Periodicidade: Mensal • Distribuição Gratuita • Ano VII Nº 76 fevereiro 2021 Foto: Pedro Carreiro e Silva
livro “comer vegetariano durante uma semana - desafio”
Romeu bairos e o grupo karetus no festival da canção
mais de 50 vidas salvas no mar
Enfermeiros cumprem à risca prazos para
vacinação
consultório jurídico Com Carlos Melo Bento
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consultório da saúde Com João Bicudo Melo
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Olhar criativo TEMA: “dias de inverno”
38
Saúde ótica com: INSTITUTOPTICO
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Saúde Auditiva Com: Audição Portugal
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Desporto: FERNANDO NUNES, 25 anos de navegador de ralis
Propriedade:
Rua do Espírito Santo, 77 - r/c Esq. 9500-465 Ponta Delgada NIF: 513 281 070 Email: criativa.azores@gmail.com
962 370 110
Nº Registo: 126655 Depósito Legal: 390939/15
reportagem MiratecArts assinala as 2.500 subidas de renato Goulart ao piquinho
reportagem livro “comer vegetariano durante uma semana - desafio”
entrevista Romeu bairos e o grupo karetus no festival da canção
reportagem mais de 50 vidas salvas no mar
Diretora: Natacha Alexandra Pastor Editor: Carlos Costa Direção Comercial: Eduardo Andrade Sede da Redação/Editor: Rua Espírito Santo, nº 77 R/chão Esqº 9500-465 Ponta Delgada Sócio-gerente com mais de 5% do Capital: Carlos Costa Periodicidade: Mensal Tiragem: 5.000 exemplares Impressão: Coingra - Companhia Gráfica dos Açores Parque Industrial da Ribeira Grande - Lote 33 - 9600-499 Ribeira Grande
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Grande entrevista
RUBRICAS
28
reportagem covid-19 primeiro estudo português do impacto na saúde mental
Design Gráfico e paginação: Melissa Canhoto Fotografia: António Bettencourt, Carlos Costa Colaboradores: Carlos Melo Bento, Luís Moniz, João Bicudo Melo, José F. Andrade, Paulino Pavão/AFAA e Renato Carvalho. O uso e reprodução parcial ou total de qualquer conteúdo existente nesta revista é expressamente proibido. Os anúncios existentes nesta revista são da inteira responsabilidade dos anunciantes.
ESTATUTO EDITORIAL - CRIATIVA Magazine A Criativa Magazine é uma revista mensal de informação geral que oferece, quer através de textos quer de imagens, a mais ampla cobertura de assuntos, em todos os domínios de interesse, de maior relevância que ocorram no mercado açoriano, com especial enfoque no mercado da ilha de São Miguel; A Criativa Magazine é independente de qualquer poder político e económico; A Criativa Magazine pauta a sua ação em total cumprimento das normas éticas e deontológicas do Jornalismo português; A Criativa Magazine defende o pluralismo de opinião, respeita as crenças, ideologias políticas e religiosas, diferenças sociais e culturais, sem prejuízo de poder assumir as suas próprias posições; A Criativa Magazine identifica-se, como tal, com os valores da Democracia; A Criativa Magazine quer contribuir para o desenvolvimento de cidadãos ativos e conscientes, bem como assim para o desenvolvimento da sociedade na qual se insere.
grande Entrevista
“Contratação de enfermeiros nos Açores foi muito residual” A Covid-19 veio intensificar o trabalho da enfermagem nos Açores. A falta de profissionais já era um problema, antes do início da pandemia, e agravou-se com a Região a não precaver-se em agosto último quando novos profissionais terminaram a sua formação. A Ordem dos Enfermeiros diz que a contratação foi muito residual, na maioria dos casos com contratos precários e muitos com recurso ao famoso Estagiar L.
Natacha Alexandra Pastor Criativa Magazine - Um Governo Regional novo! Já teve oportunidade de reunir com a tutela e perceber da sensibilidade deste novo elenco para com a classe profissional dos enfermeiros? Enfermeiro Pedro Soares (Ordem dos Enfermeiros/Açores) - Foi com agrado que fomos convidados a reunir com o Secretário Regional da Saúde, na primeira quinzena após a tomada de posse da tutela, e onde foi possível perceber que há interesse em conversarmos sobre várias temáticas relativas à Enfermagem Açoriana. Também compreendemos que no momento delicado em que vivemos, o interesse tenha o seu foco na pandemia que nos assola, agora devo ressalvar a abertura demonstrada de parte a parte para um trabalho em conjunto, de forma
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séria e assertiva, sendo demonstrativo nas últimas semanas o trabalho de proximidade que temos feito e que tem permitido corrigir algumas situações, facilitando assim a ação dos Enfermeiros e a segurança e qualidade dos cuidados. Em dezembro de 2019 (quando falamos) era manifestada preocupação pela escassez de enfermeiros afetos ao SRS. Alguma coisa mudou nesse entretanto? Com a crise provocada pela pandemia da Covid-19, houve investimento do anterior Governo na contratação de profissionais? Os termos dessas contratações garantem o quê para os serviços e para os profissionais envolvidos? Infelizmente o cenário é muito próximo ao da altura. A
solicitação de Enfermeiros dada a evolução pandémica aumentou, eu julgo que não aproveitámos o timing que foi o mês de Agosto, quando os novos Enfermeiros terminaram a sua formação na Escola de Saúde da Universidade dos Açores e nós alertámos para a necessidade da contratação destes 83 colegas, ora isto não foi feito. A contratação foi muito residual, na maioria com contratos precários e muitos com recurso ao famoso Estagiar L, isto levou a que o Sistema Regional de Saúde não se tivesse reforçado, inclusive perdeu alguns Enfermeiros para fora da Região dado os incentivos que alguns países europeus ofereceram na altura. O Hospital do Divino Espírito Santo conta com um novo Conselho de Administração. Esta Ordem está já a preparar reunião de trabalho com os membros a fim de dar nota das principais preocupações? Pode saber-se quais são os tópicos em agenda que são mais pertinentes de serem resolvidos no imediato? Temos tentado desde o primeiro minuto pautar o nosso trabalho no sentido de colaboração, de parceria, com todos os Conselhos de Administração que percebem o nosso claro objetivo, a segurança e qualidade dos utentes e a defesa da Enfermagem. De facto, existem alguns problemas que nos preocupam neste Hospital, e contamos
conversar e tentar que haja alguma correção, por exemplo os planos de contingência atualizados e que não permitam de forma nenhuma o cruzamento entre utentes covid com não covid, assim como as condições e gestão das equipas de enfermagem no sentido de lhes ser garantidas todas as condições de segurança na prestação de cuidados, com dotações mínimas, tempos de descanso e material adequado e em quantidade. São alguns exemplos. Falando do cenário da Covid-19, desde março de 2020, a Ordem foi chamada muitos/poucas ou as vezes necessárias para aconselhamento das autoridades de saúde face a diferentes matérias relacionadas com a pandemia? Falhou comunicação e a vossa opinião? Mais do que sermos chamados, é preciso que sejamos ouvidos. Há aqui dois tempos, com a anterior tutela o nosso ponto de contacto refletiu-se na Senhora Secretária da Saúde com algumas reuniões ou conversas informais, sendo que relativamente à autoridade de saúde não tivemos nenhuma participação, e não foi por falta de demonstrarmos essa necessidade. Fomos convidados a dar a nossa visão sobre a atuação na saída da pandemia e pouco mais, não obstante, tomámos a iniciativa e enviámos várias exposições sobre a nossa visão relativa a diversos assuntos. No presente, já tivemos algumas reuniões com o
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Neste momento, é com tristeza que digo que o Governo Português não merece os Enfermeiros que tem.”
Secretário Regional da Saúde e Desporto e com o Diretor Regional de Saúde e mantemos regularmente um canal de comunicação no sentido de haver uma atuação eficaz no tempo. É importante que tenhamos a noção que não sendo tempos fáceis, a ajuda que os parceiros que estão no terreno
É bom que tenhamos a noção que quando isto terminar, urge uma grande reflexão sobre o papel dos Enfermeiros na nossa comunidade...”.” podem dar é fundamental para o sucesso, e nós estamos diariamente em contacto direto com todos os Enfermeiros da Região, no sentido de ajudar a que tenham as melhores condições no seu dia a dia. No global, as medidas que foram sendo tomadas e a forma como foi – até à data – feito o combate à propagação do vírus, são as mais entendidas? Já todos percebemos que não é fácil gerir e enfrentar este vírus que tem na sua constituição a cobardia silenciosa de alto contágio. Aquelas que eram as boas medidas de ontem, por vezes hoje já não o são, e acredito, quero acreditar, que estamos todos a dar o nosso melhor para ultrapassarmos
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esta fase muito difícil, nomeadamente nos Açores, onde temos parcos recursos, muito limitados, e quem nos poderia ajudar já está também com graves problemas, daí ser fundamental termos um controlo total nos Açores. A meu ver foram várias as medidas que no momento em que foram tomadas, foram as acertadas, falo desde a testagem em massa de alguma da nossa população, as cercas sanitárias, a reorganização dentro das próprias Instituições e a readaptação diária que tem de ser feita. Pecámos em demorar as testagens no início da pandemia, ainda me lembro de alguém defender que não era necessário testar os profissionais de saúde, hoje testa-se de 15 em 15 dias; também lembro quando alertámos para a necessidade de uso generalizado das máscaras, sermos criticados; pecámos no ensino à população sobre o comportamento social, focando muito a mensagem na estatística. Ninguém questiona a importância e o papel fundamental da classe médica no combate à Covid-19, porém os enfermeiros portugueses têm tido um papel sobremaneira especial no tratamento dos doentes. Qual é o nível de exaustão neste momento, em especial dos que estão a trabalhar na linha da frente da Covid-19? A Ordem tem recebido ‘pedidos de ajuda’
da parte de profissionais que dão sinais de cansaço extremo? De facto, esta tem sido uma luta desgastante para todos os profissionais de saúde. Temos de ver que a Região felizmente não está no nível de exigência do continente português, mas também não temos os recursos que lá têm, o que dado a nossa escassez leva de facto a que passados estes meses todos, sejam os mesmos Enfermeiros que começaram em Março a estar na única linha que separa o vírus da nossa população. Para além de estarmos no terreno e observarmos in loco o desgaste que já existe, somos semanalmente abordados por muitos colegas. É o cansaço físico e principalmente o desgaste psicológico de toda a situação. É bom que tenhamos a noção que quando isto terminar, urge uma grande reflexão sobre o papel dos Enfermeiros na nossa comunidade e terão de ser tomadas medidas concretas no sentido de ser feita justiça, nomeadamente em termos de carreira, reposicionamentos, etc., ou corremos o risco de perder muitos Enfermeiros, muitos inclusive já demonstraram vontade de abandonar a profissão ou o país. Neste momento é com tristeza que digo que o Governo Português não merece os Enfermeiros que tem. São também estes profissionais que estão no terreno a aplicar a vacinação contra o
novo coronavírus. Recai sobre eles uma maior pressão para serem produtivos? Os Enfermeiros estão preparados e habituados a este tipo de pressão, os Enfermeiros Açorianos têm todas as competências para que a vacinação seja um sucesso, mesmo quando estão neste momento a dividirem-se em diversas frentes. Todas as guidelines que nos estão
Todas as guidelines (relativas à vacinação para a Covid-19) que nos estão a ser exigidas, estão a ser cumpridas à risca, devendo a população Açoriana ter a certeza que, hoje como ontem, podem contar com os seus Enfermeiros.” a ser exigidas, estão a ser cumpridas à risca, devendo a população Açoriana ter a certeza que, hoje como ontem, podem contar com os seus Enfermeiros. Temos alertado que é fundamental uma boa organização de retaguarda, para que na frente da vacinação o trabalho seja exemplar, e para já estamos a conseguir.
