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REVISTA

SINDLOC

Ano XVII – Edição 143 – março 2013

PLATAFORMA DE SEGUROS SOB MEDIDA O Sindloc-SP passa a oferecer consultoria e produtos de seguro para os seus associados

Portaria estabelece desconto de 50% no IPVA para os carros de locadoras de SP Com foco na profissionalização, o Sindloc-SP promove treinamento sobre leasing e CDC

Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do Estado de São Paulo



Editorial

A hora é dos usados, mas o governo chegou atrasado Com a elevação de 2% para 3,5% da alíquota do IPI, o mercado de locação deveria estar preparado para o aquecimento dos usados e seminovos. Mas o poder público faz questão de lançar jatos de água fria. No início de março, o Banco Central divulgava números descendentes da oferta de crédito para a aquisição de veículos. Na comparação entre janeiro deste ano e dezembro de 2012, a concessão de crédito para pessoas físicas caiu 8,3%, de R$ 8,40 milhões para R$ 7,70 milhões. A queda para pessoas jurídicas foi ainda mais acentuada – de R$ 1,80 milhão para R$ 1,27 milhão, redução de 29,4%. Juros reduzidos, mais financiamentos, aumento da inadimplência e bancos mais exigentes na aceitação de crédito. Essa sequência cria um verdadeiro impasse para as locadoras, para as quais incrementar sua frota de seminovos torna-se impraticável, e estimular o consumidor a investir no modelo usado é tarefa inglória. Serão necessários muita criatividade e planejamento para desencalhar um estoque de usados cada dia mais desvalorizado. Segundo o estudo AutoInforme/Molicar, o preço médio dessa categoria de veículos registrou diminuição drástica de 41,3% nos últimos cinco anos. Essa série de indicadores pode levar o leitor a vislumbrar um cenário nebuloso pela frente. Não, esse discurso não é derrotista. Como veremos nesta edição, estamos incentivando os empresários e executivos do setor a trocar ideias e oportunidades, além de reforçarmos os vínculos com os associados. O trabalho continua, ainda mais intenso. Mas é desalentador constatar a ausência de um planejamento público de longo prazo. Não somos vítimas do IPI zero tampouco do fevereiro mais curto neste ano, em razão do Carnaval. Os obstáculos são mais sólidos e permanentes. Nos últimos anos, as decisões para estimular a economia passam sempre pela desoneração de um lado da moeda em detrimento do outro. A distribuição dos ovos pelas cestas muda constantemente, mas o número de ovos permanece o mesmo, graças a um modelo imediatista que estimula o consumidor sem educar e reduz tributo como se apenas ele fosse o vilão da vez. A cada carro novo vendido no país, outros três usados são comercializados. Esse segmento é estratégico para melhorar o desempenho das locadoras, que geram empregos e arcam com altos custos de manutenção e mão de obra. Mas, lamentavelmente, há quem ainda tape os olhos para nossa atividade. A nós, resta unirmos esforços e conhecimentos, e estamos nesse caminho. Atenta a esse cenário, a diretoria do Sindloc-SP está estudando alternativas para auxiliar os associados na venda de seus seminovos. Alberto de Camargo Vidigal Presidente do Sindloc-SP

Expediente

A Revista Sindloc SP é uma publicação do Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do Estado de São Paulo, distribuída gratuitamente a empresas do setor, indústria automobilística, indústria do turismo, executivos financeiros e jornalistas.

Presidente: Alberto de Camargo Vidigal Vice-Presidente: Eladio Paniagua Junior Diretor Financeiro: Luiz Carlos de Carvalho Pinto Lang Diretor Secretário: Paulo Miguel Jr. Consultor de Gestão: Luiz Antonio Cabral Conselho Fiscal: Eliane Baida, Paulo Gaba Jr. e Paulo Hermas Bonilha Junior Produção Editorial: Scritta – www.scritta.com.br Coordenação: Eduardo Graboski Redação: Eduardo Graboski e Kátia Simões Diagramação: Cris Tassi - contato@cristassi.com.br Revisão: Júlio Yamamoto e Leandro Luize

Jornalista Responsável: Paulo Piratininga MTPS 17.095 - piratininga@scritta.com.br Impressão: Gráfica Revelação Tiragem: 5 mil exemplares Circulação: distribuição eletrônica para 7 mil leitores cadastrados Endereço: Praça Ramos de Azevedo, 209 – cjs. 22 e 23 Telefone: (11) 3123-3131 E-mail: secretaria@sindlocsp.com.br É permitida a reprodução total ou parcial das reportagens, desde que citada a fonte.

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sumário

05 EM BAIXA Ao contrário do que as montadoras esperavam, março começou com movimento fraco na venda de veículos novos.

07 JURÍDICO O advogado Marcelo José Araújo fala sobre a tradução juramentada da CNH de estrangeiros que desejam dirigir no Brasil.

13 GESTÃO O consultor do Sebrae-SP, Haroldo Eiji Matsumoto, dá dicas de como criar uma central de atendimento ao cliente em PMEs.

14 evento O Sindloc-SP promove um treinamento exclusivo para os seus associados sobre leasing e CDC, em abril, na sede da Fecomercio.

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SETOR Disposto a oferecer não só consultoria, mas produtos de seguro sob medida para as locadoras, o Sindloc-SP lança uma plataforma de seguros.

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Montadoras O presidente da Fenabrave, Flavio Meneghetti, revela quais são os desafios do setor e analisa o impacto da parceria com o segmento de locação.


