Criativa Magazine - agosto 2021

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Periodicidade: Mensal • Distribuição Gratuita • Ano VII Nº 82 agosto 2021 Foto: Marco Farias

“As nossas ilhas nunca desiludem”

“A fotografia é uma forma de terapia e de autoconhecimento”

mariense Carolina coelho em voluntariado na tanzânia



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consultório jurídico Com Carlos Melo Bento

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era um original se faz favor com José F. Andrade

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Exercício Físico pela sua Saúde com celso Tavares

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consultório da saúde Com João Bicudo Melo

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Saúde Auditiva Com Audição Portugal

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Olhar criativo TEMA: “Geometria na Natureza”

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Saúde ótica com: INSTITUTOPTICO

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Desporto: GUSTAVO LOURO, hexacampeão de ralis dos Açores

Propriedade:

Rua do Espírito Santo, 77 - r/c Esq. 9500-465 Ponta Delgada NIF: 513 281 070 Email: criativa.azores@gmail.com

962 370 110

Nº Registo: 126655 Depósito Legal: 390939/15

entrevista mariense Carolina coelho em voluntariado na tanzânia

Diretora: Natacha Alexandra Pastor Editor: Carlos Costa Direção Comercial: Eduardo Andrade Sede da Redação/Editor: Rua Espírito Santo, nº 77 R/chão Esqº 9500-465 Ponta Delgada Sócio-gerente com mais de 5% do Capital: Carlos Costa Periodicidade: Mensal Tiragem: 5.000 exemplares Impressão: Coingra - Companhia Gráfica dos Açores Parque Industrial da Ribeira Grande - Lote 33 - 9600-499 Ribeira Grande

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literatura proposta literárias para o verão

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reportagem ODSlocal com a participação de 2 municípios açorianos

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RUBRICAS

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Grande entrevista

entrevista “A fotografia é uma forma de terapia e de autoconhecimento”

Design Gráfico e paginação: Melissa Canhoto Fotografia: António Bettencourt, Carlos Costa Colaboradores: Carlos Melo Bento, Luís Moniz, João Bicudo Melo, José F. Andrade, Paulino Pavão/AFAA e Renato Carvalho. O uso e reprodução parcial ou total de qualquer conteúdo existente nesta revista é expressamente proibido. Os anúncios existentes nesta revista são da inteira responsabilidade dos anunciantes.

ESTATUTO EDITORIAL - CRIATIVA Magazine A Criativa Magazine é uma revista mensal de informação geral que oferece, quer através de textos quer de imagens, a mais ampla cobertura de assuntos, em todos os domínios de interesse, de maior relevância que ocorram no mercado açoriano, com especial enfoque no mercado da ilha de São Miguel; A Criativa Magazine é independente de qualquer poder político e económico; A Criativa Magazine pauta a sua ação em total cumprimento das normas éticas e deontológicas do Jornalismo português; A Criativa Magazine defende o pluralismo de opinião, respeita as crenças, ideologias políticas e religiosas, diferenças sociais e culturais, sem prejuízo de poder assumir as suas próprias posições; A Criativa Magazine identifica-se, como tal, com os valores da Democracia; A Criativa Magazine quer contribuir para o desenvolvimento de cidadãos ativos e conscientes, bem como assim para o desenvolvimento da sociedade na qual se insere.


grande entrevista

“Urge adoptar estratégias que nos permitam disciplinar certas atitudes” Natacha Alexandra Pastor

Marco Farias e Susana Peixoto

Com o regresso de alguma normalidade, os Açores estão a receber inúmeros turistas, embora a título individual, o que significa dizer que os grupos organizados, e que tendem a participar em excursões, está, ainda, longe do desejável. A Associação de Guias Informação Turística dos Açores (AGITA) confere que mantêm a esperança de uma retoma efetiva em 2022, aproveitando para deixar um alerta: “São muitos os cenários negativos e têm sido recorrentes, fazendo com que seja imperativo utilizar este momento de pandemia para planear, gerir e solucionar estas questões.” 4 • c ria ti va magazine - agosto 2021


Criativa Magazine - Pelo registo de voos ocupados, de rent-a-cars sem dar resposta a reservas, pela lotação em unidades hoteleiras, este verão está a ter nos Açores um bom momento! Depois de um ano de total paragem, a AGITA está a acompanhar e atesta que o verão de 2021 supera, até, as expetativas? AGITA - A retoma turística, em termos gerais, sem dúvida, ultrapassou as expectativas de todos. Um destino como os Açores reúne condições fantásticas para quem quer viajar durante uma pandemia. Não só a riqueza e diversidade da oferta turística representam um forte incentivo à visita da Região, mas também o facto de os Açores não se apresentarem como um destino de massas. Vemos, realmente, um crescimento positivo nos números de visitantes, o que se traduz numa lufada de ar fresco para a nossa economia. No entanto, este aumento de visitantes dá-se, principalmente, ao nível do Turismo de individuais, ou seja, pessoas que visitam as nossas ilhas por conta própria. O turismo em grupos organizados, que participam em excursões, mantém-se muito aquém do desejado: muitas pessoas ainda não se sentem confortáveis para viajar em grupo e vários mercados turísticos continuam com restrições significativas, assim sendo são muitos os Guias de Turismo que ainda se encontram sem trabalho e sem rendimentos significativos, o que é bastante grave se pensarmos que, durante o ano de 2020, vários

Os Açores encontram-se num momento chave em que vão, realmente, demonstrar se a sustentabilidade é apenas uma palavra bonita para promover o Destino, ou se é verdadeiramente a base que irá sustentar e guiar o sector turístico na Região.”

profissionais abandonaram a área por não conseguirem aguentar todos estes meses sem um rendimento digno. Tentamos manter-nos optimistas e com esperança de que a retoma efetiva, para quem trabalha com Grupos, ocorra o mais tardar na Primavera de 2022. Esta procura é imensamente positiva para um tecido comercial que estava enfraquecido, mas pode trazer preocupações? Merece-vos alguma preocupação em particular? A procura é, com certeza, bastante positiva, importa é analisar, em termos reais, se a mesma se traduz nos pilares de sustentabilidade que a Região pretende seguir. A nossa Associação, sendo constituída por profissionais que se encontram diariamente no terreno, preocupa-se com a pegada ecológica visível já em diversos locais das nossas ilhas e, em particular, na ilha de São Miguel, devido à forte carga turística que recebe. Em demasiados locais observamos o pisoteio de plantas endémicas, muitas vezes em áreas protegidas e reservas naturais, vemos o mau estacionamento por parte de viaturas de aluguer, desrespeitando a sinalização e as regras de trânsito, assistimos a pessoas a saltar barreiras para tirar fotografias, colocando a sua vida em risco e causando danos em infraestruturas e na natureza… São muitos os cenários negativos e têm sido recorrentes, fazendo com que seja imperativo utilizar este momento de pandemia para planear, gerir e solucionar estas questões. Os Açores encontram-se num momento chave em que vão, realmente, demonstrar se a sustentabilidade é apenas uma palavra bonita para promover o Destino, ou se é verdadeiramente a base que irá sustentar e guiar o sector turístico na Região. Têm surgido algumas críticas e notas quanto ao volume de turistas que se concentram em certas zonas emblemáticas. Em São Miguel, p.x., tem sido questionada a pressão na Lagoa do Fogo (zona para a qual inclusive se perspetiva uma intervenção). Há que criar uma maior disciplina turística em algumas ilhas açorianas? É urgente que se atue nesse sentido. Muitas pessoas deslocam-se aos locais e, por estarem sozinhas e em locais sem vigilância, comportam-se de forma que prejudica o nosso meio ambiente. Não só é importante criar e divulgar um código de conduta para visitantes, transmitindo a mensagem sobre o Turismo Sustentável que se pretende desenvolver na Região e a importância de agir em conformidade, por forma a proteger uma das nossas maiores riquezas: a Natureza, mas também há que ter atenção redobrada nas estratégias de Marketing Turístico, hoje em dia, com as redes sociais muitos