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reportagem
COVID-19: Primeiro estudo português do impacto na saúde mental traça o cenário
A pandemia de COVID-19 está a ter impacto na saúde global das populações. A saúde mental foi afetada, por via de diferentes factores. O Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em colaboração com o Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e com a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental decidiram lançar as bases de um primeiro estudo para perceber do real impacto da pandemia na saúde mental dos portugueses.
Natacha Alexandra Pastor Neste contexto, muitas das alterações ocorridas têm sido apontadas como responsáveis por impactarem negativamente na saúde mental e no bem-estar psicológico, em particular das pessoas infetadas e dos profissionais de saúde que delas cuidam. Isto decorre de diversos fatores, entre eles, medo e incerteza percecionados pelos indivíduos, medidas de saúde pública adotadas, como o distanciamento físico na sua manifestação mais extrema, como seja o confinamento, consequências socioeconómicas (e.g., perda de rendimento, desemprego), e, também, os efeitos diretos do vírus no sistema nervoso central. Conhecer o estado da saúde mental dos cidadãos com mais de 18 anos residentes em Portugal, no contexto dos primeiros meses de vivência com a pandemia da
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COVID-19 em Portugal e, em particular, indicadores de ansiedade, depressão, perturbação de stress pós-traumático e burnout, bem como identificar determinantes de resiliência e vulnerabilidade nesta população, e fundamental para a adoção de medidas que possam mitigar o sofrimento psicológico e promover a saúde mental e o bem-estar da população Portuguesa, quer durante a pandemia quer após o controlo epidemiológico da mesma. Com esta finalidade, foi desenvolvido o estudo SM-COVID19, cujos resultados foram agora lançados. Os dados foram recolhidos através de um questionário estruturado autoadministrado via online com duas abordagens amostrais, uma de base populacional e, outra, incidente nos profissionais de saúde.
Destacam-se na conceção deste estudo três aspetos: 1) medição do efeito da pandemia na saúde mental, não só da população em geral mas também dos profissionais de saúde, em particular daqueles que se encontravam na linha da frente do tratamento de doentes com COVID-19 e, ainda, das pessoas que estavam ou estiveram em quarentena ou isolamento, nomeadamente as suspeitas de infeção, as infetadas e os indivíduos já recuperados; 2) análise de determinantes de vulnerabilidade e de proteção; 3) avaliação em vários momentos no decorrer da pandemia, abrangendo o período final do confinamento e o período subsequente de desconfinamento (componente transversal sequenciada), e avaliação de uma subamostra em dois momentos distintos (componente longitudinal). A recolha de dados decorreu entre os dias 22 de maio e 20 de julho de 2020 e entre 23 de julho e 14 de agosto. Foram consideradas 6079 respostas de um total de 6859 questionários preenchidos, incluindo 3982 respondentes da população geral (continente e ilhas) e 2097 profissionais de saúde com atividade em território português. As dimensões de saúde mental consideradas (bem-estar psicológico, ansiedade, depressão, perturbação de stress pós-traumático, burnout e resiliência) foram avaliadas através de instrumentos específicos e escalas validadas. Foram igualmente recolhidos dados sociodemográficos; dados sobre a situação face a doença; situação face
ao emprego e ao trabalho; apoio social e familiar; acesso a serviços de saúde e a equipamentos de proteção individual percecionados; estilos de vida; consumo de substâncias e comportamentos aditivos; conciliação trabalho-família; rendimento financeiro e atividade profissional; e perceção de risco ou otimismo relativamente ao futuro Os resultados do estudo revelaram que 33,7 % dos indivíduos da população geral e 44,8% dos profissionais de saúde apresentavam sinais de sofrimento psicológico. Na população geral 27% dos inquiridos reportaram sintomas moderados a graves de ansiedade, 26,4% de depressão e 26% de perturbação de stress pós-traumático. Estas prevalências são mais elevadas do que as previamente reportadas pelo 1º Estudo Epidemiológico Nacional da Saúde Mental. São sobretudo as mulheres, os jovens adultos entre os 18 e os 29 anos, os desempregados e os indivíduos com mais baixo rendimento quem apresenta sintomas de sofrimento psicológico moderado a grave, em várias das dimensões de saúde mental analisadas. Este padrão e particularmente consistente na análise dos resultados das escalas de bem-estar/ sofrimento psicológico, ansiedade, depressão e perturbação de stress pós-traumático. Alguns dos determinantes analisados, nomeadamente a manutenção de passatempos/hobbies, de rotinas diárias e de atividade física, são protetores do bemestar psicológico e estão associados a um risco diminuído de sintomas de ansiedade, depressão e,
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reportagem Cerca de 92% dos doentes internados e/ou em cuidados intensivos refere sintomas de ansiedade moderada a grave, após a alta”.
em particular, de stress pós-traumático. A análise de modelos multivariados na população geral indica que os preditores mais significativos de sofrimento psicológico, ansiedade e depressão tendem a ser o sexo feminino; maior dificuldade na conciliação trabalho-família e na manutenção dos estilos de vida e atividades de lazer; preocupação com a manutenção do trabalho ou preservação do rendimento; perceção de menos apoio social ou familiar; maior preocupação relativamente ao futuro e menor resiliência. Profissionais de saúde com maior sofrimento O caso de médicos e enfermeiros à beira da rutura têm sido relatos pela imprensa internacional. O estudo agora publicado atesta que há uma pressão e sofrimento psicológicos que se adensa nesta classe. São sobretudo aqueles que estão a tratar doentes com COVID-19 os mais afetados, com um risco de sofrimento psicológico 2,5 superior àqueles que não tratam doentes com COVID-19. E ainda no grupo dos profissionais de saúde que os níveis de burnout (exaustão física e emocional) são mais elevados (32.1%). Os modelos de regressão com melhor ajustamento para este grupo apontam para que o rendimento, o contacto regular e presencial com doentes, o tratar doentes com COVID-19, o nível médio/baixo de resiliência, as dificuldades na conciliação trabalho/ família, a falta de apoio social e familiar, e as preocupações face ao futuro sejam fatores preditores de sofrimento psicológico. Nas conclusões do estudo SM-COVID 19, perto de um terço dos profissionais de saúde revela um nível elevado de resiliência, sobretudo os indivíduos do sexo masculino e dos indivíduos com 50 ou mais anos.
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Dos indivíduos que estão ou estiveram em quarentena, em isolamento ou já recuperados, 72% reportam sofrimento psicológico e mais de metade tem sintomas de depressão moderada a grave. Dos indivíduos infetados que estiveram em internamento hospitalar ou em cuidados intensivos, a esmagadora maioria (92%) refere sintomas de ansiedade moderada a grave. Quando analisada a evolução das respostas ao longo do período de tempo em que decorreu a colheita de dados, verificou-se que na população em geral houve um aumento de respondentes que relataram sintomas de sofrimento psicológico. Já no grupo de profissionais de saúde, esta percentagem foi diminuindo ao longo dos primeiros 3 momentos, tendo-se verificado um aumento considerável no último momento de amostragem. Por outro lado, quando inquirida a mesma população uma segunda vez, ou seja, em 2 momentos de avaliação distantes de pelo menos um mês, não se encontraram diferenças significativas nos dois momentos na população em geral, e, relativamente aos profissionais de saúde observou-se uma diferença significativa, no sentido da diminuição da percentagem de indivíduos em sofrimento psicológico. De realçar que a última fase de recolha de dados corresponde ao período de abrandamento de medidas restritivas e ao período de férias, que foi também acompanhado por uma diminuição no número de casos de infeção por COVID-19. Os resultados do estudo identificaram nos três grupos populacionais em análise, percentagens elevadas de sintomas relativos a sofrimento psicológico e as dimensões da saúde mental consideradas e, também, fatores preditores associados a saúde mental e bem-estar, os quais podem ser usados para planear intervenções no contexto da pandemia de COVID-19.
