NEWSLETTER CAMPUS ACADÉMICO DE SILVES Escola Superior de Saúde Jean Piaget de Algarve
Edição nº 15
EDITORIAL Educação "Média" A história mostra que o investimento na educação, investigação e na transferência do conhecimento das universidades para o tecido empresarial são alavancas de crescimento e de sustentabilidade de um país. Novidade? Não! Os que governam sabem disso, mas a ditadura dos mandatos impedem, por vezes, que se tomem as melhores decisões. Regressemos à base: a Educação. Os que chegam ao poder querem mostrar a identidade da sua política educativa e, por vezes, mudam por mudar, mudam quase tudo, inclusive o que está bem. Há uma geração que, sem saber, tem sido cobaia de uma educação "low cost" com resultados questionáveis, mas que, em alguns parâmetros, permitiu-nos sair do "fundo da tabela" das médias das estatísticas da União Europeia. É por esta e por outras que deixei de ser apologista da “média” nestes assuntos. Há factos e números que são indesmentíveis e que merecem uma reflexão: a desmotivação generalizada dos professores; o elevado nº de alunos que desistem e que reprovam nos ensinos secundário e superior; a geração nem-nem, isto é, os jovens que não estudam nem trabalham (estima-se que 14,6% (248 mil) dos jovens entre os 15 e 29 anos estão nesta situação), entre outras coisas. É verdade que houve (há?) uma crise económica, que também contribuiu para piorar estes números, sobretudo no ensino superior. Mas talvez haja outras causas. Nas últimas décadas assistiu-se a demasiadas experiências com políticas educativas e currículos escolares muito virados para os resultados mas com poucos ganhos efetivos. Precisamos de reposicionar o aluno no centro desta grande equação. Talvez seja necessário um ensino menos formatado, dar mais flexibilidade ao aluno para optar por uma formação em áreas em que se sente melhor, talvez seja necessário criar mais apoios em áreas em que já é bom, para que se torne excelente e não uma política de nivelamento médio, é preciso dotar as escolas com as condições mínimas para criar ambientes de aprendizagem adequados e é urgente credibilizar a atividade docente. Sim, os professores também são importantes! Mas antes disto tudo, e talvez a mais importante, é preciso que o Estado acredite no verdadeiro valor da Educação para o desenvolvimento e consolidação de uma nação. A Educação, tal como a justiça, não devia depender da política, dos ciclos de governação, das ideologias partidárias, nem…das médias!
Este artigo foi publicado no jornal "Região Sul": http://www.regiao-sul.pt/noticia.php?refnoticia=155708
Nelson Sousa (Diretor-Adjunto da Escola Superior de Saúde de Silves)
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BREVES 2 Editorial
Semana de Acolhimento e Integração aos novos Estudantes Realizou-se entre 12 e 16 de outubro a Semana de Acolhimento e Integração aos novos estudantes. Durante toda a semana foi realizado um conjunto de atividades que permitiram que os novos
3 – 4 Breves
estudantes ficassem a conhecer as dinâmicas de um espaço que os vai acolher durante quatro anos e preparar para uma nova etapa da vida. Estas atividades são de extrema importância para a integração
5 Empregabilidade
dos jovens no Ensino Superior e são um primeiro passo para uma caminhada repleta de sucessos académicos. 6 Destaques
7 Artigo de Opinião
8 Investigação no Instituto Piaget
9 Editora Piaget
10 Homenagem a Dr. António Oliveira Cruz
11 Divulgação Coordenação: Ana Almeida Nelson Sousa
Campus Académico de Silves Enxerim 8300-025 Silves Portugal Envie as suas sugestões para: newsletter@silves.ipiaget.pt
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BREVES Comunicado da Diretora da Escola "primeiro, diz a ti mesmo o que queres ser; e então depois faz o que tens de fazer."
