Relatório de Fiscalização
Instituto de Medicina Legal – Recife Rua Marquês de Pombal, 455 – Santo Amaro – Recife Diretora técnica: Joyse Breenzinckr Ferreira (CRM: 9155) Por determinação deste conselho fomos à unidade acima citada para verificar suas condições de funcionamento. Participaram da vistoria os conselheiros do Cremepe: Dr.André Longo, Dr. Ricardo Paiva e Dr. Luiz Domingues, o presidente do Sindicato, Dr. Sílvio Rodrigues e um representante da Apemol, Dr. Reginaldo Inojosa. Esta vistoria teve como objetivo apenas a sala de necropsia, não sendo vistoriadas as demais dependências. Durante a fiscalização foram responsáveis pelas informações: os médicos e os técnicos de necropsia que estavam de plantão. Foram encontradas as seguintes condições de funcionamento: Os médicos receberam o plantão com um total de 41 corpos, dos quais 08 já tinham sido liberados até a hora da vistoria (término por volta das 15h) e havia a pretensão de liberar mais 05 corpos. Ao entrar na sala de necropsia sentia-se um odor intenso de putrefação e havia uma quantidade de água e sangue estagnados no chão. Havia sangue também em algumas paredes. Havia várias moscas dentro da sala de tanatoscopia, inclusive um dos corpos estava com uma moderada quantidade de moscas. Conta 02 mata-moscas, porém apenas 01 em funcionamento, mas não em plenas condições de uso. Foi informado que com freqüência os ralos das mesas de necropsias apresentam entupimento. Um dos vidros da sala de necropsia está quebrado. Funcionários informam que quando há grande quantidade de corpos na sala de necropsia o arcondicionado não é suficiente para climatizar o ambiente. 1/10
Há apenas 02 macas para transporte de corpos e uma delas está quebrada há cerca de três meses. A maca que está quebrada estava cheia de sangue. Importante frisar que um dos corpos, foi literalmente arrastado pelo chão, por dois funcionários. Há vários orifícios no teto por onde escorre água durante as chuvas. Infiltração e mofo são frequentes em várias paredes e no teto. No corredor que dá acesso à entrada dos corpos havia várias lâmpadas faltando, enormes aberturas nos tetos e uma abertura que comunica este corredor às dependências externas. Por um dos orifícios, o qual era para conter um lustre, há saída de folhas secas, caindo dentro da sala de necropsia. Uma das paredes apresenta azulejos e uma parte de concreto quebrados. Na câmara fria havia vários cadáveres, uns armazenados em estantes e outros no chão, uns por cima dos outros. Apresentava também odor fétido. Médicos informam que a câmara não é suficiente para conservar os corpos. Os EPI’s (equipamentos de proteção individual) não são adequados. É importante salientar que não havia equipamentos de proteção respiratória. O material de limpeza também é inadequado. A pia do lavabo da sala de tanatoscopia não tem acionamento automático. Uma parte do serviço administrativo funciona dentro da sala de necropsia. A ante-sala da coréia apresenta um forte odor de putrefação e a sala destinada a este tipo de necropsia não tem iluminação adequada e não é climatizada. Esta também apresenta muitas infiltrações. Foi informado que diariamente chegam mais de 20 corpos, e que geralmente são liberados 10 por dia. O laboratório apresenta várias paredes com infiltração, havia baratas mortas no chão. A sala não é climatizada, exaustão inadequada, havia um forte odor de substâncias químicas que impedia a permanência no local durante muito tempo.
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Os insumos utilizados pelo laboratório estavam armazenados no chão do corredor que dá acesso às salas do laboratório. A seguir dossiê de fotos coletadas durante a fiscalização:
Figura 1: sala de tanatoscopia
Figura 2: água e sangue estagnados no chão
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Figura 3: maca quebrada, observar a quantidade de sangue
Figura 4: corpo sendo transportado, ao lado sangue na parede
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Figura 5: orifícios no teto por onde escorre água durante a chuva
Figura 6: observar abertura por onde caem folhas e ao lado lâmpadas faltando
Figura 7: vidro quebrado e abertura de comunicação com o exterior
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Figura 8: teto e parede do corredor que comunica o local de entrada dos corpos e a sala de necropsia
Figura 9: observar quantidade de moscas no corpo
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Figura 10: corpos armazenados na câmara fria
Figura 11: observar condições do teto da câmara fria
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Figura 12: infiltração e insetos (baratas) mortos no corredor do laboratório
Figura 13: material do laboratório armazenado no chão, ao lado teto com orifícios e infiltração
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Figura 14: salas do laborat贸rio
Figura 15:ante-sala da coreia
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Figura 16: sala de necropsia da coreia
Recife, 14 de março de 2011 __________________________________ Polyanna Neves MÊdica Fiscal
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