CRIATIVA MAGAZINE - MAIO 2018

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ANO III Nº 43 MAIO 2018

S DE DOESR CONTO VOUCHNER O INTERI

ECCE HOMO Fé e Esperança


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A “PDL TV” É UM ESPAÇO DEDICADO “AOS NOSSOS CIDADÃOS”

GRANDE REPORTAGEM

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LOJA PRÍNCIPE DOS QUEIJOS UM LOCAL RÚSTICO ONDE O QUEIJO É REI

EVENTOS

MOTAS CONVIDA FÃS 35 ACC PARA TEST-DRIVE DE MOTOS EM ESCALA 36 PREZIOSA INAUGURAL EM PONTA DEGADA 40 FESTA DO CHÁ CONVÍVIO 40 JANTAR DO IMPÉRIO DA FESTA CASA DA MOAGEM 42 INAUGURADA NA LOMBA DA MAIA DO CHÁ BIOLÓGICO 43 LANÇAMENTO DO PORTO FORMOSO

RUBRICAS DE SAÚDE 20 CONSULTÓRIO COM: JOÃO BICUDO MELO JURÍDICO 28 CONSULTÓRIO COM: CARLOS MELO BENTO CRIATIVO 30 OLHAR TEMA “ARTES E OFÍCIOS” ÓTICA 32 SAÚDE COM: INSTITUTOPTICO Propriedade:

criativaçores, Lda Rua do Espírito Santo, 77 - r/c Esq. 9500-465 Ponta Delgada NIF: 513 281 070 Email: criativa.azores@gmail.com

962 370 110 • 968 691 361 Nº Registo: 126655

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DA INVESTIGAÇÃO SOBRE YOGA, AO FILME EXIBIDO NA ÍNDIA

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RAQUEL FRANCO HONRA O PASSADO DO PAI HORÁCIO FRANCO

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DESPORTO MOTORIZADO XXXVII RALI SICAL O DELICIOSO CAFÉ DE BERNARDO SOUSA

Diretora: Natacha Alexandra Pastor Editor: Carlos Costa Direção Comercial: João Carlos Encarnação Sede da Redação/Editor: Rua Espírito Santo, nº 77 R/chão Esqº 9500-465 Ponta Delgada Periodicidade: Mensal Tiragem: 5.000 exemplares Impressão: Coingra - Companhia Gráfica dos Açores - Parque Industrial da Ribeira Grande Lote 33 - 9600-499 Ribeira Grande

Design Gráfico e paginação: Orlando Medeiros Fotografia: António Bettencourt e Carlos Costa Depósito Legal: 390939/15 Colaboradores: Carlos Melo Bento, Luís Moniz, João Bicudo Melo, Paulino Pavão/AFAA, Paulo Renato Sousa e Renato Carvalho. O uso e reprodução parcial ou total de qualquer conteúdo existente nesta revista é expressamente proibido. Os anúncios existentes nesta revista são da inteira responsabilidade dos anunciantes.

ESTATUTO EDITORIAL - CRIATIVA Magazine A Criativa Magazine é uma revista mensal de informação geral que oferece, quer através de textos quer de imagens, a mais ampla cobertura de assuntos, em todos os domínios de interesse, de maior relevância que ocorram no mercado açoriano, com especial enfoque no mercado da ilha de São Miguel; A Criativa Magazine é independente de qualquer poder político e económico; A Criativa Magazine pauta a sua ação em total cumprimento das normas éticas e deontológicas do Jornalismo português; A Criativa Magazine defende o pluralismo de opinião, respeita as crenças, ideologias políticas e religiosas, diferenças sociais e culturais, sem prejuízo de poder assumir as suas próprias posições; A Criativa Magazine identifica-se, como tal, com os valores da Democracia; A Criativa Magazine quer contribuir para o desenvolvimento de cidadãos ativos e conscientes, bem como assim para o desenvolvimento da sociedade na qual se insere.


GRANDE REPORTAGEM

HÁ UMA ESPERANÇA INEXPLICÁVEL NO “ECCE HOMO” Entre 4 e 10 de maio, e este ano sob o tema ‘Há mais alegria em dar do que em receber’, a ilha recebe, de braços abertos, as festividades em honra do Senhor Santo Cristo dos Milagres. Natacha Alexandra Pastor

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á 318 anos que é assim. Cobre-se a ilha de um silêncio e respeito por uma das imagens mais importantes para a comunidade açoriana. Seja a que vive nas nove ilhas dos Açores, seja para a comunidade que se espalhou além-fronteiras, e que aquando desta festa se torna num elemento diferenciador. Tal como em outros anos, são esperados mais de dois mil emigrantes, vindos da diáspora, maioritariamente dos Estados Unidos da América e Canadá onde reside uma importante comunidade de açorianos. Esta é a altura do ano escolhida por muitos para um regresso a casa. Há os que aqui chegam ano após ano, não perdendo a oportunidade de voltar a olhar o rosto do Senhor, mas são muitos os emigrantes que não têm a disponibilidade financeira para voltar à terra com frequência, e para estes, cada regresso a casa por ocasião das festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres tem um sabor e uma saudade especiais. Há quem venha também em grupos organizados, de Toronto, num roteiro turístico organizado pela pro-

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Victor Melo/O Retrato dutora e empresária Nellie Pedro, uma terceirense radicada desde 1970 no Canadá, onde desenvolve uma intensa atividade profissional, acumulando cargos de chefia e de presidência em diversas associações. Tem sido ela uma defensora e promotora dos costumes e tradições açorianas, levando até toda a comunidade radicada imagens, sabores, histórias e novidades destas ilhas. É um rosto que muitos conhecem e por esse motivo são muitos os que a acompanham desde há alguns anos nas deslocações a São Miguel por ocasião das festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres. Para além da componente festiva, o momento mais marcante das viagens, organiza visitas e passeios turísticos pela ilha. Tem sido assim desde 2004. Nellie Pedro já acompanhou nestas viagens cerca de mil passageiros. Quase todos os anos há gente que vem pela primeira vez assistir às festas do Senhor Santo Cristo e há histórias de muitos açorianos que não pisavam a terra natal há décadas.


“Temos sempre pessoas que vão pela primeira vez com o grupo. Uns são filhos de pais portugueses e outros são pessoas que saíram (dos Açores) de São Miguel e nunca mais voltaram. Tive um senhor que não ia a São Miguel há 70 anos.” Na sua grande maioria são emigrantes da primeira geração os que regressam nesta viagem, mas também há vários casos de descendentes já nascidos em solo canadiano. “A maioria das pessoas têm entre os 45 e os 75 anos. Temos um programa que inclui hotel em Ponta Delgada, excursões na ilha com almoço nas Furnas para o famoso cozido, outro na Ribeira Grande e também temos um almoço numa das tascas típicas do Senhor Santo Cristo.” Quem vem traz na alma muita Fé. Esse é o motivo principal. Para quem nunca esteve na ilha, há também um espírito de aventura, explica Nellie Pedro. “Para aqueles que não conhecem a ilha é também uma aventura turística de descobrir a ilha verde. A maioria vem pela Fé, as pessoas querem estar presentes nestes dias que só acontecem uma vez por ano. Eu adoro esta festa. É bonito ver a multidão de pessoas com Fé no Senhor Santo Cristo, só é pena o preço das passagens, muito caras, e os poucos voos disponíveis. Penso que é preciso rever essas questões. Alguém deve fazê-lo.” Para a igreja católica dos Açores, e muito em especial para o Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres, este ano há ainda maior motivo de alegria, dentro de portas, considerando-se terminada a intervenção de recuperação da azulejaria que remonta ao século XVIII, pelas mãos de António de Oliveira Bernardes e da pintura de madeira do Coro Baixo do Santuário da Esperança. As obras de 400 mil euros resultaram de um protocolo entre o santuário e a câmara municipal de Ponta Delgada, que as financiou. São milhares os olhares que se fundem na imagem do Senhor Santo Cristo o Milagres durante 356 dias. Não é possível contabilizar o número de fiéis, turistas, ou simplesmente curiosos, que entram diariamente nesta igreja central de Ponta Delgada. O mesmo se poderá dizer quanto à quantidade de oferendas depositadas na igreja em louvor ao Senhor Santo Cristo dos Milagres. Algumas acabam por tomar uma certa forma, exemplo do cálice mandado executar a partir da entrega de 400 alianças! fruto das ofertas dos devotos do Senhor Santo Cristo. Mas há ofertas mais singelas, mas sempre acolhidas com a mesma gratidão, como sejam as flores que na semana de preparação das festividades invadem todos os recantos do Convento da Esperança, e que são trabalhosa e delicadamente trabalhadas em arranjos florais que decoram toda a igreja e vários espaços interiores. Incalculáveis, também, são as voltas e voltas que a Roda do Senhor Santo Cristo dá, em troca de uma imagem, de um terço, ou de qualquer outro objeto que possa ter o sentido da imagem. Há histórias incontáveis, pedidos incríveis, carregados de profundidade, há rezas que não se ouvem, nem se sabe o que escondem.

