A M達e e o Yoga Integral
Cartas de Sri Aurobindo
A Mãe e o Yoga Integral
Cartas de Sri Aurobindo Tradução: Carlos Henrique de Andrade
1ª Edição Eletrônica Junho de 2012
Tradução do livro The Mother and The Integral Yoga Letters of Sri Aurobindo © Sri Aurobindo Ashram Trust 2002 Pondicherry, India
Nota do Editor desta Edição Eletrônica Esta versão eletrônica faz parte de um trabalho de coleta, editoração e publicação na Internet da maior parte possível dos livros e textos de Sri Aurobindo e da Mãe traduzidos para o português até a presente data. O objetivo deste trabalho é o de divulgar e disponibilizar os ensinamentos destes grandes mestres do Yoga à qualquer pessoa interessada, colocando-os nas estantes virtuais da maior biblioteca que a humanidade já criou. Temos também a esperança de que, desta forma, muitas pessoas que ainda não conhecem estes ensinamentos venham a descobri-los e talvez utilizá-los em suas vidas, assim contribuindo com a aceleração da evolução da Consciência em nosso mundo. Agradecemos especialmente aos tradutores destas obras pelo seu grande trabalho e sua dedicação, e também a seus herdeiros e ao Sri Aurobindo Ashram, por permitirem que estes textos sejam publicados e distribuídos livremente no formato pdf. Brasil, junho de 2012
Nota do Editor da Edição Impressa (Editora Shakti): Esta compilação das cartas de Sri Aurobindo trata principalmente do papel da Mãe Divina na prática do Yoga Integral. Sri Aurobindo explica quem é a Mãe e como podemos nos abrir à sua ajuda. Ele escreveu a maioria das cartas na década de 1930 aos discípulos que viviam em seu Ashram, em Pondicherry. Ao falar da “Mãe” nestas cartas, Sri Aurobindo está frequentemente se referindo à sua colaboradora espiritual, a Mãe, a quem ele considerava como uma encarnação da Mãe Divina. Quando o Ashram de Sri Aurobindo foi criado em 1926, ele a encarregou dos discípulos que haviam se juntado ao seu redor; ela foi a responsável pelo Ashram por quase cinquenta anos. Os capítulos da compilação consistem inteiramente de cartas, exceto a abertura de cada um deles que contém uma passagem de Savitri, o épico de Sri Aurobindo. A introdução consiste de quatro passagens de seu ensaio sobre os quatro Poderes da Mãe.
ÍNDICE INTRODUÇÃO - QUEM É A MÃE? .............................................................. 10 OS TRÊS MODOS DE SER DA MÃE ....................................................... 11 A MÃE TRANSCENDENTE .................................................................... 11 A MÃE UNIVERSAL .............................................................................. 12 A MÃE INDIVIDUAL ............................................................................. 12 1. A MÃE ENCARNADA ........................................................................... 13 “A NOSSA MÃE” ................................................................................. 14 RECONHECENDO A MÃE COMO DIVINA ............................................. 16 A MÃE E SRI AUROBINDO ................................................................... 17 2. A LUZ DA MÃE .................................................................................... 21 A LUZ DA MÃE .................................................................................... 21 3. A PRESENÇA DA MÃE ......................................................................... 23 A PRESENÇA DA MÃE ......................................................................... 24 A PRESENÇA CONSTANTE ................................................................... 26 A OCULTAÇÃO DA PRESENÇA ............................................................. 26 “ELA ESTÁ, NA VERDADE, SEMPRE PRESENTE” ................................... 27 4. A FORÇA DA MÃE ............................................................................... 29 O QUE É A FORÇA DA MÃE? ............................................................... 30 O TRABALHO DA FORÇA ..................................................................... 30 SENTINDO A FORÇA ............................................................................ 31 ASSIMILAÇÃO DA FORÇA .................................................................... 32 PUXANDO A FORÇA DA MÃE .............................................................. 33 CONFIE NA FORÇA DA MÃE ................................................................ 33 5. ABRINDO-SE À MÃE ............................................................................ 35 O SEGREDO CENTRAL ......................................................................... 36 O QUE É ABERTURA? .......................................................................... 37 ABRA-SE À INFLUÊNCIA ...................................................................... 38
6. A AUTO-ENTREGA À MÃE ................................................................... 40 O QUE É A AUTO-ENTREGA ................................................................ 41 AUTO-ENTREGA E EGO ....................................................................... 42 AUTO-ENTREGA E ESFORÇO PESSOAL ................................................ 44 7. A VERDADEIRA RELAÇÃO COM A MÃE ............................................... 46 A RELAÇÃO PSÍQUICA ......................................................................... 47 AMOR E DEVOÇÃO À MÃE .................................................................. 48 O AMOR DA MÃE ............................................................................... 52 8. O TRABALHO PARA A MÃE ................................................................. 55 SADHANA ATRAVÉS DO TRABALHO .................................................... 55 A OFERENDA E A ASPIRAÇÃO NO TRABALHO ..................................... 58 A ATITUDE CORRETA NO TRABALHO .................................................. 59 FORÇA E CAPACIDADE NO TRABALHO ................................................ 61 TRABALHO E MEDITAÇÃO .................................................................. 63 9. O AUXÍLIO DA MÃE ............................................................................. 66 CAPACIDADE PESSOAL E PROGRESSO ................................................. 67 DESENCORAJAMENTO, DESÂNIMO, DEPRESSÃO ................................ 68 OBSTÁCULOS, ERROS E QUEDAS ........................................................ 69 CONSINTA EM MUDAR ....................................................................... 70 ABRA-SE E CHAME A MÃE .................................................................. 71 10. VOLTE-SE APENAS PARA A MÃE ......................................................... 74 APRENDA A VIVER INTERIORMENTE ................................................... 75 DEIXE TUDO NAS MÃOS DA MÃE ....................................................... 76 11. A MÃE, O SI E A ALMA ........................................................................ 78 A MÃE DIVINA .................................................................................... 79 A MÃE E O SI....................................................................................... 80 A MÃE E A ALMA ................................................................................ 82 12. TRADUÇÕES DE CARTAS EM BENGALI ................................................ 83 SADHANA ........................................................................................... 84 A CONSCIÊNCIA DA MÃE .................................................................... 84
A LUZ DA MÃE .................................................................................... 85 DEFEITOS E DIFICULDADES ................................................................. 86 O RELACIONAMENTO COM A MÃE ..................................................... 88 GLOSSÁRIO DE TERMOS EM SÂNSCRITO E OUTROS ................................. 89 REFERÊNCIAS DOS TEXTOS NO LIVRO ....................................................... 95 ESBOÇO DA VIDA DA MÃE ........................................................................ 96 ESBOÇO DA VIDA DE SRI AUROBINDO ...................................................... 98 ENDEREÇOS PARA OBTENÇÃO DE INFORMAÇÕES .................................. 100
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A existência não mais parecia uma queda sem sentido, A extinção já não era a única libertação. A Palavra oculta foi descoberta, a chave há tanto buscada, Foi revelado o sentido do nascimento de nosso espírito, Condenado a um corpo e a uma mente imperfeitos, Em meio à inconsciência das coisas materiais E à indignidade da vida mortal. Nos vastos espaços abertos um Coração foi sentido, Um Amor ardente provindo de alvas fontes espirituais Aboliu a tristeza das profundezas ignorantes; O sofrimento se perdeu em Seu sorriso imortal. Savitri III.2
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INTRODUÇÃO - QUEM É A MÃE?