Epicteus
Em nome de toda a comunidade da Escola Superior de Saúde de Silves dou as boas vindas aos novos estudantes e aproveito para felicitá-los pelo ingresso no Ensino Superior. Atualmente a turbulência da crise económica deixa cada vez mais a descoberto a ausência do pensamento crítico a favor do lucro imediato. As sociedades estão a atravessar um processo de globalização que descaracteriza cada vez mais o indivíduo, como ser único e particular. No entanto, acredito que o nosso ponto de viragem assente precisamente na definição fundamental "do que somos". Assim, o seu primeiro desafio deverá ser o de ler-se a si próprio nas entrelinhas dos manuais de estudo, para que possa definir o seu percurso com objetividade e perseverança. É de extrema importância que a sua formação assente em valores éticos e morais, pois só estes lhe permitirão desenvolver uma personalidade que se evidencie pelas suas mais competitivas qualidades. Assim sendo, não descure esta oportunidade e valorize a aquisição de conhecimentos e competências que lhe permitam depois poder ingressar e concorrer no difícil contexto profissional que enfrentamos. Aos estudantes já integrados na Escola votos de continuação de sucesso académico.
Cordiais saudações académicas.
Ana Almeida (Diretora da Escola Superior de Saúde de Silves)
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EMPREGABILIDADE Nas Palavras de David Alves e Ana Nóbrega O Fisioterapeuta David Alves, natural de Lisboa, licenciou-se pela Escola Superior de Saúde Jean Piaget de Algarve no ano 2009. Qual é a sua situação profissional? Atualmente exerço funções como Fisioterapeuta no Centro de Medicina de Reabilitação do Sul (CMR Sul) e no Hospital Particular do Algarve (Grupo HPA Saúde). A formação que teve no Instituto Piaget preparou-o para o mercado de trabalho? Sem dúvida, sinto que a formação académica que obtive ao longo dos anos de curso bem como os estágios curriculares desde o primeiro ano até ao último facultaram-me o conhecimento técnico e científico para a prática diária como Fisioterapeuta. De salientar que foi sempre uma formação baseada na evidência e só foi possível graças ao excelente corpo docente que sempre existiu até aos dias de hoje. Descreva o seu percurso profissional. Durante o último ano de licenciatura inicie o meu percurso profissional enquanto Fisioterapeuta num clube desportivo, sendo esse, o meu primeiro contacto enquanto profissional. Após terminar a licenciatura iniciei colaboração com uma clínica privada na área dos acidentes de trabalho e posteriormente numa outra clinica com acordo com o sistema nacional de saúde. Anos depois, comecei a colaborar com o Centro de Medicina de Reabilitação do Sul (CMR Sul) onde me mantenho atualmente, e há cerca de um ano atrás em simultâneo com o Hospital Particular do Algarve (Grupo HPA Saúde). Que conselho gostaria de partilhar com os atuais estudantes de Fisioterapia? Gostaria de lhes dizer que devem aproveitar todo o percurso académico para obterem o máximo conhecimento possível, quer seja através dos Ensinos Clínicos, quer como na participação em Jornadas, Congressos, Conferências, etc. Isto porque seremos um dia os profissionais que logo no dia do primeiro dia de aulas. Sejam determinados, que procurem e busquem sempre os vossos objetivos profissionais e que sonhem porque conseguirão. A Enfermeira Ana Nóbrega, natural do Funchal, licenciou-se pela Escola Superior de Saúde Jean Piaget de Algarve no ano de 2014. O seu percurso académico foi exemplar, tendo inclusive ganho uma bolsa de mérito. Com uma média final de licenciatura de 18 valores, mostrou que é possível conciliar vida familiar, vida profissional e resultados académicos de excelência. A nossa diplomada aceitou responder às questões da rubrica “Seguindo os Nossos Diplomados”. Um nosso muito obrigado. Qual é a sua situação profissional? Atualmente exerço funções como Enfermeira no Serviço de Cirurgia do Centro Hospitalar do Algarve, Unidade Hospitalar de Portimão. A formação que teve no Instituto Piaget preparou-o para o mercado de trabalho? Sim, penso que, no geral, tive muito boa formação no Instituto Piaget. O plano curricular do curso de Enfermagem deste Instituto é bastante completo, e tive a sorte de ter podido contar com um corpo docente que me cativou, o que agilizou o meu processo de aprendizagem e me manteve empenhada em querer tirar o máximo de conhecimento possível em cada etapa alcançada. Por outro lado, sinto que tive oportunidade de realizar os ensinos clínicos em locais que se revelaram fundamentais para o meu desenvolvimento pessoal e profissional, o que sem dúvida se reflete no meu atual desempenho profissional. Descreva de forma sumária o seu percurso profissional até ao momento. Bom, eu acabei o curso em Julho de 2014, e por motivos de ordem pessoal apenas comecei a enviar currículos em setembro desse ano. Em novembro iniciei funções como Enfermeira na Santa Casa da Misericórdia de Silves, local onde estive até março do corrente ano, altura em que fui chamada para trabalhar no Centro Hospitalar do Algarve, onde me encontro desde então. Que conselho(s) gostaria de partilhar com os atuais estudantes de Enfermagem? Aos atuais estudantes de Enfermagem só posso aconselhar que tentem tirar o máximo de conhecimentos possível ao longo do curso, não apenas o suficiente para poderem ter aprovação nas unidades curriculares, mas conhecimentos sólidos, que mais tarde lhes serão extremamente úteis para poderem ter uma prática profissional mais segura, crítica e fundamentada. Os ensinos clínicos são momentos de aprendizagem fundamentais, tentem selecionar campos de estágio dinâmicos, exigentes e diversificados, de modo a poderem pôr em prática os fundamentos teóricos aprendidos, aproveitando cada oportunidade para evoluírem e desenvolverem o vosso pensamento crítico e as vossas capacidades técnicas e humanas.