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GRANDE REPORTAGEM

DO CORAÇÃO DA CIDADE PARA O HOSPITAL Sendo forte e enraizada a cultura católica na região, são poucos os que ficam indiferentes às festividades do Senhor Santo Cristo dos Milagres. Para quem fica privado de viver a festa, caso de doentes hospitalizados, trazer um pouco do espírito festivo para as alas hospitalares faz toda a diferença.

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Direitos Reservados

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uitos se recordam da cerimónia eucarística que há alguns anos atrás tinha lugar no Hospital de Ponta Delgada, um espaço que convivia lado a lado com a igreja do Senhor Santo Cristo dos Milagres. Haverá quem recorde, ainda, que muitos doentes hospitalizados eram deslocados até às janelas das enfermarias para assistir quer à mudança da imagem, no dia de sábado, quer à grande procissão de domingo. Um vislumbre de esperança para muito doentes! Conscientes da enorme religiosidade que muitos açorianos têm junto do Senhor Santo Cristo dos Milagres, desde a mudança de instalações do hospital que se procura levar até aos doentes um pouco do espírito que é vivido no coração da cidade. No sábado da festa, o hospital do Divino Espírito Santo transforma-se. Enche-se de flores, de muito espírito festivo e aos doentes é levado um pouco de fé e de ânimo. Desde a capela hospitalar, à sala de entrada, aos corredores e aos pisos de enfermarias tudo é primorosamente decorado, com o valioso contributo de voluntários, entidades externas ao hospital, pessoal auxiliar, enfermeiros, capelões entre outros trabalhadores. À eucaristia matinal deslocam-se os doentes cuja condição física e de mobilidade assim o permite, àqueles que é possível dar alta médica para acompanharem as festividades, a classe médica é sempre sensível a proporcionar essa oportunidade, refere-nos o Hospital de Ponta Delgada. A mesma entidade destaca o grande envolvimento dos serviços e de diferentes profissionais e pessoal auxiliar envolvido nesta manifestação religiosa, pelo que conscientes da grande importância que se reveste para os doentes, desde sempre honra anualmente o espírito festivo, respeitando a desmedi-

da crença que existe no Senhor Santo Cristo dos Milagres. O pároco Paulo Borges tem tido o privilégio de conduzir as cerimónias dentro de portas do hospital, considerando tratar-se de um momento único. “Este é sem dúvida um momento, que envolve a colaboração de muitos trabalhadores deste hospital, pensado para os utentes e para as suas famílias. Tem sido assim feita esta eucaristia de um modo ininterrupto, e tem sido levado aos doentes um pouco do espírito desta festividade. Naturalmente que este hospital tem uma configuração arquitetónica muito diferente da do antigo hospital, e, como tal, em cada ano é visitado um único piso deste hospital. A superior mensagem deste ato é de facto poder levar às pessoas internadas, que assim queiram, Jesus Cristo como alimento, e alimento espiritual, configurado naquela imagem que todos nós conhecemos. É um momento muito emocional, naturalmente. Há já de si uma fragilidade acrescida nos doentes internados. A eucaristia em si tem o seu ritual normal, apenas é mais ouvida pelos doentes que são deslocados à capela.”


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ENTREVISTA

A “PDL TV” É UM ESPAÇO DEDICADO “AOS NOSSOS CIDADÃOS” O projeto é recente, tem edição quinzenal, e pretende colocar em foco “as nossas gentes, lembrar as nossas tradições e dar a conhecer as nossas iniciativas”. A “PDL TV” já está no ar, e o primeiro programa foi assistido maioritariamente nos Açores, seguindo-se o Canadá (Ontário e Quebec), Portugal Continental (Lisboa, Porto, Braga e Santarém) e os Estados Unidos da América (Massachusetts, Rhode Island e Califórnia). Natacha Alexandra Pastor

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riativa - Quais as principais bases da origem da nova ferramenta de comunicação da autarquia: a PDL TV? José Manuel Bolieiro (Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada) - A “PDL TV” é o mais recente projeto de comunicação institucional do Município de Ponta Delgada, que pretende ir ao encontro da nossa política municipal estratégica de descentralização. Com a criação deste espaço destinado a “quem vive Ponta Delgada com alma e coração”, a Câmara Municipal reforça, assim, a sua aposta digital na divulgação do que é feito na cidade de Ponta Delgada e nas 24 freguesias do

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CMPD

concelho, seja pelos poderes públicos ou pelas instituições privadas. Pretende-se chegar a um público-alvo específico? Qual será? Até onde está previsto chegar? Sem esquecer quem cá vive, nós queremos dar notícias de Ponta Delgada a quem está longe, às nossas comunidades de emigrantes e não só. Com este novo espaço, nós mostramos aquilo que somos, damos a conhecer a nossa terra e despertamos a vontade de nos virem visitar. Como está estruturado o programa quinzenal? As entrevistas pretendem debruçar-se sobre todos os assuntos ou temas?


Este programa apresenta, quinzenalmente, uma “entrevista flash”, que tem carácter explicativo e incide em declarações feitas por representantes de diversas áreas da nossa sociedade, um bloco de peças jornalísticas, com alguns dos eventos que decorreram no período entre as emissões do programa e uma entrevista de estúdio, que poderá ser com um eleito ou um responsável de alguma associação, organização ou instituição sediada numa das freguesias do Concelho. Desta forma, pretendemos que todas as freguesias se sintam representadas, seja através dos seus presidentes de Junta ou dos seus grupos, associações ou instituições. Queremos com isto mostrar as nossas gentes, lembrar as nossas tradições e dar a conhecer as nossas iniciativas, não só a quem cá vive, mas também a quem, mesmo longe, vive Ponta Delgada de alma e coração. O único interlocutor deste programa será sempre o Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada ou há espaço para outros entrevistados? Até pelo contrário, este é um programa que pretende ser bem mais do que um meio de divulgação do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pela Câmara Municipal de Ponta Delgada.

O que se desenvolve na “PDL TV” é um trabalho de missão, de cumprimento da responsabilidade democrática de quem está ao serviço do povo, da nossa história e do futuro exigente e desafiante. Destina-se a valorizar a identidade concelhia, divulgando as iniciativas, populações e instituições de todas as parcelas do Município, de forma especialmente dedicada aos emigrantes de Ponta Delgada que residem nos Estados Unidos da América e no Canadá. Este não é, de todo, um programa da Câmara Municipal, é um espaço dedicado aos nossos cidadãos. Está previsto algum mecanismo capaz de acompanhar ou contabilizar o índice de atenção/visualização do programa? Através da nossa página Facebook e do nosso Canal Youtube PDL.TV não só conseguimos acompanhar o número das visualizações, parciais e completas, como também temos acesso ao espaço geográfico onde o programa foi visto. No caso do primeiro programa, podemos dizer que esta primeira emissão foi assistida maioritariamente nos Açores, seguindo-se o Canadá (Ontário e Quebec), Portugal Continental (Lisboa, Porto, Braga e Santarém) e os Estados Unidos da América (Massachusetts, Rhode Island e Califórnia).

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EMPRESAS

LOJA PRÍNCIPE DOS QUEIJOS UM LOCAL RÚSTICO ONDE O QUEIJO É REI Tem dois anos de abertura e um índice de crescimento notório. A loja Príncipe dos Queijos tornou-se neste curto espaço de tempo num ponto de paragem quase obrigatório para muitos estrangeiros. Os dias em que há maior movimento de turistas na ilha são dias de casa cheia! Natacha Alexandra Pastor

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sta é uma genuína montra do que de mais típico se produz nos Açores. Há sabores das 9 ilhas e há muito para escolher. Entre compotas, licores, vinhos, biscoitos, bolos lêvedos, massa sovada, pão fresco diariamente, conservas, especiarias, queijos, entre outros, é na venda de queijos que se concentra grande parte do interesse dos clientes que chegam à loja número 50 da Rua dos Mercadores, em Ponta Delgada, uma localização que deixa o proprietário Milton Bernardo satisfeito. Os primeiros dias de negócio foram, como em qualquer atividade a dar os passos iniciais, os mais difíceis. Fazer chegar o cliente até ao novo espaço comercial não foi fácil. Mas o tempo é bom conselheiro, e a qualidade do produto, aliado à cordialidade e o saber servir o cliente, foram ingredientes fundamentais para que o bom nome do Príncipe dos Queijos chegasse longe. Conquistados os clientes frequentes, a loja começou a ser procurada por turistas de todas as nacionalidades. São os estrangeiros aqueles que melhor percebem de queijos, têm um paladar apurado e procuram muito os queijos açorianos de sabor mais intenso. Os continentais também são conhecedores, mas preferem um queijo com um sabor intermédio, explica o gerente. “A pessoa que cá chega para comprar queijo vem muito à procura do queijo picante de São Jorge, com dois anos de

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cura, o mesmo se passa com o turista continental, embora estes acabem por apreciar o meio picante. O queijo de sabor mais suave é normalmente procurado por pessoas com mais idade, que apreciam algo menos forte. Para quem trabalha com queijos é importante saber o que se está a fazer, ter conhecimento de como tratar dos queijos. É preciso todas as semanas virá-lo, limpá-lo, saber o timing certo daquele que está pronto a sair…”.

