CRIATIVA MAGAZINE - EDIÇÃO DE SETEMBRO

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REPORTAGEM APAV A LUTA PELO COMBATE AOS CRIMES

ENTREVISTA APPIF QUEREMOS SER A VOZ DOS IDOSOS

ENTREVISTA PAULO BRILHANTE EMBAIXADOR DA FIRMO

ANO III Nยบ 47

SETEMBRO 2018

S DE DESCONTO VOUCHNER O INTERIOR

A Minha Escolinha de Ballet

Um projeto de corpo e alma



ENTREVISTA APPIF QUEREMOS SER A VOZ DOS IDOSOS

EVENTOS

DA POVOAÇÃO BY NISSAN 34 FESTIVAL DEIXOU UM REGISTO POSITIVO DAS MARÉS 36 FESTIVAL NOS MOSTEIROS 38 PDL WHITE OCEAN 8ª EDIÇÃO DA FESTA 40 BRANCA NA LAGOA ÍNDIA E CHINA CONVIDADOS FESTIVAL DE FOLCLORE DO 42 DO PORTO FORMOSO MAGMA 44 CONCERTO GOSPEL

ENTREVISTA PAULO BRILHANTE, EMBAIXADOR DA FIRMO

REPORTAGEM SUICÍDIOS É MAIS ACEITE TER UM COACH DO QUE TER UM PSICÓLOGO

RUBRICAS DE SAÚDE 24 CONSULTÓRIO COM: JOÃO BICUDO MELO CRIATIVO 30 OLHAR TEMA “FORA DA CAIXA” ÓTICA 32 SAÚDE COM: INSTITUTOPTICO

Propriedade:

criativaçores, Lda Rua do Espírito Santo, 77 - r/c Esq. 9500-465 Ponta Delgada NIF: 513 281 070 Email: criativa.azores@gmail.com

962 370 110 • 968 691 361 Nº Registo: 126655

DESPORTO MOTORIZADO RALI ALÉM MAR SANTA MARIA A PRAIA DE LUÍS MIGUEL REGO

Diretora: Natacha Alexandra Pastor Editor: Carlos Costa Direção Comercial: João Carlos Encarnação Sede da Redação/Editor: Rua Espírito Santo, nº 77 R/chão Esqº 9500-465 Ponta Delgada Periodicidade: Mensal Tiragem: 5.000 exemplares Impressão: Coingra - Companhia Gráfica dos Açores - Parque Industrial da Ribeira Grande Lote 33 - 9600-499 Ribeira Grande

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GRANDE ENTREVISTA

REPORTAGEM APAV A LUTA PELO COMBATE AOS CRIMES

Design Gráfico e paginação: Orlando Medeiros Fotografia: António Bettencourt e Carlos Costa Depósito Legal: 390939/15 Colaboradores: Carlos Melo Bento, Luís Moniz, João Bicudo Melo, Paulino Pavão/AFAA, Paulo Renato Sousa e Renato Carvalho. O uso e reprodução parcial ou total de qualquer conteúdo existente nesta revista é expressamente proibido. Os anúncios existentes nesta revista são da inteira responsabilidade dos anunciantes.

ESTATUTO EDITORIAL - CRIATIVA Magazine A Criativa Magazine é uma revista mensal de informação geral que oferece, quer através de textos quer de imagens, a mais ampla cobertura de assuntos, em todos os domínios de interesse, de maior relevância que ocorram no mercado açoriano, com especial enfoque no mercado da ilha de São Miguel; A Criativa Magazine é independente de qualquer poder político e económico; A Criativa Magazine pauta a sua ação em total cumprimento das normas éticas e deontológicas do Jornalismo português; A Criativa Magazine defende o pluralismo de opinião, respeita as crenças, ideologias políticas e religiosas, diferenças sociais e culturais, sem prejuízo de poder assumir as suas próprias posições; A Criativa Magazine identifica-se, como tal, com os valores da Democracia; A Criativa Magazine quer contribuir para o desenvolvimento de cidadãos ativos e conscientes, bem como assim para o desenvolvimento da sociedade na qual se insere.


GRANDE ENTREVISTA

JESSICA FERREIRA ABRAÇA PROJETO SOCIAL COM A MINHA ESCOLINHA DE BALLET Natacha Alexandra Pastor

Direitos Reservados

É um projeto social dirigido a um vasto público, que tem na Dança, e no Ballet muito em particular, uma paixão incrível. Jessica Ferreira é quem comanda os destinos de A Minha Escolinha de Ballet, um trabalho inspirador que gostaria de um dia poder expandir.

C

riativa Magazine - No final de mais um ano letivo, A Minha Escolinha de Ballet levou a palco mais uma exibição coletiva que resulta do trabalho feito. Quem foram os protagonistas do espetáculo? Quantos alunos subiram ao palco? Que se propuseram a mostrar ao público? Jessica Ferreira - A Minha Escolinha de Ballet tem como objetivo mostrar nos seus espetáculos a diversidade de estilos e influências do mundo da dança, sendo uma escola que promove novas aprendizagens e que pretende

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estar sempre a renovar-se indo ao encontro dos interesses dos seus alunos. Neste contexto, o espetáculo Danças do Mundo veio corresponder a esta premissa, trazendo ao público danças de todo o mundo e a sua multiplicidade de estilos. Ao todo estiveram em palco 65 crianças, alunas da nossa escola e dois bailarinos convidados: Ivanoel Tavares (finalista do Let´s Dance) e Francisco Ferreira (bailarino do Conservatório Nacional de Ballet). Apesar de serem membros convidados são também formadores assíduos


O nosso projeto assenta numa paixão enorme pela dança e acima de tudo por dar a oportunidade das nossas crianças poderem ter uma formação de qualidade em dança.” “A expansão de um projeto como o d’A Minha Escolinha de Ballet é sempre uma aspiração, no entanto é necessário que surja a oportunidade.”

da nossa escola, pertencendo, eles também, à grande família que é A Minha Escolinha de Ballet. Tem conseguido manter uma formação contínua dos seus alunos? Como já referi esta é uma preocupação pessoal minha, deste modo temos assiduamente workshops ministrados por Bailarinos profissionais de outros géneros de dança. Além da componente técnica, essencial, há preocupações subjacentes ao bom funcionamento da escolinha? É fácil trabalhar com alunos de diferentes idades, com ritmos de aprendizagem até distintos? Com foco no trabalho e intenções diferentes? Onde ficam os maiores entraves?

O nosso projeto assenta numa paixão enorme pela dança e acima de tudo por dar a oportunidade das nossas crianças poderem ter uma formação de qualidade em dança. O facto de termos um leque de idades amplo não constitui um entrave, pois as aulas organizam-se por classes segundo o nível de cada criança. Os maiores entraves são os económicos, pois A Minha Escolinha de Ballet é um projeto social abrangendo todas as crianças que nos procuram mesmo e sobretudo as que não configuram situação financeira facilitadora da frequência deste tipo de atividades. A Jessica Ferreira tem trabalhado sozinha com estas crianças ou consegue manter um elemento de apoio

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nas aulas? O que a continua a motivar ao fim destes anos a desenvolver este projeto? O meu trabalho é sempre um trabalho em conjunto com as minhas meninas, pelo que esta é a maior motivação que tenho. Poder influenciar positivamente a vida e desenvolvimento artístico de tantas crianças e vê-las tornarem-se adultos com uma maior cultura, sentido e pensamento crítico. Tem desenvolvido a sua escolinha em exclusivo na Ribeira Grande, sua terra de origem. Alguma vez equacionou poder alargar a outra zona? Continua a praticar ballet? A expansão de um projeto como o d’A Minha Escolinha de Ballet é sempre uma aspiração, no entanto é necessário que surja a oportunidade. Eu continuo a praticar ballet sempre que possível sob a supervisão do meu Professor Lawrence Haider. Quem pode aderir, e como pode fazê-lo, à A Minha Escolinha de Ballet? Existem alguns pré-requisitos essenciais? O maior pré-requisito é a vontade, paixão pela dança, o esforço e o resto tudo se arranja. Já começam a surgir novos espaços em São Miguel dedicados não em exclusivo o Ballet, mas a outras danças e artes. Sinal de que a Dança começa a ter um público maior? Que as Artes e a Cultura têm cada vez mais lugar na vida das pessoas?