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entrevista

canais institucionais partilham fotografias com pessoas em zonas onde não deveriam estar: a transpor vedações, em locais de perigo e entre vegetação que deve ser protegida… São pequenos grandes pormenores que influenciam quem nos visita. Como Guias esta é uma preocupação constante, avisar para não pisar a vegetação, não saltar muros e barreiras, não apanhar flores ou plantas! Penso que uma das chamadas de atenção mais frequentes , durante o Verão, será: “Por favor, não apanhem hortênsias! Se cada pessoa que nos visita apanhar uma, em poucos dias ficamos sem este lindíssimo cartão de visita.” Urge traçar um plano e adoptar estratégias que nos permitam disciplinar certas atitudes que decorrem nos dias de hoje. Acompanhando de perto o turista, e ainda que todos tenham um ‘peso’ importante, qual o perfil do ‘melhor’ turista para os Açores? O “melhor” turista para os Açores é aquele que verdadeiramente se preocupa com a natureza. Quem tem atenção ao que faz e como o faz é, sem dúvida, um visitante que se enquadra na política de sustentabilidade idealizada para os Açores. O “melhor” turista tanto pode ser um jovem que vem em visita de estudo à Região como pode ser uma família ou até alguém com grande poder monetário, tudo depende da postura do visitante em relação ao destino que visita. Podemos ter turistas que, em termos económicos, deixam um excelente contributo nas nossas ilhas, no entanto se desrespeitarem os locais que visitam e produzirem uma forte pegada ecológica, os Açores ganham pouco ou até

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ficam a perder a longo prazo. Há que haver um equilíbrio por forma a proteger o desenvolvimento e o futuro dos Açores como destino turístico, daí a importância no planeamento e gestão em termos de promoção e aposta em novos mercados emissores. A esse propósito, que impressões ficam de quem nos visita, nos tempos atuais? Qual é a(s) verdadeira(s) ‘pérola(s) dos Açores’? Estamos despertos para tal? Ou é necessário começar a acautelar algumas intervenções? As impressões por parte de quem nos visita são muito positivas, as nossas ilhas nunca desiludem, aliás surpreendem pela positiva. Quem nos visita, pela primeira vez, sem uma ideia ao certo daquilo que irá encontrar nos Açores, fica deslumbrado, seja em que ilha for, a reacção é quase sempre (ou sempre) a mesma, apaixonam-se e rendem-se aos encantos da nossa Região. Seja pela população afável, que recebe a todos com um sorriso e está sempre disposta a ajudar, ou pelas paisagens que parecem saídas de um conto… São pequenos grandes detalhes como os sabores que servimos à mesa, os condutores atentos que deixam atravessar os peões em segurança. Detalhes que num todo transformam a experiência de um turista. Toda a envolvência das nossas ilhas e das suas gentes tornam a vinda cá extraordinária. A questão da “pérola dos Açores” é frequente, assim como “qual a ilha mais bonita”, acredito que um açoriano que conheça, no verdadeiro sentido da palavra, as 9 ilhas do arquipélago entende que a nossa maior riqueza é a


diversidade das nossas ilhas. As particularidades de cada ilha tornam os Açores num local único à escala global! Cada ilha é tão rica e especial nas suas paisagens, na sua história, tradições e cultura… A viagem aos Açores deverá sempre ser observada como se de um livro se tratasse, a viagem não estará completa enquanto não se fizer a leitura de todos os capítulos. Neste caso, 9 capítulos que encerram a história que nem mar, vulcões, ou o tempo apagou. É importante que, tanto açorianos como turistas, se apercebam da complexidade da Região e do facto de um dos seus pontos mais fortes ser a sua dispersão geográfica. A coesão entre as ilhas dos Açores e uma boa promoção institucional focando as nove ilhas, mas primando por dinamizar as menos divulgadas, é essencial. Continuar a promover as paisagens que já são as mais conhecidas (em particular da ilha de São Miguel), em vez de dar destaque a outras, não faz sentido. Sendo São Miguel uma grande porta de entrada para a Região, fará toda a lógica concentrar esforços na promoção das ilhas menos visitadas, contribuindo para um desenvolvimento harmonioso do sector turístico nos Açores. Há um recomeçar (ainda que mais lento do que o eventualmente desejável) da atividade turística nas ilhas,

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reportagem

particularmente em São Miguel? Sim, a “retoma” é mais lenta do que o desejável, no entanto, já há algum tempo, sabíamos que assim o seria. São Miguel acaba por ser a ilha mais afetada nesse sentido dado que tem uma maior dependência económica do sector turístico. Infelizmente, São Miguel, com o maior número de casos de Covid-19 na Região, não beneficiou tanto do turismo interno, como algumas outras ilhas, que viram na nova Tarifa Açores um instrumento importante para a retoma gradual do Turismo. Em certas ilhas, os números de turismo são animadores e dão-nos ânimo para receber com boas expectativas o ano de 2022. De algum modo, a AGITA consegue perspetivar se esta recuperação terá um impacto muito positivo, de modo a compensar o resto do ano de 2021? Na passagem de ano de 2020 para 2021 foi esse o nosso desejo! Que 2021 pudesse se apresentar como um ano de recomeço e que viesse colmatar o impacto negativo que 2020 teve nas vidas dos Guias de Turismo e de todos os impactados pela pandemia. Com muita pena nossa, podemos afirmar que o aumento do Turismo a que assistimos em 2021, pelo menos na nossa actividade em específico, não é suficiente para compensar a paragem

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abrupta que sofremos durante mais de um ano. É com grande preocupação que vemos mais um Inverno a bater à porta, sabendo que muitos profissionais qualificados tiveram que procurar sustento noutras áreas e que outros subsistem com grandes dificuldades. Há condições para começar a planear (em termos de Governo) a época de 2022? Numa área como o Turismo, o planeamento inicia-se com bastante antecedência, se sabemos que o Turismo a nível individual reserva a sua vinda com poucos meses de antecedência, em grande parte, já ao nível de Turismo organizado, no caso de Grupos, certas nacionalidades começam a tratar da reserva um ano ou dois antes. Por isso mesmo, é imperativo que se tracem planos com a maior antecedência possível. Obviamente, com as restrições, que se alteram frequentemente devido ao evoluir da pandemia, torna-se um pouco mais difícil colocar em prática o planeamento idealizado. No entanto, cremos que temos condições para receber um bom fluxo turístico em 2022. Os empresários e trabalhadores do sector turístico não sobreviverão a outro ano como 2020 ou 2021, pelo que são muito elevadas as expectativas que todos depositam no ano vindouro.


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entrevista

“A fotografia é uma forma de terapia e de autoconhecimento”

“Apesar de muitas vezes a fotografia ser subestimada e desvalorizada, ela é uma linguagem universal e pode ser um instrumento muito poderoso. Permite transmitir emoções de uma forma que por vezes as palavras não conseguem...”. Em vésperas de se assinalar o dia mundial da Fotografia, Gabi Pontes, fotógrafa e presidente da AFAA, conta o melhor que a fotografia revela dela própria.

Natacha Alexandra Pastor Criativa Magazine - Como é que nasceu a tua ‘relação’? (que se tornou bastante intensa) com a fotografia? Dirias que és hoje uma fotógrafa que para onde quer que vá leva sempre a sua máquina? Ou seja, já não passas sem a fotografia? Gabi Pontes (Fotógrafa) - Esta relação existiu desde muito cedo. Lembro-me de ter 7 ou 8 anos quando tive o primeiro contacto com uma câmara fotográfica. Era uma Polaroid de um tio emigrante que veio de férias e que desde logo me prendeu a atenção e me deixou fascinada! Depois daquele breve despertar, a fotografia ficou adormecida durante muitos anos, roubada pelas prioridades da vida que se foram aos poucos intrometendo na minha breve relação com a fotografia. A partir de 2014, redescobri a fotografia como a minha forma

