Criativa Magazine - outubro 2020

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Foto capa: David Rodrigues

Periodicidade: Mensal • Distribuição Gratuita • Ano VI Nº 72 outubro 2020

sconto ers deride vouchno inte or

ccipd preocupada com o turismo

wine in azores regressa a são miguel e terceira

gualter rainha e a cozinha de sentidos

joão moniz lança “saudade”



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consultório da saúde Com João Bicudo Melo

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Opinião josé andrade livros da minha estante

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Olhar criativo TEMA: “Férias em tempo de pandemia”

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Saúde ótica com: INSTITUTOPTICO

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Saúde Auditiva Com: Audição Portugal

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Desporto: rallye ilha azul na estrada

Propriedade:

Rua do Espírito Santo, 77 - r/c Esq. 9500-465 Ponta Delgada NIF: 513 281 070 Email: criativa.azores@gmail.com

962 370 110

Nº Registo: 126655 Depósito Legal: 390939/15

entrevista Ser vegetariano: saber o que implica e o resultado final

entrevista Contrariando o cenário, João Moniz lança “Saudade”

reportagem Plataforma online para agilizar denúncias de maus-tratos animais

reportagem “Ultramar na Pele” a história de açorianos que passaram pela guerra colonial

Diretora: Natacha Alexandra Pastor Editor: Carlos Costa Direção Comercial: Eduardo Andrade Sede da Redação/Editor: Rua Espírito Santo, nº 77 R/chão Esqº 9500-465 Ponta Delgada Sócio-gerente com mais de 5% do Capital: Carlos Costa Periodicidade: Mensal Tiragem: 5.000 exemplares Impressão: Coingra - Companhia Gráfica dos Açores Parque Industrial da Ribeira Grande - Lote 33 - 9600-499 Ribeira Grande

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Grande entrevista consultório jurídico Com Carlos Melo Bento

RUBRICAS

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reportagem wine in azores: A FESTA FAR-SE-Á COM SEGURANÇA

Design Gráfico e paginação: Melissa Canhoto Fotografia: António Bettencourt, Carlos Costa e Pedro Couto Colaboradores: Carlos Melo Bento, Luís Moniz, João Bicudo Melo, José Andrade, José F. Andrade, Paulino Pavão/AFAA e Renato Carvalho. O uso e reprodução parcial ou total de qualquer conteúdo existente nesta revista é expressamente proibido. Os anúncios existentes nesta revista são da inteira responsabilidade dos anunciantes.

ESTATUTO EDITORIAL - CRIATIVA Magazine A Criativa Magazine é uma revista mensal de informação geral que oferece, quer através de textos quer de imagens, a mais ampla cobertura de assuntos, em todos os domínios de interesse, de maior relevância que ocorram no mercado açoriano, com especial enfoque no mercado da ilha de São Miguel; A Criativa Magazine é independente de qualquer poder político e económico; A Criativa Magazine pauta a sua ação em total cumprimento das normas éticas e deontológicas do Jornalismo português; A Criativa Magazine defende o pluralismo de opinião, respeita as crenças, ideologias políticas e religiosas, diferenças sociais e culturais, sem prejuízo de poder assumir as suas próprias posições; A Criativa Magazine identifica-se, como tal, com os valores da Democracia; A Criativa Magazine quer contribuir para o desenvolvimento de cidadãos ativos e conscientes, bem como assim para o desenvolvimento da sociedade na qual se insere.


grande entrevista

Preocupação com turismo para 2021

É já com olhos postos para 2021 que a Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada se diz preocupada com o que pode acontecer ao setor do turismo para lá do 1º trimestre de 2021. Este é um setor duramente afetado pela crise provocada pela pandemia da Covid-19, mas na restauração e no comércio o cenário não deixa de gerar grande preocupação.

Natacha Alexandra Pastor Criativa Magazine - Face aos números pouco animadores durante o verão, e entrando numa época baixa, já se geram preocupações quantos aos próximos meses? Mário Fortuna (Presidente CCIPD) Infelizmente, as nossas preocupações de há vários meses atrás vão-se confirmando. O verão foi mau e o inverno que está pela nossa frente não augura nada de bom em face da evolução que a pandemia está a ter nos nossos mercados emissores principais. Ainda não convencemos os mercados externos que é bom estar nos Açores nesta época atípica. A CCIPD está no terreno a acompanhar o momento? Sim, a CCIPD tem estado permanentemente a

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auscultar os seus associados e a traçar o diagnóstico da situação económica para poder ajudar as empresas nas suas decisões. Qual é a melhor e a pior visão? A pior será o colapso do turismo para além de março de 2021. A melhor, a que preferimos colocar em primeiro lugar, é que, no próximo ano, vamos ter um alívio significativo e alguma retoma que irá salvar a maioria das empresas do setor do turismo. E que notas têm recebido dos associados? Os associados têm-se manifestado apreensivos, mas com espírito firme e resilientes. Arregaçaram as mangas no processo de manutenção de postos de trabalho e a suportar grande parte dos impactos negativos desta crise, conscientes de que o percurso


Entramos num ciclo, como na crise anterior, do incremento de insolvências e redução de criação de novas empresas. As estatísticas já espelham esta nova tendência. A única dúvida, de clarificação impossível, será quão longe é que irá esta retração.” até uma nova normalidade será muito atribulado. É certo que nenhuma economia mundial estava preparada para uma crise como esta, mas num tecido empresarial baseado em microempresas, com estruturas reduzidas e com pouca capacidade financeira para enfrentar qualquer impacto, temos de facto um tecido empresarial muito frágil? Sim. É esta a nossa realidade. Uma percentagem muito elevada das nossas empresas é de base familiar. Após o pior cenário (nos meses de abril e maio), os meses de verão não foram suficientes para repor alguma normalidade. O cenário vai adensar-se agora e por tempo indeterminado? Sim, o cenário vai adensar-se pelas razões que já explanei anteriormente. Ainda não se consegue ver mar calmo no horizonte do turismo. A globalidade das empresas turísticas estão a ser as mais afetadas por esta crise. Por atividade empresarial, qual é o cenário mais difícil que esta CCIPD tem conhecimento? As atividades mais afetadas são os rent-a-car, o alojamento (hotéis e AL), os serviços de animação e as agências de viagens porque dependem sobretudo da procura externa. A restauração, porque serve também a procura interna, teve quebras muito grandes, mas sempre teve alguns clientes, por insuficientes que sejam para manter as estruturas existentes.

Considerando, precisamente, os números, como é que vê o futuro de muitas empresas? Entramos num ciclo, como na crise anterior, do incremento de insolvências e redução de criação de novas empresas. As estatísticas já espelham esta nova tendência. A única dúvida, de clarificação impossível, será quão longe é que irá esta retração. Os apoios que têm sido lançados (ainda agora o governo estendeu prazos para alguns) são suficientes? O Lay-off foi identificado por muitos empresários como uma medida-chave, mas há empresários que apontam outras necessidades. O que é que faz falta? Os apoios vão ser suficientes para alguns, poucos, mas insuficientes para muitos. Tudo depende do negócio e do ritmo de recuperação da atividade base. Sem vendas não há apoios que nos valham. Sem vendas o governo também não tem capacidade para delinear os programas necessários. Há para si algum processo ou medida ou iniciativa que tenha sido mal conduzido/a? Nós concordamos com o modelo de intervenção nas suas linhas mestre e no seu conjunto de propósitos. Discordamos com a calibração do modelo no que se refere a intensidades de apoio e as condições estabelecidas para se ser apoiado. Em muitas circunstâncias as empresas serão espartilhadas em vez de ajudadas no processo de ajustamento a uma nova realidade, durante muito tempo.

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mais

Com o propósito de melhor conhecer o panorama nas ilhas de São Miguel e Santa Maria, a Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada traçou inquéritos para perceber qual o cenário real das empresas associadas deste organismo.

As empresas relacionadas com o Turismo e a Restauração, foram as que mais “sofreram” com a crise provocada pela pandemia. Os últimos dados resultantes de um inquérito lançado aos associados na Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada aponta as

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de

83% das empresas recorreram a medidas de apoio

prinicipais dificuldades em diferentes setores e algumas das medidas que podem ajudar a salvar empresas ou a minimizar a perda de receitas. • Mais de 83% das empresas inquiridas recorreram a uma ou mais medidas de apoio, sendo elas nacionais ou regionais; • O lay-off simplificado foi a medida à qual as empresas mais recorreram (74%); • A grande maioria das empresas demostra preocupação (81,29%) em cumprir com as condições estabelecidas em cada medida de apoio, sendo que as que responderam afirmativamente consideram a manutenção dos postos de trabalho a mais preocupante (83%); • Mais de metade das empresas considera que os apoios concedidos ficaram aquém do que era preciso; • A maioria das empresas (63%) considerou que os negócios no período após a retoma (Maio/Junho) foram inferiores às expectativas; • Mais de 2/3 das empresas (67,7%) perspetivam os seus negócios para o 2º semestre de 2020 como muito negativos ou negativos; • Mais de metade das empresas inquiridas (53,5%) consideram que só voltará ao volume de negócios de 2019, depois de 2021; • Como medidas públicas a serem tomadas para ajudar as empresas nos próximos meses, as empresas apontaram a redução de impostos e da TSU (87,1%), a transformação de créditos, total ou parcialmente, em fundos perdidos (68,4%) e o prolongamento do lay-off (56,1%); • As empresas relacionadas com o Turismo e

a Restauração, foram as que mais “sofreram” com a crise provocada pela pandemia; • O Turismo e a Restauração são os setores que se mostram mais pessimistas com o normal retomar da atividade económica, apontando uma data para lá de 2021 para o normal retomar da atividade económica (Com Volumes de Vendas idênticas a 2019); • Por seu turno, as empresas do setor da Indústria e a Construção Civil mostram-se mais otimistas com o retomar da atividade económica; • Para o 2º semestre de 2020, as empresas do Comércio e Serviços (47,4%) e a Indústria e Restauração (57,1%) têm uma perspetiva positiva para os seus negócios. O Turismo e Restauração, muito negativa (69,6%). Por último as empresas referem quais as estratégias públicas que devem ser seguidas para um normal retomar da atividade económica: • Fundos europeus devem privilegiar as empresas (71%); • Apostar em mercados externos para capturar turistas (53,5%); • Privilegiar o mercado interno regional (50,3%); • Maiores incentivos para investimentos privados (43,9%); • Privilegiar o mercado ilha (41,9%); • Apostar na produção interna de bens e serviços (34,8%); • Mais investimento público (24,5%); • Apostar em mercados externos para a venda de bens e serviços (23,2%); • Participação pública para salvar empresas estratégicas; Fundos Europeus devem privilegiar o setor público e outras medidas (9,7% - 4,5%).

