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Ano I Nº 8 junho 2015

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gRANDE entrevista

Vasco Garcia Agricultura

concurso holstein frísia da associação agrícola Empresas

nova ferramenta da yazores.com dEPORTO MOTORIZADO

Entrevista a Ricardo Moura empresas

google to work chega a ponta delgada



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grande Entrevista

eventos

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Grande Reportagem

desporto motorizado

ficha técnica Propriedade:

criativaçores, Lda Rua do Espírito Santo, 77 - r/c Esq. Torres do Loreto 9500-465 Ponta Delgada NIF: 513 281 070 Email: criativa.azores@gmail.com

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Nº Registo: 126655 Diretora: Natacha Alexandra Pastor Editor: Carlos Costa Periodicidade: Mensal Tiragem: 5.000 exemplares Sede da Redação: Rua Espírito Santo, nº 77 R/chão Esqº 9500-465 Ponta Delgada Impressão: Coingra - Companhia Gráfica dos Açores Parque Industrial da Ribeira Grande - Lote 33 9600-499 Ribeira Grande Colaboradores: Renato Carvalho, José de Almeida Mello, Luís Moniz, Paulino Pavão/AFAA, João Costa Direção Comercial: João Carlos Encarnação Design Gráfico, paginação e publicidade: Orlando Medeiros - Criativa Fotografia: Carlos Costa e Orlando Medeiros Depósito Legal: 390939/15 O uso e reprodução parcial ou total de qualquer conteúdo existente nesta revista é expressamente proibido. Os anúncios existentes nesta revista são da inteira responsabilidade dos anunciantes.

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Yazores.com

entrevista jorge rita Concursos pecuários

Ribeira Grande programa de verão

TESTEMUNHOS DO TEMPO com José de almeida mello

Saúde

As demências

um olhar criativo

com Nelson Ricardo M. Raposo


Grande REportagem Estudos apontam resultados negativos

Batalha ao insucesso escolar

Os níveis de retenção, de insucesso e de abandono escolar precoce continuam a ser demasiado altos nos Açores. Dados do executivo açoriano indiciam que em 2011, 23% dos jovens açorianos entre os 15 e os 24 anos apenas tinham concluído o 2.º ciclo. À mesma data, a taxa de abandono precoce de educação e formação nos Açores era de 43,8%. Natacha Alexandra Pastor Direitos Reservados Os dados não são positivos, nem tão pouco animadores. O insucesso escolar nas ilhas é real. Tentando combater resultados pouco agradáveis, o Governo dos Açores pretende pôr em prática o Plano Integrado de Promoção do Sucesso Escolar – ProSucesso. O documento esteve em fase de Discussão Pública até ao passado dia 3 de junho e a intenção é colocá-lo em execução já no arranque do próximo ano letivo. O ProSucesso assume dois objetivos principais: reduzir a taxa de abandono precoce da educação e da formação, ou seja, os jovens dos 18 aos 24 anos que não concluíram o ensino secundário e não estão a frequentar nenhum tipo de educação ou formação, formal ou informal; aumentar o sucesso escolar em todos os níveis e ciclos de ensino. No final do mês de maio, o secretário regional da Educação falou deste programa, numa altura em que encerrou um périplo de visitas pelas 40 unidades orgânicas do sistema educativo público regional, para

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conferir que se iniciam “outras etapas, mais ambiciosas e mais difíceis” para o executivo açoriano, sendo a principal a erradicação ou, pelo menos, a redução do insucesso escolar, que será conseguido “com esforço, ambição e, também, com um certa dose de utopia”. À nossa reportagem, o Sindicato dos Professores dos Açores (SPRA) faz a sua leitura deste programa, destacando o seu parecer positivo quanto às linhas orientadoras. António Lucas, em representação deste sindicato, enaltece “a tentativa de abordagem, em rede, com a parceria de outras áreas da governação, é aliás, a perspetiva também defendida por esta estrutura sindical, desde longa data, para a necessidade de se constituírem parcerias institucionais, sobretudo, entre a educação e a segurança social de forma a sensibilizar e agir junta das famílias em que o absentismo mais se faz sentir, nomeadamente, aquele tipo de absentismo intermitente que ocorre com mais frequência nas escolas da Região.” Todavia, o SPRA recorda que o ponto de partida para o sucesso deste programa, e da intervenção que se pretende fazer em relação ao absentismo e insucesso, está longe das metas definidas, desde já. “Quanto às metas definidas para 2020/21 e 2025/2026 consideramos demasiado ambiciosas tendo em conta o nosso ponto de partida, nomeadamente no 3º Ciclo do Ensino básico e, sobretudo, no Ensino secundário.” Dado também preocupantes segundo o mesmo sindicato, é o facto de se verificar

que “os maiores problemas de insucesso e absentismo estão concentrados em S. Miguel, em quase todos os concelhos com excepção de Ponta Delgada.” Questionado, em paralelo, com o facto de as escolas privadas na região apresentarem melhores desempenhos quando realizados rankings das melhores provas ou classificações de fim de ciclo, o SPRA sintetiza a questão e refere que “Cremos que as razões se podem resumir da seguinte forma: as escolas privadas podem escolher os seus alunos e o universo dos seus “clientes” vêm de meios socioeco-

nómicos mais favorecidos.” Críticas também do sindicato perante os eventuais exames a professores. A estrutura sindical dos Açores diz não tolerar a realização de exames a docentes já certificados, admitindo, apenas, um exame de ingresso na profissão. “Admitimos a possibilidade de um exame de ingresso na profissão ou na conclusão do estágio pedagógico, em circunstância alguma admitimos para docentes já certificados nos termos da Lei e depois de já terem lecionado e sido avaliados em exercício de funções.”

Estudos colocam Açores a negro Um estudo, realizado em 2013, tendo por mote as causas de abandono e insucesso escolar - comparação entre a realidade açoriana e continental, que teve como principal objetivo identificar e comparar o efeito dos diversos fatores no abandono e/ou insucesso escolar dos alunos e identificar as diferenças entre as causas do insucesso escolar observadas nas escolas de Portugal Continental e dos Açores, determina alguns números.

Contando com a participação de 206 sujeitos, do 3º ciclo do ensino básico, com idades compreendidas entre os 13 e 19 anos e que contam com pelo menos uma retenção no seu percurso escolar, o trabalho permitiu concluir desde logo que a maioria dos sujeitos apresentava um baixo nível socioeconómico, identificável pelo número de indivíduos submetidos ao apoio social escolar e pela baixa escolaridade dos pais. Verificou-se ainda

que existia uma elevada percentagem de “consumo esporádico” de bebidas alcoólicas (48% nos Açores e 43% no Continente) e um consumo de drogas superior no Continente (com 20%) comparativamente aos Açores (com 13%). Verificado foi, também, que no 5º ano, ou anterior, e no 7º ano do ensino básico houve maior número de reprovações. O insucesso escolar dos irmãos parece exercer também algum peso no assunto,

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com percentagens na ordem dos 57% nos Açores e de 44% no Continente. Por último, um número razoável de indivíduos já pensou em abandonar a escola com valores de 34% e 20% nos Açores e Continente, respetivamente. Segundo os alunos o “não gostar da escola”, a “vontade ou necessidade de trabalhar”, a “distância da casa à escola”, a “complexidade das matérias” e a “descrença sobre o futuro profissional” são dos pontos que mais promovem esses pensamentos. Maior pertinência terá o estudo realizado para a EPIS – Empresários para a inclusão social, intitulado “Atlas da Educação - Contextos sociais e locais do sucesso e insucesso em Portugal, 1991-2012”, cujo intuito foi o de identificar os contextos do território nacional onde a problemática do abandono e do insucesso escolares pudessem apresentar expressões mais marcadas e cujas dinâmicas pudessem ser aferidas em função de critérios quantificados assentes em evidência cientificamente sustentada. Nesse estudo nacional, os Açores surgem mencionados, de vez em quando, em pontos-chave muito específicos. Não há,

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como tal, uma leitura transversal sobre causas, problemas, consequências, ou dados relativos a faixas etárias que permitam uma leitura mais atenta e cuidada. Ainda assim o documento, que se baseou grandemente, na leitura dos Censos de 1991, 2001 e 2001, deixa alertas importantes, na sua generalidade apontando negativamente para os resultados escolares na região. Por exemplo, é destacada a região Açores, a par com a do Alentejo, por via das taxas de atraso escolar registadas em 2001, que se revelaram superiores às observadas 20 anos antes. No capítulo do abandono e insucesso escolar, os Açores surgem, de novo, com maus indicadores. “Em 2011, os municípios que apresentam as maiores taxas de abandono escolar evidenciam-se pela associação a concelhos rurais em risco de desertificação, com bolsas de pobreza e populações com identificação étnica, sendo de salientar um número considerável de concelhos da Região Autónoma dos Açores.” No quadro que se apresenta sobre esta matéria, verifica-se que em quarto lugar

da tabela dos 25 concelhos com as mais elevadas Taxas de Abandono Escolar (10-15 anos) surge o concelho da Lagoa, com taxas de 4,22% em 2011. Em 12º lugar surge o concelho da Ribeira Grande, com 3,60%. Por fim, em 20º lugar, surgia o concelho de Santa Cruz da Graciosa com uma taxa de abandono escolar na casa dos 3,11%. No estudo feito, volta a surgir um dado curioso. Em 1991 o grande foco de abandono localizava-se na metade litoral do norte do país a que deveremos juntar alguns dos concelhos do Pinhal Interior e uma grande parte dos concelhos do Baixo Alentejo. “Neste mesmo padrão deverão incluir-se as regiões autónomas dos Açores e da Madeira”. O mesmo cenário se coloca quando o estudo promove a diferença e se centra na questão do abandono escolar precoce. Também aqui os dados dos Açores são apontados como um dos casos preocupantes. “Se considerarmos o conjunto dos 25 municípios que apresentam em 2011 as maiores taxas de abandono precoce destacam-se, em primeiro lugar, os que pertencem à Região Autónoma dos Açores.” Com efeito, os primeiros cinco nomes do quadro são ‘ocupados’ pelos concelho de Vila do Corvo, Ribeira Grande, Lagoa, Vila Franca do Campo e Santa Cruz das Flores, com taxas de abandono na ordem dos 30% - à exceção do Corvo. À medida que se olha para o quadro demonstrativo, verifica-se ainda a presença de mais cinco concelhos dos Açores entre os que lidam com este problema: Nordeste, Povoação, Santa Cruz da Graciosa, Velas e Praia da Vitória, todos estes, de novo, com percentagens de abandono superiores aos 30%. Perante os muitos casos de insucesso escolar, e muitas vezes, antes que eles se tornem num problema verdadeiramente gigantesco, os progenitores tendem a recorrer a ajuda profissional. Há quem opte por orientar os filhos com explicações nas matérias nas quais tendem a surgir menos motivação, mas também há os casos mais complexos que levam pais e filhos ao psicólogo. À Criativa Magazine a psicóloga Vânia Pardal traça algumas considerações – do seu ponto de vista e experiência profissional – a ter em conta.