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cria ti va magazine - fevereiro 2021 • 11
reportagem
MiratecArts assinala as 2.500 subidas de renato Goulart ao piquinho O Piquinho do Pico é o ponto mais alto de Portugal. Renato Goulart é o guia de montanha que hoje está a comemorar a sua subida 2500. “O Caminhante” é a música do compositor Rafael Carvalho, escrita a propósito deste marco. E, a MiratecArts celebra nesta sétima edição do Montanha Pico Festival esta sinergia entre a natureza e a arte.
Natacha Alexandra Pastor Inspirado pelas 2500 subidas ao ponto mais alto de Portugal, o compositor e músico da viola da terra, Rafael Carvalho, compôs a música O CAMINHANTE. O vídeo estreeou no final do mês de janeiro, no facebook da MiratecArts, na programação do Montanha Pico Festival, a coincidir com o dia de aniversário do montanhista Renato Goulart, conforme explica a MiractecArts. “Compus a música com 3 andamentos baseada na minha experiência de subida da Montanha do Pico há uma dúzia de anos”, explica Rafael Carvalho. “A
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DR
primeira parte é lenta, é a subida inicial, onde ainda estamos a despertar, onde queremos fotografar tudo, registar todos os momentos, e termina com um pequeno momento de descanso para reforçar energias. A segunda parte é mais rápida e vai sempre acelerando. Quanto mais perto estamos do topo mais depressa queremos andar. Assim é, também, a melodia da música, cada vez mais rápida e cada vez subindo mais na escala da viola, ficando mais aguda. A terceira parte acontece depois de se chegar ao cimo da Montanha, ao Piquinho. Aí, é a
contemplação. Aqui o mundo para, certamente. É um momento de reflexão e introspeção pessoal.” Com a estreia desta nova composição, a MiratecArts assim parabeniza este homem da montanha, que é colaborador da associação desde o dia que fez a doação das suas famosas botas para o projeto de pintura de calçado, uma instalação efémera que durou três anos no Jardim dos Maroiços, na Madalena. Desde então, Renato Goulart tem feito parte da entidade cultural, incluindo a colocação da Deusa dos Sorrisos, a escultura que se encontra no Piquinho do Pico, e sendo a força por detrás do filme 2351, de Pedro Canavilhas, que o festival Montanha estreou há 2 anos, e está prestes a ser apresentado na RTP.
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Reportagem entrevista
30 anos de passos pesados assinalados com 10 temas no “vinil” Para marcar três décadas a tocar originais em Português, os Passos Pesados estiveram nos últimos meses a gravar um original, composto por 10 temas, com letra e música de Toni Pimentel. “Vinil” traz “uma sonoridade muito crua de guitarras e onde a linha rock é bem vincada.”
Natacha Alexandra Pastor Criativa Magazine - 30 anos depois, a soma de sucessos faz com que os Passos Pesados continuem vivos e a trabalhar! Como foi ou tem sido este percurso de três décadas? Toni Pimentel (Passos Pesados) Um percurso, em primeiro lugar, feliz, visto que continuamos vivos e sempre com o nosso propósito inicial bem vivo: cantar e tocar originais em Português! Certo que não foi fácil, pois as pessoas estavam acostumadas a ouvir, na sua maioria, bandas de cover’s nos Açores, a ouvirem os grandes sucessos. Depois de um momento para o outro aparece uma banda de Rock, a cantar as suas próprias músicas em Português... o choque foi grande e, para além disso, a divulgação dos nossos trabalhos originais (a nível de rádios) era limitado, primeiro porque não tínhamos
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gravações com qualidade exigida para rodar nas rádios, depois não havia grande abertura dessas mesmas rádios a darem grande tempo de antena a bandas regionais e depois a falta de meios (estúdios) nos Açores para fazer boas gravações. Para recorrer a gravações fora da região os custos também eram, de certa forma, elevados. Também a nível de equipamentos de som para fazermos os nossos espetáculos, tivemos que ir adquirindo devagarinho o nosso próprio PA, para que não fossemos dependentes de terceiros, fomos dando passo por passo e sempre com segurança, de forma a não avançar em grandes loucuras financeiras. Mas com tudo isso, nos anos noventa também havia uma geração mais urbana, que tinha curiosidade e gostava do fenómeno “Rock Português” (que já estava cimentado há pouco mais de uma década com Rui
Veloso, UHF, Xutos, GNR, etc...), e que começou a seguir-nos, e dessa forma fazendo-nos acreditar que era possível termos bandas rock nos Açores a tocarem originais. Evidentemente que houve alguns “acidentes de percurso”, como a saída de alguns elementos da banda, pois o facto de não sermos profissionais levou a que, em certas situações, músicos da formação tivessem de abandonar a mesma, ou por razões profissionais ou pessoais, mas certo é que nunca paramos, nem nunca fizemos pausas na carreira ao longo desses trinta anos. Ficou para nós os grandes momentos como banda, os grandes palcos que pisamos e que nos deixam recordações para a vida inteira, o que aconteceu de menos bom, como em tudo na vida, nem vale a pena recordar, e se o fizermos, que seja apenas com o intuito de aprendizagem com os erros. Qual é o top três do vosso sucesso? Diria, em primeiro lugar a nossa persistência, o contínuo acreditar no nosso trabalho.
mesmas gravações, para poder cumprir com as regras de distanciamento impostas. Serão 10 temas originais, letra e música de Toni Pimentel, com uma sonoridade muito crua de guitarras e onde a linha rock é bem vincada. De referir que já foram extraídos e lançados três singles desse trabalho: “Onde estás”, “Vais vencer” (com vídeo clip) e Lisboa, para assinalar essa tão importante data na nossa carreira. Também vamos fazer um direto (facebook e provavelmente youtube da banda) no dia 26 de Fevereiro pelas 21H00 dos Açores, onde assim poderemos estar mais perto dos nossos fãs e amigos, mesmo que de uma forma virtual. Numa fase tão difícil para a Cultura, a comemoração deste aniversário, também acontece de forma diferente. Como foi o ano de 2020 para vocês? No dia 13 de Março de 2020 tínhamos marcado um concerto e tivemos de o cancelar por causa das primeiras medidas de distanciamento social. A partir daí optamos por suspender ensaios e quase toda a ativi-
Em segundo lugar, termos um público que nunca nos abandonou e que ao longo destas três décadas foi sempre regenerando-se. Finalmente, o termos continuado a produzir novos trabalhos, permitindo assim termos sempre novidades para apresentar a quem nos segue. Para assinalar este aniversário, está em preparação o 10º álbum de originais. Podemos falar das sonoridades e da composição deste álbum? Sim, estamos na reta final das gravações do nosso 10º álbum, que terá por título “Vinil”. Teve início de gravações em 2020, só que, devido à situação pandémica que estamos a viver, tivemos que desacelerar essas
dade ao vivo, ficando apenas a composição e escrita de novos temas. Depois, com o aliviar das restrições voltamos a gravar alguns temas, mas sempre em situações individuais, tal como misturas e masterização dos novos temas. No final do ano fizemos uma ou outra gravação para tv, mas sempre sem público. Queremos acreditar que em breve tudo voltará ao normal e que este pesadelo será uma história, para contarmos aos nossos netos... Finalmente uma palavra para quem nos segue e para o público em geral, mantenham-se em segurança e respeitem todas as regras de higienização e distanciamento social, pois só com a ajuda de cada um é que esta situação poderá acabar!
c ria ti va magazine - fevereiro 2021 • 15
reportagem
“Comer vegetariano durante uma semana – Desafio”
Gualter Rainha iniciou-se na culinária vegetariana em finais de 2015. O que começou por pura por curiosidade, acabou por se tornar num estilo de vida diário. Além de gerir uma página de facebook onde dá a conhecer muitas das suas receitas, Gualter Rainha decidiu aventurar-se na escrita e acaba de lançar o seu primeiro livro.
Natacha Alexandra Pastor
Depois de experimentar, ficou fã incondicional da comida vegetariana. Passou a ter uma presença assídua na sua página de facebook partilhando conhecimento e receitas para quem gosta do mesmo estilo de cozinha, e para cativar outros. Agora chegou a hora de se lançar no mundo editorial e reuniu uma série de receitas num livro, que se intitula “Comer vegetariano durante uma semana – Desafio”. À Criativa Magazine, Gualter Rainha traçou a linha desta sua obra. “O livro tem por base um desafio ligado à dieta vegetariana, que dura uma semana, e tem por objetivo transmitir as bases necessárias e adequadas para seguirem este tipo de alimentação. Atualmente há inúmeras pessoas que têm a vontade de seguir a dieta vegetariana, seja por razões ecológicas, de saúde ou éticas, e o livro vai ao encontro disso, mostra que é
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bastante fácil. Quem consegue comer vegetariano durante uma semana, conseguirá abraçar o desafio de forma permanente. Pretendo mostrar o lado divertido e colorido associado
à alimentação vegetariana, e desmistificar também alguns tabus de que a alimentação vegetariana é aborrecida ou monótona. A alimentação vegetariana é tão rica em aromas, texturas e sabores. O livro tem igualmente uma vertente pedagógica, onde são partilhadas as bases de cozinha vegetariana, mas também convida o leitor a realizar alguns desafios durante a semana, como a leitura dos rótulos, o perceber a origem dos produtos, aprimorar o seu palato ao tentar decifrar sabores associados aos aromas. Nós somos o que comemos, e é importante termos noção desses detalhes. Cozinhar é apaixonante, e nesse período podemos partilhar e expressar sentimentos e emoções. Então é um convite a tudo o que referi. Desde a preparação, o compreender melhor a origem e o conteúdo dos produtos, e transmitir isso aos outros de quem gostamos. As receitas podem facilmente ser adaptadas, e explico isso no livro. Basta trocar por exemplo a base da proteína ou dos cereais, e dessa forma conseguir na semana seguinte uma nova ementa de forma simples. O desafio é fazer uma semana com apoio do livro, abrir as asas e voar. Conseguir fazer adaptações e seguir a dieta vegetariana sozinho.” Gualter Rainha pretende ainda criar aquilo a que chama de “grupo de apoio” na sua página de Facebook para poder acompanhar e dar auxílio a quem o procurar. Poderá seguir e acompanhar o trabalho em: https://www.facebook.com/cozinhadesentidos
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reportagem
“Cuidar de quem cuida” Obra de sociólogo motiva sessão na Letras Lavadas A Letras Lavadas, em parceria com a Associação Seniores de São Miguel, promoveu um evento online acerca do livro “Cuidar de quem cuida”, do sociólogo José Soeiro, lançado em setembro de 2020. O autor foi o deputado-relator da petição entregue na Assembleia da República para a criação do Estatuto do Cuidador Informal.