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reportagem Entrevista WINE IN AZORES 2020

A FESTA FAR-SE-Á COM SEGURANÇA

É um dos poucos eventos com público a ter realização em São Miguel, este ano, sendo que haverá, posteriormente, uma edição na ilha Terceira. O Wine in Azores regressa num modelo mais curto, com regras de higiene e de distanciamento social reforçadas, e com uma novidade quanto à localização de parte do evento.

Natacha Alexandra Pastor Além das provas de vinhos no pavilhão da Associação Agrícola de São Miguel, o Wine in Azores, que estará a decorrer de 16 a 18 de outubro, com regras bastante rígidas quanto ao número de convidados e de público, vai estender-se para uma propriedade com cerca de 9 mil metros quadrados, situada na zona do Sertão das Capelas, onde a organização decidiu desenvolver as actividades económicas habituais associadas ao evento, e onde haverá tascas. Será, portanto, num local rodeado de natureza que decorre esta edição do Wine in Azores, que se repetirá no mês seguinte na ilha Terceira, onde Joaquim Coutinho vai fazer cumprir com todas as regras que são comunicadas pela Autoridade Regional de Saúde. À nossa redação, o responsável pelo desenvolvimento deste evento vínico explica como funcionará a edição de outubro em São Miguel, dividida entre dois espaços. “Na Associação Agrícola vamos ter um máximo de 27 mini auditórios, com público sentado, isto significa que não há possibilidadede ter público a circular pelos auditórios e nesse caso serão os produtores que vão circulando. Cada sessão terá um máximo de duas horas, pelo

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Carlos Costa

que após esse tempo o público terá de deixar o pavilhão. Contamos ter três sessões diárias, em cada um dos dias do Wine in Azores, pelo que contas feitas percebe-se que este será um ano muito diferente dos anteriores onde tínhamos cerca de 23 mil visitantes. Mas, considerando o que acontece este ano, é assim que vamos funcionar. Neste novo terreno, teremos alguns expositores de produtores e montaremos tendas onde funcionará a área de tascas gourmet. Este local já estava pensado para fazer eventos com maior número de público e cliente, estamos a trabalhar para o deixar em condições para este Wine in Azores, estamos entusiasmados com essa nova possibilidade. Contamos poder vir a desenvolver um evento nesta quadra natalícia, estamos a estudar essa hispótese, e, àparte destas organizações, há outras ideias de rentabilização deste terreno para alguns eventos particulares que possam ter lugar durante o ano, nomeadamente, e por exemplo, casamentos e, ainda, a construção de alguns bungalows para turismo.” Os bilhetes do Wine in Azores 2020 em São Miguel podem já ser adquiridos, este ano exclusivamente na plataforma BOL.pt


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reportagem

Performance músico-teatral da MUSIQUIM nomeada para os YAMawards A performance músico-teatral “murmuratorium” está nomeada em 2 categorias dos YAMawards (THE YOUNG AUDIENCES MUSIC AWARDS): BEST OPERA e BEST PARTICIPATORY Project. Para além das duas categorias da responsabilidade do Júri Internacional, ainda há a possibilidade de arrecadar mais dois prémios através da votação popular “Public Choice Award”. Natacha Alexandra Pastor Os YAMawards visam identificar e apoiar produções de ponta que inspirem e envolvam jovens proporcionandolhes experiências artísticas que se prolongam por toda a vida. A música tem um impacto profundo sobre os jovens e promove o diálogo e a compreensão interculturais Os Young Audiences Music Awards são organizados pela JM International ( JMI), (https://jmi.net/), cujo trabalho baseia-se no princípio de que todas as crianças e jovens devem ter acesso à música/cultura como um direito humano fundamental. Os YAMawards servem como um farol de criatividade e inovação para inspirar aqueles que ultrapassam as fronteiras artísticas e musicais, bem como aqueles que instilam esperança em quem trabalha em circunstâncias difíceis, apoiando a luta para manter e crescer este setor crucial do desenvolvimento humano. Este projeto teve a sua estreia em julho de 2019 em Aveiro com a Companhia de Música Teatral (Lisboa) e o Dancenter (Aveiro) e depois viajou até aos Açores e resultou no espetáculo apresentado no C.A.S.A - Bernardo Manuel Silveira Estrela, na Ribeira Grande. A votação pública deste projeto faz-se através do site https://yamawards.org/ e podem votar uma vez por dia até ao próximo dia 20 de outubro, dia da entrega dos prémios.

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Madalena Correia /Estúdio 13 A MUSIQUIM – Associação Musicoteatral dos Açores sob a direção de Mário Moniz e André Melo é responsável por projetos como os “Du-Dé-Du”, “Crescer com Música”, “Música Bebé”, “Música na Infância – Formação de práticas artísticas”, oficinas e ateliers de música e expressão dramática, bem como produção de espetáculos como “O MUSIQUIM”, criado e apresentado no Arquipélago Centro de Artes Contemporâneas; “Ámen”, apresentado no Walk&Talk 2017 e no Arquipélago Centro de Artes Contemporâneas e “IMPROMPTU”, que estreou no âmbito do festival Tremor 2018. Em março de 2018, produziram as formações Transitivas “Música na Infância” da Companhia de Música Teatral, com financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian, realizaram o “I Seminário de Arte para a Infância” no Teatro Ribeiragrandense e estrearam o espetáculo “O Sonho do Miguel”. Em novembro de 2018, produziram, pela segunda vez consecutiva, as formações Transitivas “Música na Infância” da Companhia de Música Teatral, com financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian, no Estúdio 13 – Espaço de Indústrias Criativas. Já em 2019, aconteceu o “II Seminário de Arte para a Infância”, estrearam o espetáculo “+MARe” e o “murmuratorium”.


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entrevista

Ser vegetariano: saber o que implica e o resultado final

Gualter Rainha é o responsável pelo projeto “A Cozinha de Sentidos”, que assenta na divulgação da cozinha vegetariana, formando os interessados na alimentação com base vegetal. Natacha Alexandra Pastor Criativa Magazine - Há um princípio da sua ligação à gastronomia/culinária assente na comida vegetariana? Gualter Rainha (Cozinha de Sentidos) - A culinária vegetariana surge na minha vida em finais de 2015, e foi no mês de novembro se não me falha a memória, quando vi uma receita de um hambúrguer de feijão e preparei. Está prestes a fazer cinco anos. Como é que começou? O que o fez optar por este estilo de vida? Como é que alterou a sua maneira de olhar quem está à sua volta? Dedicou algum tempo de estudo ou aconselhamento clínico? Inicialmente comecei por curiosidade, quando preparei uma bolonhesa de soja. Como eu gosto de agradar nos convívios e nos jantares em minha casa, e tenho alguns amigos vegetarianos, predispus-me a aprender naquela altura a confecionar um ou outro prato para eles. Em termos de estudo ou aconselhamento, inicialmente comecei por frequentar workshops e algumas formações não

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certificadas, o que me ajudou imenso em termos de técnicas. Comecei a ler bastante, e também passei a ver documentários acerca da temática ligada ao vegetarianismo. Relativamente ao aconselhamento, tenho sorte de ter o meu médico de família sempre muito presente, que nunca colocou qualquer ponto negativo quanto à minha dieta vegetariana. Sempre me incentivou. As análises melhoraram significativamente quando deixei de comer carne, e levou a que eu perdesse peso também. Hoje, sou mais saudável graças a esta escolha também. Claro que quando optamos por seguir a dieta vegetariana temos de ter alguns aspetos presentes, nomeadamente no que respeita aos nutrientes que estariam presentes numa dieta “dita comum”. Por exemplo, o caso da Vitamina B12, ou dos ômegas. Geralmente, as pessoas associam esses nutrientes como exclusivos da carne ou ao peixe, mas na verdade conseguimos ter acesso a esses nutrientes a partir de opções vegetais, como a levedura nutricional (B12) ou nas sementes de chia (ômega). Há que ter algum conhecimento para fazermos escolhas nutricionalmente equilibradas.