Ela se encontra à frente do nascimento, do labor e do destino, Em sua lenta rotação, os ciclos se voltam para o Seu chamado, Somente Suas mãos podem mudar o drangontino fundamento do Tempo. A Ela pertence o mistério que a Noite esconde; A alquímica energia do espírito dela procede; Ela é a ponte dourada, o fogo maravilhoso. O luminoso coração do Desconhecido é Ela, Um poder de silêncio nas profundezas de Deus; Ela é a Força, a Palavra inevitável, O ímã de nossa dificultosa ascensão, O Sol com que acendemos todos os nossos sóis, A Luz que se inclina das não realizadas vastidões, A alegria que nos chama desde o impossível, O Poder de tudo o que ainda não se manifestou. Toda a Natureza invoca em silêncio unicamente a Ela Para curar com Seus pés a lancinante pulsação da vida, Para romper os selos da obscurecida alma do homem E atear Sua chama no cerrado coração das coisas. Savitri, III.2
Os Três Modos de Ser da Mãe
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Os Três Modos de Ser da Mãe Aquela a quem adoramos como a Mãe, é a divina Força Consciente que domina toda a existência: única, ela é ao mesmo tempo tão múltipla que é impossível seguir seu movimento, mesmo para a mente mais veloz e a inteligência mais livre e mais vasta. A Mãe é a Consciência e a Força do Supremo, e está muito acima de todas as suas criações. Mas algo de seus caminhos pode ser visto e sentido através de suas encarnações e através do temperamento e da ação mais palpáveis — porque mais definidos e limitados — das formas das Deusas nas quais ela consente em se manifestar às suas criaturas. Há três modos de ser da Mãe dos quais você pode se tornar consciente quando entra em relação de unicidade com a Força consciente que nos sustenta e sustenta o universo. Transcendente, a suprema Shakti original, ela está acima dos mundos e liga a criação ao mistério sempre não-manifestado do Supremo. Universal, a Mahashakti cósmica, ela cria todos estes seres e contém, penetra, sustenta e conduz todos estes milhões de processos e forças. Individual, ela encarna o poder desses dois modos mais vastos de sua existência, torna-os vivos e próximos a nós, e media entre a personalidade humana e a Natureza divina. A Mãe Transcendente A Shakti única, original e transcendente, a Mãe está acima de todos os mundos e conduz em sua consciência eterna o Divino Supremo. Sozinha, ela abriga o Poder absoluto e a Presença inefável; contendo ou invocando as Verdades que devem ser manifestadas, ela as faz descer do Mistério, no qual estavam ocultas, para a luz de sua consciência infinita, dá-lhes uma forma de força em seu poder onipotente e sua vida ilimitada, e um corpo no universo. O Supremo se acha eternamente manifestado nela como o perene Sachchidananda, e se manifesta através dela nos mundos como a consciência una e dual de Ishwara-Shakti e o princípio dual de Purusha-Prakriti, corporificado por ela nos Mundos, nos Planos, nos Deuses e suas Energias e, graças a ela, configurado como tudo o que existe nos mundos conhecidos e em outros desconhecidos. Tudo é seu jogo com o Supremo; tudo é sua manifestação dos mistérios do Eterno, dos milagres do Infinito. Tudo é ela, porque todos são parcela e porção da Força Consciente divina. Nada pode existir aqui ou em qualquer outro lugar a não ser o que ela decide e o Supremo sanciona; nada pode tomar forma exceto o que ela, movida pelo Supremo, vê e forma após lançar em estado semente em sua Ananda criadora.
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Introdução - Quem é a Mãe? A Mãe Universal
A Mahashakti, a Mãe universal, torna realidade tudo o que é transmitido do Supremo por meio de sua consciência transcendente e penetra nos mundos que ela criou; sua presença preenche-os e sustenta-os com o espírito divino, a força e o deleite divinos e todo-sustentadores, sem os quais eles não poderiam existir. Aquilo que chamamos Natureza ou Prakriti é somente seu aspecto executivo mais exterior; ela conduz e organiza a harmonia de suas forças e processos, impulsiona as operações da Natureza e se move entre elas, secreta ou manifesta, em tudo o que pode ser visto, experimentado ou posto em movimento de vida. Cada um dos mundos não é mais que um jogo da Mahashakti daquele sistema de mundos ou universo, a qual está presente ali como a Alma e a Personalidade cósmicas da Mãe transcendente. Cada mundo é algo que ela contemplou em sua visão, acolheu em seu coração de beleza e poder, e criou em sua Ananda. A Mãe Individual A Mãe não só governa tudo de cima, mas ela desce para dentro deste triplo universo inferior. Impessoalmente, todas as coisas aqui, mesmo os movimentos da Ignorância, são ela própria em poder velado e suas criações em substância reduzida, sua Natureza-corpo e sua Natureza-força, e elas existem porque, movida pelo misterioso decreto do Supremo para tornar realidade algo que estava presente nas possibilidades do Infinito, ela consentiu no grande sacrifício e trajou, como uma máscara, a alma e as formas da Ignorância. Mas, pessoalmente, ela também concordou em manifestar-se aqui, na Escuridão, a fim de poder conduzi-la à Luz; na Falsidade e no Erro, a fim de poder convertê-los em Verdade; na Morte, para poder transformá-la em Vida divina; na dor do mundo e sua obstinada tristeza e sofrimento a fim de poder eliminá-los no êxtase transformador de sua sublime Ananda. Em seu profundo e grande amor por seus filhos, ela consentiu em vestir o manto dessa obscuridade, condescendeu em suportar os ataques e influências torturantes dos poderes da Escuridão e da Falsidade, sujeitou-se a passar pelos portais do nascimento, que constitui uma morte, tomou sobre si as angústias, tristezas e sofrimentos da criação, porque parecia que somente assim esta poderia ser elevada em direção à Luz, à Alegria, à Verdade e à Vida eterna. Este é o grande sacrifício, às vezes denominado o sacrifício do Purusha, mas muito mais profundamente o holocausto da Prakriti, o sacrifício da Mãe Divina.
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1. A MÃE ENCARNADA
“Ó poderoso precursor, eu ouvi o teu apelo. Um ser descerá e romperá a Lei de Ferro, E com o solitário poder do espírito mudará o destino da Natureza. Uma Mente ilimitada, que pode conter o mundo, virá, Um doce e violento coração de ardentes serenidades, Movido pelas paixões dos deuses. Nela, todos os poderes e grandezas se unirão; A Beleza caminhará divinamente sobre a terra, O Deleite repousará na malha de nuvens de Seus cabelos, E, em Seu corpo, como que em sua árvore de refúgio, O Amor imortal baterá suas gloriosas asas. A música de tudo o que é venturoso tecerá Seu encanto; As harpas dos Perfeitos harmonizarão Sua voz, Os rios do Céu serão o murmúrio de Seu riso, Seus lábios serão os favos de mel de Deus, Seus membros, os cântaros dourados de Seu êxtase, Seus seios, as flores extáticas do Paraíso. Em Seu silencioso coração Ela conduzirá a Sabedoria, Com Ela, como a espada de um conquistador, estará o Poder, E de Seus olhos a beatitude do Eterno contemplará.” Savitri, III.4
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A Mãe Encarnada “A Nossa Mãe” Você se refere à Mãe (a nossa Mãe) em seu livro “A Mãe”? (Sri Aurobindo): Sim.