Natacha Alexandra Pastor O livro em causa trata o tema dos cuidadores informais, o qual tem sido cada vez mais tratado e debatido na nossa sociedade nos últimos tempos. Citando a sinopse do livro, “em Portugal, estima-se que, além dos 700 mil profissionais de cuidados reconhecidos como tal, cerca de 800 mil pessoas prestem cuidados informais a idosos, dependentes, doentes crónicos ou pessoas com deficiência. Este trabalho invisível e marginalizado, levado a cabo com enorme sacrifício pessoal e, muitas vezes, incomportável prejuízo para quem o assume, representa, na verdade, 4 mil milhões de euros por ano. Perante este cenário, e antevendo um aumento exponencial da necessidade de cuidados nas próximas décadas, é nosso dever enquanto sociedade prepararmo-nos e procurar respostas adequadas que não excluam uma parte importante e ativa do seu todo”. O livro leva-nos ainda a pensar se os cuidados devem “ser uma responsabilidade exclusiva das famílias, do Estado ou da sociedade civil”, bem como “se o Estado deve remunerar os cuidadores informais ou criar empregos para cuidadores profissionais”. Estas e outras questões foram abordadas neste encontro online, relembrando que é necessário reconhecer cada vez mais o cuidador e o seu trabalho, por forma a termos uma sociedade mais justa e igualitária. Este tem como objetivo debater e divulgar “Literaturas”. Nestas sessões mensais, que se iniciaram em 2020, mas que – por via da pandemia – foram interrompidas, será trabalhado um livro específico com a presença do autor, sempre que tal for possível. Em cada sessão surge também a presença de alguém especializado nos temas a debater
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DR
para melhor esclarecer o público presente. José Soeiro é sociólogo e investigador, doutorado pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra na área do trabalho, precariedade e ação coletiva. Foi o deputado-relator da petição entregue na Assembleia da República para a criação do Estatuto do Cuidador Informal. É autor do primeiro projeto de lei de Estatuto e um dos responsáveis pela elaboração da atual lei.
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entrevista
Romeu Bairos e o Grupo Karetus no Festival da Canção
“Saudade” é um dos 20 temas que vai a votos na edição deste ano do Festival da Canção, cuja final está marcada para o dia 6 de março. O micaelense Romeu Bairos admite tratar-se de uma oportunidade para “se afirmar como músico e autor”.
Natacha Alexandra Pastor Criativa Magazine - Falemos um pouco do tema Saudade! Do que o levou à sua composição? Da mensagem principal? Da oportunidade, nesta fase atípica, que este tema possa ter suscitado? Romeu Bairos - O tema surgiu numa proposta que o grupo Karetus me fez para trabalhar numa música para o festival da canção. A ideia seria escrever algo que tivesse a ver com os tempos que correm e da saudade da vida antes da pandemia. Como é que as rádios têm reagido ao trabalho? Sente-se ouvido e acarinhado? Nesta fase, só as rádios locais é que podem passar o tema. Ou seja, nenhuma rádio “grande” pode passar qualquer um dos temas para não tomar partido por nenhuma canção. Mas temos sido acarinhados nas redes sociais e temos muitas visualizações no Youtube. Num ano que foi muito complicado para os artistas em Portugal, o facto de estar presente no festival tem um particular gosto?
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Aidan Kless
Tem sim. É sem dúvida uma ótima oportunidade para me afirmar como músico e autor. Como é que acontece esta presença? Conheço o André e o Carlos (Karetus) há algum tempo e acho que vou participar com eles no festival um pouco ao acaso. Começamos a trabalhar a canção sem qualquer tipo de compromisso e acho que foi o resultado final que nos fez perceber que se calhar até seria um bom intérprete. Como é que se prepara uma participação como esta? Há medida que o tempo se apressa começa a surgir algum nervosismo? Eu encaro isso como qualquer trabalho que faça. Acima de tudo com muita dedicação e muito respeito pelo público. Os nervos já fazem parte. A esse propósito, há alguma mensagem de ânimo e esperança a enviar aos seus colegas? Que nunca desistam e que trabalhem sempre mais e mais. E quando parecer que não há esperança, há que ser persistente, porque uma oportunidade pode estar ao virar da esquina.
reportagem
Viagens turísticas de residentes caem 84,8% No 3º trimestre de 2020, os residentes em Portugal realizaram 6,4 milhões de viagens, o que correspondeu a um decréscimo de 26,7%1 (-64,9% no 2º trimestre de 2020).
Natacha Alexandra Pastor
As viagens em território nacional concentraram 97,5% das deslocações (6,2 milhões), revelando um decréscimo de 18,5%, enquanto as viagens com destino ao estrangeiro diminuíram 84,8%, totalizando 161,9 mil, correspondendo a 2,5% no total (0,6% no 2ºT 2020). As viagens de “lazer, recreio ou férias” continuaram a ser a principal motivação para viajar (4,4 milhões de viagens, -22,5%), tendo a sua representatividade aumentado (70,0% do total, face a 66,2% no trimestre homólogo). Já o motivo “visita a familiares ou amigos” correspondeu a 1,6 milhões de viagens (24,4% do total, -2,2 p.p.2 ), registando um decréscimo de 32,6%. Os “hotéis e similares” concentraram 25,0% das dormidas resultantes das viagens turísticas no 3º trimestre de 2020, perdendo peso no total (-2,4 p.p.). O “alojamento particular gratuito” manteve-se como a principal opção (61,0% das dormidas, +4,4 p.p.).
DR
O impacto da pandemia COVID-19 continuou a fazer-se sentir no número de viagens realizadas, no entanto com menos expressão que nos meses anteriores. Em julho, agosto e setembro os decréscimos registados foram de 30,8%, 23,5% e 27,9%, respetivamente (-89,2%, -60,5% e -43,2%, pela mesma ordem, nos meses de abril, maio e junho). No 3º trimestre de 2020, as viagens em território nacional corresponderam a 97,5% das deslocações efetuadas, registando-se um decréscimo de 18,5% (-59,1% no 2ºT 2020) face ao período homólogo (variações de -23,4% em julho, -14,3% em agosto e -20,8% em setembro). As viagens turísticas com destino ao estrangeiro, representaram apenas 2,5% do total (0,6% no 2ºT 2020), correspondendo a 161,9 mil viagens (-84,8% face ao período homólogo, -98,5% no 2ºT 2020) com os meses de julho, agosto e setembro a registarem decréscimos de 87,3%, 85,9% e 79,0%, respetivamente.
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reportagem
Mais de 50 vidas salvas no mar A Marinha, através do Centro de Coordenação de Busca e Salvamento de Ponta Delgada (MRCC Delgada), recebeu, em 2020, 611 alertas referentes a acidentes e incidentes no mar e na orla costeira, dos quais 101 originaram a abertura e condução de casos de busca, onde resultaram 54 vidas assistidas ou salvas.
Natacha Alexandra Pastor O Serviço de Busca e Salvamento Marítimo terminou o ano de 2020 com uma taxa de eficácia de 98,2%. O ano transato foi um ano com menos casos de Busca e Salvamento (decréscimo de 29%), em relação a 2019. No entanto, se se considerar apenas os alertas reais, não contabilizando os falsos alertas, houve na realidade, um aumento de 11%. Nestes casos SAR, incluem-se 25 resgates médicos. Verificou-se ainda uma diminuição de 43%, nos incidentes com veleiros e embarcações de recreio. Em 2020, o MRCC Delgada contou com o apoio dos Navios de Patrulha Oceânica Figueira da Foz, Setúbal e Sines e com a corveta António Enes, da Marinha Portuguesa, com as aeronaves EH101 e C295, da Força Aérea Portuguesa (FAP), com o apoio dos meios da Autoridade Marítima Nacional sediados nos Açores e com 46 navios da Marinha Mercante, a navegar na área de busca e salvamento de S. Maria. Desde o ano de 1994, o Centro de Coordenação de Busca e Salvamento de Ponta Delgada recebeu e respondeu prontamente a 8379 alertas, que corresponderam a 4023
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DR/MRCC Ponta Delgada casos reais de apoio a pessoas e embarcações em perigo no mar, com um total de 2745 vidas salvas ou assistidas. A proficiência e qualificação dos militares que trabalham no MRCC Delgada e dos meios navais e aéreos, empenhados nos casos de busca e salvamento marítimo, são mantidas através de treino conjunto regular e exaustivo e de treinos específicos, entre as diversas entidades. O Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Ponta Delgada, equipado com tecnologia de ponta e, acima de tudo, operado por um conjunto de homens e mulheres experientes, dedicados e motivados para salvar vidas no mar, é um centro de excelência, nacional e internacionalmente reconhecido pelo seu desempenho. Nomeadamente pela International Maritime Rescue Federation, através do prémio HERO (Honouring Excellence in Rescue Operations), em 2016; pela Price Waterhouse Coopers, através do prémio Navigare Mare, em 2017; pela Câmara Municipal de Ponta Delgada, com a atribuição da Medalha de Mérito Municipal, em outubro de 2018; e pelo Governo Regional dos Açores, com a atribuição da Insígnia Autonómica de Valor, em junho de 2019.
reportagem
CCIA contra proposta do Bloco de Esquerda A Câmara do Comércio e Indústria dos Açores reagiu contra a proposta do Bloco de Esquerda que pretende que o Governo assegure que os apoios governamentais sejam condicionados à manutenção de 100% dos postos de trabalho. Esta entidade diz que “a política do tudo ou nada, como parece desejar o BE, neste contexto, pode conduzir a nada”.