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DESTAQUES Academia de Verão 2015 A ocupação de crianças e jovens em períodos de férias é uma atividade nem sempre fácil de equacionar. Se por um lado, o período de férias deverá ser lúdico e capaz de proporcionar o descanso e a recuperação de energias para o ano letivo que virá, por outro, sendo por vezes demasiado extenso, poderá ser rentabilizado numa ótica de reforçar competências que facilitem aprendizagens futuras. Tanto as famílias como os órgãos de gestão local são sensíveis à situação referida, dinamizando-se, por todo o país diversos programas de ocupação de férias. O Instituto Piaget, desde a sua fundação em 1979 e no contexto dos objetivos do seu projeto educativo, e privilegiando a criatividade e inovação, tem vindo a desenvolver vários projetos pedagógicos abertos a toda a comunidade. Neste âmbito a Escola Superior de Saúde Jean Piaget de Algarve (ESS JP de Algarve), localizada no Campus Académico de Silves do Instituto Piaget, desde a sua abertura em 2003, e tendo em conta a sua área fundamental de formação, criou o Centro de Promoção e Educação para a Saúde (CPEPS). Este CPEPS tem organizado uma série de atividade em colaboração com várias instituições locais, com vista à promoção da saúde. A promoção da saúde encontra no paradigma salutogénico um novo contributo. Encontramos nos objetivos deste CPEPS um contributo para o desenvolvimento de metodologias de intervenção que visam reforçar a capacidade dos indivíduos gerirem, de modo saudável, a sua interação com o ambiente. A Escola Superior de Saúde Jean Piaget em Silves criou o projeto "Academia de Verão 2015" com uma oferta gratuita de atividades destinadas a crianças e jovens entre os 6 e os 18 anos. Uma opção de ocupação de tempo de férias que pretende alargar ainda mais as atividades que cada município algarvio apresentou à juventude do respetivo concelho para o Verão de 2015. O CPEPS da ESS JP de Algarve foi criado e começou a sua atividade no ano letivo 2006-2007 de modo a assumir-se como elemento integrante da sociedade civil, visando: desenvolver um conjunto de iniciativas e atividades no âmbito da saúde, com o objetivo de promover o conhecimento, assim como condições de saúde, otimizando as competências técnicas e pessoais dos docentes e alunos; desenvolver o potencial de saúde individual e coletivo, através de atividades estratégicas e concertadas com diversos elementos internos e externos à Escola; identificar variáveis causais (satisfazer necessidades concretas) que interferem no bem-estar global da comunidade; e ainda, promover sistemas de informação ou formação, com vista a modificar comportamentos a nível de saúde. Deste modo, procura-se conferir através de um desenvolvimento pessoal e social, uma maior intervenção e controlo sobre a tomada de consciência da necessidade de se adotar comportamentos mais saudáveis por parte da população em geral. Entre julho e setembro decorreu a segunda edição da "Academia de Verão". Este ano cerca de 350 crianças e jovens do Concelho de Lagos e do CATL da Casa do Povo de Messines visitaram a ESS JP / Algarve e realizaram experiências no âmbito do Centro de Ciências Experimentais. Pretendemos contribuir para um alargamento ainda mais efetivo do Campus de Silves às respetivas comunidades locais e permitir que muitos jovens tenham uma primeira experiência num ambiente de Ensino Superior.