Não é ela a Mãe Divina “Individual” que incorporou “o poder desses dois poderes mais vastos de sua existência” – Transcendente e Universal? Sim. Ela desceu à terra (entre nós), em meio às Trevas, à Falsidade, ao Erro e à Morte por causa de seu grande e profundo amor por nós? Sim. Há muitos que sustentam a opinião de que ela era humana, mas agora incorpora a Mãe Divina e suas “Preces”, dizem eles, explicam este ponto de vista. Porém, para minha concepção mental, para meu sentimento psíquico, ela é a Mãe Divina que consentiu em colocar sobre si um manto de obscuridade, sofrimento e ignorância a fim de que possa conduzir-nos efetivamente – a nós seres humanos – para o Conhecimento, a Felicidade e a Ananda, bem como ao Senhor Supremo. O Divino Se reveste de uma aparência de humanidade, assume a natureza humana externa, de modo a trilhar o caminho e mostrá-lo aos seres humanos, mas não deixa de ser o Divino. É uma manifestação o que ocorre, a manifestação de uma crescente consciência divina, não de uma consciência humana tornando-se divina. A Mãe estava interiormente acima do nível humano mesmo em sua infância, portanto o ponto de vista sustentado por “muitos” é errôneo. 17 de Agosto de 1938 * Existe uma única Força divina que age no universo e no ser individual, a qual está também além do indivíduo e do universo. A Mãe representa tudo isto, mas ela está trabalhando aqui, no corpo, para trazer para a terra algo que ainda não foi expresso neste mundo material, a fim de transformar a vida aqui – é desta maneira que você deve considerá-la, como a Shakti Divina trabalhando aqui para este propósito. Ela é isto no corpo, mas em sua consciência total ela está também identificada com todos os outros aspectos do Divino. 1933
“A Nossa Mãe”
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* O que você diria sobre a utilidade da aproximação física da Mãe? Há a utilidade da proximidade física da Mãe – a aproximação da mente e do vital corporificados de seu Poder encarnado. Em sua ação universal a Mãe age de acordo com a lei das coisas – em sua ação física encarnada se acha a oportunidade de uma Graça constante – é para isto que a encarnação acontece. 12 de Agosto de 1933 * Por que a Mãe atua, em sua ação universal, de acordo com a lei das coisas, mas em seu corpo físico por meio da Graça constante? O trabalho do Poder Cósmico é manter o cosmo e a lei universal. A transformação superior procede do Transcendente, que se acha acima do universal, e é para colocar esta Graça transcendente em ação que ocorre a encarnação da Mãe. 13 de Agosto de 1933 * Estou certo em pensar que a Mãe, como um ser individual, encarna todos os Poderes Divinos e manifesta cada vez mais a Graça no plano físico, e que sua encarnação é uma oportunidade para que toda a consciência física possa mudar e ser transformada? Sim. Sua encarnação é uma oportunidade para a consciência da Terra receber em si o Supramental e passar pela primeira transformação necessária para que isto seja possível. Mais tarde, haverá uma transformação ulterior por meio do Supramental, mas a consciência da Terra não será de todo supramentalizada – haverá primeiramente uma nova raça representando a Supramente, assim como o homem representa a mente. 13 de Agosto de 1933 *
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A Mãe Encarnada
Há alguma diferença entre a manifestação da Mãe e a descida do Supramental? A Mãe veio para trazer o Supramental para baixo e é esta descida que torna possível aqui a plena manifestação da Mãe. 23 de Setembro de 1935 * A atitude de que eu sou o Brahman não é necessária no Yoga Integral? Ela não basta para transformar toda a natureza. Do contrário, a Mãe não precisaria estar aqui. Isto poderia ser feito simplesmente pensando em si mesmo como o Brahman. Não haveria nenhuma necessidade da presença da Mãe ou de sua Força. 27 de Dezembro de 1935 * Reconhecendo a Mãe como Divina Esta manhã eu percebi uma grande beleza na Mãe. Foi como se todo o seu corpo estivesse brilhando com uma luz sobrenatural. De fato, senti como se uma Deusa Suprema tivesse descido das alturas do céu. Por favor, explique-me isto. Você apenas percebeu a Divindade nela, a qual está sempre presente. 20 de Julho de 1933 * Muitas vezes eu percebo que antigos Sanskaras se elevam e perturbam minha fé na Mãe e em sua divindade. Como é possível evitar isto? Somente se você for capaz de ver a divindade da Mãe é que pode haver uma firme convicção – é uma questão de consciência e visão internas. 5 de Junho de 1937 *
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Como convencer a mente de que a Mãe é divina e que seus trabalhos não são humanos? Isto só pode ser feito abrindo o ser psíquico e deixando que ele governe a mente e o vital – porque o psíquico sabe e pode ver o que a mente não pode. * Há pessoas que começam logo de início, outros levam tempo. X reconheceu a Mãe como sendo divina à primeira vista e tem sido feliz desde então; outros, que figuram entre os devotos da Mãe, levaram anos para descobrir ou admitir isto, mas mesmo assim conseguiram. Há pessoas que tiveram apenas dificuldades e revoltas pelos primeiros cinco, seis, sete anos ou mais da Sadhana, e todavia o ser psíquico acabou por despertar. O tempo levado é secundário: a única coisa indispensável – cedo ou tarde, com facilidade ou dificuldade – é chegar lá. A Mãe e Sri Aurobindo A consciência da Mãe é a Consciência divina, e a Luz que dela procede é a Luz da Verdade divina, a Força que ela manifesta é a Força da Verdade divina. Quem recebe, aceita e vive na luz da Mãe, começará a ver a verdade em todos os planos, no mental, no vital e no físico. Ele rejeitará tudo o que não é divino – o que não é divino é a falsidade, a ignorância, o erro das forças das trevas; o não-divino é tudo o que é obscuro e não quer aceitar a Verdade divina e sua luz e sua força. O não-divino, portanto, é tudo o que não quer aceitar a luz e a força da Mãe. É por isso que estou sempre lhe dizendo para manter-se em contato com a Mãe e com sua luz e sua força, porque só assim você será capaz de sair dessa confusão e obscuridade, e receber a Verdade que vem do alto.... Não há nenhuma diferença entre o caminho da Mãe e o meu; nós temos e sempre tivemos o mesmo caminho, aquele que conduz à transformação supramental e à realização divina; eles são idênticos não apenas no fim, mas desde o início. A tentativa de estabelecer uma divisão e uma oposição, colocando a Mãe de um lado e eu de outro, oposto ou diferente, tem sido sempre um ardil das forças da Falsidade, quando elas querem impedir que um Sadhak alcance a Verdade. Descarte todas essas falsidades de sua mente.
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Saiba que a luz e a força da Mãe são a luz e a força da Verdade; permaneça sempre em contato com a luz e a força da Mãe, só assim você poderá crescer na Verdade divina. 10 de Setembro de 1931 * A oposição entre a consciência da Mãe e minha consciência foi uma invenção dos velhos tempos (devida principalmente a X, Y e outros daquela época), e surgiu num momento em que a Mãe era plenamente reconhecida ou aceita por alguns daqueles que aqui estavam no começo. Mesmo depois de a haverem reconhecido, eles persistiram nessa oposição sem sentido e causaram um grande dano a si mesmos e a outros. A consciência da Mãe e a minha são a mesma, a Consciência Divina única presente em ambos, porque isto é necessário para o jogo. Nada pode ser realizado sem o conhecimento e a força da Mãe, sem sua consciência – se alguém realmente sentir sua consciência, deverá perceber que eu estou presente por trás dela, e se a pessoa me sentir, é a mesma coisa com a dela. Se uma separação como esta é feita (deixo de lado as distorções que suas mentes impõem tão poderosamente a essas coisas), como pode a Verdade se estabelecer? Do ponto de vista da Verdade não há nenhuma separação. 13 de Novembro de 1934 * Você acha que a Mãe não pode lhe ser de nenhuma ajuda.... Se você não pode se beneficiar com a ajuda dela, você encontraria ainda menos beneficio com a minha. Mas, em todo caso, não tenho nenhuma intenção de alterar o arranjo que fiz para todos os discípulos sem exceção, para que eles recebam dela a luz e a força, e não diretamente de mim, e sejam guiados por ela em seu progresso espiritual. Fiz o arranjo não para qualquer propósito temporário, mas porque é o único caminho verdadeiro e efetivo – com a condição de que o discípulo esteja aberto e receba (considerando o que ela é e seu poder). * O que quer que alguém receba da Mãe, vem de mim também – não há nenhuma diferença. Assim, também, se eu dou alguma coisa, é pela Força da Mãe que isto chega ao Sadhak. 20 de Agosto de 1936
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* É a mesma coisa se escrevemos para Sri Aurobindo ou para a Mãe? Alguns dizem que vocês dois são um só, de maneira que se escrevemos para Sri Aurobindo ou para a Mãe, nós estamos abertos para a Mãe; está correto? É verdade que somos um só, mas existe também uma relação, a qual torna necessário que a pessoa esteja aberta à Mãe. * Pode acontecer que alguém que esteja aberto a Sri Aurobindo não esteja aberto à Mãe? É verdade que quem está aberto à Mãe, está aberto a Sri Aurobindo? A asserção relacionada à Mãe é verdadeira. Se alguém está aberto a Sri Aurobindo e não à Mãe, isto significa que ele não está realmente aberto a Sri Aurobindo. 1 * A Mãe estava praticando Yoga antes de conhecer ou de se encontrar com Sri Aurobindo; mas, as linhas de suas Sadhanas seguiram independentemente o mesmo curso. Quando se encontraram, eles se ajudaram mutuamente no aperfeiçoamento da Sadhana. O que se conhece como o Yoga de Sri Aurobindo é a criação conjunta de Sri Aurobindo e da Mãe; eles agora estão completamente identificados – a Sadhana no Ashram e toda organização são realizadas diretamente pela Mãe, Sri Aurobindo está por trás a sustentá-la. Todos os que vêm para cá para praticar Yoga, devem se entregar à Mãe, que sempre os auxilia e constrói sua vida espiritual. * A Mãe não é uma discípula de Sri Aurobindo. Ela possui a mesma realização e experiência que eu. A sadhana da Mãe começou quando ela era muito jovem. Quando tinha doze ou treze anos, toda noite muitos mestres vinham a ela e ensinavam-na suas diversas disciplinas espirituais. Entre eles havia uma personagem asiática de pele escura. Ao nos encontrarmos pela primeira vez, ela imediatamente me reconheceu como aquela personagem asiática a quem ela via frequentemente há muito tempo. O fato de ela vir aqui e trabalhar comigo pelo mesmo objetivo foi, por assim dizer, um desígnio divino.