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DR/Gabi Pontes

de expressão preferida, sendo que a partir daí ela passou a fazer parte do meu dia-a-dia e geralmente, a câmara anda sempre comigo. Na mesma altura, tornei-me associada da AFAA - Associação de Fotógrafos Amadores dos Açores, que foi crucial para o meu desenvolvimento enquanto fotógrafa. Desde aí, tenho vindo a colaborar ativamente com a associação, que já faz parte da minha família (risos). Entre rostos, paisagens, festas, lugares, há algum registo que te aproxime mais e te faça mais completa? Sim, gosto especialmente de fotografia de viagem, porque é a união perfeita entre as minhas duas grandes paixões: explorar outras culturas e fotografar pessoas. Adoro fotografar pessoas, em especial de países africanos, onde tive o privilégio de conhecer algumas das ilhas de Cabo



entrevista

Verde e de S. Tomé e Príncipe, e na Ásia onde me perdi com a Índia, que é um autêntico laboratório para os amantes de fotografia. Tudo é novo, tudo é cor, em cada direção há um novo estímulo. Há uma maior liberdade para fotografar e as pessoas estão mais predispostas a se deixarem fotografar. Há alguma experiência de maior que tenha marcado uma viragem na tua relação com a fotografia? Nessa sequência, há algo que gostasses muito de fotografar e que ainda não te tenha sido possível concretizar? Não particularmente. Apenas a vida mudou, mudaram as prioridades e o tempo disponível para a fotografia foi assim resgatado. Gostaria muito de voltar à Índia, com mais tempo. Adoraria fotografar os PALOP. Como disse, já tive algumas experiências em Cabo Verde e em S. Tomé e Príncipe, onde as pessoas são genuinamente alegres e calorosas, apesar de muitas delas viverem com muito pouco. Despertou o meu interesse em ‘explorar’ países como a Guiné-Bissau, Angola e Moçambique. És uma fã incondicional da fotografia digital ou ainda conseguiste experiências com a máquina de rolo?! O que é que retiras de melhor de cada modelo? Claro que também fotografei com as máquinas de rolo em automático, em especial nas festas de família e nos piqueniques de verão (que só por si eram um projeto), mas os rolos eram mandados revelar no laboratório. Apesar de apreciar muito a fotografia analógica dos grandes mestres, que nos transmite um romantismo e uma emoção difíceis de replicar com o digital, nunca tive a experiência de fotografar em manual, de esperar pelos resultados com um friozinho na barriga (pois nem sempre eram os melhores), nem de revelar as minhas próprias fotografias. Toda a minha experiência é já com câmaras digitais. Agora, como presidente da AFAA, estás

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alinhada em fomentar novas experiências? E em tornar a AFAA ainda mais num espaço coletivo e que contribua ativamente para a promoção da Arte? Sim, sem dúvida. São as novas experiências que nos fazem crescer enquanto fotógrafos e mesmo enquanto seres humanos. O principal objetivo da AFAA é o de promover a fotografia, a arte de fotografar e os nossos fotógrafos. Temos vindo a fazê-lo ao longo desses 14 anos, e continuaremos a criar oportunidades para que esse desenvolvimento seja uma evolução contínua. Temos potenciado sempre que possível, a interação com fotógrafos e fotojornalistas internacionalmente reconhecidos e premiados, com trabalhos nas mais variadas áreas, desde fotografia de viagem e criação de projetos fotográficos, a fotografia de causas humanitárias e denúncia de situações de abuso, que nos abrem os horizontes e nos inspiram a ser melhores fotógrafos e a querer ir mais além. Que mensagem fica na aproximação desta data? Hoje em dia e com a era digital, a fotografia foi banalizada. Toda a gente tem uma câmara ou um telemóvel que faz fotografias, mas isso não significa que todas essas pessoas sejam fotógrafos. Apesar de muitas vezes a fotografia ser subestimada e desvalorizada, ela é uma linguagem universal e pode ser um instrumento muito poderoso. Permite transmitir emoções de uma forma que por vezes as palavras não conseguem, permite denunciar factos importantes, faz-nos refletir e consequentemente alterar mentalidades, tem o poder de transformar e até de mudar o curso da história. Permite ainda explorar o nosso interior e ajuda-nos a tomar consciência de nós próprios e do nosso lugar no mundo. Por isso é também uma forma de terapia e de autoconhecimento. Por tudo isso, vale a pena aprender a fotografar, para saber dar o melhor uso a esta “arma” que é a fotografia.


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reportagem

ODSlocal com a participação de 2 municípios açorianos Há apenas dois municípios açorianos na lista dos 61 municípios portugueses que mostram o seu compromisso em colocar as várias dimensões da sustentabilidade no centro das suas políticas e da sua ação diária, visando cumprir os 17 ODS propostos pela ONU. Trata-se de Vila Franca do Campo e de Madalena do Pico.

Natacha Alexandra Pastor À nossa reportagem, a Plataforma ODSlocal refere que apenas os municípios podem aderir à Plataforma ODSlocal. Contudo, todos os agentes da sociedade civil, que de forma autónoma muito têm contribuído para o cumprimento dos ODS, estão convidados a adicionar os seus projetos ao Portal ODSlocal e mapear, através do preenchimento de um formulário, as ações inovadoras e sustentáveis em curso no terreno, o que lhes irá conferir uma maior visibilidade e notoriedade. A Plataforma ODSlocal - Plataforma Municipal dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que assenta na mobilização de decisores e técnicos municipais, agentes locais e cidadãos em relação aos ODS propostos pelas Nações Unidas na Agenda 2030, divulga o balanço de seis meses de atividade com destaque para as ações que aproximam os municípios das metas da ONU. Nos últimos seis meses, a Plataforma ODSlocal, uma iniciativa pioneira ao nível mundial lançada em novembro de 2020, já mobilizou a adesão de 61 municípios de todo o país, que assim mostram o seu compromisso em colocar as várias dimensões da sustentabilidade no centro das suas políticas e da sua ação diária, visando cumprir os 17 ODS propostos pela ONU. Desde o lançamento do ODSlocal, a 11 de novembro de 2020, já foram mapeadas 143 iniciativas desenvolvidas pelas várias autarquias que correspondem a boas práticas municipais relacionadas com a implementação da Agenda 2030, nomeadamente, medidas de apoio a famílias desfavorecidas, equidade de género nos órgãos de poder e incentivo a ações de educação para a reflorestação.

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DR

A plataforma ODSlocal recebeu, ainda, 159 projetos que representam contributos locais para o cumprimento dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável. Erradicação da pobreza, saúde, educação, mobilidade, biodiversidade, voluntariado, economia circular, são alguns dos temas dos projetos apresentados. No portal online, ferramenta que permite visualizar e ir acompanhando os progressos e contributos de cada município em relação aos vários ODS, identificando práticas locais e projetos inovadores em cada município, foram também introduzidos nestes seis meses novos indicadores. Atualmente, o portal ODSlocal disponibiliza 85 indicadores de referência para os 308 municípios de Portugal, que resultam da colaboração da equipa ODSlocal com a Comissão Científica ODSlocal, o INE e a Direção-Geral do Território. Ao nível da capacitação dos técnicos das autarquias, foram realizadas 11 sessões dos Laboratórios Dinâmicos para a Sustentabilidade Local organizadas por grandes áreas geográficas do país, para a promoção da Agenda 2030 à escala local. O ciclo de sessões decorreu durante um período de 3 meses, entre março e maio deste ano, e envolveu cerca de 300 técnicos municipais, tendo estado representados 116 municípios (quase 40% do total). A aplicação ao nível local dos ODS, a partilha de boas práticas, o impacto da pandemia e os processos colaborativos para a construção estratégica das Agendas 2030 locais, foram os temas abordados ao longo das sessões. Estas incluíram ainda a dinamização de grupos de discussão entre os participantes, que puderam assim partilhar as suas realidades locais no contexto dos ODS.


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propostas literárias

Jejum ideal Cérebro e Alimentação Dr. Michael Mosley Dra. Uma Naidoo

A dieta do Jejum Ideal é baseada numa dieta hipocalórica numa primeira fase. Uma quantidade suficientemente alta de calorias para ser fácil de gerir, sustentável, e ao mesmo tempo, baixa o bastante para desencadear uma série de mudanças metabólicas fundamentais. Esta restrição calórica só será aplicada em exclusividade na primeira fase da dieta, conjugando-se mais tarde com a dieta 5:2 (dois dias dieta hipocalórica) e, já na última fase, com a dieta 6:1 (um só dia). A partir das pesquisas mais avançadas no campo da nutrição e biologia, Mosley desenvolveu um método de ponta que combina os benefícios da restrição calórica, jejum intermitente, dieta mediterrânea e cetose alimentar. O resultado? Uma dieta flexível que permite emagrecer rapidamente, com saúde, sem o perigo de recuperar os quilos perdidos.

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Apesar dos avanços extraordinários nos últimos anos, a saúde mental continua em crise. E o tópico que, por vezes, se perde em discussões a esse respeito é que a nossa alimentação pode ter um efeito tão profundo no cérebro como os fármacos que tomamos. Um gesto natural como comer pode ser tão potente como um medicamento que custa milhões para desenvolver e testar. A complexa relação entre o intestino e o cérebro, que constitui a base deste livro, demonstra a reciprocidade entre a alimentação e a saúde mental — más escolhas alimentares levam a um aumento de doenças mentais, e as doenças mentais levam a más escolhas alimentares. Em cada capítulo, encontrará estudos que promovem especificamente o consumo ou a restrição de alimentos para doenças que vão desde a depressão e a ansiedade, até à esquizofrenia e à doença bipolar, passando pelas insónias ou a fadiga. O livro inclui dezenas de receitas e ementas.


