CRIATIVA MAGAZINE - EDIÇÃO DE MARÇO DE 2019

Page 1

ANO IV Nº 53 MARÇO 2019

S DE DOESR CONTO VOUCHNER O INTERI

ENTREVISTA A JOSÉ MANUEL BOLIEIRO

CENTRO HISTÓRICO DE PONTA DELGADA COM NOVA VIDA

NOVAS ROTAS: “NUNCA SE FALOU TANTO DA NECESSIDADE DE ALTERAR O SISTEMA EDUCATIVO” INSPIRARAÇÃO PRETENDE AJUDAR A ENCONTRAR A MELHOR VERSÃO DE CADA UM TREMOR REGRESSA COM MUITA CULTURA ENTREVISTA A LUÍS MIGUEL REGO “A VITÓRIA NO CAMPEONATO É O RESULTADO DE MUITO TRABALHO”

Ponta Delgada Telef.: 296 305 770 centroptico@gmail.com

Vila Franca do Campo Telef.: 296 583 041



REPORTAGEM SEIS FARMÁCIAS AÇORIANAS EM RISCO DE DESAPARECEREM

EVENTOS

DE CARNAVAL 34 BAILES NO COLISEU MICAELENSE REUNIDAS 36 AMIGAS NA ASSOCIAÇÃO AGRÍCOLA VARIEDADES DE CAMÉLIAS 42 200 EXPOSTAS NO CASINO TERRA NOSTRA

DE CANTORIAS 44 FESTIVAL AO DESAFIO DO FESTIVAL 45 VIDAEDIÇÃO MALASSADA DAS LIMAS 46 BATALHA COM OITO EQUIPAS

RUBRICAS

REPORTAGEM TREMOR REGRESSA COM MUITA CULTURA

SOBRE A BICICLETA 25 OLHAR COM: FRANCISCO CARREIRO CRIATIVO 28 OLHAR TEMA “A AMIZADE” DE SAÚDE 30 CONSULTÓRIO COM: JOÃO BICUDO MELO ÓTICA 32 SAÚDE COM: INSTITUTOPTICO Propriedade:

criativaçores, Lda Rua do Espírito Santo, 77 - r/c Esq. 9500-465 Ponta Delgada NIF: 513 281 070 Email: criativa.azores@gmail.com

962 370 110

Nº Registo: 126655

REPORTAGEM EXPOSIÇÃO “DOIS AMIGOS NOS AÇORES” COM APOIO DA AFAA

DESPORTO MOTORIZADO ENTREVISTA A LUÍS MIGUEL REGO “A VITÓRIA NO CAMPEONATO É O RESULTADO DE MUITO TRABALHO”

Diretora: Natacha Alexandra Pastor Editor: Carlos Costa Direção Comercial: Eduardo Andrade Sede da Redação/Editor: Rua Espírito Santo, nº 77 R/chão Esqº 9500-465 Ponta Delgada Periodicidade: Mensal Tiragem: 5.000 exemplares Impressão: Coingra - Companhia Gráfica dos Açores - Parque Industrial da Ribeira Grande Lote 33 - 9600-499 Ribeira Grande

26 22 16 12 08

04

GRANDE ENTREVISTA

ENTREVISTA A CONCEIÇÃO MEDEIROS “NUNCA SE FALOU TANTO DA NECESSIDADE DE ALTERAR O SISTEMA EDUCATIVO”

Design Gráfico e paginação: Orlando Medeiros Fotografia: António Bettencourt e Carlos Costa Depósito Legal: 390939/15 Colaboradores: Carlos Melo Bento, Francisco Carreiro, Luís Moniz, João Bicudo Melo, Paulino Pavão/ AFAA, Eduardo Saul Silva e Renato Carvalho. O uso e reprodução parcial ou total de qualquer conteúdo existente nesta revista é expressamente proibido. Os anúncios existentes nesta revista são da inteira responsabilidade dos anunciantes.

ESTATUTO EDITORIAL - CRIATIVA Magazine A Criativa Magazine é uma revista mensal de informação geral que oferece, quer através de textos quer de imagens, a mais ampla cobertura de assuntos, em todos os domínios de interesse, de maior relevância que ocorram no mercado açoriano, com especial enfoque no mercado da ilha de São Miguel; A Criativa Magazine é independente de qualquer poder político e económico; A Criativa Magazine pauta a sua ação em total cumprimento das normas éticas e deontológicas do Jornalismo português; A Criativa Magazine defende o pluralismo de opinião, respeita as crenças, ideologias políticas e religiosas, diferenças sociais e culturais, sem prejuízo de poder assumir as suas próprias posições; A Criativa Magazine identifica-se, como tal, com os valores da Democracia; A Criativa Magazine quer contribuir para o desenvolvimento de cidadãos ativos e conscientes, bem como assim para o desenvolvimento da sociedade na qual se insere.


GRANDE ENTREVISTA

“DEFENDO A NECESSIDADE DE HUMANIZAR A CIDADE” Natacha Alexandra Pastor

Carlos Costa e Orlando Medeiros

Grandes cidades europeias estão a proteger cada vez mais os seus centros históricos, providenciando alternativas para munícipes e visitantes a fim de que circulem mais livremente, sem esbarrar em trânsito. Ponta Delgada procurar deixar uma marca neste sentido. O presidente do município, José Manuel Bolieiro confirma que se está “a trabalhar na busca de soluções de mobilidade sustentável”.

C

riativa Magazine - Recentemente, disse que a autarquia está a pensar num regulamento próprio de reconhecimento e proteção do comércio tradicional do centro histórico da cidade de Ponta Delgada. O centro histórico mudou muito nos últimos anos. Tem havido sentido de preocupação para que todos os edifícios com cariz, fachadas peculiares e únicas sejam intervencionados respeitando a história? José Manuel Bolieiro (Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada) - É com satisfação que assistimos à crescente revitalização do centro histórico da cidade de Ponta Delgada, fruto do crescimento do turismo e, também, dos apoios à regeneração urbana proporcionados pelo Município. Queremos contribuir para a proteção das lojas históricas e estamos, com efeito, a trabalhar num regulamento

4 • c ria ti va magazine

próprio de reconhecimento e proteção do comércio tradicional do centro histórico da cidade. Cientes da importância de salvaguardar o comércio local e tradicional de Ponta Delgada, e, aliás, na sequência da nova lei do arrendamento urbano, estamos a estudar a implementação de políticas dirigidas à revitalização sustentável das atividades económicas que, pelo seu relevante papel no plano cultural, de valorização do património histórico e das vivências tradicionais da cidade, mereçam um reconhecimento especial por parte do Município. A cidade do Porto está a dar uma solução inspiradora. Em relação à arquitetura, diria que modernizar sem eliminar a identidade é um dos grandes desafios da gestão do património arquitetónico. O património, nas suas múltiplas manifestações, justifica sempre a sua salvaguarda, que passe pelo conhecimento gerador de um compromisso da sociedade do presente e vindoura. O Município


Estamos a estudar a implementação de políticas dirigidas à revitalização sustentável das atividades económicas.” “Também estamos a trabalhar em soluções que passam pela mobilidade de bicicleta. Esta é uma prioridade para o presente ano.”

cria ti va magazine • 5


de Ponta Delgada e a Direção Regional da Cultura têm, com efeito, no âmbito das suas responsabilidades, e do quadro legal, procurado sempre manter a nossa identidade e assumido uma postura de pedagogo neste sentido. Durante alguns anos discutiu-se muito o encerramento de algumas artérias da cidade, assunto que esmoreceu. Porém, não deixa de ser tópico sempre que há uma maior movimentação de pessoas na cidade, com especial incidência para quando há um ou vários cruzeiros ancorados. Embora sendo matéria sempre muito sensível e pouco consensual, o exemplo de várias cidades europeias que estão a proceder ao fecho ao automóvel dos seus centros históricos, é algo ponderado por esta câmara? A Rua dos Mercadores, que em época de verão assume uma característica diferente, é a única via em que este executivo ponderou o seu fecho (embora) intermitente? O centro histórico tem já, desde há alguns anos a esta parte, algumas ruas totalmente pedonizadas, num perímetro à volta da igreja de São Sebastião. Não estamos para já a ponderar condicionar a circulação automóvel no centro histórico, salvo perante eventos pontuais. Tenho defendido a necessidade de humanizar a cida-

