SaĂşde e cuicomdadoso Corpo
*MatĂŠria publicada na Weekend 270
[ SAÚDE ] [ SAÚDE ]
[ SAÚDE ]
Doação de óssea: Doação de medula Doação demedula medula óssea:óss você pode vocêsalvar podeuma salvar você pode salvar uma uma
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pesar de não ser uma prática comum entre brapesar deos não ser uma prática comum entre os brade não ser uma prática comum os bra- a outros países, a doação de sileiros, sepesar comparado a outros países, a doação de sileiros, seentre comparado se comparado aconhecido outros países, doação de sangue já sileiros, é um procedimento por aqui. sangue já éaum procedimento conhecido por aqui. sangue já é uméprocedimento por aqui. é que, no momento da coleMas o que muitos não sabem que, noomomento coleMas que conhecido muitosdanão sabem Masseo cadastrar que muitos nãooutra sabem que, que no momento dapara cole-outra atitude que pode salvar ta, é possível para salvar ta,atitude éé possível sepode cadastrar ta, é possível se cadastrar para outra atitude que pode salvar Carlei Heckert Godinho, mévidas: a doação de medula óssea. Carlei Heckert Godinho, mévidas: a doação de medula óssea. vidas: a doação de medula óssea. Carlei Heckert Godinho, dica responsável pelo banco de sangue no Hospital Geral de médica responsável pelo banco de sangue no Hospital Geral de responsável pelo de sangue no Hospital Geral Guarulhos,dica explica que esse tipobanco deGuarulhos, medula, também conhecida explica que esse tipo de de medula, também conhecida Guarulhos, explicacom que esse tipo de medula, também conhecida como tutano, é um líquido, consistência gelatinosa, existencomo tutano, é um líquido, com consistência gelatinosa, existencomo tutano, é um líquido, com consistência gelatinosa, existente dentro dos ossos e sua função é produzir asdos hemácias (glóbulos te dentro ossos e sua função é produzir as hemácias (glóbulos te dentro dos ossos e sua função é produzir as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulosvermelhos), brancos) eosasleucócitos plaquetas. (glóbulos brancos) e as plaquetas. vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. De acordo com ela, existem doenças, he- doenças, principalmente as heDeprincipalmente acordo com ela,as existem De acordo com ela, existem doenças, principalmente as hematológicas, em que essa “fábrica do sangue” éem compromatológicas, que essa “fábrica do sangue” é compromatológicas, em que essa “fábrica do sangue” é comprometida, como uma leucemia aguda ou um linfoma, o que metida, como uma leucemia aguda ou um linfoma, o que metida, como uma leucemia aguda ou um linfoma, o que prejudica o funcionamento do organismo prejudicadoo enfermo. funcionamento do organismo do enfermo. prejudica o funcionamento do organismo do enfermo. E, entre os tratamentos possíveis, pode serosindicada a E, entre tratamentos possíveis, pode ser indicada a E, entre os tratamentos possíveis, pode ser indicada a substituição dessa substância, e é aí que surge dessa a espesubstituição substância, e é aí que surge a espesubstituição dessa substância, e é aí que surge a esperança do transplante. rança do transplante. rança do transplante. “As chances de encontrar um doador entre “As compatível chances de encontrar um doador compatível entre “As chances de encontrar um doador compatível entre irmãos é de 30%, então quando se fala na doação a busca irmãos é de 30%, então quando se fala na doação a busca irmãos é de 30%, então quando se fala na doação a busca começa por eles, já que existe a tipagem genética do eexiste a tipagem genética do pai e começa por eles, já pai quedo começa por eles, já que existe a tipagem genética pai e da mãe. Caso o paciente não tenha irmãos ou eles não sejam da mãe. Caso o paciente não tenha irmãos ou eles não sejam da mãe. Caso o paciente não tenha irmãos ou eles não sejam compatíveis, então passamos para o Redome (Registro Nacional compatíveis, então(Registro passamos para o Redome (Registro Nacional compatíveis, então passamos para o Redome Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea), onde a chance é bem de Doadores Voluntários de Medula de Doadores Voluntários de Medula Óssea), onde a chance é bemÓssea), onde a chance é bem menor, menos demenos 5%. Praticamente uma compatibilidade para para uma compatibilidade para menor, menos de 5%. Praticamente menor, de 5%. Praticamente uma compatibilidade cada 100 mil buscas”. uma probabilidade pequena, Carcadaprobabilidade 100 miltão buscas”. uma probabilidade tão pequena, Carcada 100 milCom buscas”. Com uma tãoCom pequena, Carlei reforça aleinecessidade e a importância do Brasil umter número reforça a necessidade eum a importância do Brasil ter um número reforça a necessidade e alei importância doter Brasil número expressivoexpressivo de cadastros, mas também afirma que o País avançou expressivo derma cadastros, masavançou também afirma que o País avançou de cadastros, mas também afi que o País muito nessa questão. início dainício década passada, o número era daera muito questão. “No início década passada, o número era muito nessa“No questão. “No danessa década passada, o número de 12 mil cadastrados e hoje já epassamos de cadastrados três de milhões, ficandejá12 mil e hoje jáfipassamos de três milhões, ficande 12 mil cadastrados hoje passamos três milhões, cando atrás apenas daapenas Alemanha, com do cinco e dos Estados atrás apenas da Alemanha, com cinco milhões, e dos Estados do atrás da Alemanha, commilhões, cinco milhões, e dos Estados Unidos, com sete.com Apesar muito Unidos, compopulação sete. população Apesar disso, temos uma população muito Unidos, sete.disso, Apesartemos disso, uma temos uma muito mais miscigenada, o que, dooponto de vista genético, em mais miscigenada, oresulta que, resulta do ponto mais miscigenada, que, do ponto de vista genético, emde vista genético, resulta em mais variações menos compatibilidades”. mais variações e menos compatibilidades”. mais e variações e menos compatibilidades”.