SIMPATIA E SORRISOS Quem entra no Príncipe dos Queijos é surpreendido pela simpatia e afabilidade do gerente Milton Bernardo e dos dois jovens funcionários, Pedro e Ruben. Aqui há sempre uma palavra ou conversa cordial para os clientes. O sorriso faz parte da arte de bem servir e de animar quem entra na loja. Milton Bernardo chega a dizer que “quem aqui entra triste, sai a sorrir. Temos sempre um sorriso para as pessoas”. E são raras as que entram e saem sem nada levar no saco. Milton Bernardo é um empresário orgulhoso do seu trabalho, e, acima de tudo, assume fazê-lo com muita dedicação e paixão. “Gosto do que faço! Faço-o com amor e carinho e gosto de atender bem as pessoas! Sou feliz!”.


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ENTREVISTA

DA INVESTIGAÇÃO SOBRE YOGA, AO FILME EXIBIDO NA ÍNDIA “VIVE” é o título do filme documental, da autoria de Filipe Tavares e Sara Ponte, que retrata a experiência vivida por utentes do Centro de Saúde de Ponta Delgada, num estudo de investigação sobre os benefícios do Yoga. O filme foi exibido no “International Short Film & Arts Festival” integrado na 15ª Conferência Mundial de Saúde Rural, promovida pela Organização Mundial de Médicos de Família, no passado mês de Abril em Nova Deli. Natacha Alexandra Pastor

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vossa curta-metragem documental foi selecionada para o International Short Films & Arts Festival (FISFA) e foi exibida em Nova Deli, na Índia. Para aqui chegarem importa perceber como é que tudo começou? O que vos motivou a desenvolver este trabalho? Como é que foi acolhida a ideia? O que foi mais difícil de pôr em prática? Sara Ponte – ​O filme surge na sequência de um estudo de investigação que realizei no Centro de Saúde de Ponta Delgada, com o objectivo de avaliar a introdução do yoga nos cuidados de saúde primários e determinar os seus efeitos na qualidade de vida e stress psicológico dos utentes. Nesta investigação participaram 86 utentes, parte dos quais foram submetidos a aulas regulares de yoga, conduzidas por mim e pela instrutora de yoga, Carolina Lino, que decorreram entre Setembro de 2016 e Abril de 2017. O estudo teve a orientação científica da Professora Luísa Mota Vieira e a colaboração dos colegas internos de MGF, da Unidade de Saúde da Ilha de São Miguel (USISM). O filme surge como forma de complementar os resultados parametrizados na investigação e partilhar a experiência humana da intervenção de yoga, a curta-metragem documental pretende, assim, chegar a um público mais abrangente. Para além de revelar alguns dos muitos benefícios das Terapias Mente-Corpo, através do testemunho directo e espontâneo dos seus participantes, também convida o espectador a refletir sobre o panorama atual dos cuidados de saúde primários e da necessidade em se integrar novas estratégias para o seu desenvolvimento sustentável. Quando contactamos o Conselho de Administração da USISM para aprovar a realização do filme, prontamente aprovaram a iniciativa. Partiu para este projeto, explorando anteriormente o muito que de bom e de diferente se faz em matéria

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de Saúde em outros países? Teve ou tem algum projeto similar, que conheça, que lhe seja particularmente atrativo? Sara Ponte ​- A criação do “study design” para esta investigação teve como base uma revisão prévia e profunda da literatura e pesquisa de inúmeros ensaios clínicos de referência na área do yoga em contexto comunitário e hospitalar. Durante quanto tempo decorreu este processo de filmagens? Filipe Tavares - As filmagens abrangeram algumas aulas de yoga no Centro de Saúde de Ponta Delgada e a última aula da intervenção que ocorreu no Parque Urbano desta mesma cidade, um espaço muito agradável e com enorme potencial para este tipo de práticas. Quando a Sara iniciou este projecto teve sempre em mente que ele poderia chegar bem longe? E por longe, a Índia alguma vez passou pela sua mente?


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Sara Ponte - O estudo teve por base o contexto dos cuidados de saúde primários da ilha de São Miguel, nomeadamente, do Centro de Saúde de Ponta Delgada. A participação no “International Short Films & Arts Festival”, que integra a “15th World Rural Health Conference” promovida pela Organização Mundial dos Médicos de Família foi um feliz acaso. O filme já estava concluído quando descobrimos este festival e rapidamente percebemos que se tratava do palco ideal para o seu lançamento, pois a temática central assenta exclusivamente na área da saúde e nos princípios de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas. Ficamos muito felizes ao receber a notícia de que o filme tinha sido selecionado para ser exibido num contexto tão importante. Sendo que esta foi uma experiência que necessariamente teve atores secundários muito importantes, que mensagem fica quem fez parte deste desafio? Filipe Tavares - Quando se fala em saúde, imediatamente entramos no campo da intimidade. Se há algo que me impressionou nestes 12 anos de trabalho em Audiovisual, foi a disponibilidade e honestidade presente nos depoimentos recolhidos para o filme “Vive”. Acredito que foram motivados pela transformação e benefícios obtidos pelos utentes, durante a participação no projeto de investigação. Foi um privilégio poder registrar esta partilha. Fazemos questão de agradecer em viva voz a participação de todos os intervenientes, bem como, reforçar a importância do seu testemunho e colaboração no estudo. Creio que o empenho dos participantes é revelador da vontade que têm em melhorar o panorama dos cuidados de saúde primários na região, através da integração de terapias não convencionais. Consideramos estes participantes visionários e embaixadores da Medicina Integrativa da Região. Quem é a Sara Ponte e o Filipe Tavares? Como surge a simbiose para este trabalho? Filipe Tavares – Acima de tudo, eu e a Sara somos grandes amigos, aprendemos muito um com o outro e partilhamos uma visão semelhante sobre qual deve ser o nosso papel nesta dádiva que é a vida. Essencialmente somos movidos pela vontade de criar, inovar e ajudar. Juntos, fundamos a ARTAC - Associação Regional para a Promoção e Desenvolvimento Sustentável do Turismo, Ambiente, Cultura e Saúde. Uma associação sem fins lucrativos, que é o ninho dos nossos projetos. Pretendemos fazer a diferença em tudo aquilo em que nos envolvemos, com a premissa de desenvolver a nossa terra e contribuir para o bem-estar dos nossos concidadãos. A Sara Ponte é médica interna de Medicina Geral e Familiar da Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel, praticante e instrutora de Hatha Yoga e também tem formação em Medicina Tradicional Chinesa pelo Instituto de Ciências Bio-

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médicas Abel Salazar da Universidade do Porto. O meu percurso passou essencialmente pelas artes, no liceu Antero de Quental, o violino no Conservatório Regional de Ponta Delgada e a minha formação profissional em som na Restart, em Lisboa, cidade onde vivi durante cerca de 12 anos. Durante este tempo, participei, como Diretor de Som, em inúmeros filmes documentais e de ficção nacionais e internacionais. Tive a oportunidade de viajar muito em contexto de trabalho, o que me permitiu ganhar experiência em outras áreas do cinema, através da convivência com diversos profissionais e criativos. Em 2010 criei a produtora Ventoencanado e em 2012 realizei e produzi o meu primeiro filme, “A Viagem Autonómica”, que me fez regressar a casa, a São Miguel. Desde sempre estive ligado à produção de eventos. Através da ARTAC, produzimos vários eventos, dos quais se destacam o Azores Burning Summer Festival, as exposições de veículos elétricos, os debates “Eco Talks”, entre outros eventos pontuais. Neste momento estamos, também, empenhados em desenvolver o projeto comunitário “VIVE”, na área da saúde. A Sara Ponte é médica. Como vê algumas terapias não convencionais? Benefícios para alguns pacientes/casos clínicos? É importante começar a alargar horizontes, apresentar outras experiências…? Sara Ponte -​ As terapêuticas não convencionais têm ganho relevância no contexto das patologias crónicas despoletadas pelo extenuante estilo de vida das sociedades modernas. Por conseguinte, a própria ciência biomédica tem procurado compreender e investigar os benefícios e efeitos das técnicas ancestrais das medicinas naturalistas ou tradicionais. Nas últimas três décadas, áreas como o yoga, a meditação mindfulness, a medicina tradicional chinesa, a osteopatia, a medicina ayurveda, entre outras, têm sido vastamente investigadas e comprovado os seus benefícios no tratamento e prevenção de inúmeras doenças. Exemplo disso, é o artigo publicado em 2002 pela Organização Mundial de Saúde designado de “Acupuncture: Review and Analysis of Reports on Controlled Clinical Trial”. A Medicina Integrativa é um caminho incontornável para o desenvolvimento sustentável dos sistemas públicos de saúde. Prova viva disso, remete para o facto de academias com Stanford Health Care, Oxford Medicine, Johns Hopkins Medicine e Mayo Clinic, entidades mundiais de referência da medicina ocidental, apresentam institutos independentes de investigação e tratamentos de Medicina Integrativa. Felizmente, esta abordagem integradora começa a manifestar-se na nossa Região. Exemplo disso, temos o excelente trabalho factualmente desenvolvido nos Cuidados de Saúde Secundários, pela Comissão Hospitalar de Práticas Naturais e Integrativas do Hospital Divino Espírito Santo e pelo projecto “Exercitar”, destinado a doentes oncológicos.