6 • c ria ti va magazine

de como forma de fazer face aos desafios atuais, nomeadamente aos que estão relacionados com a mobilidade. Importa, a meu ver, recensear os nossos ativos de natureza, culturais, económicos e sociais, com potencial de revalorização e de preservação no domínio da competitividade global. E, numa era fortemente marcada pela mobilidade, em que cada vez mais a cidade é o movimento de pessoas que não residem nem vivem na cidade ou na ilha, que vêm e estão cá uns tempos, alteram tudo e mobilizam todos, impõe-se uma série de desafios qualitativos e quantitativos que exigem a humanização da cidade com vista a um futuro melhor. Ponta Delgada não perderá as suas caraterísticas se mantiver, como defendemos, uma governança que tem em conta as exigências sociais que se fazem ouvir nas cidades e que associa os cidadãos e as associações locais aos projetos que lhes dizem respeito. Para além da questão da mobilidade de automóveis, estão a surgir novas políticas/medidas/ incentivos ou alternativas para uma mobilidade mais sustentável. Algumas autarquias estão a investir, por exemplo, na disponibilização de espaços para bicicletas e outros meios de transporte amigos do ambiente. Sendo Ponta Delgada a cida-


de com maior expressão nos Açores, espera-se também algum dinamismo nesse sentido. Tem planos para uma maior sustentabilidade ambiental da cidade? Qual gostaria que fosse a marca a deixar nesta matéria? Promover a mobilidade em Ponta Delgada em prol da sustentabilidade ambiental e da melhoria da qualidade de vida de todos os cidadãos é um dos nossos desígnios, sendo que estamos a trabalhar na busca de soluções de mobilidade sustentável eficazes, integradas, diversificadas e adaptadas a todos os cidadãos. Vamos criar lugares de estacionamento reservados a veículos elétricos em parques de estacionamento de acesso público, criar lugares de estacionamento gratuito ou a preços reduzidos para veículos elétricos em parques de estacionamento pagos, entre outras medidas e ações que facilitem a acessibilidade ao sistema de mobilidade elétrica e a promoção da mobilidade elétrica junto dos munícipes e empresas locais, através de ações de sensibilização. Ademais, a Câmara Municipal está a reforçar a sua frota com a aquisição de mais duas viaturas elétricas. Dispõe, ainda, dos seus próprios postos de carregamento, tendo disponibilizado os mesmos para o público e de forma gratuita. Também estamos a trabalhar em soluções que passam pela mobilidade de bicicleta. Esta é uma prioridade para

o presente ano. Gostaríamos de colocar em práticas essas soluções em parceria com o setor privado. O centro histórico tem sido objeto de enorme valorização, em especial por parte de investimento/aposta de privados, com a recuperação de espaços que estavam abandonados ou devolutos há alguns anos, instalando novas oportunidades e contribuindo para a recuperação de alguma economia. Como vê esta significativa recuperação e aposta na cidade? A regeneração e a reabilitação urbanas são a tendência no atual ciclo da construção civil e tem sido uma das apostas do Executivo a que presido: temos privilegiado a requalificação do edificado existente em detrimento da construção nova. O crescimento do turismo e do alojamento local em particular tem contribuído para a reabilitação e regeneração urbanas, ampliando o interesse e dinamismo na cidade e sendo gerador da criação de emprego. Da parte da autarquia foi criado algum apoio ou incentivos para a recuperação de edifícios históricos, a que se podem candidatar os privados? Renovamos o Reviva e acrescentamos no âmbito do PIRUS (Plano Integrado de Regeneração Urbana Sustentável) as ARUS (Áreas de Reabilitação Urbana), regulamentos que desoneram os custos de contexto no investimento de reabilitação do edificado, tornando mais competitivos os negócios neles instalados.

c ria ti va magazine • 7


ENTREVISTA

“NUNCA SE FALOU TANTO DA NECESSIDADE DE ALTERAR O SISTEMA EDUCATIVO” … e as mudanças estão a acontecer. O projeto Novas Rotas, cuja coordenadora é a Professora Conceição Medeiros, é disso exemplo. O projeto educativo que teve início recentemente em São Miguel procura promover competências, atitudes e valores nas “nossas crianças, assumindo-se como um sistema alternativo ao modelo educativo instituído por igual em todo o país”. À Criativa Magazine a coordenadora explica o que se vive nesta escola. Natacha Alexandra Pastor

C

riativa Magazine - Novas Rotas. Um projeto inovador, recente, que rompe barreiras. Como é que tudo começou e o que foi preciso fazer para chegar até à sua aplicação? Conceição Medeiros (Coordenadora do projeto Novas Rotas) - Este projeto passou por várias fases ao longo da sua história de desenvolvimento e a sua origem remonta ao ano de 2010, na EBI de Ginetes. Nesta altura, a professora Conceição Medeiros, responsável pelo projeto de formação contínua desta escola “Juntos pela Escola de Todos e para Todos”(JETT), convidou todos os que a quisessem seguir na visita à escola da Ponte, na senda de se inspirarem em novos modelos de organização pedagógica

8 • c ria ti va magazine

Novas Rotas

e melhorarem os resultados dos alunos da EBI de Ginetes. Um grupo de 23 pessoas (professores, alunos, assistentes operacionais e encarregadas da educação) desta unidade orgânica aderiu, angariou fundos e no dia sete de Novembro de 2012 partiu em direção à Vila das Aves. Ao regressarem, muito motivados com o que tinham vivenciado nesta escola que Ruben Alves cognominou de “a escola dos nossos sonhos”, elaboraram o projeto de inovação pedagógica “Sementes para o Sucesso”. Este projeto piloto visava introduzir algumas alterações, essencialmente, ao nível da gestão pedagógica, espaços, avaliação e metodologias de ensino e, numa 1ª fase, incluía 50 alunos. Este projeto, apesar de ter sido sancionado cientifica-


mente por dois especialistas da área das Ciências da Educação, não foi aprovado pelo Conselho Pedagógico desta EBI e, por isso, não chegou a ser implementado. Contou com muitas peripécias pelo caminho? Ou foi tudo sereno? Era um propósito ou ideia formada há muito tempo? Como foi a reação da tutela da Educação a esta proposta? A 22 de fevereiro de 2015, no Colégio do Castanheiro, aquando da iniciativa “Conversas com José Pacheco”, onde se debateu os desafios da Escola de hoje e onde foi manifesta a necessidade de alterarmos a escola que temos, ainda cristalizada no século XIX, com o seu regime de classes, método simultâneo e livro único, a professora Conceição Medeiros lançou o repto de os presentes se juntarem a ela para tentarem implementar um projeto da natureza de “Sementes para o Sucesso” noutra unidade orgânica. A reação ao apelo não se fez esperar e no dia 7 de março já havia um grupo de 10 pessoas (professores/educadores/técnicos/pais) que se reuniram pela primeira vez para decidirem as estratégias de ação necessárias à criação de uma escola alternativa à tradicional. A partir desta data, as reuniões sucederam-se, o número de participantes foi paulatinamente aumentando e o projeto NOVAS ROTAS foi sendo construído. Em junho de 2015, um grupo de seis pessoas deste projeto visitaram o projeto

ERES, em Leça da Palmeira, a fim de se inteirarem das práticas educativas levadas a cabo neste projeto de EDUCAÇÃO ALTERNATIVA. Durante o ano letivo de 2015/2016, os professores afetos ao projeto Novas Rotas apresentaram-no à EBI de Arrifes e à EBI de Rabo de Peixe, escolas que o poderiam ter implementado, no âmbito do ProSucesso, se tivesse havido coragem e vontade para mudar práticas de ensino. Na interrupção letiva da Páscoa de 2016, o professor José Pacheco, fundador da escola da Ponte e responsável pelo projeto Âncora do Brasil, deslocou-se à Região para fazer formação, no âmbito deste projeto, sendo esta exclusivamente financiada pelos professores de NOVAS ROTAS. Desde a primeira hora que este projeto foi acarinhado pela Direção Regional da Educação (DRE) que, tendo de respeitar a autonomia das unidades orgânicas, nada pode fazer para o implementar nas escolas supramencionadas. Apesar de todas as contingências desfavoráveis, as pessoas que integram NOVAS ROTAS continuam unidas, motivadas e disponíveis para continuarem a procurar caminhos, rumo à criação de uma ESCOLA ALTERNATIVA à tradicional. Do que conhece eventualmente de modelos de ensino muito semelhantes por este mundo fora, identifica-se com algum(uns) em particular?