1 Neste trecho e nos dois seguintes, Sri Aurobindo refere-se a si mesmo na terceira pessoa.
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A Mãe era praticante do yoga budista e do yoga do Gita antes mesmo de vir para a Índia. Seu yoga estava se movendo rumo a uma grandiosa síntese. Em consequência disso, era natural que ela viesse para cá. Ela ajudou e está ajudando a dar uma forma concreta ao meu yoga. Isto não teria sido possível sem a sua cooperação. Um dos dois grandes passos neste yoga é tomar refúgio na Mãe. 2 17 de Agosto de 1941
2 Quando perguntado sobre qual era o outro grande passo, Sri Aurobindo respondeu: “Aspiração do sadhak pela vida divina.”
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2. A LUZ DA MÃE
Ó Verbo Solar, tu elevarás a alma da terra para a Luz E realizarás a descida de Deus para a vida dos homens; A terra será minha oficina de trabalho e minha habitação, O meu jardim de vida para plantar a divina semente. Quando todo o teu trabalho no tempo humano estiver concluído, A mente da terra será uma morada de luz, A vida terrena, uma árvore crescendo em direção ao céu, O corpo da terra, um tabernáculo de Deus. Despertos da ignorância dos mortais, Os homens serão iluminados pelo raio do Eterno E pela glória de minha ascensão solar em seus pensamentos, Eles sentirão a doçura de meu Amor em seus corações E em seus atos o impulso de meu miraculoso Poder. Savitri, XI.1 A Luz da Mãe Luz é um termo geral. Luz não é conhecimento, mas a iluminação que vem de cima e liberta o ser da obscuridade e das trevas. Mas, essa Luz assume também diferentes formas tais como a luz branca da Mãe, a luz azul clara de Sri Aurobindo, a luz dourada da Verdade, a luz psíquica (cor-derosa e rosado), etc. * Quando falamos da Luz da Mãe ou de minha Luz num sentido especial, estamos falando de uma ação oculta especial – estamos nos referindo a certas luzes que vêm
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A Luz da Mãe
da Supramente. Nesta ação, a Luz da Mãe é a branca, a qual purifica, ilumina, que traz para baixo a essência e o poder integrais da Verdade e torna a transformação possível. Mas, de fato, toda luz que vem do alto, da Verdade divina mais elevada, pertence à Mãe. 10 de Setembro de 1931 * As luzes são os Poderes da Mãe – muitos em número. A luz branca é seu próprio poder característico, o da Consciência Divina em sua essência. 15 de Julho de 1934 * A luz branca é a luz da Mãe. Onde quer que ela desça ou penetre, ela traz paz, pureza, silêncio e abertura para as forças superiores. 31 de Julho de 1934 * A luz da Mãe é branca – especialmente a luz branca diamantina. 12 de Outubro de 1935 * A experiência importante é esta do raio de luz branca no coração – pois é um raio da luz da Mãe, a luz branca, e a iluminação do coração pela luz é algo de grande poder nesta Sadhana. 28 de Julho de 1937 * Ponha tudo diante da Mãe em seu coração, a fim de que sua Luz possa trabalhar nisto para o melhor.
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3. A PRESENÇA DA MÃE
Enquanto ele permanecia sobre a margem desnuda do ser, E toda a paixão e busca de sua alma Encaravam sua extinção em alguma Vastidão sem forma, A Presença pela qual anelava subitamente aproximou-se. Através do silêncio da Calma suprema, Do âmago de uma maravilhosa Transcendência, Um corpo de prodígio e translucidez – Como se um doce e místico sumário de seu ser, Evadindo-se numa Felicidade original, Emergisse, engrandecido, da eternidade – Ela veio, infinita e absoluta. Um ser de sabedoria, poder e deleite, Semelhante à mãe que toma seu filho nos braços, Acolheu em Seu seio a Natureza, o mundo e a alma. Abolindo a vacuidade desprovida de signos, Rompendo o vazio e o silêncio sem voz, Trespassando o ilimitado Incognoscível, Na liberdade das profundezas imóveis Um belo e venturoso esplendor se insinuou. O Poder, a Luz, a Beatitude que nenhuma palavra pode expressar Configurou-se na imagem de um surpreendente raio de luz
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A Presença da Mãe
E erigiu uma passagem dourada para seu coração, Tocando através dele todas as coisas desejáveis e sensíveis. A doçura de um momento daquela que é Todo-Bela Cancelou a vaidade do vórtice cósmico. Uma Natureza que palpitava com um Coração divino Se fez sentir no inconsciente universo; Ela fazia do alento um ditoso mistério. Um amor que carregava com alegria a cruz da dor, Eudemonizou3 o sofrimento do mundo, Tornou venturosa a fadiga do longo e interminável Tempo E capturou o segredo da felicidade de Deus. Afirmando na vida um êxtase oculto, Ela fazia o espírito persistir em seu miraculoso curso; Transmitindo às horas valores imortais, Ela justificava o labor dos sóis. Pois um ser ali havia, supremo por trás do Deus. Savitri, III.2 A Presença da Mãe O que se pretende com a palavra Presença é indicar o sentimento e a percepção do Divino como um Ser, sentido como presente em nossa existência e em nossa consciência, ou em relação com elas, sem necessidade de qualquer outra qualificação ou descrição. Assim, da “Presença inefável” só se pode dizer que ela está ali e nada mais pode ou precisa ser dito sobre ela, embora a pessoa saiba ao mesmo tempo que tudo está contido ali, personalidade e não-personalidade, o Poder, a Luz, a Ananda e
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Eudemonizar: conduzir à felicidade. Do conceito grego eudaimonia.
A Presença da Mãe
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tudo o mais, e tudo isto procede desta indescritível Presença. A palavra pode às vezes ser usada num sentido menos absoluto, mas este é sempre o significado fundamental – a percepção essencial da Presença essencial sustentando tudo o mais. * Existe alguma diferença entre a presença da Mãe e a Consciência Divina? A pessoa pode sentir a Consciência Divina impessoalmente como uma nova consciência apenas. A Presença da Mãe é algo mais – a pessoa sente Ela própria presente no interior ou acima ou envolvendo-a ou tudo isto junto. 8 de Julho de 1935 * Eu quis dizer que se pode sentir a Consciência divina como um estado espiritual impessoal, um estado de paz, de luz, de alegria, de amplidão sem sentir nele a Presença Divina. A Presença Divina é sentida como a presença de alguém que é a fonte e a essência viva desta luz, etc., um Ser portanto, e não meramente um estado espiritual. A Presença da Mãe é ainda mais concreta, definida, pessoal – não é a de Alguém desconhecido, de um Poder ou de um Ser, mas de alguém que é conhecido, intimo, amado, a quem podemos oferecer todo o ser de uma maneira viva e concreta. A imagem não é indispensável, embora ajude – a presença pode ser sentida interiormente sem ela. * Não existe nenhuma condição precedente necessária como esta, de que a pessoa deve sentir primeiro a Presença para só então poder sentir que pertence à Mãe; mais frequentemente é o aumento do sentimento que traz a Presença. Pois o sentimento vem da consciência psíquica e é o crescimento da consciência psíquica que torna a Presença constante finalmente possível. O sentimento provém do psíquico e é verdadeiro para o ser interno – o fato de ainda não estar sendo realizado no todo não faz dele uma imaginação; pelo contrário, quanto mais ele cresce, maior é a probabilidade de todo o ser realizar esta verdade; o bhava interior se apossa cada vez mais da consciência externa e a remodela de modo a torná-lo uma verdade também ali. Este é o princípio constante da ação na transformação Yóguica – o que é verdadeiro no interior se exterioriza e toma posse da mente, do coração e da vontade, e através deles prevalece sobre a ignorância dos membros externos, trazendo a verdade interior para eles também. 16 de Setembro de 1936
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A Presença da Mãe A Presença Constante
A presença constante da Mãe vem pela prática; a Graça Divina é essencial para o sucesso na Sadhana, mas é a prática que prepara a descida da Graça. Você deve aprender a ir para o interior, deixando de viver apenas nas coisas externas, aquietar a mente e aspirar a tornar-se consciente dos trabalhos da Mãe em você. * Como e quando é possível sentir a presença concreta da Mãe o tempo todo? Em primeiro lugar, é uma questão de haver uma atividade constante do psíquico e, em segundo, da conversão do físico e sua abertura para a experiência interior e suprafísica. Além do vital e seus distúrbios, o físico é a principal dificuldade para se estabelecer a continuidade da consciência e da experiência ióguica. Se o físico é inteiramente transformado – aberto e consciente – então a estabilidade e a continuidade tornam-se fáceis. 16 de Outubro de 1933 * Pode-se estar plenamente consciente da presença da Mãe mesmo no sono? Isto pode acontecer, mas geralmente apenas quando o psíquico está em plena atividade. * Se você sente a presença da Mãe a maior parte do dia, isto significa que o seu ser psíquico está ativo e sente dessa maneira; pois sem a atividade do psíquico, isto não seria possível. Portanto, o seu ser psíquico está presente e de modo algum distante. 14 de Março de 1935
A Ocultação da Presença A presença da Mãe está sempre aí; mas, se você decide agir por conta própria – de acordo com sua própria idéia, sua própria noção das coisas, sua própria vontade e seu desejo pessoal em relação às coisas, então é muito provável que sua presença
“Ela Está, na Verdade, Sempre Presente”