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Mais do que um professor, alguns alunos precisam de um tutor Há alguns anos atrás um grupo de investigadores decidiu aplicar uma prova de carácter cognitivo (medição do Quociente de Inteligência) a alunos do primeiro ano. De seguida realizou uma reunião com os professores responsáveis pelas turmas informando-os dos resultados obtidos no teste. Mais tarde, quatro anos depois, os mesmos investigadores voltaram à escola e analisaram o percurso escolar dos alunos submetidos à prova e notaram que o sucesso na escola, avaliado pelas classificações das provas de avaliação, estava relacionado com o nível de QI. Estes resultados não teriam nada de surpreendente se os QIs apresentados na primeira reunião fossem reais, mas não eram! Os investigadores forneceram resultados fictícios das provas cognitivas mostrando que existem outros fatores, para além da inteligência, que estão relacionados com o sucesso escolar. Na altura, estes resultados foram interpretados à luz do investimento dos professores nos alunos que, pensavam, eram mais inteligentes e algum descrédito dado aos alunos que acreditavam ter alguma carência a nível cognitivo. Referiram, ainda, a autoestima e autoeficácia dos alunos que, embora não tivessem tido conhecimento dos resultados fictí-

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cios da prova, agiam de acordo com ela, pelas mensagens que interpretavam dos professores. Embora o nível de habilidades cognitivas seja um bom preditor do sucesso escolar, este não se esgota no primeiro. Tenho conhecido muitos alunos que possuem elevadas dificuldades a nível cognitivo mas que, por estarem motivados e se esforçarem, conseguem obter resultados muito acima do esperado. Por outro lado, conheço outros tantos que, mesmo inteligentes, ficam aquém do necessário para passar de ano. Quantas e quantas vezes ouvimos dizer ‘vai reprovar e é um aluno tão inteligente, mas não se esforça nada’. São alunos que, noutros contextos, mostram ser capazes de aprender, são ‘espertos’, mas na escola têm muitas negativas. O facto de um aluno inteligente não obter sucesso escolar faz antever que está a canalizar a sua energia para outras atividades fora da escola. Falta, portanto, um trabalho com esse jovem no sentido de mudar as suas atitudes face à aprendizagem formal no sentido de alterar os seus comportamentos, as competências pessoais e sociais que favoreçam o contexto da sala de aula e que, em última aná-

lise, o faça não faltar, estar atento e estudar mais. Para muitos alunos, isto significa mesmo uma mudança grande mas crucial no seu percurso de vida, pois insucessos repetidos na escola, muitas vezes, podem significar a associação a grupos de pares problemáticos e marginalização. Tal como os alunos com dificuldades cognitivas, estes alunos constituem um grupo que deve merecer a nossa atenção. É fácil ‘desistir’ destes alunos, atribuindo-lhes culpa pelo seu insucesso. É claro que estes alunos têm uma parte de responsabilidade no seu percurso, pois o afastamento em relação à escola é uma decisão que passa por eles, no entanto, os professores e os restantes profissionais da educação presentes na escola, muitas vezes são a última linha na vida destas crianças e jovens, representando a última esperança na alteração do seu percurso de vida.


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Este é um desafio que todos os professores atravessam. Não é nada fácil nem imediato motivar um aluno que não quer estar na escola, por isso esta não deve ser apenas um local onde se aprendem conteúdos programáticos. Mais do que ensinar conteúdos devia ser dado aos professores oportunidade de ensinarem o gosto pela aprendizagem, o gosto por questionar aquilo que é aprendido, a reflexão, as consequências e implicações práticas dos conteúdos teóricos. Um professor dinâmico que mostra que gosta do que faz e que dá utilidade prática à sua matéria (mostra que o que os alunos aprendem pode ser importante para as suas vidas) pode fazer a diferença numa turma desmotivada. Cabe ao professor a difícil, e por vezes ingrata, tarefa de munir o estudante das estratégias e estímulos que não só facilitem a sua aprendizagem como fomentem o gosto por aprender

coisas novas. Mais do que um professor, ele deve ser um tutor! Da frustração ao desinteresse e à inação Um ciclo que se repete Por outro lado temos um aluno que está habituado a fracassar, está habituado a vivenciar experiências negativas na escola e associa-as ao insucesso. Mesmo que demonstre não se importar com isso, a minha experiência diz-me que em cada negativa que recebe, o aluno vivencia um momento de frustração, pois ninguém gosta de receber indicações de que é mais fraco em alguma coisa. A frustração leva ao desinteresse, o desinteresse à inação, a inação ao insucesso e o insucesso à frustração, e o ciclo repete-se vezes sem conta. Até que o aluno, quando reúne os meios necessários (e o apoio de um grupo desviante), acaba por abandonar o sistema de ensino, o que é, em certa medida, compreensível.

O papel da escola, neste caso, será contrariar o efeito destes grupos desviantes onde o jovem encontra apoio nos ciclos de frustração. Desta forma, a escola para balancear e impedir a saída do jovem deve proporcionar, mesmo nos alunos mais fracos, experiências de sucesso. Tal passa por procurar aquilo que o aluno gosta de fazer e apostar naquilo que ele é bom, seja no futebol, seja nas artes plásticas, seja no que for, e estabelecer uma ponte e um vínculo com o aluno. Mais do que na inteligência dos alunos, a chave para o sucesso escolar está na relação que a escola, os professores e os restantes funcionários e técnicos estabelecem com os alunos, na capacidade de transformar dificuldades em oportunidades e marginalização em laços e vínculos afetivos. Vânia Pardal – Psicóloga vania.m.pardal@gmail.com

Em 2011/2012 e 2012/2013, os Açores registaram, em todos os ciclos do ensino básico e no ensino secundário, as taxas de retenção mais elevadas do país. Apesar de os Açores serem a região de Portugal que possui a estrutura demográfica mais jovem, continua a ter um dos mais baixos níveis de escolarização, associado a uma das mais elevadas taxas de abandono precoce da educação e da formação. No ano letivo de 2012/2013, em cada cinco alunos, um não aprovou o 4.º ano de escolaridade e a retenção no 2.º ciclo atingiu os 17%. No 3.º ciclo e no secundário, em cada quatro alunos, um ficou retido. Neste mesmo ano, 10% dos alunos que frequentavam o 1.º ciclo já deveriam estar nos ciclos seguintes, e na faixa etária dos 15 aos 17 anos, 38% dos alunos matriculados ainda não estavam a frequentar o ensino secundário. Em 2011, o concelho da Lagoa foi o que apresentou o valor mais elevado de taxa de abandono, seguido da Ribeira Grande e Santa Cruz da Graciosa com valores acima dos 3%, sendo que a maioria dos concelhos apresentou um valor superior a 2%. O orçamento total da educação nos Açores cresceu cerca de 13,4%, de 2004 a 2014, atingindo o valor mais alto em 2010. A Região Autónoma dos Açores tem como objetivo prioritário, no período 2014-2020, a redução da taxa de abandono precoce da educação e da formação.

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grande entrevista

Entrevista a Vasco Garcia

A Autonomia dos Açores tem sido “subtilmente espartilhada”

Encerra no final de 2016 mais uma etapa da sua Vida. Deixa a direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada, onde viveu um episódio peculiar, que teve parte do seu desfecho. Falta, segundo Vasco Garcia, “reparar publicamente a difamação agravada, pessoal e institucional, de que fui alvo”. A saída desta associação não o fará sossegar, tem a grande vontade de regressar à investigação. Natacha Alexandra Pastor

Carlos Costa


CRIATIVA - Sabendo que tem uma predileção pelo número 7, esta entrevista vai procurar que sejam sete as perguntas. Falta cerca de meio ano para completar 9 anos como presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada. Foi um desafio cumprir (ou estar prestes a) três mandatos consecutivos? Vasco Garcia - Sem dúvida que foi um desafio cumprir, dado que a maior parte se passou — e continua! — num período grave de crise económica e de dificuldades financeiras. Aliás, dada a anterior revisão dos estatutos, que atrasou para abril em vez de dezembro duas eleições, o atual mandato só termina em dezembro de 2016. Embora, se não fosse isso, terminasse em dezembro deste ano. Com que espírito partiu para este compromisso e que perspetivas se abriram ao desempenhar estas funções? VG - Como sempre, o norte foi o cumprimento de um serviço público, embora desta vez não remunerado, visto estar aposentado como Reitor da Universidade. As perspetivas eram muitas, mas a crise que se abateu sobre nós impediram muitos projetos. Desde logo, o aproveitamento imobiliário do valioso terreno anexo ao quartel, a ampliação das garagens, a cooperação internacional... mas o Homem põe ... e Deus dispõe. Enfrentou um momento/episódio que fez estampa na comunicação social, envolvendo uma manifestação de bombeiros e a demissão do ex-comandante dos

Bombeiros. Não sendo homem de virar costas ou de deixar de falar em questões eventualmente mais sensíveis, revê este processo e analisa que …? VG - Este processo ainda não acabou, porque falta reparar publicamente a difamação agravada, pessoal e institucional, de que fui alvo. Para bem dos bombeiros e da AHBVPD, a Direção a que presido aplicou a Lei, com os resultados que são conhecidos. Havia talvez quem pensasse que intimidariam a Direção e a mim próprio, mas enganaram-se, porque quem não deve, não teme. E cumprir a missão que nos confiaram, com espírito de cidadania, é o mais importante.