Reinvente-se - O Monge e o Milionário 3 passos para A arte de descomplicar a felicidadede Vibhor se sentir mais Kumar Singh realizado E se percebesse que tudo o que alguma vez lhe ensinaram acerca de Gonçalo Gil da felicidade estava errado? E se descobrisse que a felicidade não Mata é um objetivo a atingir, mas um estado a desfrutar? E se ficasse

Será que atingir metas e objetivos é realmente a fórmula da realização pessoal? Ou será que a sensação de plenitude se consegue de outra forma? Reinvente-se desafia-o para uma jornada de transformação pessoal, de redefinição de prioridades, de modo a sentir-se mais realizado e alinhado com os seus valores mais importantes. Gonçalo Gil Mata guia-o numa reflexão sobre a forma como perceciona as suas experiências e o rumo que quer dar à sua vida, que o levará, de modo consciente e sustentado, a uma nova e melhor versão de si próprio. Este é um livro desafiante que promete ajudá-lo a recuperar a paz interior e a desfrutar da tranquilidade que tanto deseja.

a saber que é pelo caminho mais simples que se chega aos tesouros mais valiosos? Este livro conta a história de dois homens com vidas muito diferentes e da viagem que os leva a descobrir que não é nem na conquista de bens materiais, nem na sua renúncia, que reside o segredo para o maior desejo de qualquer pessoa: a felicidade. Ao entender a felicidade não como um enigma filosófico, mas como um estado de espírito, ensinam a si próprios, e um ao outro, como é possível ser feliz através de pequenos grandes atos e gestos, a cada dia. Vamos descomplicar a felicidade, e encontrar a resposta extraordinária a uma pergunta muito simples: você é feliz?

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entrevista

Mariense Carolina Coelho em voluntariado na Tanzânia

Na Tanzânia, Carolina Coelho, natural da ilha de Santa Maria, aventurou-se com uma amiga num projeto de voluntariado, numa altura em que a Covid-19 ainda domina o Mundo. Aqui não se acredita no vírus, usar a máscara vai “contra as regras”. A terapeuta ocupacional conta como correram as primeiras 48 horas desta ‘aventura’.

Natacha Alexandra Pastor Criativa Magazine – Fala-nos um pouco de ti, de onde vens, o que fazes e os teus interesses? Carolina Coelho - Sou a Carolina Coelho, natural e residente na ilha de Santa Maria. Licenciei-me em Terapia Ocupacional em 2017 e exerço funções na Unidade de Saúde da minha ilha desde 2018. O voluntariado sempre foi algo que despertou o meu interesse, e, por este motivo, embarquei na minha primeira aventura sozinha em 2018, com destino a São Tomé e Príncipe. No ano seguinte senti novamente necessidade de repetir a experiência e desta vez optei por ir para Cabo Verde. Dadas as circunstâncias da pandemia, em 2020 fui obrigada a fazer uma pausa! A tua ida para a Tanzânia, como é que tudo surgiu? O que despertou o teu interesse? Vais inserida em algum projeto? Já tinhas tido oportunidade de ‘abraçar’ projetos semelhantes... A ideia de realizar uma “aventura maior” surge no final de 2020, após ser um ano “paralisado”. Desta vez, não queria vir sozinha! Fiz vários apelos nas redes sociais para quem se quisesse juntar! Adoro viajar sozinha, mas já sentia necessidade de trazer alguém que pudesse partilhar comigo estas realidades! O destino só ficou definido em abril, altura em que já era possível prever minimamente a “estabilidade” da pandemia, analisar possibilidades de vôos e toda as burocracias necessária. A Alexandra, uma grande amiga da universidade, embarcou comigo nesta aventura desde que lhe mandei algumas das possibilidades.

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DR

O primeiro passo foi, como sempre, perceber o que poderíamos fazer e que tipo de desafios queríamos encontrar. Haviam algumas hipóteses que fomos excluindo consoante as dificuldades burocráticas. Acabamos por decidir a Tanzânia e um programa de duas semanas em orfanatos com crianças em condições muito especiais. Vamos realizar atividades terapêuticas e intervir de acordo com a nossa área e com as necessidades. Como sempre as pessoas embarcaram nesta aventura connosco e trouxemos imensos donativos, todos eles adquiridos com o apoio das mesmas e da empresa local X-acto que confecionou todos os brindes. Como é que a família, amigos e colegas vêem esta tua viagem? Numa fase em que a Covid-19 ainda é problema em vários pontos do Mundo? Acho que este tipo de “experiências” são algo que tem de partir de nós próprios e, por isso, principalmente, da nossa intuição. É claro que partilho sempre com a família e amigos. Escuto e reflito todos os feedbacks que obtenho mas tento que nunca influenciem muito no que tenho “pré-definido”. Todos me dizem que tenho imensa coragem, espírito de aventura, etc.. Muito sinceramente, acho que nem é muito isso, é realmente um desejo enorme de fazer um “refresh” na minha vida, sair da rotina e como costumo dizer “acordar pra vida e ser mais grata pelo que tenho”! Da Covid-19 sabemos todos muito pouco e tentamos fazer o que achamos ser melhor para nós e para quem nos rodeia, mas a verdade é que este vírus já nos deu provas de que veio,


pelo menos, para demorar. Não podemos deixar de viver, existem regras e mil e uma forma de nos adaptarmos a esta realidade e é por aí que achamos que teremos de ir! Na realidade, só viemos porque nos foi permitido e arriscamos por ser algo muito muito desejado. O programa da viagem foi complexo por conta da Covid-19. Sentiste algumas dificuldades? A Covid-19 criou ainda mais embaraços? A Covid-19 não nos impediu de vir mas, tal como já referi, limitou-nos e deu-nos algum trabalho extra (despesas, também é claro). Se não existisse talvez pudéssemos ter optado pelos moldes habituais de “voluntariado autónomo” como costumo fazer. É mais económico e mais “livre”. No entanto, foi mais seguro optarmos por uma associação que nos desse outras garantias, caso alguma coisa acontecesse. E foi exatamente por isso que viemos através da Volunteering Solutions. Bem sei que ainda agora chegaste, mas o que poderá ser mais complexo de ultrapassar? Só cá estamos há dois dias e já se passaram algumas coisas que nos causam alguma preocupação! Aqui sentimos a mais pura realidade Africana, só que fora do ecrã a que estamos habituados. Aqui não acreditam na Covid-19, o uso de máscara é impensável e esta está a ser uma dificuldade para nós.

Chegam a acontecer situações delicadas devido ao uso da mesma. Evitamos espaços fechados e usamos sempre que nos é “possível”. Estamos ambas vacinadas, iremos tentar ter os cuidados máximos dentro do que nos for possível e tentar “controlar” toda esta situação de forma a que corra tudo bem! Não fazíamos ideia desta realidade! Depois, é claro que a segurança não é de todo a desejada e somos sempre “uma carta fora do baralho”, por isso é preciso ter imensa atenção a cada passo que damos. Esta é uma cidade sem turismo, ainda não encontramos um único turista. Além dos residentes, existem os voluntários e só. Num primeiro impacto, sentimos nas pessoas uma certa resistência e apatia. No entanto, encontram-se também pessoas simpáticas e super acolhedoras. Acredito que esta será das experiências mais enriquecedoras.

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consultório eventos jurídico

CM Lagoa

com:

Carlos Melo Bento advogado

Em caso de uma operação STOP, de natureza normal, a revista a um veículo pode ser impedida da parte do seu proprietário?! A recusa dá direito a detenção ou auto de contra-ordenação? Depende da competência do agente que faz a revista e das ordens que tenha recebido dos seus superiores. O domicílio é coisa diferente pois está protegido contra agentes que não cumpram decisão do tribunal. Caso o dono da viatura (ou barco) ou seu condutor recusarem a revista, podem cometer um crime de desobediência ou, se usar de ameaça ou violência para o impedir, um crime de resistência que é mais grave que a desobediência. A recusa dá direito a um processo crime que pode ser acumulada com contra-ordenação se houver também violação de regras rodoviárias.

Note bem: estes pequenos conselhos não dispensam a consulta a um advogado. Pois, cada caso é um caso e, para se dar um conselho, é preciso saber muitos detalhes que não cabem nas perguntas que me são feitas.

