Criativa Magazine - fevereiro 2022

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Periodicidade: Mensal • Distribuição Gratuita • Ano VIII Nº 88 fevereiro 2022

112 continua a receber falsos alarmes

Mariana rocha: “Tudo na nossa vida é uma oportunidade de aprendizagem” Amigos Corvinos criam Jornal “Tramela Aberta”



entrevista Biblioteca Pública da Terceira dinamiza bolsa de explicadores voluntários

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Grande entrevista

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megafone com José F. Andrade

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consultório jurídico Com Carlos Melo Bento

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Saúde ótica com INSTITUTOPTICO

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Exercício Físico pela sua Saúde com celso Tavares

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consultório da saúde Com João Bicudo Melo

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Saúde Auditiva Com Audição Portugal

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Olhar criativo TEMA: “Sapatos”

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Desporto: CALENDÁRIO E PONTUAÇÃO SÃO AS NOVIDADES

Propriedade:

Rua do Espírito Santo, 77 - r/c Esq. 9500-465 Ponta Delgada NIF: 513 281 070 Email: criativa.azores@gmail.com

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reportagem A vaga: nomeada do ArchDaily 2022 Building of the Year Awards

entrevista três Amigos corvinos criam Jornal “Tramela Aberta”

Diretora: Natacha Alexandra Pastor Editor: Carlos Costa Direção Comercial: Eduardo Andrade Sede da Redação/Editor: Rua Espírito Santo, nº 77 R/chão Esqº 9500-465 Ponta Delgada Sócio-gerente com mais de 5% do Capital: Carlos Costa Periodicidade: Mensal Tiragem: 5.000 exemplares Impressão: Coingra - Companhia Gráfica dos Açores Parque Industrial da Ribeira Grande - Lote 33 - 9600-499 Ribeira Grande

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Explorando... lugares encantados na ilha de são Miguel

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RUBRICAS

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entrevista Mariana Rocha: “Sinto que tudo na nossa vida é uma oportunidade de aprendizagem”

Design Gráfico e paginação: Melissa Canhoto Fotografia: António Bettencourt, Carlos Costa Colaboradores: Carlos Melo Bento, Luís Moniz, João Bicudo Melo, José F. Andrade, Paulino Pavão/AFAA e Renato Carvalho. O uso e reprodução parcial ou total de qualquer conteúdo existente nesta revista é expressamente proibido. Os anúncios existentes nesta revista são da inteira responsabilidade dos anunciantes.

ESTATUTO EDITORIAL - CRIATIVA Magazine A Criativa Magazine é uma revista mensal de informação geral que oferece, quer através de textos quer de imagens, a mais ampla cobertura de assuntos, em todos os domínios de interesse, de maior relevância que ocorram no mercado açoriano, com especial enfoque no mercado da ilha de São Miguel; A Criativa Magazine é independente de qualquer poder político e económico; A Criativa Magazine pauta a sua ação em total cumprimento das normas éticas e deontológicas do Jornalismo português; A Criativa Magazine defende o pluralismo de opinião, respeita as crenças, ideologias políticas e religiosas, diferenças sociais e culturais, sem prejuízo de poder assumir as suas próprias posições; A Criativa Magazine identifica-se, como tal, com os valores da Democracia; A Criativa Magazine quer contribuir para o desenvolvimento de cidadãos ativos e conscientes, bem como assim para o desenvolvimento da sociedade na qual se insere.


grande entrevista

112 mantém elevado registo de alarmes falsos

Natacha Alexandra Pastor

DR

O 112 continua a receber uma elevada quantidade de chamadas que não são urgentes. Em 2020, no país houve perto de 90 mil situações que não correspondiam a urgência. Mais recentemente, o 112 também passou a receber contatos telefónicos solicitando esclarecimentos relacionados com a pandemia, o que é constrangedor, apelando os serviços para que não se impeça as linhas telefónicas com questões que não correspondem às tarefas do Número Europeu de Emergência. 6 • c ria ti va magazine - fevereiro 2022


Criativa Magazine - O 112 é o número que todos conhecem, embora nem todos saibam como decorre o processo a partir do momento em que é acionado este serviço. Façamos a leitura do que envolve cada chamada telefónica? Brigadeiro-General Eduardo Faria (Presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) - O 112 é o Número Europeu de Emergência que permite, a qualquer cidadão, chamar gratuitamente os serviços de socorro, a partir de um telefone ou de um telemóvel. Nos Açores, o 112 funciona na Sala de Atendimento e Gestão de Emergência (SAGE), localizada nas instalações do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA), na ilha Terceira. Uma pessoa, que na Região ligue para o 112, é atendida sempre por um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) que, dependendo da situação, transfere a chamada para o serviço apropriado. Por exemplo, no caso de ser uma chamada que envolva conflitos legais, roubos ou assaltos, o atendimento continua a ser efetuado por um agente da PSP (a chamada é transferida para a esquadra da PSP com a competência na área geográfica que ocorre a situação). Se for um pedido que envolva uma emergência médica, a chamada é transferida para a Linha de Emergência Médica, sendo atendida por um enfermeiro. Se o motivo pelo qual se está a ligar se tratar de uma ocorrência relacionada com a área de proteção civil como um incêndio, inundações, derrocadas ou busca e salvamento a chamada é canalizada para um operador de comunicações. Independentemente da natureza da chamada, quem atender irá realizar uma triagem da situação, fará um aconselhamento sobre como se deve proceder em seguida e irá acionar os meios de emergência adequados à situação. Por outro lado, é importante referir que, quando as pessoas telefonarem para o 112, deverão dar a informação que é pedida e cooperarem na realização das ações que

os operadores solicitam, ouvirem as recomendações, responderem às perguntas, manterem a calma, darem o máximo de informação possível, porque só assim é que se poderá efetuar uma correta triagem e acionar o meio adequado com a rapidez necessária para se proceder ao socorro. Num top 3, se assim o podemos identificar, quais são os casos sempre mais delicados e/ ou graves de lidar? A responsabilidade do SRPCBA incide em ocorrências na área da emergência pré-hospitalar, como, por exemplo, doença súbita, acidentes (trabalho, domicílio, rodoviários) e ocorrências na área de proteção civil, tais como incêndios, derrocadas, desabamentos, inundações e busca e salvamento. Sem qualquer ordem de gravidade e sensibilidade, é o âmbito que este serviço atua no seu dia-a-dia. Nos Açores, sucintamente, como está organizada a Sala de Atendimento e Gestão de Emergência (SAGE)? Quer no que se refere a meios humanos como equipamentos/ rede de veículos/comunicações, etc... Como referimos inicialmente, a linha 112 está instalada na SAGE, onde trabalham simultaneamente agentes da PSP, enfermeiros, um médico regulador e operadores de comunicações. O número de recursos humanos e eventuais reforços é ajustado face ao volume de trabalho e ocorrências na Região. Ao nível das comunicações da referida sala são disponibilizadas diversas tipologias de equipamentos, com tecnologias avançadas, resilientes e com as devidas redundâncias. O SRPCBA dispõe igualmente de uma rede rádio independente, que cobre toda a região e liga os diferentes agentes de proteção civil. Está ainda disponível um conjunto de terminais satélite que permite uma forma de comunicação alternativa. Estes dois anos de pandemia geraram maiores dificuldades para o serviço? Sim. A título de exemplo, assistiu-se recentemente a uma

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grande entrevista

elevada procura por parte da população em recorrer ao 112, por não conseguir contactar a Linha de Saúde Açores (LSA). O número de emergência deve ser utilizado exclusivamente em caso de situação grave ou de risco de vida, não devendo funcionar como uma alternativa à LSA para obter informações e/ou esclarecimentos relacionados com a pandemia, como comunicar autotestes positivos à covid-19 ou o que fazer se for contacto de alto/baixo risco com um infetado. Nesse sentido, aproveitamos a oportunidade para fazer um apelo, pedindo às pessoas que não efetuem chamadas desnecessárias para o 112, uma vez que podem sobrecarregar o sistema e colocar em risco a vida daqueles que realmente precisam de ajuda de emergência. Ainda existem situações de falsas chamadas? Embora não tenhamos o registo do número de chamadas que são efetuadas para o 112, uma vez que o atendimento é sempre feito primeiramente pela PSP (força de segurança que depende do Ministério da Administração Interna), temos a perceção de que os alarmes falsos representam ainda uma percentagem significativa das chamadas recebidas pelo

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112. Além de ocuparem desnecessariamente a linha e, em algumas situações, desperdiçar meios essenciais ao socorro da população, é válido relembrar que a utilização indevida do 112 é um crime punível por lei. Aproveitamos novamente para reforçar a ideia que de a população deverá utilizar o 112 apenas em caso de emergência. Qual é o futuro do 112? Consideramos que o 112 continuará a ser o número que, indubitavelmente, a população se lembrará e irá recorrer em situações urgentes, quer pela sua credibilidade e fiabilidade, quer por ser simples de memorizar, recordar e marcar num caso de aflição, como também pelo facto de a chamada ser gratuita e estar acessível a partir de qualquer ponto do país (inclusive nos Açores) a qualquer hora do dia. Da parte do SRPCBA e daquela que é nossa competência, iremos continuar a apostar nas melhores condições, ferramentas tecnológicas e formação para que o socorro à população Açoriana e aos que visitam o nosso arquipélago seja sempre eficazmente assegurado.