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seja velada; não é ela que se afasta de você, mas você que se afasta dela. Porém, sua mente e seu vital não querem admitir isto, porque a preocupação deles é sempre justificar seus próprios movimentos. Se fosse permitido ao ser psíquico que predominasse plenamente, isto não teria acontecido; ele teria percebido a ocultação, mas teria dito de imediato: “Deve ter havido algum engano em mim, um obscurecimento elevou-se em mim,” e teria observado e descoberto a causa. 25 de Março de 1932 * A Presença, cujo desvanecimento você lamenta, só pode ser sentida se o ser interior continuar consagrado e a natureza externa for posta em harmonia ou pelo menos mantida sob o toque do espírito interno. Mas, se você faz coisas que o seu ser interior não aprova, esta condição será eventualmente obscurecida e, a cada vez, a possibilidade de você sentir a Presença diminuirá. Você deve ter uma poderosa vontade de purificação e uma aspiração que não esmorece nem cessa, se quiser que a graça da Mãe esteja presente e seja efetiva. * Nós acreditamos que a Mãe está realizando a Sadhana em todos nós, principalmente através do coração; mas, por que dificilmente sentimos isto? Deve haver algum véu em nós. É um véu que desaparece quando a ação da Mãe, assim como sua presença, é conscientemente sentida o tempo todo. 7 de Janeiro de 1935 * “Ela Está, na Verdade, Sempre Presente” Comporte-se sempre como se a Mãe estivesse olhando para você; porque ela está, na verdade, sempre presente. Março de 1928 *
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A Presença da Mãe
Qual o significado exato de sua afirmação: “Comporte-se sempre como se a Mãe estivesse olhando para você; porque ela está, na verdade, sempre presente”? É a emanação da Mãe que está com cada Sadhak o tempo todo. 16 de Julho de 1935 * Viva sempre como se estivesse sob o próprio olhar do Supremo e da Mãe Divina. Não faça nada, tente não pensar nem sentir nada que seja indigno da Presença Divina. 16 de Abril de 1936
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4. A FORÇA DA MÃE
Um Poder Materno envolvia o mundo; Uma Consciência revelou sua maravilhosa fronte Transcendendo tudo o que existe, nada negando: Imperecível acima de nossas decaídas cabeças, Ele sentiu uma Força arrebatadora e infalível. A Verdade imorredoura surgiu, o Poder permanente De tudo o que é criado aqui e depois destruído, A Mãe de todas as divindades e de todos os poderes, A qual, mediadora, liga a terra ao Supremo. Savitri, III.2 Agora, outras reivindicações calaram nele o seu clamor: Ele só anelava atrair Sua presença e Seu poder Para seu coração, sua mente e sua forma vivente; Ele só aspirava a invocar de modo permanente Seu toque curativo de amor, verdade e alegria Para a escuridão do sofrimento do mundo. Sua alma estava liberta e a Ela somente oferecida. Savitri, III.2
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A Força da Mãe O Que é a Força da Mãe? Você fala frequentemente da “Força da Mãe”. O que é isto?
É a Força Divina que trabalha para remover a ignorância e transformar a natureza na Natureza divina. 18 de Junho de 1933 * Quando falo da força da Mãe, não me refiro à força da Prakriti, que carrega em si as coisas da Ignorância, mas à Força superior do Divino, que vem do alto para transformar a natureza. * Existe uma força que acompanha o crescimento da nova consciência e cresce ao mesmo tempo com ela e a ajuda a mudar e a aperfeiçoar-se. Esta força é a YogaShakti. Ela se encontra aqui, enrolada e adormecida em todos os centros de nosso ser interior (Chacras), e na base é aquilo que se chama nos Tantras de Kundalini Shakti. Mas ela se acha acima de nós também, acima de nossa cabeça como a Força Divina, não enrolada, envolta e adormecida, mas desperta, consciente, potente, estendida e ampla; ela espera ali para se manifestar e é a esta Força que devemos nos abrir – ao poder da Mãe. Na mente ela se manifesta como uma força mental divina ou universal e pode realizar tudo o que a mente pessoal não pode; ela se torna então a força mental Ióguica. Quando ela se manifesta e age no vital ou no físico da mesma maneira, ela se torna perceptível ali como uma força-de-vida Ióguica ou uma força física Ióguica. Ela pode despertar em todas essas formas, irrompendo para o exterior e para o alto, estendendo-se na amplidão a partir de baixo; ou pode descer e tornar-se um poder definido para as coisas; ela pode derramar-se sobre o corpo, trabalhando, estabelecendo o seu reino, estendendo-se na amplidão desde o alto, ligar o mais inferior em nós ao mais elevado acima de nós, libertar o indivíduo numa universalidade cósmica ou no absoluto e na transcendência. O Trabalho da Força O que você sente fluindo para baixo deve ser a Força da Mãe que está acima da cabeça. Ela flui geralmente do alto da cabeça e trabalha primeiramente nos centros mentais (da cabeça e do pescoço) e depois desce para o peito e para o coração e em seguida através do movimento de todo o corpo.
Sentindo a Força
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É o efeito desta atividade que você deve estar sentindo na cabeça até o nível dos ombros. A Força que vem do alto é a que trabalha para transformar a consciência na de um ser espiritual superior. Antes disso, a Força da Mãe trabalha no psíquico, no mental, no vital e no próprio plano físico para sustentar, purificar e transformar psiquicamente a consciência. * Esse peso ou pressão na cabeça é sempre o sinal de que a Força da Mãe está em contato com você e pressionando do alto para envolver o seu ser, entrar no adhara e preenchê-lo; geralmente ela passa gradualmente através dos centros em seu caminho para baixo. Às vezes, ela vem primeiramente como Paz, às vezes como Força, às vezes como a consciência da Mãe e sua presença, às vezes como Ananda. 18 de Setembro de 1933 * Para que a Força da Mãe trabalhe plenamente no corpo, o próprio corpo, e não apenas a mente, deve ter fé e abrir-se. 9 de Outubro de 1933 * É a descida da Força da Mãe desde o alto através da medula espinal; é um movimento bem conhecido. Há duas ou três espécies de descida. Uma é tocando a base dos centros que se apoiam na medula espinal. Outra é através da cabeça penetrando o corpo, descendo de nível em nível até que o corpo todo esteja preenchido e abrindo todos os centros de consciência. Outro é a descida que envolve o adhara por fora. 1 de Fevereiro de 1934 Sentindo a Força Com referência à Mãe, você disse uma vez: “Peça pela consciência de sua força”. Isto significa que devo aspirar a conhecer sobre sua Força? Sim, conhecer não apenas com a mente, mas senti-la e vê-la com a experiência interior. 18 de Junho de 1933 *
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A Força da Mãe
Suponha que eu esteja em dificuldade e chame a Força da Mãe, que está acima de mim. Ora, como vou saber se ela desceu ou não? Sentindo-a, ou pelo resultado. 26 de Junho de 1933 * É sempre necessário que compreendamos o que a Força da Mãe está fazendo em nós para o progresso de nosso Yoga? Muitas pessoas progridem rapidamente sem entender o que a Força está fazendo – elas simplesmente observam e descrevem, dizendo: “Eu deixo tudo para a Mãe”. Eventualmente, o conhecimento e a compreensão surgem. 17 de Julho de 1933 * Quando me sento em meditação diante da foto da Mãe ou do desenho de seus pés, eu recebo a Força. Isto é apenas um sentimento subjetivo? Não, não é apenas subjetivo. Por meditar perto deles você foi capaz de entrar em contato através deles com a Mãe, e algo de Seu Poder e de Sua Presença estão ali. 14 de Julho de 1934 Assimilação da Força Quanto à força da Mãe, quando alguém a recebe, a melhor coisa a fazer é ficar quieto até que ela seja assimilada. Mais tarde não há problema, ela não é perdida pelo movimento ou pelas relações externas. * Deixe que uma tranquila e resoluta vontade de progresso seja estabelecida em você; aprenda o hábito de assimilação silenciosa, persistente e completa daquilo que a Mãe coloca em você. Este é o modo correto de avançar. Março de 1928
Puxando a Força da Mãe
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Puxando a Força da Mãe O que significa puxar? Quando queremos algo da Mãe com um desejo vital, isto é puxar? Qual o efeito disso em nós? Sim; este é um modo de puxar – seu efeito é cegar e confundir a consciência. Mas há também um modo de puxar as coisas certas, que não é mau em si mesmo, e a maioria das pessoas o utiliza – isto é, puxar a Luz, a Força, a Ananda. Todavia, isto produz mais reações do que uma tranquila abertura ao Divino. 1 de Junho de 1933 * Quando a pessoa está aberta e muito ansiosa, e tenta puxar para baixo a força, a experiência, etc., ao invés de deixá-la descer calmamente, isto se chama puxar. Muitas pessoas puxam as forças da Mãe, tentando tomar mais do que elas podem assimilar com facilidade e perturbam o trabalho. Abril de 1935 Confie na Força da Mãe A perseverança que você obteve não é uma virtude pessoal, mas depende do contato que puder manter com a Mãe – pois é a Força da Mãe que está por trás dela e por trás de todo progresso que você puder efetuar. Aprenda a confiar nesta Força, a abrir-se a ela mais completamente e a buscar o progresso espiritual, não propriamente por sua causa, mas por causa do Divino, então você avançará mais tranquilamente. * Você não deveria confiar em nada mais de forma exclusiva, por mais útil que isto possa parecer, mas principalmente, em primeiro lugar e fundamentalmente na Força da Mãe. O Sol e a Luz podem ser um auxílio, e serão, se forem a verdadeira Luz e o verdadeiro Sol, mas não podem tomar o lugar da Força da Mãe. *
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A Força da Mãe
Tudo deve ser realizado pela atuação da força da Mãe, auxiliada por sua aspiração, devoção e entrega. 30 de Outubro de 1934 * Nada pode ser realizado exceto através da força da Mãe.