Natacha Alexandra Pastor A Câmara do Comércio e Indústria dos Açores (CCIA) tem vindo a acompanhar e a colaborar para que se navegue esta pandemia com o impacto mínimo sobre o emprego. Face à recente proposta do Bloco de Esquerda que entende devem as empresas manter 100% dos postos de trabalho, a CCIA entende que tal postura não é positiva. “As empresas têm-se empenhado fortemente, no sentido de reter o máximo possível de trabalhadores permanentes e ocasionais, mesmo perante quebras muito significativas, ou de inexistência de negócio. Pretender que os apoios governamentais sejam condicionados à manutenção de 100% dos postos de trabalho, como agora pretende a proposta apresentada pelo Bloco de Esquerda (BE), constitui um anacronismo fatal para muitos dos postos de trabalho, que são sustentáveis em face de situações que só são viáveis com reestruturação das empresas. Esta situação é também reconhecida pelo Governo da República, quando mantém o apoio não a 100%, mas em proporção dos empregos mantidos, desde que em valor superior a 70%, possibilitando desta forma alguma reestruturação das empresas. Constitui miopia inaceitável não reconhecer, como se evidencia na proposta do Bloco de Esquerda, a realidade que impende sobre nós e as medidas que são necessárias para que
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se mantenha, no geral, a capacidade produtiva na economia regional, salvaguardando a grande maioria dos postos de trabalho. Desta forma, as empresas estarão em situação de reposição do nível de emprego, aquando da verdadeira retoma. A política do tudo ou nada, como parece desejar o BE, neste contexto, pode conduzir a nada, ou seja ao encerramento de empresas, com a inerente perda de muitos empregos. A CCIA rejeita totalmente esta proposta. Esta Câmara apresentou oportunamente uma estimativa para a evolução da economia regional, prevendo que a queda do turismo se situaria na ordem dos 80%, enquanto que a economia em geral seria de ordem superior aos 10%. Infelizmente, estas previsões serão, com cada vez maior probabilidade, concretizadas. As perspetivas para 2021 continuam incertas, embora já se preveja uma retoma da atividade económica principalmente no 2º semestre, comparativamente com 2020, mas ainda muito longe da situação verificada em 2019. Assim, no turismo, as previsões apontam para uma melhoria relativamente a 2020, mas mesmo assim a 40% dos valores de 2019. Na economia em geral, a perspetiva aponta para uma recuperação de cerca de 5%, quando comparado com 2020, com valores muito aquém dos de 2019.”
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reportagem
São Jorge recebe 2ª edição do retiro ReprogrAma-te
Depois do sucesso da primeira edição em fevereiro de 2020, o Retiro ReprogrAma-te regressa em maio à ilha de São Jorge, e ao Abrigo da Cascata, para voltar a proporcionar uma oportunidade de descanso, aprendizagem e desenvolvimento pessoal a todos os participantes.
Natacha Alexandra Pastor Cláudia Jorge, formadora em áreas de desenvolvimento pessoal e Programação Neuro-Linguística, irá administrar um retiro de desenvolvimento pessoal e comunicação funcional que o vai ajudar a a recuperar a sua motivação, dedicação, determinação e foco. Através de técnicas básicas de meditação e de programação neurolinguística (PNL), que utilizam a linguagem do cérebro para potenciar a sua comunicação e o seu comportamento, a formadora vai ensinar como trabalhar técnicas que lhe permitem lidar com seus estados negativos, nomeadamente, a ansiedade, a insegurança, o medo e a baixa auto-estima. Cláudia Jorge é formadora em áreas de desenvolvimento pessoal e Programação Neuro-Linguística, como coach, como mentora em trabalhos de counseling e mentoring e como guia/facilitadora de grupos meditativos e de desenvolvimento pessoal. Tem um projeto em desenvolvimento e crescimento desde 2011 – 11Ofícios Oficinas de Aprendizagem e em 2019 cria a marca CJ Inside na área do acompanhamento e da promoção do desenvolvimento pessoal, individual, parental, educacional e empresarial e, no mesmo ano, é cofundadora da marca SPPIC – Serviços & Publicações.
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Formadora em várias áreas, construiu, ao longo dos últimos 15 anos, vários programas inovadores, de transformação e reconstrução pessoal. O retiro – ReprogrAma-te – nasce da sua contínua pesquisa, do seu estudo constante, das suas vivências, do seu foco para alcançar o seu equilíbrio interior e da partilha das suas técnicas com os outros por forma a atingirem o seu equilíbrio e a descobrirem o seu potencial. O desafio foi escolher quais as primeiras técnicas e práticas a apresentar e trabalhar. Objetivos . Ensinar-lhe uma nova consciência de como respirar para alcançar um estado mais meditativo; . Reprogramar a sua mente, o seu corpo, os seus hábitos, as suas rotinas e os seus comportamentos com destreza e elegância; . Desconstruir os seus falsos confortos; . Permitir-lhe construir novos caminhos neurais; . Transformar os seus sonhos em objetivos de sucesso; . Trabalhar técnicas que lhe permitem lidar com seus estados negativos, nomeadamente, a ansiedade, a insegurança, o medo e a baixa auto-estima.
reportagem
Anda&Fala promove 3ª edição do PARES para apoiar atividade artística A Anda&Fala - Associação Cultural promove a 3ª edição do PARES – Programa de Apoio à Atividade Artística nos Açores, destinando cinco mil euros para apoiar artistas e agentes que desenvolvam o seu trabalho na região, através da atribuição de bolsas de financiamento a atividades de criação artística, apresentação e circulação de artistas e projetos.
Natacha Alexandra Pastor O programa PARES está aberto a candidaturas em todas as áreas de expressão artística contemporânea - artes visuais, artes performativas, música, literatura e cinema, desde que envolvam atividades nos âmbitos da criação, apresentação e circulação, dentro ou fora da região dos Açores. O programa apoia artistas e agentes sediados nos Açores e está também aberto a pessoas oriundas de outras geografias que elejam o arquipélago para desenvolver os seus projetos. Adquirir materiais ou alugar equipamentos para uma exposição, concerto ou performance, traduzir um texto para publicação internacional, fazer uma residência artística em Portugal ou no estrangeiro, pagar a inscrição num seminário ou viagens de artistas e peritos para participarem em eventos na região, são alguns dos exemplos de atividades que o PARES pretende ajudar a concretizar.
Organização
O programa atribui bolsas de micro financiamento, com um valor mínimo de 250 euros e máximo de 750 euros por candidatura, prevendo distribuir o total de 5000 euros anuais por até 20 atores ou agentes artísticos, cuja escala de atuação não lhes permite aceder a outros apoios ou fontes de financiamento, mas cujo trabalho é fundamental para potenciar a atividade artística e garantir a sustentabilidade do ecossistema cultural açoriano. Em 2021, a terceira edição do PARES terá 1 fase de apreciação, com candidaturas submetidas até ao passado dia 5 de fevereiro, com atividades a serem concretizadas até 31 de janeiro de 2022. As candidaturas serão avaliadas pelo júri do programa, constituído por dois elementos da direção artística da Associação Anda&Fala - Jesse James e Sofia Carolina Botelho, e um elemento convidado, de reconhecido mérito na área da cultura.
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desporto motorizado FERNANDO NUNES, 25 anos de navegador de ralis
“SOU UM NAVEGADOR FELIZ E SINTO-ME REALIZADO”
Renato Carvalho
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Em 2020 celebrou 25 anos de carreira e a participação número 100 em ralis. O navegador Fernando Nunes é atualmente um dos praticantes mais antigos em atividade. Acompanhou 14 pilotos e os seus melhores resultados foram as vitórias alcançadas no Rali Ilha Azul e no Rali de Santa Maria ao lado do piloto Luís Pimentel, a bordo de um Subaru Impreza WRX. Os ralis continuam a ser um dos seus desportos favoritos. Criativa Magazine – Que balanço faz destes 25 anos? Fernando Nunes – Foram 25 anos da realização de um sonho que se tornou realidade. Ao longo destes anos, posso considerar que o balanço foi muito positivo. Tive o prazer de navegar pilotos que me proporcionaram momentos muito bons, que superaram em muito os maus. Nos 100 ralis que fiz foram muito poucas as situações menos boas (desistências), pelo que sou um navegador feliz e sinto-me realizado pelo que fiz até aqui. Quero aqui agradecer a todos os pilotos que naveguei, sem exceção, pela oportunidade que me deram e pela confiança em mim depositada. O que lhe motivou para ser navegador? Quando via um carro passar num troço pensava para comigo, o “papel” do navegador deve ser aliciante, acho que tenho o perfil para um dia sentar-me ao lado a navegar um piloto de ralis, preparar o rali, ler os regulamentos, organizar a parte burocrática e ditar as notas, fazendo com que o piloto sinta segurança e preocupe-se só com a condução. Como analisa a evolução das funções de navegador ao longo da sua carreira? Naveguei muitos pilotos, cada qual tinha formas pró-
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prias de exigência e condução que transmitiam para as notas, pelo que tive de me adaptar a cada um deles, sempre feita com a rapidez necessária para termos o maior sucesso. Quando tinha oportunidade de contactar com outros navegadores experientes trocava opiniões com eles, sempre com o objetivo de melhorar e aprender coisas novas. Tudo isto fez com que tenha evoluído ao longo da minha carreira e querer estar o mais actualizado possível. Quais os ralis que gostaria de participar? Gostaria de um dia participar no Rali de Portugal. Sempre tive este sonho. Alguma vez pensou em ocupar o lugar de piloto? Até agora não me passou pela cabeça ocupar o lugar de piloto. Na minha opinião há coisas que nascem com as pessoas, acho que nasci para navegar e não pilotar. O que não significa que um dia não possa sentar-me no lugar de piloto e fazer um rali, pelo prazer que isso me poderá dar e com apenas um objetivo: acabar e não ligar à classificação. Que apreciação faz ao estado actual do Campeonato dos Açores de Ralis? Acho que o Campeonato dos Açores de Ralis tem de
ser revisto em vários aspectos, senão caímos numa situação muito má que poderá levar à rutura do mesmo. Um passo muito importante para que tal não aconteça, passa pelo entendimento entre os clubes organizadores de ralis nos Açores. Até quando vai participar em ralis? E
depois espera ficar ligado à modalidade? Até quando não sei. Enquanto sentir que tenho condições, capacidade e haver pilotos que mantenham confiança e se sintam seguros com o meu desempenho, continuarei a fazer ralis. Ficarei sempre ligado à modalidade independentemente da função.