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entrevista

Mariana Rocha: “Sinto que tudo na nossa vida é uma oportunidade de aprendizagem”

De regresso aos palcos, a açoriana Mariana Rocha voltou a brilhar no programa The Voice Portugal. A passagem recente pelos palcos da tv portuguesa – e sendo a única mulher a chegar à final – só a motiva a ser cada melhor e a lutar pelos sonhos.

Natacha Alexandra Pastor

DR

Criativa Magazine - De regresso aos palcos para concursos musicais televisivos depois de alguma ausência, o que é que te motivou a entrar nesta nova experiência? Mariana Rocha - A minha maior motivação para entrar nesta experiência do The Voice Portugal foi sem dúvida o sentir que nada tinha a perder, apenas a aprender. Eu sinto que tudo na nossa vida é uma oportunidade de aprendizagem e independentemente

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do que acontecesse saíria disto sempre a ganhar. Chegar à Final e poder ser a única mulher no meio de tantos concorrentes talentosos, só me motiva a ser cada vez melhor e a lutar pelos meus objectivos e sonhos. O teu percurso nesta edição foi muito positivo. Além do reconhecimento em palco e do público, o que é que vencer o The Voice Portugal poderia significar a


curto/médio prazo? Só a exposição que tive com o programa foi uma maisvalia para mostrar às pessoas a minha voz e o meu talento. Durante uns anos decidi experienciar outras coisas e viver noutros países e sinto que isso só me enriqueceu enquanto pessoa, pelas situações que vivi e pelas pessoas que conheci. Para mim, vencer o The Voice Portugal seria apenas mais uma etapa nesta caminhada e espero que seja a plataforma que preciso para me tornar uma artista reconhecida em Portugal e quem sabe no mundo. Os programas de talento musical já não são uma novidade para ti, porém, cada vez que entras num concurso, é quase uma primeira vez ou há aspetos que se tornam mais fáceis de ultrapassar? Toda a vez que piso um palco é como se fosse a primeira vez, há sempre aquele nervosinho miudinho, as borboletas na barriga e, principalmente, uma grande vontade de fazer as coisas bem e demonstrar a minha voz. Acho que o que a minha experiência me trouxe de bom é o conseguir lidar com as câmaras todas e fazer apenas o que eu gosto de fazer, que é cantar e expressar com todo o meu coração. Ninguém esquece a Mariana Rocha, mas que percurso tens feito? O que te tem sido possível fazer no mundo da música? Quão complicado tem sido trabalhar nesta área? Ou concretizar alguns sonhos?

Fico muito feliz por saber que as pessoas se continuam a lembrar de mim, claro que isso é uma motivação muito grande para continuar no meu percurso musical. Continuo a escrever canções como sempre o fiz, agora estudo em Londres, Music Business and Arts Management na Universidade de Middlesex em Londres, onde tenho aprendido muito sobre a indústria musical. Estes novos conhecimentos ajudaram a adquirir uma outra compreensão em relação ao mercado e a tirar de todas as oportunidades para expôr o meu trabalho. Tenho sempre vontade de ir mais além e concretizar novos objectivos, espero que com esta experiência consiga lançar mais trabalhar e chegar a mais pessoas. Sentes que tem faltado algo de modo a teres maior sucesso? Acho que tudo tem o seu tempo de acontecer. Não é por não ter estado presente nos olhos do público que não tive sucesso, conquistei muitas coisas, escrevi canções, inspirei--me na vida, nas experiências, vivi amores e desamores, mas a música sempre esteve presente. No Verão de 2020 lancei o meu 2º single, For You, com um videoclip de animação feito pelo meu irmão, artista e ilustrador AURO, e espero que agora tenha a oportunidade de lançar outras coisas que fui trabalhando ao longo destes anos e senti que ainda não estava preparada para as lançar. Agora sou uma mulher com confiança em mim e no meu trabalho e isto aqui é só o começo.

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Parque e Piscina do Terra Nostra Outrora lava ardente, transformou-se em icónica caldeira, onde as brumas e as águas distintas a elevam a um lugar de encanto. O verde idílico reunido num jardim oitocentista reforça o seu papel de lugar que seduz pelas suas inúmeras tonalidades e formas. O grande lago turvo e os charcos de águas quentes escondem um termalismo naturalista e lembram um éden terreno. Há paraísos na Terra, este é, certamente, um deles. Texto | Sandra de Sousa Bairos Fotografia | Manuel Fragoso

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reportagem

DJ Helder Cunha em dueto com Dário “Daduh King” Natacha Alexandra Pastor

DR

Foi no pico da pandemia que o DJ açoriano Helder Cunha decidiu trabalhar num tema original a que veio a juntar-se o artista português Dário “Daduh King”. A produção do trabalho “Liberdade”, que fala dos tempos difíceis vividos à escala global, é reflexo da grande aposta de Helder Cunha em crescer no mundo da música. “O tema “Liberdade” surgiu quase no pico da pandemia, falei com o Dário “Daduh King” e apresentei-lhe a ideia, a qual ele aceitou de imediato. Demoramos cerca de três a quatro meses a trabalhar no tema, e decidimos fazer uma letra que tivesse algum sentido com tudo o que estávamos a passar no momento, daí a letra falar em “Abraços, Beijos, e valorizar as coisas boas da vida”, e, acima de tudo Liberdade, coisa que não tínhamos no momento.” Para a concretização do trabalho, Helder Cunha contou ainda com o apoio da AJAV – Associação de Juventude Aprender A Viver e de alguns jovens bailarinos que colaboraram na realização do videoclip deste tema. “A participação da AJAV no projeto deve-se muito à amizade que tenho com a coordenadora da associação, Solange Ponte, e na altura falei com ela porque precisávamos de bailarinos para o videoclip e ela de imediato mostrou-se disponível para ajudar e apresentou-

-me a associação, pelo que só tenho a agradecer à própria e a todos os envolvidos.” Helder Cunha estuda agora a possibilidade de apostar na residência em Portugal Continental onde as oportunidades de ter maior sucesso são diferentes. “Na verdade estamos a pensar em outros horizontes e mesmo habitar no continente português, pois existem muitas mais oportunidades no ramo, mas para já o maior sonho/objetivo será pisar os maiores palcos nacionais. O meu percurso como Dj já é longo, desde há 10 anos atrás já tinha muito gosto pelo mundo do djing, e então participei num concurso de DJ’s local e venci o mesmo, foi aí que tudo começou…Há cerca de três anos, decidi que queria ter algo “meu”, e comecei a estudar o mercado da produção musical e possíveis produtores para trabalharem comigo, atualmente já tenho seis temas originais… Sem dúvida o lançamento de temas originais ajudou muito no meu crescimento como artista.”

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entrevista

Biblioteca Pública da Terceira dinamiza bolsa de explicadores voluntários Natacha Alexandra Pastor

DR

Para dar resposta no contexto da ilha Terceira, a Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro criou um projeto que pretende apoiar alunos de diferentes níveis de escolaridade a terem explicações às disciplinas nas quais têm maiores dificuldades. Na maioria dos casos os professores estão reformados, fazem-no presencialmente, mas há pelo menos um caso de uma professora que reside em Portugal Continental e que se disponibiliza para apoio à distância. Criativa Magazine - A intenção de criação de uma bolsa de voluntários para auxiliarem alunos de diferentes níveis de ensino, pensado pelo Governo dos Açores, é um projeto pioneiro? Cláudia A. Cardoso (Diretora Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro) - Este projeto é pioneiro na medida em que nasce da intenção da Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro (BPARLSR) criar condições para atender à missão social que a enforma enquanto instituição pública associada da UNESCO. É, portanto, um contributo para prestar auxílio escolar a alunos que de outra forma ao mesmo não poderiam aceder por via de explicações formais com

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custos financeiros elevados para os mesmos. O que está na origem deste projeto? A preocupação com a igualdade dos alunos no acesso ao conhecimento, do qual as bibliotecas públicas não se podem demitir como instituições vocacionadas para o exercício da democracia. O reconhecimento de que a BPARLSR possui condições para colmatar, embora parcialmente, esta reconhecida lacuna, e a constatação de que um conjunto significativo de alunos procura a instituição para a realização de trabalhos de casa, como área de estudo, espaço de feitura de trabalhos de grupo, e nos intervalos escolares ou enquanto aguardam transporte para as suas residências. Sê-lo-á, preferencialmente para algumas disciplinas?