INFORMAÇÕES ÚTEIS

RESSARCIMENTO

Fazenda de SP devolve R$ 17,8 mi para motoristas vítimas de roubo

EM BAIXA

Março começou com quase 133 mil carros emplacados Ao contrário do que as montadoras esperavam, o mês de março começou com movimento fraco na venda de veículos novos. É o que mostra o balanço da primeira quinzena do mês divulgado pela Fenabrave. No período, foram emplacados 132.911 veículos novos. O mercado esperava um início de mês mais animador, já que a partir de abril o IPI deverá sofrer reajustes. Para os modelos 1.0, a alíquota passará de 2% para 3,5% e, para os veículos até 2.0, de 7% para 9% (flex) e de 8% para 10% (gasolina). Entretanto, os consumidores parecem estar mais cautelosos. No balanço acumulado, a Fenabrave contabiliza 621.370 modelos, incluindo comerciais leves. A expectativa é que as vendas cresçam a partir da última semana do mês, quando os consumidores tomarão consciência de que os valores serão reajustados já a partir do dia 1º.

Os proprietários de veículos roubados ou furtados em 2012 no estado de São Paulo, incluindo as locadoras, serão ressarcidos a partir deste mês. A informação é da Secretaria da Fazenda, que calcula o reembolso total em R$ 17.863.979,48. O pagamento refere-se à restituição proporcional do IPVA. Os motoristas que pagaram a taxa quando ocorreu o crime serão beneficiados. Ao todo, as ocorrências relacionam 52.616 carros. O proprietário de veículo que tiver direito à devolução do IPVA não precisa fazer nenhuma solicitação. O reembolso é automático. Os valores serão disponibilizados no Banco do Brasil durante dois anos. Para consultar valores e outras informações, basta acessar www.fazenda.sp.gov.br.

Inflação do carro sobe 1,89% no ano Composta de despesas como abastecimento e manutenção de peças do veículo, a inflação do carro subiu 0,57% no mês passado, de acordo com aferição da Agência AutoInforme. A alta acumulada neste início de ano, portanto, é de 1,89%. Os preços dos combustíveis foram os responsáveis por essa aceleração. No período analisado, por exemplo, a gasolina passou de 2,42% para 4,31%, enquanto o etanol subiu de 0,25% em fevereiro e 5,15% nos dois primeiros meses do ano. A segunda maior alta foi a de lona de freio, que ficou 1,31% mais cara. Na sequência vem correia dentada (0,99%). Assim como em outros produtos, a inflação do carro pode ter reflexo no valor de venda de modelos zero-quilômetro.

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coluna

trabalhista

Ausências justificadas por problemas de saúde A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) dispõe, no artigo 473, sobre as hipóteses em que o empregado pode deixar de comparecer ao trabalho sem prejuízo de seu salário e/ou repouso semanal remunerado. No entanto, cumpre ressaltar que todas as faltas devem estar devidamente justificadas pelos empregados, de modo que as empresas possam ter ciência do real motivo do afastamento. A falta injustificada acarreta o desconto do dia em que faltou ao trabalho e do dia de seu repouso semanal remunerado. Além da Convenção Coletiva de Trabalho da Categoria, a Lei 605/49, que trata da remuneração do repouso semanal, também prevê que: “a) os previstos no artigo 473 e seu parágrafo único da Consolidação das Leis do Trabalho; b) a ausência do empregado devidamente justificada, a critério da administração do estabelecimento; c) a paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência do empregador, não tenha havido trabalho; d) a ausência do empregado, até três dias consecutivos, em virtude do seu casamento; e) a falta ao serviço com fundamento na lei sobre acidente do trabalho; f) a doença do empregado, devidamente comprovada”. Observe-se que a alínea “f” aduz que o afastamento por doença incapacitante, devidamente comprovada por atestado médico, também constitui justificativa legal para a ausência no trabalho. Cabe à empresa remunerar as horas não trabalhadas até os primeiros quinze dias de afastamento do empregado, conforme a Lei 8.213/91, em seu art. 60, §3º. O que muito se tem notícia é a apresentação de atestados médicos falsos para justificar ausências em casos de doença. As empresas têm diligenciado e, em muitos casos, comprovado rasuras nos atestados ou assinatura de profissional desconhecido na rede médica ou o não comparecimento do empregado no local no dia do atestado. Comprovados tais fatos, o empregado poderá ser dispensado por justa causa, por configurado ato de deslealdade. Assim, recomenda-se que a empresa analise a correta indicação no atestado médico, do CID da doença ou mesmo da do-

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ença diagnosticada, horário de chegada e saída do estabelecimento médico/hospitalar. Nesses casos, quando o assunto é submetido à apreciação do Judiciário Trabalhista, este tem entendido que atestados médicos assinados por profissionais inabilitados podem motivar a justa causa. Já no caso de procedimentos médicos eletivos, assim considerados os exames e consultas com finalidade diagnóstica ou terapêutica, em horário pré-estabelecido pelo empregado e sem nenhum caráter emergencial, o empregador não está obrigado a abonar a falta – exceto se o empregado comprovar a necessidade da realização do exame/consulta e justificar a impossibilidade de submeter-se ao procedimento fora do horário de trabalho. Em relação aos empregados que marcam consultas e exames durante o horário de trabalho, sem justo impedimento para fazê-los fora desse horário, parte da doutrina e da jurisprudência tem entendido que o empregador pode exigir a compensação das horas de ausência. Essa situação é permitida sob pena de tais horas serem descontadas do salário, pois não há previsão na lei de pagamento de salário nessas hipóteses. Assim, há de se concluir que as justificativas por ausências no trabalho por problemas de saúde só serão válidas se estiverem acompanhadas de atestados médicos legalmente reconhecidos.