CADASTRAMENTO VOLUNTÁRIO CADASTRAMENTO VOLUNTÁRIO CADASTRAMENTO VOLUNTÁRIO Para ser umdedoador de óssea, medula preciso ter entre 18óssea, e 55 é preciso ter entre 18 e 55 Para ser um doador medula preciso ter entre e 55 Paraéóssea, ser umé doador de 18 medula estar e saudável e comparecer a um hemocentro queofaça oa um hemocentro que faça o anos, estaranos, saudável comparecer a um estar hemocentro que faça anos, saudável e comparecer processo, com um documento de cação identifi cação comNesse foto. Nesse processo, com um documento de identifi processo, comcom um foto. documento de identificação com foto. Nesse já é coletada uma amostra deéde 10 ml de sangue, que, de 10 ml de sangue, que, momento,momento, já é coletada uma amostra de 10 ml sangue, que,amostra momento, já coletada uma posteriormente, passará uma análise genética, por posteriormente, passará por umapor análise genética, por meio do posteriormente, passará pormeio umado análise genética, por meio do exameEntão de HLA. Então essa informação vai para umessa banco exame de HLA. essa informação vai de para um banco deinformação da-de da- vai para um banco de daexame HLA. Então e fica disponível para os “Esse cadastro é permados e fica dos disponível para os médicos. cadastro épara permadosmédicos. e“Esse fica disponível os médicos. “Esse cadastro é permanente epode a pessoa pode ser convidada para a doação atéconvidada completar para a doação até completar nente e a pessoa ser convidada para ea adoação até completar nente pessoa pode ser 60 isso anos.aPor isso a necessidade de preencher números 60 anos. Por necessidade de 60 preencher números anos. Pordiversos isso adiversos necessidade de preencher diversos números de telefone e mantê-lo sempre atualizado. A pessoa pode se de telefone e mantê-lo sempre atualizado. A pessoa podesempre ter seter de telefone e mantê-lo atualizado. A pessoa pode ter se voluntariado mas só ser chamada vinte, trinta anos”. daqui a vinte, trinta anos”. voluntariado hoje, mashoje, só ser chamada daqui adaqui vinte, voluntariado hoje,atrinta mas sóanos”. ser chamada
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*Matéria publicada na Weekend 307
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PROCESSO DE DOAÇÃO
sea:
Quando o médico detecta que seu paciente precisa de um transplante, ele acessa o Redome e busca por um HLA que seja compatível ao do enfermo. “Quanto maior essa compatibilidade, melhor; o ideal é ser 100%”, afirma a médica. A partir do momento em que é encontrado um possível doador, ele é contatado e convidado a fazer novos exames, agora mais específicos do que a primeira coleta, o que pode comprovar ou acabar descartando a possibilidade de doação. “Em alguns casos, ele vai até o centro de referência mais próximo e faz ali a coleta. Assim, a medula é congelada e enviada até o receptor. Inclusive existe até a possibilidade de envio para pessoas fora do País e vice-versa. Já em outros casos, é mais fácil o doador se deslocar”. Lembrando que transplantes não aparentados, dentro do País, têm total cobertura pelo SUS. Segundo a profissional, o procedimento é bastante simples. O doador é submetido a uma anestesia que pode ser geral ou peridural, o que será decidido pela equipe médica. Então, a medula é coletada por meio de uma punção no osso do quadril, o sacro, na região das costas. “Muita gente tem medo por não saber como é o processo. Não tem nada a ver com a coluna, pois não é doação de medula espinhal. O doador acorda da anestesia e vai sentir um leve desconforto na região da punção, que pode ficar levemente dolorida de três dias a uma semana. A internação é de apenas 24 horas e a medula óssea é totalmente reestabelecida em apenas 15 dias. E, apesar das pessoas acharem que o receptor recebe a doação em um processo cirúrgico, na verdade é por meio de uma transfusão”, esclarece.
Por Cris Marques Fotos Arquivo pessoal, banco de imagens e Rafael Almeida
ATITUDE RECOMPENSADORA Fabiana Freitas, coordenadora de vendas da Level Up Games, é doadora voluntária de medula óssea e foi convidada para realizar o procedimento em 2014. “Meu tipo sanguíneo é O-, então acho que, como é um tipo raro, tenho a obrigação de fazer minha parte. Após receber a ligação, bateu certa ansiedade, principalmente porque todas as pessoas que deveriam me apoiar e ficar orgulhosas da decisão ficaram mais receosas do que eu. [...] No dia, fui pro hospital Santa Paula, em São Paulo, e tiraram alguns tubinhos de sangue para fazer exames. A anestesia foi esquisita e doeu um pouco, mas o anestesista já havia me falado da possibilidade. A sensação de não sentir nada da cintura pra baixo é um pouco desesperadora; já a coleta foi indolor e muito rápida e, graças ao sedativo, eu dei uma apagada e, quando me dei conta, estava na recuperação tentando mexer os dedos dos pés. Todo mundo me tratou como se a atitude fosse algo fora do normal, alguns até me perguntaram se era promessa. Hoje em dia, acho difícil as pessoas acreditarem que foi só porque era o mínimo que eu poderia fazer. É um ato que exige tão pouco do doador e é recompensador pensar em salvar uma vida”.
QUER SE CANDIDATAR? Carlei afirma que, apesar de não ser um prérequisito, ser doador de sangue é o primeiro passo para a conscientização da importância da ajuda ao próximo. “Como a doação de sangue é um processo simples, o ato é significativo para a pessoa avaliar se, em um segundo momento, quando for convidada para doar a medula óssea, estará realmente preparada”.