cria ti va magazine • 9


Como referiu há vários modelos por este mundo fora, e eu acrescentaria, que existem para além dos modelos, imensas metodologias, diferentes formas de organização escolar e muitas abordagens para fazer aprender os alunos e ajudá-los no seu desenvolvimento holístico. Nunca, como agora, se falou tanto da necessidade de alterar o sistema educativo e as mudanças felizmente estão a acontecer um pouco por todo o lado. Neste contexto, Novas Rotas inspira-se em várias fontes teóricas e em experiências com reconhecido sucesso no estrangeiro e em Portugal. Embora não tenhamos adotado nenhum modelo em particular, a verdade é que a matriz teórica do projeto e a nossa organização escolar e prática educativa diária refletem várias referências/influências. Referindo algumas delas, destaco o Projeto Âncora, no Brasil; o Projeto Educativo da Escola da Ponte (Vila das Aves); o Projeto Eres (Leça da Palmeira); as escolas Waldorf e o Movimento da Escola Moderna. Como é que a comunidade, sobretudo pais e educadores, olha para este projeto? Tanto os pais como os educadores e os voluntários que colaboram com Novas Rotas olham para este projeto como algo que estão a construir em conjunto, de acordo com os valores com os quais se identificam (Valores da Afetividade, Honestidade, Igualdade, Solidariedade e Respeito, definidos num dos primeiros Conselhos desta comunidade de aprendizagem). É um projeto de uma comunidade, onde todos aprendem e cooperam para em conjunto contribuírem para o bem comum, ajudando as crianças a desenvolverem-se de forma global, numa cultura democrática e de cidadania ativa, no comprometimento conjunto de tornar o mundo melhor. Como entra no Novas Rotas a figura do voluntário? Na Comunidade de aprendizagem Novas Rotas, todos são convocados a participar nas atividades, cada um oferecendo o que pode nas áreas em que se sente mais à vontade. Os voluntários ajudam a desenvolver atividades letivas, com a orientação da equipa pedagógica, ou de enriquecimento curricular. Trata-se de pessoas generosas que se identificam com a ma-

10 • c ria ti va magazine

triz teórica deste projeto e querem dar o seu contributo para que as nossas crianças tenham a maior diversificação possível de atividades e sejam desafiadas a aprender com prazer. Passado que está quase metade deste no letivo, onde residem as maiores dificuldades, se é que elas existem? As maiores dificuldades prendem-se com falta de espaço. Apesar da Quinta do Norte ser um ecossistema com um potencial educativo enorme, a verdade é que, quando o tempo está mau, falta um espaço coberto onde as crianças possam brincar e as oficinas, nas diferentes áreas para as quais já temos voluntários disponíveis, possam funcionar na sua plenitude. Tem recebido feedback de colegas ou de outras instituições que pretendem saber mais do projeto? Semanalmente, temos um programa de visitas e já nos visitaram várias dezenas de pessoas. Para além das visitas oficiais/institucionais: membros do governo, deputados, Presidente do Conselho Nacional da Educação, surgem constantemente solicitações da parte de professores de diferentes escolas, alunos da universidade, pessoas da comunidade que se querem inscrever na bolsa de voluntariado e muitos pais. A ajuizar pelos comentários de quem nos visita e pelo impacto que tem tido nos contextos educativos de alguns professores que têm estado connosco (que já estão a utilizar alguns dos nossos dispositivos pedagógicos nos seus próprios contextos educativos), penso que Novas Rotas poderá contribuir para inspirar outras escolas e fazer surgir mais comunidades de aprendizagem desta natureza. Sente que pode ser um modelo a seguir pelos Açores? Não gosto de falar em modelos, porque me lembra sempre algo já feito, pronto a aplicar de forma indiferenciada. Em Educação tem de haver uma abordagem ecológica; isto é, adaptada a cada contexto específico e as generalizações são sempre muito perigosas… Novas Rotas poderá ser, sem dúvida, para a região Açores, mais uma fonte de inspiração a par de tantas outras provenientes das várias escolas alternativas emergentes em diversos países e em Portugal.


VOUCHER pรกg. 47

cria ti va magazine โ ข 11


REPORTAGEM

SEIS FARMÁCIAS AÇORIANAS EM RISCO DE DESAPARECEREM Mais de 40 mil portugueses subscreveram na primeira semana de publicação a petição à Assembleia da República “Salvar as Farmácias, Cumprir o SNS”. O setor atravessa uma crise sem precedentes. Na região há seis farmácias em risco de fechar as portas. Em Portugal, no total são 679 que estão em processo de penhora e insolvência. Natacha Alexandra Pastor

O

s peticonário pedem aos deputados um pacote de medidas para evitar a falência de 25% das farmácias e para garantir a igualdade do direito à Saúde em qualquer ponto do território. Em Portugal existem 679 farmácias que enfrentam processos de penhora e insolvência. Sem conseguir precisar dados para os Açores dos prejuízos sofridos pelas farmácias, a Associação Nacional de Farmácia informa que das 54 farmácias na região há seis que enfrentam risco de insolvência. O cenário tem-se agudizado sobremaneira nos últimos anos. Na região, o delegado regional da Associação Nacional de Farmácias José Aires Raposo, numa audiência recente com o presidente do município de Ponta Delgada, deixou nota das preocupações do setor e de uma eventual cooperação com o Poder Local em geral. O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães foi um dos primeiros subscritores desta petição a que já aderiram milhares de portugueses. No texto introdutório e de enquadramento para esta petição refere-se que “as farmácias garantem a existência, em todo o país, de uma rede de profissionais de saúde qualificados. Ainda há uma farmácia próxima de cada português, mesmo nas

12 • c ria ti va magazine

Direitos Reservados terras onde fechou a extensão do centro de saúde, a escola, o tribunal e outros serviços públicos.” As farmácias contam com o apoio e solidariedade dos portugueses para a assinatura da petição que pretende levar a que a Assembleia da República assuma um Programa legislativo que possa cumprir com sete propósitos fundamentais: Garantir a igualdade e a equidade de todos os portugueses no acesso aos medicamentos; atribuir incentivos e melhores condições de funcionamento às farmácias mais frágeis; proibir a concentração de farmácias e a sua instalação dentro dos hospitais; combater as falhas de medicamentos, garantindo aos doentes o acesso na farmácia a todos os medicamentos receitados pelos médicos; promover o uso racional dos medicamentos, proibindo qualquer prática que incentive o seu consumo, como os descontos nos medicamentos com preço fixado pelo Estado; fixar um critério de remuneração igual para todos os agentes do sector do medicamento; aproximar os medicamentos das pessoas, promovendo a dispensa na farmácia de medicamentos oncológicos e para o VIH-sida, a vacinação contra a gripe e outras intervenções em saúde pública, com particular atenção aos doentes crónicos.


REPORTAGEM

AZORES RALLYE TESTA PROVA DE REGULARIDADE COM CARROS ELÉTRICOS Um traçado diferente, a recuperação de troços utilizados em edições passadas e a mudança da super especial do Grupo Marques de sábado para sexta-feira são algumas das alterações do Azores Rallye 2019. O novo diretor de provas que se prepara para, pela primeira vez, assumir os comandos da grande prova do calendário FIA ERC, sintetiza que a generalidade das alterações prende-se com um pedido dos observadores da FIA. Natacha Alexandra Pastor

Direitos Reservados

P

ara garantir uma maior competitividade entre pilotos que já vêm fazendo o Azores Rallye há vários anos – e que por esse motivo conhecem bem os troços de São Miguel –, e novos pilotos, o Grupo Desportivo Comercial (GDC) desenhou um formato um pouco diferente para os três dias de prova. A prova deste ano inicia-se com a tradicional prova citadina, na quarta-feira à noite, sendo que por motivos de horário iniciar-se-á mais cedo e será realizada apenas num sentido, precisamente em sentido inverso ao que até aqui acontecia, ou seja os pilotos partem da Avenida Kopke, ao lado do Forte de São Brás, seguindo em direção a nascente, terminando a prova junto do edifício da SATA. A prova de qualificação acontece nos Remédios, começando o rallye na Coroa da Mata reintegrada nesta edição de 2019. Segue-se uma passagem pela Mediana/Remédios, uma aposta nova, com final nos Remédios. O primeiro dia, quinta-feira, encerra com a super especial Marques que volta a crescer em termos de extensão, fruto de uma disponibilidade do Grupo Marques. A sexta-feira inicia-se com o troço do Pico da Pedra, que aumentou a sua extensão, seguindo os pilotos para a mítica prova das Sete Cidades que volta a retomar o formato de 2014. A terceira prova do dia arranca na Vista do Rei e segue em direção a uma parte do antigo troço das Feteiras. Daqui os pilotos refazem os mesmos troços e terminam o dia de novo na super especial Marques, que deixa assim de acontecer no sábado. O último dia do Azores Rallye assume um formato mais reduzido, vai ser disputado nos troços de Graminhais e da Tronqueira, seguindo para Vila Franca/São Brás. Repete-se segunda passagem por Graminhais e Tronqueira.