Negligenciamos demasiado tempo o nosso mar É um estudioso, um homem da Política, do Ensino, da Cidadania. Traz no seu currículo de Vida uma participação muita ativa na Sociedade, pelo que mais esta experiência, certamente, o terá permitido ganhar novas visões da sociedade açoriana, mas também das políticas e decisões nacional e europeias que nestes últimos anos transformaram a Europa. Como vê no presente, esta nossa região, Portugal e as instâncias europeias? O seu crescimento, o afirmar de ideais e a construção de uma Europa coesa e socialmente equilibrada? VG - Quanto à Europa, estou bastante pessimista. Esta União Europeia tem mui-

“Havia talvez

quem pensasse que intimidariam a Direção e a mim próprio, mas enganaram-se…

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pequeno país, joguete de interesses que ditam de fora as suas leis, perdeu na prática a sua soberania.

deixámos sair de “mãos açorianas instrumentos importantes para o futuro, como um Banco, uma Companhia de Seguros... e, um destes dias, vai a SATA.

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to pouco a ver com os ideais de coesão económica e social dos anos 90 do século XX. Portugal, um pequeno país, joguete de interesses que ditam de fora as suas leis, perdeu na prática a sua soberania. O Prof. Marcelo Caetano profetizou isso mesmo num livro que escreveu no Brasil, há 30 e tal anos. Os Açores têm visto a sua Autonomia subtilmente espartilhada, mas enquanto estivermos 50% dependentes dos dinheiros que nos vêm da União Europeia e dos magros cofres nacionais, nunca teremos outra saída. No que à nossa região diz respeito, gostaríamos que partilhasse a sua leitura do muito de bem e de bom que tem vindo a ser trabalhado, mas também que apontasse as maiores falhas de governação.

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VG - De positivo, foi o surto de infraestruturas que os Governos do Dr. Mota Amaral puseram de pé e consolidaram uma certa ideia de Região. Este desenvolvimento seria impossível sem a integração europeia. Quando falo em infraestruturas, refiro-me igualmente às humanas, nomeadamente através do investimento na Educação. Depois, com os Governos de Carlos César, potenciou-se a abertura ao exterior, por via do turismo, o que foi uma boa aposta. Agora, com Vasco Cordeiro e abertura do espaço aéreo às companhias ditas de “baixo custo”, veio o esperado pulo no desenvolvimento turístico. To-

davia, negligenciou-se demasiado tempo o nosso mar (continuo a considerar um erro grave não termos um navio de investigação à altura das potencialidades a explorar) não se apoiou devidamente a nossa Universidade (e anda-se para aí a “semear” a Região de Observatórios e Parques Tecnológicos que deviam pertencer -lhe) e, para cúmulo, deixámos sair de mãos açorianas instrumentos importantes para o futuro, como um Banco, uma Companhia de Seguros... e, um destes dias, vai a SATA.

O regresso à investigação A sua passagem por esta associação é mais uma etapa da sua preenchida vida. Pretende continuar a contribuir para e com as instituições açorianas, com o seu conhecimento, dedicação e disponibilidade? VG - Certamente! Mas a vida é um desafio permanente, não é? E para tudo é preciso saúde, um bem precioso. Enquanto ela existir e os neurónios funcionarem bem, porque não estar disponível? A terminar. Em 2016 finda o seu mandato na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada. Sabendo-se à partida que não se aquieta, naturalmente que tem projetos em mente. Podemos perceber o que se segue na sua vida? VG - Tenho em mente regressar à investigação científica, com um projeto que me “trota” na cabeça há uns anos e exigirá uma boa e jovem equipa da nossa Universidade. Vamos a ver se chego lá!


homenagem

Câmara Municipal presta homenagem aos presos do 6 de junho de 1975 Natacha Alexandra Pastor

Direitos Reservados

Quarenta anos depois, a câmara municipal de Ponta Delgada prestou uma simbólica homenagem aos 31 homens que foram presos na sequência do 6 de junho de 1975, precisamente no local onde se virou mais uma página na História dos Açores, pretende honrar a liberdade e a democracia. A cerimónia incluiu o descerrar de uma placa que assinala aquele momento histórico, que fica visível, a partir de agora, na rua 6 de Junho, no jardim interior do Centro Municipal de Cultura. No momento desta cerimónia, o autarca José Manuel Bolieiro expressou que, com este ato, que faz parte da nossa História, pretende-se “honrar a liberdade de expressão, a liberdade de pen-

samento, da liberdade de manifestação. Honrar a democracia”. “Não podemos escamotear os factos da nossa História e, sobretudo, não podemos esquecer a geração que fez da convicção de uma causa a sua grande luta e teve as consequências que todos conhecemos”. Os 31 homenageados: Abel da Câmara Carreiro, Aguinaldo da Silva Almeida Carneiro, Álvaro Pereira Branco Moreira, António Brum de Sousa Dourado, António Clemente Pereira da Costa Santos, António José de Amaral, António Manuel Gomes de Meneses, António Nuno Alves da Câmara, Armando Guilherme Goyanes Machado, Bruno

Tavares Carreiro, Carlos Eduardo da Silva Melo Bento, Eduardo José Pereira de Almeida Pavão, Fernando Manuel Mont’Alverne de Sequeira, Gualberto Borges Cabral, Gustavo Manuel Soares Moura, João Gago da Câmara, João Luís Soares dos Reis Índio, João Manuel Furtado Rodrigues, José Joaquim Vaz Monteiro de Vasconcelos Franco, José Manuel Duarte Domingues, José Nuno de Almeida e Sousa, Luís dos Reis Índio, Luís Manuel Duarte Domingues, Luís Maria Duarte Moreira, Luís Octávio dos Reis Índio, Luís Ricardo Vaz Monteiro de Vasconcelos, Manuel da Ponte Tavares de Brum, Manuel Oliveira da Ponte, Tomaz Faria Caetano, Valdemar de Lima Oliveira e Victor do Carmo Cruz.


Ingredientes:

Peito de frango aos cubos Bacon laminado Pimento verde cortado em pedaços Cebola cortada em pedaços Sal grosso q/b

Modo de Preparação:

Cortar o peito de frango em cubos. Grelhar os pedaços de peito de frango com sal. Grelhar o pimento, bacon e cebola. Posteriormente colocar os ingredientes no espeto na seguinte ordem: peito de frango, bacon, pimento verde e cebola. Repetir o procedimento mais quatro vezes. Após a espetada estar pronta poderá acompanhar a mesma com batata frita, arroz branco ou de legumes, salada, feijão preto, entre outros. Está pronto a servir!

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Aplicação inovadora

Yazores.com oferece novos serviços aos turistas A empresa açoriana Yazores.com acaba de lançar a Yazores Adventures, uma aplicação mobile, que tem como objetivo melhorar a experiência dos turistas que visitam os Açores. Natacha Alexandra Pastor

Carlos Costa

Divulgando de uma forma inovadora toda a oferta de animação turística que a Região dispõe e permitindo a compra de diferentes ofertas disponíveis em vários parceiros do negócio, a aplicação permite que à distância de um clique, o turista possa programar todo o plano das suas férias num único site, que prima ainda pelo dinamismo. A aplicação permite que o cliente reserve as suas atividades enquanto permanece nas ilhas, através de smartphone. Para tal, os turistas que se encontram nos Açores terão apenas que entrar na aplicação e digitar o código promocional disponível nos hotéis aonde estão alojados. Ao site associam-se inúmeros parceiros regionais que oferecem as suas atividades, de forma muito dinâmica. Centrada no mercado dos EUA e Canadá, a empresa Yazores.com tem vindo a trabalhar com um cliente muito particular, com uma forte apetência pelas experiências que os Açores podem proporcionar. A Yazores.com procura um cliente que pesquisa e compra o seu destino de férias online.

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A empresa está a trabalhar, explica o gerente João Medeiros, “com um público um pouco diferente daquele a que estávamos habituados, que vinha aos Açores em voos charters, através das agências tradicionais.” A empresa iniciou a sua atividade focada muito nos países em que a SATA operava, depois disso percebeu que quer os Estados Unidos quer o Canadá tinham uma maior apetência pela compra das suas férias online. “A Alemanha que é um destino que nos visita e que tem um peso no turista que vem aos Açores, é um mercado que não compra online, logo para nós não é tão apetecível. Ao contrário, França, Itália e Espanha, onde estamos a fazer uma grande promoção, são mercados importantes para nós.” Por outro lado, João Medeiros explica que este tipo de turista traz valor acrescentado à região. Traçando o perfil do vistante, o mesmo responsável faz a distinção consoante o país de origem. “Se falamos do turista estrangeiro, falamos do casal, acima dos 50 anos. Se falamos

do turista nacional, aí falamos no turismo em família.” Além da venda para os Açores, através do site, qualquer pessoa pode comprar viagens ou serviços de Turismo nos Açores, ou para fora dos Açores. O site trabalha com a SATA, TAP, e, mais recentemente com as low cost. As empresas de animação turística, e outros serviços diretos ao turista, aderiram massivamente à aplicação disponibilizada pela Yazores.com. Em 2014, a reserva através do site Yazores.com atingiu 5 mil pessoas, mas para este ano a empresa espera o dobro de reservas no serviço que disponibiliza. Curiosamente, o turista que procura o Yazores.com tem uma procura acrescida na chamada época baixa, o que é extremamente positivo para a até aqui sazonalidade açoriana. A comprová-lo, refere o mesmo responsável, está o número de reservas efetuadas já para os meses de outubro e novembro, para o novo hotel das Furnas.