Vera Lucia dos Santos Menezes Advogada trabalhista


trânsito

Estrangeiros e a tradução juramentada da CNH No fim de março de 2010, o Contran – Conselho Nacional de Trânsito –, por meio da Resolução 345, alterou parte da Resolução 193 referente à exigência de tradução juramentada do documento de habilitação dos estrangeiros para ser considerada regular a condução de veículos no Brasil. Atualmente, a questão é regulamentada pela Resolução 360 do Contran, que manteve os mesmos princípios da 345. Essa singela exigência da tradução era o entrave para que diversos estrangeiros utilizassem veículos no Brasil, especialmente locados, pois os aeroportos (mesmo internacionais) não possuem esse profissional à disposição, quanto mais em período integral e habilitado a fazê-lo nos mais diversos idiomas. Portanto, algo corriqueiro em todo mundo, que é reservar um carro para locação ainda em seu país de origem, se tornava inviável ao desembarcar e não dispor de profissional para realizar a tradução juramentada. Nem é preciso comentar quando o desembarque ocorre em véspera de fim de semana ou feriado. Além da dificuldade prática e burocrática, instalava-se uma questão jurídica. O estrangeiro regularmente habilitado em seu país – amparado por convenções e acordos, bem como pela reciprocidade de tratamento (portanto legitimado a conduzir no Brasil) – que não estivesse de posse da tradução poderia ser considerado NÃO HABILITADO? Seria autuado em uma infração gravíssima ou infração leve por NÃO PORTAR documento de uso obrigatório? Detalhe essa segunda autuação somente seria cabível se tal documento fosse de porte obrigatório, e ele não se encontra relacionado entre eles (somente CNH e CRLV - licenciamento). Mesmo assim, tal autuação somente é legítimo quando a pessoa possui o documento e não está com ele. Exemplo: quando o veículo está licenciado, mas o condutor não está de posse dele. Outro problema, tão complicado quanto este, ocorria quando a autuação por infração era feita à revelia, ou seja, sem abordagem. Com o dever de indicar o real infrator, o proprietário tinha negada essa pretensão pela falta do documen-

to, recaindo sobre si a responsabilidade da infração se pessoa física, ou agravando o valor da multa se pessoa jurídica, como é o caso das locadoras. Vem a pergunta: os agentes de trânsito terão de saber falar outras línguas? A resposta vem com a seguinte reflexão. Em qualquer cidade habituada a receber visitantes ou mesmo turistas de outros países, até meninos humildes fazem o papel de guias turísticos, ‘comunicando-se’ em outros idiomas. Com os grandes eventos esportivos que se aproximam (Copa do Mundo e Olimpíadas) e as multinacionais que se instalam no país, falar outro idioma deixou de ser um privilégio das profissões nobres e se tornou obrigação de qualquer pessoa que vive num mundo globalizado. E se as condições pessoais não permitem, cabe ao governo fazê-lo. No caso dos agentes de trânsito, a inclusão da matéria na formação, se ainda não existe, já está atrasada.

Marcelo José Araújo Advogado e professor de Direito de Trânsito. advcon@netpar.com.br

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IPVA

Alívio para o bolso Os descontos no IPVA permitidos pela Portaria CAT 54 são vantajosos. Mas é preciso preencher alguns requisitos para ter direito ao benefício São Paulo é o estado que cobra a mais alta alíquota de IPVA: 4% sobre o valor dos veículos de passeio bicombustíveis e movidos a gasolina e 3% sobre os movidos exclusivamente a álcool, eletricidade e gás. Para efeito de comparação, o Para-

Prestação de contas Para provar que pelo menos metade da receita bruta deriva da locação de veículos, os donos das locadoras paulistas devem apresentar mensalmente à Secretaria da Fazenda um CD com informações sobre o balanço de compra e venda de veículos. No mês em que não houver esse tipo de transação, não há necessidade da prestação de contas. Outro cuidado importante está relacionado ao recadastramento junto à secretaria, que deve ser feito até o dia 31 de maio de cada ano. “Se já tiver obtido o desconto no IPVA nos primeiros meses do ano e não fizer o recadastramento até a data limite, o empresário terá de pagar os outros 50% de diferença do imposto, já que perderá o direito ao beneficio. E, enquanto não fizer isso, não conseguirá licenciar o veículo”, frisa Eládio Paniagua.

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ná cobra 1% sobre o valor dos carros movidos a gás natural e 2,5% para os demais; em outros estados, como Minas Gerais, Paraíba e Tocantins, a alíquota é de 2% para os veículos de passeio, independentemente do tipo de combustível. Essas diferenças de taxas provocam a chamada “guerra fiscal”, e isso prejudicou muito as locadoras de São Paulo, seja no aspecto financeiro como com autuações. A partir de um trabalho junto às autoridades constituídas, que contou com a participação efetiva do Sindloc-SP, a alíquota do IPVA para locadoras de automóveis foi reduzido de 4% para 2%. Para disciplinar essa medida, o governo paulista criou a Portaria CAT 54, de 2009, dentro da Lei 13.296, a Nova Lei do IPVA (http://www3.fazenda.sp.gov.br/ipvanet/paginas/legislacao. shtm). A portaria estabelece quais procedimentos devem ser adotados para que as locadoras de automóveis do estado de São Paulo tenham acesso ao desconto de 50% nas alíquotas de IPVA. “Essa redução do IPVA permite uma economia significativa. Considerando uma frota com 50 carros no valor médio de R$ 30 mil, um IPVA de 4% significa uma despesa total de R$ 60 mil (R$ 1.200 por automóvel). Com a redução de 50% no imposto, os R$ 30 mil reais poupados permitiriam comprar mais um carro zero”, explica Eládio Paniagua, vice-presidente do Sindloc-SP Exigências Não há dúvidas de que essa economia é ótima para a categoria. No entanto, para ter direito ao benefício, a locadora precisa preencher alguns requisitos. Primeiro, é necessário se cadastrar na Secretaria da Fazenda e comprovar que no mínimo 50% de sua receita bruta mensal vêm somente da locação de veículo (confira outras exigências no quadro).