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O meu trabalho é sempre um trabalho em conjunto com as minhas meninas, pelo que esta é a maior motivação que tenho.” Sem dúvida, e este facto é muito positivo, tem de haver escolha para satisfazer as necessidades de formação que existem nesta área. Para o vosso sucesso há vários elementos importantes. Desde logo as crianças e jovens: e como tal que palavras ficam para estes? Os pais: são sempre figuras importantes no processo de aprendizagem e apoio?; e os vossos sponsors, a quem também se deve o apoio. Para as nossas crianças e jovens as palavras que ficam são: persistência, trabalho e sonho. Para os nossos pais que são elementos chaves para o percurso destas crianças fica o apelo de acompanharem os seus filhos e deixarem-nos sonhar. Aos que nos apoiam um agradecimento sincero, sem eles nada disso seria possível.


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REPORTAGEM

A LUTA PELO COMBATE AOS CRIMES Natacha Alexandra Pastor

Direitos Reservados

Violência Filioparental, Apoio Online a Vítimas de Crime e Violência contra Pessoas com Deficiência Intelectual e/ou Multideficiência. Será sobre estes géneros de violência que se debruçarão as próximas jornadas da APAV Açores. As jornadas da APAV Açores são acima de tudo uma oportunidade para dar a conhecer as múltiplas valências em que os técnicos da associação atuam. Desde que haja um crime, uma vítima, a APAV Açores está lá disponível para orientar, tirar dúvidas, aconselhar, encaminhar, apoiar… Sílvia Branco, gestora da APAV Açores e Emanuela Braga, Coordenadora do polo de formação nos Açores, estão a formar as jornadas, e são dois dos rostos de uma associação que tem tido uma intervenção social de suma importância. Mas como ainda existe algum desconhecimento do real e intenso papel da associação, e da natureza dos crimes, do que pode e deve ser feito, dos apoios existentes, ambas as técnicas lançam a importância de fazer notar o papel desta associação. “Nós temos tido a perceção de que a própria sociedade e as vítimas desconhecem que alguns crimes são e podem ser apoiados pela APAV. Por exemplo, e falando em crimes mais recentes, o cibercrime, cujos bancos começam a ter mecanismos de precaução, é um tipo de situação que acontece e nem sempre as vítimas recorrem aos nossos serviços e desconhecem um conjunto de práticas que é preciso fazer longo num primeiro momento como forma de reaver os montantes de que foram roubados, mas sobretudo adotarem comportamentos defensivos para evitar novas situações.” O crime contra turistas é um dos exemplos mais recentes, a APAV nos Açores conta com uma unidade de apoio para estas vítimas, um auxílio fundamental sobretudo quando está em causa o roubo de documentos de identificação. “São situações que efetivamente acontecem, mas a mensagem de que APAV pode ajudar e apoiar ao longo do processo, em muitos casos não chega às vítimas. Focamos aqui o caso dos turistas, precisamente porque não

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conhecendo as instituições locais, dificilmente chega até eles essa informação, apesar de nós estarmos a trabalhar em estreita colaboração com a polícia, nestes casos, como em tantos outros.” Talvez por se tratar de crimes que até agora raramente ocorriam nos Açores esteja a ser mais demorado fazer passar a mensagem. De resto, a APAV continua a estar conotada com o apoio a vítimas de violência doméstica, confirma Sílvia Branco, gestora da APAV Açores.


15 Novembro

Após quatro edições em Ponta Delgada, pela primeira vez Lagoa será palco de discussão e reflexão partilhadas com os vários parceiros sobre temáticas no âmbito do apoio a vítimas de crime e a prevenção da vitimação e da violência. No evento, que irá reunir diversos especialistas, serão abordadas três áreas principais: Violência Filioparental; Apoio Online a Vítimas de Crime; e Violência contra Pessoas com Deficiência Intelectual e/ou Multideficiência.

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“Em 2004, altura de abertura do gabinete de apoio à vítima, chegava-nos sobretudo pedidos de ajuda para o crime de violência doméstica, do sexo feminino. O que nós notamos é que passamos a apoiar também vítimas do mesmo crime, mas do sexo masculino. Com a implementação de um projeto com o comando regional da PSP dos Açores, que se chama sistema de referenciação, conseguimos alargar o nosso campo de ação e de apoio, e daí que temos vindo a receber inúmeras situações que chegam à PSP relacionadas com crimes de furto e roubo; ofensas à integridade física; crimes de natureza sexual e crime de stalking (muito associado a casos de ex-namorados/as ex-casais..). Pela estreita ligação com os agentes da PSP é referenciado às vítimas a existência de apoio diversificado e especializado pelos técnicos da APAV Açores. Nota-se, já, que as pessoas estão cada vez mais informadas e sensibilizadas sobre diferentes formas de violência, a tipificação do crime e percebe-se que já se encaram certas atitudes, que não apenas a violência física, como um crime a considerar.” Na generalidade, e a bem da verdade, a maioria dos crimes que hoje chegam a APAV Açores já existiam no passado, porém, em alguns casos, a própria legislação estava desfasada da realidade. Um dos casos mais reconhecidos para qualquer cidadão será o stalking, como explica Sílvia Branco, gestora da APAV Açores. “Fomos denotando um aumento do número de casos de denúncia do stalking (perseguição), porque houve aqui um reconhecimento a nível social, científico e até mesmo legal que originou a que a perseguição fosse vista como crime.” A denúncia nem sempre é fácil. Vive-se julgando que tudo será difícil, complexo, doloroso. Não é à toa que quem procura ajuda, fá-lo muitas vezes após anos de abusos. “De uma forma muito geral, eu diria que o que nós defendemos é que sendo vítima de algum tipo de violência uma única vez, a pessoa deve pedir esclarecimentos e apoio, independentemente de se avançar com um processo-crime”, refere Emanuela Braga, coordenadora do polo de formação dos Açores desta associação, acrescentando que a própria legislação já faz referência a esse pormenor, quando, por exemplo refere, no que toca ao crime de violência doméstica, “modo reiterado” ou não. Ou seja, basta apenas uma vez para ser considerado crime.” A APAV Açores presta apoio a qualquer vítima, independentemente da sua idade ou sexo, embora a maioria dos casos esteja representado na faixa etária dos 26 aos 54 anos de idade, facto que terá muito que ver com o crime de violência doméstica, o que mais predomina. Cobrindo todas as 9 ilhas dos Açores, a associação criou mais recentemente em São Miguel a rede CARE, focada em exclusivo no apoio a crianças e jovens vítimas de violência sexual, um trabalho exercido em total parceria com a Polícia Judiciária, e que merece um acompanha-

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mento muito próximo das vítimas, seja ao nível de acompanhamento presencial para determinadas diligências, seja ao nível psicológico, e incluindo os familiares mais diretos.


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ENTREVISTA

QUEREMOS SER A VOZ DOS IDOSOS Natacha Alexandra Pastor

Direitos Reservados e Paulo Renato Sousa

A constituição da Associação de Proteção da Pessoa Idosa e da Família – APPIF já estava a ser delineada quando foram conhecidas peças televisivas sobre alegados atos negligentes na Santa Casa da Misericórdia de Ponta Delgada, mas a reportagem fez acelerar o seu aparecimento. Ricardo Pacheco, advogado, ex-vice presidente do PSD, confirma que não gostou de ver o que viu e não tem dúvidas que há muitos mais casos de negligência em lares e instituições, sem que ninguém se preocupe com esta dolorosa realidade.

C

riativa – Contextualizemos o porquê da constituição e o contexto que conduz ao aparecimento da APPIF e quem são os principais impulsionadores desta associação? Ricardo Pacheco - A Associação de Proteção da Pessoa Idosa e da Família surgiu em julho deste ano, englobando pessoas de diferentes áreas profissionais, desde o Direito, Medicina, Psicologia, Contabilidade..., pessoas essas que sentiram necessidade de criar um organismo de proteção ao idoso e à família do idoso. Já existem várias instituições que fazem o seu trabalho, algumas até com cariz governamental, mas na verdade há um grande vazio na defesa dos mais elementares direitos dos idosos. Algo que deveria partir de quem tem responsabilidades e competências nesta matéria. Sim, sem dúvida, mas não é o que vemos acontecer. Portugal é o único país da OCDE em que não é obrigatória formação específica, o que é grave, na nossa opinião. Há técnicas aceites para cuidar de um idoso, saber ouvi-lo, saber