Pelo menos nos Açores, a comida e os hábitos quanto à comida vegetariana são recentes. Porém, é cada vez mais comum encontra-se não só quem opte por esta comida, seja por completo, ou parcialmente, como também há mais oferta de produtos, mais informação. Notou esse crescimento? Nos Açores já se come vegetariano há bem mais anos do que aquilo que temos noção. Há famílias que são vegetarianas há muitos anos, mas na sua maioria introduzem derivados, tais como os ovos, o leite e seus derivados e o mel. Relativamente ao crescimento por um estilo de vida que englobe a alimentação vegetariana, as pessoas hoje estão mais informadas graças ao acesso à informação, seja na televisão ou na internet, o que leva a que queiram, em algum momento das suas vidas, melhorar a sua saúde, ou levar um estilo de vida mais sustentável ou compassivo no que toca à exploração animal. O turismo foi também um factor de alavancagem nesse crescimento, neste contexto, a restauração obriga-se a arranjar ainda mais alternativas e a informarem-se um pouco mais acerca das suas ofertas, antes de as colocar nas ementas. Antes, a opção disponível na maioria dos restaurantes era a massa com legumes, e comer fora era um tédio. Atualmente já posso dizer que posso ir comer fora com alguma tranquilidade por opções de escolha. Concorda, porém, que ter um estilo saudável (ainda que não totalmente vegetariano) tem um custo maior? Há dicas de como tornar

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entrevista

mais low-cost? Eu não concordo de todo. Desde que deixei de comer carne e derivados, passei a gastar menos dinheiro na minha alimentação. É óbvio que se eu for comprar tofu todas as semanas ou seitan, entre outros, gastarei muito mais porque são os ditos produtos “top de gama”. Podemos obter muito proteína através do grão de bico, do feijão, nas lentilhas, etc., que não são caros. Juntando leguminosas cozinhadas com uma salada e cereais integrais, e uma peça de fruta, temos uma refeição completa a custo normal ou a baixo custo. De entre a sua atividade, destacam-se workshops. É um estilo que tem muita procura? Podemos falar de um tipo de perfil específico das pessoas que os frequentam? Os workshops são bastante frequentados por vários motivos. Nos workshops fala-se de forma mais direta e descontraída, há a confeção de receitas onde as pessoas participam, há o convívio sempre em ambiente amigável e divertido, e a parte melhor, no fim, há degustação das receitas preparadas. Nos workshops passam-se bons momentos com gargalhadas, e existe partilha de conhecimento em “forma de sementinha”. Relativamente ao perfil das pessoas, não específico nenhum. São sobretudo participantes que têm curiosidade, outros que querem alterar hábitos por motivos de saúde, de sustentabilidade ou por motivos de ética. São pessoas que gostam de convívio, ou têm por vezes filhos vegetarianos e

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querem ganhar algumas bases de cozinha. É necessário estar predisposto a incutir novos hábitos? Sim! Todas as alterações que possam surgir na nossa vida devem de ser feitas sempre de forma consciente. Devemos ter presente o que implica, e por fim o resultado. Nenhuma mudança é fácil, há pessoas mais persistentes que outras, há pessoas mais pacientes que outras, mesmo que no meio, em algum momento, nos questionemos se faz realmente sentido, está tudo bem, se de facto fizer sentido, voltamos com armas e bagagem até conseguir a alteração de hábito, neste caso. Então, para quem pensa em tornar-se vegetariano, que conselhos essenciais deixa? Em primeiro lugar que seja um objetivo, no caso de querem fazer mesmo a transição para vegetariano. Depois, aconselho que frequentem workshops, pesquisem e leiam um pouco acerca das bases na alimentação vegetariana, para que possam perceber como poderão alimentar-se de forma equilibrada. Em algum momento, deixar de comprar ou ter carne em casa, assim evitam comer. Os passeios pela natureza ajudam muito, e observar os animais no seu habitat natural também ajuda imenso. Os animais relacionam-se entre si, respiram, alimentam-se e até criam ligação connosco. É tão inspirador poder e conseguir observar isso fora do prato.


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entrevista

Contrariando o cenário, João Moniz lança “Saudade”

Com os cancelamentos na agenda, e até mesmo alguns prémios internacionais, João Moniz avançou, ainda que numa fase em que tudo é diferente, com o lançamento do EP “Saudade”. Natacha Alexandra Pastor Criativa Magazine - Para quem possa desconhecer, a incursão pelo mundo da música já tem uns bons anos. Como é que tudo começou? João Moniz (Cantautor) - Desde muito pequeno que sempre adorei ouvir música e brincar com instrumentos musicais. Depois de muito pedir aos meus pais, inscreveram-me na Academia Musical de Vila Franca do Campo nas aulas de Guitarra Clássica, e desde aí nunca mais parei de tocar! Tem sido uma caminhada difícil? Todas as caminhadas têm os seus altos e baixos, e apesar de tudo o que está a acontecer à nossa volta estou a viver um bom momento desta caminhada, as pessoas reconhecem o meu trabalho, sinto muito apoio do público, muitas vendas de CDs para o que estava à espera. Não me posso queixar desta fase, quanto muito posso dizer que é uma fase agridoce porque muitos planos foram por água abaixo. O mundo musical nas ilhas ainda é trabalhoso? Ou há maior consciência e

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apreço pelo trabalho dos artistas / músicos açorianos? Penso que nos últimos tempos tem havido uma certa abertura do público açoriano para receber música original, 100% feita nos Açores, nos mais diversos géneros musicais. O mundo musical na sua globalidade é trabalhoso, quer seja em Lisboa, quer seja numa ilha no meio do Atlântico Norte. Mas às vezes sentimos que temos de trabalhar o dobro para ter certas oportunidades. Há também grande empatia entre os colegas? Cada vez mais, aliás numa base de apoiantes de uma banda ou músico açoriano há uma grande percentagem de músicos. Isso nota-se nas redes sociais, somos muito ativos no que toca a partilhar/comentar o trabalho dos outros, e acho que isso ajuda bastante à diversidade musical. 2020 tem sido um ano particularmente mau para os artistas. O que tem sido mais complicado de ultrapassar? Porém, este é o ano que serve também de apresentação do


seu EP, numa altura em que a retoma ainda é muito vagarosa. Os motivos de celebração são especiais? Para mim o que foi mais complicado este ano foi ouvir incessantemente a palavra “Cancelado”, é uma sensação muito má e desanimadora, principalmente quando a música é a nossa única fonte de sustento. Como estava farto de ser “cancelado” decidi levar o projecto “Saudade” até ao fim, mesmo sabendo que seria um mau ano para apresentar um EP e ter o mesmo à venda em formato CD. E acabei por ser surpreendido pela quantidade de CDs que já vendi e pelo convite do Teatro Micaelense de apresentar o meu EP “Saudade” no seu belíssimo palco. Foi, até à data, a melhor noite da minha vida enquanto cantautor. O que dizer deste Saudade? De onde nasceu e até onde poderá ir? As coisas estavam traçadas para que a Saudade fosse muito mais longe este ano. Estava nomeado para a categoria “New Talent” dos International Portuguese Music Awards 2020, mas esta categoria foi cancelada pois seria a única categoria decidida ao vivo em New Bedford. A música a concurso era precisamente a “Saudade”, e tratando-se de um prémio internacional seria uma ótima oportunidade para levar a “Saudade” mais longe. Como correu a sua apresentação pública? Superou todas as minhas expetativas, fui muito bem recebido quer pelo Teatro Micaelense quer pelo

Estou focado no projecto “Atelier de Guitarra” que tem como principal objetivo continuar a trabalhar o que estava a desenvolver noutro projecto que infelizmente fechou. Este Atelier está dividido em 2 Pólos: um no Sol Mar Avenida Center e o segundo pólo no Centro Cultural de Vila Franca do Campo.”

público. Nunca tinha sentido a experiência de ser o artista principal num palco daquela dimensão, ainda para mais a solo. Os primeiros minutos foram difíceis de controlar devido ao misto de emoções que sentia, com muitos nervos à mistura. Foi sem dúvida um momento alto da minha carreira como músico. Quais são os próximos passos do João Moniz? Por agora estou focado no projecto “Atelier de Guitarra” que tem como principal objetivo continuar a trabalhar o que estava a desenvolver noutro projecto que infelizmente fechou. Este Atelier está dividido em 2 Pólos: um no Sol Mar Avenida Center e o segundo pólo no Centro Cultural de Vila Franca do Campo. Para quem estiver interessado pode pesquisar pelo atelier nas redes sociais. Como cantautor/compositor estou nomeado como finalista do concurso Galego “Musicando Carvalho Calero”, nesta fase o povo decide por meio do voto até 30 de outubro, quem quiser ajudar basta procurar por mim nas redes sociais e terá toda a informação que precisa para votar.

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reportagem

The Code em concerto intimista com novo tema Luís Alberto Bettencourt, Vânia Dilac, João Moniz e Mariana Machado juntaram-se aos The Code para o primeiro concerto deste ano da banda micaelense, onde apresentaram um novo tema. Pelo caminho, ficaram por realizar várias atividades programadas para esta temporada de 2020, nas ilhas, na América e no Canadá.

