBelgica.

Mas a obra de Marguerite Porete sobreviveu a sua execuçao. Ó texto originalseperdeu,masumaversao emfrancesdoseculo15foiusadae traduzida para o ingles, italiano e latim.

Ó livro permaneceu em circulaçao como obra anonima, muitas vezes assinada por um homem como se fosse o autor. Mas, como escreveu outra beguina, Matilde de Magdeburgo (c. 1207-1282), “ninguem podequeimaraverdade”.

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