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mobilizar e imobilizar um idoso, para se dar banho, para o medicar, entre outros detalhes, importantes, para os quais não parece haver uma preocupação. E por isso eu pergunto qual é a entidade pública ou associação que levantou essa questão da formação?! Ninguém! Daí ser esse um desígnio desta associação. Vão avançar então com a iniciativa de formação esperando que alguém se junte e venha intensificar esses conteúdos? A APPIF é uma associação que não tem meios financeiros, mas vamos desenvolver programas e apresentá-los a quem de direito para que nos ajudem a executá-los. Quanto ao Estatuto do Cuidador, outra das nossas intenções, é um assunto do qual ninguém fala. Não há um único dirigente político que fale disso. Há um diploma na Assembleia da República que está meio moribundo e isso acontece, talvez, e a frase não é minha, porque o moribundo não vota. Mais, esse estatuto não aparece porque tal como em muitas outras situações, por exemplo no caso de benefícios para a


aleitação para as mães, terá de haver benefícios na legislação que protejam os cuidadores. Ainda agora na manifestação que fizemos recebemos uma pessoa que nos deu nota de que tinha sido alvo de um processo disciplinar porque tinha saído de urgência do seu local de trabalho para acudir a uma situação com o seu pai, que sofre de Alzheimer. Não há neste momento qualquer tipo de proteção legal para essas pessoas, que são muitas, que enfrentam estes problemas nas suas casas/vidas. Será bom recordar aqui que por cada utente institucionalizado, o Governo Regional paga cerca de 1.700 euros. Se calhar, se todos os que estão em casa tivessem de ser institucionalizados, não haveria dinheiro público que desse para tudo. Por outro lado, temos o ridículo de não ter uma única instituição de trabalhos continuados nos Açores devidamente certificada. Temos 1,2 camas por cada 100 idosos em São Miguel o que é manifestamente pouco para a nossa realidade. Necessariamente terão de surgir novas instituições.

A APPIF luta ainda para colocar o idoso no centro das nossas opções sociais e políticas. Nós não estamos a trabalhar corretamente. Portanto, de uma forma geral, considera que se trabalha num certo amadorismo?! Sim. Quando nós verificámos que muitas das pessoas que trabalham com idosos são recrutadas através de programas de desemprego, de áreas completamente distintas, muitas delas não têm vocação, sim! Temos grandes profissionais, é certo, mas também temos verdadeiras nulidades, pessoas que maltratam os idosos. É algo que veio a público e que vai continuar. E a APPIF nasce precisamente por aquilo que veio a público, na reportagem recente que passou num canal televisivo nacional? É verdade que veio ajudar a lançar com rapidez a associação. Sabemos que existem milhares de idosos por este país, muitos deles até a viver sozinhos, que estão a sofrer imenso, que não se conseguem defender.

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Temos de dar um passo em frente e a APPIF está cá para isso. É certo que há sempre críticas, felizmente são poucas, criticam sem saber quem somos e o que propomos. Na verdade não viemos para atrapalhar, viemos para ser a voz dos idosos. Devo dizer que nós na nossa primeira manifestação não tivemos um único dirigente dos Açores que tivesse tido a simpatia de se identificar com esta causa. Que leitura faz para o facto de não ter recebido essas manifestações de apoio? Só posso dizer que é de uma insensibilidade gritante. O que lhes interessa é a festa, ganhar as eleições, as fotografias com os ‘velhinhos’ e as crianças porque ficam bem… Aquilo que foi visto com esta reportagem de que falamos, o facto de ter suscitado muita indignação nas pessoas, sentimentos contraditórios, poderá ter deixado alguém a sentir-se demasiado exposto? O que posso dizer e, isto nada tem que ver com a APPIF, e falo aqui como advogado, é que há um verdadeiro bloco central de interesses preenchido por pessoas do PS e do PSD, este último do qual faço parte, do qual fui vice-presidente, e do qual me demiti em parte por causa deste caso que aconteceu na Santa Casa da Misericórdia de Ponta Delgada. O que se passou é demasiadamente grave. Ainda agora o dr. Artur Lima veio dizer que está chocado com o relatório que leu, um único relatório dos muitos que existem, que eu conheço.

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Portanto, há um bloco de interesses, há pessoas que colocam os interesses pessoais, as amizades, o dinheiro, a ganância acima daquilo que de mais sagrado a nossa sociedade tem: as crianças e os idosos. Afirmo-o sem qualquer tipo de problema. Eu quero dizer que a Santa Casa de Ponta Delgada é uma instituição com muitos anos de história, que merece todo o nosso respeito, que faz coisas muitíssimo boas, mas não nos passem atestados de estupidez, dizendo que tudo está bem. Dúvidas não tenho que, idosos negligenciados e até maltratados existem em todas as ilhas, seja em casas particulares, seja em solidão, seja em instituições. O que se segue a esta primeira ação? Já temos uma pessoa que está a trabalhar num projeto de formação para o apresentarmos e estamos a trabalhar também num colóquio sobre Geriatria. Pretendemos agendar algumas visitas a lares. Fala em visitas, isto quer dizer que vão falar ou denunciar sempre que encontrarem situações impróprias? Vamos com certeza! Retomando o âmbito da APPIF, qualquer pessoa pode associar-se à associação? Como fazê-lo? Poderão aderir à associação enviando um e-mail para appif2018@gmail.com, temos a nossa página no facebook: Associação de Proteção da Pessoa Idosa e da Família – APPIF, e pedir para acompanhar os nossos trabalhos, e ficará a ser nosso elemento.


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ENTREVISTA

PAULO BRILHANTE, EMBAIXADOR DA FIRMO Natacha Alexandra Pastor

Direitos Reservados

Foi concorrendo a um concurso da Firmo que Paulo Brilhante se tornou embaixador da marca. A cada três meses recebe dois cadernos onde desenha. Tem de os remeter à marca, publicá-los nas redes sociais, associando alguns “hastags” relacionados com a Firmo. Nada mais fácil e simples refere Paulo Brilhante, ele que começou por desenhar aquando das suas viagens profissionais.

C

riativa - Para quem não só não te conhece nem conhece o teu trabalho de desenho, como podemos definir-te? O teu interesse por desenhar tem muito a ver com a tua profissão? Ou é algo que tem um historial mais antigo e profundo? Paulo Brilhante - Nesta questão do desenho sou um curioso. Não consigo chamar trabalho aos meus desenhos. Pois, não faço deste hobbie o meu sustento. A característica do meu desenho é um misto dos artistas que aprecio e da compreensão plástica que apreendo desta visualização, esta simbiose resulta numa expressão e essa expressão é aquilo que produzo para consumo próprio. Posso dizer que desenhar em cadernos tem a ver e surgiu com o tempo livre que há aquando das minhas viagens profissionais pelas diversas ilhas dos Açores. Por outro lado, ter e usar diários gráficos teve a ver com a necessidade de ter um suporte para explicar, por intermédio de desenhos, aspetos e pormenores de execução das obras por onde passava, como também tirar apontamentos gráficos destas visitas e reuniões de obras. Na prática, quais são as tuas preferências, estilo, ferramentas de ‘trabalho’? Não me sinto capaz de dizer que tenho um estilo próprio, original. É claro e por mais evidente que não copio. Se a isso se pode dizer que é ter um estilo próprio, pois, então, assumo o meu desenho tal qual ele é e portador de um estilo. Estilo esse que está expresso no meu traço, nas opções de escolha dos materiais, texturas dos suportes, etc. As ferramentas são básicas; canetas, aguarelas, lápis de cor, grafites, tinta-da-china, tintas solúveis em água, enfim, uma panóplia de materiais correntes que estão