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José F. Andrade

Xcalibur heavy metal com atitude

Têm como líder e principal mentor, o guitarrista Orlando Matias, figura sobejamente conhecida por ter pertencido aos STS Paranoid, a mítica banda de Heavy Metal que fez história nos primórdios dos anos 80. Foi com o próprio que trocamos algumas palavras. Orlando Matias continua a ser uma figura mediática

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na cena nacional, embora resida no Canadá. A primeira questão prende-se com o evoluir da cena nacional, no que respeita ao Heavy Metal, “Portugal sempre teve uma cultura muito forte, ligada ao Heavy Metal. Faltou o apoio das editoras e da imprensa, para que a cena fosse mais forte. Nós sempre fomos os “bastardos” do rock, com uma imagem associada à violência que nunca correspondeu à verdade”. Quando questionado sobre as memórias do passado,


respondeu assim: “Foram feitas grandes amizades... O Heavy Metal é, acima de tudo, uma maneira de estar no mundo. Havia um espírito de irmandade, até nos concertos. Tendo em conta o preço elevadíssimo dos instrumentos musicais, nós até os partilhávamos em palco. Eram guitarras, bateria, etc…”. Quando se estabelece no Canadá, decide fazer música. Eis a resposta: “Era quase impensável não ter um projecto aqui no Canadá, embora nos primeiros anos, tenha investido muito dinheiro em equipamento. Eu vim para cá com uma mala de roupa apenas. Foi começar do zero, sempre com o objectivo de ter um projecto e acima de tudo, gravar”. A entrada num qualquer país que não o de origem, implica sempre uma habituação que, por vezes, é demorada. Segundo o nosso convidado: “A adaptação foi fácil, até porque falava bem inglês. Depois comecei a ver que aqui, podia realizar sonhos como ter um estúdio de gravação, adquirir instrumentos musicais, etc. Depois a cena musical aqui é muito activa. Tens bares dedicados ao Punk, ao Hard Rock, ao “Peace and Love”, onde ouves Janis Joplin, etc, etc. Aqui é mais fácil viver da música, ter um circuito de concertos e ter público. Em Portugal, era mais difícil, embora esteja diferente”. Quando questionado sobre o percurso de Xcalibur, Orlando Matias responde que “Tem sido um percurso interessante, de aprendizagem e partilha de muitas experiências com diversos músicos, de diferentes quadrantes. Com o surgimento do estúdio, ficou tudo mais fácil a todos os níveis. A sonoridade criada para a banda luso-canadiana tem certas particularidades. “Nós apelidamos de New Age Metal. Trata-se de uma fusão entre Hard Rock, Heavy Metal, Rock Electrónico, Folclore Celta e Renaissance Metal. Ao misturar isso tudo, temos a poção dos Xcalibur. Até 2022, fica completa a tetralogia de Excalibur, Rolando explica. “Esses quatro discos contam com versões antigas de Xcalibur, que foram regravadas, remisturadas e remasterizadas. Contêm, também, temas novos. O último disco deverá sair no início de 2022, como disseste e bem”.

O trabalho não se prende apenas com o projecto Xcalibur, uma vez que existem planos para outras actividades, como nos explica Orlando Matias. “Há muita coisa para fazer. O terceiro e quarto disco da tetralogia, uma colaboração com o João Henriques que, neste momento, vive no Luxemburgo e está a gravar um álbum e, finalmente, estamos a trabalhar num tema de STS Paranoid (Come on and Rock) que será reeditado nas próximas semanas, com a particularidade de incluirmos partes do público a gritar o refrão, em concertos que gravamos no Rock Rendez Vouz, nos idos anos 80”.

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desporto motorizado

GUSTAVO LOURO, hexacampeão de ralis dos Açores

“TIVE O PRAZER DE CORRER MUITOS ANOS AO MAIS ALTO NÍVEL”

Renato Carvalho

António Bettencourt

O nome Gustavo Louro está inscrito na história do desporto motorizado dos Açores, mais concretamente na vertente dos ralis. Aos 19 anos de idade estreou-se no Campeonato de Ralis dos Açores e logo na primeira prova obteve a vitória absoluta. Foi o início de um percurso recheado de sucessos em que se destaca a conquista de seis títulos de Campeão Absoluto de Ralis dos Açores. Filho do malogrado Luís Louro, um dos fundadores do Terceira Automóvel Clube e grande entusiasta da modalidade, Gustavo Louro durante mais de uma década marcou presença, ao mais alto nível, quer nas provas realizadas nos Açores, como também no Campeonato Nacional de Ralis. Em 2007, o piloto da ilha Terceira renunciou ao campeonato porque o seu principal patrocinador deixou de apostar no desporto automóvel. Passou a participar pontualmente nos ralis. A última prova foi o Rali Ilha Lilás em 2018.

Criativa Magazine – O que faltou para prosseguir a carreira ao mais alto nível? Gustavo Louro – Apenas faltou o facto de o meu principal patrocinador, a Tabaqueira SA, decidir terminar o apoio ao desporto automóvel nos Açores. Assim sendo, e sem condições iguais aos nossos adversários, decidi colocar um ponto final, a tempo inteiro, na participação no Campeonato dos Açores, com uma viatura de top. Sentiu que o seu percurso como piloto esteve em risco? De forma alguma, o que fiz ou tinha feito até então enche-me de orgulho. Tive o prazer de correr muitos anos

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ao mais alto nível e com condições para tal. Representei todas as grandes fábricas de tabaco, principais patrocinadores do campeonato, vencemos campeonatos com todas elas a apoiar-nos. Representei os Açores na totalidade do Campeonato Nacional de Ralis, com grande esforço financeiro pessoal. Não fiz provas esporádicas, mas sim todas do campeonato durante vários anos. Só posso estar feliz pelo que fiz e pelo retorno publicitário que dei aos meus patrocinadores na época, pelas amizades que ficaram para sempre e momentos inesquecíveis. Qual o sentimento quando se está no lado de fora de uma prova? No passado e após ter terminado de correr a tempo inteiro, simplesmente não acompanhava as provas e tentava afastar-me o mais possível. Hoje em dia até vejo os ralis quando posso e não me faz qualquer confusão. É um dia bem passado e gosto de apreciar. Com mais de 25 anos de actividade, como analisa a evolução dos ralis, a nível de organizações? A nível organizacional é notória a progressão e tentativa de fazerem cada vez melhor. As exigências federativas são outras e principalmente no aspeto da segurança vejo uma evolução grande, na tentativa de este ser um desporto mais


seguro. Contudo penso ser preciso inovar tanto nas provas em si e não cair sempre nos mesmos formatos. Qual a opinião sobre o estado actual dos ralis nos Açores? Para o nosso campeonato é preciso principalmente e urgentemente de um promotor e as coisas não estão a ser feitas neste sentido. O que se faz é a nível local, ou seja, de ilha, no meu entender é o caminho errado, temos de promover os ralis e o campeonato dos Açores como um todo, só assim podemos atrair patrocinadores. Em relação à qualidade do parque automóvel, as coisas não são como todos gostariam. Existem três ou quatro pilotos que têm “tudo” e os restantes são exatamente os mesmos com carros de há 10 ou 15 anos atrás. É sinal que algo não está bem, nem estamos a desenvolver o desporto automóvel na região como deveria ser. Faltam troféus com viaturas idênticas mas atualizadas, falta promoção e falta empenho das marcas automóveis. Percebo que tivemos anos difíceis financeiramente na região e reflete-se no desporto automóvel, que é um desporto muito caro, mas isso não explica tudo, nem pode ser a “desculpa” de sempre. Quais são os objectivos futuros? Para já não tenho nada delineado de concreto. A minha vida pessoal nem me permite ter muito tempo para os ralis. Só corro quando sinto que tenho condições para tal, os ralis não são para quem quer, mas para quem pode, esta é a realidade. Se por acaso surgir alguma oportunidade e eu tenha motivação para correr, porque não? Não rejeito a ideia de fazer algo diferente no futuro. Para já não tenho outras metas, no entanto poderei equacionar outras vertentes deste desporto.