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ARTIGO DE OPINIÃO As mudanças no paradigma da saúde: O papel do Fisioterapeuta na prevenção e na promoção da saúde.
A demografia das populações, assim como na natureza da doença mudaram consideravelmente desde a última definição de saúde da Organização Mundial de Saúde em 1948 que correspondia a "um estado de completo desenvolvimento físico, mental e bem-estar social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade". Atualmente o número de indivíduos que vivem com doenças crónicas por décadas tem aumentado em todo o mundo, ou seja, o envelhecimento de pessoas com doenças crónicas tem-se tornado “normal” e esta definição declara que as pessoas com doenças crónicas e incapacidades são doentes, minimizando o papel da capacidade humana de lidar de forma autónoma com a vida. Ou seja, estamos diante uma transição demográfica, uma vez que a taxa de natalidade se encontra com valores inferiores a taxa de mortalidade, e uma transição epidemiológica, onde o número de doenças crónicas supera o das doenças agudas. As limitações da atual definição de saúde estão afetando cada vez mais a política de saúde. Posto isto, especialistas na área da saúde se reuniram na Conferência Internacional de Saúde realizada em 2009 na Holanda para propor uma nova formulação da definição de saúde que estivesse de acordo com as novas alterações sofridas, sendo definida como "a capacidade para se adaptar e se auto-gerir”. Ora, se os custos com a saúde aumentam com a idade do indivíduo e a cronicidade das doenças permite que as pessoas vivam por mais tempo, estes fatores vão contribuir para o aumento da carga financeira sobre o sistema de saúde. Desta forma e uma vez observada a relação recíproca entre saúde e os seus gastos, seria importante a adoção de políticas de prevenção e promoção da saúde. O Fisioterapeuta é um profissional que pode atuar nas duas vertentes do envelhecimento, atuando tanto na prevenção da doença como na promoção da saúde. No entanto, deve-se haver uma modificação do pensamento deste profissional que estava voltado somente para o tratamento de doenças. Deve-se haver uma mudança neste paradigma, uma vez que as doenças crónicas tornam-se mais evidentes, exatamente por não ter havido uma política de prevenção eficaz de longo prazo.
Este artigo foi publicado no jornal" Região Sul": http://www.regiao-sul.pt/noticia.php?refnoticia=155294
Beatriz Minghelli (Docente da ESS JPA)
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INVESTIGAÇÃO Inovação e Investigação Multidisciplinar: Instituto Piaget Tem Unidade de Investigação Aprovada Pela FCT O Instituto Piaget e a Agência Piaget para o Desenvolvimento (APDES) acabaram de ver reconhecida pela FCT- Fundação para a Ciência e Tecnologia, a sua Unidade de Investigação em Educação e Intervenção Comunitária – Research Unit in Education and Community Intervention(RECI), com a classificação de “Muito Bom ”, atribuída por um painel de peritos internacionais no concurso de “Avaliação de Unidades de I&D”. No momento atual Portugal, assim como outros países desenvolvidos da Zona Euro, enfrenta desafios acrescidos na implementação de políticas eficazes que atenuem o impacto da crise económica na educação, saúde e direitos humanos de comunidades e populações mais vulneráveis. Neste sentido, o objetivo central da RECI é contribuir para a produção de conhecimento e de medidas concretas que promovam a coesão social e reduzam as desigualdades entre indivíduos e sociedades. A centralidade deste objetivo é relevada por duas questões transversais aos temas e linhas de investigação da RECI. A primeira baseia-se no facto da RECI pretender articular a investigação e a intervenção, envolvendo diferentes atores através de metodologias participativas, nomeadamente de investigação ação. Este paradigma de investigação sublinha a necessidade de aproximar a ciência das reais necessidades das populações, de desenhar projetos com utilidade social e empoderar as pessoas enquanto atores chave na investigação e na intervenção. A segunda premissa transversal é baseada na inclusão das áreas da educação (linha de investigação 1) e da saúde (linha de investigação 2) no espectro mais alargado de dimensões sociais. Esta premissa permite o alargamento do foco de estudo permitindo desta forma uma abordagem mais compreensiva ao fenómeno. A articulação estreita entre investigação e intervenção no domínio social maximizará o expertiseda RECI na intervenção comunitária e na internacionalização das melhores práticas. Os resultados alcançados devem contribuir, por um lado, para introduzir melhorias nas políticas sociais, de educação e saúde, e, por outro, para o empoderamento das comunidades, bem-estar e coesão social. A RECI articulará duas linhas de investigação, a saber: 1) Inclusão e aprendizagem ao longo da vida e 2) Práticas sociais e bem-estar das comunidades. A primeira linha orientará a sua atividade para espaços sociais onde os processos de exclusão / inclusão são mais evidentes: a escola, a comunidade e o trabalho. A segunda linha de investigação elege a saúde, enquanto instrumento de equidade e justiça social. Nos trabalhos em curso a RECI organiza, neste âmbito, em parceria com a IXUS – Formação e Consultadoria, Lda., o 2º Encontro sobre Envelhecimento no Século XXI– Envelhecimento e Desafios Comunitário, a realizar no dia 12 de maio de 2015, no Campus Universitário de Viseu do Instituto Piaget. Este é o caminho que o Instituto Piaget, nomeadamente o seu Campus Universitário de Viseu, e a APDES, pretendem percorrer nos próximos anos, contribuindo desta forma para o desenvolvimento da ciência e promoção do bem-estar da comunidade, da coesão social e do desenvolvimento da cidadania.