A edição deste ano introduz também como novidade o primeiro Azores E-Rallye, uma prova que se reveste de caráter de regularidade, que servirá de teste, e que será disputada exclusivamente por veículos elétricos. Como experiência, haverá apenas a passagem pelos troços: Sete Cidades; Tronqueira e Grupo Marques. Presentes nesta prova inovadora estarão os pilotos internacionais Dedier Malga e Anne Bonnel. António Medeiros terminou a sua intervenção lançando um forte apelo aos adeptos para que promovam a sua segurança durante a realização da prova, acatando as orientações e instruções dos marshalls, posicionando-se sempre em zonas seguras. O diretor de provas apelou ainda à consciência ambiental de todos os que se deslocarem para os troços no sentido de recolherem todo o lixo que eventualmente possa ser gerado pelos grupos de entusiastas, pois a limpeza e a sustentabilidade ambiental têm de ser uma missão que a todos diga respeito. António Medeiros deixou a nota final de que na última prova do Azores Rallye foram recolhidas 22 mil garrafas dispersas por vários troços.

c ria ti va magazine • 13


REPORTAGEM

INSPIRARAÇÃO PRETENDE AJUDAR A ENCONTRAR A MELHOR VERSÃO DE CADA UM Professor, formador profissional e Naturopata, Paulo Santos está a organizar em Ponta Delgada um workshop que mostra algumas técnicas sobre como passar das intenções à ação. Trata-se do InspirarAção. Natacha Alexandra Pastor

Direitos Reservados

P

aulo Santos, naturopata, tem vindo a dinamizar várias formações, palestras e workshops sempre com o objetivo de ajudar cada participante a libertar o seu potencial interior e começar a viver a vida de acordo com as suas metas e objetivos, aproveitando cada dia e cada momento. Tem-no feito em várias ilhas açorianas (São Miguel, Terceira e Santa Maria), mas também em Portugal continental, nomeadamente no Porto e em Santa Maria da Feira. À nossa reportagem, o responsável pelo workshop que decorre em Ponta Delgada a 23 de março explica alguns dos conceitos que serão passados para os participantes. “O crescimento faz parte da vida e é imprescindível ao Ser Humano. Para haver crescimento terá necessariamente que haver mudança e começarmos a fazer coisas diferentes do que fazíamos até aqui. O evento InspirarAção surgiu com o objetivo de levar as pessoas a agir, passar à ação... em busca da sua melhor versão. Iremos abordar vários temas dentro das várias temáticas do desenvolvimento pessoal, por exemplo, área da Saúde, área emocional, exercício e corpo”. Para se participar no evento, Paulo Santos, que se auto identifica como “um apaixonado pela vida e muito interessado pelo comportamento humano”, refere que é necessário algumas pré condições que ajudarão a aceitar os comceitos abordados. “Realmente, será necessária uma das seguintes condições:

14 • c ria ti va magazine

Curiosidade e vontade em desenvolver-se como pessoa; sente que precisa de melhorar em alguma área da vida e não sabe por onde começar; já está tudo bem na sua vida mas sente vontade de Fazer algo mais, Ser algo mais, Ter algo mais... sempre à procura da sua melhor versão.” O responsável pelo InspirarAção foi atleta profissional durante vários anos, pertencendo a várias equipas, com dinâmicas diferentes, o que lhe deu “bastante conhecimento acerca do comportamento humano e as suas interações”. Refere que acorda todos os dias com vontade de ajudar ainda mais pessoas a alcançar a sua melhor versão. Foco, disciplina, consistência, paixão, são características importantes que podem ser trabalhadas.


85.000€

120.000€

50.000€

MORADIA T4

CENTRO DE PONTA DELGADA

MORADIA T2

TERRENO COM 8.440M²

115.000€

MORADIA T1+1

RIBEIRINHA, RIBEIRA GRANDE ID: 123541006-91

SÃO PEDRO, PONTA DELGADA ID: 123541064-51

AJUDA DA BRETANHA, PONTA DELGADA

ID: 123541090-2

FAJÃ DE BAIXO, PONTA DELGADA ID: 123541070-53

62.000€

495.000€

59.500€

209.900€

MORADIA T4

MORADIA T3

LOMBA DO CARRO, POVOAÇÃO ID: 123541042-57

SÃO VICENTE , PONTA DELGADA ID: 123541027-187

SETE CIDADES, PONTA DELGADA ID: 123541027-186

MATRIZ, RIBEIRA GRANDE ID: 123541006-93

125.000€

160.000€

72.000€

28.100€

MORADIA T4

MORADIA T1

LOTE PARA CONSTRUÇÃO

MORADIA T2 + TERRENO VISTA MAR E MONTANHAS

TERRENO

COM ÁREA DE 5640 M²

FAJÃ DE CIMA, PONTA DELGADA ID: 123541105-9

ARQUITETURA ÚNICA

EM BOM ESTADO DE CONSERVAÇÃO

SÃO PEDRO, PONTA DELGADA ID: 123541079-27

EM RUÍNA

S. SEBASTIÃO, PONTA DELGADA ID: 123541006-102

MORADIA T4

EM BAIRRO TRANQUILO

URBANIZAÇÃO POIJAL

ARRIFES, PONTA DELGADA ID: 123541069-36

c ria ti va magazine • 15


REPORTAGEM

EXPOSIÇÃO “DOIS AMIGOS NOS AÇORES”

COM APOIO DA AFAA Sete das nove ilhas fotografadas por dois amigos, ambos fotógrafos, que nutrem pelos Açores um carinho particular. É com o cenário das ilhas em destaque que Carlos Plácido e Mário Gomes inauguraram em Ponta Delgada um trabalho a quatro mãos. Natacha Alexandra Pastor

“A

exposição retrata o olhar de dois amigos sobre as paisagens cativantes das ilhas que compõem os Açores. De forma diferente, os olhares cruzam-se na beleza natural que cada ilha tem para oferecer.” É assim que Carlos Plácido e Mário Gomes nos introduzem ao que está visível na exposição agora inaugurada no Solmar Avenida Center, em Ponta Delgada. Antes de aqui chegarem, já tiveram oportunidade de levar as mesmas fotografias a Sesimbra; a Rio Maior e à Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro, em Lisboa.

16 • c ria ti va magazine

Carlos Costa

São 32 fotografias de paisagens, fotografadas por sete ilhas. À nossa reportagem, os seus autores explicam que para já ela tem presença marcada apenas para a ilha de São Miguel, e a razão de não ter sido possível contemplar neste trabalho todas as ilhas. “Para já está prevista apenas na ilha de São Miguel, não querendo com isto dizer que não possa acontecer nas outras ilhas. Depende do interesse local. Efectivamente faltam duas ilhas, Graciosa e Terceira. Tal sucede apenas por falta de tempo e por outro lado, tra-


tando-se de um investimento pessoal, de ambos, ainda não foi oportuno passar por estas ilhas. Nada que não esteja nos nossos propósitos, logo que tal se proporcione.” Essencialmente nesta mostra a quatro mãos, as pessoas poderão ver as belezas naturais que as ilhas proporcionam, “já que como paisagistas, que é a área que mais nos motiva, as ilhas são ricas em cantos e recantos. Difícil é selecionar as fotos que melhor representam as características invulgares do arquipélago.” Fotografar nos e os Açores é qualquer coisa que os deixa sem muitas palavras. “A beleza natural fala por si... quem é que não se sente atraído pelas paisagens magníficas e de uma sensibilidade extrema?”.

Carlos Plácido e Mário Gomes nutrem gostos e interesses muito semelhantes, e a relação com as ilhas açorianas cresceu sobremaneira depois de reforçada a amizade com vários fotógrafos açorianos. “Partilhámos os mesmos percursos, apesar de os olhares e a forma como nos expressamos através da câmara ser diferente. Cada olhar prima pela sua individualidade. Temos uma relação de grande amizade pessoal e de paixão pela fotografia. Sendo os Açores uma tela de inúmeros recantos, não podíamos deixar de ficar enamorados pela sua beleza potencial. A par disso a amizade com muitos fotógrafos da região tornou a relação ainda mais apelativa.”

c ria ti va magazine • 17


REPORTAGEM

AÇÃO DE SEGURANÇA E SALVAMENTO DE ONDAS GRANDES CHEGA À RIBEIRA GRANDE A Ribeira Grande é o primeiro concelho dos Açores a receber de 27 a 31 de março a equipa do Big Wave Risk Assessment Group para um dos maiores eventos de segurança e salvamento de ondas grandes realizados em Portugal: o BWRAG Summit Açores 2019. Natacha Alexandra Pastor

D

epois de vários anos a organizar as Expedições EDP Mar Sem Fim, a consciência da importância da formação em segurança levou a equipa do EDP Mar Sem Fim a propor à Câmara Municipal da Ribeira Grande o acolhimento para um evento com uma dimensão acrescida e focado na segurança. É no fundo esta a base do BWRAG Safety Summit Açores 2019, um workshop real que vai ser protagozniado por equipa mundial de resgate e salvamento em ondas grandes, o Big Wave Risk Assessment Group, do Havai. O evento vai desenrolar-se em dois cenários distintos, a saber: Pico da Viola e no Baixio de Santana. Inserido na 5ª temporada do projeto EDP Mar Sem Fim, este evento vai reunir na Ribeira Grande os especialistas mundiais do BWRAG, representados pelos surfistas internacionais Danilo Couto e Kohl Christensen, membros fundadores do projeto e pelo lendário Brian Keaulana, um dos maiores e mais prestigiados gurus de segurança em ondas grandes do mundo. Juntar-se-ão ainda os melhores surfistas portugueses