Natacha Alexandra Pastor De regresso aos palcos, naquela que é primeira vez neste ano de 2020, quase a terminar, os The Code pousaram o palco do Coliseu Micaelense como banda principal, acompanhados de quatro vozes conhecidas. A apresentação do novo tema, “Abraça-me” é um dos motivos de alegria, refere Marisa Oliveira em nome do grupo. “Tínhamos dúvidas de qual o momento certo para lançar um novo tema ao nosso público. Mas, como, na verdade, ainda estamos a viver momentos um tanto incertos, decidimos lançar este novo tema “Abraça-me”, acompanhado de videoclipe (produzido pela Lineup Productions) na mais nobre casa de espetáculos da Região, o Coliseu Micaelense. Este é um tema que fala na primeira pessoa. Fala de amor próprio. Fala no direito de errar, mas também na oportunidade de melhorar. Fala nos altos e baixos da vida. Fala do saber aceitar-se e renovar-se. Fala de um abraço. De procurar-se e encontrar-se. Aceitámos este privilegiado convite do Coliseu para oferecer ao nosso público uma prenda “2 em 1”. Será o nosso primeiro concerto este ano (versão acústica, mais intimista) conjugado com o lançamento desta nova música e vídeo. Será por todos os motivos uma noite memorável e

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especial. Estamos sedentos da energia dos nossos fãs. Atuar ao vivo e num espaço tão especial e de tão grande renome é por si só já uma noite garantida para nós. A participação dos nossos convidados especiais é a “cereja no topo do bolo”: Luís Alberto Bettencourt, Vânia Dilac, João Moniz e Mariana Machado.” Um ano atípico, para todos, deitou por terra várias atuações e deslocações ao estrangeiro. A banda mantém-se positiva e a trabalhar, mesmo que contra vários obstáculos. “Sem dúvida alguma que este está a ser um ano muito diferente dos anteriores. Continuamos a trabalhar com igual força e dedicação e sempre com os olhos postos no amanhã. No entanto, estamos cientes de que o amanhã é ainda muito incerto. Espetáculos, concertos, festivais adiados e/ou cancelados. Dificuldades pessoais e profissionais que, julgo, quase ninguém estava a contar com… Este seria um ano muito positivo para os The Code. Desde concertos no Continente, Estados Unidos e Canadá e algumas das nossas vizinhas ilhas. Mas, no final de tudo isto somos gratos por estarmos todos de saúde, bem como a nossa família, e por termos sempre esta luz dentro de nós, que nunca nos faz desistir dos nossos objetivos.”


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reportagem

Medicamentos Genéricos têm margem para crescer

A APOGEN – Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares acaba de promover uma a e-conference, sobre “Valor em Saúde – o Compromisso dos Medicamentos Genéricos e Biossimilares”, onde reforçou o contributo dos medicamentos genéricos e biossimilares para gerar valor em saúde ao garantirem os mesmos resultados, apesar de forma mais acessível.

Natacha Alexandra Pastor Em Portugal, o primeiro diploma legal a regular a produção, autorização de introdução no mercado, distribuição, preço e comparticipação de medicamentos genéricos foi o Decreto-Lei 81/90, de 12 de Março, mas até ao ano 2000 o mercado de medicamentos genéricos em Portugal manteve-se estagnado, com quotas de mercado inferiores a 0,5%. Nos últimos anos tem sido notório o crescimento da quota de mercado para estes medicamentos que contêm a(s) mesma(s) substância(s) activas e actuam da mesma forma que medicamentos de referência. A associação APOGEN revela à nossa reportagem que “desde 2011 até agosto de 2020, os medicamentos genéricos, em regime ambulatório, geraram para o Estado e utentes poupanças superiores a 4.131 milhões de euros; 448 milhões de euros em 2019 e em 2020, até agosto, 308 milhões de euros.” A aposta ainda não está totalmente ganha, segundo a associação, pois os dados demonstram que há margem para crescer no mercado. “O crescimento da quota de mercado dos medicamentos genéricos resulta de um forte contributo dos prescritores, das farmácias e da indústria farmacêutica comercializadora destes medicamentos na construção da confiança dos doentes.

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Se analisarmos os últimos dados disponibilizados pelo INFARMED I.P. no Benchmarking Ambulatório Medicamentos Genéricos, em junho 2020, verificamos que, embora a quota nacional de MGs seja de 48,9%, quando repartida pelas cinco Administrações regionais de Saúde (ARS) há uma distribuição entre 44,3% e 50,6%. Estes dados são reveladores de que há potencial para uma progressão significativa.” A APOGEN recorda ainda que a entrada dos genéricos no mercado português, e o seu paulatino crescimento, representa “a verdadeira equidade vertical e horizontal no que diz respeito a este segmento de terapêuticas.” “O aumento paulatino da adoção dos medicamentos genéricos tem sido um motor inquestionável do acesso a tecnologias de saúde de qualidade e bastante mais acessíveis do que as alternativas em regime de monopólio. Esta acessibilidade representa a verdadeira equidade vertical e horizontal no que diz respeito a este segmento de terapêuticas. Os recursos libertados pela sua adoção têm contribuído para que o SNS e as famílias possam financiar outros bens e serviços, mesmo inovadores, e que no seu todo contribuem para o aumento da qualidade de vida dos cidadãos, gerando valor em saúde.”


voucher pรกg. 47

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reportagem

Plataforma online para agilizar denúncias de maus-tratos animais

Está já disponível uma plataforma online designada ‘SOS Animal Açores’, criada com o objetivo de agilizar o processo de denúncia de maus-tratos e abandono de animais em toda a Região. Qualquer pessoa poderá fazê-lo, acedendo ao endereço eletrónico https:// sosanimal.azores.gov.pt/

Natacha Alexandra Pastor De forma rápida, qualquer cidadão pode, a partir de agora, apresentar, com confidencialidade, denúncias de maus-tratos de animais, bem como a identificação de situações de abandono, negligência ou abuso, desencadeando um processo de verificação e encaminhamento para as autoridades competentes, bastando aceder ao endereço https://sosanimal. azores.gov.pt/ A gestão deste projeto está a cargo da Direção Regional da Agricultura, em articulação com os Serviços de Desenvolvimento Agrário das diferentes ilhas, bem como com os Centros de Recolha Oficial de animais, canais municipais e GNR. O secretário João Ponte salientou que esta nova ferramenta digital permitirá fortalecer a cooperação e a interligação entre várias entidades com responsabilidade em matéria do bem-estar animal nos Açores, de modo a dar uma resposta cada vez

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mais célere e eficaz, após a identificação das situações de abandono, negligencia ou abuso de animais de companhia ou errantes. O governante destacou também que, desde junho, que o Governo dos Açores tem em funcionamento uma base de dados regional para Registo de Animais de Companhia e Errantes (RACE), que permite o registo obrigatório destes animais, por parte dos Centros de Recolha Oficial (CRO) e que será alargada à administração local, forças de segurança e clínicas veterinárias. Esta ferramenta surge não só da intenção de tornar gratuito o registo obrigatório de animais, bem como da necessidade do cumprimento da legislação regional pelos CRO, nomeadamente com valências adicionais que não existem na base de dados nacional criada em 2019 e designada por Sistema Informação de Animais de Companhia - SIAC.


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Reportagem

Turismo: Pedidos de reembolso aumentaram 342%

Uma análise realizada pelo Portal da Queixa permitiu confirmar que os constrangimentos resultantes da pandemia de Covid-19 refletiram-se nas reclamações dos consumidores dirigidas ao setor do Turismo.

Natacha Alexandra Pastor Nos principais quatro meses de férias - entre junho e setembro -, o principal motivo de reclamação apresentado foi o pedido de reembolso (1.167 queixas), um aumento de 342% face ao mesmo período de 2019, onde foram registadas apenas 264 reclamações pelo mesmo motivo. A análise situada entre 1 de junho e 28 de setembro de 2020, refere que foram registadas no Portal da Queixa um total de 2.457 queixas na categoria Hotéis, Viagens e Turismo. A análise efetuada às subcategorias revelou que 1.189 reclamações (48%) são dirigidas às Agências e Sites para Reservas de Viagens, 888 reclamações (36%) estão relacionadas com as Companhias Aéreas e 380 reclamações (16%) relacionam-se

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com as Estadias. Em comparação com o período homólogo, verifica-se um aumento de 64% do número de reclamações. Em 2019, à maior rede social de consumidores chegaram 1.500 queixas. Relativamente às Companhias Aéreas, os principais motivos das reclamações são os pedidos de reembolso (50%) e os atrasos (9%). Entre as três empresas com maior volume de queixas estão a TAP (318), a Ryanair (278) e a Easyjet (111). Foi ainda observado o índice de insatisfação quanto às agências e sites para reservas de viagens, os dados analisados indicam que os principais motivos de reclamação reportados foram: pedidos de reembolso (49%), e falta de apoio (14%).