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desporto

ACB Racing solidário com crianças gravemente doentes Natacha Alexandra Pastor

Direitos Reservados

A ACB Racing, com vários parceiros - Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, Kumho Tyres, Milwaukee Tools, One Great, Francisco Veloso - Design, Vídeo & Media e Decoracing – estão a apoiar uma causa social e solidária, que pretende angariar verbas para a Make a Wish, uma organização internacional mas que conta com um núcleo na ilha Terceira e que realiza desejos a crianças e jovens dos 3 e os 18 anos, com doenças graves. A iniciativa passa pela participação de Tiago Azevedo no Rali Sprint das Sanjoaninas, prova que tem lugar no dia 20

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de junho, ao volante do Citroen Saxo Cup, da ACB Racing, que vai ser todo decorado com as cores da Make a Wish. Mas a participação de Tiago Azevedo pode ser estendida a todos os interessados, basta que doem10 euros, e, nesse caso terão a oportunidade de ver o seu nome inscrito nas zonas brancas da viatura que foram propositadamente selecionadas para esse efeito. Para colaborar nesta iniciativa solidária basta contactar a ACB Racing através do telefone 912 561 474 ou através da página de facebook Acbracing_Azores.

Em nome da ACB Racing, António Castelo Branco explica que “Esta foi a forma que encontrámos para divulgar o excelente trabalho da Make a Wish e de contribuirmos para a concretização de sonhos a crianças que precisam mais que ninguém de momentos de alegria nas suas vidas. Esta não é uma iniciativa apenas da ACB Racing e ficámos muito felizes quando todos os nossos parceiros fizeram questão de dizer “sim” a esta campanha. Desta vez o objetivo não é desportivo. O que mais nos interessa é podermos ajudar as crianças da Make a Wish a ter motivos para sorrir”.


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acessibilidades

Dificuldades nas acessibilidades provocam isolamento

A existência de barreiras no acesso ao meio físico edificado e às tecnologias da informação e das comunicações representa um grave atentado à qualidade de vida dos cidadãos com mobilidade condicionada ou com dificuldades sensoriais. Natacha Alexandra Pastor

Direitos Reservados

Há muito que se tenta minimizar os impactos causados pelas barreiras que se colocam a milhares e milhares de pessoas que se veem privados de se deslocarem, de igual para igual, pelos caminhos de Portugal. A total eliminação de barreiras está longe de acontecer, por esse motivo lutar diariamente pela construção de um país mais acessível, é uma tarefa que obriga a repensar o que está feito. É certo e sabido que essas barreiras promovem a exclusão social, acentuam preconceitos e favorecem práticas discriminatórias, prejudicando, nomeadamente, as pessoas com deficiência e os mais idosos.

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A Constituição da República Portuguesa atribui ao Estado a obrigação de promover o bem-estar de todas as pessoas, e, embora haja muito por onde os portadores de deficiência, em particular, possam reivindicar os seus direitos, a maioria desconhece-os. Um estudo, de 2013, promovido em Portugal sobre as condições de acesso destas pessoas, põe em evidência esse detalhe. O documento refere que há “um grande desconhecimento sobre os seus direitos e sobre as formas de os acionar”. Embora não grandemente representativo, este trabalho de investigação, apenas realizado em Lisboa, no Porto e no Al-

garve, aponta as principais queixas dos indivíduos inquiridos. A maioria diz sentir com regularidade dificuldades no acesso aos edifícios, aos transportes públicos e aos sistemas de comunicação, o que provoca situações de isolamento e discriminação. Noutra leitura, o documento realça que “apesar da existência em Portugal de um quadro normativo regulador e promotor das condições de acessibilidade ao meio e aos mecanismos de informação e comunicação, as pessoas com deficiência são frequentemente colocadas em situações de discriminação e marginalização pela falta de acessibilidade”.


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Pizzaria Time&Chicken assinala 15 anos

Negócios familiares geridos de perto e com rigor

Ser-se empresário exige uma consciência e rigor profissionais acrescidos em tempos difíceis. A gestão está hoje dependente de inúmeros fatores. No ano em que comemora 15 anos de existência, a gerência da pizzaria Time&Chicken recorda que foi pioneira no mercado local e isso permitiu fidelizar clientes que ainda hoje se reveem no serviço que a empresa presta. Natacha Alexandra Pastor

Direitos Reservados

A dedicação à marca exige muito trabalho, que não se esgota no momento em que se fecha a porta do estabelecimento. Quem está no setor da restauração reconhece que os tempos são hoje mais difíceis. A falta de emprego gerou um ciclo complicado, a degradação social nota-se no poder de compra das pessoas, muito mais débil, hoje, do que há uns anos atrás. Como tal, manter a mesma qualidade, aos mesmos preços de há quatro ou cinco anos a esta parte, exige uma ginástica financeira tremenda. Como se não bastasse, o impacto das obrigações ao Estado pesam no final do mês, nas contas das empresas. É um acumular de despesas que não se coadunam com o ritmo dos negócios.

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“Desde 2010 que temos notado um decréscimo de clientes, em 2012 foi o ano mais difícil, e, neste momento, ainda não vejo melhorias, mas mantenho esperanças que as coisas venham a melhorar.” São estas algumas das preocupações e considerações que tem, por exemplo, o proprietário da empresa Time&Chicken, que gere um negócio com cerca de 14 funcionários, mantendo diversas lojas abertas há alguns anos. Foi pioneiro no ramo de negócio quando chegou a São Miguel, e abriu a primeira pizaria, fez este ano 15 anos. Transportou consigo o conceito de pizzaria, quando ninguém no mercado o fazia. Além da ideia, trouxe o know-how, adquirido durante vários anos numa empresa onde trabalhou. A consistência do trabalho e a qualidade

do produto teve os seus frutos e permitiu uma fidelização de muitos clientes, alguns dos quais estão com Manuel e Sãozinha Vultão desde os primeiros anos de atividade. Em algumas zonas da ilha, nota-se ainda mais as fragilidades, caso da cidade da Ribeira Grande, onde o desemprego se abateu fortemente, o que fez notoriamente alterar o mercado de clientes da empresa. O proprietário do espaço, que iniciou o seu primeiro negócio em 1982, na diáspora, onde viveu vários anos, não tem dúvidas de que o clima de dificuldades económicas está longe de ter terminado. Só com grande espírito de missão se mantêm as portas abertas, embora esteja confiante de que tudo há-de regressar à normalidade.



Entrevista a Jorge Rita

Concursos pecuários com animais de alto valor genético

A Associação Agrícola de São Miguel volta a receber os Concursos da Raça Holstein Frísia. Com animais de alta qualidade, a associação acredita que a Produção tem feito um excelente trabalho e isso só pode permitir que se intensifique a exportação. Natacha Alexandra Pastor

Carlos Costa

Criativa - Face a anteriores participações, que número de presenças ao concurso está previsto? Jorge Rita - Como tem sido usual a participação dos produtores de leite nos concursos pecuários tem sido expressiva e, mais uma vez, as expetativas apontam para mais de 200 animais presentes no XIV Concurso Micaelense da Raça Holstein Frísia e do IX Concurso Juvenil Micaelense da Raça Holstein Frísia. Estes eventos servem essencialmente para dar alguma autoestima aos lavradores, servindo para mostrar o trabalho extraordinário, o entusiasmo, e a grande vontade e convicção que têm em relação aos concursos pecuários, sabendo que pode ser uma mais-valia para a sua exploração, ao aproveitarem esta montra de apresentação dos seus animais. No que respeita ao concurso juvenil tem existido uma maior participação? Este concurso está pensado de forma a incutir nos mais novos o gosto e apetência para a Lavoura? Acredita que o futuro do setor está a ser devidamente assegurado pelas gerações mais novas? O concurso juvenil vai já na sua 9.ª edição, constatando-se, desta forma, a adesão da juventude a esta iniciativa, que foi pioneira na região e que tem cumprido os objetivos com que foi criada, nomeadamente de divulgar esta atividade de forma pedagógica e incutir nos mais jovens o gosto pelos animais e vontade de participação em concursos pecuários, resultando numa simbiose perfeita entre crianças e animais.

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A alegria de ver animais e crianças, onde se criam laços e relações de grande beleza, é um enorme prazer, e um sinal de que esta atividade tem futuro, o que, aliado à elevada adesão de jovens aos cursos de formação promovidos pela Associação Agrícola de São Miguel, permite aferir da importância da agricultura no futuro da nossa região. O melhoramento genético será, certamente, um processo em constante evolução. Neste momento, como vê/analisa e classifica a associação todo o trabalho que tem feito no sentido de apurar animais de grande qualidade e, com isso, matéria-prima de elevado reconhecimento?

A evolução genética em São Miguel tem sido, nos últimos anos, extraordinária, atendendo ao querer e vontade dos produtores de leite, que têm contribuindo decisivamente para o desenvolvimento e aperfeiçoamento da raça Holstein Frísia, através da especialização crescente que tem sido desenvolvida na Agropecuária Açoriana. Nos concursos pecuários realizados em São Miguel, estão a concurso animais de grande qualidade, de alto valor genético, que resultam da aposta que tem sido feita pelos produtores de leite, através da inseminação artificial e da transferência de embriões e da formação promovida pela Associação Agrícola de São Miguel, que permitirá, no futuro, explorar mais um canal de exportação, através da venda de animais e de genética. A Associação Agrícola de São Miguel tem disponibilizado a todos os seus associados, um conjunto alargado de serviços, que lhes tem permitido aumentar a competitividade das suas explorações e tem sido fundamental na melhoria das suas eficiências e na sua capacidade de se adaptarem às transformações que ocorrem constantemente no setor agrícola. Desta forma, a produção tem feito o seu trabalho, e, em São Miguel, a classificação de leite, com uma grelha máxima de 9 pontos, apresenta um valor de 8,5 pontos, pelo que, estamos muito próximos da excelência, por isso, falta à indústria potenciar, ainda mais, a qualidade da matéria-prima que possui.