18 • c ria ti va magazine

Direitos Reservados

de ondas grandes, nomeados e vencedores dos Prémios XXL EDP Mar Sem Fim. O Programa inclui workshops de formação de segurança e resgate em ondas grandes e passeios/demonstrações de surf a jornalistas convidados, nas ondas descobertas pelas Expedições EDP Mar Sem Fim. A organização confirma que se trata da primeira ação deste género nos Açores, e que a mesma acontece no seguimento das explorações realizadas pela equipa do EDP Mar Sem Fim, que identificou algumas zonas da Ribeira Grande como das melhores para a prática desta modalidade em Portugal. A deslocação a outras praias açorianas, o que já não acontecerá este ano, considerando que em abril cessa a temporada de ondas grandes, será pontualmente estudada, tendo em consideração pelo menos três factores: o interesse das autarquias locais; a disponibilidade e interesse da equipa do BWRAG e o próprio local, que deverá ser propício à prática do surf de ondas grandes.


desde

415€

HAMMAMET

PARTIDAS DE LISBOA, AOS SÁBADOS, ATÉ 30 DE ABRIL

desde

499€

GRAN CANÁRIA

PARTIDAS DE PONTA DELGADA, ÀS TERÇAS E SÁBADOS, ATÉ 11 DE OUTUBRO desde

526€

SAÏDIA

PARTIDAS DE LISBOA E PORTO, AOS SÁBADOS E DOMINGOS, ATÉ 28 DE SETEMBRO

RNAVT: 3803

desde

665€

DJERBA

PARTIDAS DE LISBOA, AOS SÁBADOS, EM ABRIL

www.instagram.com/azoresviagens/

Av. D. João III, 55 • Ponta Delgada • (+351) 296 652 133 • (+351) 925 668 225 Horário: Segunda a Sexta das 10h às 18h30 e Sábado das 10h às 13h

Veja mais ofertas na nossa nova página www.azoresviagens.com


REPORTAGEM

COMPREENSÃO DO CLUSTER DO TURISMO NOS AÇORES APROFUNDADA NUM NOVO LIVRO Os autores Antónia Silva Melo Tavares do Canto e João Pedro Almeida Couto apresentaram o livro “Importância, dinâmica, eficiência e sustentabilidade do cluster do turismo nos Açores: Análise comparada com a realidade nacional e com a da Madeira”, um trabalho que serve para melhor conhecer este setor, destaca o economista e presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada, Mário Fortuna. Natacha Alexandra Pastor

O

livro resulta de um apurado trabalho de análise e recolha de informação que se divide em 4 pontos; o primeiro analisa a importância relativa do turismo entre as nove ilhas dos Açores; o segundo observa a dinâmica do cluster entre as várias ilhas dos Açores; o terceiro considera o nível de desempenho do cluster turístico no arquipélago dos Açores e o quarto centra a sua análise na sustentabilidade e permite avaliar o grau de impacto do desenvolvimento turístico nas populações residentes da Região Autónoma dos Açores. Pela exaustiva recolha de informação na obra, os autores criaram, não só um livro que vem suprimir a ausência de informação sobre o Turismo a região, com os seus impactos e movimentos distintos entre ilhas, como contribuem

20 • c ria ti va magazine

Orlando Medeiros

para uma base de estudo para quem age neste setor. Motivos de sobra para que, na sua apresentação Mário Fortuna apontasse a real dimensão da obra. “Este trabalho é um contributo importante para a nossa compreensão do cluster do turismo nos Açores levando-nos muito para além da mera observação, com indicadores objetivos do que tem sido o setor nos últimos anos. É importante que mais trabalhos desta natureza sejam produzidos para que desapareçam os segredos do turismo que será sinónimo de percebermos melhor como funciona este setor e de dominarmos melhor o desenho das políticas que se impõem em cada momento para melhorar o contributo para geração de riqueza, para a criação de emprego e, consequentemente, para a redução da pobreza.”


VOUCHER pรกg. 47

c ria ti va magazine โ ข 21


REPORTAGEM

TREMOR

REGRESSA COM MUITA CULTURA

Regressa aos Açores, entre 9 e 13 de abril, mais uma edição do festival Tremor. Serão mais de 40 as propostas artísticas que pretendem criar o espaço para uma experiência cultural que ligue património, tradição, comunidade e natureza. Natacha Alexandra Pastor Em destaque a estreia dos históricos Bulimundo, lenda viva do funána mundial, o espectáculo de abertura que inaugura um novo capítulo na colaboração entre a Associação de Surdos de São Miguel e a ondamarela (aqui também com a contribuição da ES.Música.RP) e as várias ligações entre os músicos dos Açores e músicos visitantes. Fundado em 1978, o conjunto Bulimundo é, talvez, a mais significativa banda de funaná da actualidade. Entre as diversas coisas que entregaram à história da música de Cabo Verde, é inegável o papel incontestável que tiveram na democratização do género. Foram eles que o trouxeram para o centro da cidade, tirando-o do lugar subalterno a que o conservadorismo das autoridades coloniais o haviam entregue. Em 1980, levam-no ainda mais longe, abrindo ca-

22 • c ria ti va magazine

TREMOR/Direitos Reservados

minho para a diáspora do funaná com discos como Djan Branku Dja e Bulimundo, que imortalizam a versão electrificada desse jogo constante entre o acordeão diatónico e o ferro-gaita. Estiveram parados cerca de dez anos, mas felizmente estão de regresso aos concertos. A estreia nos Açores é o destaque maior de uma lista de concertos que cruza os diversos continentes e espaços da música mundial. Há ainda, o jazz do incontornável Colin Stentson, a linguagem única de Lula Pena, as incursões no Brasil de hoje de Maria Beraldo e Teto Preto, o rock dos Moon Duo e dos Grails, os icónicos Pop Dell’Arte, entre outros. Apostando na criação de momentos musicais que recontextualizem, divulguem e integrem a herança e história açoriana, o Tremor 2019 irá ainda reforçar o trabalho de


residências artísticas com a comunidade. Será deles o espectáculo de abertura, numa colaboração entre a Escola de Música de Rabo de Peixe, o colectivo ondamarela e a Associação de Surdos de São Miguel. Será também aqui que se visitará a tradição da viola da terra, através do olhar renovador de FliP e Rafael Carvalho ou as tradicionais danças das Despensas de Rabo de Peixe. Dois grupos, Despensa Amigos de São Sebastião e Despensa Os Companheiros de Rabo de Peixe estarão a trabalhar com os espanhóis ZA! Para a construção de um concerto único e irrepetível, a ser contextualizado pelo trabalho fotográfico de Rubén Monfort. Neste espaço de encontro que é o Tremor, vai haver também diálogos inusitados entre os artistas da terra e os visitantes: vai haver Pedro Lucas a tocar com We Sea, dB com Balada Brassado, Cristóvão Ferreira com os Tu-

pperwear e Diogo Lima a desenvolver trabalho com LBC. No cartaz de surpresas para este ano, destaque muito especial para Lieven Martens (ex-Dolphins Into The Future). Músico que passou várias temporadas nos Açores e cujo trabalho de recolha sonora haveria de originar Canto Arquipélago, poema sonoro de culto sobre a diversidade açoriana. A convite do Tremor, Lieven regressa aos Açores para uma residência artística de recriação da obra The Cow Herder, uma sonata que faz o retrato sonoro da vida de um guardador de vacas da Ilha do Corvo. Ao longo dos 5 dias de mais uma edição deste Tremor, haverá, como é já imagem de marca, concertos-surpresas em espaços ligados com o património local (Tremores na Estufa) e trilhos sonorizados (Tremores Todo-o-Terreno), este ano sob a curadoria de Nathalie Sharp.

cria ti va magazine • 23


REPORTAGEM

33% DAS MULHERES EUROPEIAS REPORTAM VIOLÊNCIA A PARTIR DOS 15 ANOS Todos os dias, em Portugal e no mundo, as mulheres são vítimas de algum tipo de violência. A violência contra as mulheres é concomitantemente uma causa e uma consequência das desigualdades de género. Natacha Alexandra Pastor