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EDITORA PIAGET Sugestões de Leitura A «modernidade crítica», uma nova maneira de pensar o lugar da ciência e da técnica no desenvolvimento das nossas sociedades. O homem moderno confia na ciência, na racionalidade, nos direitos do homem. O século XX, com as guerras mundiais, as guerras de descolonização, com a crise ecológica, conduz a um questionamento do conceito de progresso, que sustenta o projeto moderno, a tal ponto que alguns falam de «crise de civilização». Esta obra lança um novo olhar sobre o lugar da ciência na evolução das nossas sociedades. Apoiase na filosofia das ciências para pensar os impactos das descobertas científicas sobre os nossos sistemas de significação religiosos ou ateus, sobre os desenvolvimentos tecnológicos, sobre os problemas ecológicos. Aborda as questões éticas em ligação com as evoluções científicas. Analisa as contribuições das neurociências para a nossa conceção do humano como ser livre. O processo desemboca no conceito de «modernidade crítica» que propõe uma resposta «moderna» para a crise. A atitude «crítica» visa uma atenção à pertinência e aos limites do processo científico. Permite um desenvolvimento tecnológico ao serviço do humano, uma apreensão global dos problemas ecológicos, uma consideração das dimensões éticas da existência. Permite, por fim, uma evolução internacional aberta a uma autêntica diversidade cultural. Um ensaio original que esclarece os desafios maiores da nossa época. Esta obra aborda as diferentes adaptações metabólicas e hormonais subjacentes ao exercício físico e ao treino. A sua originalidade assenta numa breve resenha teórica dos ciclos bioquímicos, seguida de uma abordagem metodológica das técnicas de investigação do metabolismo energético e dos diferentes sistemas fornecedores de energia. Cerca de 384 figuras e 80 tabelas ilustram e sintetizam os contributos científicos obtidos quer no animal, quer no homem. A inclusão de mais de 4000 referências permite ao leitor encontrar as publicações relativas às experiências e aos conceitos originais. Cada um dos capítulos introduz, de forma sucinta, os ciclos metabólicos inerentes às diferentes categorias de substratos energéticos envolvidos na contração muscular. Os mecanismos de adaptação são analisados em função da intensidade e da duração do exercício, bem como da idade, do sexo e do nível de treino. É igualmente dada ênfase às restrições metabólicas e hormonais que limitam o desempenho físico. Os dois últimos capítulos fornecem informações precisas sobre o stresse oxidativo e a fadiga causados pelo exercício intenso. Um resumo sucinto e perguntas de revisão auxiliam o leitor na sua busca de compreensão. Um glossário, no final da obra, facilita a definição de termos utilizado habitualmente. O livro destina-se a investigadores na área da fisiologia do exercício e do desporto, a professores e a alunos dos 2º e 3º ciclos de ciências e técnicas das atividades físicas e desportivas (Faculdades de Ciências do Desporto). A obra será igualmente uma ferramenta preciosa para qualquer profissional da área da prática desportiva (médicos do desporto, fisioterapeutas, treinadores, diretores técnicos, etc.) e para qualquer desportista desejoso de compreender os mecanismos do desempenho físico.