Não foi criado com o intuito de conferir preferência a algumas disciplinas, embora isto se verifique de forma natural, já que os alunos têm preferência pelo apoio a matemáticas, físico química e português, embora tenhamos apoio numa área muito mais abrangente que inclui o Inglês, o estudo do meio, a História, as Ciências, a Geografia, o Francês, a História de Arte, a Filosofia, a Biologia e a Geologia. Naturalmente, outro aspeto que condiciona a oferta é a bolsa de voluntários que tem as suas próprias áreas preferenciais. Revelandose atualmente insuficiente para dar resposta à procura na disciplina de Matemática, por exemplo. Esta ação pretende cobrir, se possível, as 9 ilhas dos Açores? Trata-se duma iniciativa da BPARLSR que pretende dar resposta no contexto da ilha Terceira, sendo sempre possível por via remota aumentar a oferta a alunos de outras ilhas. Aliás, neste momento uma voluntária reside no continente e o apoio é, exclusivamente, feito através duma plataforma digital, o que pode ser, naturalmente, replicado. O formato de apoio está pensado para ser exclusivamente online ou existe intenção de ser presencial nos casos possíveis? O formato da Comunidade de apoio ao estudo é, neste momento, maioritariamente presencial. Os voluntários encontram-se com os alunos nas instalações da BPARLSR onde desenvolvem o seu trabalho, com o apoio do material escolar e informático fornecido por um projeto em parceria com o Clube de Rotários da ilha Terceira. Nos casos em que tal se verifique inviável, como o que atrás citei, então ocorre online. Existe algum indicador de quantos alunos

podem necessitar de apoio extracurricular e que não o têm por falta de oportunidade e/ou meios? Não possuímos esse indicador, nem foi esta naturalmente, a nossa preocupação principal, a da obtenção de dados. Verificámos uma necessidade que existe na comunidade e procurámos dar-lhe uma resposta eficaz e útil, convocando parceiros para o efeito, como foi o caso do Clube de Rotários que, prontamente, aderiu e nos apoiou, obtendo o financiamento do Clube de Rotários de Portugal para o efeito. A democratização do ensino e o cumprimento do princípio da igualdade de acesso ao conhecimento cumprem-se também através deste projeto. A BPARLSR está a dar o seu contributo para mitigar esta lacuna. No ano de 2021 o projeto contou com 35 alunos inscritos e uma bolsa de 11 voluntários, presentemente tem 33 alunos inscritos e 10 voluntários. E conta ainda com uma lista de espera de 5 alunos a aguardar apoio voluntário. Trata-se, naturalmente, dum projeto dinâmico e em crescimento que depende, em grande parte, da disponibilidade dos voluntários, muitos deles professores reformados. Este projeto é muito válido no sentido que é sempre possível alargar o seu horizonte de ação, quer ao nível da angariação de voluntários, quer da integração de alunos de outras ilhas, quer através da parceria com a secção infantojuvenil da Biblioteca, para facultar outros meios de estímulo ao desenvolvimento das capacidades cognitivas dos alunos para além dos habituais, nomeadamente, ao nível da construção de livros, através duma oficina de encadernação, da criação e manipulação de marionetas de sombra, ou de projetos artísticos na área da pintura, já em curso.

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reportagem A vaga nomeada do ArchDaily 2022 Building of the Year Awards

Natacha Alexandra Pastor

Alexander Bogorodskiy

A vaga - espaço de arte e conhecimento é um dos projetos nomeados para o ArchDaily 2022 Building of the Year Awards, na categoria Cultural Architecture. É um dos sete projetos portugueses que concorrem a esta edição, e o único com sede nos Açores. O Building of the Year Awards decorre pelo 13º ano consecutivo, e na primeira fase selecionou 4.500 projetos em 15 categorias distintas, para submeter a votação do público. A vaga foi um dos 7 projetos nomeados em Portugal, e o único da região dos Açores, na sua categoria. O projeto de arquitetura da vaga é da autoria de Mezzo Atelier - Joana Oliveira e Giacomo Mezzadri. Um antigo armazém vazio de 400m2, situado na Calheta, em Ponta Delgada, serviu de base para a criação da vaga - espaço de arte e conhecimento, consolidando a permanência

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da associação Anda&Fala no território e no tempo. Desde dezembro de 2020, o espaço, agora dividido em oficina - galeria - casa, tem acolhido exposições, performances, instalações, sessões de cinema e residências artísticas, e desenvolvido ações com as várias comunidades, através de visitas guiadas, atividades e oficinas. As votações para a primeira fase do Building of the Year Awards estiveram abertas até ao passado dia 9 de fevereiro, prevendo-se para mais tarde a divulgação dos resultados deste concurso.


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entrevista reportagem Amigos corvinos criam Jornal “Tramela Aberta”

Natacha Alexandra Pastor

DR

Três amigos decidiram avançar com um jornal trimestral que centra as notícias, crónicas, textos literários, curiosidades e outros temas no que se passa na mais pequena ilha do arquipélago dos Açores. O projeto é para os habitantes da ilha, mas é grande o desejo de que possa chegar mais longe. Criativa Magazine - Quem é quem no “Tramela Aberta”? Qual é a vossa ligação ao jornalismo ou imprensa? O que vos orientou a criar este jornal? Andreia Silva, Vânia Chagas, Gustavo Fernandes - A equipa do jornal é um grupo de três pessoas que cooperam em permanência na elaboração do jornal (conjugando com as nossas actividades laborais). Somos a Vânia Chagas, a Andreia Silva

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(presidente da Corvo Vivo) e o Gustavo Fernandes. Somos todos corvinos, uns de nascença (a Andreia) e outros adoptados (Vânia e Gustavo – escolhemos viver na ilha há quase três anos e deixámos Lisboa para trás). Temos igualmente a ajuda imprescindível da Ana Rita Lima (designer da ilha Terceira) que elaborou o design do jornal e nos vai ajudar a cada número. As notícias publicadas no jornal são escritas por nós, sendo que temos a colaboração externa de


outras pessoas quando se trata de uma crónica com um tema mais específico, por exemplo, e na qual queremos envolver a comunidade ou um tema sobre a comunidade (exemplo: crónica ‘O Nosso Património’ que surgirá no n. 2 do jornal). Temos também uma rubrica dedicada à criação literária (‘Entre as letras e o mar’) em que contamos com contribuições externas à equipa editorial e ainda à criação artística (‘Traços e riscos’), nos mesmos moldes. Não temos ligação à imprensa ou ao jornalismo, embora os três (devido ao nosso trabalho e aos interesses pessoais) tenhamos já participado e contribuído com outras áreas de escrita. O que orientou a criação do jornal foi a vontade (através da iniciativa essencial e inicial da Corvo Vivo) de oferecer um jornal à comunidade e sobre a comunidade. Por isso, quisemos não só divulgar as actividades da Corvo Vivo, mas igualmente divulgar o que acontecia na ilha, nos Açores e também “lá fora” (temos secções para os quatro temas). Para além disso, pretendemos expandir a uma vertente mais cultural e dinâmica (crónicas, cartoon, crítica musical/literária, concurso de fotografia, textos literários). E principalmente, expandir a crónicas/rúbricas sobre a memória da ilha, a

sua história, o seu falar corvino – por exemplo, iremos ter todos os números uma crónica onde abordamos a vida de um corvino mais velho e as suas memórias e outra onde abordamos antigos particularismos linguísticos da ilha. Como foi recebido na comunidade este projeto? Que expetativas existem? O jornal foi muito bem recebido na comunidade, excedendo até as nossas expectativas iniciais. A maioria dos comentários que recebemos espelham um agrado por o jornal abarcar vários temas e tentar ter uma imagem mais cuidada. Pensamos que a comunidade ficou um pouco orgulhosa de existir um jornal na ilha, mesmo que seja ainda apenas o primeiro número e até fomos contactados por corvinos a viver fora da ilha (Brasil, Califórnia e Continente português) e que manifestaram vontade em receber o jornal. A nossa expectativa é continuarmos a cativar o interesse da comunidade e envolvê-la também na dinâmica do jornal. Por exemplo, estamos a criar uma pequena parceria com a escola da vila (EBS Mouzinho da Silveira) para divulgar alguns projectos da mesma que também se inserem na comunidade. Outro exemplo também desta dinâmica que estamos a tentar criar é referente à