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Mais de 30 eventos

Ribeira Grande com programa de verão até setembro O presidente da Câmara da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, apresentou nos primeiros dias de junho o programa das festas da cidade e do concelho pensadas para o verão de 2015. Natacha Alexandra Pastor

Direitos Reservados

O primeiro dos eventos teve início a 7 de junho, seguindo-se um ritmo constante de eventos religiosos, culturais e recreativos que vão animar a cidade e o concelho ao longo do verão. O programa acolhe o lema “Verão é na Ribeira Grande”, e inclui, naturalmente, as tradicionais marchas de São Pedro, a 27 de junho. A sessão solene do feriado da cidade terá lugar a 29 de junho, é o assinalar do 34.º aniversário de elevação da Ribeira Grande a cidade. Destaque ainda para a Feira Quinhentista que decorre junto às piscinas da Ribeira Grande, no mesmo formato do último ano, para o espetáculo de Nilton, o fes-

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tival RFM, que traz à ilha Dj’s bastante conhecidos, o festival de balões de ar quente, o water slide festival, o festival do Monte Verde, o festival de folclore do Porto Formoso, entre muitas outras iniciativas, nas quais também se incluem as Noites de verão que passam a ter lugar às sextas-feiras do mês de agosto. Uma vez mais, a cidade da Ribeira Grande acolhe, ainda, o Mundial de Surf, prova assinalável, que dispensa apresentações.

Marchas populares

Nesta apresentação, Alexandre Gaudêncio destacou ainda a realização

das marchas de São Pedro, que vêm merecendo um envolvimento cada vez maior dos munícipes. O autarca acredita que esta manifestação tem capacidade para se afirmar, e tornar-se num desfile de grande pujança, superiorizando as que têm lugar noutros concelhos. “As marchas de São Pedro têm todas as condições para que sejam as melhores da ilha e, por que não, dos Açores. É por isso que vamos apostar na iluminação pública alusiva à festa ao longo do percurso principal das marchas, na certeza que estas serão, futuramente, mais uma tradição no concelho”.


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EMPRESAS

Google for Work chega aos Açores através da Cybermap

A empresa açoriana Cybermap é parceira da Google na introdução do Google for Work, uma ferramenta que permite às empresas trabalhar de forma mais eficaz, reduzindo custos de trabalho. Natacha Alexandra Pastor

Carlos Costa

Reconhecendo os Açores como uma região do país e da Europa que cresce digitalmente, a Google for Work chega aos Açores, através de uma empresa 100% açoriana: Cybermap. O gestor da empresa que fica com a responsabilidade de trabalhar a ferramenta da Google, Luís Cabral de Melo, sintetiza o conceito “Google for Work” referindo que “uma das mais-valias desta ferramenta é que permite às empresas inovar e trabalhar de forma mais eficaz. À medida que todos nos mudamos para a cloud (nuvem), as empresas merecem ter confiança na fiabilidade, na segu-

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rança, na privacidade, na transparência e na conformidade desta tecnologia. O Google for Work fornece ferramentas empresariais tão simples e fiáveis como aquelas que utiliza no seu dia-a-dia. Vamos intervir em duas áreas: uma que é mais conhecida, que tem que ver com o Search (pesquisa) e marketing; e por outro lado ao nível das transformações das organizações.” O grande desafio passa por trabalhar a cultura empresarial existente na maioria das empresas açorianas, acentua o responsável pela Cybermap, Luís Cabral de Melo, numa altura em que foi dado a conhecer a diferentes nichos do merca-

do a Google for Work, num evento que foi promovido em Ponta Delgada. A Cybermap é o representante oficial neste aspeto, mas é expetável que a organização possa confiar na empresa açoriana outras tarefas, pois a Cybermap está, também ela, a alargar as suas competências, podendo então vir a assumir um papel de maior proximidade junto das empresas locais, papel esse que vinha sendo desempenhado pela representação em Portugal da Google. Para esse efeito, a formação interna tem sido muito grande, e a internacionalização da Cybermap ganha força, sobretudo na Finlândia, onde tem estado a promover esforços para trabalhar naquele mercado.


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artistas

Figura humana nas telas de Diogo Muñoz Natacha Alexandra Pastor

Carlos Costa

“Factotum II” é o título da mostra de 22 quadros que trouxe a Ponta Delgada, pela primeira vez, o artista. Diogo Muñoz. Apesar de pisar o palco do Coliseu Micaelense pela primeira vez, está já pensado o seu regresso, provavelmente já em 2016. Sem quaisquer expetativas quanto à apreciação do público, Diogo Muñoz trouxe um conjunto de 22 telas, um pequeno enquadramento do seu modo de ser e de estar nas Artes, que acaba por resumir parte dos últimos três a quatros anos de atividade artística. A figura humana está em destaque em cada tela, muitas vezes é revelada num estilo muito pouco usual. É de resto um registo de trabalho pouco comum de ser visto nos Açores. À Criativa, Diogo Muñoz contextualiza a sua Arte. “A minha pesquisa tem sido sempre feita em torno da Pessoa, das figuras reconhecidas, do mundo da Pintura, e tam-

bém, mais recentemente, do Cinema e da iconografia Pop.” O artista tem exposto particularmente no estrangeiro, em Portugal nos últimos oito anos apresentou o seu trabalho por duas ocasiões. Os convites têm vindo do exterior, mas a bem da verdade a Cultura é hoje, como desde há muito, pouco valorizada, entende Diogo Muñoz. “Acho que temos muito um discurso à volta da Cultura, que é uma grande treta.

É Cultura para meia dúzia, e sempre para os mesmos. Eu nem me posso queixar, tenho exposto muito sobretudo ‘lá fora’ e as coisas têm-me corrido bastante bem. Se expusesse só em Portugal, a esta altura estava a dar aulas ou a fazer outra coisa qualquer, porque provavelmente não conseguiria viver. De resto, é dificílimo viver em Portugal. Não sei como é que as pessoas vivem!”

Primeiro projeto de Tim Madeira nos Açores Natacha Alexandra Pastor

O Puzzle Project ganhou forma em 2014, depois de uma ideia gerada um ano antes. Das mãos do artista plástico português Tim Madeira resultaram 19 quadros, todos com a dimensão de 1,5 metros por 1 metro, quadros que recortou em três módulos. Com essa atitude, explicou na sua primeira exposição em São Miguel “quero transmitir a ideia de que o próprio espetador pode fazer a sua composição, com a dimensão que quiser e, dessa forma, ele pode criar o seu quadro.”

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A interação com o público é de resto uma das suas facetas artísticas. Frequentemente ‘chama’ à interação, algo que faz muitas vezes no decurso dos workshops que realiza, em Tires, em espaço aberto. Trabalhando com uma multiplicidade de componentes – ceras, acrílicos, vernizes, guaches - Tim Madeira tem uma grande preocupação ambiental, daí trabalhar muitas vezes com água e guaches. Por outro lado, é sob o papel que cria os seus projetos, já que lhe permite ter uma dimensão além

do tradicional, o que acabou por se tornar “numa característica do meu trabalho”. A passagem por Ponta Delgada acontece pela primeira vez. O artista reconheceu no Centro Municipal de Cultura de Ponta Delgada um espaço interior e exterior incrível para expor a sua Arte. Perante aquilo que diz ser uma cidade cheia de eventos culturais a acontecer, mais do que o que se pensa, Tim Madeira espera regressar em breve à ilha para revelar mais do seu trabalho artístico.


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Desporto motorizado

50º RALI AÇORES

AS HISTÓRIAS DE RICARDO MOURA

Em 2015 foi para a estrada a 50º. edição do Rali Açores. Muitos foram os episódios e situações curiosas relatadas ao longo deste meio século de história. As pessoas aproveitam os dias do rali para apreciar as capacidades dos pilotos e as qualidades dos carros, além de, paralelamente, ser motivo para as mais variadas festas. Renato Carvalho

Carlos Costa

A prova organizada pelo Grupo Desportivo e Comercial leva toda a caravana até às mais diversas freguesias da ilha de S. Miguel. As provas de classificação disputadas em troços de piso de terra permitiram que certos locais, como por exemplo a freguesia Faial da Terra, tivessem outra visibilidade e fosse mais vezes visitada por forasteiros. O tempo vai passando e estradas míticas do rali vão sendo corrigidas e asfaltadas. O rali combina a vertente desportiva com as belezas naturais, fazendo uma união com resultados muito positivos a nível de

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imagem, que é transmitida para o exterior, através de diversos canais. Desde que a prova conta para os campeonatos nacionais e internacionais que nenhum piloto açoriano venceu a prova. Em 1977, e no ano seguinte, Horácio Franco na posição de navegador, ganhou o rali, quando acompanhou “Larama” que pilotou um Ford Escort RS 1600. Presentemente, as esperanças dos açorianos recaem em Ricardo Moura, tri campeão nacional de ralis e vencedor do Campeonato de Ralis dos Açores por sete vezes consecutivas.

O Rali Açores já fazia parte do Campeonato Nacional de Ralis quando o piloto do Team Além Mar nasceu. Não demorou muito tempo para estar presente na prova pela primeira vez, já que foi em “1980, tinha 1 ano de idade e só tenho registo porque já vi várias vezes fotos minhas, ao colo dos meus pais no famoso “S” da

mítica e já extinta classificativa das Sete Cidades”, recorda. Mais tarde, em 1992, e ainda sem carta de condução, Ricardo Moura com 12/13 anos de idade já conduzia uma vez que


“usava o carro do meu pai para ir fazer umas entradas para o portão da casa da minha avó que ficava numa canada de terra”, relembra. O tempo foi passando até ao dia da participação nos ralis. O piloto micaelense evoca que “a estreia nos ralis deu-se em 1999, com o meu compadre Paulo Maciel, o navegador nos VSH do Rali da Ribeira Grande, com um Toyota

Aos sucessos de Moura está associado o Team Além Mar, uma aliança com excelentes resultados ao longo de muitas temporadas. No entanto, houve momentos menos positivos e no SATA Rali Açores, o piloto do Ford Fiesta R5 acha que “o pior ano, penso que terá sido 2014”, salienta. Pelo contrário, Ricardo Moura considera que “os melhores resultados foram no ano de 2013,

“a estreia nos ralis deu-se em

1999, com o meu compadre Paulo Maciel, o navegador nos VSH do Rali da Ribeira Grande, com um Toyota Starlet 1.2 vendido a crédito pelo meu amigo Duarte Maciel. Terminamos em 4º lugar.