mercado

Plataforma de Seguros facilita a vida das locadoras em São Paulo Os números são alarmantes. De acordo com levantamento da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), o número de veículos roubados saltou de 6.429 em janeiro de 2012 para 7.633 no mesmo período deste ano, enquanto o volume de furtos pulou de 8.296 para 9.550. Uma dificuldade a mais para quem coloca não apenas um, mas centenas de veículos nas ruas todos os dias, como as locadoras. E os problemas não param por aí. A maior incidência de acidentes de trânsito também é preocupante, assim como

os transtornos causados pelas chuvas em índices acima da média neste início de ano. Disposta a oferecer não só consultoria, mas produtos de seguro de autos sob medida para o segmento, o Sindloc-SP, em parceria com a Segplus Corretora de Seguros, desenvolveu sua Plataforma de Seguros, um canal de informações e produtos, que funciona 24 horas por dia. “Após criarmos o Núcleo de Assistência Jurídica, decidimos investir na Plataforma de Seguros, uma demanda latente do setor, que enr e v i s ta s i n d lo c

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mercado

contrava dificuldades em contratar seguros específicos para a empresa, com coberturas para todas as modalidades que envolvem a atividade”, afirma Paulo Miguel Júnior, da Luan Locadora de Veículos e diretor da entidade. De acordo com Miguel Júnior, uma das grandes dificuldades dos empresários do setor era encontrar produtos adequados às necessidades das locadoras e a preço justo. “Por puro desconhecimento, muitos corretores elevavam o preço dos seguros quando percebiam que o carro era de aluguel”, relata. “Com a nova plataforma, será possível trabalhar com preços abaixo da média de mercado”, acrescenta. A Plataforma de Seguros tem duas funções básicas: tornar o serviço disponível para os associados 24 horas por dia e oferecer produtos a preços especiais. Para tanto, a Segplus disponibilizará em sua central uma linha de telefone 0800,

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além de cartões e manuais de acesso ao serviço. “Durante sete dias por semana, as locadoras poderão obter informações de como proceder em caso de sinistro e tirar dúvidas”, ressalta Carlos Figueiredo, diretor da corretora. O serviço 0800 deverá entrar em operação até o fim de abril, dependendo somente da disponibilidade da Embratel. Quanto ao banco de consultas, o executivo reforça que o acesso será gratuito, respeitando-se o máximo de 20 atendimentos para locadoras associadas e cinco para as empresas apenas sindicalizadas. As dúvidas serão solucionadas por profissionais especializados, treinados pela própria SegPlus. As locadoras poderão contar com um pool de seguradoras que oferecerão produtos específicos para cada perfil de empresa, com valores abaixo das tabelas de mercado. De acordo com Figueiredo, o seguro de um carro do Grupo


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A, por exemplo, sai por dez prestações de R$ 114, inferior ao preço negociado por uma locadora individualmente. E o melhor, sem diferenciação entre carro de balcão e carro de contrato. O portfólio de produtos não se restringe aos seguros de automóveis e engloba, também, seguro empresarial e de saúde para funcionários. O projeto levou dois meses para ser implantado e resulta de uma parceria de mais de um ano entre o sindicato e a SegPlus. Para as locadoras associadas, a corretora realizará uma ação comercial de “degustação de serviços”, disponibilizando um acionamento de assistência 24 horas em caso de acidente, com cobertura de até 200 km para qualquer placa de propriedade da locadora.

Após criarmos o Núcleo de Assistência Jurídica, decidimos investir na Plataforma de Seguros, uma demanda latente do setor, que encontrava dificuldades em contratar seguros específicos para a empresa” Paulo Miguel Júnior, diretor do Sindloc-SP.

Seguro sob medida Uma das parceiras do Sindloc-SP na Plataforma de Seguros é a Generali, que concebeu um produto na medida para o perfil das empresas de locação. O seguro é diferente porque é flexível na contratação da cobertura compreensiva, ou seja, o percentual da tabela de referência pode ser adequado de acordo com as necessidades de cada cliente. O seguro inclui a possibilidade de contratação apenas das coberturas de terceiros, danos materiais e corporais; flexibilidade nas franquias, inclusive nas coberturas de terceiros; coberturas para danos morais e acidentes pessoais; serviços adicionais de assistência 24 horas e vidros, além de contratação simplificada nos seguros apenas com cobertura de RCF e serviços. De acordo com a Generali, outro diferencial é o preço, que pode ficar ainda mais atrativo de acordo com o desenho da apólice. “A Segplus pode ajudar as locadoras elaborando uma proposta customizada de acordo com as necessidades e características de cada cliente”, comenta a diretora Cláudia Papa.

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EVENtos

O Sindloc-SP traz Oscar Schmidt para integração com associados Um dos maiores ícones do esporte brasileiro foi o convidado do Sindloc-SP para o jantar com associados e parceiros realizado no último dia 21, no InterContinental São Paulo. O eterno cestinha do basquete Oscar Schmidt transmitiu aos participantes importantes lições sobre liderança corporativa, motivação, comprometimento e inovação. O evento fez parte de um ciclo de palestras que a entidade promove regularmente para estreitar o relacionamento entre integrantes do gestor. “É uma oportunidade única para congregar os gestores das locadoras, abrindo espaço para novas oportunidades de negócios e para um intenso networking. Além disso, convidaremos sempre um palestrante de renome para abordar temas de interesse da nossa atividade, mas

principalmente inspirar empresários e executivos com suas histórias de perseverança e superação”, garante o presidente do Sindloc-SP, Alberto de Camargo Vidigal. Durante quase duas horas, o ex-atleta lembrou fatos relevantes de sua trajetória vencedora na seleção brasileira, em clubes nacionais e do exterior. Com pitadas de humor, Oscar fez analogias para dar ênfase a temas como desafios, estratégias, garra, dedicação e amor. Com mais de 600 apresentações já realizadas em empresas e associações privadas, ele se tornou um dos palestrantes mais requisitados pelo mercado corporativo. Na próxima edição, veja cobertura completa desse evento do Sindloc-SP.

intERnACiOnAl novas tecnologias na pauta do Car Rental Show 2013 O evento internacional que é referência para o setor de locação de veículos já tem data confirmada. O Car Rental Show Las Vegas 2013 acontecerá nos dias 15 e 16 de abril, no Rio All-Suite Hotel & Casino, nos Estados Unidos. Centenas de empresários brasileiros devem participar do evento promovido pela American Car Rental Association (ACRA), cujos debates estarão centrados no poder das novas ferramentas tecnológicas associadas ao marketing. Especialistas discutirão como a computação móvel está revolucionando o mercado de locação e as possibilidades de expandir os negócios utilizando sites como Google, Bing e