CONFIRA OS ENDEREÇOS DE CADASTRAMENTO MAIS PRÓXIMOS: Hospital Geral de Guarulhos. Alameda dos Lírios, 200, Parque Cecap. 3466-1446. De segunda a sexta, das 7h30 às 15h30. Hemocentro da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Rua Marquês de Itu, 579, Vila Buarque. 2176-7258. De segunda a sexta, das 7h às 18h, e sábados, das 7h às 15h.
[ BEM-ESTAR ] Por Cris Marques Fotos: Agência E! Comunicação
Balé fitness: quem dança
seus males e sedentarismo espanta
B
usca por uma vida mais saudável, deixar a ociosidade de lado, indicação médica, vontade de emagrecer, esculpir a silhueta... Muitos são os motivos que levam as pessoas a procurar uma atividade física e hoje as opções vão além da habitual musculação; assim, é possível procurar aquela que mais agrada e viver esse novo estilo de vida de uma forma mais dinâmica e, principalmente, prazerosa. E é dentro dessa nova gama de possibilidades que surge o balé fitness: modalidade criada há mais de 20 anos com aulas diferenciadas, que trabalham todo o corpo por meio dos movimentos do balé clássico. “A prática mescla as posições dos pés e braços das bailarinas e exercícios técnicos básicos, como pliés, tendus, jetés e grand battements, com treinamentos específicos
*Matéria publicada na Weekend 311
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do fitness: agachamentos, abdominais e flexões. Além de trabalhar na barra e no centro da sala, utilizamos o chão e alguns materiais alternativos como bolas de borracha e thera bands [faixas elásticas]”, afirma Flávia Maria Bicudo Medeiros Planas (foto à direita), professora de educação física e dança e proprietária do estúdio que leva seu nome. Ela explica que, além de divertida e motivadora, a alternativa tem alto gasto calórico e trabalha o corpo todo, tornando-o harmônico e longilíneo como o de uma dançarina e, por isso mesmo, tem feito sucesso entre diversas famosas. “Os benefícios são os mesmos de uma aula de dança: fortalecimento muscular, flexibilidade, alinhamento corporal, condicionamento cardiorrespiratório, memorização, equilíbrio e queima de gordura”.
[ BEM-ESTAR ]
GOSTO PELA DANÇA Alessandra dos Santos Milagre Semensato (primeira foto), agente de administração no Ipref (Instituto de Previdência dos Funcionários Públicos Municipais de Guarulhos), começou neste ano a praticar o balé fitness e escolheu a atividade justamente pela presença de movimentos de dança. “Desde a minha adolescência, gosto de dançar; inclusive já tinha feito jazz, mas estava há um bom tempo parada e com um peso que não estava me fazendo feliz. Então resolvi que precisava emagrecer. Acho balé lindo demais, mas por causa de meu corpo não me sentia à vontade de tentar a modalidade clássica, então essa foi minha opção. Sei que malhação, por exemplo, é importante, mas na minha concepção é algo mais solitário. Eu gosto do coletivo e da dança e poder aliar a isso um exercício é muito mais gostoso”. Apesar das dificuldades iniciais, a funcionária pública insistiu e hoje vê os resultados na balança e no bem-estar que conquistou com a prática. “No começo, qualquer atividade física é difícil. Sentia dores, achava que não me encaixava, contudo o ambiente do estúdio da Flávia é muito agradável e acolhedor; então, independente de idade e/ou forma física, me sinto muito bem lá e também indico, principalmente para quem pensa que é moleza, o que, definitivamente, não é”.
PARA APOSTAR NA SAPATILHA Indicado para qualquer pessoa acima dos 14 anos e com a saúde em dia para a realização de exercícios físicos, a prática não exige nenhuma noção de balé clássico e é muito democrática. É o que garante a professora do Studio de Dança Flávia Medeiros. “A aula é indicada para qualquer um que admire esta arte e queira ficar com o corpo em forma, sem ter a necessidade de se dedicar a grande quantidade de ensaios que os bailarinos precisam”. Ah, e nem precisa de tutus, coques e afins. “Basta uma roupa confortável, como as usadas para fazer ginástica, e sapatilhas. Agora, se a aluna quiser variar o look para se sentir mais bailarina, pode optar também pelo uso do collant (body)”. Gostou da ideia? Flávia recomenda a procura por uma boa escola ou academia e também a participação em uma aula experimental. “Para driblar a correria e o cansaço do dia a dia, necessitamos de atividades dinâmicas, interessantes e que nos mantenham motivados, como o balé fitness. Com disciplina e dedicação, é possível ver os resultados em pouco tempo”, finaliza ela, que garante duas turmas da modalidade para 2016: a noturna, da qual Alessandra faz parte, e uma nova no período da tarde. Studio de Dança Flávia Medeiros Avenida João Bernardo Medeiros, 132 - sala 1, Jardim Bom Clima. Tel.: 4372-3741 / 98303-4423
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[ SAÚDE ]
Fitness na sala de casa
F
azer um exercício físico e cuidar do corpo e da alimentação são quesitos mais do que necessários para quem está preocupado com qualidade de vida e saúde, mas nem todos têm tempo, dinheiro e/ou disposição para frequentar uma academia. A boa notícia é que existem outras opções para manter esse “estilo fitness”, como os parques da cidade, com seus aparelhos e pistas de caminhada e corrida, e até vídeos na internet com aulas que ajudam a queimar aquelas calorias a mais, sem nem sair da sala de casa. No caso dos treinos on-line, em uma rápida busca pela rede é possível encontrar uma infinidade de modalidades diferentes, de zumba a aulas de ioga, passando por treinos funcionais, musculação e Hiit (High Intensity Interval Training, treinamento intervalado de alta intensidade, *Matéria [ 34 publicada na] Weekend 326
em inglês); e tem para todos os públicos, para quem está começando ou já pratica faz tempo, e com ou sem objetos auxiliares, que podem ser pesos e caneleiras ou até uma cadeira, um cabo de vassoura ou um simples pano. Para Gislaine Zaramella (foto menor), co-CEO e diretora de marketing na Treinei (www.treinei.com), startup que viabiliza fazer exercícios com orientação de professores, via webcam, on-line e ao vivo por meio de um serviço de assinatura, a maior vantagem dessa vertente é a praticidade. “O dia a dia das pessoas é muito corrido, o que dificulta muito manter uma rotina regular de exercícios. Com as aulas, é possível fazer todo o processo em menos de uma hora, se preparar, malhar, tomar banho e fazer um lanchinho antes de voltar para as atividades. Poder acordar às 6h45
Por Cris Marques Fotos: Banco de imagens e divulgação
para a aula que começa às 7h quase não tem preço”. Ela ainda conta que, por vezes, o ambiente da academia pode ser um pouco desconfortável para algumas pessoas e que, ao fazer um exercício apenas com o peso do corpo, a pessoa percebe que não precisa de muito para manter uma vida mais saudável, minimizando assim as desculpas que levam ao sedentarismo. Mas, com tantas facilidades, vale o alerta: nem todo tipo de exercício físico é indicado para qualquer pessoa. Então, além de respeitar restrições de saúde, capacidade e limites próprios, ter o aval de um médico deve ser sempre o primeiro passo. Isso sem contar o cuidado de buscar links com pessoas que sejam da área e realmente entendam o que estão fazendo, além de seguir todas as instruções para fazer da forma correta os movimentos sugeridos.