449.000 €

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ID: 123541003-1178

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S. PEDRO - VILA FRANCA DO CAMPO

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ESPAÇO COMÉRCIO

SÃO PEDRO - PONTA DELGADA

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RECEITA

SANTOLA DOS AÇORES RECHEADA Receita gentilmente cedida pelo Chef Álvaro Lopes, da Taberna 13-13

MODO DE CONFEÇÃO:

Escolha santolas vivas e com um forte cheiro a mar e algas frescas. Colocar água do mar no frigorífico em quantidade suficiente para cobrir as santolas cozidas. Levar a água do mar ao lume e quando ferver juntar as santolas vivas. Cozer. Depois de cozidas escorrer e colocar dentro da água do mar fria. Deixar até arrefecer por completo. Cozer 1 ovo por cada santola e arrefecer do mesmo modo. Descascar os ovos depois de frio e ralar. Reservar. Picar os pickles, um pouco de salsa e adicionar ao ovo ralado. Abrir as santolas e aproveitar todo o recheio e ovas tendo o cuidado de retirar o estômago (pequeno saco junto à boca). Juntar ao preparado anterior e adicionar um pouco de maionese, cerveja e pão ralado. Envolver tudo e temperar a gosto. Dar preferência a Flôr de sal em lugar do sal normal. O resultado final deve ser uma pasta de consistência que sirva para barrar pão torrado. Devido ao gosto delicado da santola deve-se evitar mostardas e ketchup bem como picantes. Poderá adicionar umas gotas de sumo de limão. Servir os cascos com o recheio em travessa forrada com alface e as patas a decorar conforme a foto ou a gosto.

BOM APETITE!

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INGREDIENTES:

- Santolas vivas - Água do mar - Ovos - Pão ralado - Maionese de qualidade ou feita em casa de preferência - Flôr de Sal - Alface para decorar - Limão - Cerveja fresca - Picante, Mostarda e Ketchup (opcional) - Pickles - Salsa - Pão torrado ou mini tostas


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REPORTAGEM

JARDIM/HORTA NO HOSPITAL DE PONTA DELGADA PARA ALIVIAR TENSÃO DO TRABALHO Parar, inspirar, relaxar, colocar a mão na terra. Despertar os sentidos, encontrar forças. Muito poderá acontecer no futuro jardim/horta do Hospital do Divino Espírito Santo em Ponta Delgada. Natacha Alexandra Pastor

Direitos Reservados

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projeto HDES GREEN nasce como parte da estratégia alargada de prevenção de stress na comunidade hospitalar do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), tendo sido desenvolvida inicialmente pela enfermeira Ana Mécia, responsável pela Comissão Hospitalar de Práticas Naturais Integrativas, que submeteu a ideia à administração hospitalar, tendo recebido a sua aprovação. Da autorização inicial ao desenvolvimento do projeto, ao convite de colegas para que pudessem ajudar a criar este jardim, até ao momento (atual) da sua apresentação, foi preciso percorrer um caminho diversificado de reuniões e contatos, a fim de serem conquistadas as primeiras vitórias. Sem serem conhecedores na matéria, o grupo coordenador foi bater à porta de quem tem experiência nesta área e foi na Quinta do Bom Despacho que encontraram um exemplo atual, visionário que se encaixa naquilo que se pretende desenvolver no hospital de Ponta Delgada. Portanto, uma parte fundamental deste projeto é assumido pela Hortelã-pimenta, especialista na criação de jardins ecológicos e terapêuticos, a quem cabe a missão de ajudar a concretizar no local o projeto de design, escolhendo os materiais que se adequam para a criação do jardim/horta que terá plantas e flores ornamentais, ervas aromáticas, flores comestíveis, produtos hortícolas. Tratando-se de um projeto de longa duração, foram escolhidas madeiras e materiais resistentes e sustentáveis. A criação deste jardim/horta tem como primeiro objetivo contribuir para o alívio do stress dos funcionários hospitalares, muitas vezes submetidos à pressão provocada pela atividade profissional, e, em simultâneo, educar para a sustentabilidade e para a importância de uma alimentação saudável. Numa primeira fase o jardim/horta será de acesso exclusivo para os profissionais de saúde do HDES que já aderiram à iniciativa, divididos em grupos, sendo que caberá a cada grupo

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um espaço para cuidar, mas a intenção é que no futuro este espaço possa ser mais abrangente e chegar a alguns doentes devidamente sinalizados, em especial para quem se encontra em internamento de longa duração, proporcionando-lhes um local onde podem sentir as boas energias vindas do contato com a terra, plantas e flores. A equipa de voluntários já ronda os 30 profissionais, o que é revelador do grande interesse por parte da comunidade profissional do HDES. Suzete Sousa, coordenadora do grupo de trabalho, refere que os colegas alcançaram rapidamente este desafio e encontram aqui de facto um espaço onde num momento da sua pausa podem respirar ar puro, dedicar-se às culturas e jardinagem, inspirar os cheiros da natureza, meditar, ou recuperar ânimo para mais umas horas de trabalho. Qualquer pessoa pode associar-se a este projeto apoiando a sua concretização. Através do link https://www.youcaring.com/ hospitaldodivinoespiritosanto-1135659 será direcionado para uma plataforma de crowdfounding onde poderá fazer um donativo na ordem financeira que for da disponibilidade de cada um. Existe ainda um NIB associado: PT50 0010 0000 5606 9910 0012 2 para o qual poderá fazer uma transferência.


555€

SAIDIA

7 NOITES, TUDO INCLUÍDO, VIAGENS DE JUNHO A SETEMBRO 2018

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7 NOITES, TUDO INCLUÍDO, VIAGENS EM JULHO E AGOSTO 2018

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PALMA DE MAIORCA

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CONSULTÓRIO DA SAÚDE Coloque uma questão dirigida ao Consultório da Saúde utilizando o e-mail: consultoriodasaude@hotmail.com

João Bicudo Melo Médico e Psicólogo Clínico

DOENÇA, MEDICINA E RELIGIÃO

Durante vários séculos, a história da medicina foi marcada pelos valores espirituais das diferentes civilizações. Com a evolução do conhecimento científico, sobretudo com o estabelecido de modelos explicativos acerca dos mecanismos bioquímicos das diferentes doenças, bem como o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas dirigidas ao foco da doença, assistiu-se a um afastamento da medicina e da religião. Neste sentido, grande parte do século XX foi marcado por uma medicina organicista, centrada exclusivamente na doença e no tratamento da dimensão biológica das enfermidades. Com a afirmação da medicina psicossomática, da psicossociologia da saúde, da antropologia médica e da medicina geral e familiar são integrados novos elementos ao conhecimento científico que contrariam a tendência biomédica e apelam à necessidade de humanizar os cuidados de saúde. Assim, mais do que curar doenças, há que tratar do doente! O que importa é a pessoa! O utente, como um todo biológico, psicológico, social e espiritual, passa a ser considerado na prática clínica. A medicina passa a reconhecer que a intervenção terapêutica personalizada pode trazer benefícios para a relação médico-doente e subsequente adesão e sucesso do tratamento.