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disponíveis em qualquer papelaria. Tens alguma noção do que já desenhaste? Há algo mais importante desses registos? Tenho noção do que já desenhei. Naturalmente que não consigo enumerar um por um. Aliás, devo dizer que o exercício mental do “flashback” eu consigo fazê-lo quando volto a folhear os cadernos mais antigos, ou seja, consigo ter uma memória bastante presente daquele momento vivenciado aquando da feitura do desenho, isto porque, como é sabido, os desenhos que faço são “in loco”. Ao fim e ao cabo os desenhos que faço são as histórias do meu dia-a-dia e um registo do meu percurso cotidiano. Essa é uma parte importante daquilo que fica do registo efetuado. Como é que acontece o convite ou seleção para seres Embaixador da Firmo? Em que se traduz esse estatuto? Há algum desafio e orientação específicos? Antes de mais, não sinto, nem acho que seja um estatuto. Não sei se mereço qualquer designação por fazer algo que me dá uma enorme satisfação e que faço de forma livre, despretensiosa e sem qualquer motivação de promoção pessoal. Tudo tem uma história, e essa de ser Embaixador Firmo não foge à regra. Estava eu sentado, com um grupo de amigos, também eles desenhadores de rua, no Largo de Miragaia, junto ao Museu dos Transportes e Comunicações, na cidade do Porto, onde ocorreu o 9º Simpósio Internacional dos Urban Sketchers, quando o André Duarte Batista, também ele um desenhador de rua, chega e diz: - “A Firmo está a lançar um desafio a quem quiser ser embaixador na sua cidade, para isso, tens que fazer…” uma série de procedimentos. Vai daí, con-


corri. Não sei quantos concorreram, acredito até que tenha sido o único. Certo é que fiquei muito contente com a nomeação e com a tarefa que tenho pela frente. Nada complicada e muito menos difícil, aliás, facílima. E essa tarefa consiste em enviar os desenhos para um determinado email, publicá-los nas redes sociais, associando alguns “hastags” relacionados com a Firmo, em troca de 2 cadernos Firmo a cada 3 meses. Como vê, o que aqui está não é mais do que boa vontade de ambas as partes. Que importância tem na tua vida esse reconhecimento? Como já disse; não sou merecedor de reconhecimento algum. Não dou importância a títulos, nem “status” e muito menos me coloco em “bicos de pés” para me fazer notar. As pessoas valem por aquilo que são, não por aquilo que têm ou fazem. E o ser Embaixador Firmo não vai alterar em nada a minha vida. Em nada. Devo referir até que me ficava mal dizer que tem muita, ou pouca importância. Tem a importância que tem. Certamente para uns terá alguma importância, daí a sua promoção, e para outros nenhuma e que pouco ou nada importa e importará. Estou em crer que terminada esta tarefa perguntar-me-ão para relatar a experiência de desenhar nos suportes disponibilizados, desde as características de absorção do papel às aguadas da aguarela, ou até mesmo, o comportamento da textura à utilização dos diversos utensílios de aplicação de linha e mancha… etc, etc.

“Ao fim e ao cabo os desenhos que faço são as histórias do meu dia-a-dia e um registo do meu percurso quotidiano. Essa é uma parte importante daquilo que fica do registo efetuado”.

Tens ilustrado trabalhos de terceiros com os teus desenhos? Tenho recebido algumas solicitações para fazer ilustrações disso e daquilo, para vários fins. Inclusive pedem-me desenhos específicos, de determinado edifício, de determinada paisagem, mas tenho recusado. Prefiro fazê-lo e oferecer, do que obter algum proveito com os desenhos. Rabiscos, como gosto de chamá-los. Pois, não passam disso mesmo, rabiscos. Sabe, Natacha, eu não tenho formação em arte. Tenho um curso de especialização tecnológica da Universidade dos Açores, portanto, estou longe de compreender e ter a capacidade de sintetizar a informação que uma ilustração requer, seja ela para que fim for.

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REPORTAGEM

É MAIS ACEITE TER UM COACH DO QUE TER UM PSICÓLOGO Natacha Alexandra Pastor

Direitos Reservados

A maioria dos suicídios ocorre na faixa etária entre os 15 e os 24 anos e entre os 35 e os 44 anos. Somos a quarta região do país com maior número de óbitos por suicídio. Os números deixam preocupação a quem trabalha na área da prevenção, caso dos psicólogos. Paulo Nacimento Cabral lança desafios e uma visão profissional de onde estamos a falhar. Com uma taxa de suicídios que merece uma leitura cuidada, o psicólogo Paulo Nascimento Cabral revela que o assusta o número de casos que vêm ocorrendo nos Açores. O assunto tem merecido alguma discussão, mas há muito caminho para trilhar no que respeita à compreensão do fenómeno. A prevenção e o trabalho em rede são, também, fatores que apresentam falhas. “Os números são assustadores. Assustadores porque estamos a falar de pessoas que, por um motivo ou por outro, puseram termo à sua vida. Basta que imaginemos o sofrimento atroz que levou uma pessoa a suicidar-se, bem como no impacto que tal acção tem junto das pessoas mais próximas. Portugal tem apresentado, nos últimos anos, números muito altos. A título de exemplo desde 2007 que o número de suicídios está acima dos 1000/ano, havendo um ligeira diminuição em 2016, mas estabilizando neste número. Ora, são números superiores à média europeia e mundial. Se algumas pessoas culpam a crise económica que vivemos, o que admito que possa ter também a sua responsabilidade, o que é certo é que não podemos olhar para o suicídio de uma forma simplista nem há dados científicos que fundamentem esta percepção. Há uma conjugação de factores que podem levar a esta situação. Portanto, é óbvio que é fundamental uma estratégia nacional e regional de prevenção do suicídio. Há diversos planos europeus, a maioria dos países têm o seu e nós temos também de trilhar este caminho. No meu entender, qualquer plano de intervenção deverá passar por uma actuação a 4 níveis: Co-

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munidade, família, indivíduo e media. A título de exemplo os indicadores revelam que por cada adulto que morre por suicídio, haverá mais de 20 tentativas. Ora, a comunicação social/redes sociais, através da forma como noticiam um acto suicida ou mesmo pela forma como abordam a saúde mental, tem de facto um poder enorme. Recentemente circulou um vídeo nas redes sociais sobre a depressão, associando-a apenas à falta de ocupação, desvalorizando o sofrimento e as causas que levam a esta doença mental, que é o terceiro problema de saúde mais frequente em Portugal. Ora, o que era para ser um vídeo humorístico, acabou por transformar-se numa ofensa a quem sofre. Assim, importa desenvolver também um plano ambicioso de informação e sensibilização de bem-estar mental das populações. Por outro lado, importa também reduzir a disponibilidade e letalidade dos métodos de suicídio (em tempos falou-se em São Miguel da colocação de redes de segurança nas pontes das SCUT), pois também sabemos que este é um factor de risco.” A necessidade de aprofundar, com um estudo local, o índice de casos de suicídio nos Açores é fundamental. Paulo Nascimento Cabral diz que sem isto fica mais difícil desenvolver uma verdadeira política de saúde mental.


“A maioria dos suicídios ocorre na faixa etária entre os 15 e os 24 anos (acima de 25/100.000 hab.), especialmente do sexo masculino, e entre os 35 e os 44 anos (35,7/100.000hab.), o que mostra que estamos todos a falhar enquanto sociedade. Somos a quarta região do país com maior número de óbitos por suicídio. Segundo os dados disponíveis, a estação do ano em que mais suicídios ocorreram nos Açores foi na Primavera, sendo o enforcamento na própria residência o método mais utilizado (dados de 2014). Ora, também aqui necessitamos de apostar no estudo mais aprofundado do suicídio nos Açores, uma vez que apresentamos taxas muito elevadas. E estamos a falhar neste aspecto. Há que promover um grande estudo regional e manter os seus dados actualizados, de modo a que os profissionais de saúde possam ter ferramentas para direccionar a sua acção. Sem fundamentação científica, sem estudos actualizados e credíveis, não é possível desenvolvermos uma política de saúde mental adequada à nossa realidade. É preciso perceber porque temos taxas de suicídio tão elevadas, com diferenças entre algumas ilhas. Se os nossos jovens estão cada vez menos resilientes e menos tolerantes à frustração, se há um maior número de perturbações psicológicas, de consumos, se as causas são factores emocionais ou materiais, se as famílias estão mais ou menos atentas, se se evita recorrer aos profissionais de saúde por estima ou por indisponibilidade, se os há em número aceitável (digo já que não)… Tudo isto tem de ser estudado e avaliado e não há que tentar desvalorizar ou esconder este acto. Há que agir e prevenir.” O alerta para as situações desesperantes, que podem conduzir a uma decisão caótica estão muitas vezes lá. Olhar devidamente para a pessoa e estar atento aos sinais pode ajudar na prevenção, recorda o psicólogo. “Há uma enorme necessidade de se sensibilizar a comunidade e família para o suicídio e comportamentos suicidas, de modo a estar em atentas a estes sinais que passam por uma desesperança no futuro, na desvalorização da sua própria vida, no facto de se sentirem “encurralados” ou “presos” em situações de aparente difícil solução, bullying, mobbing, aumento repentino de consumos de álcool/tabaco/drogas, uma maior irritabilidade, um humor mais depressivo, baixa auto-estima, uma maior passividade, comportamentos automutilatórios, entre outros. De uma forma genérica, as perturbações da personalidade e mentais têm revelado maior

Importa acima de tudo trabalhar na resiliência individual e da comunidade e na redução do estigma associado às perturbações da saúde mental, de modo a que, quem necessite, recorra a estes profissionais o mais rápido possível.”