PALMARÉS

1993 - 2º lugar no Campeonato de Ralis dos Açores 1994 - 3º lugar no Campeonato de Ralis dos Açores 1995 - 3º lugar no Campeonato de Ralis dos Açores 1996 - Campeão de Ralis dos Açores 1997 - Campeão de Ralis dos Açores 1998 - 11º lugar no Campeonato de Ralis dos Açores 1999 - Campeão de Ralis dos Açores 2000 - 2º lugar no Campeonato de Ralis dos Açores 2001 - 2º lugar no Campeonato de Ralis dos Açores 2002 - Campeão de Ralis dos Açores 2003 - Campeão de Ralis dos Açores 2004 - Campeão de Ralis dos Açores 2005 - 3º lugar no Campeonato de Ralis dos Açores 2006 - 2º lugar no Campeonato de Ralis dos Açores 2007 - 5º lugar no Campeonato de Ralis dos Açores 2008 - 5º lugar no Campeonato de Ralis dos Açores 2009 - 4º lugar no Campeonato de Ralis dos Açores 2010 - 8º lugar no Campeonato de Ralis dos Açores 2011 - Não participou no Campeonato de Ralis dos Açores 2012 - Não participou no Campeonato de Ralis dos Açores 2013 - Não participou no Campeonato de Ralis dos Açores 2014 - Não participou no Campeonato de Ralis dos Açores 2015 - Não participou no Campeonato de Ralis dos Açores 2016 - Não participou no Campeonato de Ralis dos Açores 2017 - Não participou no Campeonato de Ralis dos Açores 2018 - Não classificado no Campeonato de Ralis dos Açores (participação em 2 ralis: 2 terceiros lugares à geral)

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EXERCÍCIO FÍSICO pela sua SAÚDE CELSO TAVARES - TÉCNICO ESPECIALISTA

EM EXERCÍCIO FÍSICO

#saidosofá

BEACH Ténis Do Lazer à prática desportiva organizada Para os amantes de praia e de ténis, nada melhor do que juntar-se numa experiência de Beach Ténis, na Praia do Pópulo, onde a prática desportiva começou de forma muito simplista, com dois ou três amantes deste desporto, mas que acabou por gerar bastante interesse e foi agregando cada vez mais adeptos. Hoje, são cerca de 100 os atletas federados que regularmente se reúnem nesta praia para treinos e eventos desportivos com calendário próprio. O desenvolvimento do Beach Ténis na praia tem dois grandes impulsionadores: Sebastião e João Pessanha (pai e filho), estando Sebastião Pessanha muito ligado ao Clube Kairós (Voleibol), sendo um dos clubes que mais atletas tem conseguido cativar para a prática do Beach Ténis na Praia do Pó-

pulo. Além de fisicamente ser um desporto intenso, muitas vezes é jogado e disputado sob condições climatéricas mais ou menos fortes. O Beach Ténis consegue pôr os teus músculos em completa ação! É importante, como tal, que te mantenhas em boa forma física e hidratado durante os treinos ou provas. O Beach Ténis em São Miguel conta com vários clubes organizados: Clube de Ténis de São Miguel; Clube de Ténis da Kairós; Clube Escolar Domingos Rebelo - CEDORE; Clube de Ténis da Lagoa. A contribuir para uma grande divulgação e apoio da prática do Beach Ténis tem estado, lado a lado, com a Associação de Ténis de São Miguel, o bar e restaurante Sunset Beach.

Não vejas o exercício físico como uma moda só porque os demais o fazem. Vê como um medicamento natural para a tua saúde física e mental.

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criativaDESIGN criativaDESIGN

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CONSULTÓRIO DA SAÚDE

Coloque uma questão dirigida ao Consultório da Saúde utilizando o e-mail: consultoriodasaude@hotmail.com

Águas-vivas: “inimigas” das férias! João Bicudo Melo Médico e Psicólogo Clínico

Os meses de verão e as férias são convidativas das atividades ao ar livre. Na lista das preferências de uma expressiva maioria estão as idas à praia. No entanto, esta atividade prazerosa pode por vezes ser importunada pelas não desejadas águas-vivas. Estes animais apresentam ao nível dos seus tentáculos umas estruturas que contêm uma substância com ação tóxica que a água-viva utiliza como defesa perante uma situação tida como de perigo. É esta substância que ao entrar em contacto com a pele humana irá desencadear dor, rubor e ardor, por vezes intensos e francamente incomodativos. Ainda que os sintomas apresentados sejam em parte sobreponíveis aos verificados num caso de queimadura, a lesão provovada pela água-viva não se classifica desta forma. Perante uma lesão provocada por uma água-viva a primeira atitude a ter é saír de imediato do mar por forma a impedir novas lesões. No caso das crianças o seu pedido de ajuda deve ser sempre considerado e deve-se atuar prontamente retirando-a de imediato da água por forma a impedir novas exposições. Não está recomendada a lavagem da lesão com água mineral pois a sua utilização pode favorecer a libertação de toxinas remanescentes nas células depositadas pela água-viva levando a uma propagação da ação tóxica e subsequente intensificação dos sinais e sintomas. Desta forma, o ideal é proceder a uma lavagem abundante da zona afetada com água do mar ou, em alternativa, com soro fisiológico. No caso de haverem tentáculos sobre a pele, os mesmos devem ser retirados com cuidado. No entanto, os tentáculos nunca devem ser retirados diretamente com os dedos da mão pois as toxinas presentes poderão causar novas lesões. Neste sentido, proteja a mão com um papel ou utilize algum instrumento que lhe permita proce-

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der à sua retirada. É fundamental que o papel ou o instrumento utilizados para a retirada dos tentáculos esteja limpo por forma a evitar uma conspurcação da lesão, com subsequente aumento da probabilidade de infeções no decurso do processo de cura. Jamais esfregue a zona lesionada pois a fricção pode ser prejudicial. Ainda que culturalmente seja amplamente recomendado o recurso a urina, ou até álcool, no tratamento das lesões provocadas pelas águas-vivas a verdade é que a sua utilização é completamente desaconselhada. Na verdade, a sua utilização pode ser prejudicial, agravando a lesão e a sintomatologia. Contrariamente a estas, a utilização de vinagre parece ser benéfica uma vez que poderá ter uma acção neutralizadora das toxinas. Outra recomendação muito importane é proteger a zona lesionada pela água-viva da exposição solar, uma vez que o sol poderá provocar um agravamento da situação. Com efeito, aconselha-se a utilização de protetor solar sobre a região afetada. Na maioria das vezes as lesões provocadas pelas águas-vivas não necessitam de cuidados médicos e de enfermagem. No entanto, em alguns casos, podem merecer maior cuidado sobretudo, quando desencadeiam reações alérgicas. Assim, em situações extremas poderá ocorrer edema da glote e choque. Portanto, estar atento aos sinais e sintomas no período subsequente ao acidente é fundamental. Fique particularmente atento às crianças. No caso de iniciar um quadro com vómitos e/ou dificuldade respiratória não hesite em procurar um serviço de saúde para ser observado por um médico. Boas férias. Aproveite o Verão!



saúde auditiva

Quais são as causas de perda de audição? Existem muitas causas diferentes de perda auditiva. Algumas são provocadas pelo mundo que nos rodeia: maquinaria barulhenta, música alta, tiros, explosões, rugido de motos e aviões, etc. Algumas outras causam podem vir de ‘dentro de nós’, incluindo a perda auditiva causada pelos efeitos colaterais de medicação ou infeções no ouvido. Porém, as causas mais comuns de perda auditiva têm que ver com o envelhecimento normal. Faça um rastreio auditivo e saiba como está a sua saúde auditiva.

A perda de audição pode afetar os seus relacionamentos? Os sintomas de perda auditiva podem ser mal interpretados pelos seus colegas de trabalho e entes queridos. Quando você não responde imediatamente ao que eles estão dizendo, eles podem pensar que você não está prestando atenção ou que não está apenas interessado no seu ponto de vista. Os eventos sociais tornam-se menos agradáveis ​​quando se vive com perda auditiva. Pode ser difícil entender o que está sendo dito quando há muito ruído em segundo plano.

1 em 6 adultos possuem algum grau de perda auditiva! Imagine estar a jantar num restaurante movimentado. No fundo, existe barulho de pratos, cadeiras arrastadas, pessoas falando e rindo. Você está esforçando-se para acompanhar o que está acontecendo na sua mesa, e o esforço de fazer isso está começando a fazer-se sentir mais e mais cansado. Eventualmente, você começa a fingir que pode ouvir. Acena com a cabeça, parece interessado e ri com a multidão, mesmo que não tenha entendido as brincadeiras. Começa a sentir-se deixado de fora. Quando sai do restaurante tem uma dor de cabeça palpitante, desapontamento e não pretende repetir a experiência tão cedo. Pense sobre essas situações diárias e sobre como elas o afetam, faça um rastreio auditivo gratuito e previna estas situações.