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entrevista reportagem crónica permanente do jornal ‘Conta-me como Era’ em que abordamos as memórias das tradições antigas da ilha escolhendo um tema/acontecimento por edição: no n.1 o tema foi o casamento. Para esta crónica contamos imenso com a disponibilidade e a vontade de recordar dos mais velhos da ilha, que nos ajudam a transportar para papel essas vivências antigas. Sem o envolvimento da comunidade, o jornal perde também um pouco do seu espírito. A comunidade é um pouco a sua inspiração, mormente a preservação das suas memórias. Que linha editorial foi idealizada? Que conteúdos serão mais ‘explorados’? O foco do vosso trabalho será exclusivamente a ilha do Corvo ou o Grupo Ocidental? Até onde gostariam que o projeto fosse? Às demais ilhas ... até à Diáspora? Gostaríamos de fazer o jornal chegar mais longe, às demais ilhas e à Diáspora. Conseguimos que o n. 1 chegasse a vários sítios da Diáspora (ao Continente, mas também fora dele), mas foram vendas directas. O nosso objectivo é também alargar esse foco. Cumpre esclarecer que o jornal é apenas em papel (queremos preservar essa dinâmica) e possui uma base trimestral. Qual foi o critério que vos levou ao título criado? O título foi inicialmente pensado para reflectir um objecto ou uma vivência antiga da ilha. Queríamos algo associado ao património da ilha e que ficasse no ouvido e este foi um dos nomes sugeridosaquando dacriação da Associação Corvo Vivo e da discussão sobre que projetos queríamos lançar. Tramela é uma fechadura antiga (não a típica do Corvo) e que era muito comum em portões, janelas e também armários (algum mobiliário mais antigo de algumas casas da ilha preserva ainda esta tramela, por exemplo) e a palavra Aberta remetia-nos para o objetivo do jornal: abrir o Corvo para o mundo e também deixar o mundo entrar nele. Qual é o histórico da imprensa na ilha? Em tempos mais recentes existiu um jornal escolar que foi descontinuado, e que abarcava também um pouco a comunidade. Tal como o Boletim Municipal, que tentou um pouco preencher o vazio de um jornal na ilha, mas que foi também descontinuado. Este jornal faz parte dos projetos da Associação Corvo Vivo. O que está na génese da associação? Que ações ou iniciativas concretiza? A génese da Corvo Vivo – Associação de Defesa do Património do Corvo é, exactamente como o nome indica, a defesa do património da ilha – seja o mesmo

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A maioria dos comentários que recebemos espelham um agrado por o jornal abarcar vários temas e tentar ter uma imagem mais cuidada. Pensamos que a comunidade ficou um pouco orgulhosa de existir um jornal na ilha ...”. material ou imaterial, cultural, natural ou humano. Esta associação resultou da vontade e do trabalho de 16 sócios fundadores, com formações diferentes, perspectivas diferentes e aspirações diferentes e cujo objectivo comum era criar algo que mobilizasse as pessoas, que criasse dinâmicas na ilha e que possibilitasse a implementação de projetos que contribuíssem para o desenvolvimento da ilha. Para além do jornal, que foi um dos projetos apontados logo à partida ( Junho de 2020), a Corvo Vivo formalizou a criação do Grupo de Teatro Amador Os Escarépios e procurou trabalhar na reactivação do Folclore aqui na ilha, com o Grupo Folclórico e Etnográfico do Corvo. Outros exemplos a apontar é a organização do Mercado de Natal (em conjunto com o Município) que teve início em 2021 e será para repetir e ainda a celebração do São Martinho que já vai na segunda edição. Este ano a Corvo Vivo pretende organizar, pela primeira vez, a Feira das Tradições e está a trabalhar num projeto no âmbito do bem-estar animal, em parceira com outras entidades da ilha. Outra das preocupações passa pela sustentabilidade da gestão dos resíduos e pela sensibilização para a manutenção e limpeza da Vila. O âmbito de acção é bastante amplo e a forma como foi constituída a Corvo Vivo permite exactamente isso, por isso as actividades são bastante variadas e para além dos projectos referidos acima, promovemos a celebração de datas como o Dia da Mulher, Dia da Criança, Dia da Árvore ou o Dia do Animal, por exemplo.


reportagem Ponta Delgada entre as 10 cidades mais acolhedoras do mundo Natacha Alexandra Pastor

DR

A cidade de Ponta Delgada é considerada uma das dez mais acolhedoras do mundo, segundo os Traveller Review Awards 2022, recentemente publicados pela empresa digital Booking.com Estes prémios reconhecem o trabalho dos fornecedores de alojamento em todo o mundo registados na sua plataforma. A listagem resulta dos comentários deixados pelos clientes e da pontuação que é atribuída pelos mesmos. Considerada a melhor cidade dos Açores para viver, visitar e investir, Ponta Delgada surge em nono lugar do ranking liderado pela cidade italiana de Matera.

Seguem-se, em segundo lugar, Bled (Eslovénia), Taitung (Taiwan), Náuplia (Grécia), Toledo (Espanha), Monte Verde (Brasil) Bruges (Bélgica) e Nusa Lembongan (Indonésia). A 10ª posição é ocupada por Hoi An, no Vietname. Os Traveller Review Awards da Booking.com tiveram em conta mais de 232 milhões de pontuações de clientes, num total de 1.261.273 fornecedores de alojamento.

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megafone José F. Andrade

Cristóvão Ferreira

É um dos nomes importantes da nova geração de produtores da região. É ainda um dos activos importantes na área do “stage management”, dos festivais onde trabalha.

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Fala-nos do teu estúdio de gravação e do que pretendes com o mesmo? O Nordela Studios afirma-se como um estúdio de produção de conteúdos multimédia, orientado à gravação e produção de música. Ao desenvolver este projeto, não quis que este fosse apenas mais um pequeno espaço de gravação como já existem alguns em São Miguel. O estúdio prima por uma grande área para gravações em live take, cerca de 80 m2, onde é possível gravar uma banda de 6 ou 7 elementos ou até uma pequena orquestra em simultâneo e isto num espaço onde o contato com a natureza exterior é privilegiado. Procura-se assim, inspirar quem o utiliza, potenciando melhores resultados artísticos. O estúdio conta com uma vertente de aluguer de backline (instrumentos musicais) para eventos exteriores, como por exemplo os festivais e para utilização no próprio espaço. Para além da gravação da banda sonora do jogo Pecaminosa, destacam-se projetos como a gravação do CD da Banda Fundação Brasileira ao vivo no Teatro Micaelense, a produção musical e gravação do EP de Nuno Cabral, a gravação de dobragens para publicidade e tradução e, ainda, mais recentemente, o acolhimento da residência artística de Golden Oriole e Victoria no âmbito do projeto Terra Incógnita. Este ano, procuramos expandir os ramos de negócio consolidando parcerias com alguns dos nossos parceiros na região. Fala-nos, também, do teu gosto pela música electrónica e pelo experimentalismo? Digamos que é na música electrónica onde é mais fácil ser experimental. Este gênero musical pauta-se por secções e padrões quase sempre repetitivos, o que possibilita tocando em grupo e ao vivo, prever com alguma facilidade, ou não, o que quem partilha o palco connosco vai fazer, ou pelo menos para onde se dirige. Este estilo também se caracteriza por criar grandes momentos de tensão e, consequentemente, a libertação da mesma, o que num espetáculo ao vivo quase sempre resulta num público reativo à execução musical e participativo, é das melhores experiências que um músico pode ter em palco. Nesse âmbito, destaco os projetos 3rd Method e ainda Nordela Jazz Convention. Em ambos, um concerto de 1h30 ou 2h, são inteiramente experimentais e vivem-se grandes momentos de improvisação. Conhecer a linguagem de quem partilha o palco connosco é fundamental. Foi um desafio trabalhar na Banda Sonora do jogo Pecaminosa, da Cerial Games? Compor qualquer estilo de música numa vertente de banda sonora de um jogo é sempre um desafio, seja pela jogabilidade do mesmo ou até mesmo pela responsabilidade que isso acarreta. Compor uma banda

sonora jazz para o Pecaminosa, revelou-se um processo muito delicado. O jazz vive do momento, da espontaneidade, no entanto se precisamos de programar a música para fluir com o jogo, esta tem de ser previsível. Passo a explicar, o jogador entra em determinado local/espaço do jogo e começa a tocar o tema ou música associado àquele espaço. A música tem 4 minutos se o jogador permanecer naquele local, 6 minutos o que acontece? É nesta fase que a programação se encontra com a música. O tema musical pode ser programado para entrar em repetição (loop) a partir de determinado momento, sem que o jogador se aperceba disso ou, até mesmo, passar para a música seguinte. Em outros casos, o jogador num determinado local do jogo ouve a base instrumental de um tema, mas o instrumento solista só começa a ser tocado quando este passa por um determinado local do mapa. Todas estas possibilidades têm de ser pensadas e gravadas de forma a adaptarem-se ao comportamento do jogador. Paralelamente, desenvolvemos e gravamos uma recriação de 6 dos temas utilizados em jogo, com um conjunto de músicos fantásticos e, neste caso, com toda a espontaneidade possível.

Que nomes, nacionais ou internacionais, aconselharias a quem tenha curiosidade em entrar no mundo do jazz? Difícil… o jazz de hoje em dia é muito vasto. Recomendaria a nível regional João Nuno Bernardo, a nível nacional Diogo Vida e a nível internacional Brad Mehldau, todos pianistas.