[ SAÚDE ]
EM TEMPO REAL E COM ACOMPANHAMENTO Com a ideologia “treine quando e onde quiser”, a Treinei surgiu para democratizar o acesso ao fitness fora do tradicional. Na plataforma, o aluno é acompanhado por um profissional que o incentiva e recomenda as melhores práticas para seu tipo de perfil; encontra refeições, que consideram restrições e preferências alimentares e pode treinar em qualquer lugar com aulas on-line, ao vivo e interativas. Basta conectar-se pelo celular, tablet (Android) ou computador, com webcam, e fazer os treinos com professores certificados, que não apenas conduzem o praticante, mas principalmente corrigem os movimentos em tempo real. “Esse é o nosso grande diferencial, unir a praticidade de malhar sem sair de casa, mas com a personalização e acompanhamento. Cada vez mais a internet e a tecnologia ajudam a facilitar nossas atividades do dia a dia, mas quando envolve nossa saúde é importante ter esse cuidado. Como é em tempo real, conseguimos motivar, orientar e corrigir o que está sendo feito, trazendo assim mais engajamento e resultado”, destaca Gislaine Zaramella.
DÁ O PLAY! Confira canais de vídeos para começar o seu treino já: - Exercício em Casa (www.youtube.com/exercicioemcasa) – com profissionais experientes e aulas de ginástica, aerohiit, localizada, funcional, alongamento, Hiit e ioga, o canal do Youtube é uma “academia” on-line completa; - Vinícius Possebon (www.youtube.com/ViniciusPossebon) – nos vídeos, o personal trainer e coach, criador do Queima de 48 Horas, programa on-line de treinamento em casa por meio de assinatura, mostra alguns de seus treinos curtos para acelerar o metabolismo e com foco em partes específicas do corpo; - Cia. Daniel Saboya (www.youtube.com/DanielSaboya) – canal do professor Daniel Saboya, com danças para queimar calorias e coreografias de músicas famosas para acompanhar e dançar por aí; - Blog da Mimis (www.youtube.com/blogdamimis) – rotina de exercícios da blogueira Michelle Franzoni, que emagreceu mais de 30 kg. Dá para fazer junto ou usar como inspiração para seu próximo treino; - Ginástica em casa com Lu Oliveira (www.youtube.com/LuOliveiraTrainer) – série de vídeos dentro do canal da educadora física, com exercícios fáceis e que pedem acessórios simples.
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[ BEM-ESTAR ] Por Cris Marques Fotos: banco de imagens e Rafael Almeida
Salada no pote:
opção saudável para as refeições
RECEITINHAS Confira as sugestões da profissional e faça a sua:
MOLHOS Molho de iogurte 1 copinho de iogurte natural 3 limões
U
ma alimentação equilibrada é muito importante para o bom funcionamento do organismo, mas nem sempre é possível criar um prato tão colorido como indicam os nutricionistas, seja pelo custo, modo de preparo ou até falta de tempo. E é aí que surgem soluções para ajudar, como a salada no pote. “Uma refeição rica em vegetais folhosos e legumes, principalmente os crus, é de grande importância para o corpo, pois eles possuem alto teor de fibras, sais minerais e vitaminas, e contribuem muito para o bom funcionamento intestinal, além de ajudar a saciar o apetite. Porém, muitas vezes, as pessoas têm preguiça de prepará-los por conta da rotina apertada”, explica Roberta Mendes Nifoci, nutricionista proprietária do Personal Cook Marmitas Saudáveis. A opção no pote é uma nova forma de consumir salada. Com combinações interessantes e bem coloridas, ela ficou popular *Matéria publicada na Weekend 333
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justamente pela possibilidade de deixar tudo pronto e ir consumindo no dia a dia, com várias combinações e a inclusão de outros tipos de alimentos, como proteínas, carboidratos, leguminosas, oleaginosas e sementes. “A maneira de preparo é muito prática, fora que se você comprar as verduras e legumes e já preparar tudo de uma vez, acaba não esquecendo nada na geladeira, evitando o desperdício”.