PALMARÉS 1995 - Início da actividade (Piloto – Luís Rego) 1996 - 6º lugar no Rali Açores (Piloto – Luís Rego) 1997 - 11º lugar no Rali Açores (Piloto – Paulo Rego) 1999 - 3º lugar no Rali Santa Maria (Piloto – Luís Pimentel) 2000 - 1º lugar no Rali Ilha Azul e no Rali Santa Maria; 2º lugar no Rali Almeria-Espanha (Piloto – Luís Pimentel) 2001 - 9º lugar no Rali da Lagoa (Piloto – Marco Martins) 2002 - 10º lugar no Rali Ilha Lilás (Piloto – Marco Martins) 2003 - 8º lugar no Rali da Lagoa (Piloto – Marco Martins) 2004 - 3º lugar no Rali da Ribeira Grande (Piloto – Luís Pimentel) 2005 - 2º lugar no Rali da Lagoa (Piloto – Luís Pimentel) 2006 - 2º lugar no Rali Ilha Lilás (Piloto – Luís Pimentel) 2007 - 5º lugar no Rali Ilha Lilás (Piloto – Luís Pimentel) 2008 - 6º lugar no Rali da Ribeira Grande (Piloto – Marco Martins) 2009 - Campeão Regional de Ralis Fórmula 2 (Piloto – Carlos Costa) 2010 - 9º lugar no Rali Sical (Piloto – Carlos Costa) 2011 – Campeão Regional de Ralis Fórmula 2 (Piloto – Carlos Costa) 2012 - 2º lugar no Rali Primavera-Faial (Piloto – Sérgio Silva) 2013 - 8º lugar no Rali Mortágua (Piloto – Sérgio Silva) 2016 - 6º lugar no Rali Lotus (Piloto – Rafael Botelho) 2018 - 6º lugar no Rali do Pico (Piloto – Marco Soares) 2019 - 10º lugar no Rali do Pico (Piloto – Marco Soares) 2020 – 5 º lugar no Rali Ilha Azul e 25 anos de Ralis e 100 Ralis (Piloto – Marco Soares) Convívios.
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consultório jurídico
com:
Carlos Melo Bento advogado
O processo atual para mudança de nome (1º e 2º nomes) é relativamente fácil? O processo em si não é difícil mas não é possível mudar de nome à vontade do freguês. Só é possível a mudança do nome nos seguintes casos: quando a pessoa é filha de pais ou pai incógnito e de repente consegue saber e comprovar quem são os pais. Aí pode mudar os apelidos de família para o dos verdadeiros pais. O mesmo se dá se descobrir e provar que os verdadeiros pais não são os que constam do registo. Depois, isso pode acontecer se a pessoa for adotada, altura em que pode mudar para os apelidos dos adotantes. O casamento também permite aos nubentes adotarem os apelidos uns dos outros. No caso de divórcio, só pode continuar a usar os apelidos do ex-marido ou da ex-mulher se estes autorizarem. Depois há casos de menor importância e raros que não interessam para aqui. Quando não há divórcio, tenho muitas dúvidas que se possa retirar o apelido do marido ou da mulher, fora talvez o caso de viuvez e segundo casamento. A mudança de nome próprio é admitida em caso de mudança de sexo. Todo o processo corre perante a superior direção do serviços competentes do Ministério da Justiça, através das conservatórias e consulados.
Note bem: estes pequenos conselhos não dispensam a consulta a um advogado. Pois, cada caso é um caso e, para se dar um conselho, é preciso saber muitos detalhes que não cabem nas perguntas que me são feitas.
28 28 •• ccria riatitiva va magazine magazine -- fevereiro fevereiro 2021 2021
reportagem
Queijo de São Jorge protegido no acordo comercial entre UE e Japão O Queijo de São Jorge está na lista de 28 indicações geográficas protegidas acrescentadas ao acordo comercial entre a União Europeia e o Japão.
Natacha Alexandra Pastor
Com a entrada em vigor deste acordo entre os dois blocos há precisamente dois anos, os parlamentares açorianos na AR sublinham ser uma “excelente notícia” a inclusão do Queijo de São Jorge que, junto com o vinho do Porto ou a Pera Rocha, faz parte das 28 indicações geográficas protegidas incluídas pelo Japão, o mesmo número de produtos que também a União Europeia acrescentou à lista inicial. Os deputados do PS/Açores destacam ainda a maior facilidade com que se poderá proceder ao comércio de vinho e de veículos em ambos os lados, uma vez que o Japão aproximou as suas normas vinícolas às da União Europeia, autorizando igualmente no seu território a introdução de práticas enológicas europeias, o que contribui para um aumento da exportação de vinho para o mercado japonês. Sublinhando que este acordo comercial com o Japão prevê novas oportunidades para a exportação de produtos agroalimentares da Europa, os deputados eleitos pelo círculo dos Açores à Assembleia da República destacam ainda as 213 indicações geográficas europeias que estão
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protegidas de imitação, de entre as quais constam produtos portugueses como os vinhos, o Queijo de São Jorge e a Pêra Rocha. Com o acordo comercial assinado a 01 de fevereiro de 2019, são já 898 empresas portuguesas que exportam bens e serviços para o Japão. O queijo de São Jorge é considerado por muitos uma obra-prima, detentor de um sabor totalmente diferenciado dos demais queijos. O destaque está na sua produção a partir de leite cru, ao contrário de outros queijos feitos a partir de leite pasteurizado ou leite filtrado. Desde 1986, a área de produção do queijo São Jorge está restrita somente à ilha de São Jorge, instituída pelo Decreto Regulamentar Regional nº 24/86/A, que criou a Região Demarcada do Queijo de São Jorge, além do produto receber a regulamentação do registo de Denominação de Origem Protegida – DOP, para a fabricação da marca Queijo São Jorge.
cria ti va magazine - fevereiro 2021 • 29
José F. Andrade
Hard N Heavy
A onda que invadiu São Miguel
Vivia-se a década de 90, do século passado, quando a ilha de São Miguel foi invadida pelo fenómeno “Hard N’ Heavy”. Embora, cerca de dois anos, antes já existissem dois colectivos que, de certa forma, abriram as portas (Black Diamond e Wreck Age), o facto é que a verdadeira explosão, deu-se na já referida década de 90. Os Morbid Death foram (e continuam a ser) o principal bastião da sonoridade, embora outros colectivos se lhes tenham seguido, inclusive, com sonoridades ainda mais pesadas. Prophecy Of Death, Necropsia, Blackmass, Luciferian Dementia e Noxious, foram apenas alguns dos colectivos que incendiaram as hostes micaelenses, com direito a manifestações de peso. Ainda hoje, es-
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tes colectivos são apontados como os principais impulsionadores de um movimento que, actualmente, está adormecido. Os Prophecy Of Death tiveram em “Punished” a sua principal referência musical. A participação no festival Steel Warriors Rebellion poderá ter sido o seu momento mais alto. O mesmo aconteceu com os Luciferian Dementia, primeira banda micaelense a fazer parte de um evento a nível internacional, no já referido festival Steel Warriors Rebellion. Musicalmente falando, “When The Rose Petal Became a Thorn” foi a malha que restou de um colectivo deveras importante e avassalador. Os Blackmass foram sem dúvida os mais extremistas. A banda de Alex Branco e Miguel Rego incendiaram
todos os palcos por onde passaram. Gravaram uma maquete, mas sem grande expressão ao nível sonoro. Não fossemos ilhéus nessa altura e a banda teria dado o salto, seguramente. Os Necropsia conseguiram o título de “banda mais pesada de todos os tempos”. Um verdadeiro torpedeiro. Francisco Gil, liderou aquela que ainda hoje é vista como a versão mais próxima de algo parecido aos britânicos, Napalm Death. Os Noxious também enveredaram por uma sonoridade pesada, embora não tão agressiva quanto os Necropsia. Tiveram um papel importante, numa sonoridade mais tecnicista, ou os norte-americanos Death não fossem a sua principal inspiração.