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Yahoo. Também estão previstas palestras sobre gestão, recursos humanos e legislação. A pauta também incluirá estratégias de recrutamento, contratação e motivação de colaboradores nas pequenas empresas. Paralelamente, os consultores vão discutir os desafios e as oportunidades do setor, apresentando exemplos de sucesso corporativo e ideias simples que podem gerar receita para as locadoras. Para mais informações e inscrições, basta acessar o site http://www.carrentalshow.com.


gEstÃo

Pequenas e médias empresas em linha direta com o consumidor Dez entre dez consumidores certamente já tiveram problemas com o serviço de atendimento ao cliente (SAC) de alguma empresa. Longas esperas, transferências de um lado para o outro, queda da ligação no meio da conversa etc. Isso sem falar no “gerundismo” usado por muitos atendentes, o que já virou motivo de piadas. Mas tudo isso não significa que implantar um SAC seja algo ruim. Ao contrário. É um serviço imprescindível, pois abre espaço para entender o que o público quer e funciona como estratégia de marketing, demonstrando preocupação em estreitar relacionamento com o consumidor. Porém, é importante tomar muito cuidado para que o serviço traga benefícios e não armadilhas. Segundo o consultor do Sebrae-SP, Haroldo Eiji Matsumoto, antes de mais nada é preciso que toda a empresa, nos diferentes níveis hierárquicos, esteja envolvida no assunto e disposta a solucionar os problemas que chegarão por esse novo canal de comunicação. “Cada um deve entender qual é a sua responsabilidade no negócio para resolver as questões imediatamente ou encaminhá-las ao responsável, sem jogar o cliente de um lado para o outro nem deixá-lo sem resposta.”

em calcular as demandas e desenvolver projetos customizados. No caso de optar por assumir o serviço, é fundamental contar com uma linha telefônica exclusiva para o SAC. Também é preciso tomar cuidado para que o custo das ligações não pese no bolso da empresa nem do cliente. Uma alternativa é dispor de um número comum para ligações locais e de um 0800 para chamadas interurbanas e interestaduais, segundo o consultor do Sebrae. Em relação à disponibilidade para atendimento, é importante levar em conta o tipo de atividade da empresa. “Uma locadora de veículos tem de considerar que sempre haverá um cliente utilizando o seu carro em diferentes horários e regiões. Por isso, o ideal é que o SAC funcione 24 horas por dia”, diz Matsumoto. Isso não significa que a locadora deva ter alguém sempre de plantão para o atendimento. O consultor sugere uma central telefônica que permita a transferência das ligações para rádios ou outros números de telefones fixos

ou celulares, que possam ser atendidos fora da empresa e do expediente. “Mas isso deve estar bem claro no contrato de trabalho dos profissionais de atendimento, pois a atividade pode configurar hora extra”, alerta. Além do telefone, podem ser adotados posteriormente e-mails, chats, blogs e redes sociais, desde que a empresa conte com profissionais devidamente treinados para o atendimento. O funcionamento pode ser somente em horário comercial, mas essa informação deve estar bem clara para o cliente. Mais do que ouvir reclamações e procurar resolvê-las, quem adota um serviço de atendimento ao cliente tem em mãos uma ótima ferramenta de pesquisa, na opinião de Matsumoto. “A equipe deve emitir relatórios regularmente, informando o que está sendo demandado do outro lado da linha, de forma que a empresa identifique não só problemas específicos, mas também novas necessidades”, conclui.

ATENDIMENTO 24 HORAS O telefone pode ser o primeiro canal de comunicação a ser adotado. É possível terceirizar o serviço, com provedores que oferecem pacotes especiais para micro e pequenas empresas, ou investir em uma central telefônica própria. Há empresas de tecnologia especializadas r e v i s ta s i n d lo c

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sEtor

O Sindloc-SP promove treinamento sobre leasing e CdC em abril O Sindloc-SP amplia seu olhar para a qualificação e profissionalização do setor de locação de automóveis. No mês de abril, associados participarão de um treinamento sobre leasing e Crédito Direto ao Consumidor (CDC). A palestra acontecerá na sede da Fecomercio. O treinamento abordará temas como a diferença entre leasing e CDC, os aspectos contábeis, financeiros e tributários na empresa arrendadora. Além disso, o palestrante orientará os empresários na elaboração dos contratos, ob-

servando os aspectos jurídicos e os reflexos dessas operações financeiras. “A abordagem será ampla, mas focada na realidade das locadoras no estado de São Paulo. Os participantes terão a oportunidade de conhecer melhor essas modalidades de financiamento e aprender a operar essas transações, verificando as vantagens que cada uma pode oferecer. Afinal, ao optar pela melhor operação, a empresa obtém uma economia bem significativa”, destaca Luiz Carlos Lang, do Sindloc-SP. A programação também destacará as locadoras que usam a depreciação de frota para gerar crédito do PIS e do Cofins. O assunto tem despertado dúvidas e levado muitas empresas ao erro. Ao término do evento, será disponibilizado um simulador de operações para os associados. A ferramenta analisará caso a caso e apresentará comparativos dos custos finais, mostrando qual a melhor alternativa – leasing ou CDC – para o empresário. Com o treinamento, o Sindloc-SP cumpre seu papel de oferecer todo suporte e orientação necessários para que o empresário escolha a melhor operação financeira para o seu negócio, aprimorando a sua gestão financeira e contribuindo para o desenvolvimento da atividade de locação.