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confie em quem lhe dá assistência!

Faça como a Alexandra Lencastre

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Olhar Criativo Desafio Mensal com o Tema:

“Geometria na Natureza”

1º Lugar - Hexagonal - José Maria Sousa

Estas páginas são dedicadas ao olhar dos entusiastas que, com a Associação de Fotógrafos Amadores dos Açores, promovem de forma apaixonada a fotografia e a arte de fotografar nos Açores, desde 2007.”

Coordenação: Paulino Pavão

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Edição:


2º Lugar - Beijo - Sissa Madruga

3º Lugar - Quase violino - Rui Freitas

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saúde ótica

Como prevenir a conjuntivite? A conjuntivite é uma doença que tende a aumentar durante o verão. Perceba algumas das causas que conduzem a essa tendência. Um maior uso de piscinas, saunas ou de aparelhos de ar condicionado; a frequência de praias, parques aquáticos ou outros parques onde existe um aglomerado de pessoas ou uma maior exposição ao sol, origina que os olhos fiquem mais sensíveis e vulneráveis à ação de vírus e bactérias, que se disseminam mais facilmente sob calor e humidade.

Com prevenir a conjuntivite? A fim de controlar ou minimizar a possibilidade de desenvolver a conjuntivite, deverá lavar as mãos com frequência, sobretudo após ter tocado em objetos de uso coletivo ou ter estado em locais públicos. Não coce os olhos. Não compartilhe itens de uso pessoal, como toalhas de banho, em especial as de praia ou piscina, lenços e maquilhagem, óculos, inclusive os de mergulho, entre outros. A conjuntivite, por norma, compromete os dois olhos, não necessariamente ao mesmo tempo.

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Artigo elaborado com suporte em: INSTITUTOPTICO www.institutoptico.pt



eventos “O Divino em Objetiva” José Maria Sousa / AFAA Foi inaugurada a exposição da 5ª edição do concurso de fotografia “O Divino em Objetiva”, que teve como pano de fundo as grandes Festas do Espírito Santo de Ponta Delgada de 2019. A exposição apresenta os seis trabalhos finalistas, de 5 fotografias cada, que nos mostram olhares diferenciados sobre os vários momentos daquelas celebrações, levando-nos numa viagem a um passado recente, em que a vida era bem mais simples e descontraída. Patente na Praça do Município de Ponta Delgada, esta mostra contou com fotografias de Gabi Pontes; José Maria Sousa; José Vaz; Paulo Melo e Pedro Rosa.

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eventos ‘Lugares de Fratura’ de Maria José Cavaco Arquipélago/Centro de Artes Contemporâneas Está já em modo de ser visitada a exposição ‘Lugares de Fratura’, a primeira exposição antológica dedicada à obra de Maria José Cavaco. A mostra reúne uma vasta seleção dos trabalhos da artista realizados entre o ano 2000 e o presente. João Mourão, diretor do Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas e curador da exposição escreve: “A prática de Maria José Cavaco convida a uma constante relação do nosso corpo com o objeto artístico e, talvez por isso, a exposição seja apresentada também fora das salas principais do Arquipélago, dando aos visitantes a possibilidade de percorrer o edifício e descobrir, de uma forma não limitada por hierarquias ou cronologias, as obras e as possíveis relações que estas estabelecem entre si.”

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eventos Nordeste comemora 507º aniversário CM Nordeste O Nordeste celebrou o 507º aniversário de elevação a concelho, numa cerimónia realizada a 19 de julho, dia de feriado municipal, presidida pelo presidente do Governo Regional dos Açores e com a presença do Conselheiro de Estado Luís Marques Mendes como orador convidado, entre outras entidades regionais e concelhias. Este ano, a Câmara Municipal do Nordeste decidiu agraciar as instituições do concelho que estiveram na linha da frente do combate à pandemia Covid-19, entre estas, a Santa Casa da Misericórdia, o Centro de Saúde, a Associação de Bombeiros Voluntários, a Polícia de Segurança Pública, a Associação Amizade 2000 e a Escola Básica e Secundária.

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eventos Exposição “A rainha Santa Isabel e o culto ao Divino Espírito Santo” CMRG Está patente no Museu Vivo do Franciscanismo a exposição “A rainha Santa Isabel e o culto ao Divino Espírito Santo: o simbolismo da coroa”, mostra que apresenta as diversas manifestações de devoção e fé ao Divino Espírito Santo através da manufatura de coroas em diferentes materiais: prata, papel, madeira, linhas, tecidos e estanho, reflexo da criatividade da cultura popular. O presidente da Câmara da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, esteve na cerimónia de inauguração da exposição que contou com o apoio gracioso das irmandades, particulares, artesãos, fotógrafos e paróquias.

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eventos Memorial ao Soldado emigrante CMRG O presidente da Câmara da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, marcou presença na cerimónia de comemoração do primeiro aniversário da Praça do Emigrante, acompanhado do presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, bem como da embaixadora do Canadá em Portugal. A cerimónia ficou marcada pela inauguração do “Memorial ao Soldado Emigrante” em honra dos soldados emigrantes, evocando-se, na ocasião, a memória de Manuel Mendonça, soldado emigrante açoriano que faleceu em combate na I Grande Guerra Mundial.

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aconteceu Artistas locais regressam ao centro his­ tórico de Pon­ ta Delgada A iniciativa “Animar PDL”, promovida pela Câmara Municipal de Ponta Delgada, está de regresso ao Centro Histórico num formato adaptado às circunstâncias atuais decorrentes do combate à pandemia. Assim, os artistas locais vão ter a oportunidade de realizar mini concertos em itinerância pela cidade ou em zonas de reduzida concentração de público. O arranque da iniciativa da autarquia aconteceu com a violinista Júlia Nunes, que atuou na varanda da Casa Museu José Franco, na Rua Machado dos Santos. Até ao dia 11 de setembro estão programados 94 mini-concertos, com duração de 1 hora, todos protagonizados por artistas locais. Os mini-concertos, que vão decorrer durante o dia, de segunda-feira a sábado, vão percorrer diferentes ruas e espaços da cidade como a Torre Sineira da Câmara Municipal de Ponta Delgada; o Largo Mártires da Pátria; o Jardim Padre Sena Freitas; o Jardim António Borges ou a Rua dos Mercadores. “Operação Periferia” vacinadas 14.695 O Secretário Regional da Saúde e Desporto, Clélio Meneses, esteve presente no encerramento da “Operação Periferia”, em curso no arquipélago desde 6 de junho último, abrangendo as ilhas sem hospital. Clélio Meneses visitou o Centro de Vacinação de São Roque, instalado no Salão da Banda União Artista. O governante agradeceu, na ocasião, o empenho e o

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espírito de missão dos profissionais que ali cumpriam a última etapa da segunda fase da “Operação Periferia” e, através deles, a todos os profissionais de saúde que participaram nas etapas anteriores. “O balanço é muito positivo, foi a forma de imunizarmos as ilhas dos Açores sem hospital e conseguimos alcançar esse objetivo em todas essas ilhas, exceto nas Flores, onde estamos a cerca de 200 doses de alcançar 70% da população vacinada com as primeira e segunda tomas, o que significa que os objetivos de proteger a população Açoriana estão a ser alcançados conforme definimos”, disse Clélio Meneses no final da visita. No total de ambas as fases da “Operação Periferia” foram vacinadas 14.695 pessoas, com ambas as doses, nas ilhas sem hospital, à exceção do Corvo, a primeira a receber a vacinação em massa, no mês de março deste ano. Açores e Madeira com reforço da quota do atum patudo As Regiões Autónomas dos Açores e Madeira conseguiram, junto do Governo da República, um aumento da quota do atum patudo em mais oito%, o que equivale a 250 toneladas. Este aumento resultou das diligências feitas junto da Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, no sentido de ser cedida mais quota às Regiões Ultraperiféricas dada a disponibilidade da quota desta espécie que o continente ainda dispõe. Atualmente, a chave de repartição da quota do atum patudo estabelece 85% da quota nacional anual para Açores e Madeira. Na presente data, as regiões autónomas já atingiram 95% da quota atribuída para 2021. Cabe à DGRM o controlo dos níveis de execução da quota, sendo igualmente da responsabilidade daquele organismo a comuni-

cação dos mesmos aos departamentos governamentais das duas regiões, com competência em matéria de pescas.