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5. ABRINDO-SE À MÃE Então, subitamente, um sagrado impulso elevou-se. No inanimado silêncio do Vazio, Em meio à solidão e à imensidade, Um som emergiu, vibrante como os passos amados Ouvidos nos espaços atentos da alma; Um toque perturbou as fibras de seu ser com o deleite. Uma influência aproximou-se do âmbito mortal, Um Coração ilimitado estava próximo de seu ansioso coração, Uma Forma mística envolveu sua imagem terrena. Ao Seu contato, em tudo se rompia o selo do silêncio; O espírito e o corpo vibravam identificados, Enlaçados no abraço de uma inefável alegria; A mente, os membros e a vida imergiram no êxtase. Embriagadas como por uma chuva de néctar, As extensões apaixonadas de sua natureza fluíram para Ela, Rutilando com relâmpagos, insanas com o luminoso vinho. Tudo era um mar ilimitado que se elevava para a lua. Um fluxo divinizante possuiu-lhe as veias, As células do corpo despertaram para a percepção do espírito, Cada nervo tornou-se uma fibra ardente de alegria: Os tecidos e a carne compartilhavam a beatitude. Savitri, III.4
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Abrindo-se à Mãe O Segredo Central
Permanecendo psiquicamente aberto à Mãe, tudo o que for necessário para o trabalho ou para a Sadhana se desenvolve progressivamente, este é um dos principais segredos, o segredo central da Sadhana. 13 de Fevereiro de 1933 * Mantenha-se aberto à Mãe, lembre-se dela constantemente e deixe que sua Força trabalhe em você, rejeitando todas as outras influências – esta é a regra do yoga. * Praticar Yoga implica a vontade de superar todos os apegos e voltar-se unicamente para o Divino. A coisa principal no Yoga é confiar na Graça Divina a cada passo, dirigir o pensamento continuamente para o Divino e oferecer-se até que o ser se abra e a força da Mãe possa ser sentida trabalhando no adhara. * Na prática do yoga, aquilo que você visa alcançar só pode vir por meio da abertura do ser à força da Mãe e a persistente rejeição de todo egoísmo, exigência e desejo, de todos os motivos exceto a aspiração à Verdade Divina. Se isto for feito corretamente, o Poder e a Luz Divina começarão a trabalhar e trarão paz e equanimidade, força interior, uma devoção purificada e uma crescente consciência e autoconhecimento, os quais constituem a fundação necessária para o siddhi do yoga. * Se um Sadhak, mesmo depois de um longo tempo, não consegue abrir-se totalmente para a Mãe, por causa dos obstáculos em sua natureza, isto significa que ele não será aceito pela Mãe? Não há nenhum sentido em tal pergunta. Aqueles que seguem o Yoga aqui são aceitos pela Mãe – pois “aceito” significa “admitidos no Yoga, aceitos como discípulos”. Porém, o progresso no Yoga e o siddhi no Yoga dependem do grau em que ocorra a abertura. 24 de Junho de 1933
O Que é Abertura?
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Mas não é por meio de upadesha que esta Sadhana é dada ou conduzida. Só aqueles que, pela aspiração e meditação na Mãe, são capazes de abrir-se e receber Sua ação e Seu trabalho no interior, podem ser bem sucedidos neste Yoga. 21 de Junho de 1937 * Você deve apenas aspirar, manter-se aberto à Mãe, rejeitar tudo que seja contrário à Sua vontade e deixá-la trabalhar em você – realizando também todo o seu trabalho para Ela e com a fé de que é através de Sua força que você pode realizá-lo. Se permanecer aberto dessa maneira, o conhecimento e a realização virão a você no devido tempo. * Há dois modos de praticar o Yoga: um através do conhecimento e dos próprios esforços, o outro por meio da confiança na Mãe. Neste último caminho, a pessoa deve oferecer sua mente, seu coração e tudo o mais para a Mãe, para que Sua Força trabalhe neles, chamá-la em todas as dificuldades, ter fé e bhakti (devoção). A princípio leva tempo, geralmente um longo tempo, para a consciência ser preparada dessa maneira – e durante esse tempo muitas dificuldades podem surgir, mas se a pessoa perseverar, chegará o momento em que tudo estará preparado e a Força da Mãe abrirá a consciência totalmente para o Divino, então tudo que deve ser desenvolvido se desenvolverá no interior, a experiência espiritual virá e com ela o conhecimento e a união com o Divino. O Que é Abertura? Abertura é algo que acontece por si mesmo, pela sinceridade da vontade e da aspiração. Significa ser capaz de receber as forças superiores que vêm da Mãe. * Qual o significado de abertura? É a receptividade à presença da Mãe e Suas forças. Qual o modo correto e perfeito de conseguir esta abertura? Aspiração, quietude, a ampliação de si mesmo para receber, rejeição de tudo o que tente fechá-lo para o Divino.