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Hoje, todos os médicos são chamados a olhar além dos aspetos ligados ao corpo e a considerar todos os sofrimentos físicos e psicológicos dos seus utentes, a combater os processos de estigmatização associados às doenças e aceitar para o contexto da consulta as revoltas, o desespero, as dúvidas, os contratempos, as desistências, as (des)crenças, a falta de fé… No entanto, a dimensão espiritual pode ser de difícil abordagem. Porém, sempre que o utente entenda pertinente, é nosso dever enquanto médicos acolher de braços bem abertos as suas questões. Tantas vezes perguntas sem respostas, carregadas de preocupação, angústia e desespero, que um aperto de mão e um sorriso de esperança respondem. A relação médico-doente não se constrói só com palavras. São necessários gestos! Diferentes estudos têm posto em evidência que a vivência espiritual pode ser, para alguns doentes e seus familiares ou amigos, um importante recurso para fazer face à doença, sobretudo nos casos da doença grave, incapacitante e terminal. Além disso, para alguns profissionais de saúde, a experiência da sua religiosidade enquanto atributo de significado à sua prática clínica, bem como na orientação ética do seu desempenho profissional podem beneficiar a sua prática e ser um recurso que nos impele a seguir em frente perante as situações difíceis e, com confiança, debelar a angústia e receber com um sorriso, de braços abertos, o doente que se segue. Ainda que haja evidência científica, a prática clínica atual, mantendo remanescências de um passado recente pautado por valores organicistas, remete, por vezes, para a vida privada do utente e do médico a vivência da sua espiritualidade. Resquícios que há que combater pois quem beneficia somos todos nós – médicos e utentes – merecedores de atenção e cuidado. Eu sou um médico católico e não me envergonho disso. Há que corajosamente assumir que um médico pode, sem preconceitos, professar uma religião, acreditar em explicações teológicas acerca do universo e do mundo, encontrar Deus no seu trabalho e, ainda assim, ter uma prática profissional pautada por grande rigor científico. Afinal, religião e ciência médica devem conviver na defesa sintónica da dignificação da vida humana, na luta pela melhoria das condições de vida e de morte e, sobretudo, no acolhimento fraterno do outro que está doente e fragilizado e garantir-lhe aquele sorriso caloroso. E a isto não se chama caridade… é muito mais do que isto!



QUEIJOS DOS AÇORES

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REPORTAGEM

RAQUEL FRANCO HONRA O PASSADO DO PAI HORÁCIO FRANCO Raquel Franco conhece bem os cantos da empresa criada pelo pai, Horácio Franco, com a prestimosa ajuda de Luís Cogumbreiro. Há um ano atrás assumiu um papel mais ativo na gestão da Autatlantis, que acaba de celebrar três décadas de existência, uma data assinalada com um evento, onde foi recordado o grande açoriano Horácio Franco. Natacha Alexandra Pastor

N

a cerimónia evocativa dos 30 anos da empresa, foi expresso o compromisso de apoiar o Núcleo Regional dos Açores da Liga Portuguesa contra o Cancro, através da atribuição de 5% da receita anual do aluguer de uma viatura, como contributo para mais ações em torno do combate contra esta doença oncológica, de que foi vítima Horácio Franco. Sem esquecer o passado, Raquel Franco, que assumiu a gestão da empresa, confirma que as bases da Autatlantis vão manter-se fiéis aos valores incutidos pelo gestor Horácio Franco, mas fala-nos também de um novo período de estratégias, a pensar na inovação. “Encaro a prestação e o contributo do meu pai e do meu tio, Luís Cogumbreiro, como exemplos. Exemplos de visão estratégica e de fortalecimento do tecido empresarial do nosso arquipélago. Exemplos que demonstram vitalidade e capacidade de renovação, através das sucessivas gerações que marcam o passado e justificam o presente de qualquer empresa que nasce no seio familiar. Desde cedo, acompanhei o percurso da Autatlantis, quer na sequência da informalidade das conversas partilhadas pelo meu pai, quer ao longo do meu crescimento profissional enquanto gestora e, desde há um ano, como sócio-gerente da empresa. E ao assinalarmos trinta anos de existência, é, de facto, uma excelente oportunidade para enaltecer valores identitários da empresa tão importantes como a auto-confiança, a resiliência e a vontade de construir e vencer.

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Miguel Machado

Por isso, é justo sublinhar o ciclo de vida da Autatlantis na procura constante de respostas aos desafios da modernização do setor, da competitividade e diversificação desta atividade nos Açores. Ao abraçarmos o legado do meu pai, ao assumirmos este compromisso e ao incrementarmos responsabilidade social junto de causas do nosso quotidiano, estamos a honrar o passado, a dinamizar o presente e a projetar o futuro. Por isso, não nos podemos, desde logo, alhear de quem reconheceu e apoiou, desde sempre, o envolvimento e a confiança daquele que foi não só um campeão, mas também um empresário de sucesso: a nossa família corporativa, os nossos parceiros e os nossos clientes. À nossa família corporativa, a consolidação de uma identidade inequivocamente profissional; aos nossos parceiros, a preservação de uma ativa a dinâmica relação de confiança; aos nossos clientes, a persistência no valor da excelência, nos domínios do atendimento e da garantia de segurança. Três dimensões nucleares promotoras de percursos, de afetos, de entendimentos, de companheirismo, de cooperação, de resultados e de vitórias. Três bases de conciliação que, com a devida visão estratégica, a adequada capacidade de concretização e a plena satisfação, merecem o nosso reconhecimento e aplauso. É neste sentido que o nosso compromisso se orientará por propósitos de continuidade, mas também de inovação, que vão desde a identidade corporativa até à excelência, não esquecendo o nosso


objetivo no fomento de uma rede de pontos de venda nas 9 ilhas dos Açores e no lançamento de novos serviços ao cliente, como o “fast check-in”, a “assistência 24 horas” e o “Pad Map”. Em paralelo, queremos destacar, no âmbito da nossa política de responsabilidade social, símbolos valorativos que movem a ação da Autatlantis, na abertura para uma nova década de cooperação, e que se baseiam na vontade do meu pai em ver apoiados e acompanhados pela nossa identidade corporativa: a prática desportiva através de referenciais de hábitos saudáveis até porque os bons exemplos serão sempre motivos para abrirmos caminho à participação dos jovens, incentivarmos as suas potencialidades e aptidões desportivas, com vista a promover uma relação ativa de uma juventude saudável com o seu presente e com o seu futuro.” AS TRANSFORMAÇÕES DO MOMENTO Com o setor do Turismo a ter, na região, um dos momentos mais altos, há que pensar e rever toda a estratégia de quem trabalha neste setor. Raquel Franco enfatiza os tempos de mudança

e evidencia que é preciso qualidade empresarial para abraçar os desafios. “Estamos perante um setor que está em constante mudança, resultado de estratégias concorrenciais que podem potenciar o risco de lesar o contínuo crescimento e a expressiva consolidação do setor no mercado regional. Por tal, é imperativo refletir, rever e trabalhar nas linhas orientadoras com vista a promover o fomento de condições mais equitativas, tanto na criação como no funcionamento do negócio, sob pena da essência se desqualificar e a missão se banalizar. Evidências que diagnosticam para onde não queremos nem devemos ir! Porque as evidências que mostram para onde queremos e devemos ir têm que assentar na qualidade empresarial, pautada pela confiança, pelo compromisso e pela credibilidade. Uma concertação que se materializa num futuro promissor para as empresas, para o mercado e para a região, e que se torna determinante para qualquer ciclo económico e, especialmente, para o envolvimento do empreendedor.”

UM HOMEM VISIONÁRIO, UM CIDADÃO QUE ORGULHOU

“O meu pai soube, desde a primeira hora, acumular uma experiência de visionário. Esforçou-se em estruturar conhecimento e rasgar horizontes, em atrair competências e criar uma sólida cultura empresarial não só nas áreas do automóvel, mas também dos serviços técnicos e da hotelaria, e que, hoje, é uma inspiração para mim, que, naturalmente, o sucedo. Se os troços das competições foram o terreno privilegiado para uma das suas grandes paixões – a de automobilista -, a sua obra é encarada não como um fim em si mesmo, mas como um meio no “road book” do percurso de quem levou os Açores ao Mundo e trouxe o Mundo aos Açores. Um Ser afável e sociável, dinâmico e com brio profissional. Filho, marido, pai e avô exemplar. O meu pai foi um cidadão que qualquer região ou cidade se orgulhou de ter e um empresário que criou o projeto Autatlantis como um projeto para a promoção da sua terra.” Raquel Franco


DESPORTO MOTORIZADO CAMPEONATO DE RALIS DOS AÇORES 2018

XXXVII RALI SICAL O DELICIOSO CAFÉ DE BERNARDO SOUSA

A dupla Bernardo Sousa e Valter Cardoso, a bordo do Citroën DS3 R5 da equipa Play/Autoaçoreana Racing, venceu o XXXVII Rali Sical, a segunda prova do Campeonato dos Açores de Ralis. Renato Carvalho