50 ml de azeite Sal e pimenta a gosto Molho de mostarda e mel 2 limões 1/2 xícara (chá) de azeite 1 1/2 colher (sopa) de mel 2 colheres (sopa) de mostarda amarela ou Dijon Sal e pimenta a gosto SALADAS (na ordem de montagem) Opção 1 Molho de mostarda e mel, grão-de-bico, abobrinha, tomate cereja, cenoura ralada, rúcula, macadâmia e chia. Opção 2 Molho de iogurte, feijão azuki, ervilha, beterraba ralada, isca de frango, milho, alface e sementes de linhaça.
As regras do pote
Democrática e muito simples de fazer, a salada no pote tem apenas algumas regrinhas, como ser feita em um recipiente de vidro, que, além de manter os ingredientes mais frescos, é de fácil esterilização e reúso, e ter uma ordem específica de montagem. “Ela deve ser preparada em camadas, da seguinte maneira: molho de sua preferência; legumes e leguminosas mais pesados, que podem ficar em contato com o molho (feijão, grão-de-bico, lentilha); legumes e proteínas mais pesados e cozidos (frango em cubo, atum, chuchu, abobrinha); legumes ou frutas, crus e ralados (tomate, cenoura); folhas (alface,
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agrião, repolho) e, por fim, sementes e oleaginosas (macadâmia, nozes, linhaça, chia)”. Segundo a nutricionista, é bom evitar alimentos muito perecíveis, como queijo branco e ovos, que podem ser adicionados na hora do consumo, e respeitar o prazo de até cinco dias de validade. Questionada sobre a forma de consumo, ela afirma que pode ser no pote mesmo. “Por isso, a montagem já é feita com o molho no fundo. Na hora de consumir, basta chacoalhar e ela já fica temperada e pronta, mas também pode colocar no prato: tudo depende do gosto da pessoa”, finaliza.
CAPA
Mente e corpo
em sintonia Por Cris Marques
Fotos: Rafael Almeida e banco de imagens
Priscila e Andréa
Na busca por autoconhecimento, equilíbrio emocional, cura de enfermidades, mudanças, superação ou uma melhora na vida pessoal ou profissional, lançar mão de técnicas que aliem mente e corpo e busquem reequilíbrio entre eles é essencial.
De volta ao natural
De acordo com Priscila Silvestrelli, doutora em acupuntura, pós-graduada em homeopatia e naturóloga, acupunturista e homeopata no Espaço Althernativa – Equilíbrio e Bem-estar, empresa desde 2012 na cidade, a naturologia é a ciência que estuda, dentro das terapias naturais, métodos modernos e tradicionais de cuidado, manutenção e recuperação da saúde, na tentativa de promover o bem-estar, a qualidade de vida e equilíbrio entre o ser humano e o meio em que vive. “Ela engloba diversas coisas, como fitoterapia, aromaterapia, arte integrativa, hidroterapia, cromoterapia, auriculoterapia, massoterapia, meditação, iridologia *Matéria publicada na RG 110
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e outros e é indicada para qualquer tipo de mal-estar, doença ou sofrimento”. Por utilizar ferramentas terapêuticas sutis, que trabalham não só os sintomas, mas suas causas, o tratamento pode trazer muitos benefícios. “Ele permite uma sintonia entre os corpos mental, emocional, etérico e físico; desta forma, o naturólogo é capaz de detectar em qual deles se originou a doença, e, assim, trabalhar de maneira não invasiva e natural, para que o indivíduo aumente sua imunidade e qualidade de vida, contribuindo para um processo de cura fluido, não só no plano físico, mas em todos os níveis”.
Para ficar zen
Andréa Ferraz de Campos, naturóloga, especialista em medicina tradicional chinesa e acupuntura, também atua em diversas frentes no Espaço Althernativa, inclusive ministrando sessões de meditação, que podem ser individuais ou em grupo. “Meditar
é chegar ao mais simples de tudo, o não pensar, não elaborar, não estar, apenas ser. Por esse motivo, torna-se difícil que as pessoas compreendam o processo, pois o ser humano quer uma explicação para tudo”, explica. Para ela, esse exercício espiritual é altamente indicado para pessoas que têm alto nível de estresse, ansiedade, sobrecarga física ou emocional, além de crianças, acima de 5 anos. “A meditação é o melhor ansiolítico que existe e isso já foi comprovado por vários estudos; ela ajuda em vários sistemas do nosso corpo, fazendo com que tenhamos mais tranquilidade, clareza mental e melhora no raciocínio, foco e concentração. Isso sem contar que aguça a memória e a criatividade, melhora a homeostase, fazendo com que tenhamos mais energia e tranquilidade para resolver problemas de qualquer ordem, e ainda facilita o sono. Enfim, permite que vejamos a realidade como ela é, contribuindo para o resgate do eu”.
Bem-estar infantil Quando o assunto é qualidade de vida e bem-estar, os pequenos também têm vez. É o caso da shantala, uma massagem aplicada em bebês, a partir de 1 mês, até crianças, por volta dos 10 anos. Fundadora do Espaço Ki, clínica e escola que atua com terapias complementares há 24 anos, ao lado do professor e terapeuta Davi Palma, Beatriz Azevedo (foto), neuropsicóloga, psicóloga especializada em psicossomática, ludoterapia (atendimento infantil) e técnicas de relaxamento e professora do curso de formação em massoterapia, conta que não existem registros exatos sobre o surgimento da técnica, mas ela foi descoberta pelo médico francês Frédérick Leboyer, em uma viagem ao Sul da Índia e, tradicionalmente, era passada de mãe para filha. “A shantala, com seus movimentos leves, harmônicos e delicados, pode melhorar o vínculo dos pais com o filho, além de aliviar cólicas, melhorar o sistema imunológico e
a qualidade do sono, auxiliar no desenvolvimento e devolver equilíbrio ao menor, principalmente aos mais agitados e seus responsáveis, que se sentem mais seguros e tranquilos. Normalmente, na sessão, o tutor fica junto, para que aprenda e possa dar continuidade em casa”, afirma a profissional, que garante que a aplicação também pode ser feita por cuidadores, professoras de maternal e avós.