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consultório eventos jurídico

CM Lagoa

com:

Carlos Melo Bento advogado

Como agir, e que provas apresentar, se p.x. um filho suspeitar que o património familiar está a ser entregue a outros (um cuidador por exemplo), por via de alguma fragilidade emocional/psíquica ou outra do seu familiar? Antigamente, essa pessoa podia ser objeto de interdição por demência (se a pessoa fosse deficiente física e mental) ou por prodigalidade (se a pessoa fosse gastadora sem peso nem medida, se desbaratasse o seu património por dá cá aquela palha, pelo jogo, por sexo, por burlas, etc.). Se fosse doente psíquico era interdito por demência. Se fosse um gastador sem conta nem medida, era interdito por prodigalidade. Agora, com os “direitos humanos” isso acabou. Neste momento, só o próprio é que pode pedir uma coisa que se chama acompanhamento. Em vez dum tutor, ele agora (depois de 2018) pode ter um acompanhante que, com autorização do acompanhado, pode ser o marido ou a mulher, ou o unido de facto (namorado/a), descendente ou ascendente ou qualquer herdeiro em geral. Em casos especiais como o que me põem, pode o tribunal nomear um acompanhante, que administre os bens do pródigo ou dissipador dos bens. Realmente, se uma pessoa começa a dar o que tem ao cuidador, quando ficar sem nada, os parentes até ao quarto grau podem ser obrigados a dar-lhe uma pensão de alimentos, casa, cama e roupa lavada...etc. O melhor é mexerem-se, irem ao Ministério Público ou a um advogado antes que seja tarde. Note bem: estes pequenos conselhos não dispensam a consulta a um advogado. Pois, cada caso é um caso e, para se dar um conselho, é preciso saber muitos detalhes que não cabem nas perguntas que me são feitas.

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reportagem

Instituto continua a apelar à dádiva de sangue

Natacha Alexandra Pastor

DR

Desde novembro último que o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) está a apelar à dádiva de sangue, altura particularmente exigente para a manutenção das reservas em níveis estáveis. A contribuir para a redução dos níveis de reserva estão, desde o final do no passado, as infeções de COVID-19; os isolamentos profiláticos e demais condições genéricas propícias nesta altura do ano (sintomas grupais, infeções respiratórias, etc.-..). Em simultâneo, as habituais infeções respiratórias sazonais têm contribuído para uma redução do afluxo de pessoas candidatas à dádiva de sangue. Ambas as situações causam uma grande redução do número de dadores e o adiamento de Sessões de Colheita previamente calendarizadas. Apesar de todo o reforço na promoção da dádiva de sangue, nomeadamente através de spots de rádio e nas redes sociais, torna-se necessário mobilizar todos os que estejam em condições de fazer uma dádiva de sangue, nomeadamente os que nunca deram sangue e os que não efetuam uma dádiva há mais de 1 ano, contribuindo assim para a imprescindível estabilidade das reservas.

É muito importante o reforço imediato das dádivas de sangue, pois só assim os doentes podem receber os tratamentos que necessitam. Para ser uma pessoa dadora de sangue, basta ter entre 18 e 65 anos (o limite de idade para a primeira dádiva é os 60 anos) e ter peso igual ou superior a 50 kg. As pessoas candidatas à dádiva que tenham tido COVID-19 devem aguardar 14 dias e as que fizeram a vacina de reforço contra a COVID-19 deve aguardar 7 dias, para se candidatarem novamente. À presente data, a situação da reserva nacional é a seguinte: as reservas dos hospitais e no IPST situavamse entre os 15 e 47 dias considerando a reserva de concentrados eritrocitários dos hospitais e entre os 4 e 37 dias considerando a reserva de concentrados eritrocitários do IPST, sendo os grupos sanguíneos mais afetados, o “O positivo”, “O negativo”, “B negativo“, “A positivo” e o “A negativo”.

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saúde ótica

Proteja os seus olhos. Confie nos óculos de sol todo o ano!

De inverno, a importância de usar uns óculos de sol com lentes confiáveis ajudam-no a combater alguns malefícios próprios desta estação. Proteção contra os raios ultravioleta Mesmo que haja menos dias de sol no Inverno, os raios ultravioleta (UVA e UVB) estão igualmente presentes e são tão nocivos como no verão. Use óculos escuros com lentes que realmente protejam os seus olhos da ação prejudicial do sol. Redução do brilho Há dias em que é muito difícil abrir os olhos devido à intensa claridade, especialmente se for a conduzir ou se estiver em trabalho de exterior, a sensação de cansaço visual e/ou de agressão visual pode ser intensa. Barreira contra o vento As duas estações mais frias do ano são, em regra, acompanhadas de vento, chuva e frio. O vento tem a capacidade de arrastar consigo poeiras que se encontram no meio ambiente, podendo desencadear irritações oculares; reações alérgicas ou tornar os seus olhos mais secos. Os óculos escuros funcionam como um escudo protetor, ajudando a conter muitos desses problemas. Neve Não menos importante, para regiões onde cai neve, em dias de sol, uma camada de neve limpa e acabada de cair pode reflectir até 90% dos raios ultravioleta. Artigo elaborado com suporte em: INSTITUTOPTICO www.institutoptico.pt

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desporto motorizado CAMPEONATO DOS AÇORES DE RALIS DE 2022

CALENDÁRIO E PONTUAÇÃO SÃO AS NOVIDADES Renato Carvalho

António Bettencourt

O calendário e uma pontuação extra são as principais alterações no regulamento do Campeonato dos Açores de Ralis de 2022, que tem o seu início marcado para o próximo mês de Março. A primeira prova da nova temporada é o Azores Rallye que volta a marcar presença no Campeonato de Portugal de Ralis. A Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting divulgou o regulamento e o calendário do Campeonato dos Açores de Ralis de 2022 no final do ano passado. Segundo o comunicado emitido pela federação, o atraso da publicação deveu-se ao fim tardio dos campeonatos de 2021. Sem conhecimento das directrizes para a nova temporada, os concorrentes tiveram menos tempo para elaborar os seus projectos. A principal novidade está na configuração do calendário. A época foi dividida em duas fases. A primeira contempla as provas disputadas em pisos de terra e a segunda será realizada somente em estradas de asfalto. Assim, o campeonato principia com mais uma edição do Azores Rallye no final do mês de Março, numa organização do Grupo Desportivo Comercial. Depois, no fim de semana de 22 e 23 de Abril, o Clube Automóvel do Faial irá colocar na estrada o Além Mar Rali Ilha Azul. De seguida, os concorrentes regressam a São Miguel, para no princípio do mês de Junho par-

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ticiparem no Além Mar Rali, mais um evento com a chancela do “Comercial”. A segunda parte começa na ilha Terceira com o Além Mar Rali TAC, agendado para 8 e 9 de Julho. No mês seguinte, a caravana irá até à ilha do Sol para disputar o Rali de Santa Maria, organizado pelo Clube Asas do Atlântico. A data prevista para o Picowines Rali será 23 e 24 de Setembro e cabe ao Pico Automóvel Clube a sua realização. Será da responsabilidade do Terceira Automóvel Clube o desenrolar do último rali do ano, marcado para os dias 28 e 29 de Outubro e designado por Além Mar Rali Ilha Lilás. Esta é uma medida há muito tempo solicitada pelas equipas. Também o sistema de pontuação sofre mexidas. É introduzida a “Power Stage” que consiste na atribuição de pontos extras aos pilotos mais rápidos numa prova de classificação definida inicialmente e que por norma é a última do rali. O vencedor do troço acumula à pontuação obtida na classificação geral mais 3 pontos, o segundo mais rápido 2 pontos e o terceiro 1 ponto.


AÇORES PRESENTEs NO CAMPEONATO DE PORTUGAL DE RALIS

Após um ano de ausência, o Azores Rallye volta a marcar presença no calendário do Campeonato de Portugal de Ralis. A prova do Grupo Desportivo Comercial, que vai para a estrada nos dias 25 e 26 de Março, será o segundo evento do campeonato, isto é, 15 dias depois da realização do Rali Fafe

Felgueiras. O campeão dos Açores de Ralis, Rúben Rodrigues acompanhado por Estevão Rodrigues, estará presente no Campeonato de Portugal de Ralis para disputar algumas provas. A viatura a utilizar será o Citroen C3 R5 da equipa Auto Açoreana Racing.