1962 e 41 anos!! Desde há alguns anos, embalado por um turbilhão de atividades, o autor não havia tido tempo de meditar sobre o que o inquietava. Atingido por uma brusca e grave doença que o atirou para uma cama de hospital em Nova Iorque, Morin quis consagrar a sua longa convalescença à meditação. Durante um ano efetua uma dupla calafetagem: a do corpo e a do espírito a qual, até ao retorno à sua vida normal, é transcrita nesta obra. Este livro não é um ensaio, pois à época o autor teria já em mente três ou quatro ensaios. Não é um diário, ainda que seja composto por várias notas biográficas que nos conduzem, pela sua evolução, do leito do hospital até à reimersão no mundo normal. Não é uma obra filosófica ainda que o autor tenha tido o cuidado de colocar questões que apenas os filósofos, ou as crianças, colocam: Quem sou? Quem somos? O que faz o homem neste mundo? Não é um rascunho, pois foi feito para o leitor. É sim uma nebulosa, uma espécie de galáxia mental com uma densidade e forma muito irregulares, mas uma nebulosa em espiral que roda e se enrola em torno do autor, do ser único que coloca o problema: A ligação e a brecha existentes entre o homem e o mundo.
NEWSLETER DO CAMPUS ACADÉMICO DE SILVES | outubro 2015 | 9
AUTOR DO MÊS António Oliveira Cruz
António Oliveira Cruz nasceu em Bigas, concelho de Viseu, em 1945. Filósofo é membro Fundador de múltiplas instituições e centros de carácter social e educativo, nomeadamente do Instituto Piaget (1979) a que presidiu e onde co-dirige o Centro Internacional de Investigação, Epistemologia e Reflexão Transdisciplinar (CIIERT), assim com o Departamento de Altos Estudos e Formação Avançada (DAEFA). Preside igualmente a Associação Piaget Internacional (AsPI). Diretor da Revista Internacional Aprendizagem e Desenvolvimento. Publicou vários artigos Científicos/Pedagógicos e editoriais, os livros a Teoria de Piaget e os Mecanismos de Produção da Ideologia Pedagógica e Lógica da Vida e da Educação (este como co-autor). Na poesia de António Oliveira Cruz deparamo-nos com uma característica pouco usual no lirismo contemporâneo, pois só em alguns casos se manifesta: esta característica é a elevação do lirismo à categoria de ideia pura, ou pensamento puro. Trata-se de uma forma de lirismo na qual a linguagem se resume apenas à essência de um pensamento, um lirismo que não se faz acompanhar de qualquer aditivo secundário de modo a ilustrara o pensamento. Em vez disso, a ideia é enunciada de uma forma límpida, apenas na sua estrutura mais essencial. Partindo do principio que a linguagem constitui a essencialidade do Ser, a poesia do autor impõem-se pela estrutura da linguagem, por um raciocínio quase metódico que não se recusa, até, ao uso do neologismo e sem deixar de obedecer uma condição fundamental da linguagem poética, que é o emprego da metáfora. Deste modo, a característica mais imediata desta poesia reside no jogo entre uma estrutura poética que não abdica do uso da metáfora, ou seja, um tipo de estrutura poética mais tradicional e estruturas e conceitos próprios da linguagem mais especulativa ou, mesmo, filosófica. A mensagem defendida desde sempre por Oliveira Cruz diz-nos «todos iguais, embora diferentes e livres, os seres humanos têm a dignidade suficiente para participar na construção da comunidade».
10 | NEWSLETTER DO CAMPUS ACADÉMICO DE SILVES | outubro 2015
DIVULGAÇÃO Agenda de novembro
Autor do mês de novembro
LICENCIATURAS
Conhecer "Edgar Morin"
Enfermagem Fisioterapia
PÓS-GRADUAÇÕES Fisioterapia do Desporto Fisioterapia Laboral: Intervenção nas Lesões Músculo-Esqueléticas no Trabalho
10 e 17 de novembro de 2015 Sessão para a Saúde
Agrupamento de Escolas Manuel Teixeira Gomes (Portimão) Gravidez na Adolescência (testemunho) .
CURSOS DE FORMAÇÃO E VALORIZAÇÂO PROFISSIONAL Introdução à Osteopatia Terapias Manipulativas e Osteopatia
11 | NEWSLETTER DO CAMPUS ACADÉMICO DE SILVES | outubro 2015