Direitos Reservados

S

egundo os dados estatísticos disponíveis no Gabinete de Apoio à Vítima de Ponta Delgada, o número de processos que registaram um maior número de crimes, em 2017, diziam respeito aos crimes de violência doméstica (76.8%). Sílvia Branco, gestora da APAV/Açores enquadra à nossa redação que, “em pleno século XXI as mulheres continuam a ter que defender a promoção da igualdade de oportunidades entre as mulheres e os homens e a defesa dos direitos das mulheres.” No que diz respeito à caracterização da vítima, ocenáriomantém-se mais ou menos igual: “em 2017, “82% eram vítimas do sexo feminino com idades compreendidas entre os 35 e os 54 anos de idade (27,6%). Segundo dados da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (2014), 33% das mulheres na UE começam a passar por situações de violência de ordem física e/ou sexual a partir dos 15 de idade. Em Portugal, esta percentagem situa-se nos 24%. Segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (2017), cerca de 80% das vítimas de violência doméstica, no nosso país, são mulheres. A discriminação a que as mulheres são sujeitas também tem expressão no mercado de trabalho, com o aviltamento do trabalho das mesmas. A igualdade de género é fundamental para uma sociedade mais equitativa, pelo que apenas com políticas públicas podemos almejar o término das disparidades existentes entre homens e mulheres, quer seja no mercado de trabalho como em todas as esferas da vida. Ao atentar contra a pessoa, o crime atenta também contra aqueles que são os seus direitos mais fundamentais enquanto ser humano, por isso cidadãos e cidadãs sensibilizados/

24 • c ria ti va magazine

as e bem informados/as podem participar de forma ativa no seu processo de apoio e exercer os seus direitos. Assim deve-se continuar a privilegiar o trabalho de prevenção e sensibilização com vista à aquisição e /ou aperfeiçoamento dos princípios da não-violência e da igualdade de género.” Questionada ainda sobre o papel da Justiça/Tribunais nas sentenças aplicadas, e à luz dos últimos casos polémicos, Sílvia Branco entende que “a justiça tem trilhado um caminho profícuo no aperfeiçoamento das políticas públicas centradas no estatuto da vítima. Uma visão mais ampla sobre os direitos da vítima permite a esta uma maior relevância De salientar, os significativos avanços legislativos que a justiça vem implementando, no sentido de coordenar a legislação com a realidade dos serviços à disposição das vítima. A referenciação das vítimas de crime para os serviços de apoio especializados é um bom exemplo desta, eficaz, articulação.”


BICICLETAS

UM OLHAR SOBRE A BICICLETA NO SÉC. XXI

REGRESSO ÀS ORIGENS! Francisco Carreiro

R

espondendo a um desafio lançado pela Revista Criativa, inicio este mês a partilha duma série de pensamentos sobre a minha perspetiva da importância da bicicleta no mundo atual. Pretende-se com isso, não só alertar para aquilo que já é uma realidade no mundo “lá fora” mas, também, consciencializar para a necessidade de, “cá dentro”, urgentemente, tomarmos as medidas necessárias que facilitem o seu uso diário, já que ao nível do lazer e desporto o seu crescimento segue a bom ritmo. A bicicleta é uma constante nos nossos dias e por onde quer que passemos ela está lá! Seja nos locais de lazer, seja no desporto, do amador ao profissional ao mais alto nível, seja no campo, seja nas cidades, onde o seu uso mais tem crescido, a bicicleta tem vindo a ganhar novos adeptos, um pouco por todo o lado, a cada dia que passa! Há já bastante tempo que deixou de ser apenas uma alternativa barata de transporte para populações menos abonadas, para se tornar uma opção consciente de quem se preocupa com o ambiente, com a saúde e com o seu bem estar geral quotidiano! Mas, nada como começar pelo início! A bicicleta (do francês bicyclette que deriva de bicycle união de bi, dois, com a palavra grega kyklos, roda) é um veículo de duas rodas fixadas a um quadro, movido pelo esforço do próprio utilizador através dos pedais. Atualmente, é considerado o meio de transporte mais utilizado no mundo e um dos poucos que podemos classificar como de zero emissões poluentes (fonte: Wikipedia 2019). Embora em termos históricos sejam reconhecidas algumas tentativas de construção de precursores daquilo que viria a ser a bicicleta, é ao Barão Karl Von Drais, alemão, que se atribui a invenção da bicicleta, em 1817, a qual recebeu a designação de Draisiana, por ele pa-

tenteada em 1818. Mesmo sendo um grande avanço para a época, a verdade é que o sucesso comercial não foi muito significativo, tendo mesmo levado o seu inventor à falência. No entanto, não demorou muito para que a Draisiana fosse modificada e melhorada e poucos anos se passaram até que o veículo tenha visto alterada e melhorada a sua resistência e conforto. Passaria a ser construída em ferro, receberia um selim, pedais e transmissão, tornando-se numa bicicleta propriamente dita por volta de 1863, pelas mãos de Pierre Lallemen. Daí em diante, até aos nossos dias, este magnífico artefacto não mais pararia de evoluir e de dar prazer aos seus utilizadores.

Foto: Draisiana (fonte: web)

c ria ti va magazine • 25


DESPORTO MOTORIZADO

LUÍS MIGUEL REGO, CAMPEÃO DOS AÇORES DE RALIS

“A VITÓRIA NO CAMPEONATO É O RESULTADO DE MUITO TRABALHO”

O Campeonato dos Açores de Ralis de 2019 começa neste mês de Março com mais uma edição do agora denominado Azores Rallye. A principal novidade da temporada é a alteração do calendário que passa a agrupar os ralis consoante o tipo de piso. A poucas semanas do início, o campeão em título, Luís Miguel Rego, que vai continuar a utilizar o Ford Fiesta R5, recorda o sucesso obtido em 2018 e perspectiva a nova época.

Renato Carvalho

C

Carlos Costa

riativa Magazine – Qual o balanço que faz da última temporada? Luís Miguel Rego – O balanço não podia ser mais positivo, uma vez que alcançamos o tão desejado título de Campeões dos Açores de Ralis. É certo que foi uma época com altos e baixos mas mostramos, ao longo do ano, ser a equipa mais forte e o resultado final expressa isso mesmo. Quais as maiores dificuldades sentidas na obtenção do título? A vitória no campeonato é o concretizar de um objectivo há muito definido?

26 • c ria ti va magazine

As dificuldades foram algumas, muito por fruto de não termos ao nosso dispor, ao longo do ano, das mesmas condições que os nossos adversários, o que naturalmente nos trouxe algumas dificuldades, nomeadamente na preparação de cada rali. A vitória no campeonato é o resultado do muito trabalho que desenvolvi ao longo de toda a minha carreira, desde que me iniciei neste desporto, bem como de todas as pessoas e patrocinadores que me acompanharam desde o início. Não posso deixar passar esta oportunidade sem agradecer ao Team Além Mar pela confiança, e ao meu pai por ter sido o impulsionador da minha ingressão no mundo dos ralis!


Como analisa o estado actual do automobilismo nos Açores? Naturalmente que já tivemos dias piores, mas também já tivemos bem melhores. Temos neste momento um campeonato bem disputado e competitivo mas esse resume-se a 2 ou 3 pilotos, e os ralis não se fazem apenas com 2 ou 3 pilotos. Por outro lado a entrada de viaturas de categoria R5 veio elevar um pouco a fasquia, são carros espectaculares de ver passar, mas muito dispendiosos e sinceramente não temos nos Açores mercado para poder ter muitas viaturas desta categoria a correr. Mas ao mesmo tempo não devem desaparecer, pois são estas viaturas que por muitas vezes trazem o público à estrada. Precisamos sim, é ter um pouco do melhor dos dois mundos; os carros de categoria R5 a correr e a existência de troféus e outras categorias com custos mais controlados mas com níveis de organização e promoção elevados, para que seja possível ter mais pilotos a correr e até mesmo novos pilotos, o que não tem acontecido ultimamente. Qual o programa desportivo para o ano de 2019? O nosso plano e foco principal é o Campeonato de Ralis dos Açores e a participação em algumas provas do Nacional de Ralis ao longo do ano. Para quando uma participação regular no Campeonato de Portugal de Ralis? Era de facto muito bom, mas trata-se de um campeonato muito dispendioso, mas é algo que teremos que trabalhar para que seja possível num futuro próximo. Uma carreira a nível internacional é um sonho ou pode ser uma realidade no futuro? Sonhar não custa, mas neste momento não me parece exequível. Quem sabe no futuro, este só a Deus pertence.

CALENDÁRIO DO CAMPEONATO DOS AÇORES DE RALIS 2019

DATA 21-23 de Março 26-27 de Abril 08-09 de Junho 09-10 de Agosto 13-14 de Setembro 18-19 de Outubro 15-16 de Novembro

DESCRIÇÃO

Azores Rallye XXX Rali Ilha Azul Além Mar

ILHA São Miguel Faial

PISO Terra Terra

XXXVIII Rali Sical XXXVIII Rallye Além Mar Santa Maria Rali Além Mar/41º Ilha Lilás VIII Pico Play Auto Açoreana Rali Lotus Rallye

Terceira Santa Maria Terceira Pico São Miguel

Asfalto Asfalto Asfalto Asfalto Terra

cria ti va magazine • 27


FOTOGRAFIA OLHAR CRIATIVO

DESAFIO MENSAL DO MÊS TRANSATO

COM O TEMA: “A AMIZADE”

1º Lugar - Ana Bela Correia - “Quando nada precisa ser dito”

“ESTAS PÁGINAS SÃO DEDICADAS AOS ENTUSIASTAS, QUE DE UMA FORMA APAIXONADA PARTILHAM O SEU OLHAR, POTENCIANDO A ARTE E O GOSTO PELA FOTOGRAFIA.”