associação com comportamentos suicidas. As mudanças inesperadas e traumáticas, como um divórcio/luto, uma situação de desemprego, uma perda financeira relevante, uma deterioração do estado de saúde, entre outras, são também motivos para estarmos em estado vigilância. No entanto, apesar de termos de estar sempre atentos a estes sintomas/situações, que servem para quaisquer perturbações mentais, em relação ao suicídio a situação é ainda mais complexa, uma vez que muitas vezes (maioria dos casos) não há qualquer sinal de aviso. Portanto, o meu conselho é estarmos atentos a quaisquer sintomas de comportamentos e pensamentos que não sejam rotineiros naquela pessoa e não desvalorizar os mesmos, recorrendo sempre a profissionais de saúde em caso de dúvida. Para tal, importa que haja um acompanhamento e vigilância constantes. O suicídio tem sempre um objectivo: ou é para “fugir” de algo menos positivo/sentimentalmente doloroso ou é para ferir, castigar, culpar alguém, que viverá com esta culpa por muitos anos. Ambos os motivos são negativos e temos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para o prevenir.” PSICÓLOGO DE FAMÍLIA? Para muitos o médico de família é aquela pessoa de confiança que ajuda a percorrer um ou vários caminhos. Paulo Nascimento Cabral coloca à discussão que talvez seja hora de pensar-se na figura do Psicólogo de Família. Para isso o SRS precisa de se ajustar rapidamente à importância de disponibilizar mais psicólogos à sociedade.

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A perda de uma vida humana é um acontecimento dramático, terrível mesmo, e lamentavelmente, segundo a OMS, uma pessoa suicida-se a cada 40 segundos em todo o mundo, sendo esta a segunda causa de morte entre os jovens dos 15 aos 29 anos. Isto não pode acontecer”.

“Os serviços de urgência dos nossos hospitais estão completamente cheios muitas vezes por questões não urgentes e mesmo por pessoas que têm médicos de família. Assim, e insisto muito neste ponto, é fundamental a aposta nos cuidados de saúde primários. Estes actuam na prevenção, no acompanhamento, na monitorização dos cidadãos e não quando a situação é já irreversível. Fala-se da figura de médico de família, mas porque não também termos a figura do Psicólogo de família? Os Psicólogos são os profissionais mais habilitados para promover a mudança dos comportamentos e a integração mental de novas atitudes e pensamentos. Se conseguíssemos que os cidadãos tivessem acesso rapidamente a um Psicólogo no SRS, ou que fossem acompanhados regularmente, conseguiríamos realizar diversos despistes e prevenir muitas situações, ao mesmo tempo que seríamos uma ferramenta útil ao SRS na melhoria do bem-estar mental das nossas populações. Por exemplo, uma linha telefónica/internet de saúde mental nos Açores, pode ser uma boa possibilidade de minorar esta lacuna. Há Psicólogos com diversas formações que têm as melhores ferramentas para promover a mudança comportamental, saiba o nosso Governo Regional aproveitar estes profissionais altamente qualificados. No entanto, não posso deixar de elogiar o que tem sido feito ao nível da Ordem dos Psicólogos e da Presidente da Delegação Regional da Ordem dos Psicólogos ao nível das

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parcerias com as entidades públicas e mostrar confiança de que será uma questão de tempo até termos o devido enquadramento no SRS.” O estigma de ser acompanhado por um psicólogo é ainda grande numa região tão pequena como a nossa. Há vergonha, e há quem ache que é caro demais ir ao psicólogo. A desvalorização da saúde mental está tão presente no século XXI como estava no passado. É preciso inverter este pensamento. “Há falta de Psicólogos no sector público, por um lado, e por outro, a dicotomia estigma/desvalorização do trabalho dos Psicólogos. Ou seja, há quem ainda tenha vergonha de ir ao Psicólogo, tenha este estigma de não quererem que ninguém saiba que estão a ser acompanhados e há quem ache que uma consulta de Psicologia é demasiado cara. Se pagam a um especialista de qualquer aérea médica 70€/80€ e muitas vezes mais, por uma consulta que por vezes são muito mais rápidas do que uma consulta de Psicologia, qual a razão de não pagarem o mesmo a um Psicólogo? Esta desvalorização da saúde mental tem de ser combatida e temos mesmo de mudar o paradigma. A situação está um pouco melhor, mas ainda temos um longo caminho a fazer. Por outro lado, temos também várias áreas emergentes que “concorrem” mal com a Psicologia e que causam muita confusão nas pessoas. É mais aceite ter um coach do que ter um Psicólogo.”


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QUEIJOS DOS AÇORES

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CONSULTÓRIO DA SAÚDE João Bicudo Melo Médico e Psicólogo Clínico

É

VIAJAR COM SAÚDE!

cada vez maior o número de utentes que procuram ajuda médica aquando do planeamento das suas viagens para férias ou trabalho. Questões relacionadas com as vacinas e/ou com os cuidados especiais de saúde têm-se tornados cada vez mais frequentes na prática médica. A verdade é que existem muitos blogs e websites que podem esclarecer os utentes. Porém, o melhor contexto para ser corretamente esclarecido é no ato de consulta com um médico com competência em matéria de Medicina do Viajante. Neste sentido, tenha presente que estas ferramentas podem auxiliar no processo de esclarecimento, mas nunca substituem a consulta de Medicina do Viajante. Na consulta de Medicina do Viajante vão-lhe ser colocadas várias questões relacionadas com a sua história de saúde, os seus problemas de saúde atuais, as medicações habituais, o país de destino ou outras necessárias conforme a situação. Com base no caso específico podem-lhe ser prescritas vacinas ou outros medicamentos. Para além das vacinas que podem eventualmente ser necessárias existem outros conselhos que são igualmente importantes e que são variáveis conforme o seu destino. De uma forma geral, são recomendados especiais cuidados quando o destino são países em vias de desenvolvimento. Nestes países tente beber água engarrafada e tenha o cuidado de abrir a sua própria garrafa. Evite a utilização de gelo nas bebidas. Em climas quentes procure manter-se sempre hidratado. Ingira, pelo menos, 2 litros de água por dia. Prefira alimentos cozinhados e fruta cozinhada ou que possa ser descascada. Evite leite, iogurtes e/ou queijos não pastorizados.

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Coloque uma questão dirigida ao Consultório da Saúde utilizando o e-mail: consultoriodasaude@hotmail.com

Lave muito bem as suas mãos antes e após as refeições e sempre que utilizar os sanitários. Em destinos com clima tropical use repelentes na pele e roupas. Em alguns casos poderá ser recomendado a utilização de repelente com concentração de DEET superior a 25%. Evite o contacto com animais em regiões onde existe risco de raiva. Leve consigo um documento onde conste o seu tipo sanguíneo ou eventuais alergias que possa ter. No caso de fazer mergulho a alta profundidade poderá não ser recomendado voar nas 24 horas seguintes. Grupos especiais como crianças, grávidas, idosos, doentes imunodeprimidos ou portadores de doença cardíaca, renal ou hepática ou outras doenças crónicas devem ter precauções acrescidas. Não menos importante é levar na sua bagagem um kit médico de viagem. Este kit deve conter, pelo menos, um medicamento para tirar as dores, um medicamento para baixar a febre, um medicamento para ajudar em casos de diarreia, repelentes de insetos, protetor solar, um descongestionante nasal, uma pomada para as picadas de insetos, ligaduras e um desinfetante para a pele. No entanto, deve consultar o seu médico assistente para o ajudar a elaborar o seu kit. O seu médico saberá escolher os medicamentos mais adequados para si e poderá dar-lhe informações relativas à sua utilização. Procurar aconselhamento médico é uma responsabilidade do viajante. Procure ajuda idealmente nas 4 a 8 semanas prévias à partida. Preparar antecipadamente a sua viagem poderá fazer toda a diferença. Lembre-se que a pior recordação de uma viagem é trazer consigo uma doença grave!