E O “SATA” SOBR MOURA OPINIÃO DE

EU QUE CRESC “É UM RALI ENTE” alizas eventos re re EXPONENCIALM io a m s o d o res é

resultados foram no “anoos demelhores 2013, pelos campeonatos

conquistados, pelo pódio no “SATA”, assim como pelo bom andamento no Rali de Portugal

Starlet 1.2 vendido a crédito pelo meu amigo Duarte Maciel. Terminamos em 4º lugar”. Ano após ano, Ricardo Moura foi evoluindo a sua carreira, subindo degrau a degrau com objetivos bem definidos até atingir um nível muito elevado no panorama do desporto automóvel português.

pelos campeonatos conquistados, pelo pódio no “SATA”, assim como pelo bom andamento no Rali de Portugal”, realça. O SATA Rali Açores voltou a encher as estradas de S. Miguel de público amante dos ralis em conjugação com a natureza, num dos principais cartazes turísticos dos Açores.

li Aço nta para O SATA Ra A prova co s. re ço A s o ato Naente n o Campeon dos anualm ra a p e a p da Euro até à ilha de Campeonato ilita a vinda ib ss o p e u q lis o iras e do cional de Ra as estrange ip u q e s sa s e numero antes, muita S. Miguel d dos particip m lé A s. ã ê st a, e o ortugu a ou de outr continente p rm fo a m u e oas que, d gião durante são as pess sença na re re p m a rc a m ralis, ligadas aos s rova. A Rali Açore os dias da p ura, o SAT o M o rd a s ic de R , graça à Na opinião encialmente n o p x e u e rtique cresc rupo Despo é “um rali rutura do G st e a a d p to ci de s prin ais competência vida um do ú d m se é m l e que mbém de u vo Comercia gião fruto ta re a n s te o d liza futuro rá eventos rea tinuado. No n co o lic b ú ar de ento p neste patam r forte investim te n a m esafio de se referência o enorme d lmente, uma a tu a , a id v ú sem d pa”, avalia. excelência. É dos na Euro ta u p is d a rr te nos ralis de

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Testemunhos do tempo

Maria, Carlos e João Cabral de Mello Três irmãos… e um tempo vivido entre a Salga… New Bedford e a Salga… de 1880 e a 1974...

José de Almeida Mello Historiador

Maria da Glória Cabral de Mello nasceu na Salga, no dia 25 de outubro de 1880, pelas 6 horas da manhã, sendo batizada na ermida de São José, a 7 de novembro do referido ano. Casou e constitui família, mãe de Ângelo, Jeremias, Lauréneo e Amélia. Todos com descendência nos Estados Unidos da América. Maria viveu na cidade de New Bedford, em jovem, juntamente com os seus pais e irmãos e em vida adulta viveu na Salga, tendo nos últimos anos da sua vida voltado de novo a New Bedford, onde faleceu em janeiro de 1974. Carlos Cabral de Mello nasceu na Salga, no dia 12 de outubro de 1882, onde foi batizado na ermida de São José, a 22 do mesmo mês e ano, pelo padre António José Barbosa. Faleceu na mesma localidade a 27 de dezembro de 1968, sendo sepultado no cemitério da Salga, em cova simples e sem referencia. Casou com Maria Joaquina Barbosa de Sousa, no dia 16 de janeiro de 1912, no posto civil de Achadinha e de seguida na ermida de São José. Foram pais de vários filhos, com descendência na Salga, Estados Unidos da América e Canadá. João Cabral de Mello nasceu na Salga, a 10 de junho de 1888, sendo batizado na ermida de São José, a 24 daquele mês e ano, pelo padre José Barbosa. Faleceu na mesma localidade a 22 de fevereiro de 1950.

Maria Cabral de Mello

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Casou com Maria da Conceição Pacheco Costa, também natural da Salga, no dia 22 de julho de 1919, sendo pais de vários filhos e filhas, todos com descendência, na Salga, Estados Unidos da América e Canadá. Maria, Carlos e João, juntamente com Hortênça e Ester emigraram para os Estados Unidos da América, mais precisamente para a cidade de New Bedford, na companhia de seus pais, António Cabral de Mello e Maria da Glória de Sousa, (todos já biografados nesta rubrica) e Izaura, a filha mais nova, nascida já em território americano. Toda a família viveu nos primeiros anos na Water St., e frequentaram a igreja de São João, na Country St. Os biografados viveram vários anos naquele cidade americana, tendo todos eles regressando à sua comunidade de origem, a Salga, onde viveram durante vários anos. Carlos viveu até à data da sua morte na Salga, depois de regressar de New Bedford. No ano de 1915, ainda vivia em New Beford, uma vez que é fotografado naquela cidade, com a sua filha Maria do Carmo, ainda bebé e nascida naquele ano. Na Salga morou em várias casas, na atual Cabral de Mello, no ramal, na Banda da Lomba, numa propriedade, junto da ribeira da Salga, onde Carlos construiu uma casa, com pedra que retirou da ribeira. Ali a família viveu isolada e longe de tudo, entre a Lomba de São Pedro e a Salga, e entre dois concelhos, o da Ribeira Grande e o de Nordeste. Passados alguns anos, toda a família se mudou para a rua Nova da Salga, onde estiveram até à data da sua morte.

Carlos Cabral de Mello

Carlos ficou conhecido na Salga, pelo «tio Carlos Direita», alcunha que deriva de uma discussão com seu cunhado, José de Mello Afonso, que lhe chamou de «Direita». João viveu tal como seus irmãos na Salga, após o regresso à terra natal. Numa propriedade que ele tinha herdado de seus pais, na rua do Serrado de Trás, edificou uma casa, que ainda lá existe, na posse de seus netos. Os filhos de João, Belarmino e Clemente também construíram as suas casas na mesma propriedade, a nascente do pai e uma sobrinha (filha de Carlos) de nome Margarida, também edificou uma casa, a poente do tio, sendo desta forma as únicas quatro casas daquela rua, que bem se podia chamar de o «Serrado dos Cabral de Mello», pelo facto de ali haver 4 casas de uma única família, até a atualidade. A vida destes irmãos nem sempre foi fácil, tendo sido marcada por sucessos e insucessos, além de as suas famílias terem passado por épocas menos favoráveis ao nível do conforto e do bem estar e mesmo ao nível económico. Carlos foi o mais sonhador de todos os irmãos e aquele que mais legados deixou, no que se refere a «estórias», que o tempo regista. Estes três irmãos marcaram o tempo, no seio das suas famílias, deixaram descendência, bem como legados que se fizeram registar. Todos eles foram pessoas simples, que viveram à imagem do homem e da mulher comum, na linha cronológica que decorreu em suas vidas. Viveram numa terra distante que não a sua, partilharam e assimilaram culturas identitárias em prol da sua formação..

João Cabral de Mello


O QUE DEVE DE SABER SOBRE ÓLEOS DE MOTOR PARA O SEU CARRO

O óleo tem uma função única e insubstituível no motor, que é manter as temperaturas dentro dos valores aceitáveis. Negligenciar as mudanças de óleo ou usar óleos reciclados sem ser de uma marca reconhecida e com garantias, é

condenar a prazo o motor da sua viatura. Antigamente as graduações W estavam exclusivamente relacionadas com o clima onde o motor ia funcionar. Actualmente este conceito está ultrapassado dado que em especial as graduações mais baixas estão associadas a lubrificantes que incorporam bases sintéticas e que permitem reduzir o atrito interno no funcionamento do motor e consequentemente reduzir o consumo de combustível e a emissão de partículas. Os mais vulgares são os 5W30, 10W40, 15W40, contudo para saber o mais adequado para a sua viatura deve sempre consultar o manual de manutenção e seguir as recomendações indicadas pelo construtor do tipo de óleo correcto para o seu carro.

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Tradicionalmente os óleos para motor são fabricados à base de óleos minerais. No entanto estes óleos apresentam um desempenho mais limitado se se pretender utilizar num motor de elevado rendimento, sendo mais adequado para modelos mais antigos. Os óleos semi-sintéticos já são óleos com alguns aditivos incorporados que melhoram as propriedades do arranque a frio, mantêm o motor limpo e oferecem uma excelente protecção contra o desgaste. Óleos sintéticos são tipicamente para motores com desempenho muito elevado. Há que ter sempre em consideração o tipo de veículo e o modo de condução e a utilização que se dá ao mesmo, ou seja, grandes percursos, velocidades elevadas e utilização intensa.

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sAÚDE

Preparação para o parto e parentalidade:

O PAI NO PARTO

Cruzeiros

300 convidados para uma visita ao MSC Divina Natacha Alexandra Pastor

Carlos Costa

Enfermeira Manuela Ferreira - Especialista em Saúde Materna e Obstetrícia

A gravidez é um estado que envolve não apenas a mulher mas também o seu companheiro, sendo uma experiência que deve ser vivida a dois. Cada vez, mais homens sentem-se envolvidos com o nascimento dos seus filhos. O pai deve estar presente em todas as etapas da evolução da gestação. Hoje, o pai, tem o direito consagrado de estar presente em todas as fases do trabalho de parto, momento único e especial para a vida do casal. As futuras mães, quando acompanhadas, sentem-se mais seguras, confortadas, e sejam mais corajosas. Ao pai cabe um papel ativo, saber o que fazer no momento certo é uma das temáticas debatidas no curso de preparação para o parto e parentalidade ministrado na empresa “ASTUTOS”, em Ponta Delgada, daí que estes sejam muito importantes para os casais. Poder ter o seu filho ao colo nos primeiros minutos é uma experiência única que alguns pais não querem perder. Tudo depende da sensibilidade de cada um, e se não estiver devidamente preparado e sentir-se confortável neste papel, é sempre melhor ter um futuro pai calmo no corredor à espera, do que um pai apavorado na sala de partos. Aqui deixamos algumas sugestões de temáticas que são abordadas no curso de preparação para o parto e parentalidade, para uma participação efetiva e afetiva do pai no parto: quais as atenções a ter ainda em casa, como e quando e como saber que está na hora de ir para a maternidade; o que fazer quando vão a caminho da maternidade; já na maternidade: como se comportar, o que dizer, o que esperar da equipa de saúde, quais as regras do serviço; como deve colaborar em cada etapa do trabalho de parto, como participar ativamente do nascimento do seu filho, o que não deve mesmo fazer ou dizer… É fundamental que o pai se entregue também ao parto, estando ao lado da mãe, mas, seguro e devidamente preparado para viver na sua plenitude uma experiência ÚNICA e IRREPETÍVEL…