reportagem

“Ultramar na Pele”: a história de açorianos que passaram pela guerra colonial O Instituto Açoriano de Cultura apresenta “Ultramar na Pele”, uma obra que nos mostra como a História também se impregna na pele. A história de homens que foram obrigados a fazer uma guerra em nome de um império que se desmoronou. Natacha Alexandra Pastor Uma guerra que, como todas as guerras, deixa marcas. Neste caso, tatuagens. Que Diana Gomes, expert na matéria, analisa com rigor técnico e apreciação estética, desvendando o que levou os ex-soldados a tatuar na pele os símbolos e dizeres que ainda perduram. Num livro ilustrado pela objetiva de Rui Caria, cujo olhar está treinado a escolher enquadramentos, ângulos, luz e o que mais importa. “Ultramar na Pele” é um livro precioso, que alarga o entendimento do património ao próprio corpo. Um livro onde os protagonistas são açorianos que passaram pelos diferentes teatros da guerra colonial e que partilharam com Diana Gomes as suas memórias, os seus testemunhos de uma guerra que deixou marcas profundas no nosso país. A obra tem suporte pelo Instituto Açoriano de Cultura e é assinado por Diana Gomes, que nasceu em Crescent City, Califórnia, Estado Unidos da América, em 1983. Aos cinco anos veio com os pais para a ilha Terceira, onde fez estudos. Aos 18 tornou-se body piercer, tendo feito formação na área, em Madrid (2005). Mais tarde, passa também a dedicar-se à tatuagem. Participou em convenções de tatuagens nacionais e visitou também várias convenções internacionais, em cidades como Toronto e Londres. A paixão pela tatuagem faz com que se delicie a viajar, visitar museus e monumentos. Em 2004, abriu na Praia da Vitória, com o marido, o estúdio “Poison Tattoo & Body Piercing”, dedicado a tatuagens e piercings, e pelo fotógrafo Rui Caria, que nasceu na Nazaré em 1972, e vive na ilha Terceira desde 2005, iniciou o seu percurso profissional na área da imagem começou em 1990, realizando pequenos filmes comerciais. Em 1993,

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tornou-se correspondente da TVI, onde permaneceu como repórter e editor de imagem até 2003. Repórter e editor de imagem, correspondente nos Açores para a SIC, desde 2006, colabora como fotojornalista com alguns jornais nacionais e internacionais. Tem ainda conquistado vários prémios e distinções.

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desporto motorizado

CAMPEONATO DOS AÇORES DE RALIS

CANCELADO ANTES DE COMEÇAR

Renato Carvalho

Carlos Costa

A Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) informou que o Campeonato dos Açores de Ralis de 2020 não se irá disputar. A principal causa foi o cancelamento de três provas, mais concretamente o Rali do Pico, o Rali de Santa Maria e o Rali Ilha Lilás na ilha Terceira. Desta forma, restavam dois ralis para se realizar, pelo que não estavam reunidas as condições exigidas no regulamento. O Pico Automóvel Clube, a Secção de Automobilismo e Karting do Clube Asas do Atlântico e o Terceira Automóvel Clube emitiram comunicados em que justificam com a falta de patrocínios, a decisão de cancelar os respectivos ralis. Assim, o campeonato deixa de ter o número mínimo de provas para ser validado que são três. As fábricas de tabaco, principais patrocinadores da modalidade nos Açores, quer no apoio aos clubes organizadores como também aos pilotos, decidiram não apoiar qualquer evento programado para 2020. As razões estão relacionadas com a incerteza da realização ou não dos ralis calendarizados, devido à actual situação da pandemia. De salientar que, uma das medidas impostas pela Autoridade Regional de Saúde é a disputa dos ralis sem a presença de público. No entanto, e apesar de não haver campeonato, o Clube Automóvel do Faial vai colocar na estrada o Rali Ilha Azul. Resta saber se o Grupo Desporti-

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vo Comercial seguirá o mesmo caminho do clube faialense e organizará um rali até ao final do ano em São Miguel. Recorde-se que toda esta situação começou em Março, a poucas semanas do Azores Rallye principiar. A suspensão de toda a actividade desportiva no país obrigou ao adiamento da prova do Grupo Desportivo Comercial para Setembro e ao cancelamento do Rali Sical, organizado pelo Terceira Automóvel Clube. Posteriormente foi aprovado um Plano de Contingência e voltou se a competir em Portugal. Foram definidos novos calendários. E o Campeonato dos Açores de Ralis ficou com outras datas, sempre com o objectivo da sua realização. A Autoridade Regional de Saúde indicou que o Azores Rallye tinha de se realizar sem a presença de público nos troços. Na impossibilidade de garantir o pretendido, o Grupo Desportivo Comercial adiou o rali para o ano de 2021. Este adiamento foi o primeiro sinal que o campeonato poderia ser cancelado.


PENSAR NO FUTURO

António Bettencourt Na ilha do Faial

RALI ILHA AZUL nA ESTRADA O Clube Automóvel do Faial decidiu realizar o Rali Ilha Azul. A prova irá para a estrada no dia 17 de Outubro e será composta por seis provas especiais, que são uma tripla passagem pelos conhecidos troços, em pisos de terra, do Varadouro/Vulcão dos Capelinhos e Caminho do Goulart/Cabeço Verde. Os organizadores do clube da ilha do Faial receberam autorização para a realização do rali por parte da Autoridade Regional de Saúde mediante a aplicação das medidas impostas. Desta forma, a super especial não se irá disputar, a habitual apresentação das equipas, também, foi anulada e a cerimónia de entrega de prémios será condicionada. A lista de inscritos deverá contar com pilotos oriundos de várias ilhas, nomeadamente de São Miguel, Terceira e Pico, além dos habituais concorrentes faialenses. De salientar, o esforço do clube organizador em efectivar o rali, apesar de não possuir um patrocinador principal.

Este mês resolvi escrever na primeira pessoa. Achei que chegou o momento para opinar sobre o desporto automóvel nos Açores. Para o ano de 2020, confesso que criei algumas expectativas acerca da nova temporada com a chegada de um novo troféu na ilha de S. Miguel. Depois, o campeonato tinha tudo para ser competitivo e emotivo no que diz respeito à luta pelo título. Em relação ao restante, o panorama não se adivinhava, mais uma vez, muito risonho, apesar da vinda de mais um ou dois carros de topo, para disfarçar a realidade de um parque automóvel extremamente envelhecido. A suspensão de toda a actividade desportiva, a poucas semanas do Azores Rallye ir para a estrada, foi o início de uma época para esquecer, por um lado e para lembrar por outro. Não vale a pena recordar as situações passadas nos últimos tempos. Neste momento, e perante a actual situação do automobilismo nos Açores, o mais importante é pensar no futuro. É esta a principal questão que se coloca, com ou sem pandemia. Nunca tivemos tanto tempo para debater e discutir ideias. Todas as opiniões são poucas para revitalizar uma modalidade que tem um número elevado de adeptos. De uma forma directa ou não, o parecer de cada um será um contributo para encontrar as melhores soluções. Os clubes organizadores têm um papel fundamental, pois os seus associados são normalmente os pilotos e simpatizantes pelo que este é o melhor local para começar a tratar do assunto. O automobilismo é um desporto que envolve muito dinheiro. Os patrocinadores são parceiros basilares para os clubes organizadores e pilotos. Nos Açores, as fábricas de tabaco contribuem fortemente para assegurar o normal desenrolar da atividade. Ficou provado nesta altura de pandemia, quando decidiram não apoiar qualquer evento. E quando não for possível? É preciso pensar no futuro do desporto automóvel nos Açores. c ria ti va magazine - outubro 2020 • 27


consultório jurídico

com:

Carlos Melo Bento advogado

Que uso ou não uso podem dar os pais de um menor de certos bens que lhe possam pertencer (por herança p.x.)? Fazendo venda de algum desses bens, quem pode denunciar? Depois da maioridade pode ser reclamado o valor do que foi vendido? Os pais do menor não podem dispor dos bens imóveis deste sem autorização prévia e expressa do Tribunal de Família e Menores. Tal autorização só é dada em circunstâncias extremas e muito bem justificadas, designadamente: tratamento de doença grave para que sejam necessários meios que não existam nos serviços do Estado, a sobrevivência do menor que os pais estejam em absoluto incapazes de proporcionar, etc. Na prática isso é muito difícil de obter, pois aquele tribunal só nessas situações muito especiais é que dá o consentimento que mesmo assim está sujeito a prestação de contas, vigiada de perto pelo Ministério Público. O mesmo se passa com os bens móveis, designadamente o dinheiro que, caso seja desviado, pode dar lugar a processo crime e a uma indenização, que o menor, atingida a maioridade, tem um prazo para pedir. Como esses crimes são públicos, qualquer pessoa que deles tenha conhecimento pode denunciá-los. Note bem: estes pequenos conselhos não dispensam a consulta a um advogado. Pois, cada caso é um caso e, para se dar um conselho, é preciso saber muitos detalhes que não cabem nas perguntas que me são feitas.