A

equipa técnica do Terceira Automóvel Clube definiu um rali com quatro troços desenhados nas estradas de asfalto da ilha Terceira e percorridos por duas vezes. A habitual prova citadina, realizada nas ruas de Angra do Heroísmo abriu o rali na noite de sexta-feira. As principais novidades desta edição do Rali Sical foram a ausência do campeão em título e líder do campeonato, Ricardo Moura, além do regresso de Gustavo Louro que esteve ausente das provas do campeonato durante oito anos. O piloto terceirense aproveitou a oportunidade para comemorar as bodas de prata da sua primeira participação em ralis. Pela primeira vez a correr na ilha lilás, Bernardo Sousa e Valter Cardoso no Citroën DS3 R5 da equipa Play/Autoaçoreana Racing eram apontados como um dos favoritos à vitória. O outro era Luís Miguel Rego acompanhado por

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António Bettencourt

Jorge Henriques no habitual Ford Fiesta R5 do Team Além Mar. Na super especial de sexta-feira, Luís Miguel Rego foi mais rápido do que Bernardo Sousa por… 2 décimas. Estava comprovado que a luta pelo triunfo seria entre estes dois pilotos. No dia seguinte, Bernardo Sousa ganhou os dois primeiros troços e ficou com uma vantagem sobre Luís Miguel Rego de 25,4 segundos. No intervalo do rali e depois de voltar a ser o mais rápido nas mesmas classificativas, o piloto madeirense tinha acumulado um avanço superior a um minuto sobre o segundo classificado, que passou a ser Gustavo Louro, já que Luís Miguel Rego sentiu problemas de travões no Ford Fiesta que o obrigaram a baixar para a quinta posição. Durante a tarde, Bernardo Sousa imprimiu um ritmo que garantiu a gestão da vantagem amealhada, evitando correr


TRAA TRIUNFO DE HUGO MESQUITA

A primeira prova do Troféu de Ralis de Asfalto dos Açores de 2018 utilizou os primeiros cinco troços do XXXVII Rali Sical. O triunfo pertenceu a Hugo Mesquita que foi o mais rápido em quatro troços e liderou do princípio ao fim, terminando com uma vantagem de 49,2 segundos sobre a concorrência. No segundo posto ficou Paulo Santos, que venceu uma prova de classificação e não teve praticamente qualquer oposição. O pódio ficou completo com a presença de Ricardo Silva e Carla Silva que conseguiram obter este resultado aos comandos de um Citroën Saxo Cup no derradeiro troço e por uma margem de…0,9 segundos. Terminaram a prova vinte equipas. CLASSIFICAÇÃO FINAL DO XXXVII RALI SICAL 1º Play/Autoaçoreana Racing/Bernardo Sousa/Valter Cardoso (Citroen DS3 R5) 49m36,1s; 2º Team Além Mar/Luís Miguel Rego/Jorge Henriques (Ford Fiesta R5) a 2m52,3s; 3º Gustavo Louro/Jorge Diniz (Ford Fiesta Proto) a 3m43,3s; 4º Ruben Rodrigues/Estevão Rodrigues (Peugeot 208 R2) a 4m15,5s; 5º Rafael Botelho/ Rui Raimundo (Citroen DS3 R3T) a 5m33,9s; 6º Hugo Mesquita/Carlos Magalhães (Mitsubishi Lancer Evo IX) a 5m38,6s; 7º Paulo Santos/André Barras (Citroën Saxo Cup) a 7m44,8s; 8º Ricardo Silva/Carla Silva (Citroen Saxo Cup) a 8m26,4s; 9º Fábio A. Silva/Gustavo Silva (Citroen Saxo Cup) a 8m29,9s; 10º Paulo Rocha/José Alves (Citroen AX GTI 1.6) a 9m46,1s; 11º João Correia/Rodrigo Contente (Peugeot 106 XSi) a 10m12,6s; 12º Bruno Silva/Marco Espínola (Citroën Saxo Cup) a 10m14,9s; 13º Teófilo Pires/Ricardo Fagundes (Citroen Saxo Cup) a 11m24,6s; 14º Rui Torres/ Sousa Martins (Ford Escort RS MKII) a 12m20,4s; 15º Emanuel Garcia/Nelson Dinis (Citroën Saxo Cup) a 13m48,3s; 16º Ricardo Veríssimo/Sérgio Monteiro (Citroën Saxo Cup) a 14m19,0s; 17º Mário Jorge/Marco Silva (Hyundai Getz 1.5 D) a 15m06,1s; 18º Augusto Ferreira/Marlene Ferreira (Renault Megane 1.4) a 17m05,0s; 19º Carla Costa/Rui Ávila (Renault Clio 1.8 16V) a 18m30,5s; 20º Francisco Costa/Elisabete Jesus (Peugeot 206 RC) a 20m47,5s; 21º Ana Castro/Ivone Rodrigues (Toyota Yaris) a 22m29,9s.

Luís Miguel Rego

Ruben Rodrigues

17

14

25+3,96

--

Ricardo Moura

Bernardo Sousa

20+0,33 20+2,20

0+0,33 25+2,75

Rafael Botelho

14

12

Gustavo Louro

--

17

Luís Mota

12

--

João Faria

10

--

Hugo Mesquita

--

10

10º

Marco Soares

8

0

Pontos Totais

Rali Ilha do Pico 19/20 Outubro

Rali Ilha Lilás 14/15 Setembro

Rali Santa Maria 10/11 Agosto

Rali Lotus 30 de Junho e 01 Julho

Rali Ilha Azul 01/02 Junho

Rali Sical 20/21 Abril

Azores Airlines Rallye

Concorrente

CLASSIFICAÇÃO DO CAMPEONATO RALIS DOS AÇORES - ABSOLUTO Posição

riscos, mesmo assim ainda conseguiu vencer um troço. Depois do êxito alcançado no SATA Rali Açores de 2014, Bernardo Sousa volta a alcançar o sucesso nos Açores, agora integrado na equipa Play/Autoaçoreana Racing e participante no Campeonato dos Açores de Ralis. Com os problemas solucionados, Luís Miguel Rego durante a segunda parte do rali impôs uma cadência que possibilitou conquistar o triunfo nas derradeiras três provas de classificação e subir de quinto ao segundo lugar da geral. Com este resultado, o piloto do Team Além Mar ascendeu à liderança do campeonato. O regresso de Gustavo Louro aos ralis foi um dos pontos altos do rali. Ao volante do Ford Fiesta Proto, construído sob a batuta do piloto Rui Torres e tendo como navegador Jorge Diniz, o ex-campeão de ralis dos Açores demonstrou que mantém intactas as qualidades que o proporcionaram alcançar grandes resultados no passado. Rodou quase sempre no terceiro lugar, ainda passou pelo lugar intermédio do pódio mas um furo na penúltima classificativa fez baixar um degrau. A participação de Gustavo Louro gerou um grande entusiasmo entre os amantes da modalidade locais. Muito interessante de seguir foi a luta pela quarta posição. No final da manhã, Ruben Rodrigues navegado por Estevão Rodrigues no Peugeot 208 R2 e a equipa formada por Hugo Mesquita e Carlos Magalhães em Mitsubishi Lancer Evo IX estavam empatadas com o mesmo tempo. Nos troços da tarde, Mesquita perde muito tempo, o que permite a Ruben Rodrigues juntar uma confortável vantagem e chegar ao fim no quarto posto. Na categoria reservada aos veículos de 2 Rodas Motrizes, o triunfo pertenceu ao piloto do Peugeot, enquanto o campeão em título, Rafael Botelho e o co-piloto Rui Raimundo no Citroën DS3 R3T conseguiram recuperar tempo e ascender ao segundo lugar deste escalão e quinto da classificação geral. De salientar, o triunfo de Paulo Santos e André Barras ao volante de um Citroën Saxo Cup no grupo reservado aos Veículos Sem Homologação e que foram sétimos classificados. O XXIX Rali Ilha Azul Além Mar na ilha do Faial é a próxima prova do Campeonato dos Açores de Ralis.

42,53 31 28,96 28,08 26 17 12 10 10 8

Correção: No quadro da classificação do Campeonato Ralis dos Açores – Absoluto, da última edição, a informação não foi reproduzida com todos os dados atualizados. Desculpas pelo ocorrido.