DESPORTO MOTORIZADO CAMPEONATO DE RALIS DOS AÇORES 2018

RALI ALÉM MAR SANTA MARIA

A PRAIA DE LUÍS MIGUEL REGO

A dupla composta por Luís Miguel Rego e Jorge Henriques a bordo do Ford Fiesta R5 conquistou a vitória no Rali de Santa Maria, repetindo o êxito alcançado no ano passado. Com este resultado, o piloto do Team Além Mar ascendeu ao segundo lugar do Campeonato dos Açores de Ralis, que continua a ser liderado por Bernardo Sousa. Renato Carvalho

C

oube novamente à Secção de Automobilismo e Karting do Clube Asas do Atlântico, a organização do Rali de Santa Maria que apresentou uma prova muito semelhante à edição de 2017 e que percorreu as estradas de asfalto da ilha do Sol. Depois de um interregno superior a dois meses, o Campeonato dos Açores voltou à estrada com algu-

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António Bettencourt

mas novidades. Enquanto, o veterano Luís Pimentel apresentou um Porsche 911 GT3 CUP, o piloto da ilha do Pico, José Paula surgiu com Peugeot 208T16 R5. Além de que os micaelenses Hugo Mesquita e Pedro Vale retiraram da garagem os Mitsubishi Lancer Evo IX. Só que todos não conseguiram chegar ao fim do rali.


TRAA

TRIUNFO DE HUGO MESQUITA

Os primeiros seis troços do Rali de Santa Maria compunham a prova destinada ao Troféu de Ralis de Asfalto dos Açores. A vitória pertenceu a Hugo Mesquita acompanhado por Nuno Rodrigues da Silva no Mitsubishi Lancer Evo IX. Na segunda posição ficou Paulo Santos e André Barras num Citroën Saxo que com esta pontuação reforçou a liderança no troféu. O pódio ficou completo com a dupla terceirense Carlos Andrade e Tomás Pires que utilizaram o habitual Renault Clio R3. Terminaram a prova treze equipas. CLASSIFICAÇÃO FINAL DO RALI ALÉM MAR SANTA MARIA 1º Team Alem Mar/Luís Miguel Rego/Jorge Henriques (Ford Fiesta R5) 45m01,4s; 2º Play/Autoaçoreana Racing/Bernardo Sousa/Valter Cardoso (Citroën DS3 R5) a 6,6s; 3º Ruben Rodrigues/Estevão Rodrigues (Peugeot 208 R2) a 3m52,0s; 4º Rafael Botelho/Rui Raimundo (Citroen DS3 R3T) a 4m23,3s; 5º Rui Torres/Sousa Martins (Ford Fiesta Proto) a 4m44,6s; 6º Paulo Santos/André Barras (Citroën Saxo Cup) a 5m44,8s; 7º Bruno Tavares/Pedro Castro (Citroën C2 R2 Max) a 5m47,0s; 8º Pedro Câmara/Rui Moura (Skoda Fabia RS) a 7m07,2s; 9º Ricardo Silva/João Melo (Citroën Saxo Cup) a 7m46,8s; 10º Henrique Tavares/Márcio Tavares (Renault Clio 2.0) a 8m04,9s; 11º Carlos Andrade/Tomás Pires (Renault Clio R3) a 8m42,3s; 12º Marco Medeiros/Sandro Laranjo (Citroën Saxo Cup) a 8m45,1s; 13º João Correia/Paulo Jesus (Peugeot 106 XSi) a 9m33,6s; 14º Marco Soares/Fernando Nunes (Citroën Saxo Cup) a 9m51,6s; 15º Paulo Renato Silva/Tatiana Puim (Renault Clio 1.8 16V) a 10m31,5s; 16º Max Salvador/João Valente (Toyota Yaris) a 10m35,9s; 17º David Paiva/ Marcelo Andrade (Toyota Starlet 1.3) a 11m05,6s; 18º Francisco Costa/Elisabete Jesus (Peugeot 206 RC) a 11m37,1s; 19º Mário Jorge/Marco Silva (Hyundai Getz 1.5D) a 11m49,6s; 20º Ricardo Sousa/Tiago Chaves (Citroën Saxo VTS 1.6) a 12m55,4s; 21º João Botelho/Paulo Cabral (Peugeot 205) a 14m18,6s; 22º Carlos Freitas/Ruben Melo (Renault Clio 1.2) a 14m47,2s; 23º João Costa/Rui Figueiredo (Opel Corsa B 1.3) a 15m17,3s; 24º Gilberto Ferreira/Manuel Lemos (Ford Escort Cosworth) a 17m14,8s; 25º Ana Castro/Ivone Rodrigues (Toyota Yaris) a 17m20,0s; 26º João Torres/Vera Reis (Toyota RAV 4) a 21m15,3s; 27º Carla Costa/Carla Silva (Renault Clio 1.8 16V) a 21m27,7s; 28º Paulo Leal/Diogo Moura (Peugeot 306 2.0 16V) a 29m35,1s; 29º Bruno Cabral/Daniela Braga (Citroën Saxo 1.4) a 30m39,4s.

Bernardo Sousa

0+0,33 25+2,75 25+3,30 20+2,20

Luís Miguel Rego

20+0,33 20+1,65 0+1,65 25+2,75

Ruben Rodrigues

17

14

20

17

Rafael Botelho

14

12

17

14

Ricardo Moura

25+3,96

--

--

--

Rui Torres

--

1

14

12

Ruben Santos

6

--

12

0

Paulo Santos

--

8

--

10

Gustavo Louro

--

17

--

--

10º

Luís Mota

12

--

--

--

Pontos Totais

Rali Lotus 10 Novembro

Rali Ilha do Pico 19/20 Outubro

Rali Ilha Lilás 14/15 Setembro

Rali Santa Maria 10/11 Agosto

Rali Ilha Azul 01/02 Junho

Rali Sical 20/21 Abril

Azores Airlines Rallye

Concorrente

CLASSIFICAÇÃO DO CAMPEONATO RALIS DOS AÇORES - ABSOLUTO Posição

Na sexta-feira à noite, ficou definido que a disputa pelo triunfo se centrava entre Bernardo Sousa acompanhado por Valter Cardoso no Citroën DS3 R5 da equipa Play/ Autoaçoreana Racing e Luís Miguel Rego navegado por Jorge Henriques no Ford Fiesta R5 do Team Além Mar. Após dois troços, a diferença entre ambos era inferior a um segundo favorável ao piloto da ilha de S. Miguel. No sábado, durante amanhã os dois pilotos foram alternando a liderança e na hora do almoço Bernardo Sousa tinha uma vantagem de 1,6 segundos sobre Luís Miguel Rego. Tudo se decidiu nos três troços da tarde mais concretamente no derradeiro com uma extensão de 20 Kms. O piloto do Team Além Mar foi mais rápido do que o seu adversário em 8,3 segundo e terminou a prova com um avanço de 6,6 segundos sobre o piloto da equipa Play/AutoAçoreana Racing. Este foi o primeiro triunfo de Luís Miguel Rego esta época e com esta pontuação ascendeu ao segundo lugar do campeonato. O pódio ficou completo com a presença de Ruben Rodrigues e do seu irmão Estevão que tripularam o Peugeot 208 R2. Foram os terceiros mais rápidos em todas as provas de classificação com excepção de uma onde tiveram uma ligeira saída de estrada pelo que mantiveram esta posição do princípio ao fim. Com este resultado, Ruben Rodrigues consolida a liderança no campeonato reservado aos Veículos de 2 Rodas Motrizes. A quarta posição foi para a dupla Rafael Botelho e Rui Raimundo no Citroën DS3 RT3. Conseguiram mais um interessante resultado, rodaram durante muito tempo pelo quinto lugar mas subiram uma posição no último troço. Venceram a classe RC3. No “seu” rali, Rui Torres e o co-piloto Sousa Martins apareceram em Santa Maria com o Ford Fiesta Proto. Mais uma participação coroada com o quinto posto final e a vitória no Grupo X. No Agrupamento destinado aos Veículos Sem Homologação, o triunfo coube a Paulo Santos e André Barras num Citroën Saxo Cup. A próxima prova do Campeonato dos Açores de Ralis é o Rali Ilha Lilás na ilha Terceira.