CALENDÁRIO DO CAMPEONATO DOS AÇORES DE RALIS 2022 DATA

DESCRIÇÃO

ILHA

PISO

25-26 de Março

Azores Rallye

S. Miguel

Terra

22-23 de Abril

Rali Ilha Azul

Faial

Terra

03-04 de Junho

Aém Mar Rallye

S. Miguel

Terra

08-09 de Julho

Aém Mar Rallye TAC

Terceira

Asfalto

12-13 de Agosto

Rali de Santa Maria

Santa Maria

Asfalto

23-24 de Setembro

Picowines Rali

Pico

Asfalto

28-29 de Outubro

Rali Ilha Lilás

Terceira

Asfalto

CALENDÁRIO DO CAMPEONATO DE PORTUGAL DE RALIS 2022 DATA

DESCRIÇÃO

ORGANIZADOR

PISO

11-12 de Março

Rally Fafe Felgueiras

Demoporto

Terra

25-26 de Março

Azores Rallye

G D Comercial

Terra

15-16 de Abril

Rali Terras D Aboboreira

C A Amarante

Terra

19-21 de Maio

Vodafone Rallye de Portugal

A C Portugal

Terra

10-11 de Junho

Rali de Castelo Branco

E C Branco

Asfalto

04-06 de Agosto

Rali Vinho da Madeira

C S Madeira

Asfalto

09-10 de Setembro

Rali da Água – Alto Tâmega

Cami

Asfalto

07-08 de Outubro

Rali Vidreiro

C A M Grande

Asfalto

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EXERCÍCIO FÍSICO pela sua SAÚDE CELSO TAVARES - TÉCNICO ESPECIALISTA

EM EXERCÍCIO FÍSICO

#saidosofá

Confie no fisioterapeuta para as suas consultas de rotina Realizamos uma sessão com o fisioterapeuta Luís Duarte para um check-up, uma ação preventiva que todos os atletas devem fazer regularmente. A consulta de um fisioterapeuta estende-se desde o momento em que pretendes iniciar uma atividade física e/ou desportiva, ou, no caso de seres já atleta, seja de alta competição; profissional ou não. Procura um técnico capacitado para te ajudar a identificar eventuais problemas, tais como desvios, encurtamento, bloqueios... tudo situações que podem dificultar a prática do teu exercício caso desconheças os problemas. É útil recordar que um fisioterapeuta está habilitado para te acompanhar mesmo que não faças desporto. Há inúmeros problemas posturais e lesões musculoesqueléticas – muitas vezes associadas ao esforço feito em contexto de trabalho, que podem comprometer o teu bem-estar diário, pelo que se aconselha a qualquer pessoa uma consulta de fisioterapia, sempre que houver um sinal de alerta. Lembra-te que o teu corpo não é uma máquina!, mas mesmo que fosse, também as máquinas necessitam de manutenção. Procura um especialista e compreende os seus conselhos. Obrigado ao nosso fisioterapeuta Luís Duarte e ao Physis Centro de Fisioterapia e Terapias Complementares.

Não vejas o exercício físico como uma moda só porque os demais o fazem. Vê como um medicamento natural para a tua saúde física e mental.

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criativaDESIGN criativaDESIGN

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CONSULTÓRIO DA SAÚDE

Coloque uma questão dirigida ao Consultório da Saúde utilizando o e-mail: consultoriodasaude@hotmail.com

Stress

João Bicudo Melo Médico e Psicólogo Clínico

As últimas décadas acarretaram importantes mudanças nos estilos de vida, fortemente exigentes e competitivas, marcadas por uma constante corrida contra o tempo que, por vezes, desafia os prazos naturais. Esta velocidade feroz que, em muitos casos, dilacera o modelo de família tradicional e as relações familiares, bem como as de amizade ou até as relações laborais, não abona nada de positivo para a saúde. Ficando tudo “tão metálico”, é natural que surjam sentimentos de frustração, irrealização... Ainda que o stress enquanto resposta fisiológica possa ser benéfico em doses adequadas, poderá torna-se algo negativo e com repercussões nefastas na saúde quando nos faz experimentar situações limite. Neste sentido, é fundamental que cada um desenvolva recursos psicológicos que lhe permita de forma prematura identificar a fronteira entre o stress “positivo” e o burnout. Refinar o nosso “sensor” é importante, podendo fazer a diferença entre viver de uma forma saudável ou entrar num ciclo de doença. Inicialmente os sintomas podem ser ligeiros, porém, com o agravamento da situação, podem evoluir com sensação de fadiga, dores musculares, diarreias frequentes, dor abdominal, azia, alterações do apetite, dor torácica, palpitações, pressão arterial alta, dor de cabeça, tonturas, manchas na pele, sensação de opressão na garganta, queda de cabelo, perturbação do sono, mãos transpiradas, tiques nervoso... Nestes casos, o stress deixou de ser protector e passou a um estado de doença lesando

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a qualidade de vida. Existem causas internas e/ou externas que explicam o desenvolvimento desta sintomatologia. Desde logo, ao nível das causas internas podem exitir caraterísticas pessoais como, por exemplo, um perfil pessimista, existência de expectativas irrealista, fracas estratégias de coping, procura pelo perfecionismo, inflexibilidade, preocupação constante, humor tendenionalmente depressivo e/ou personalidade ansiógena que podem sustentar quadros de burnout. Ao nível dos fatores externos, ainda que a lista possa ser imensa, entre os mais frequentes estão as condições finaceiras desfavoráveis, contextos laborais exigentes e pouco reconhecidos do esforço e mérito do trabalhador, problemas familiares e mudanças no ciclo de vida familiar. Identificar a causa para o seu estado de stress crónico é fundamental. Reflita e encontre o motivo. Raramente esta situação limite advém de um único factor. O mais provável é que exista, pelo menos, um fator interno e um externo que sustentam a situação. Por vezes, existe uma tendência natural para identificar mais prontamente os fatores externos, não havendo espaço para reconhecer questões internas. Não esteja sozinho a enfrentar a situação! Procure ajuda junto do seu médico de família. Ele saberá avaliar a situação e referenciar para a especialidade mais adequada. A consulta de Medicina Geral e Familiar também é um espaço para falar das “dores da alma”. Não as desvalorize. Verbalizar é o primeiro passo para a cura. Haja saúde.


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saúde auditiva

Quais são as causas de perda de audição? Existem muitas causas diferentes de perda auditiva. Algumas são provocadas pelo mundo que nos rodeia: maquinaria barulhenta, música alta, tiros, explosões, rugido de motos e aviões, etc. Algumas outras causam podem vir de ‘dentro de nós’, incluindo a perda auditiva causada pelos efeitos colaterais de medicação ou infeções no ouvido. Porém, as causas mais comuns de perda auditiva têm que ver com o envelhecimento normal. Faça um rastreio auditivo e saiba como está a sua saúde auditiva.

A perda de audição pode afetar os seus relacionamentos? Os sintomas de perda auditiva podem ser mal interpretados pelos seus colegas de trabalho e entes queridos. Quando você não responde imediatamente ao que eles estão dizendo, eles podem pensar que você não está prestando atenção ou que não está apenas interessado no seu ponto de vista. Os eventos sociais tornam-se menos agradáveis ​​quando se vive com perda auditiva. Pode ser difícil entender o que está sendo dito quando há muito ruído em segundo plano.

1 em 6 adultos possuem algum grau de perda auditiva! Imagine estar a jantar num restaurante movimentado. No fundo, existe barulho de pratos, cadeiras arrastadas, pessoas falando e rindo. Você está esforçando-se para acompanhar o que está acontecendo na sua mesa, e o esforço de fazer isso está começando a fazer-se sentir mais e mais cansado. Eventualmente, você começa a fingir que pode ouvir. Acena com a cabeça, parece interessado e ri com a multidão, mesmo que não tenha entendido as brincadeiras. Começa a sentir-se deixado de fora. Quando sai do restaurante tem uma dor de cabeça palpitante, desapontamento e não pretende repetir a experiência tão cedo. Pense sobre essas situações diárias e sobre como elas o afetam, faça um rastreio auditivo gratuito e previna estas situações.

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confie em quem lhe dá assistência!

Faça como a Alexandra Lencastre

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Olhar Criativo Desafio Mensal com o Tema:

“Sapatos”

1º Lugar - Tu na tua ausência - Gabriela Oliveira

Estas páginas são dedicadas ao olhar dos entusiastas que, com a Associação de Fotógrafos Amadores dos Açores, promovem de forma apaixonada a fotografia e a arte de fotografar nos Açores, desde 2007.”

Coordenação: Paulino Pavão

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Edição:


2º Lugar - Enlaça-me - Sissa Madruga

3º Lugar - Para todos os gostos - Beatriz Cachim

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eventos Gala anual de “O Meu Doutor Reabilitação Auditiva Portugal” DR Tendo como pano de fundo o espaço da Quinta dos Lagos, a gerência de “O Meu Doutor Reabilitação Auditiva Portugal” organizou a tradicional gala anual, suspensa nos últimos dois anos face à pandemia da Covid-19, que reuniu os cerca de 250 colaboradores das diferentes valências de saúde em que opera a empresa. Destaque para a presença de alguns convidados, caras conhecidas do público, nomeadamente Berg, FF, David Antunes e Sónia Brazão. No evento, foram entregues troféus de mérito a alguns dos mais antigos funcionários, e uma moto ao colaborador com melhor desempenho dos últimos dois anos.