Atuação marcante no Conselho Estadual de turismo O Sindloc-SP é uma das privilegiadas entidades a integrar o Conselho de Turismo do Estado de São Paulo. Criada em 1965 e sempre presidida pelo secretário estadual de Turismo, a entidade é responsável por discutir e fomentar o turismo regional de forma integrada junto a órgãos e entidades governamentais, particulares, de classe e independentes. Integra representantes das mais diversas organizações setoriais, entre secretarias da própria administração pública, associações, sindicatos e organizações não governamentais. O sindicato é representado por seu vice-presidente Eladio Paniagua e pelo consultor de gestão Luiz Antonio Cabral, e defende os interesses da atividade de locação de veículos ao opinar, sugerir, indicar e propor estratégias para ampliar as oportunidades de negócios entre os setores de locação e turismo.

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LÍDER SETORIAL

O mercado de locação tende a crescer em nichos Para Paulo Gaba, presidente do conselho da ABLA, “quem espera investir e crescer no setor tem de somar um alto grau de profissionalismo, porque cada vez mais esse não é um negócio para amadores”

Prestes a encerrar o primeiro trimestre de 2013, o presidente do conselho da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA), Paulo Gaba, não esconde que este, sem dúvida, é um exercício diferente. E a razão é bastante simples. O setor enfrenta a volta paulatina da cobrança do IPI sobre a venda de veículos, com a retomada da alíquota cheia a partir de julho.

O carro 1.0, que compõe boa parte das frotas das locadoras, por exemplo, passou a recolher uma alíquota de 2% entre os meses de janeiro e março e de 3,5% de abril a julho. “Quem precisa renovar a frota passa por um momento difícil”, declara Gaba. “Os carros novos estão mais caros, e os usados não têm a mesma valorização, provocando um hiato no caixa.” Todavia, o dirigente observa que a volta de boas perspectivas de financiamento tende a anular o efeito negativo do pagamento integral da alíquota do IPI, equilibrando as contas. “Mas, como em todos os cenários, as incertezas geram ansiedade”, diz o presidente da ABLA. Ansiedade que se torna ainda mais forte em mercados altamente competitivos como

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o de São Paulo, que reúne o maior volume de empresas de locação do país e é, também, o mais dinâmico, pelo próprio perfil da cidade. Para se ter uma ideia, um único contrato de locação negociado na capital paulista pode ser maior do que o total de carros alugados em um estado com frota pequena. “As pessoas costumam dizer que a capital paulista é outro mundo. Eu não discordo”, comenta. “Embora as oportunidades se multipliquem, a concorrência é acirrada, exigindo não só uma gestão extremamente profissional como também, flexibilidade para enfrentar dificuldades, entre elas a restrição de circulação e a inspeção veicular”, complementa. Outro fator relevante é o IPVA mais caro em São Paulo em comparação com as demais regiões do país, mesmo com a redução da alíquota de 4% para 2%. Os seguros também são mais altos porque a incidência de roubos é elevada. Esse cenário leva Gaba a acreditar que o grande desafio do setor é solucionar o gargalo do custo operacional, principalmente em São Paulo. “Quem espera investir e crescer no mercado de locação tem de somar um alto grau de profissionalismo, porque cada vez mais esse não é um negócio para amadores”, afirma. Na visão do presidente da ABLA, as grandes oportunidades de expansão da atividade de locação estão nos nichos, com o investimento em frotas sob medida para públicos específicos, como portadores de necessidades especiais, clientes em busca de veículos blindados, entre outros. “Não dá mais para oferecer mais do mesmo. O caminho está em aliar serviço, flexibilidade, preço competitivo e atendimento segmentado”, finaliza.


tecnologia

Tudo na tela do computador O Brasil já ocupa a quarta posição no mercado de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), movimentando US$ 233 bilhões no fim de 2012, de acordo com levantamento da IDC Brasil. Os valores correspondem a 51% dos gastos de TIC na América Latina. Se levarmos em conta apenas os valores de TI, os números continuam bastante expressivos, com cifras superiores a US$ 100 bilhões. O setor de locação não tem poupado investimentos na área, com gastos médios anuais de US$ 15 bilhões por ano. Para as locadoras, a TI assegura agilidade no atendimento e controle de gestão da empresa, além de acelerar as tomadas de decisões e reduzir esforços, sobretudo no universo da terceirização de frotas. Alguns empreendimentos no Brasil vão além do software de controle financeiro e gestão, apostando em recursos mais sofisticados, como o coletor de dados. Esse equipamento é uma espécie de computador móvel, com câmera digital integrada e rádio comunicador. Quando o veículo chega à empresa, o recurso proporciona uma devolução expressa, ao permitir a análise das condições do veículo – inclusive avarias ou anormalidades – e identificando as condições contratuais diretamente nos servidores da locadora. Mas, segundo consultores de informática e empresários do setor, para que essa tecnologia chegue principalmente às pequenas e médias locadoras, é importante que o governo

incentive e regulamente juridicamente o desenvolvimento de novos softwares e aplicativos, já que os valores de tais recursos digitais são bem mais acessíveis em outros países. Com a febre dos smartphones e da comunicação mobile, outra tendência que deve ganhar corpo são os aplicativos para telefones celulares, que permitirão às locadoras levar a loja até o cliente. Com isso, a gama de produtos de TI ficará completa, atendendo os empresários e os próprios clientes com rapidez, comodidade e segurança. O Sindloc-SP entende que a tecnologia é imprescindível para a atividade de locação de veículos. Por isso, oferece aos associados condições comerciais diferenciadas por meio de parcerias com reconhecidas empresas de TI.