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Abrindo-se à Mãe
Como saber se estou me abrindo à Mãe e não a outras forças? Você deve ser vigilante e ver se não há nenhum movimento de perturbação, de desejo e de ego. Quais os sinais de uma verdadeira abertura à Mãe? Isto é imediatamente evidente por si mesmo: quando você sente a paz divina, a igualdade, a amplidão, a luz, a Ananda, o Conhecimento, a força, quando você se torna consciente da proximidade ou da presença da Mãe, do trabalho de Sua Força, etc., etc. Se qualquer uma destas coisas é sentida, isto é a abertura – quanto mais for sentido, mais completa é a abertura. 25 de Abril de 1933 * É por meio da lembrança constante que o ser é preparado para a plena abertura. Pela abertura do coração, a presença da Mãe começa a ser sentida e, pela abertura ao Seu Poder acima, a Força da consciência superior desce para o corpo e trabalha nele para transformar toda a natureza. 7 de Agosto de 1934 Abra-se à Influência Neste Yoga tudo depende da pessoa poder se abrir à Influência ou não. Se há sinceridade na aspiração e uma vontade paciente de alcançar a consciência mais elevada, apesar de todos os obstáculos, então a abertura, de uma forma ou de outra, certamente virá. Mas isto pode levar um tempo longo ou curto, de acordo com a condição preparada ou não preparada da mente, do coração e do corpo; assim, se não se tem a necessária paciência, o esforço pode ser abandonado devido à dificuldade do começo. Não há método neste Yoga, a não ser concentrar-se de preferência no coração e invocar a presença e o poder da Mãe para assumir o ser e, pelas operações de Sua força, transformar a consciência; você pode se concentrar também na cabeça ou entre as sobrancelhas, mas para muitos esta é uma abertura muito difícil. Quando a mente ficar quieta, a concentração se tornar poderosa e a aspiração intensa, então haverá um começo de experiência. Quanto maior a fé, mais rápido certamente será o resultado. De resto, você não deve depender apenas de seus próprios esforços, mas conseguir estabelecer um contato com o Divino e uma receptividade ao Poder e à Presença da Mãe. 30 de Novembro de 1934
Abra-se à Influência
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Todo o princípio deste Yoga é abrir-se à Influência Divina. Ela está ali, acima de você e, se puder tornar-se consciente dela, então deve chamá-la para que desça em você. Ela desce na mente e no corpo como Paz, como uma Luz, uma Força que trabalha, como a Presença do Divino, com ou sem forma, como Ananda. Antes que a pessoa tenha esta consciência, ela deve ter fé e aspirar pela abertura. A aspiração, o chamado, a oração são formas de uma mesma coisa e todos são efetivos; você pode utilizar a forma que lhe vier espontaneamente ou que lhe seja mais fácil. O outro meio é a concentração; você concentra sua consciência no coração (alguns o fazem na cabeça ou acima dela) e meditam na Mãe no coração e invocam-na ali. Pode-se fazer uma delas ou ambas em diferentes momentos – o que lhe vier naturalmente ou o que se sentir movido a fazer no momento. Especialmente no início, uma grande necessidade é fazer a mente ficar quieta, rejeitar no momento da meditação todos os pensamentos e movimentos que são estranhos à sadhana. Na mente aquietada haverá uma progressiva preparação para a experiência. Mas você não deve ficar impaciente se tudo não for realizado de imediato; leva tempo para trazer uma quietude completa para a mente; você deve continuar até que a consciência esteja preparada.
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6. A AUTO-ENTREGA À MÃE
Tudo o que ele realizara fora preparar o campo; Seus pequenos começos demandavam um poderoso fim: Pois tudo o que ele havia sido deve agora recriar nele Sua alegria de encarnar, de entronizar Em sua morada de vida Sua beleza e Sua grandeza. Agora porém seu ser era vasto demais para o eu; A aspiração de seu coração se tornara incomensurável: Sua liberdade solitária não podia satisfazê-lo, Ele pedia Sua luz, Sua felicidade para a terra e para os homens. O poder e o amor humanos são, todavia, inúteis Para romper o selo de ignorância e morte da terra; O poder de sua natureza parecia agora a força de uma criança; O Céu é elevado demais para que nossas mãos estendidas o alcancem. Essa Luz não vem por meio do esforço ou do pensamento; No silêncio da mente o Transcendente atua E o coração aquietado ouve a Palavra não pronunciada. Um vasto abandono era sua única força. Um Poder que vive nas alturas deve agir, Trazer para o fechado aposento da vida a atmosfera do Imortal E inundar o finito com o Infinito. Savitri, III.2
O Que é a Auto-Entrega
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O Que é a Auto-Entrega Entrega significa estar inteiramente nas mãos da Mãe, e não resistir de maneira alguma por egoísmo ou de outro modo à Sua Luz, ao Seu Conhecimento, à Sua Vontade, ao trabalho de Sua Força, etc. * A entrega procede do interior, abrindo e doando a mente, o vital, o físico, tudo à Mãe, a fim de que Ela os assuma como Seus próprios e os recrie em seu verdadeiro ser, o qual é uma porção do Divino; todo o resto se segue como consequência disto. * Não há muito sentido espiritual em manter-se aberto à Mãe se você se recusa a se entregar. Auto-doação ou entrega é exigida daqueles que praticam este Yoga, porque sem uma auto-entrega progressiva do ser como esta é totalmente impossível sequer aproximar-se da meta. Manter-se aberto significa invocar Sua Força para trabalhar em você, e se você não se entrega a ela, isto significa não permitir que a Força trabalhe de modo algum em você ou então apenas com a condição de que ela trabalhe apenas do modo como você quer e não a seu próprio modo, que é a forma de atuar da Verdade Divina. Uma sugestão dessa espécie geralmente é feita por algum Poder adverso ou por algum elemento egoístico da mente ou do vital que deseja a Graça ou a Força , mas somente a fim de usá-la para seus propósitos particulares, e não quer viver para o propósito Divino – ele deseja tomar tudo o que possa do Divino, mas não quer se entregar ao Divino. A alma, o ser verdadeiro, pelo contrário, volta-se para o Divino e não apenas quer mas se sente ansioso e feliz por se entregar. Neste Yoga espera-se que a pessoa vá além de toda cultura mental idealista. Ideias e ideais pertencem à mente e constituem meias verdades apenas; também a mente, com muita frequência, fica satisfeita em ter simplesmente um ideal, com o prazer de idealizar, enquanto a vida permanece sempre a mesma, não transformada, ou apenas um pouco mudada e principalmente na aparência. O buscador espiritual não se desvia da busca da realização para a mera idealização; sua meta constante não é idealizar, mas realizar a Verdade Divina, seja além da vida ou nela igualmente – e neste último caso é necessário transformar a mente e a vida, o que não pode ser feito sem a entrega à ação da Força Divina, da Mãe. Buscar pelo Impessoal é o caminho daqueles que querem retirar-se da vida, mas geralmente eles o tentam por meio de seu próprio esforço, e não pela abertura de si
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A Auto-Entrega à Mãe
mesmos a um Poder superior ou pelo caminho da auto-entrega; pois o Impessoal não é algo que guia ou ajuda, mas algo a ser obtido e ele deixa que cada homem o obtenha de acordo com o modo e a capacidade de sua natureza. Por outro lado, por meio da abertura e da entrega à Mãe, a pessoa pode realizar o Impessoal e também todos os outros aspectos da Verdade. A entrega deve ser necessariamente progressiva. Ninguém é capaz de fazer uma entrega completa logo de início, portanto é perfeitamente natural que quando a pessoa olhe para dentro de si mesma, veja que ela não existe. Isto não é razão para que o princípio da auto-entrega não seja aceito e conduzido persistentemente de estágio a estágio, de campo a campo, e seja aplicado sucessivamente a todas as partes da natureza. * Auto-Entrega e Ego Há uma poderosa formação de individualidade do ego numa parte bastante fundamental de sua natureza que misturou a sua aspiração espiritual um ferrenho elemento de orgulho e ambição espiritual. Essa formação jamais consentiu em ser dissolvida de modo a dar lugar a algo mais verdadeiro e divino. Portanto, quando a Mãe colocou sua força sobre você, ou quando você próprio puxou a força para si, este elemento em você sempre a impediu de realizar seu trabalho à sua própria maneira. Ele próprio começou a construir de acordo com as ideias da mente ou algum desejo do ego, tentando fazer sua própria criação, a seu “próprio modo”, por sua própria força, sua própria Sadhana, sua própria Tapasya. Nunca houve aqui uma entrega verdadeira, nenhum abandono de si mesmo livre e simplesmente nas mãos da Mãe Divina. E, no entanto, este é o único meio de ser bem sucedido no Yoga supramental. Ser um Yogue, um Sannyasi, um Tapaswi não é o objetivo aqui. O objetivo é a transformação, e a transformação só pode ser realizada por uma força infinitamente maior que a sua própria; ela só pode realizada se a pessoa for verdadeiramente como uma criança nas mãos da Mãe Divina. * Todo aquele que estiver voltado para a Mãe está praticando o meu Yoga. É um grande erro supor que se pode “praticar” o Purna Yoga – ou seja, conduzir e realizar todos os aspectos do Yoga por meio do próprio esforço pessoal. Nenhum ser humano pode fazê-lo. O que a pessoa deve fazer é colocar-se nas mãos da Mãe e abrir-se a ela através do serviço, por meio de Bhakti, pela aspiração; então, a Mãe, com sua luz e sua força, trabalha na pessoa, de modo que a Sadhana é realizada. É um engano também ter a ambição de ser um grande Purna Yogue ou um ser supramental e per-