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eventos

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eventos Concerto de Ano Novo no Teatro Micaelense Fernando Resendes/TM Cumprindo com a tradição de inúmeras orquestras, a Quadrivium - Associação Artística abriu a sua temporada sinfónica, no Teatro Micaelense, com um concerto de boas-vindas ao ano de 2022. Sob a direção do maestro Amâncio Cabral, a plateia foi brindada com obras sinfónicas de autores como Émile Waldteufel, Franz von Suppé, Johan Strauss, Johan Strauss Jr., Joseph Strauss, Edward Strauss, Franz Lehár ou Jacques Offenbach.

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eventos

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eventos “MOVIMENTO SUSPENSO” De Ana Cosme Fernando Resendes/TM Mais um espetáculo com assinatura de Ana Cosme, no palco do Teatro Micaelense. “Movimento Suspenso” resulta, segundo a encenadora “de uma longa e dura jornada, neste tempo pandémico, que ainda atravessamos, e durante o qual as alunas mais velhas mostraram toda a sua resiliência. Embora houvesse alguma base coreográfica, anteriormente criada e trabalhada, esta foi sujeita a inúmeras adaptações, restrições e reinvenções, originando bailados com base naquilo que, inesperadamente, vivenciamos.”

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eventos Homenagem a Maria José Cavaco Álvaro Miranda / Arquipélago Centro de Artes Contemporâneas Maria José Cavaco (1967 - 2022) foi uma das mais relevantes artistas plásticas dos Açores. O Arquipélago realizou em 2021 a sua exposição retrospetiva ‘Lugares de Fractura’ e para assinalar esse momento o livro que a acompanha foi agora lançado, poucos dias após o falecimento da artista.

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Exposição “SAUDADE Por Martim Cymbron” DR “Saudade por Martim Cymbron” estará patente na Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luis da Silva Ribeiro, em Angra do Heroísmo, até ao próximo dia 30 de abril. Depois de visitar o Jardim Saudade, repleto de variedades da planta florífera scabiosa, localizado na MiratecArts Galeria Costa na ilha do Pico, o artista micaelense ficou inspirado para participar neste projeto, assim construindo “Saudade Por Martim Cymbron”. A exposição é composta por uma série de 10 obras. Pintada num fundo abstrato acrílico, a flor destaca-se num realismo trabalhado a óleo.

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Exposição “Images from our bodies like stones from above” Galeria Fonseca Macedo

até

Espetáculo “A MENINA DO MAR” Teatro Micaelense

Exposição “PARES” Parque Atlântico

Concerto 2022 do Conservatório Regional de Ponta Delgada

17h00

até

17h00

Teatro Micaelense

Exposição coletiva “The Art-Ist Great”

Centro Municipal de Cultura

Exposição “A Vinha e o Vinho em Vila Franca do Campo” Museu Municipal de Vila Franca do Campo

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até

até

12

fevereiro

19

fevereiro

20 27

fevereiro

fevereiro

17

março

31

março

Agenda sujeita a eventuais alterações.

agenda


opinião

Canábis/THC em Cuidados Paliativos Hugo Ribeiro, Médico paliativista, coordenador da Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos Gaia

O sistema endocanabinóide é composto pelos endocanabinóides (encontrando-se em áreas específicas do cérebro e sendo libertados perante determinados estímulos), pelas enzimas responsáveis pelo seu anabolismo e catabolismo e pelos recetores canabinóides, dos quais se destacam o CB1 (mais presente no sistema nervoso central) e o CB2 (maioritariamente encontrado em células do sistema imunitário). Os recetores CB2 estão relacionados com a regulação da inflamação e da resposta imunitária, enquanto os recetores CB1 estão relacionados com o controlo do apetite, a regulação motora, a memória e os efeitos psicoativos. Os fitocanabinóides que demonstram ter um papel terapêutico relevante são o delta9-tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD). Ambos apresentam efeitos acentuados, benéficos, no controlo da dor e da ansiedade, sendo que o THC demonstrou ser um potente estimulante do apetite (ao contrário do CBD, que não tem este efeito), do relaxamento muscular e tem um efeito antiemético marcado, enquanto o CBD apresenta efeitos anticonvulsivantes, anti-inflamatórios e antipsicóticos. Porque é que os canabinóides são importantes para os Cuidados Paliativos? Um dos pilares essenciais dos Cuidados Paliativos é o controlo adequado de sintomas. As doenças mais frequentes que necessitam da atuação e da atenção particular dos cuidados paliativos são as doenças oncológicas, neurodegenerativas e as insuficiências de órgão, e os sintomas mais frequentes e também de maior dificuldade no seu controlo são a dor, sintomas neuropsíquicos (como a ansiedade, a depressão, a insónia e o delirium), sintomas respiratórios (como a dispneia, a tosse e a asfixia) e sintomas

gastrointestinais (como a diarreia, a obstipação, as náuseas, os vómitos e a perda de apetite). Assim sendo, e tendo em conta que os fitocanabinóides têm uma atuação com eficácia e segurança demonstradas no controlo de muitos destes sintomas, é natural que sejam uma opção válida na abordagem e tratamento multimodal que deve nortear a nossa atuação. A terapêutica com canábis medicinal não veio substituir nenhuma outra terapêutica, mas veio reforçar o leque de opções que os médicos têm para adequar as suas prescrições às necessidades individuais dos doentes. Porque a abordagem farmacológica com medicamentos que atuem em várias vias, recorrendo a doses mais baixas, cria sinergismos que são essenciais para a eficácia terapêutica e para evitarmos reações adversas. Contudo, a canábis medicinal não é isenta de riscos e de efeitos secundários: a fadiga, a sonolência e as tonturas são relativamente frequentes, sobretudo se a titulação/dose não for a mais adequada, assim como a confusão mental, a taquicardia, as mudanças no humor e as alucinações, sobretudo com as formulações com THC, pelo seu efeito psicoativo. Em Portugal, neste momento, existe apenas uma formulação de canábis medicinal: a flor seca de THC18, que é administrada com vaporizador. Temos esperança de que surjam brevemente doses e, acima de tudo, formulações diferentes, com vias de administração diferentes, assim como a comparticipação adequada, de acordo com a política do medicamento vigente. Só assim é que esta terapêutica será considerada pelos seus efeitos benéficos e pelos efeitos indesejáveis, com a consequente decisão médica, e não pelo seu custo, que é atualmente incomportável para a maioria dos doentes.

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aconteceu Europeia a necessidade de ser encontrada, ao nível europeu, uma resposta adequada à presente crise, em particular para as regiões mais vulneráveis, como as Regiões Ultraperiféricas”.

Aumento de taxa sobre plásticos O Governo Regional dos Açores aprovou um Decreto Legislativo Regional que define medidas de redução de produtos de utilização de única e da promoção da reutilização e reciclagem. De entre as medidas a implementar, destaca-se o aumento da taxa a aplicar sobre os sacos de plástico a disponibilizar ao consumidor nos estabelecimentos de comércio a retalho e de restauração ou de bebidas, passando de 4 para 10 cêntimos por cada saco, bem como a proibição da disponibilização ao consumidor de sacos de plástico de utilização única para embalagem primária de produtos vendidos a granel, com exceção da carne, peixe e seus derivados, no intuito de contribuir de forma determinante para a prevenção da produção de resíduos nos Açores. Açores e Madeira requerem respostas da República O Governo Regional dos Açores enviou, em conjunto com o Governo da Região Autónoma da Madeira, uma carta à Ministra da Agricultura requerendo respostas urgentes e adequadas para o aumento dos custos de produção do setor agrícola e pecuário. A missiva solicita que “Portugal defenda junto dos restantes Estados-membros e da Comissão

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CANTAR ÀS ESTRELAS EM MODO VIRTUAL A Câmara Municipal da Ribeira Grande decidiu organizar a 29º edição do tradicional Cantar às Estrelas, mas devido à evolução da situação epidemiológica, o Cantar às Estrelas foi organizado de modo virtual, através das redes sociais, em que alguns dos grupos que habitualmente integram o tradicional Cantar às Estrelas, fizeram uma pequena cantata. CRISTINA CALISTO RECEBEU AJAM

A Presidente da Câmara Municipal de Lagoa, Cristina Calisto, recebeu a nova direção da Associação de Jovens Agricultores Micaelenses (AJAM), e em cima da mesa estiveram questões relacionadas com processos de licenciamento de explorações agrícolas, a falta de água para a agricultura, em períodos de seca, e a intenção de se realizarem formações.