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Para comemorar esta escala em Ponta Delgada a MSC-Portugal organizou um excelente programa que culminou com a visita àquele paquete de perto de 300 convidados, incluindo-se nestes vários operadores turísticos, agentes do setor do Turismo, autoridades regionais e locais, comunicação social e potenciais clientes. Além de um cocktail de boas-vindas, a direção proporcionou um almoço-convívio a todos os convidados, e uma visita guiada pelo luxuoso navio. A organização propiciou, ainda, um espetáculo/musical, no Panteon Theatre, com dezenas de artistas. Inspirado pela própria Sophia Loren, o MSC Divina incorpora toda a elegância e glamour da era dourada das viagens marítimas sob um novo olhar, o MSC Divina foi batizado na cidade de Marselha em maio de 2012. Com capacidade para 3500 passageiros, a estreia na cidade de Ponta Delgada do navio ficou, ainda, marcada pela pernoita, uma situação pouco comum, mas que de acordo com Eduardo Cabrita, diretor-geral em Portugal da marca, poderia acontecer mais vezes, caso haja um trabalho preparatório nesse sentido. O mesmo responsável disse, ainda, esperar que os Açores possam integrar os planos de viagens dos navios operados pela MSC Cruzeiros, empresa que se manteve como líder de mercado em Portugal nos últimos dois anos. Neste momento, a marca dedica-se à construção de novos navios de cruzeiros, e vai primar, de novo, pela grandeza, exuberância, estilo.


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saú d e Saúde

As demências As demências estão na ordem do dia, dado o envelhecimento da população. Podem ter origens, evoluções e prognósticos completamente distintos. A raiz da palavra é dementia que, em latim, significa literalmente “falta de juízo”. Assim, podemos facilmente compreender que demência é uma perda de capacidade cognitiva em mais que uma área (p.ex: memória e linguagem; comportamento social e funções executivas – aquelas que nos permitem realizar a maioria das nossas tarefas diárias, etc…). Esta perda cognitiva deve durar no tempo e, sobretudo, interferir com o nosso funcionamento no quotidiano. São estes os pontos essenciais para considerar que alguém tem demência. Existem vários tipos de demência, dos quais o mais frequente é a demência causada pela Doença de Alzheimer (DTA) cujo aparecimento dos sintomas acontece, na maioria dos casos, após os 65 anos. O seu início é progressivo e insidioso e a sequência de perdas mais frequente tem início na função mnésica, alastrando depois a todas as outras funções cerebrais, até à morte. Além da demência tipo Alzheimer, convém indicar as que se lhe seguem em frequência:

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1) a demência vascular (causada por AVC), que pode ter início em idades muito mais precoces e cuja sintomatologia é extraordinariamente variável (ainda que sejam comuns a lentificação psicomotora, a alteração da atenção e da memória); 2) a demência por corpos de Lewy, em que predominam os sintomas psiquiátricos, com início mais frequente entre os 70 e os 80 anos de idade; 3) a demência fronto temporal, na qual ocorrem, habitualmente, alterações significativas da linguagem – seja a nível de produção, seja a nível da compreensão do discurso. Apesar da ideia comum de que as demências acontecem em idade geriátrica, estas doenças podem surgir precocemente devido a causas como o alcoolismo severo, traumatismos crânio-encefálicos, entre outras. Além disto, a DTA tem uma variante precoce, isto é, que se inicia muito antes do “marco” dos 65 anos, e que acarreta um prognóstico muito mais negativo (representa 2 a 3% dos casos de DTA). Mas ao falar de demência não podemos deixar de abordar as grandes questões: “Existe cura?”; “Podemos prevenir?”. A primeira pergunta tem uma resposta lapidar: “Não!”. Não existe, atualmente,

qualquer fármaco ou produto natural que permita reverter os efeitos da demência no cérebro. Os fármacos mais utilizados têm uma utilidade relativa já que, em cerca de 50% dos casos, ajudam a atrasar a sintomatologia durante 6 a 12 meses, dependendo das pessoas. De referir que estes medicamentos têm, frequentemente, efeitos secundários indesejáveis. Quanto à prevenção, o cenário é mais animador. Foi recentemente publicado o primeiro estudo longitudinal (revisto pela Age UK) que comprova definitivamente que adotar um estilo de vida mais saudável com alimentação equilibrada, exercício físico e cognitivo (p. ex. aprender algo novo), controlo da tensão arterial, dos níveis de glicémia e do peso reduz até um terço a possibilidade de vir a desenvolver demência. A demência é uma condição que requer intervenção o mais próxima possível do seu início (muito antes do aparecimento dos sintomas que nos preocupam). Deste modo, será bom começar a tratar estas doenças como já vamos tratando outras e optar por um diagnóstico precoce, a partir da meia idade para, caso necessário, se adotarem todas as medidas necessárias para um envelhecimento o mais autónomo, digno e feliz possível.


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Um olhar criativo Fotos: Nelson Ricardo Medeiros Raposo

“ESTA PÁGINA É DEDICADA AOS ENTUSIASTAS, QUE DE UMA FORMA APAIXONADA PARTILHAM O SEU OLHAR, POTENCIANDO A ARTE E O GOSTO PELA FOTOGRAFIA.”

É tempo de nascer Pescador de sonhos

Contemplação O paraíso começa aqui

Coordenação: Paulino Pavão

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Edição:


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ACC Motas em convívio com clientes Carlos Costa A empresa ACC Motas promoveu um dia de porta aberta aos amantes de 2 rodas. O convívio juntou clientes e amigos, e não faltou a exposição de modelos das várias marcas representadas pela empresa nos Açores, nomeadamente a Aprilia, Morto Guzzi e AJP.

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Apresentação do livro “Até para o ano em Jerusalém” Carlos Costa O Museu e Arquivo Documental da Memória Judaica nos Açores (Sinagoga) abriu as suas portas para a primeira sessão oficial, com o lançamento do romance “Até para o ano em Jerusalém”, da escritora Maria da Conceição Caleiro. A cerimónia de apresentação da obra foi assumida pelo vice-presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Fernando Marques Fernandes.

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SER PESSOA engradeceu Teatro da Ribeira Grande Studio51 O Teatro da Ribeira Grande recebeu o espetáculo SER PESSOA. Meio milhar de espetadores assistiram à estreia desta criação de Maria João Gouveia e André Melo com a interpretação do Estúdio de Dança de Ana Cymbron e Escola de Teatro da Pontilha. Foi um espetáculo que contou com o apoio à produção da Pontilha, do Estúdio de Dança de Ana Cymbron e da Câmara Municipal da Ribeira Grande.

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Corpore Ginásio apresenta “O Rei Leão” Direitos Reservados Dezenas de atletas do Corpore Ginásio desenvolveram um espetáculo de dança sob o tema do conhecido filme de animação infantil: O Rei Leão. Em palco, os alunos demostraram as competências adquiridas ao longo de mais um ano letivo do Corpore Ginásio.

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“Fragmentos Entre dois Continentes” Carlos Costa Com chancela da Chiado editora, o açoriano João Gago da Câmara apresentou recentemente um livro que aglomera um conjunto de crónicas do próprio autor, escritas durante anos para os jornais e para a rádio. O trabalho, prefaciado pelo professor Machado Pires, tem vários lançamentos agendados.

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relações Públicas

COLISEU MICAELENSE ACOLHE ‘PEDRA CAPITAL’ O Coliseu Micaelense recebe a Instalação PEDRA CAPITAL com a temática Relações Públicas: Pedras Basilares do Sucesso. Natacha Alexandra Pastor EUA), bem como serão exaltadas as entidades e individualidades que apoiaram as iniciativas. Alguns dos ‘módulos’ serão: ‘as pessoas fazem a diferença’; ‘feedback’; ‘rostos com capital’; entre outras. Numa época em que se diz muito e se faz pouco, e como o prometido é devido, foi comunicado, executado e feito ainda mais do que era previsto. Hoje, em

dia temos mais do que palavras partir para as ações. Este momento permitirá evidenciar mais uma vez a importância da comunicação organizacional e, como tal, será feita uma crítica social ao ‘lixo que se faz atualmente na comunicação’. Este acontecimento está enquadrado no Festival Fringe e também conta com um lançamento surpresa.

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O evento resulta da continuidade que o presidente da ARPA – Associação de Relações Públicas dos Açores, João Figueiredo, lançou quando iniciou o projeto Mais Capital com as Relações Públicas. Assim, será espelhado o caminho trilhado pelos locais onde o mesmo marcou presença (São Miguel, Santa Maria, Terceira, Faial, Madeira, Lisboa, Porto e

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Exposição “Fotografias (os Açores) de que eu gosto” Direitos Reservados Da autoria do deputado regional António Soares Marinho, a mostra está patente na sede do PSD/Açores, em Ponta Delgada. São quase meia centena de fotografias, especialmente de paisagens e pessoas, que foram captadas pela sua objetiva, em todas as nove ilhas dos Açores, entre 2005 e 2015.

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Exposição de Diogo Muñoz no Coliseu Carlos Costa Cerca de duas dezenas de quadros em acrílico/lápis conté sobre tela/madeira estão em exposição no Coliseu Micaelense. Trata-se da primeira experiência do artista nos Açores, que espera regressar em breve com nova exposição.

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AGENDA DA AGEN a partir

11

Exposição Renascer de Novo

No Centro Municipal de Cultura

14 dom.

10 Fest Solidário Pavilhão do Mar

14

Exposição “Profana Converzacione I”

20

Orfeão Edmundo Machado Oliveira e Convidados

dom. sáb.

Casa do Arcano R. Grande

Coliseu Micaelense

21

ECO Trail Run Azores

21

Nilton ao Vivo

dom. dom.