Energia que cura
Sem efeitos colaterais ou contraindicações e reconhecido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como prática terapêutica complementar, o reiki é outro tratamento alternativo bastante procurado por seus resultados, que trazem equilíbrio e serenidade. Na língua japonesa, Rei significa universo e Ki, energia vital; logo, o conjunto remete à energia do Universo, presente em todos os seres vivos. “Nas sessões, que duram em média de 50 a 60 minutos, o paciente fica, geralmente, deitado sobre uma maca e o terapeuta permanece próximo a ele, impondo suas mãos em posições específicas, em várias partes do corpo, funcionando como um canal de passagem de fluxo vital. Essa terapia energética natural atua em todos os níveis do ser, físico, mental, emocional e energético, e entre seus efeitos, resgata a alegria, a autoconfiança e a coragem, clareia a mente e as emoções e auxilia também no tratamento de males físicos, como problemas no fígado, falta de apetite, compulsividade e problemas respiratórios”, detalha Clelma Cristina Silva (foto), mestre em reiki tradicional e xamânico e terapeuta holística e floral, que também atua no Espaço Ki.
Equilíbrio por meio dos pés Receber uma massagem nos pés pode ser algo muito prazeroso e, por meio da reflexologia, até mesmo curar questões emocionais, traumas e problemas de saúde. De acordo com Davi Palma (foto), professor, terapeuta e um dos proprietários do Espaço Ki, essa é a ciência que utiliza o estímulo das áreas que agem em função do nosso sistema nervoso, chamadas de zonas reflexas do corpo, para ajudar a combater problemas físicos e emocionais. “Nossos pés funcionam como um mapa e quando algo não vai bem ou algum órgão está debilitado, a sua terminação podal correspondente entra numa espécie de curto circuito. Quando realizamos a técnica, dissolvemos o coágulo sanguíneo formado ali, para que a comunicação nervosa volte ao normal”. Para o tratamento, primeiro é feito um reflexodiagnóstico, onde,
por meio da pressão nos pontos e observação do órgão, é possível avaliar quais os problemas que a pessoa tem. “Os efeitos que temos no corpo são bem simples de entender: cada ponto trabalhado corresponde ao seu órgão. Já nas questões emocionais, buscamos informações na medicina chinesa e nas questões psicossomáticas. Assim, o ponto relacionado aos rins e bexiga reflete os nossos medos e estômago e pâncreas, as nossas preocupações e ansiedades”.
CAPA
A prática da acupuntura Para Adriana Pegoraro, acupunturista, quriropraxista e instrutora de Pilates, no Espaço Holístico Mister Merlin, que atua há 20 anos com terapias que ajudam o desenvolvimento do ser humano, a acupuntura visa a tratar o indivíduo como um todo, analisando todos os fatores: físicos e emocionais. “Por ter uma linguagem específica, a técnica ficou por muito tempo restrita ao Oriente. Porém, sua eficácia levou a OMS (Organização Mundial de Saúde) a listar enfermidades que podem ser tratadas com ela e, recentemente, ela também foi
reconhecida e utilizada na área da saúde”. Ela pontua que a modalidade terapêutica é eficiente não só quando se está doente, mas também de forma preventiva “A acupuntura traz benefícios em todos os sentidos. O importante é que a pessoa abra sua mente e deixe o processo acontecer. Também pode ser utilizada concomitantemente com outro tratamento, o que acelera o processo de reequilíbrio. Além disso, a aplicação é totalmente suportável e a sensação de bem-estar logo após a retirada das agulhas compensa qualquer temor”.
Filosofia de vida O ioga foi codificado por Patanjali há mais de 2015 anos e, segundo o próprio, tem como objetivo parar as flutuações mentais, diminuir o fluxo mental rumo à libertação e chegar a um estado de meditação extremamente profunda. “É indicado para pessoas ansiosas, estressadas, com dores, por recomendação médica, ou para quem busca autoconhecimento e relaxamento. Não é meramente um exercício físico, nem mesmo uma religião. É uma filosofia de vida, uma viagem ao nosso interior, transformando
e equilibrando corpo, mente emoções e espírito”, garante Patricia Galhardo (foto), instrutora da modalidade no Mister Merlin. De acordo com ela, as asanas (posturas utilizadas no método) beneficiam particularmente a coluna, o sistema digestivo e respiratório, além de alongar todas as partes do corpo e relaxar os músculos. “A prática regular aumenta a sensação de bem-estar, combate o estresse, reduz a pressão arterial e sanguínea e auxilia no controle da ansiedade, depressão e insônia”.
O bem dos florais “Estar em harmonia emocional traz ótimos resultados na saúde física e mental”, é o que afirma Márcia Feroldi Baakilini (foto), farmacêutica e proprietária da Farmácia Violeta, especializada em manipulação com mais de 20 anos e que atua com florais. “O floral é uma preparação à base de essências de flores; na maioria das vezes, utilizado para equilibrar os três corpos: físico-mental-emocional. Nossas emoções, quando estão em desequilíbrio, são capazes de gerar problemas fisiológicos, como dores, gastrites e outros. Compreendendo essa dinâmica, vemos que apenas cuidando do conjunto é que se alcança o verdadeiro bem-estar”, Ingerida via oral, 10 gotas duas vezes ao dia, ou a critério do terapeuta, cada essência age de forma específica, alterando o astral desequilibrado pela depressão, tristeza, 22
Espaço Althernativa – Equilíbrio e Bem-estar Rua Arturo Fogoso Nieves, 123, Jardim Gumercindo (Centro) Tel.: 2409-4905 www.espacoalthernativa.com.br Espaço Ki – Qualidade de Vida e Prevenção Rua Dr Jose Mauricio de Oliveira, 152, Gopoúva Tel.: 2408-2078 www.espacoki.com.br
indecisão, medo, raiva, mágoa, ou qualquer outro sentimento negativo. “Para acalmar, dormir bem, podemos indicar chamomille (Califórnia), lavender (Califórnia), agrimony (Bach) e outros; já para resgate do eu e autoestima, buttercup (Califórnia), larch (Bach), mariposa lily (Califórnia), entre outros”, finaliza.