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CONSULTÓRIO JURÍDICO

com: Carlos Melo Bento ADVOGADO

Já abordamos antes a questão da disponibilização de dados pessoais a terceiros, nomeadamente a que entidades pode/ deve ser feito. Explorando mais a questão: a partilha com alguém via e-mail de informação pessoal (cartão do cidadão) deve cumprir alguma regra/cuidado da parte do seu titular? Que outros cuidados devem ser tomados? Uma análise superficial à legislação em vigor nos territórios sob soberania portuguesa e que em breve será parcialmente alterada, leva-me à conclusão de que estamos perante uma “importação” de legislação estrangeira de inspiração, pelo menos francesa, com todas as complicações e confusões que o direito desses países costuma envolver. Enquanto a escola de direito português se aperfeiçoou na clareza e na síntese, outras legislações evoluíram em sentido contrário. O resultado é que duram pouco o que aumenta a confusão gerada nos espíritos dos destinatários das normas que produz. Perante a confusão, a nossa Jurisprudência de qualidade sempre optou pelo bom senso que nós juristas chamamos o prudente arbítrio. E o meu conselho vai nesse sentido: bom senso. A partilha do cartão de cidadão por email, eis uma coisa que não aconselharia a ninguém. Talvez um perito em eletrónica pudesse encriptá-lo de modo a não ser nem copiado nem reenviado. Estamos perante um problema técnico que não jurídico. Claro que uma ordem judicial direta obriga ao seu cumprimento e a desobediência pode ser crime. Agora reparem no texto do Artigo 10.º da Lei da Proteção de Dados, sobre o Direito de informação: “1 - Quando recolher dados pessoais directamente do seu titular, o responsável pelo tratamento ou o seu representante deve prestar-lhe, salvo se já dele forem conhecidas, as seguintes informações: a) Identidade do responsável pelo tratamento e, se for caso disso, do seu representante; b) Finalidades do tratamento; c) Outras informações, tais como: Os destinatários ou categorias de destinatários dos dados; O carácter obrigatório ou facultativo da resposta, bem como as possíveis consequências se não responder; A existência e as condições do direito de acesso e de rectificação, desde que sejam necessárias, tendo em conta as circunstâncias específicas da recolha dos dados, para garantir ao seu titular um tratamento leal dos mesmos. 2 - Os documentos que sirvam de base à recolha de dados pessoais devem conter as informações constantes do número anterior. 3 - Se os dados não forem recolhidos junto do seu titular, e salvo se dele já forem conhecidas, o responsável pelo tratamento, ou o seu representante, deve prestar-lhe as informações previstas no n.º 1 no momento do registo dos dados ou, se estiver prevista a comunicação a terceiros, o mais tardar aquando da primeira comunicação desses dados. 4 - No caso de recolha de dados em redes abertas, o titular dos dados deve ser informado, salvo se disso já tiver conhecimento, de que os seus dados pessoais podem circular na rede sem condições de segurança, correndo o risco de serem vistos e utilizados por terceiros não autorizados. 5 - A obrigação de informação pode ser dispensada, mediante disposição legal ou deliberação da CNPD, por motivos de segurança do Estado e prevenção ou investigação criminal, e, bem assim, quando, nomeadamente no caso do tratamento de dados com finalidades estatísticas, históricas ou de investigação científica, a informação do titular dos dados se revelar impossível ou implicar esforços desproporcionados ou ainda quando a lei determinar expressamente o registo dos dados ou a sua divulgação. 6 - A obrigação de informação, nos termos previstos no presente artigo, não se aplica ao tratamento de dados efectuado para fins exclusivamente jornalísticos ou de expressão artística ou literária.”

Não sei se alguém conseguiu, até hoje, cumprir isto mas tenho as minhas dúvidas…

E quanto à assinatura digital? Deve ser em regra evitada para impedir a sua utilização por terceiros?

R. Se for usada perante entidades oficiais vinculadas à proteção de dados a coisa tem mais garantia mas continua a ser um problema essencialmente eletrónico. De qualquer dos modos, teremos de aguardar a publicação da legislação “prometida” para maio para vermos se a confusão existente se começa a dissipar.

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NOTE BEM: estes pequenos conselhos não dispensam a consulta a um advogado. Pois, cada caso é um caso e, para se dar um conselho, é preciso saber muitos detalhes que não cabem nas perguntas que me são feitas.

Tem alguma questão jurídica que gostaria de ver respondida? Envie-nos por email: criativa.azores@gmail.com


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FOTOGRAFIA OLHAR CRIATIVO

DESAFIO MENSAL DO MÊS TRANSATO

COM O TEMA: “ARTES E OFÍCIOS”

1º LUGAR - Francisco Granadeiro - “Empalhador”

“ESTAS PÁGINAS SÃO DEDICADAS AOS ENTUSIASTAS, QUE DE UMA FORMA APAIXONADA PARTILHAM O SEU OLHAR, POTENCIANDO A ARTE E O GOSTO PELA FOTOGRAFIA.”

Coordenação: Paulino Pavão

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Edição:


2º LUGAR - Francisco Granadeiro - “Trabalhando vimes”

3º LUGAR - Nelson Raposo - “O Último Mestre”

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SAÚDE ÓTICA

OLHE PELOS MAIS PEQUENOS Uma grande percentagem de crianças apresenta problemas visuais, como os erros refrativos (miopia, hipermetropia e astigmatismo), a ambliopia e o estrabismo. Um rastreio visual com regularidade ajuda a detetar estes e outros problemas de visão que passam despercebidos aos pais e que poderão ter vários efeitos negativos na vida das crianças, tais como, o aproveitamento escolar e as suas capacidades de aprendizagem. Já que falamos dos mais pequeninos, uma informação, também, importante para os pais que tenham tido um bebé prematuro. Para além das consultas com o médico assistente ou o pediatra, também têm de fazer um rastreio à visão. A primeira avaliação oftalmológica é feita nas primeiras horas de vida pelo pediatra. Este primeiro exame é conhecido como teste do olhinho ou teste do reflexo vermelho. Mas após o bebé ter alta da maternidade é necessário continuar o seguimento oftalmológico para detetar possíveis doenças como a retinopatia da prematuridade, ou outras doenças oculares mais comuns, como estrabismo (desvio ocular) ou erros refrativos (miopia).

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Artigo elaborado com suporte em: INSTITUTOPTICO www.institutoptico.pt


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REPORTAGEM

ACC MOTAS APOSTA NUMA RENOVAÇÃO DE ESPAÇO Natacha Alexandra Pastor

A

A C Cymbron decidiu regressar ao mercado do motociclismo nos Açores em 2014 - depois de ter tido uma experiência inicial com a representação de algumas motas, nomeadamente as Pachancho -, dedicando-se à venda de motos, acessórios e equipamentos, mas sendo esta dinâmica assumida pela ACC Motas, iniciando-se o negócio com a venda exclusiva das marcas Aprilia e KSR. Com o surgimento de outras marcas muito aprazíveis, a empresa reforça a oferta, juntando um novo grupo de insígnias: Moto Guzzi, Kymco,

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Carlos Costa

AJP e Brixton. Com a dedicação aos nomes referidos, e por considerar que existia uma lacuna no mercado regional no que respeitava à diversificação de peças de qualidade para os motociclistas, começou, em paralelo, a aposta em acessórios das marcas Schuberth, Rev’it, TCX ou a NEXX. Em breve deverão surgir novidades na oferta de serviços, já que, neste momento, a ACC Motas está a proceder à renovação do espaço de exposição e comercial da empresa, acompanhada ainda de uma nova imagem.


ACC MOTAS CONVIDA FÃS PARA TEST-DRIVE DE MOTOS

EVENTOS

Carlos Costa Foi num evento descontraído, em ambiente de amigos e com direito a churrasco, que algumas pessoas puderam fazer testes em motos como a Aprilia Shiber 900 cc, Caponord 1200cc e a Moto Guzzi California 1400cc. Neste mês de maio a ACC Motas terá um evento semelhante em que será possível conversar com os importadores destas duas marcas e onde será apresentada uma nova mota nos Açores com direito a test-drive.

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EVENTOS

PREZIOSA EM ESCALA INAUGURAL EM PONTA DELGADA Orlando Medeiros Na viagem inaugural a Ponta Delgada do navio de cruzeiro Preziosa, a empresa MSC Cruzeiros convidou para uma visita a bordo várias autoridades locais, alguns operadores e agentes turísticos e ainda vários órgãos de comunicação social. Na escala inaugural na nossa cidade, o Preziosa trouxe quase 4.000 passageiros.

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VOUCHER pรกg. 47

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DIAGNÓSTICO CAPILAR APROFUNDADO VAMOS RESOLVER O SEU PROBLEMA. Não espere que a sua situação piore, MARQUE JÁ O SEU DIAGNÓSTICO. TEMOS SOLUÇÃO PARA SI!

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EVENTOS

JANTAR CONVÍVIO DO IMPÉRIO DA FESTA Paulo Renato Sousa A Irmandade do Império da Festa do Divino Espírito Santo de Feteiras, em Ponta Delgada, organizou um jantar, seguido de arrematações. O serão teve lugar no salão de festas do Ramal de Santa Luzia, e recebeu inúmeros convidados.

FESTA DO CHÁ Paulo Renato Sousa O ATL Vale Encantado organizou nas Sete Cidades uma Festa do Chá, envolvendo pais e familiares das crianças deste Atelier de Tempos Livres, com o intuito de angariar fundos para uma viagem de verão à ilha de Santa Maria. Não faltou o chá, sobremesas e alguns jogos didáticos.