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moNtadoras

A Fenabrave estima crescimento de 3,31% para 2013 Embora o setor automotivo global tenha registrado baixa de 2,03% no acumulado de 2012, em comparação com o mesmo período de 2011, as expectativas são bastante promissoras para este ano. A perspectiva é que o setor cresça algo em torno de 3,31%, acompanhando a evolução do PIB. Em entrevista à revista Sindloc-SP, o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flavio Meneghetti, revela quais são os grandes desafios do setor e analisa o impacto da parceria com o segmento de locação para a boa performance do mercado de distribuição de automóveis. Confira:

Sindloc-SP: Os primeiros três meses do ano registraram o desempenho esperado para o setor? Flavio Meneghetti: Este início de ano foi bastante atípico em comparação aos anteriores por uma série de fatores. Todos os setores registraram queda de emplacamentos em fevereiro, em decorrência da menor quantidade de dias úteis e do feriado de Carnaval. Foram apenas 17 dias úteis em fevereiro, contra 22 dias e janeiro, e isso influenciou no resultado final. Para os

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segmentos de automóveis e comerciais leves, o mês apresentou queda de 25,05% nos emplacamentos em relação a janeiro. Foram 222.496 unidades em fevereiro contra 296.842 no mês anterior. Também houve retração de 5,65% na comparação entre fevereiro de 2013 e o mesmo período de 2012. Já no acumulado do ano, houve crescimento de 6,32% para esses segmentos. Foram emplacados, nos primeiros dois meses do ano, 519.338 automóveis e comerciais leves e, no mesmo período

de 2012, o volume chegou a 488.459 unidades. Sindloc-SP: A volta do IPI já reflete nos negócios do setor? Meneghetti: Claro, embora a alíquota cheia só comece a vigorar no meio do ano, os reflexos já começaram a aparecer. Em janeiro, os concessionários ainda tinham estoque de carros sem a incidência do IPI, o que propiciou um mês surpreendentemente bom em termos de vendas. Em fevereiro, com a


entrevista

queda dos estoques e até a ausência de carros sem isenção, essa situação não se manteve. Com a volta do IPI, ainda que gradativa, houve reajuste de preço, o que gerou impacto psicológico sobre o consumidor. Também tivemos problemas na área de usados, cujas avaliações ainda estão instáveis, o que faz com que os clientes não estejam oferecendo o seu usado na troca por um carro zero-quilômetro. Sindloc-SP: Como está o nível de inadimplência? Os percentuais têm peso na performance do setor? Meneghetti: A inadimplência, que chegou a 5,6% em fevereiro, contra 5,9% em janeiro, apesar de apresentar viés de queda, ainda refreia a concessão de crédito no mercado. A oferta de crédito existe, porém a concessão está bem mais seletiva. O cenário causa incertezas. Sindloc-SP: Os níveis de estoque estão dentro do limite desejado? Meneghetti: Não. Estamos trabalhando com um estoque de 40 dias, o dobro

do ideal. Fora algumas exceções, que dependam de importação, os estoques estão bem acima do desejado. Sindloc-SP: Quais são os grandes desafios do setor? Meneghetti: O maior de todos é conseguir conciliar margens cada vez mais comprimidas com o aumento de custos, já que aluguel, mão de obra e combustíveis subiram mais do que a inflação. A gestão eficiente é ainda um gargalo para o segmento. Sindloc-SP: Uma forma de aprimorar a gestão não passaria por um maior investimento em treinamento da mão de obra? Meneghetti: Com certeza. Há cinco anos, a Fenabrave vem trabalhando forte nesse sentido, com a criação da Universidade Fenabrave, que no ano passado treinou 35 mil alunos. O número ainda é baixo perto dos 390 mil empregos gerados pelo segmento, mas já é bastante significativo para garantir mais eficiência à atividade.

Sindloc-SP: É possível intensificar ainda mais a parceria entre os setores de distribuição e locação de veículos? Meneghetti: As locadoras são parceiras importantes. Toda vez que a economia cresce, os resultados dessa parceria acompanham a tendência. Temos trabalhado firme com as entidades do setor para riscar do mapa as chamadas “locadoras fantasmas”, empresas criadas com o objetivo de comprar veículos e revendê-los, causando grande prejuízo para a cadeia. Nosso objetivo é coibir cada vez mais esses abusos que promovem a concorrência predatória. Sindloc-SP: Quais são as expectativas da Fenabrave para 2013? Meneghetti: Para o setor em geral, as previsões de crescimento são de 3,31% para este ano, índice que acompanha a evolução estimada do PIB, que deverá chegar a 3%. Para automóveis e comerciais leves, contudo, a expectativa de alta gira em torno de 2,6%.

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mundo

Mercado chinês quer ampliar a oferta de carros elétricos e híbridos Lançados no século passado, os carros elétricos e híbridos ainda não estão ao alcance da massa, sobretudo das locadoras de automóveis de todo o mundo. Mas muitos países estão de olho nesse nicho, que deve ganhar força nos próximos anos com incentivos fiscais. A China, por exemplo, quer ampliar para 500 mil o número de carros elétricos em circulação até 2015. E nesse período, o país também pretende ampliar a oferta de plug-in para os modelos híbridos. No Brasil, a realidade é semelhante. Apesar do interesse de motoristas e locadoras em adquirir esses modelos, o alto preço de venda e a rede deficitária de estações de recargas dificultam a popularização do veículo elétrico. Contudo, já estão em circulação alguns poucos carros. Por isso, as vendas de carros elétricos aqui e ao redor do mundo têm ficado aquém das expectativas iniciais, apesar de generosos subsídios por parte dos governos de outros países, como Estados Unidos e França. O chinês Ray Zhang, presidente e executivo-chefe de uma locadora, está confiante que a adoção de veículos elétricos no país será um sucesso. Ele planeja investir na compra de carros novos para que os seus clientes comecem a se familiarizar com a nova tecnologia. “Ela tem que começar de algum lugar. Alguém deve fazer isso primeiro e esse pode ser o meu diferencial competitivo”, ressalta. Inicialmente, o empreendedor focará os clientes corporativos firmando contratos de longo prazo para garantir a recuperação do investimento. Alguns clientes já existentes têm manifestado interesse em alugar veículos elétricos para uso de funcionários para viagens. “Além de oferecer um carro diferenciado para os seus colaboradores, a empresa demonstra total preocupação com o meio ambiente, agregando valor à sua marca”, diz Zhang. Enquanto isso, Portugal já se consolida como o mercado líder na área dos carros elétricos, graças aos incentivos às energias renováveis, à vontade política e à abertura da população às novas tecnologias. Tomando como exemplo essa realidade, o governo brasileiro retomou os estudos para a elaboração de um marco regulatório para deslanchar o mercado de carros elétricos no país. Desde o início de 2013, está em análise o incentivo à importação. Isso serviria para criar demanda local e desenvolver a infraestrutura necessária de abastecimento. Mas a popularização só ocorrerá de fato quando os veículos e suas peças forem produzidos no país. Afinal, o principal desafio é o desenvolvimento de baterias mais baratas e com maior autonomia de quilometragem. Com isso, os veículos elétricos estarão mais acessíveis em médio prazo, contribuindo com programas ambientais como a inspeção veicular em São Paulo, assunto que está em pauta desde as eleições municipais do ano passado.