78,58 71,38 68 57 28,96 27 18 18 17 12

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CONSULTÓRIO JURÍDICO com: Carlos Melo Bento ADVOGADO

Com a emigração recente que temos vindo a assistir em Portugal, importa talvez deixar conselhos práticos a quem procura um país estrangeiro para trabalhar, em especial fora do espaço europeu. Que cuidados devem ser adotados? Esta sua pergunta faz-me lembrar uma história que se passou na Itália fascista de Mussolini, “Il duce”. Nesse tempo, as greves eram proibidas porque os governos se aperceberam que esse direito se tinha transformado em instrumento de partidos políticos comunizantes e colocavam em risco a ordem e as economias nacionais. As penas para a violação dessas proibições eram gravíssimas podendo chegar à de morte. Os caminhos-de-ferro italianos estavam passando uma crise enorme pois Mussolini não só congelara os preços como diminuíra os salários com mão de ferro para segurar a economia, como de facto segurou. Então os ferroviários italianos tiveram uma ideia genial: cumprir à risca todos os regulamentos em vigor nos comboios, desde o parafuso ao bilhete de passagem. Resultado, os comboios pararam! Porque não era possível cumprir os regulamentos e fazer os comboios circular: ou uma coisa ou outra. Assim estamos nós com o trabalho (não qualificado) no estrangeiro. Se se cumprir os regulamentos não emigra ninguém fora das regras consulares em vigor para cada país. Conselhos práticos: levar toda a documentação pessoal consigo, nunca mentir às autoridades americanas ou canadianas sobre factos pessoais, estado civil, registo criminal, formação académica, saúde, etc. e só prestar declarações sobre a sua situação após consultar um advogado especializado em emigração e trabalho de estrangeiros: eles sabem mais do que se possa supor sobre os furos legais. Custam caro mas saem mais barato. Nunca cometer crimes ou infrações por mais ligeiras que forem, mantendo-se totalmente afastado de álcool e drogas ou dos ambientes em que existam. Se for religioso, frequentar a sua Igreja com assiduidade pois, na adversidade, são os melhores apoiantes que se possa ter. Ter um amigo ou parente legalizado no país de destino pode ajudar se a situação ficar muito difícil mas cuidado porque amigos, amigos, negócios à parte e não há almoços grátis. Pagar-lhes sempre tudo o que consumirem, logo que possível. Manter o passaporte em dia, para o caso da situação obrigar ao regresso apressado antes de ter a folha suja. Os contatos, por email ou telefone com os nossos consulados são sempre de manter mesmo quando eles não se querem envolver com os nossos problemas porque essa é a sua obrigação, devendo mesmo participar-se aos superiores em casos de falta de colaboração. Boa sorte na vida, que pouco se faz sem ela. NOTE BEM: estes pequenos conselhos não dispensam a consulta a um advogado. Pois, cada caso é um caso e, para se dar um conselho, é preciso saber muitos detalhes que não cabem nas perguntas que me são feitas.

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Tem alguma questão jurídica que gostaria de ver respondida? Envie-nos por email: criativa.azores@gmail.com


REPORTAGEM

RIBEIRA GRANDE É O ÚNICO MUNICÍPIO ADERENTE AO PASSEIO DA MEMÓRIA Natacha Alexandra Pastor

Direitos Reservados

A Alzheimer Portugal vai realizar durante este mês de setembro a iniciativa “Passeio da Memória”, uma caminhada solidária que assinala o Dia Mundial da Doença de Alzheimer. Nos Açores apenas a cidade da Ribeira Grande consta do calendário de localidades aderentes. Na edição deste ano, um ano especialmente marcante para a associação que assinala o 30º aniversário da Alzheimer Portugal, a iniciativa vai estar presente em 66 locais de norte a sul de Portugal, incluindo os arquipélagos dos Açores e da Madeira. Em algumas localidades, o evento terá ainda a vertente de corrida ou de peddy-papper. Metade do valor angariado em cada localidade irá reverter para o desenvolvimento de ações que, com o apoio dos municípios, contribuam para aumentar os conhecimentos sobre a demência, nomeadamente ações de informação ou atividades formativas a realizar ao longo do ano. O “Passeio da Memória” já esteve nos Açores em edições anteriores: na ilha Terceira em 2013 e 2014, e na ilha do Pico em 2015. Na edição de 2018, ape-

nas a cidade da Ribeira Grande se mobilizou para participar nesta ação de cariz solidário. As inscrições podem ser efetuadas no site da iniciativa (www.passeiodamemoria. org), ou presencialmente na sede, delegações ou nos vários gabinetes da Alzheimer Portugal, bem como no próprio dia no local da ação. Cada donativo deve ser no mínimo de 5€ por participante. Em São Miguel, e na Ribeira Grande em particular, o Passeio da Memória está marcado para o dia 22 de setembro (sábado). De acordo com informação disponibilizada à nossa redação, a participação dos municípios portugueses nesta iniciativa cabe por inteiro à presidência das autarquias, já que aquilo que a Alzheimer Portugal faz é convidar todos os municípios de Portugal a juntarem-se à causa, e a iniciativa só se realiza nos que aceitam o desafio.

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FOTOGRAFIA OLHAR CRIATIVO

DESAFIO MENSAL DO MÊS TRANSATO

COM O TEMA: “FORA DA CAIXA”

1º Lugar - Paulo Medeiros - “Human nature”

“ESTAS PÁGINAS SÃO DEDICADAS AOS ENTUSIASTAS, QUE DE UMA FORMA APAIXONADA PARTILHAM O SEU OLHAR, POTENCIANDO A ARTE E O GOSTO PELA FOTOGRAFIA.”

Coordenação: Paulino Pavão

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Edição:


2º Lugar - Fernando Abreu- “Espiral”

3º Lugar - Paulo Medeiros - “Follow your heart”

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SAÚDE ÓTICA

LENTES DE CONTACTO Se nestas férias viajar de avião e usa lentes de contacto, evite usar as mesmas dentro deste, pois o ar da cabina é extremamente seco e as suas lentes de contacto vão ficar secas e causar incómodo. Dentro do avião opte pelos óculos. Já que estamos a falar de lentes de contato, deixamos-lhe ainda outras informações interessantes e poucas vezes divulgadas. SABIA QUE A UTILIZAÇÃO DE LENTES DE CONTACTO NO DESPORTO TRAZ INÚMERAS VANTAGENS? Permitem-nos desfrutar da atividade, seja indoor ou outdoor, e no exterior, para um utilizador de óculos, permitem o uso de óculos de desporto que mais se adequam à sua prática sem ter que se preocupar com a graduação. GUARDAR AS SUAS LENTES DE FORMA SEGURA PROTEGEM-NO. Se usa lentes de contacto nunca guarde as mesmas no estojo porta lentes com água, pois a água pode conter micróbios e originar infeções. Também não deve reutilizar o líquido das lentes e deve limpar o estojo diariamente e secar bem antes de encher novamente com líquido novo. O estojo deve ser trocado por um novo a cada 3 meses.

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Artigo elaborado com suporte em: INSTITUTOPTICO www.institutoptico.pt


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EVENTOS FESTIVAL DA POVOAÇÃO BY NISSAN DEIXOU UM REGISTO POSITIVO CMPovoação O Festival da Povoação foi um verdadeiro sucesso. A organização estima que cerca de 20 mil festivaleiros passaram pelo evento e o cartaz musical não deixou ninguém indiferente. Matay, HMB e Ludmilla foram os principais cabeça de cartaz. João Moniz e the Daydreamers, Romeu Bairos e Blif à Regional e ainda Unknown Band foram os artistas regionais que abriram as noites de festa e os Dj’s Will Sparks, Matisse e Sadko, Nokin e os locais Diogo Amaral e Dirty Drum Beats transformaram o recinto do festival numa grande pista de dança.

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EVENTOS FESTIVAL DAS MARÉS NOS MOSTEIROS Paulo Renato Sousa Um dos momentos altos do festival foi a atuação conjunta da fadista Raquel Tavares e da Banda Filarmónica Fundação Brasileira. João Pedro Pais, Anjos, Paulo Sousa, The Code, Waze, Deejay Telio, Play, RealOrbeatz, FHV, Az Kicker, Joana e Ninja Kore foram os demais convidados desta edição.

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EVENTOS PDL WHITE OCEAN Miguel Machado 4 de agosto. Cidade de Ponta Delgada. Milhares de pessoas vestiram branco e mergulharam na noite mais divertida de Ponta Delgada, participando fervorosamente na PDL White Ocean. A grande festa branca teve 20 palcos espalhados na cidade, desde as Portas do Mar atĂŠ ao Jardim Sena Freitas, por onde passaram vĂĄrios artistas.

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EVENTOS 8ª EDIÇÃO DA FESTA BRANCA NA LAGOA CMLAGOA Pela oitava vez consecutiva, o Convento dos Franciscanos, na Lagoa, acolheu a 8ª Festa Branca, embelezada com peças de artesanato executadas por artesãos lagoenses. A Banda.Com, a banda Oceanus, o DJ Kevin Piques e o dj oficial da Ruido Audiovisuais animaram o serão dançante.

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EVENTOS ÍNDIA E CHINA CONVIDADOS DO FESTIVAL DE FOLCLORE DO PORTO FORMOSO CMRG A 14.ª edição do festival de folclore do Porto Formoso reuniu no mesmo palco grupos oriundos de diferentes partes do país e do mundo. A Índia e a China foram convidados especiais deste aprazível festival.