Candidaturas das juntas de freguesia à cooperação financeira A Vice-Presidência do Governo, através da Direção Regional da Cooperação com o Poder Local, abriu um período de candidaturas das juntas de freguesia da Região à cooperação financeira que encerra no dia 28 de fevereiro. Em 2022, a submissão das candidaturas será feita, pela primeira vez, digitalmente, através de uma aplicação. El Açor regressa ao Coliseu Micaelense O “El Açor – Festival Internacional de Tunas”, na sua 22ª edição, vai regressar ao Coliseu Micaelense nos dias 18 e 19 de março. O evento conta com o apoio da câmara de Ponta Delgada, numa audiência de apresentação de cumprimentos, Pedro Nascimento Cabral realçou o contributo deste evento na promoção de Ponta Delgada e na valorização das tunas académicas, bem como do estreitamento da ligação entre a Câmara Municipal e a Universidade dos Açores, dizendo ainda tratar-se de dos melhores festivais de tunas masculinas a nível nacional. Câmara da Lagoa reúne com a PSP da Lagoa A Presidente da Câmara Municipal de Lagoa, Cristina Calisto, reuniu com o Comandante Interino da Esquadra da Polícia de Segurança Pública de Lagoa, Paulo Moniz para a abordagem de assuntos relacionados com a criminalidade, a segurança das pessoas e de bens, o tráfico de estupefacientes e a problemática da toxicodependência no concelho. Esta última é uma matéria que tem merecido toda a atenção e preocupação por parte quer do município.


II edição do Trail de São João da Vila A segunda edição do Trail de São João da Vila vai decorrer a 12 de junho, contemplando três distâncias diferentes a serem percorridas (10, 20 e 30 km), num evento organizado pela secção de trail running do Clube Desportivo de Vila Franca (“Pretos da Vila Trail Running”), em parceria com o Município Vilafranquense. A primeira edição, realizada em 2019, contou com 160 atletas, o objetivo atual é chegar às 350 inscrições.

Requalificação do pavilhão desportivo da EBS de Santa Maria A Secretária Regional da Educação e a Secretária Regional das Obras Públicas e Comunicações assinaram a consignação da requalificação do pavilhão desportivo da Escola Básica e Secundária de Santa Maria. A Secretária das Obras Públicas e Comunicações, Ana Carvalho, começou por avançar que a intervenção tem um investimento de cerca de 1,8 milhões de euros e “pretende garantir a profunda reabilitação e reformulação do pavilhão gimnodesportivo, dado o seu estado geral de degradação”.

Gecite Açor implementa medidas de eficiência energética na Ribeira Grande

A Gecite Açor, ao longo do último ano, em colaboração com a Câmara Municipal da Ribeira Grande e ao abrigo de um projeto comunitário que visa a implementação de medidas de eficiência energética, interveio em seis edifícios daquele concelho, reduzindo os consumos e custos energéticos destes numa média superior a 50%. O projeto consistiu em três fases distintas: auditoria, elaboração de projeto de execução e, por fim, intervenção. Foram alvo desta ação o Teatro Ribeiragrandense, o Gabinete Apoio ao Munícipe, a Escola EB1JI D. Paulo José Tavares, o Estádio Municipal Ribeira Grande, o Complexo das Piscinas Municipais e a ETAR de Rabo de Peixe.

Mini concerto de violino na Montanha do Pico Um violino nos locais mais improváveis é o projeto que Nuno Santos trouxe até ao Montanha Pico Festival. Nuno Santos é um músico e aventureiro português. Durante mais de 15 anos tem levado o seu violino a alguns dos ambientes mais desafiantes do planeta. Das mais altas montanhas, às maiores ondas do mundo, é uma viagem pessoal que se tornou num projecto de vida. Recentemente esteve na ilha do Pico, subiu a montanha para um mini concerto com violino. A iniciativa foi apoiada ainda pela empresa de animação turística, atiPICO. Município de Vila Franca admitiu 8 novos trabalhadores ocupacionais A Câmara Municipal de Vila Franca do Campo admitiu, no inicio do ano, oito trabalhadores ocupacio-

nais, tendo estes assinado acordos de atividade ocupacional, ao abrigo do programa PROSA, válidos pelo período de um ano, com possibilidade de renovação por mais 6 meses. Câmara do Nordeste reúne-se com diretora regional do Desenvolvimento Rural O presidente da Câmara Municipal do Nordeste recebeu a diretora regional do Desenvolvimento Rural, Emiliana Silva, com a finalidade de acompanhar os projetos em desenvolvimento e outros que venham a ser desenvolvidos pelo município no âmbito da ASDEPR (Associação para o Desenvolvimento e Promoção Rural) ao abrigo do programa LEADER. Os apoios comunitários geridos pela ASDEPR abarcam não só candidaturas de organismos públicos como de privados, estando prevista a abertura do próximo período de candidaturas até 10 de fevereiro do corrente ano e contempla 6 áreas de apoio, designadamente, investimento na criação e no desenvolvimento de atividades não agrícolas; investimento em infraestruturas de pequena escala, incluindo energias renováveis e economia de energia; investimento em serviços básicos locais; investimentos em infraestruturas de lazer e turísticas e informações turísticas; investimentos associados ao património cultural e natural e ações de sensibilização ambiental.

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horóscopo Astrólogo Luís Moniz

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Carneiro 21/03 a 20/04 Amor: momento propício para iniciar projetos inovadores, mas controle a sua impulsividade e evite ações irrefletidas que possam provocar conflitos. Trabalho: esta é uma altura excelente para obter os resultados desejados. Daqui em diante, vai encontrar formas inteligentes de avançar na carreira.

Balança 23/09 a 22/10 Amor: o equilíbrio interior, a lucidez e a determinação são elementos essenciais para enfrentar com êxito o relançamento da sua vida sentimental. Trabalho: as profissões ligadas à estética e às artes estão protegidas. Contudo, afaste a tendência para projetar uma imagem indecisa e insegura.

touro 21/04 a 20/05 Amor: perspetivam-se acontecimentos maravilhosos experienciados no conforto do seu lar. Aproveite essa ótima energia para cuidar da sua intimidade. Trabalho: está com forte capacidade de trabalho e tudo tende a correr de acordo com a sua vontade. Agora está capaz de alcançar os seus objetivos.

Escorpião 23/10 a 21/11 Amor: tudo indica que as matérias relacionadas com a casa e a intimidade estão favorecidas. Trata-se de um ciclo especialmente agradável e estável. Trabalho: a nível profissional, a sua forte intuição está acentuada e pode ajudar-lhe a resolver situações de uma forma mais rápida que o normal.

gêmeos 21/05 a 20/06 Amor: atravessa uma fase agitada em termos sentimentais. No entanto, o diálogo sincero pode contribuir para a consolidação da sua relação amorosa. Trabalho: aproveite esta época de maior lucidez para redefinir o caminho a seguir. Porém, prevêem-se progressos que lhe trarão ganhos financeiros.

sagitário 22/11 a 21/12

Caranguejo 21/06 a 22/07 Amor: a vida afetiva evolui favoravelmente e sente que está em condições de desenvolver uma associação romântica de acordo com os seus sentimentos. Trabalho: siga a sua intuição e mantenha uma atitude corajosa de modo a conseguir realizar os seus sonhos. Mas, não tenha medo de fazer mudanças.

capricórnio 22/12 a 19/01 Amor: cuidado com algumas discussões que podem prejudicar o ambiente do lar. É fundamental que encare os problemas com flexibilidade e serenidade. Trabalho: durante esta fase, podem surgir soluções inesperadas para os seus problemas financeiros. Mas, seja humilde e assuma uma gestão rigorosa.

leão 23/07 a 22/08

aquário 20/01 a 18/02

virgem 23/08 a 22/09 Amor: a conjuntura beneficia a expansão da sua relação, mas afaste a tendência para a timidez e não tenha medo de evidenciar a sua faceta sensível. Trabalho: as negociações, as parcerias e as permutas estão protegidas. Está confiante e sabe que os projetos coletivos podem trazer-lhe regalias.

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signo do mês

Amor: as suas qualidades individuais estão exaltadas. Existe uma excelente harmonia familiar que lhe possibilita mostrar a sua nobreza de caráter. Trabalho: há uma energia que impulsiona transformações positivas na carreira. Podem surgir surpresas e apoios provenientes do seu clã de amizade.

Amor: cultive ideias positivas e acredite que pode construir um futuro vantajoso através do diálogo compreensivo entre ambos os elementos do casal. Trabalho: apresenta-se uma etapa ideal para demonstrar a sua perspicácia intelectual. Pode elaborar e delinear ótimas estratégias para o futuro.

Amor: talvez queira fazer alterações radicais que lhe permitem conquistar a sua liberdade. Embora seja uma pessoa racional, vigie as suas decisões. Trabalho: as atividades intelectuais estão especialmente favorecidas. Aliás, abrem-se novas possibilidades para melhorar a sua condição financeira.

peixes 19/02 a 20/03 Amor: crie bases para poder realizar os seus sonhos. A sua nova postura mais despreocupada e ousada vai permitir que concretize os seus intentos. Trabalho: possivelmente, sente capacidades criativas até agora desconhecidas que lhe poderão trazer vantagens. Mas, deve tomar iniciativas firmes.


Ser um Guzzista não é sobre a mota que tu escolhes, é sobre quem tu és!

OFICINA / VENDA DE MOTOCICLOS E ACESSÓRIOS AZORES PARK PAV. 3.12 296 20 19 20 ACCMOTAS@ACCYMBRON.PT cria ti va magazine - fevereiro 2022 • 53


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