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Sindloc-SP

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Canal de relacionamento entre os empresários do setor Atualmente, o Sindloc-SP representa cerca de 900 locadoras de veículos no estado. A entidade tem como principal papel criar facilitadores e contribuir com a eliminação de entraves que prejudicam o desenvolvimento da atividade das locadoras de veículos. Durante mais de duas décadas, o Sindloc-SP consolidou seu compromisso com a ética e o respeito, ampliando conceitos de qualidade e profissionalismo entre as empresas, os parceiros, o mercado e a sociedade. A entidade oferece todo o assessoramento de gestão e inúmeros benefícios a seus associados, como assessoria jurídica sobre todas as questões que envolvem a atividade. Além disso, mantém parceria com fornecedores de produtos e serviços necessários ao negócio de locação em condições diferenciadas e realiza treinamentos e palestras regulares. Não é à toa que, em toda a sua história, o Sindloc SP já cadastrou mais de mil empresas do setor, que juntas disponibilizam uma frota de mais de 150 mil automóveis para locação no estado de São Paulo. Ao mesmo tempo, o Sindloc-SP interage com as autori-

dades constituídas e quando necessário promove ações que visam a preservar o interesse da atividade de locação de automóveis. Como resultado de todo esse esforço, a entidade representativa amplia a cada dia o número de locadoras de veículos associadas. São empresas que enxergam o valor das ações do Sindloc-SP e se utilizam dos benefícios disponibilizados, acreditando que a união é fundamental no processo de desenvolvimento do setor. Ao liderar esse importante segmento da economia brasileira, o Sindloc-SP tem como objetivo fazer com que essas empresas se profissionalizem cada vez mais e prestem um serviço de qualidade, além de difundir a cultura da locação de automóveis e ampliar o mercado. O incentivo ao contato entre os parceiros de negócios, a atuação diante dos poderes públicos em prol de questões que envolvem o setor e, ao mesmo tempo, a disposição de capacitação e conhecimentos técnicos e de legislação a serviço das empresas locadoras do estado demonstram o empenho da atual Diretoria Executiva para alcançar as metas do Sindloc-SP.

Contate-nos pelo telefone (11) 3123-3131 ou pelo e-mail sindloc@sindlocsp.com.br

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artigo

O poder das redes sociais para a geração de negócios

Em uma leitura atenta dos meios de comunicação, seja jornal, rádio ou programa de TV, percebemos a profusão de notícias sobre novatos do mercado como Facebook, Orkut, YouTube ou Twitter. O mundo empresarial tradicional –, aquele formado de aço e tijolos – perplexo diante de mudanças que mal podem acompanhar, se pergunta para onde vamos. As conversas de corredores mais parecem a anunciação do apocalipse. Se pararmos para analisar esse quadro, veremos que o ser humano não mudou muito nos últimos, digamos, mil anos. Continuamos com nossas angústias diante da morte, precisando comer e viver em pares. O que mudaram foram as ferramentas, o chamado “contexto”. Não existia o Orkut na década de 80, mas as pessoas entoavam o bordão “Quem matou Odete Roitman?” – é fácil hoje imaginar uma comunidade no Orkut com esse nome. Pessoas sempre cultuaram marcas e as tomaram como pano de fundo de sua identidade. Falavam bem de produtos ou exprimiam seu estilo de vida por meio de adesivos de carro ou bordões populares. Com a crescente massificação da internet e da banda larga, veio a denominada web 2.0. Agora, somos nós, reles mortais consumidores, que produzimos o conteúdo que invade o mercado sobre o que sempre quisemos dizer, mas que nunca nos deram chance nem espaço de falá-lo. Em qualquer modelo econômico, quem detém os meios de produção tem o braço forte na economia. Se antes só veículos como TV e jornal detinham os meios para produzir e

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veicular a informação, hoje qualquer consumidor pode produzir o próprio programa de TV com uma câmera de celular e veiculá-lo no YouTube. Percebemos, portanto, que o “novo mundo” não traz regras tão diferentes das do “velho mundo”. Nossos costumes mudaram. O paradoxo em que estamos inseridos, contudo, reside no fato de que, ainda que o ser humano não tenha mudado em sua essência, ele segue guiando nossa economia pelos caprichos de sua própria espécie, as transformações baseadas nas novas tecnologias são mais profundas do que saber mexer no Facebook ou “subir” um vídeo no YouTube. A mudança é sóciocultural. A chave para transformar redes sociais em instrumentos de negócio é entender a essência do ser humano. A lógica do “produzir e comunicar para vender” dá lugar ao “comunicar para engajar, ouvir para produzir e adaptar para vender”. Algo bem complexo para ter mudado apenas nos últimos 10 ou 15 anos e exigir a rápida adaptação das empresas. O sucesso nas redes sociais não tem tanto a ver com perfis na internet, tem muito mais relação com fazer de forma verdadeira e interessada aquilo que o consumidor desde sempre desejou como ser humano: ser ouvido.

Conrado Adolpho é palestrante, escritor, professor universitário e especialista na área de marketing e gestão empresarial




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