“Onda inclusiva, mar para todos” aproxi­ ma a praia das pes­ soas com mobilida­ de reduzida A assinatura do protocolo entre a Câmara da Ribeira Grande e os bombeiros voluntários da Ribeira Grande relativo ao programa “Onda inclusiva, mar para todos” permitiu dar início à parceria que vai assegurar o transporte e o acesso à zona de praia do complexo das piscinas municipais de pessoas com mobilidade condicionada ou reduzida que queiram usufruir daquela zona balnear. O programa estende-se até 31 de agosto do corrente ano e as pessoas com mobilidade condicionada ou reduzida que queiram usufruir do programa devem inscrever-se previamente através do número de telefone 296 470 100. Açores foram eleitos em 2021 como Destino “Quality Coast” de Platina Os Açores foram eleitos em 2021 como Destino “Quality Coast” de Platina, prémio internacional que distingue a qualidade ambiental costeira para um turismo sustentável. Nos critérios defini-


dos pela Green Destinations, os Açores obtiveram um nível de cumprimento de 97,8% dos indicadores de sustentabilidade: Gestão do Destino; Natureza e Paisagem; Ambiente e Clima; Cultura e Tradição; Bem-Estar Social; Negócios e Hospitalidade. A Green Destinations é uma organização sem fins lucrativos para o desenvolvimento e reconhecimento de destinos sustentáveis com base na Holanda, que apoia mais de 200 destinos em 60 países com o objetivo de promover o turismo responsável com base em princípios globalmente reconhecidos e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O galardão “Quality Coast” Platina foi atribuído pela primeira vez à Região em 2014, como o melhor destino da Europa em termos de turismo sustentável, havendo uma verificação independente de desempenho do progresso do destino a cada dois anos. Protocolo de coo­ peração apoia ar­ tistas açorianos A Câmara da Ribeira Grande e a Associação Cultural Horta Seca assinaram um protocolo de colaboração tendente ao apoio do festival de videoarte Fuso Insular que decorrerá no próximo mês de outubro, no Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas. O presidente da autarquia, Alexandre Gaudêncio, presidiu à cerimónia de assinatura do protocolo que vai apoiar dez artistas açorianos selecionados através de uma open call e que durante os próximos meses vão receber formação e

apresentação os seus trabalhos em outubro. Os trabalhos decorrerão no Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, e têm por objetivo fomentar a criação artística entre a camada jovem açoriana e divulgar a videoarte num público mais abrangente.. Município lança cam­ panha “Vamos Pedalar Ponta Delgada” A Câmara Municipal acaba de lançar a campanha experimental “Vamos Pedalar Ponta Delgada”. Uma iniciativa que resulta da parceria entre a autarquia e a Atlantic Bikes, apresentada hoje pelo Vereador Paulo Mendes. “Esta é uma campanha que terá uma duração inicial de três meses e que tem como objetivo potenciar a utilização de soluções de mobilidade mais sustentáveis e amigas do ambiente, contribuindo, por esta via, para melhorar a qualidade de vida e a saúde dos cidadãos”, afirmou o Vereador responsável pela área do Empreendedorismo e Inovação. A campanha pretende ainda incentivar e apoiar a mobilida-

de ativa através de um sistema de bicicletas partilhadas, ampliando, assim, as condições para a permanência dos cidadãos no Centro Histórico de Ponta Delgada, ao mesmo tempo que promove a sua relação com o comércio tradicional”. “Cada subscritor irá receber um livro de um autor açoriano e 1 euro do valorpago por cada subscrição será doado pela Atlantic Bikes à Associação Ecológica – Amigos dos Açores”, acrescentou o autarca.

Azores 2027 Municípios celebram parceria Os municípios dos Açores celebraram uma parceria conjunta para apoiar e promover o projeto de Ponta Delgada|Açores a Capital Europeia da Cultura em 2027, “candidatura que nos aproxima, entusiasma e que nos vai beneficiar”, sublinhou na ocasião a Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Maria José Lemos Duarte. O evento, que decorreu em Santa Cruz da Graciosa, juntou os autarcas dos municípios que integram a Rede de Parceiros do Azores 2027, promovido pela autarquia de Ponta Delgada, com o apoio do Governo Regional dos Açores, que é co-promotor do projeto.

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horóscopo Astrólogo Luís Moniz

signo do mês

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Carneiro 21/03 a 20/04 A vida afetiva oscila entre a paixão e a necessidade de liberdade individual. De qualquer modo, precisa de construir um relacionamento equilibrado. A nível profissional, seja muito paciente e persistente. Adote uma postura criativa e inovadora de maneira a conseguir concretizar os seus planos.

Balança 23/09 a 22/10 A vida afetiva necessita de ser encarada com seriedade. Existem falhas e arestas a limar, mas projete os seus sentimentos de forma muito concreta. A nível profissional, certamente vai alcançar os seus objetivos. Este é um ciclo conveniente para conhecer gente nova que lhe pode ajudar bastante.

touro 21/04 a 20/05 A vida afetiva está mais voltada para as suas motivações mais profundas. Neste sentido, procure estabelecer uma sintonia com a sua supraconsciência. A nível profissional, preveem-se ótimas realizações. Pode fazer mudanças, mas mantenha o rumo porque tudo tende a correr de forma muito positiva.

Escorpião 23/10 a 21/11 A vida afetiva proporciona-lhe momentos de plena satisfação. Porém, use a diplomacia e o diálogo para poder utilizar a sua força construtivamente. A nível profissional, esta é a conjuntura ideal para iniciar uma nova fase de forma consistente. Mas, controle as suas emoções e aja racionalmente.

gêmeos 21/05 a 20/06 A vida afetiva entra numa fase de renovação e as relações sólidas podem ser reestruturadas e consolidadas. Se está livre, pode iniciar um romance. A nível profissional, durante esta etapa, resolva de vez certos assuntos pendentes e tente aproveitar todas as oportunidades que possam aparecer.

sagitário 22/11 a 21/12

Caranguejo 21/06 a 22/07 A vida afetiva depende bastante da sua capacidade de partilhar os seus sentimentos. Nesta perspetiva, assuma uma atitude corajosa e despreocupada. A nível profissional, daqui em diante, começa a sentir que consegue colocar os seus projetos em prática. No entanto, trabalhe com dedicação e fé.

capricórnio 22/12 a 19/01 A vida afetiva apresenta mudanças no destino amoroso através de novos conhecimentos. Há uma vibração no campo sentimental que lhe traz vantagens. A nível profissional, a ocasião é benéfica para reorganizar todos os assuntos neste setor. Todavia, assuma uma atitude muito dinâmica e flexível.

leão 23/07 a 22/08

aquário 20/01 a 18/02

virgem 23/08 a 22/09 A vida afetiva evolui muito positivamente. Novas amizades emergem no seu horizonte e estas relações favorecem imenso o seu progresso na carreira. A nível profissional, o momento é excelente para investir nos seus projetos e o seu trabalho começa a correr mais de acordo com os seus propósitos.

peixes 19/02 a 20/03 A vida afetiva recebe influências positivas, que lhe trazem surpresas muito agradáveis. Ajeite-se para vivenciar um novo romance muito fascinante. A nível profissional, desenvolva o seu potencial criativo e prepara-se para acontecimentos imprevisíveis de modo a atrair os resultados desejados.

A vida afetiva reflete a dualidade interior que lhe pode trazer problemas pessoais e familiares. Mas, seja coerente com a sua nobreza de caráter. A nível profissional, este período pode ser bastante benéfico para novas parcerias e contratos. Neste sentido, não repita sempre os mesmos erros.

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A vida afetiva passa por rotinas desgastantes e desestabilizadoras. Novas aventuras podem acontecer presencialmente e através de contatos virtuais. A nível profissional, abrem-se novas possibilidades deveras interessantes. Ainda, pode querer mudar completamente o percurso da carreira.

A vida afetiva favorece novas relações baseadas na mútua compreensão de ambos os elementos do par, mas demonstre abertamente os seus propósitos. A nível profissional, afirme a sua capacidade de liderança para poder levar por diante os seus intuitos que lhe trarão resultados surpreendentes.


Ser um Guzzista não é sobre a mota que tu escolhes, é sobre quem tu és!

OFICINA / VENDA DE MOTOCICLOS E ACESSÓRIOS AZORES PARK PAV. 3.12 296 20 19 20 ACCMOTAS@ACCYMBRON.PTc ria ti va magazine - agosto 2021 • 51


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