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CONSULTÓRIO DA SAÚDE
Coloque uma questão dirigida ao Consultório da Saúde utilizando o e-mail: consultoriodasaude@hotmail.com
A importância da avaliação do desenvolvimento infantil
João Bicudo Melo Médico e Psicólogo Clínico
Desde a concepção ao nascimento de um bebé estamos, por norma, muito centrados em avaliar se existem alterações morfológicos que configurem algum tipo de deficiência. É comum receber por parte dos pais questões como “tem os dedinhos todos?”, “e o lábio é normal?” ou “o coração está a funcionar direitinho?”. Preocupações normais para quem aguarda com expectativa um novo elemento na família. No entanto, com o nascimento e a constatação de que tudo está normal, não se devem esgotar as preocupações. Há mais para além do visível que importa monitorizar! Refiro-me ao desenvolvimento cognitivo-emocional, ao desenvolvimento da linguagem e ao desenvolvimento motor. Ainda que cada um tenha um tempo para fazer as suas aquisições, é fundamental acompanhar a evolução pois o diagnóstico precoce de alterações/desvios permite uma adequação dos cuidados e minimização dos efeitos adversos. Assim, é muito importante, sobretudo nos primeiros anos de vida, cumprir com todas as consultas de saúde infantil recomendadas pelo seu médico de família. Porém, esta avaliação não é uma responsabilidade exclusiva do seu médico assistente. A família e a escola assumem um papel de elevado relevo neste processo contínuo de monitorização. Em boa verdade, o sucesso de uma boa avaliação do desenvolvimento infantil estará dependente da estreita colaboração e trabalho sinérgico destas diferentes instituições. Ao nível do desenvolvimento cognitivo-emocional é muito importante focar a atenção na avaliação da evolução das aquisições intelectuais e emocionais. Neste sentido, é fundamental que os familiares estejam atentos à forma como a criança vai adquirindo e utilizando
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novas palavras, a sua curiosidade para diferentes atividades ou a sua capacidade para resolver problemas. Além disso, deve-se avaliar o humor da criança, o seu temperamento, a forma como controla a sua impulsividade, a sua capacidade de adaptação e cumprimento das rotinas ou as suas habilidades relacionais. No que concerne ao desenvolvimento motor importa monitorizar tanto as capacidades relacionadas com a marcha, mudar de direção, o subir e descer, o pular... Além disso, há que que avaliar a chamada motricidade fina. A este nível importa apreciar a capacidade da criança agarrar em objectos, manipular um lápis, desenhar, abotoar ou vestir e despir-se autonomamente. Por fim, mas não menos importante, a avaliação das aquisições linguísticas deve merecer especial atenção. Por norma, perante a identificação de qualquer atraso na linguagem deve ser ponderada, pelo médico de família, proceder a uma avaliação auditiva. Ainda que os atrasos da linguagem possam ser factor de grande preocupação para os pais, na maioria dos casos as crianças que apresentam atrasos na linguagem apresentam níveis normais de inteligência. É transversal a todas estas dimensões o facto de serem influenciadas por diferentes fatores, e que vão desde a componente genética até outras passíveis de intervenção como as dimensões ambiental, estimulação, qualidade do contexto escolar ou, até mesmo, a nutrição. Perante qualquer sinal de atraso no desenvolvimento recorra ao seu médico assistente. É sempre importante valorizar. No entanto, (e felizmente!) numa maioria dos casos as suas preocupações corresponderão apenas a uma variante de um desenvolvimento normal.
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saúde auditiva
Quais são as causas de perda de audição? Existem muitas causas diferentes de perda auditiva. Algumas são provocadas pelo mundo que nos rodeia: maquinaria barulhenta, música alta, tiros, explosões, rugido de motos e aviões, etc. Algumas outras causam podem vir de ‘dentro de nós’, incluindo a perda auditiva causada pelos efeitos colaterais de medicação ou infeções no ouvido. Porém, as causas mais comuns de perda auditiva têm que ver com o envelhecimento normal. Faça um rastreio auditivo e saiba como está a sua saúde auditiva.
A perda de audição pode afetar os seus relacionamentos? Os sintomas de perda auditiva podem ser mal interpretados pelos seus colegas de trabalho e entes queridos. Quando você não responde imediatamente ao que eles estão dizendo, eles podem pensar que você não está prestando atenção ou que não está apenas interessado no seu ponto de vista. Os eventos sociais tornam-se menos agradáveis quando se vive com perda auditiva. Pode ser difícil entender o que está sendo dito quando há muito ruído em segundo plano.
1 em 6 adultos possuem algum grau de perda auditiva! Imagine estar a jantar num restaurante movimentado. No fundo, existe barulho de pratos, cadeiras arrastadas, pessoas falando e rindo. Você está esforçando-se para acompanhar o que está acontecendo na sua mesa, e o esforço de fazer isso está começando a fazer-se sentir mais e mais cansado. Eventualmente, você começa a fingir que pode ouvir. Acena com a cabeça, parece interessado e ri com a multidão, mesmo que não tenha entendido as brincadeiras. Começa a sentir-se deixado de fora. Quando sai do restaurante tem uma dor de cabeça palpitante, desapontamento e não pretende repetir a experiência tão cedo. Pense sobre essas situações diárias e sobre como elas o afetam, faça um rastreio auditivo gratuito e previna estas situações.
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Olhar Criativo Desafio Mensal com o Tema:
“dias de inverno”
1º Lugar - Manhãs de nevoeiro - José Maria Sousa
“ESTAS PÁGINAS são DEDICADAs AOS ENTUSIASTAS, QUE DE UMA FORMA APAIXONADA PARTILHAM O SEU OLHAR, POTENCIANDO A ARTE E O GOSTO PELA FOTOGRAFIA.”
Coordenação: Paulino Pavão
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Edição:
2º Lugar - Nostalgia de inverno - Francisco Carreiro
3º Lugar - Ermida de N. Sra. das Vitórias - José Maria Sousa cria ti va magazine - fevereiro 2021 • 37
saúde ótica
Sabia que a conjuntivite inflamatória é muito frequente em crianças? Isso acontece porque a mesma pode ser muito contagiosa, afetando especialmente as crianças que frequentam a creche, pois o contacto próximo com outros crianças torna-os extremamente propensos a contrair infeções causadas por diversos germes. Outra das razões pode dever-se ao facto da criança ter mais sensibilidade alérgica. Os sintomas da conjuntivite em bebés ou recém-nascidos incluem: Olho(s) avermelhados e irritados; Olho(s) lacrimejando; Olho(s) com muita secreção, que pode ser branca, espessa ou amarelada; Coceira no(s) olho(s), que faz com que o bebé leve as mãos frequentemente ao rosto; Pequeno inchaço nas pálpebras e ao redor do(s) olho(s); Hipersensibilidade à luz; Febre, principalmente no caso da conjuntivite bacteriana. Estes sintomas podem estar presentes em apenas um olho ou em ambos. Esteja atento e fale com o seu especialista da visão que lhe indicará o tratamento mais adequado.
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Artigo elaborado com suporte em: INSTITUTOPTICO www.institutoptico.pt
eventos Exposição “Longitude” de Beatriz Garcia no CMC CMPD A exposição de pintura da autoria de Beatriz Garcia, intitulada “Longitude”, está patente na sala do Forno do Centro Municipal de Cultura (CMC) de Ponta Delgada até ao dia 11 de fevereiro.
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eventos Blood Red Luxury de Luís Godinho José Maria Sousa O Arquipélago – Centro de Artes Contemporânea acolhe, em parceria com a AFAA, a exposição do fotógrafo Luís Godinho: Blood Red Luxury. Trata-se de um trabalho realizado nas Minas de Thatha, no norte de Moçambique, em 2018. Luís Godinho nasceu em Angra do Heroísmo, em 1983. É licenciado em Engenharia e Gestão Ambiental pela Universidade dos Açores, tem um vasto currículo como fotógrafo com destaque para a fotografia documental e fotojornalismo. Tornou-se fotógrafo profissional em 2017 e o seu trabalho é reconhecido internacionalmente pelos editores dos principais sites e revistas de fotografia.
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eventos Presépios em exposição no Museu Vivo do Franciscanismo CMRG Está em exposição no Museu Vivo do Franciscanismo, um conjunto de presépios, realizados pelos utentes das várias valências da Santa Casa da Misericórdia da Ribeira Grande.
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eventos
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aconteceu
Nordeste implementa eficiência energética em edifícios municipais A Câmara Municipal do Nordeste procedeu à abertura de concurso público para a execução da Empreitada de Implementação da Eficiência Energética em seis edifícios do município, objeto de candidatura aos fundos comunitário (PO Açores 2020) e que vem permitir dotar os edifícios com as mais recentes tecnologias e soluções com vista à redução de consumos energéticos. Os edifícios alvo de intervenção serão os Paços do Concelho, o Centro Municipal de Atividades Culturais, a Escola EBJI da Lomba da Fazenda, a Escola EBJI da Vila de Nordeste, o Campo de Jogos Municipal e o edifício da Divisão de Obras e Urbanismo da Câmara Municipal. Apoio à Restauração e Hotelaria O Governo dos Açores alterou o Programa de Apoio à Restauração e Hotelaria para a aquisição de produtos açorianos, no âmbito das medidas destinadas a combater o impacto negativo na atividade económica, no sentido de reforçar as taxas de comparticipação e alargar os montantes anuais. O Programa previa que os estabelecimentos de restauração e hotelaria dos Açores pudessem beneficiar de um apoio financeiro de 10% nas despesas efetuadas com a aquisição de produtos com o selo “Marca Açores”, passando agora a um
apoio financeiro de 25%, majorado no caso de produtos regionais com certificação comunitária “Indicação Geográfica Protegida IGP”, “Denominação de Origem Protegida – DOP”, “Denominação de Origem Controlada – DOC” ou “Artesanato dos Açores”. O montante máximo anual do apoio financeiro por estabelecimento, que era fixado em 5.000 euros, foi também alargado, passando para os 7.500 euros, traduzindo-se num reforço de 50% relativamente ao anteriormente estabelecido. Esta medida transitória abrange as aquisições de produtos efetuadas durante todo o ano de 2021. Câmara da Ribeira Grande prorroga prazos de pagamentos Face ao contexto atual e à recomendação de se evitar deslocações e concentração de pessoas nos serviços públicos, a Câmara da Ribeira Grande deliberou no sentido de prorrogar até 28 de fevereiro do corrente ano o pagamento de todos os documentos emitidos (faturas de fornecimento de água, licenças ou taxas). Assim, as faturas cujo prazo de pagamento estava fixado até 31 de janeiro de 2021, ficam automaticamente prorrogadas por mais trinta dias para pagamento na tesouraria da Câmara. Porém, para quem pretenda fazer o pagamento por multibanco no decorrer do período da prorrogação, deve solicitar uma nova referência multibanco para o efeito. A autarquia também deliberou no sentido de suspender os cortes de fornecimento de água pelo mesmo prazo, ou seja, até 28 de fevereiro não serão realizados cortes de água por falta de pagamento das faturas vencidas. Povoação apoia economia local Após aprovação em Assembleia Municipal, mediante proposta da Câmara Municipal, foi deliberado isentar para a restauração o pagamento da taxa devida pela colocação de panelas de cozido na Zona da Lagoa das Furnas; isentar o pagamento da taxa de ocupação com esplanadas; isentar
o pagamento de rendas devidas pela ocupação com atividade comercial de edifícios ou espaços municipais, contratualizados até esta data e isentar o pagamento dos consumos de água, aluguer de contador e tarifa de disponibilidade, bem como do
serviço de recolha de resíduos sólidos às empresas ou empresários que demonstrem uma quebra no seu volume de negócios igual ou superior a 20%, a justificar por comparação entre o ano de 2019 e 2020. As eventuais quebras comunicadas, numa primeira fase serão justificadas mediante compromisso de honra, que deverão ser posteriormente confirmadas com a apresentação da declaração de IRS ou IES referente ao ano de 2020. Concurso para construção do porto espacial em Santa Maria com duas propostas A construção, operação e exploração de um porto espacial em Santa Maria recebeu duas propostas. O procedimento agora encerrado visa permitir o acesso ao Espaço a partir dos Açores, fomentando novos mercados de serviços integrados numa nova geração de serviços de lançamento de pequenos lançadores. Assim, o contrato de concessão a estabelecer deverá permitir a operação, administração e manutenção do porto espacial que por sua vez integrará serviços de telecomunicações, de monitorização, telecomando e telemetria.