Coordenação: Paulino Pavão

28 • c ria ti va magazine

Edição:


2º Lugar - Francisco Carreiro - “A tua Amizade”

3º Lugar - José Vaz - “Hoje só amigos, amanhã falamos”

cria ti va magazine • 29


CONSULTÓRIO DA SAÚDE

Coloque uma questão dirigida ao Consultório da Saúde utilizando o e-mail: consultoriodasaude@hotmail.com

ENFARTE DO MIOCÁRDIO: UMA DOENÇA QUE MATA... João Bicudo Melo Médico e Psicólogo Clínico

T

odos já ouvimos falar que alguém que conhecemos ou nosso familiar sofreu de um ataque cardíaco. Mas o que é que isso significa? O nome mais correto da doença é enfarte do miocárdio e ela acontece quando uma ou mais das artérias que irrigam o coração ficam obstruídas, impedindo a passagem de sangue e consequente falta de oxigenação das células do coração. Neste sentido, o enfarte do miocárdio é uma doença grave, potencialmente fatal. Refira-se a propósito que, segundo dados epidemiológicos recentes relativos ao nosso país, o número de mortes por enfarte do miocárdio situa-se próximo dos 4.300 casos a cada ano. Na maioria dos casos, o enfarte do miocárdio é causado por coágulos que obstruem os vasos sanguíneos. Estes coágulos podem ter relação com processos ateroscleróticos, sendo que para estes contribuem diferentes fatores como níveis elevados de mau colesterol (LDL), níveis elevados de triglicéridos, hábitos tabágicos, diabetes ou hipertensão arterial. Neste sentido, consideram-se como principais fatores de

30 • c ria ti va magazine

risco para o enfarte do miocárdio a dieta rica em gorduras saturadas, o sedentarismo, a obesidade, a diabetes, o tabagismo, a hipertensão arterial, o stress e a existência de história familiar de enfarte. O enfarte do miocárdio apresenta-se normalmente por dor no peito, muitas vezes referida pelos doentes como uma sensação de aperto, uma sensação de agonia... Além disso, pode haver alterações respiratórias, fraqueza, sudorese ou vómitos. No entanto, nem sempre estes sintomas estão presentes de uma forma tão clara, podendo inclusivamente ser desvalorizados pelo doente ou não ser devidamente interpretados pelo médico. Assim, perante sintomas sugestivos de enfarte do miocárdio, o recurso ao serviço de urgência não deve ser protelado pois a demora pode ser sua inimiga e contribuir para um desfecho menos favorável. Mas deixar-se chegar a esta situação é um erro. Prevenir, como sempre, é o melhor remédio! Portanto, deixe os cigarros, pratique exercício físico regularmente (caminhadas de 30 minutos, 5 vezes por semana, são uma alternativa ótima e económica), mantenha um peso adequado e evite uma dieta rica em gorduras saturadas. Igualmente importante é controlar a pressão arterial e os níveis de colesterol. No caso de ser diabético deve recorrer com regularidade ao seu médico de família para avaliar como está a sua doença. Adira a um estilo de vida saudável e previna esta doença!


c ria ti va magazine • 31


SAÚDE ÓTICA

Miopia: OMS lança alerta O número de pessoas com miopia é tão alto que a Organização Mundial de Saúde (OMS) já a considera uma epidemia em muitos países. A previsão é de que, em 2020, cerca de 35% da população mundial sofra de miopia e que, em 2050, o número alcance os 52%. Ter miopia ou ser míope significa que não consegue ver com nitidez os objectos que surgem ao longe. Pode ter dificuldade em ver nitidamente imagens ou palavras num quadro branco, num ecrã de cinema ou na televisão. As matrículas dos carros e os sinais de trânsito podem parecer estar desfocados. As crianças que têm miopia podem ter tendência ou se sentirem melhor se se sentarem à frente na sala de aulas, na escola; em casa, tendem a sentar-se muito perto da TV. A miopia pode também apresentar outro tipo de sintomas: Dores de cabeça; cansaço nos olhos; alteração binocular dos movimentos do olho (franzir os olhos).

32 • c ria ti va magazine

Artigo elaborado com suporte em: INSTITUTOPTICO www.institutoptico.pt


Ponta Delgada Telef.: 296 305 770 Vila Franca do Campo Telef.: 296 583 041 centroptico@gmail.com cria ti va magazine • 33


EVENTOS COLISEU MICAELENSE COM CASA CHEIA NOS BAILES DE CARNAVAL Miguel Machado Milhares de pessoas passaram pelos glamorosos bailes de Carnaval do Coliseu Micaelense. Em palco, para animar os carnavalescos, estiveram as Bandas Stereo Mode, Oceanus, Banda 8 e Blackout. No foyer e zona lounge, a animação ficou por conta dos DJ’s El Loco, Kid Jay, Groove Keepers, 2 Clubbers, Matti e Mr. Bridges.

34 • c ria ti va magazine


cria ti va magazine • 35


EVENTOS AMIGAS REUNIDAS NA ASSOCIAÇÃO AGRÍCOLA Carlos Costa Com o mote de celebrar a amizade, com sentido de diversão e brincadeira, largas centenas de amigas escolheram o restaurante da Associação Agrícola de São Miguel, em Santana, para assinalar o carismático dia de Amigas.

36 • c ria ti va magazine


cria ti va magazine • 37


38 • c ria ti va magazine


cria ti va magazine • 39


EVENTOS 600 IDOSOS PARTICIPARAM NO BAILE DE CARNAVAL SÉNIOR Miguel Machado Mais de 600 idosos das 24 freguesias de Ponta Delgada participaram no já tradicional Baile de Carnaval Sénior, que a Câmara Municipal de Ponta Delgada promove todos os anos. Durante a iniciativa foram realizados dois concursos subordinados aos temas “A Melhor Fantasia Individual” e “A Melhor Fantasia de Grupo”.

MATINÉ DE CARNAVAL PARA IDOSOS DA RIBEIRA GRANDE CMRG Foi no Teatro da Ribeira Grande que se realizou mais uma edição da matiné de carnaval destinada aos idosos do concelho da Ribeira Grande. Cerca de duas centenas de pessoas marcaram presença na festa carnavalesca que incluiu um concurso para a melhor fantasia masculina e feminina, bem como para a melhor cesta.

40 • c ria ti va magazine


c ria ti va magazine • 41


EVENTOS 200 VARIEDADES DE CAMÉLIAS EXPOSTAS NO CASINO TERRA NOSTRA CMPOVOACAO Mais de 200 variedades de camélias decoraram o Casino Terra Nostra nas Furnas. Perante o olhar de muitos curios a XVII exposição de Camélias, evento organizado pela Câmara Municipal da Povoação, em colaboração com o Terra Nostra Garden Hotel e a Junta de Freguesia de Furnas, foi muito apreciada.

42 • c ria ti va magazine


EVENTOS AMOR ELECTRO EM CONCERTO NO COLISEU MICAELENSE Miguel Machado Os “Amor Electro” atuaram no Coliseu Micaelense a 15 de fevereiro, uma atuação inserida no âmbito da 5ª edição do “Montepio às vezes o Amor”, alusiva ao Dia dos Namorados. É a primeira vez que este festival foi estendido aos Açores.

cria ti va magazine • 43


EVENTOS FESTIVAL DE CANTORIAS AO DESAFIO CMLAGOA O lugar dos Remédios recebeu a 14ª edição do Festival de Cantorias ao Desafio, uma organização da Associação Cultural e Recreativa dos Remédios, com o apoio da Câmara Municipal de Lagoa e da Junta de Freguesia de Santa Cruz. Este ano, o festival contou com a participação de cantores de vários sítios: Eduardo Papoila, dos Estados Unidos da América, José Eliseu e Fábio Ourique, da ilha Terceira, Bruno Oliveira e António Isidro, de São Jorge, João Luís Mariano, de São Miguel, acompanhados pela dupla de tocadores Fernando Silva e Marco Silva e Renato Silva e Toni Silva.