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José F. Andrade

Mário George Cabral Regresso em grande Eis um dos regressos que há muito se aguardava. Mário George Cabral, outrora pertencente a colectivos de grande importância para a região, está de regresso a solo, com o tema “Cântico do País Emerso”, um poema da diva Natália Correia, com música do nosso entrevistado. Antes de mais, parabéns pelo regresso. É bom estar de volta? Muito obrigado! É bom estar de volta a um meio que conheço bem e por onde tenho andado nos últimos 28 anos. Havia quem esperasse um regresso com banda. Isso foi equacionado? É verdade que sempre estive envolvido com bandas, das quais muito me orgulho. Mas neste regresso, não foi pensada essa possibilidade, pois a intenção é fazê-lo a solo, com interatividade de artistas de vários quadrantes. Quando é que iniciaste esse processo, desde a concepção ao produto final? Levei imenso tempo a pensar na “fórmula certa” para montar este projeto, mas a verdade é que, entre a criação da canção até à entrega da masterização, foram necessários pouco mais de dois meses. Fala-nos das colaborações que fazem parte deste trabalho? Colaboram no tema a Mia Tomé, que dá voz ao poema de Natália Correia, que assume uma posição central em toda a canção e o Tiago Ribeiro (Antena 3) na co-produção e

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Foto: Mário Franco


apoio técnico. Podemos assumir que este é o primeiro single de um disco? É o primeiro single do resto da minha vida; do degrau primeiro de uma escada longa, que se quer bem sustentada nos alicerces da criatividade. Essa será a sonoridade a explorar em futuros trabalhos? Sim, é intenção manter esta sonoridade não descurando algo mais acústico se sentir essa necessidade. Vestir e despir canções, mudar-lhes a cara, mas nunca as emoções que carregam: quero seguir os meus instintos melódicos e de composição, deixar um carácter muitíssimo vincado da parceria, como neste caso acontece com a voz e alma da Mia Tomé. Onde está disponível o tema para download? Encontra-se disponível nas habituais plataformas de streaming: Spotify, Apple Music, Youtube, Amazon Music, entre

outras. Como surge o nome de António Pinheiro da Silva para a produção do tema? Queria um som fresco e bem definido. Este regresso teria de ser feito com o “pé direito”. Por isso, a escolha no Tó Pinheiro da Silva foi uma natural consequência, atendendo a que continuará a ser, pelos nossos dias, o nome maior dos Engenheiros de Som do nosso País. O que é que o futuro nos reserva em termos musicais? A componente criativa está a ser tratada com muito cuidado e carinho, uma vez que os artistas mais recentes têm conseguido um reconhecimento fora da região extraordinário, com conquistas de prémios importantes. Daí, esperar que o futuro possa ser ainda melhor, pois continuam a surgir projetos em quantidade e em qualidade, com uma sustentabilidade criativa muito forte.

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CONSULTÓRIO DA SAÚDE

Coloque uma questão dirigida ao Consultório da Saúde utilizando o e-mail: consultoriodasaude@hotmail.com

Amamentação: quando o sonho se transforma num pesadelo…

João Bicudo Melo Médico e Psicólogo Clínico

Durante a gestação muitas ideias se vão construindo acerca do bebé, da sua fisionomia, formulam-se potenciais comportamentos e antecipam-se possíveis problemas. Cada mãe e cada pai tentam, à sua maneira, desempenhar da melhor forma possível o papel parental. Entre as múltiplas preocupações, a alimentação assume um papel importante. E na hora de escolher, não há dúvidas de que a amamentação se vislumbra como a opção ideal. São indiscutíveis as qualidades do leite materno, bem como o papel da amamentação na vinculação mãe-bebé e seu posterior desenvolvimento psicossocial. No entanto, como diz o povo com a sua sabedoria: não há bela sem senão! Neste caso, a idealização de uma amamentação perfeita, pode ser interrompida por intercorrências desagradáveis, criando situações potencialmente ansiógenas e/ou depressógenas para a mãe. Entre os problemas mais frequentemente relatados nas consultas estão as fissuras dos mamilos, o bloqueio dos ductos mamários, o ingurgitamento mamário, os mamilos dolorosos e as mastites. Normalmente, a causa subjacente a estes problemas reside em questões relacionadas com a má adaptação do bebé à mama, em alguns casos relacionada com a imaturidade do recém-nascido e reflexo de sucção insuficiente. Por forma a prevenir estes potenciais problemas, procure lavar a mama diariamente com gel de banho neutro, massajando sob o chuveiro. Verifique que o seu bebé adapta bem a boca ao mamilo. Extraia umas gotas de leite no início e no final de cada mamada massajando com a ponta dos seus dedos, em movimentos circulares, iniciando na base da mama e prosseguindo até ao mamilo. No final de cada mamada, pressione suavemente a boca do bebé ou coloque levemente a ponta do seu dedo entre a boca do bebé e o seu mamilo, ajudando-o a terminar

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a sucção e libertar o mamilo. Esteja atenta às expressões que sugerem interesse do seu bebé em mamar, como, por exemplo, olhar dirigido, boca aberta e movimentos repetitivos com a boca, língua e mãos. Esta atenção é fundamental pois a amamentação é mais fácil e menos dolorosa quando o seu bebé não está “esfomeado”. Com frequência, estes problemas levam as mães a recorrer a uma consulta com o seu médico assistente. Muitas vezes, recorrem motivadas para descontinuar a amamentação. Por vezes o sofrimento é grande e, na sua avaliação pessoal, abandonar o aleitamento materno pode parecer a melhor opção. No entanto, numa expressiva maioria dos casos existem técnicas eficazes que podem ajudar a destruir o pesadelo, trazendo de novo o sonho da amamentação. Neste sentido, recorra ao seu médico e enfermeiro de família. Estes profissionais estão devidamente habilitados para aconselhar e acompanhar o seu caso. Entre as potenciais medidas a adotar, poderá corrigir a posição adotada pelo bebé durante a mamada, podendo ser necessário contrariar algumas posições preferenciais. Em caso de dor, aplique frio local ou, caso recomendado pelo seu médico assistente, utilize creme cicatrizante. Além disso, ofereça primeiro ao seu bebé o mamilo que apresenta menos fissuras e/ou que lhe causa menos dor. Quando ocorrer a chamada subida do leite é fundamental proceder à sua remoção, oferecendo a mama ao seu bebé ou recorrendo a técnicas de extração. Perante situações de desconforto ou preocupação recorra ao seu médico de família. Não desista de amamentar o seu bebé à primeira contrariedade. Verá que com ajuda de profissionais habilitados poderá ultrapassar potenciais dificuldades e usufruir

de momentos únicos com o seu bebé.


opinião

A Democracia, a Economia e os Media João Palmeiro, Presidente da Associação Portuguesa de Imprensa Paulo Ribeiro, Presidente da AIC - Associação de Imprensa de Inspiração Cristã “Não devemos dar por adquiridos os valores que definem a nossa União, como liberdades, a democracia, o Estado de direito e os direitos fundamentais. Há que lutar por eles. O mesmo sucede com a liberdade e o pluralismo dos meios de comunicação para os quais a transformação digital suscita desafios”. (Vera Jourova e Thierry Breton, comissários europeus, in DN, Lisboa 26 de setembro de 2020) Esta é a nossa luta nas Associações de Imprensa em Portugal. Sem parar, sem descanso, sem esmorecimento. “Os meios de comunicação social estão vulneráveis em face de ingerências políticas, nomeadamente se a sua situação económica não for estável”. (Jourova/Breton, ibidem) Por isso mesmo, as Associações de Imprensa portuguesas lutam por apoios do Estado justos e autónomos, com mais de 20 anos de experiência de independência e agora com a urgência da pandemia de Covid-19. “A Comissão não pode só por si vencer este combate. Impõe-se a intervenção dos governos dos dirigentes políticos e das autoridades reguladoras na UE. Importa que todos tomem consciência do papel determinante desempenhado pelos meios de comunicação livres e independentes, papel esse que as redes sociais jamais poderão exercer”. (Jourova/Breton, ibidem) Nós, nas Associações, sabemos quem são os políticos que acreditam e os que querem esmorecer o nosso empenho, esperamos ainda a intervenção do Governo e da Entidade Reguladora para a Comunicação Social. “A Liberdade de imprensa é um direito, não só para os jornalistas, mas para todos nos. Assumimos hoje um compromisso no sentido de lutar por meios de comunicação livres e pluralistas”. (Jourova/Breton, Ibidem) As Associações de Imprensa em Portugal assumiram este mesmo compromisso há 60 anos, fortalecidas pelo empenho de Francisco Pinto Balsemão, Adriano Lucas, António Paulouro, Manuel Piçarra e Salvador dos Santos. O seu exemplo e a sua memória não nos deixam outro caminho, que não seja o da luta sem tréguas no dia-a-dia em que se faz cada jornal. Os exemplos que encontramos em Portugal não são encorajadores; A compra antecipada de publicidade do Estado ‘Covid-19’ foi decidida em 17 de abril, foi ratificada por diplomas legais de 6 e 19 de maio e, até hoje, apenas uma pequeníssima parte foi paga sem incluir qualquer órgão de comunicação social regional e local. Está em preparação o Orçamento de Estado de 2021, e as perspetivas são seguramente diferentes das que os comissários europeus propalam, pois com o nível de execução da Publicidade Institucional do Estado em 2020, o que se prevê para 2021 não será nada de concreto. A banca portuguesa tem dado sinais de ignorar a realidade e a importância do papel que todos reconhecem aos media, e remete para o novel Banco de Fomento qualquer tipo de apoio de tesouraria; o Plano Nacional de Recuperação (Costa Silva) ignora totalmente as realidades indicadas e reconhecidas pela Comissão Europeia, acreditando que é possível retomar a economia e defender a Democracia sem um ativo e vibrante papel dos Media. Numa coisa o Plano de Recuperação Económica Costa Silva tem toda a razão: é urgente reformular o funcionamento da Administração Pública. Apenas do Palácio de Belém tem soprado uma brisa que vai acalentando a esperança que tudo se vai resolver. Estas linhas são um alerta ao Governo e à Assembleia da República, onde, é certo, alguns partidos se têm preocupado e acompanhado o evoluir da nossa situação, que o OE para 2021 tem de considerar o papel dos Media para a recuperação económica (que as Associações têm vindo a enfatizar desde o princípio do ano), para a defesa da Democracia (que sempre sublinhámos), e é um apelo dramático para que a Administração Pública tome consciência que cinco meses já é tempo demais para processar pagamentos de emergência! Se os políticos portugueses não querem ouvir-nos, pedimos no dia em que a Presidente da Comissão Europeia participa no Conselho de Estado em Lisboa, que ouçam Vera Jurova e Thierry Breton, que acreditam em nós e no nosso papel para a recuperação económica, a luta contra a desinformação e o medo, enfim pelos valores da Democracia e da Europa.