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O DETOX CAPILAR… O QUE É O DETOX CAPILAR? O Detox Capilar é uma desintoxicação do couro cabeludo e dos fios. BENEFÍCIOS DO DETOX CAPILAR • Reduz a oleosidade e a caspa; • Fortalece o cabelo; • Estimula um crescimento mais saudável; • Ativa a circulação capilar; • Remove células mortas e restaura a saúde dos fios e do couro cabeludo. cria ti va magazine • 43


EVENTOS CONCERTO DOS MAGMA GOSPEL Paulo Renato Sousa A 15 de agosto, os MAGMA Gospel atuaram no Alto da Mãe de Deus, na freguesia de São Pedro, no âmbito das Noites de Verão. Uma noite quente de verão, um concerto intenso, com muito público a acompanhar um grupo de referência.

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ACONTECEU PROJETOS DO OP DE PONTA DELGADA EM CONSULTA PÚBLICA Esteve em fase de consulta pública os 16 projetos da lista provisória do OP (Orçamento Participativo) de Ponta Delgada que vão ser colocados a votação em breve. Todos os projetos têm um prazo de execução de 12 meses. Após a consulta em curso, proceder-se-á à votação pública, cuja data será decidida em sede de reunião de Câmara. VALORES DE FINANCIAMENTO ÀS IPSS E MISERICÓRDIAS AUMENTADOS A Secretaria Regional da Solidariedade Social assinou uma adenda ao acordo em vigor, celebrado com as Instituições Particulares de Solidariedade Social e as Misericórdias dos Açores, que aumenta os valores de referência (valor padrão) pagos pelas vagas financiadas pela Segurança Social nas várias valências e revê, no caso dos idosos com maior grau de dependência integrados em estruturas residenciais, as majorações atribuídas.

ARTESÃOS LAGOENSES PARTICIPAM NA FATACIL EM LAGOA-ALGARVE O cesteiro Alcidio Andrade e o bonecreiro João Arruda participaram na Fatacil, em Lagoa, no Algarve, uma iniciativa que surge no âmbito da geminação estabelecida entre os dois concelhos e que visa a valorização das tradições artesanais dos Açores. 800 CANDIDATURAS DE APOIO PARA COMPENSAR SECA A Secretaria Regional da Agricultura e Florestas já registou a entrada de cerca de 800 candidaturas de agricultores para o apoio que será disponibilizado pelo Governo dos Açores para fazer face à perda de culturas como milho forrageiro ou produtos hortícolas, devido à seca prolongada que se verifica no arquipélago. A estes 800 pedidos de ajuda corresponde uma área superior a 3.500 hectares de produção. O Governo decidiu entretanto proceder a um reforço imediato do abastecimento de água em pontos estratégicos da ilha de São Miguel para minimizar a situação excecional de seca prolongada.

ACORDO PARA EQUIPARAÇÃO DOS ENFERMEIROS COM CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO O acordo firmado prevê a harmonização dos níveis e posições remuneratórias, a regulação procedimentos concursal, a possibilidade de constituição de reservas de recrutamento pelos hospitais, EPER, e a equiparação em matéria de avaliação de desempenho. Do processo negocial resultou a redução do período normal de trabalho dos enfermeiros com contrato individual de trabalho, de 40 para 35 horas semanais, que ocorrerá a partir de 1 de janeiro de 2019. SEDE DA CONFRARIA DO LEITE E POLO INTERPRETATIVO INAUGURADOS Um antigo posto de leite da freguesia dos Arrifes foi requalificado e tem agora como novas funções ser a sede da Confraria do Leite e ainda um polo interpretativo da rota do leite. O novo espaço é encarado como mais um importante contributo para a promoção e divulgação junto dos Açorianos e dos turistas que nos visitam de um dos nossos produtos mais emblemáticos: o leite.

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AÇOREXPO

PAVILHÃO DO MAR – PORTAS DO MAR

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CONCERTO PELA SINFONIETTA DE PONTA DELGADA TEATRO MICAELENSE

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Agenda sujeita a eventuais alterações.

AGENDA


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HORÓSCOPO ASTRÓLOGO LUÍS MONIZ

rikinho-astro@hotmail.com www.meiodoceu-com-sapo-pt.webnode.pt

CARNEIRO 21/03 A 20/04

BALANÇA 23/09 A 22/10

TOURO 21/04 A 20/05

ESCORPIÃO 23/10 A 21/11

GÊMEOS 21/05 A 20/06

SAGITÁRIO 22/11 A 21/12

CARANGUEJO 21/06 A 22/07

CAPRICÓRNIO 22/12 A 19/01

LEÃO 23/07 A 22/08

AQUÁRIO 20/01 A 18/02

VIRGEM 23/08 A 22/09

PEIXES 19/02 A 20/03

A vida afetiva precisa de mudanças renovadoras que possam desvendar as suas aptidões ocultas e expandir a paixão na sua relação amorosa. A nível profissional deve tomar consciência das suas potencialidades, exaltando a sua criatividade e capacidade de iniciativa, com persistência.

A vida afetiva enfatiza todo o seu magnetismo e capacidade de influenciar certas pessoas, demonstrando os seus sentimentos, sem possessividade. A nível profissional continua um período de reestruturação positiva e de crescimento financeiro, excelente para transações de bens imóveis.

A vida afetiva marca o momento certo para esclarecer qualquer situação e falar das suas inquietações, quebrando a rotina que desgasta a relação. A nível profissional estão favorecidas a capacidade de comunicação e uma maior facilidade para contatos e negócios. As viagens estão protegidas.

A vida afetiva apaziguada reflete a sua estabilidade emocional, capaz de estabelecer uma relação amorosa baseada na reciprocidade de sentimentos. A nível profissional deve aproveitar toda a energia positiva e autoconfiança para trilhar um rumo de crescimento financeiro, com muita imaginação.

SIGNO DO MÊS

A vida afetiva em fase de crescimento permite-lhe expandir a família e proceder a remodelações no lar, arriscando planos com mais flexibilidade. A nível profissional há a possibilidade de responsabilização por acontecimentos antigos, deve aceitar mudanças e pontos de vista diferentes.

A vida afetiva estimulada por contatos sociais importantes impulsiona a concretização dos seus planos e promove uma grande melhoria de vida. A nível profissional a presença da Vénus nesta Constelação traz-lhe uma grande evolução na carreira, com muitos êxitos e proveitos financeiros.

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A vida afetiva proporciona novas relações de amizade que ajudam os seus planos na carreira e, ainda, contribuem para a sua harmonia interior. A nível profissional o momento é ideal para fazer uma pausa e recuperar a energia vital, no entanto, refletindo o rumo a seguir com tranquilidade.

A vida afetiva poderá vivenciar uma tendência para excessos emocionais mas, de qualquer forma, este longo ciclo é de renascimento e reconstrução. A nível profissional continua a trilhar uma fase favorável para se expandir e crescer financeiramente, aproveitando a força desta magnifica conjuntura.

A vida afetiva evolui no sentido diretamente proporcional à sua capacidade de iniciativa e de inovar as relações no seu quotidiano, com mais aventura. A nível profissional procure preparar alicerces financeiros para o futuro e adote uma postura humilde, capaz de atrair apoios cruciais para o sucesso.

A vida afetiva reflete alguma austeridade proveniente da sua tensão interior, que pode provocar sentimentos de melancolia e desencanto. A nível profissional, apesar de algumas limitações, podem surgir oportunidades repentinas que possibilitam organizar a área financeira.

A vida afetiva fecha um ciclo kármico de problemas familiares ou no lar, por causa de erros no passado e agora deve seguir com mais consciência. A nível profissional as viagens favorecidas e uma certa inclinação para o inconformismo promovem projetos progressistas de interesse coletivo.

A vida afetiva precisa da sua vontade de ser prestável através de ações solidárias e altruístas, essenciais para a edificação de uma sociedade justa. A nível profissional poderá melhorar a área financeira, com autoconfiança elevada e muita coragem, de forma a finalmente realizar os seus sonhos.


Voe connosco até Boston, a cidade capital do estado norte-americano de Massachusetts, e deixe-se encantar pelos charmosos prédios de tijolos vermelhos de Beacon Hill, percorra o emblemático Freedom Trail, deambule pelo Quincy Market, inspire-se pelo ambiente jovial da Universidade de Harvard, caminhe pelas ruas principais mas também pelas ruelas quase cinematográficas do South End. Oferecemos voos diários a partir de Ponta Delgada.

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