44 • c ria ti va magazine


EVENTOS VI EDIÇÃO DO FESTIVAL DA MALASSADA CMLAGOA A freguesia da Ribeira Chã voltou a organizar o Festival da Malassada, que teve lugar no Centro Comunitário Padre João Caetano Flores. A festa vai na 6ª edição e propicia momentos de degustação deste doce próprio da época carnavalesca.

cria ti va magazine • 45


EVENTOS BATALHA DAS LIMAS COM OITO EQUIPAS Eduardo Saul Silva Oito equipas de guerreiros marcaram presença na Batalha de Limas que toma conta da marginal de Ponta Delgada em dia de Entrudo. Em ‘cena’ estiveram as equipas “Santa Canalha” (Santa Clara), duas equipas da freguesa de São José; uma equipa dos Bombeiros de Ponta Delgada, os Bad Boys, de São Roque; a Fúria Azul, com elementos do Livramento; uma equipa da Fajã de Baixo, outra do Rosário da Lagoa e os “Mercenários”, vindos do Pico das Canas em São Roque.

46 • c ria ti va magazine


ACONTECEU TORRE SINEIRA RECEBEU MAIS DE 11 MIL VISITANTES EM 2018 Pela torre da câmara municipal passaram milhares de emigrantes, turistas, mas também locais que aproveitam quase sempre a subida para fotografar a cidade de Ponta Delgada. A torre sineira esteve fechada durante vários anos, reabrindo ao público em abril de 2013, Dia Mundial dos Monumentos e Sítios. Já no primeiro semestre de 2017 foi alvo de uma nova intervenção. CONCURSO MULTIMÉDIA “OS JOVENS, A EUROPA, O FUTURO” Os alunos do ensino secundário e profissional da Região podem candidatar-se até 24 de abril ao concurso de trabalhos multimédia sobre o tema ‘Os jovens, A Europa e o futuro’, promovido pelo Governo dos Açores no âmbito do programa ‘Cidadania Europeia - A Europa para os Açorianos’ e das comemorações do Dia da Europa, que se assinala a 9 de maio.

EXECUTIVO QUER REDUZIR A FATURA ENERGÉTICA DO SETOR SOCIAL A intenção do Governo é fazer com que as IPSS’s sejam dotadas de conhecimentos e ferramentas para que possam racionalizar e otimizar os seus consumos, naquilo que o executivo entende que consiste essencialmente numa mudança de hábitos no que diz respeito à utilização de energia. EBI DA MAIA RECEBE PRÉMIO DA SEMANA DE RESÍDUOS A Escola Básica Integrada da Maia recebeu o prémio do concurso “Separa os teus resíduos elétricos e eletrónicos e traz para a escola”, no âmbito da Semana Europeia da Prevenção de Resíduos 2018, promovido pela MUSAMI. Foram 10 as escolas da ilha de São Miguel que participaram neste concurso, recolhendo no total 2.715 quilos de REEE.

MAIS DE 30 RESTAURANTES CUMPREM COMPROMISSO URBAN-WASTE Mais de três dezenas de restaurantes de Ponta Delgada cumpriram os parâmetros de reciclagem no âmbito do projeto “Urban-Waste”, que visa o desenvolvimento e aplicação de estratégias urbanas para a gestão de resíduos em cidades turísticas.

NOVAS MATRIZES CURRICULARES O Secretário Regional da Educação e Cultura anunciou que vão ser submetidas à aprovação as novas matrizes curriculares da educação pré-escolar e dos 1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico. Avelino Meneses indicou que a aprendizagem do inglês passará “a ser considerado para efeitos de transição de ano”, assim como a “recriação” da disciplina de cidadania, que será denominada de “cidadania e desenvolvimento”.

c ria ti va magazine • 47


AGENDA

COLISEU MICAELENSE

THE GIFT

TEATRO MICAELENSE

EL AÇOR- FESTIVAL INTERNACIONAL DE TUNAS

22e

9TH EUROPEAN BLUES CHALLENGE

04a

EXPOSIÇÃO “PLANTAS E JARDINS:

até

COLISEU MICAELENSE

COLISEU MICAELENSE

A PAIXÃO PELA HORTICULTURA ORNAMENTAL NA ILHA DE SÃO MIGUEL” BIBLIOTECA PÚBLICA E ARQUIVO REGIONAL DE PONTA DELGADA

% 10

DESCONTO

na loja da fábrica

OFERTA de um aperitivo

21,00€

2 Frangos Panados, 2 Pão de Alho, 1 Dose de Batata Frita e 1 Dose de Arroz

+ oferta fanta 1,5lt *Preço sujeito a alterações

48 • c ria ti va magazine

16 16 23 06 01

março março março

abril maio

21,00€

2 Frangos Panados, 2 Pão de Alho, 1 Dose de Batata Frita e 1 Dose de Arroz

+ oferta fanta 1,5lt *Preço sujeito a alterações

% 10

DESCONTO

na loja da fábrica

OFERTA de um aperitivo

Agenda sujeita a eventuais alterações.

CONSCIENTE DE LUIS FRANCO-BASTOS


cria ti va magazine • 49


HORÓSCOPO ASTRÓLOGO LUÍS MONIZ

rikinho-astro@hotmail.com www.meiodoceu-com-sapo-pt.webnode.pt

CARNEIRO 21/03 A 20/04

BALANÇA 23/09 A 22/10

TOURO 21/04 A 20/05

ESCORPIÃO 23/10 A 21/11

GÊMEOS 21/05 A 20/06

SAGITÁRIO 22/11 A 21/12

CARANGUEJO 21/06 A 22/07

CAPRICÓRNIO 22/12 A 19/01

LEÃO 23/07 A 22/08

AQUÁRIO 20/01 A 18/02

VIRGEM 23/08 A 22/09

PEIXES 19/02 A 20/03

A vida afetiva deverá ser analisada de forma objetiva, de modo a resolver questões pendentes e a poder lutar por um relacionamento cativante. A nível profissional poderão surgir convites surpreendentes, propostas tentadoras e mudanças fundamentais para o progresso da carreira.

A vida afetiva é um fator essencial para o seu bem-estar e um ótimo elemento para o autoconhecimento, mas a felicidade depende do seu “Ser”. A nível profissional, inicia-se uma fase de expansão muito favorável para alterar os seus procedimentos e procurar aumentar os rendimentos.

A vida afetiva marca a necessidade de proceder a uma introspeção que permita-lhe entender a sua faceta sensível e a sua condição espiritual. A nível profissional, esteja disponível para aceitar alterações e com a calma aliada à coragem vai promover mudanças que trazem-lhe estabilidade.

A vida afetiva coloca à prova a sua evolução pessoal e afastando mágoas do passado poderá tranquilamente promover a regeneração sentimental. A nível profissional é tempo de assumir compromissos construtivos que asseguram-lhe melhores receitas, essenciais para a sua segurança.

A vida afetiva revela algumas atitudes levianas ou superficiais que poderão prejudicar a relação amorosa, provocando perturbações sentimentais. A nível profissional, analise a situação financeira e adote uma postura responsável, compatível com as dificuldades que surgirão no futuro.

A vida afetiva poderá ser aproveitada para evidenciar a sua sabedoria e mostrar a sua capacidade de desenvolver uma paixão estimulante. A nível profissional terá todas as condições para encontrar as melhores soluções para trabalhar com entusiasmo e reorganizar as finanças.

A vida afetiva aponta o momento adequado para serenamente libertar-se de memórias antigas e começar a construir um destino mais próspero. A nível profissional é tempo de confiar nos seus dotes inatos e avançar com planos benéficos financeiramente, essenciais para a sua realização.

A vida afetiva reflete melancolia e possivelmente algum desinteresse no plano sexual, proveniente da tensão imposta pelo regente Saturno. A nível profissional fará escolhas certas, compatíveis com este ciclo de reestruturação e tranquilamente escolherá o melhor caminho a seguir.

A vida afetiva permite-lhe conduzir os acontecimentos adequadamente e encontrará as melhores condições para estabelecer relações profícuas. A nível profissional, surgirão os apoios imprescindíveis para colocar em prática os seus projetos criativos que beneficiarão o setor económico.

50 • c ria ti va magazine

A vida afetiva oscila entre a necessidade de conforto e a vontade de expandir a sua liberdade, mas conseguirá conciliar ambas as posições. A nível profissional, alguns apoios surpreendentes relançam planos arrojados que alterarão radicalmente o rumo da carreira a longo prazo.

SIGNO DO MÊS

A vida afetiva proporciona-lhe a oportunidade de demonstrar os seus verdadeiros sentimentos, evitando gestos egocêntricos e impulsivos. A nível profissional, procure melhorar os seus conhecimentos para poder ocupar outras funções de prestígio e proveitosas financeiramente.

A vida afetiva indica a necessidade de entender as suas motivações interiores, afirmando valores espirituais e aperfeiçoando a sua fé. A nível profissional, a partir da capacidade de ação muito corajosa e dando largas à sua imaginação alcançará muita satisfação no seu dia-a-dia.


VOUCHER pรกg. 47

c ria ti va magazine โ ข 51


52 • c ria ti va magazine


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.