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José Andrade

“Lisboa, escuta: os Açores estão em luta!” Esta palavra de ordem ecoou em todas as nove ilhas dos três distritos autónomos do arquipélago dos Açores ao longo do ano pós-revolucionário de 1975. Segundo os sete jornais diários das capitais distritais de Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta, de janeiro a dezembro terão ocorrido cerca de quatro dezenas de manifestações populares nas ruas açorianas – catorze em S. Miguel, cinco na Terceira, Faial e Pico, duas em Santa Maria, Graciosa e S. Jorge, uma nas Flores e Corvo – naturalmente com dimensões diferentes e politicamente com motivações distintas: umas contra a governação nacional ou a favor da administração regional, outras anti comunistas ou anti separatistas, outras ainda por razões laborais ou corporativas. A manifestação popular mais representativa e consequente invadiu a cidade de Ponta Delgada no dia 6 de junho, com demissão imediata do governador civil Borges Coutinho, e terá contribuído para obrigar ou acelerar a resolução concreta de problemas pendentes entre Lisboa e os Açores. Mas, entretanto, 35 personalidades alegadamente implicadas na sua organização não autorizada foram detidas em S. Miguel e inquiridas na Terceira. Antes, a 25 de abril, os três distritos elegeram cinco deputados do PPD (Mota Amaral, Américo Viveiros, José Manuel Bettencourt, Ruben Raposo e Germano Domingos) e um do PS (Jaime Gama) para defesa dos interesses açorianos na Assembleia Constituinte. Depois, a 26 de agosto, entra em funções a Junta Administrativa e de Desenvolvimento Regional dos Açores, presidida pelo governador militar Altino de Magalhães e constituída por seis vogais dos distritos autónomos de Ponta Delgada (Jácome Correia e Henrique de Aguiar), de Angra do Heroísmo (Borges de Carvalho, depois substituído por Álvaro Monjardino, e Leonildo Vargas) e da Horta (Pacheco de Almeida e Martins Goulart). Por um lado, reclamava-se a independência. Primeiro o MAPA (Movimento para a Autodeterminação do Povo Açoriano) e, depois e sobretudo, a FLA (Frente de Libertação dos Açores), em parceria com o “Comité Açoriano 75” junto da diáspora norte-americana, tanto anunciavam um governo na clandestinidade e um exército de libertação como lançavam um ultimato ao gover-

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no português. E, entretanto, ocorriam assaltos às sedes comunistas ou explodiam engenhos nas socialistas. Por outro lado, preparava-se a autonomia. As organizações distritais do PPD, do PS e até do CDS, como antes o “Grupo dos Onze” e depois a própria Junta Regional, apresentavam os seus projetos de Estatuto para a Autonomia dos Açores, que culminariam nos contestados trabalhos da Oitava Comissão da Assembleia Constituinte. De Lisboa chegavam os dirigentes partidários Pinto Balsemão, Magalhães Mota, Miller Guerra, Freitas do Amaral; em Lisboa ficavam o presidente Costa Gomes e o primeiro-ministro Vasco Gonçalves; por Lisboa rebentavam o 11 de março e o 25 de novembro. Afinal, 1975 foi um ano interessante e importante na política açoriana, de transição dos três distritos para a região autónoma, que vale a pena recordar ou conhecer nas páginas do livro 1975: INDEPENDÊNCIA? – O ‘verão quente’ nos Açores. Este é o segundo volume da trilogia política “Anos Decisivos”, com prefácio de Álvaro Monjardino, que foi editado pela Letras Lavadas em 2015, no 40º aniversário dos acontecimentos que evoca. O livro recorda as principais figuras e factos da vida política açoriana, durante o período compreendido entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 1975, a partir das notícias e reportagens dos sete jornais diários então publicados nas ilhas de São Miguel, Terceira e Faial.


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Olhar Criativo Desafio Mensal do Mês transato

com o Tema:

“Férias em tempo de pandemia”

1º Lugar - Nova normalidade - José Maria Sousa

“ESTAS PÁGINAS são DEDICADAs AOS ENTUSIASTAS, QUE DE UMA FORMA APAIXONADA PARTILHAM O SEU OLHAR, POTENCIANDO A ARTE E O GOSTO PELA FOTOGRAFIA.”

Coordenação: Paulino Pavão

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Edição:


2º Lugar - Novos hábitos - Francisco Fernandes

3º Lugar - A natureza é um refúgio - José Maria Sousa

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saúde ótica

Crianças: Um olhar cuidadoso Qual a importância dos óculos no desempenho escolar? Ter uma boa visão é importante para todos, mas para uma criança é de grande relevância pois está numa fase importante do seu desenvolvimento. A criança deve fazer um exame à visão anual para que, caso já tenha um problema identificado, verificar se a graduação ainda se encontra atualizada. Se não tiver nenhum problema serve para detetar eventuais problemas que possam vir a surgir e corrigir os mesmos atempadamente. Dificuldades na visão podem levar a problemas não diagnosticados relacionados com a leitura e com a contagem.

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Artigo elaborado com suporte em: INSTITUTOPTICO www.institutoptico.pt



saúde auditiva

Quais são as causas de perda de audição? Existem muitas causas diferentes de perda auditiva. Algumas são provocadas pelo mundo que nos rodeia: maquinaria barulhenta, música alta, tiros, explosões, rugido de motos e aviões, etc. Algumas outras causam podem vir de ‘dentro de nós’, incluindo a perda auditiva causada pelos efeitos colaterais de medicação ou infeções no ouvido. Porém, as causas mais comuns de perda auditiva têm que ver com o envelhecimento normal. Faça um rastreio auditivo e saiba como está a sua saúde auditiva.

A perda de audição pode afetar os seus relacionamentos? Os sintomas de perda auditiva podem ser mal interpretados pelos seus colegas de trabalho e entes queridos. Quando você não responde imediatamente ao que eles estão dizendo, eles podem pensar que você não está prestando atenção ou que não está apenas interessado no seu ponto de vista. Os eventos sociais tornam-se menos agradáveis ​​quando se vive com perda auditiva. Pode ser difícil entender o que está sendo dito quando há muito ruído em segundo plano.

1 em 6 adultos possuem algum grau de perda auditiva! Imagine estar a jantar num restaurante movimentado. No fundo, existe barulho de pratos, cadeiras arrastadas, pessoas falando e rindo. Você está esforçando-se para acompanhar o que está acontecendo na sua mesa, e o esforço de fazer isso está começando a fazer-se sentir mais e mais cansado. Eventualmente, você começa a fingir que pode ouvir. Acena com a cabeça, parece interessado e ri com a multidão, mesmo que não tenha entendido as brincadeiras. Começa a sentir-se deixado de fora. Quando sai do restaurante tem uma dor de cabeça palpitante, desapontamento e não pretende repetir a experiência tão cedo. Pense sobre essas situações diárias e sobre como elas o afetam, faça um rastreio auditivo gratuito e previna estas situações.

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eventos noites animadas em Ponta Delgada CMPDL A medida Animar PDL, iniciativa da Câmara Municipal de Ponta Delgada, vai ser prolongada até 31 de outubro nos estabelecimentos de restauração e hotelaria da cidade. A autarquia tem vindo a convidar diferentes artistas e animadores para fazer parte desta iniciativa.

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eventos

Gala Remax 2019 premeia consultores DR A Remax 4 You de Ponta Delgada organizou uma gala que reuniu os vários colaboradores da marca, onde, uma vez mais, a gerência atribuiu prémios aos profissionais que melhores desempenhos tiveram ao longo do ano de 2019.

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eventos GRAFITTI, de Carlos de Medeiros CM Lagoa A exposição de fotografia, de um dos mais conceituados fotógrafos açorianos, Carlos de Medeiros, intitulada GRAFITTI, ficará patente no convento de Santo António, na freguesia de Santa Cruz.

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eventos EXPOSIÇÃO “EPICENTRO: MILAGRE” NO ARQUIPÉLAGO Álvaro Miranda | Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas Inaugurou no final de setembro a exposição “Epicentro: Milagre”, exposição com curadoria Tremor, de António Pedro Lopes, Joaquim Durães, Luís Banrezes e Márcio Laranjeira. Nesta exposição, os artistas Berru, Francisco Lacerda, João Ferreira, Tito Mouraz, Vincent Moon & Priscilla Telmon respondem ao desafio lançado pelo festival Tremor: pensar e representar a identidade açoriana.

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eventos “Jogo de Damas” vence “Esculpir na Areia” CMPovoação As crianças do Centro de Atividades de Tempos Livres (CATL) da Lomba do Botão ganharam o primeiro lugar do concurso “Esculpir na Areia” com o tema “Jogo das Damas”. Em segundo lugar ficou o grupo do CATL das Furnas com “as Damas e o Baralho de Cartas – jogamos com os Avós e com os Pais”. E, finalmente, em terceiro lugar ficou o Centro de Apoio à Infância da Povoação com “o Jogo das Damas – esta atividade em família cria relação e desenvolveu a capacidade de reação e raciocínio”.