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aconteceu Empresas marítimo-turísticas com isenções O Conselho do Governo deliberou manter a isenção do pagamento da tarifa de utilização de posto de acostagem para as empresas que exercem a atividade marítimo-turística com efeitos a partir de 01 de janeiro e até 31 de maio. A Resolução determina isentar as empresas que exercem a atividade marítimo-turística do pagamento da tarifa devida por licenças para exercício de atividade, assim como manter para as mesmas e para as que possuam estabelecimentos comerciais na área da restauração, lazer e comércio a retalho, a isenção do pagamento das tarifas de ocupações de terraplenos, terrenos e edificações e de colocação de publicidade e ocupação de espaços nas áreas dos Terminais Marítimos de Passageiros e Empreendimento Portas do Mar. O documento determina ainda isentar as empresas que exercem a atividade marítimo-turística do pagamento da tarifa devida por licenças para exercício de atividade.
30ª EDIÇÃO DO CONCURSO DE PRESÉPIOS da Lagoa A edição de 2020 contou com a participação de 34 concorrentes, desde pessoas individuais a instituições que participaram neste concurso, que pretende, através de duas categorias - Pre-
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sépio Tradicional e Presépio Original, preservar uma tradição lagoense, conhecida pela arte bonecreira, que nasceu a partir das fábricas de cerâmica existentes neste concelho. Autorizado pagamento de prémio COVID aos bombeiros O Secretário Regional da Saúde e Desporto autorizou, em despacho, o pagamento dos “Prémios COVID-19”, assim como comparticipações para despesas das Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários da Região, num valor total de 97 mil euros. Clélio Meneses ordenou ainda a transferência de 380 mil euros para as Associações de Bombeiros dos Açores, verba esta destinada a pagamentos de despesas. O governante deu orientações ao Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) para elaborar a lista de bombeiros que vão integrar o grupo prioritário de vacinação contra a Covid-19.
Maia presta homenagem a Inês da Maia O presidente da Câmara da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, marcou presença na cerimónia de inauguração do monumento que homenageia Inês da Maia. O monumento, colocado num espaço verde propriedade do município e cedido no âmbito do loteamento de São Pedro, presta homenagem a Inês da Maia, “nobre mulher pioneira que se deixou encantar pela fertilidade da terra e pelo bailado do mar”, pode ler-se no azulejo principal. A homenagem conta com cinco azulejos que aludem, não só a Inês
da Maia mas, também, às tradições da freguesia, nomeadamente o culto ao Espírito Santo, as pescas, os moinhos de água e a cultura do chá, integrando ainda um poema de Madalena San-Bento relativo à lenda de Inês da Maia. Câmara de Ponta Delgada entrega 964 livros e 22 leitores de e-books
A Câmara Municipal de Ponta Delgada está a reforçar, no presente ano letivo, a Rede de Bibliotecas Escolares do 1.º Ciclo do Ensino Básico com a entrega de 964 obras literárias e 22 leitores de e-books. O projeto “Rede de Bibliotecas Escolares do 1º Ciclo do Ensino Básico arrancou em 2014, e tem como objetivo apoiar as escolas na constituição de acervos bibliográficos vocacionados para a aprendizagem e desenvolvimento da leitura e da compreensão da escrita para todas as crianças do Pré escolar e 1.º Ciclo do Ensino Básico do concelho. Desde a sua criação e até ao momento, a Câmara Municipal entregou às Escolas Básicas e Integradas de Arrifes, Canto da Maia, Capelas, Ginetes e Roberto Ivens um total de 12.264 obras e 44 leitores de e-books.
eventos 30ª EDIÇÃO DO CONCURSO DE PRESÉPIOS da lagoa CM Lagoa Foram 34 os concorrentes, desde pessoas individuais a instituições, que participaram neste concurso, que pretende, através de duas categorias - Presépio Tradicional e Presépio Original, preservar uma tradição lagoense, conhecida pela arte bonecreira, que nasceu a partir das fábricas de cerâmica existentes neste concelho. A classificação final do concurso resultou do somatório da votação do público, realizada online, com a do júri designado para avaliar os trabalhos da edição de 2020.
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horóscopo Astrólogo Luís Moniz
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Carneiro 21/03 a 20/04
A vida afetiva indica que chegou o momento de definir o seu destino, mas evite decisões impetuosas e tente agir de acordo com os seus sentimentos. A nível profissional, todos os acontecimentos trazem-lhe evoluções muito auspiciosas. No entanto, cabe a si procurar tomar as melhores iniciativas.
Balança 23/09 a 22/10 A vida afetiva necessita de mudanças profundas, mas não tenha medo de encarar a verdade. Enfrente as questões íntimas com coragem e frontalidade. A nível profissional, certamente, sente que pode organizar a área financeira. Tudo indica que vai conseguir descobrir novas formas de rendimento.
touro 21/04 a 20/05 A vida afetiva reflete a sua maior capacidade de alcançar tudo o que deseja. Daqui em diante, vai vivenciar um período bastante próspero e seguro. A nível profissional, pode traçar objetivos mais ambiciosos e ousados. Está em condições de saber tirar o melhor proveito dos recursos disponíveis.
Escorpião 23/10 a 21/11 A vida afetiva proporciona-lhe energias compatíveis com esta etapa de consolidação da relação amorosa, mas mostre abertamente os seus sentimentos. A nível profissional, siga a sua intuição e tente tomar iniciativas arrojadas. Não receie as mudanças e transforme os obstáculos em oportunidades.
gêmeos 21/05 a 20/06 A vida afetiva revela-se intensa, mas confusa. Adote uma postura lúcida e eficaz de maneira a conseguir calmamente as soluções mais convenientes. A nível profissional, abrem-se novos horizontes muito promissores. De qualquer modo, partilhe as suas ideias e aceite opiniões de pessoas sábias.
sagitário 22/11 a 21/12
Caranguejo 21/06 a 22/07 A vida afetiva percorre uma fase mais tranquila e segura. Provavelmente, agora vai conseguir encontrar os recursos adequados às suas necessidades. A nível profissional, está com a sabedoria e a coragem necessárias para alcançar os seus objetivos. Este período é fértil em evoluções na carreira.
capricórnio 22/12 a 19/01 A vida afetiva depende da sua habilidade de lidar com situações desgastadas e paralisadas. Neste sentido, vai ter de fazer escolhas muito difíceis. A nível profissional, tudo indica que começa uma temporada muito construtiva. A partir de agora, vai poder mudar facilmente o rumo da sua carreira.
leão 23/07 a 22/08
aquário 20/01 a 18/02
virgem 23/08 a 22/09 A vida afetiva evolui bastante positivamente. Aliás, preveem-se momentos encantadores e de grande cumplicidade entre ambos os elementos do casal. A nível profissional, a conjuntura traz-lhe a possibilidade de colocar em prática os seus planos. Aproveite a sua confiança elevada para avançar.
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signo do mês
A vida afetiva atravessa a altura ideal para resolver quaisquer problemas familiares. Porém, desenvolva sempre uma atitude bondosa e compreensiva. A nível profissional, aproxima-se uma nova época de novas oportunidades. Mostre claramente as suas intenções, mas ouça a opinião da sua família.
A vida afetiva começa um ciclo de novas aventuras muito excitantes. Se está disponível, o momento é oportuno para iniciar uma paixão maravilhosa. A nível profissional, todos os seus atos devem ser previamente analisados e ponderados. Assuma sempre uma atitude entusiástica, mas muito correta.
A vida afetiva está agitada e imprevisível. Uma amizade pode tornar-se num romance. É possível que repentinamente possa conhecer alguém fascinante. A nível profissional, talvez surja uma proposta que não esperava. A ocasião é rica em surpresas que podem representar o início de novas atividades.
peixes 19/02 a 20/03 A vida afetiva é estimulada por um energia renovadora, que lhe permite desenvolver um relacionamento proveitoso de acordo com a sua sensibilidade. A nível profissional, aproveite a sua maior segurança interior para demonstrar os seus dotes artísticos. Contudo, acredite em si e avance com fé.
CRIA O TEU CAMINHO OFICINA / VENDA DE MOTOCICLOS E ACESSÓRIOS AZORES PARK PAV. 3.12 296 20 19 20 ACCMOTAS@CYMBRON.PT c ria ti va magazine - fevereiro 2021 • 51
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