Farmácia Violeta Rua Treze de Maio, 58, vila Galvão Tel.: 2453-6666 www.farmaciavioleta.com.br Mister Merlin Espaço Holístico Avenida João Bernardo de Medeiros, 631, Jardim Bom Clima Tel.: 2440-2126 / 2408-6607 www.mistermerlin.com.br
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Dormindo acordado Por Cris Marques
Fotos: arquivo pessoal e banco de imagens
Depois de um dia atarefado de estudo ou trabalho, afazeres e atividades, nem sempre é fácil “desligar-se” ao deitar na cama, e essa energia toda pode acabar atrapalhando a noite de repouso, ainda mais para quem “resolve” caminhar por aí. Rosa Hasan, neurologista e assistente do Laboratório do Sono do IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, explica que o sonambulismo é um transtorno do sono no qual a pessoa não está nem acordada, nem dormindo, ficando no que os médicos chamam de estado dissociado, com suas funções motoras funcionando normalmente, mas sem a consciência da vigília, como se estivesse em piloto-automático. Ela também esclarece que o distúrbio é facilmente confundido com o despertar confusional, no qual é possível olhar para os lados e até sentar, mas não andar como um sonâmbulo, o que não exime as chances do indivíduo ter as duas coisas. “Os episódios de sonambulismo ocorrem por determinação genética ou fatores precipitantes, como privação do sono, doenças, nervoso, estresse e crises de ansiedade. Duram, normalmente, de segundos a poucos minutos e são mais comuns em crianças e adolescentes que ainda não 20 publicada na RG 112 *Matéria
têm uma rotina de sono totalmente estabelecida”, elucida a neurologista. Segundo Rosa Hasan, não existem níveis diferentes de sonambulismo e sim pacientes que fazem coisas mais complexas do que outros; alguns lembram parcialmente do que aconteceu. “Nessa situação, a pessoa, que fica de olho aberto e anda normalmente, pode apenas dar uma vagada e voltar para o quarto ou tomar banho, trocar de roupa, preparar um prato na cozinha, comer e abrir a porta, além de sair de casa. Ela não está exatamente adormecida e conhece o ambiente; então, são muitas as possibilidades”.
Acordar um sonâmbulo, pode?
Diferente do propagado pela ficção, acordar um sonâmbulo não é necessariamente perigoso e muito menos vai levá-lo à morte. O que acontece é que é difícil conseguir tirar alguém desse estado e ele ainda pode assustar-se, reagindo com um empurrão, por exemplo. Para a profissional, o ideal é conduzir o sonâmbulo da forma mais gentil possível de volta para a cama.
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Pra ver a banda passar
Maria de Lourdes Preto, 46 anos, servidora pública na Prefeitura de Nova Europa, no interior de São Paulo, tinha diversas noites confusas e agitadas e sempre precisava ser acordada pelo marido, que a ouvia gritar. “Isso foi há muito tempo, em 1994. Normalmente, eram só os pesadelos, mas tive duas crises mais intensas na época. Em uma delas, cheguei a sair de casa e ir para a calçada ver uma banda passar; quando dei por mim, estava no meio da rua, sozinha, às três da madrugada. Já na outra, acordei pela manhã e percebi que estava vestida de forma diferente: era a fronha do meu travesseiro, que eu tinha cortado em forma de regata com uma tesoura”. Ela conta que, depois desses episódios, passou a ter muito medo, pois tinha dois filhos pequenos em casa. “Comecei a imaginar se, dormindo, poderia fazer algum mal a eles. Então, dormia amarrada ao meu marido: pegava um barbante bem grosso e passava no meu tornozelo e no dele; assim, se eu tentasse levantar, ele poderia me acordar”. De família religiosa, ela contou aos pais o que acontecia e foi instruída por eles a parar de assistir a filmes de terror, hábito recorrente, e a fazer uma oração antes de dormir. “Coincidentemente ou não, depois disso nunca mais tive nenhum episódio”.
No limite entre sonho e realidade
Victor Samuel de Oliveira Silva, 22 anos, analista de desenvolvimento, tem sonambulismo desde seus 12 anos e, conversando com sua mãe, descobriu que ela também teve alguns episódios quando jovem, nos quais falou e andou “dormindo”. “Nas crises mais simples, só falo algo sem sentido, mas se começarem a conversar comigo, eu respondo. Também tem situações em que saio da cama e vago pela casa. Certa vez, em um acampamento, contaram que fiquei em pé encarando a porta do chalé. Lembro-me da visão da porta e de me mandarem para a cama. No dia seguinte, evitei perguntas”. Ele conta que existe até uma suspeita de que tenha saído de casa, pois, lúcido, durante o dia e sem motivo algum, procurou e achou um remédio que não havia sido comprado ou trazido por nenhum dos outros moradores do local, que, desde então, passaram a esconder a chave da porta. “Nas situações mais surreais, fico entre a realidade e o que minha mente está projetando. Comumente, começo a ver um buraco na cama cheio de vermes e bichos rastejantes e preciso sair o mais rápido possível. Isso já foi perigoso quando dormia na parte de cima do beliche: por duas vezes me joguei de lá, sem controle nenhum. O mais engraçado é que não senti nenhuma dor na hora e nem o choque me tirou do transe. Demorei uns 15, 30 minutos para perceber o que era real e o que não era”.