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aconteceu

Torre do Relógio da Igreja Matriz alvo de obras A Câmara Municipal de Ponta Delgada vai avançar, em breve, com a empreitada de reforço estrutural do cimo da torre da Igreja da Matriz, obra que permitirá, numa segunda fase, proceder à requalificação do próprio mecanismo do relógio. A intervenção estrutural a realizar contempla a melhoria estrutural do edifício, através da substituição de materiais e elementos estruturais ao nível das argamassas de reboco e dos elementos metálicos. Ponta Delgada aprova isenção de taxas de ou­ tubro a dezembro A Câmara Municipal de Ponta Delgada aprovou, por unanimidade, a proposta de isenção de taxas durante os meses de outubro a dezembro,

como apoio à atividade económica. Vão estar isentas a 100% as taxas do mercado municipal; as taxas relativas ao funcionamento de pavilhões, quiosques e similares; as taxas relativas a ocupação de esplanadas e respetivos equipamentos; as taxas referentes à publicidade associada aos estabelecimentos comerciais; as taxas relativas a construções ou instalações provisórias por motivo de festas ou exercício do comércio ou indústria; as taxas relativas a venda ambulante; as taxas relativas a atividades ruidosas temporárias; e as rendas das concessões municipais e dos arrendamentos comerciais do Município, com exceção do estacionamento e parqueamento automóvel. A 50% vão estar as taxas relativas a outdoors e a mupis.

Mata do Café é um novo recinto desportivo A Secretária Regional dos Transportes e Obras Públicas inaugurou as obras de reconversão da Mata do

Café, entre as praias das Milícias e do Pópulo, em Ponta Delgada, num investimento de cerca de 100 mil euros. A requalificação permitiu dotar o espaço, com cerca de 8 mil metros quadrados, com um recinto para a prática desportiva, percursos pedonais, equipamentos lúdicos destinados a diversas faixas etárias, zona de equipamentos de manutenção e equipamentos dedicados a crianças, além de, entre outros, um parque de estacionamento de apoio. CRO da Lagoa com campanha de esteri­ lização gratuita de animais A campanha de esterilização arrancou em meados do mês de setembro e prolonga-se até 30 de novembro, sendo destinada aos animais de companhia dos munícipes dos concelhos de Lagoa e Nordeste, fruto do acordo de parceria entre os dois municípios no âmbito do CRO, com o limite de 3 animais de companhia (cães e gatos) por cada agregado familiar.

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aconteceu dos Açores, promoveu um conjunto de visitas guiadas para dar a conhecer um pouco mais do concelho. O projeto, denominado “Explorar Ribeira Grande”, incluiu visitas guiadas ao centro histórico da cidade e à vila de Rabo de Peixe, aos museus municipais, fábricas de chá, trilhos pedestres e passeios de bicicleta a alguns locais de interesse e de fácil acesso como, por exemplo, a ponta do Cintrão.

Requalificação do largo das Freiras A Câmara da Ribeira Grande investiu cerca de 310 mil euros na requalificação do largo das Freiras, na freguesia da Matriz, obra inserida no Plano Integrado de Regeneração Urbana Sustentável. A obra incluiu um arranjo de toda a zona envolvente e a criação de mais uma zona verde, incluindo-se aqui a colocação do antigo lago que estava no largo Hintze Ribeiro. Também foram criados meia centena de lugares de estacionamento. Ação “Explorar Ribeira Grande” A Câmara da Ribeira Grande, em parceria com a AGITA – Associação de Guias de Informação Turística

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Nova intervenção no Mercado da Graça A Câmara de Ponta Delgada instalou, no Mercado da Graça, um painel informativo no qual dá a conhecer o projeto de requalificação da autarquia para este espaço municipal, uma obra que está orçada em cerca de 1,4 milhões de euros e que deverá ter início no final do primeiro trimestre de 2021.

Além da demolição da atual cobertura (núcleo central), esta obra vai implicar a construção de uma nova

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cobertura e das fachadas do núcleo central, num espaço com cerca de 2.500 metros quadrados. A área comercial contará com a criação de novos módulos, em número adequado, e a alteração do layout interior, assim como a criação de novos corredores comerciais. Governo dos Açores implementa projeto “Corvo 100% LED” A Secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo anunciou, recentemente, que o Governo dos Açores vai levar a cabo o projeto ‘Corvo 100% LED’, que consiste na substituição de lâmpadas pouco eficientes por lâmpadas LED (Díodos Emissores de Luz), com elevada eficiência energética, nas habitações e edifícios de serviços da ilha. Para beneficiarem desta campanha, os Corvinos têm de se dirigir à Câmara Municipal e, mediante a apresentação da fatura de eletricidade, onde consta o Código de Ponto de Entrega, recebem até cinco lâmpadas LED em troca de cinco lâmpadas usadas.

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eventos “Música na Praça” Urbe Oceanus recebe Tributo aos ABBA Carlos Costa Numa iniciativa da Junta de Freguesia de São Pedro, a praça Professor Doutor José de Almeida Pavão Júnior (Urbe Oceanus), recebeu o segundo espectáculo do evento “Música na Praça”, com a atuação do Tributo aos ABBA. De entrada gratuita, o projeto conta com a generosidade das pessoas para a realização de cabazes alimentares que são, posteriormente, entregues a diferentes associações.

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horóscopo Astrólogo Luís Moniz

rikinho-astro@hotmail.com www.meiodoceu-com-sapo-pt.webnode.pt

A vida afetiva marca a necessidade de fazer coisas novas, mas expanda a sua imaginação e tome iniciativas ousadas para poder surpreender o seu par. A nível profissional, agora está com maior poder de organização e vai beneficiar da sua flexibilidade mental para concretizar os seus propósitos.

signo do mês

Carneiro 21/03 a 20/04

Balança 23/09 a 22/10 A vida afetiva começa um novo ciclo no que diz respeito à possibilidade de vivenciar um novo romance. Prepare-se para experienciar novas aventuras. A nível profissional, atue de forma responsável e disciplinada para conseguir dominar os acontecimentos no sentido de reajustar o setor financeiro.

touro 21/04 a 20/05 A vida afetiva atravessa um período excelente para melhorar a qualidade do seu relacionamento amoroso. Trata-se de uma época de boas oportunidades. A nível profissional, adote uma postura corajosa e paciente perante qualquer questão mais complicada. Dê tempo ao tempo e o resultado será ótimo.

Escorpião 23/10 a 21/11 A vida afetiva dá-lhe a oportunidade de manifestar abertamente os seus fortes sentimentos. É tempo de assumir compromissos e de avançar na relação. A nível profissional, aproveite a energia favorável para tomar decisões. Tem a coragem e a perseverança necessárias para realizar os seus sonhos.

gêmeos 21/05 a 20/06 A vida afetiva revela a sua capacidade de proceder a mudanças nos seus relacionamentos, mas procure enfrentar os desafios com muita determinação. A nível profissional, a conjuntura traz-lhe melhorias acentuadas. Aliás, o momento é propício para materializar todos os seus projetos pendentes.

sagitário 22/11 a 21/12

Caranguejo 21/06 a 22/07 A vida afetiva evolui favoravelmente e sente que pode estabelecer um relacionamento mais harmonioso. Siga a sua intuição e faça mudanças ousadas. A nível profissional, embora a sua atenção esteja mais focada nos assuntos familiares, aproveite este período protegido para progredir na carreira.

capricórnio 22/12 a 19/01 A vida afetiva depende da sua habilidade de expressar melhor as suas ideias muito importantes para o desenvolvimento do seu relacionamento amoroso. A nível profissional, provavelmente, sente que tem todas as condições para alcançar o sucesso. De qualquer forma, ouça as opiniões da sua família.

leão 23/07 a 22/08

aquário 20/01 a 18/02

virgem 23/08 a 22/09 A vida afetiva proporciona-lhe contatos indispensáveis para o seu crescimento pessoal. As relações podem contribuir para o seu autoaperfeiçoamento. A nível profissional, tente tirar o melhor proveito do seu forte sentido crítico e da sua capacidade de análise para concretizar os seus intentos.

peixes 19/02 a 20/03 A vida afetiva passa por uma etapa de extremo romantismo e sedução. É uma fase ideal para usar as suas qualidades de modo a obter o que necessita. A nível profissional, certamente, as suas reações atrairão uma energia proactiva que lhe possibilitará demonstrar plenamente as suas habilidades.

A vida afetiva permite-lhe demonstrar a sua verdadeira essência. Nesta perspetiva, evidencie a sua criatividade e a sua bondade em todas as ações. A nível profissional, esteja disponível para aceitar uma proposta que possa surgir repentinamente. No entanto, desenvolva uma postura inovadora.

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A vida afetiva abre-lhe uma época de novas oportunidades muito estimulantes. Daqui em diante, vai querer viver com mais alegria e muito entusiasmo. A nível profissional, estabeleça prioridades e concentre a sua atenção em focos concretos para poder concretizar tudo o que deseja mais facilmente.

A vida afetiva apresenta-lhe algumas dificuldades relacionadas com o lar. Confie em si, mantenha a sintonia com a sua essência de amor e compaixão. A nível profissional, este novo ciclo está muito associado à popularidade e ao sucesso. Analise os detalhes, estabeleça acordos e agarre o futuro.


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