Pavilhão do Mar

Teatro Ribeira Grande

até

25 22a

27 27a

28 até

30 até

17jul até

31jul

Exposição “Viagem à Atlântida”

No Centro Municipal de Cultura

Treino da KAPAP Portugal, com Major Avi Nardia Ponta Delgada

Exposição 205 Açores Tentorium - Portas do Mar

Exposição fotográfica “Lagoa Faz a Diferença” No Convento dos Franciscanos

Exposição “Factotum II”

Coliseu Micaelense

“Fotografias (os Açores) de que eu gosto” De António Marinho Sede do PSD/Açores

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infantil Pinta-me

descobre-me

DESCOBRE AS 7 DIFERENÇAS

AJUDA-ME

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passatempos sopa de letras

rir Vai um casal a passar por um poço dos desejos. O homem atira uma moeda lá para baixo e pede um desejo. A mulher atira uma moeda lá para baixo, mas debruça-se demais, perde o equilíbrio e cai lá abaixo. Diz o homem: - Ena, e não é que resulta mesmo? _______________________________

sudoku

geologia grinalda louçaria macaquice

mitra ocastão palestra penalidade

putrefação quadra tutoria

_______________________________ Um alentejano vai a um concurso de televisão e o apresentador pergunta: - Como se chamam os habitantes de Évora? Após 4 minutos de silêncio, o alentejano responde: - Olha, todos, todos nã sei........

soluções

Degola Dicotomia família fuzilaria

O avião contacta a torre: - Torre, aqui Cessna 1325, piloto estudante, estou sem combustível. Na torre, todos os mecanismos de emergência são acionados, todas as pessoas ficam atentas e já ninguém tem sequer uma chávena de café na mão. O suor corre em algumas faces e o controlador responde ao piloto: - Roger, Cessna 1325. Reduza velocidade para planar. Tem contacto visual com a pista? - Er... quer dizer... eu estou na pista... estou à espera que me venham atestar o depósito...

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CINEMA

em junho

estreia 10jun

estreia 25JUN

Mundo Jurássico

VICE

O parque de aventuras “Mundo Jurássico” (Jurassic World) reabriu. Os problemas que apoquentaram o sonho de John Hammond em trazer de volta os dinossauros do período jurássico parecem resolvidos. Mas depois de 10 anos de atividade, o parque entrou em declínio e carece de visitantes. Para superar o difícil momento que ameaça a continuidade do projeto, é inventada uma nova atração que vai criar novas dificuldades de grande dimensão.. Com Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Ty Simpkins, Nick Robinson, Irrfan Khan, Vincent D’Onofrio, Jake M. Johnson, Omar Sy, BD Wong, Judy Greer, Katie McGrath, Lauren Lapkus, Andy Buckley.

Julian Michaels (Bruce Willis) projetou “Vice”, o mais sofisticado dos resorts onde os convidados podem viver todas as suas fantasias com os habitantes artificiais que pensam e sentem como seres humanos. Quando uma artificial (Ambyr Childers) consegue fugir, passa a estar no fogo cruzando entre os mercenários a soldo de Julian e um polícia (Thomas Jane) que tudo fará para encerrar “Vice”.

Outras EStreias

estreia 10JUN 60 • c ria ti va magazine

estreia 25JUN

estreia 25JUN

O Amor é uma coisa estranha! Após 39 anos juntos, Ben e George decidem dar o nó numa conservatória do registo civil em Manhattan, na sequência da aprovação da lei que permite o casamento entre homossexuais. No regresso da lua-de-mel, Ben é despedido do seu emprego de longa data como maestro de coro numa escola católica mista, por causa dos votos de casamento. Sem economias, o casal percebe que não tem condições para continuar a pagar o pequeno apartamento em Chelsea, onde vive. Poucos dias depois de se juntarem para celebrar as núpcias, família e amigos reúnem para descobrir como ajudar os dois amigos.

estreia 25JUN

estreia 02JUL


OS ACADÉMICOS B@NDA.COM

DJ MATTI

FESTA DE ANIVERSÁRIO • 61 COLISEU MICAELENSE 11 DE JULHO - 22H c ria ti va magazine


aconteceu aconteceu

Exercício “Touro 152” Decorreu em São Miguel o exercício “Touro 152”, um exercício Livex de âmbito intermunicipal, organizado pelo Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA). O objetivo essencial deste exercício foi o de treinar a estrutura operacional das diferentes entidades com responsabilidade em matéria de proteção civil, tendo por base os princípios do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro (SIOPS) e no âmbito de uma intervenção em caso de situações meteorológicas adversas. Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade Como forma de assinalar o Dia Nacional de Luta Contra a Obesidade, a Câmara de Ponta Delgada, através do grupo PDL Saúde, associou-se ao Serviço de Nutrição da USISM – Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel, na realização de uma série de atividades alusivas à temática.

Terminal de camionagem melhorado A autarquia de Vila Franca do Campo inaugurou as obras de melhoramento do Terminal de Camionagem, uma obra de 281 mil euros, sendo 85 por cento deste valor suportado por fundos comunitários e os restantes 15 pelo próprio município.

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Futebol de Rua Entre maio e junho de 2015 estará a decorrer, a iniciativa “Move-te, Faz Acontecer”, por todo o território nacional. Em simultaneamente decorrem os Torneios Distritais e Regionais, promovidos por diversas entidades parceiras e inseridos no Torneio Nacional de Futebol de Rua, através dos quais serão apuradas as comitivas que irão participar na Final Nacional a ter lugar em Braga, de 22 a 26 de Julho de 2015, organizada em parceria com a Câmara Municipal de Braga, a Fundação Bracara Augusta e o GNRation. No final do mês de maio decorreu o Torneio de Ilha, de onde saíram os jogadores que irã representar os Açores no Torneio Nacional de Futebol de Rua, que irá decorrer no próximo mês de julho.

Grande prémio Liberty O concelho de Lagoa acolheu a última etapa do VI grande prémio Liberty Seguros, prova rainha do ciclismo de estrada nos Açores. A edição deste ano contou com a inscrição de mais de 100 atletas, em representação de 15 equipas, sendo que 29 atletas vieram do continente, 12 da ilha da Madeira, 10 da ilha Terceira, 2 do Faial e os restantes de São Miguel.

Ribeira Grande doa livros A Câmara da Ribeira Grande procedeu à entrega de livros à escola B/I da Ribeira Grande, uma ação que se enquadrou no âmbito das comemorações do Dia Internacional dos Museus.

Caldeira Velha premiada com Certificado de Excelência do Tripadvisor O monumento natural da Caldeira Velha foi distinguido pelo segundo ano consecutivo com o Certificado de Excelência, prémio atribuído pela TripAdvisor e que distingue os locais que melhores críticas positivas recebem por parte de quem os visita.

Passeio solidário em Vila Franca do Campo A Câmara Municipal de Vila Franca do Campo organizou um passeio Solidário “Monte Escuro - Lagoa do Fogo”, no final do mês de maio, um passeio que teve como objetivo angariar verbas para os alunos do Núcleo de Educação Especial da EBS de Vila Franca do Campo.


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horóscopo Astrólogo Luís Moniz (Rikinho) rikinho-astro@hotmail.com www.meiodoceu.com.sapo.pt

Carneiro 21/03 a 20/04 A vida afetiva enfatiza todo o seu magnetismo e capacidade de iniciativa, influenciando os outros a promoverem relações gratificantes. A nível profissional é obviamente necessário expandir o conhecimento e tomar decisões sustentadas em argumentos racionais.

Balança 23/09 a 22/10 A vida afetiva, libertada de pressões, busca novas excitações e atrai relacionamentos agradáveis que trazem muito bem-estar. A nível profissional poderá executar o seu trabalho com maior descontração e terá melhor capacidade para trabalhar em grupo.

touro 21/04 a 20/05 A vida afetiva exaltada permite desenvolver relações muito satisfatórias e, ainda, poderá restruturar os relacionamentos. A nível profissional a conjuntura concede a oportunidade para iniciar algo de novo, pois, começa um novo ciclo planetário.

Escorpião 23/10 a 21/11 A vida afetiva favorável anuncia progressos bemsucedidos e certamente vai encontrar reciprocidade sentimental, das pessoas envolventes. A nível profissional está a entrar numa nova fase positiva e, neste sentido, comece a pensar em novos projetos relativos ao futuro.

gêmeos 21/05 a 20/06 A vida afetiva deve ser tratada com seriedade, de forma a poder definir sentimentos e renovar positivamente a relação amorosa. A nível profissional é crucial estabilizar a carreira, a partir de uma atitude responsável e sobretudo especializando o conhecimento.

sagitário 22/11 a 21/12 A vida afetiva define uma conjuntura propícia para abertamente expandir sentimentos e estabelecer relações mais equilibradas. A nível profissional preste atenção a acontecimentos sociais e valorize os novos contatos fundamentais à evolução da carreira.

Caranguejo 21/06 a 22/07 A vida afetiva favorecida reflete a sua segurança emocional, condição essencial para transformar o futuro das relações familiares. A nível profissional aproveite a sua imaginação para concretizar novos projetos pessoais que deem mais sentido à sua existência.

capricórnio 22/12 a 19/01 A vida afetiva deve ser assumida com coragem e frontalidade, de forma a poder constituir relações objetivamente proveitosas. A nível profissional estará eficiente e a dirigir a atenção para certos pormenores relacionados com as tarefas quotidianas.

leão 23/07 a 22/08

aquário 20/01 a 18/02

virgem 23/08 a 22/09 A vida afetiva reflete maior necessidade de verbalizar as suas emoções e reestruturar os relacionamentos de forma harmoniosa. A nível profissional mantenha os seus objetivos e confiantemente defina a sua carreira, relativamente aos próximos anos.

peixes 19/02 a 20/03 A vida afetiva marca grandes progressos alicerçados na profundidade dos sentimentos que promove relações justas e compreensíveis. A nível profissional as suas capacidades estarão em evidência e, com fé, vai conseguir ajudar as pessoas circundantes.

A vida afetiva marca o fim de um ciclo e confere acontecimentos imprevistos que potencializem grande intensidade sentimental. A nível profissional evite o isolamento e o individualismo, de maneira a encontrar soluções através da participação coletiva.

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A vida afetiva deve resultar de uma reflexão profunda e realista, de maneira a entender o verdadeiro sentido das suas relações. A nível profissional concilie as exigências da carreira com as suas próprias motivações, de forma a materializar os seus sonhos.




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