Tratamento De acordo com a neurologista Rosa Hasan, quando as pessoas não sabem explicar um fenômeno é muito comum acharem que é algo espiritual ou religioso, mas o sonambulismo é um transtorno já conhecido e bastante estudado. “Esse distúrbio não é perigoso para a saúde, de uma forma geral, nem traz maiores riscos. É só mesmo o problema de o paciente cair e se machucar, morar em um local com escadas ou sacada, o que pode ser potencialmente perigoso, ou ainda sair de casa e sofrer algum tipo de acidente. Mesmo assim, o ideal
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é procurar ajuda profissional até para fazer um diagnóstico correto”. Para o tratamento inicial, além de uma análise comportamental, é indicada a proteção do ambiente do sono, mantendo o indivíduo em um quarto seguro, com janelas e portas trancadas, e sem coisas pelo caminho que possam levar a quedas. Depois, é preciso evitar fatores precipitantes, como privação de sono e estresse. Se mesmo assim os episódios continuarem preocupantes, o médico pode entrar com medicação, o que pode melhorar e diminuir as crises.
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Ai, que frio!
Por Cris Marques
Fotos: divulgação e banco de imagens
O Inverno chegou e logo as mudanças que ele traz começam a ser sentidas, literalmente, na pele. O corpo pede mais roupa, os banhos têm que ser mais quentes, o apetite aumenta e começa a maratona das doenças respiratórias. Parece ruim, mas o período não tem que ser, necessariamente, uma tortura. “Há um mito de que o sistema imunológico sofre mais no frio; porém, na verdade, os organismos saudáveis não passam por deficiência. O que acontece é que ficamos mais confinados, o que aumenta as chances de contágio”, explica Ana Paula Beltran Moschione Castro, doutora e mestre em pediatria, parceira em soluções de diagnósticos para alergia da Thermo Fisher Scientific, médica assistente da Unidade de Alergia e Imunologia do Instituto da Criança, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora da da Regional São Paulo da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia.
Aberta a temporada do espirro No frio, algumas doenças, como a gripe e os resfriados, são mais comuns por conta da sazonalidade de alguns vírus. Sem contar as alergias respiratórias, que costumam piorar nesta época do ano. “A convivência em ambientes fechados, bem como a umidade e formação de bolor, causados pela ausência de iluminação solar adequada, e o uso de cobertores e roupas guardadas há muito tempo, que impulsio-
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nam a prol i fe ra ç ã o de ácaros, acabam irritando as vias respiratórias, resultando em quadros como sinusite e rinite”, afirma a médica, que lembra que esses problemas demandam cuidados especiais e necessitam de atendimento médico.
Dia cinza e humor também?
A ausência de luz causada pelo Inverno pode interferir no temperamento das pessoas. Há pesquisas que apontam que os países com baixa iluminação apresentam grandes taxas de enfermidades, como a depressão. Os fatores genéticos também devem ser levados em conta, mas é fato que a ausência de luz pode diminuir o ânimo das pessoas.
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Super-Imunidade Segundo Ana Paula, uma alimentação equilibrada e com ingredientes naturais, composta por nutrientes como zinco, ferro e vitamina D, equilibra o organismo e ajuda a evitar os já corriqueiros problemas da estação. Mas, para quem está preocupado com a balança, ela deixa um alerta. “Apesar de ser necessário um maior gasto energético para o corpo adequar-se às temperaturas mais baixas, o que explica a sensação do aumento da fome, potencializar a imunidade não é sinônimo de comer muito. O corpo reage bem ao equilibro de proteínas e gorduras”. Apostar em sopas e caldos pode ser uma boa pedida, pois o alimento aquece o corpo e, quando preparado com ingredientes saudáveis, proporciona todas as vitaminas e minerais necessários, com baixo teor calórico.
Atenção aos pequenos Thiago Gara, chefe da pediatria do Hospital e Maternidade São Luiz, unidade Anália Franco, pontua que não é verdade que as crianças sofram mais com o frio do que os adultos. Na verdade, o que acontece é que as novas gerações estão cada vez mais alérgicas. “Não existe um motivo muito formal, mas isso ocorre por causa da poluição, da mudança da temperatura mundial, a grande quantidade de medicamentos existentes hoje e, principalmente, a questão alimentar, com a ingestão de sintéticos, processados, transgênicos e corantes”. Para garantir um Inverno saudável, ele indica alguns cuidados: passar pano úmido no chão da casa para evitar o acúmulo de poeira, comum
nesta época mais seca do ano; tomar cuidado com o uso constante de ar quente ou aquecedores, que costumam ressecar ainda mais o ar; hidratar sempre, inclusive as vias aéreas, lançando mão de inalações feitas com soro fisiológico; evitar expor o pequeno a mudanças bruscas de temperatura e, durante a noite, colocar um pijama quentinho e deixar o quarto com uma temperatura mais amena. “A criança tem um pouquinho mais de frio do que a gente, mas não é nada exagerado. Então dá para usar o adulto como parâmetro e colocar 30/40% mais de roupa nela; mas nada além disso”.
Sorvete é vilão?
De acordo com o profissional, não é bem assim. “A única coisa que consumir algo gelado faz de diferente no organismo, assim como o próprio frio, é diminuir um pouco o movimento ciliar, um mecanismo de defesa do aparelho respiratório que, por meio da própria mucosa, ajuda a movimentar o catarro, numa espécie de expectoração natural. Não precisa proibir de vez o sorvete, por exemplo. É lógico que o ideal é diminuir um pouquinho esse consumo, até pela questão do conforto, mas não precisa ser radical”, finaliza Thiago.