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EVENTOS

CASA DA MOAGEM NA LOMBA DA MAIA CMRG Inauguradas as obras de recuperação da Casa da Moagem, na freguesia da Lomba da Maia, o espaço será mais um ponto de atração turística na freguesia, mas também servirá a população local, pois é neste edifício que irá começar a funcionar a escola de música.

LANÇAMENTO DO CHÁ BIOLÓGICO DO PORTO FORMOSO CMRG Foi oficialmente apresentado um chá biológico, uma nova produção da fábrica de chá do Porto Formoso. O autarca Alexandre Gaudêncio destacou que o novo produto é o “corolário de três anos de trabalho que permitiram desenvolver um chá sem a utilização de produtos químicos.”

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VOUCHER pรกg. 47

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AGENDA

04 e

NOITE DO SKETCH

11 e

EXPOSIÇÃO DE PINTURA E DESENHO DOS ALUNOS DE VICTOR ALMEIDA

até

X FEIRA DO LIVRO – PATRIMONIA

até

COLISEU MICAELENSE

TEATRO RIBEIRAGRANDENSE

CONVENTO DOS FRANCISCANOS - LAGOA

CONVENTO DOS FRANCISCANOS - LAGOA

CONFERÊNCIA DO ESCRITOR JOÃO DE MELO CENTRO MUNICIPAL DE ATIVIDADES CULTURAIS – VILA DO NORDESTE

CEIA DOS FRANCISCANOS

CONVENTO DOS FRANCISCANOS - LAGOA

CONCERTO SALVADOR SOBRAL TEATRO MICAELENSE

05 12 13 13 15 18 26

maio maio

maio

maio

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CORREÇÃO: Por lapso, na reportagem publicada na página 24 da edição de abril, referente à Festa da Flor na Ribeira Grande, foi publicado o cartaz do evento de 2017. Considerando que não só o cartaz como as datas não correspondem ao evento deste ano, apresentamos as nossas desculpas pelo lapso, bem como pelo facto de no texto inicial ter sido escrito 3018, quando se trata de 2018.

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Agenda sujeita a eventuais alterações.

CONCERTO DE MARCO PAULO


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ACONTECEU EMPRESAS DE ARTESANATO CRESCEM 56% O número de empresas de artesanato registou um crescimento de cerca de 56% nos Açores desde 2012, estando atualmente inscritas 559 unidades produtivas no Centro Regional de Apoio ao Artesanato (CRAA). FESTIVAL CINE’ECO NA POVOAÇÃO O concelho da Povoação recebeu a 7ª sessão de um festival de cinema ambiental que procura promover novas ideias e ações através do audiovisual, para fazer refletir o público sobre questões ambientais.

HASTEADA BANDEIRA “LAÇO AZUL” NA LAGOA Foi hasteada nos Paços do Concelho da Lagoa, a bandeira “Laço Azul”, alusiva à Luta contra os Maus-tratos Infantis, cuja data se assinala anualmente em abril. A iniciativa, organizada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Lagoa e em parceria com a autarquia lagoense, pretende promover a consciencialização da comunidade para a importância da prevenção dos maus-tratos na infância e juventude e o entendimento pelas famílias para o exercício de uma parentalidade positiva. FEIRA DO LIVRO NA RIBEIRA GRANDE A Feira do Livro Usado contou com mais de um milhar de livros usados a preços bastante acessíveis. Entre contos, romances, ficção, banda desenhada, policiais, livros históricos, entre outros, houve títulos a preços simbólicos, a partir dos 25 cêntimos.

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EVENTO DE CIBERSEGURANÇA A cidade de Ponta Delgada recebeu a “2018 Training School on Real-World Crypto and Privacy”, um evento da responsabilidade da “COST European Cooperation in Science and Technology”, organização que financia, nos domínios científicos e tecnológicos, atividades, ideias e colaborações transnacionais em prol do desenvolvimento do conhecimento científico e do fortalecimento da Europa como líder na inovação e no desenvolvimento tecnológico.

LIVRO “SALADA É SAÚDE” O presidente da Câmara da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, marcou presença na cerimónia de lançamento do livro de receitas “Salada é Saúde”, iniciativa da escola básica/integrada da Maia.

NOVA CAMPANHA DE IDENTIFICAÇÃO ELETRÓNICA DE CANÍDEOS A Câmara Municipal de Lagoa iniciou uma nova campanha gratuita para a identificação eletrónica de canídeos, destinada aos munícipes do concelho, retomando assim uma iniciativa que já havia decorrido em agosto último, e durante a qual foi possível atribuir a identificação eletrónica e vacinar cerca de 500 cães. EMPRESAS AÇORIANAS NO SALÃO INTERNACIO­ NAL DE ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS – ALIMENTARIA O Governo Regional apoiou a participação de empresas representativas dos principais setores de produção agroalimentar dos Açores no Salão Internacional de Alimentação e Bebidas – Alimentaria, que teve lugar em Barcelona, uma feira que recebe empresas de 160 países e onde se espera, nesta edição, mais de 140 mil visitantes.


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21,00€

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HORÓSCOPO ASTRÓLOGO LUÍS MONIZ

rikinho-astro@hotmail.com www.meiodoceu-com-sapo-pt.webnode.pt

CARNEIRO 21/03 A 20/04

BALANÇA 23/09 A 22/10

TOURO 21/04 A 20/05

ESCORPIÃO 23/10 A 21/11

GÊMEOS 21/05 A 20/06

SAGITÁRIO 22/11 A 21/12

CARANGUEJO 21/06 A 22/07

CAPRICÓRNIO 22/12 A 19/01

LEÃO 23/07 A 22/08

AQUÁRIO 20/01 A 18/02

VIRGEM 23/08 A 22/09

PEIXES 19/02 A 20/03

SIGNO DO MÊS

A vida afetiva precisa de ações mais criativas, inovadoras e, em certos casos, exige mudanças profundas no relacionamento amoroso. A nível profissional atravessa um ciclo propício para poder expressar assertivamente as suas opiniões, com criatividade e autenticidade.

A vida afetiva permite afirmar a sua relação sentimental e, com a calma aliada à estabilidade, vivenciará grandes êxitos amorosos. A nível profissional o momento marca autoconfiança e calmamente poderá tomar decisões firmes, de forma a construir muita estabilidade.

A vida afetiva agitada com encontros e reencontros cria oportunidades para conviver, manifestando a multiplicidade das suas ideias. A nível profissional esta fase é ótima para participar em atividades coletivas e todos os contatos terão uma importância especial.

A vida afetiva confere transformações profundas na relação amorosa, baseadas na estabilidade emocional e perceção da realidade. A nível profissional a sua intuição aliada à imaginação fantástica ajudará a desenvolver trabalhos e alcançará bons resultados financeiros.

A vida afetiva marca um período extremamente dinâmico repleto de entusiasmo, devotado à família e de forma especial aos filhos. A nível profissional a formação informal é um meio apropriado para elevar o seu nível cultural e assim alcançará posições de prestígio.

A vida afetiva depende principalmente da sua harmonia interior e capacidade de manifestar (sem medo) os seus sentimentos. A nível profissional, durante este período a sua autoconfiança está muito elevada e com persistência vai reorganizar a sua carreira.

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A vida afetiva permite dialogar com alguém que lhe seja fácil partilhar a sua intimidade e estabelecer relações baseadas na harmonia. A nível profissional as suas atividades exigem grande concentração, persistência e capacidade para reconhecer o caminho a seguir.

A vida afetiva evolui positivamente a partir da comunicação adequada (assertiva) e do uso correto da sua força emocional. A nível profissional as suas ideias são apresentadas com grande convicção, argumentação lógica e profundidade, promovendo crescimento.

A vida afetiva intensa poderá experimentar certas instabilidades que obriga-o a ter uma conduta mais tolerante e equilibrada. A nível profissional descobrirá novas oportunidades, avançando rumo ao futuro, e com preciosos apoios vai atingir os seus objetivos.

A vida afetiva aponta a necessidade dos casais, mais recentes, respeitarem os espaços e a natureza de ambos os elementos do par. A nível profissional é imprescindível desenvolver as atividades com dedicação e flexibilidade mental, aceitando opiniões (opostas).

A vida afetiva intensa fomenta relacionamentos instáveis e atrações súbitas, contudo, privilegie sobretudo as relações (antigas) familiares. A nível profissional a permuta de pensamentos e a aquisição de conhecimentos são elementos determinantes para o progresso.

A vida afetiva exalta grandes sentimentos e vontade para evidenciar a sua sensibilidade, sobretudo, em relação às pessoas desprotegidas. A nível profissional evitando o isolamento, participando em ações solidárias, pode fugir à rotina e concretizar os seus sonhos.


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