Auto-Entrega e Ego
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guntar-se até que ponto eu caminhei em direção a isto. A atitude correta é ser devotado e estar abandonado à Mãe, e querer ser o que ela quiser que você seja. O resto cabe à Mãe decidir e realizar em você. Abril de 1935 * Que atitude ou condição deveríamos manter para a descida supramental? Quanto à atitude ou condição, vocês não precisam se preocupar com isto. Uma fé integral, uma abertura e um abandono totais à Mãe são as condições necessárias do começo ao fim. 23 de Setembro de 1935 * Em nossa Sadhana, experimentamos às vezes grandes descidas de Paz, Força, Ananda, etc., das quais nosso pequeno ego humano se apodera indevidamente para fazer-nos sentir que pertenceremos ao seleto grupo de Super-homens da Mãe. Isto não é um erro? Querer ser um Super-homem é um erro. Isto apenas infla o ego. A pessoa pode aspirar para que o Divino realize a transformação supramental, mas isto também não deveria ser feito até que o ser tenha se tornado psíquico e espiritualizado pela descida da paz, da força, da luz e da pureza da Mãe. 22 de Fevereiro de 1936 * Se houver uma recusa do novo nascimento psíquico, uma recusa de se tornar uma criança renascida da Mãe, devido ao apego ao conhecimento intelectual ou a ideias mentais ou a algum desejo vital, então a Sadhana fracassará. * A abertura direta do centro psíquico só é fácil quando o egocentrismo está muito diminuído e também se houver uma poderosa bhakti pela Mãe. Humildade espiritual e sentimento de submissão e dependência são necessários. 16 de Julho de 1936 *
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A Auto-Entrega à Mãe
Trata-se de um sankalpa de auto-entrega. Porém a auto-entrega deve ser feita à Mãe – nem mesmo à Força, mas à própria Mãe. 4 de Outubro de 1936 * Se o psíquico se manifestar, ele não lhe pedirá que se entregue a ele, mas que se entregue à Mãe. Auto-Entrega e Esforço Pessoal Naturalmente, a Mãe realiza a Sadhana em cada Sadhak – só que isto é condicionado pelo zelo e pela receptividade deles. 4 de Janeiro de 1935 * O que você diz sobre a Sadhana é verdadeiro. A Sadhana é necessária e a Força Divina não pode fazer as coisas no vazio, mas deve conduzir cada um de acordo com sua natureza até o ponto em que o Sadhak possa sentir a Mãe trabalhando no interior e realizando tudo por ele. Até então a aspiração, a autoconsagração, o consentimento e o apoio do Sadhak aos trabalhos da Mãe, sua rejeição de tudo o que se oponha, é algo extremamente necessário – indispensável. 25 de Setembro de 1936 * O esforço que se exige do Sadhak é de aspiração, rejeição e auto-entrega. Se essas três coisas forem realizadas, o resto virá por si mesmo pela graça da Mãe e pelo trabalho de Sua força em você. Mas, dos três o mais importante é a entrega, da qual a primeira forma necessária é a fé, a confiança e a paciência nas dificuldades. Não há nenhuma determinação de que a fé e a confiança só podem permanecer se houver aspiração. Pelo contrário, quando nem mesmo a aspiração está presente por causa da pressão da inércia, a fé, a confiança e a paciência podem permanecer. Se a confiança e a paciência se extinguem quando a aspiração está adormecida, isto significa que o Sadhak está confiando apenas em seu próprio esforço – isto significaria: “Oh, minha aspiração falhou, portanto não há nenhuma esperança para mim. Minha aspiração desapareceu, portanto, o que a Mãe pode fazer?” Pelo contrário, o Sadhak deveria sentir: “Não importa, minha aspiração retornará. Enquanto isto, eu sei que a Mãe está comigo, mesmo quando não posso senti-la; ela me conduzirá até mesmo
Auto-Entrega e Esforço Pessoal
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através do período mais sombrio.” Esta é a atitude plenamente correta que você deve ter. Para aqueles que a têm, a depressão não pode fazer nada; mesmo que ela surja, terá que recuar frustrada. Não se trata de entrega tamásica. A auto-entrega tamásica é quando se diz: “Eu não farei nada; que a Mãe faça tudo. Aspiração, rejeição, mesmo a entrega não são necessárias. Que ela realize tudo em mim.” Há uma grande diferença entre as duas atitudes. Uma é a do preguiçoso que não quer fazer nada, a outra é a do Sadhak que dá o melhor de si, mas quando se vê reduzido à inatividade por um tempo e as coisas estão desfavoráveis, mantém sempre sua confiança na força e na presença da Mãe por trás de tudo, e por meio dessa confiança frustra a força de oposição e chama de volta a atividade da Sadhana. 26 de Outubro de 1936 * Não é possível eliminar a ênfase sobre o esforço pessoal de imediato – e nem sempre é desejável; pois o esforço pessoal é melhor do que a inércia tamásica. O esforço pessoal deve ser transformado progressivamente num movimento da Força Divina. Se você for consciente da Força Divina, então chame-a cada vez mais para governar seu esforço, para assumi-lo, para transformá-lo em algo que não mais lhe pertença, mas pertença à Mãe. Haverá uma espécie de transferência, uma tomada das forças em atividade no Adhar pessoal – uma transferência que não é repentinamente completa mas progressiva. Contudo, a atitude psíquica é necessária: deve-se desenvolver a discriminação que vê exatamente o que é a Força Divina, qual o elemento de esforço pessoal, e o que se introduz como uma mistura a partir das forças cósmicas inferiores. E até que a transferência esteja completa, o que sempre leva tempo, deve haver sempre, como uma contribuição pessoal, um constante consentimento à verdadeira Força, uma constante rejeição de qualquer mistura inferior. Abandonar o esforço pessoal no presente momento não é o que se aconselha, mas invocar cada vez mais o Poder Divino, e governar e guiar por meio dele o empenho pessoal.
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7. A VERDADEIRA RELAÇÃO COM A MÃE
O ser por eles amado excedia-os em amplitude; Eles não podiam alcançar-Lhe a medida, mas recebiam Seu toque; Respondendo como as flores respondem ao sol, Eles se entregavam a Ela e nada mais pediam. Um ser maior que eles, vasto demais para sua compreensão, Ao qual suas mentes não podiam entender nem conhecer totalmente; Suas vidas eram a réplica de Sua vida e moviam-se às Suas palavras: Eles sentiam uma divindade e obedeciam a um chamado, Seguiam Sua orientação e realizavam Seu trabalho no mundo; Suas vidas e naturezas moviam-se compelidas pelo que Ela era e vivia, Como se a verdade de seus próprios eus mais amplos Se revestisse de um aspecto de divindade Para exaltá-los a um nível que superava seu nível terreno. Eles sentiam que um futuro maior vinha-lhes ao encontro; Ela os conduzia pela mão e escolhia seus caminhos: Eles eram movidos por Ela rumo a grandes e desconhecidas coisas, A fé os unia e a alegria de sentir que pertenciam a Ela; Em Seu ser eles viviam e com Seus olhos viam o mundo. Savitri, IV.2
A Relação Psíquica
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A Relação Psíquica O que você escreve aqui é uma descrição exata do ser psíquico e sua relação com a Mãe. Esta é a verdadeira relação. Se você quiser ser bem sucedido neste Yoga deve estabelecer-se na relação psíquica e rejeitar o movimento vital egoístico. A vinda do ser psíquico para a superfície e seu estabelecimento ali é o movimento decisivo no Yoga. Foi isto que aconteceu quando você viu a Mãe da última vez, o psíquico veio para a frente. Mas, você deve mantê-lo na frente. Você não será capaz de fazê-lo se der ouvidos ao ego vital e seus clamores. É por meio da fé, da entrega e da alegria da pura autodoação – a atitude psíquica – que a pessoa cresce em direção à Verdade e se torna unida ao Divino. 26 de Fevereiro de 1933 * Tudo que é necessário é que seu ser psíquico venha para a frente e o abra para o contato interior direto, real e constante comigo e com a Mãe. Até agora sua alma expressou-se através da mente e seus ideais e admirações, ou através do vital e suas alegrias e aspirações superiores; mas isto não é suficiente para conquistar a dificuldade física e iluminar e transformar a Matéria. É a sua própria alma, o seu ser psíquico que deve vir para a frente, despertar inteiramente e realizar a mudança fundamental. O ser psíquico não precisará do apoio das ideias intelectuais ou de sinais ou auxílios externos. Só ele pode lhe proporcionar o sentimento direto do Divino, a proximidade constante, o apoio e o auxílio interior. Dessa maneira, você não sentirá a Mãe distante ou terá qualquer outra dúvida sobre a realização; pois a mente pensa e o vital anela, mas a alma sente e conhece o Divino. * A relação com o Divino, a relação com a Mãe deve ser uma relação de amor, de fé, confiança, dependência, entrega; qualquer outra relação do tipo vital comum produz reações contrárias à Sadhana – desejo, um abhimana egoístico, exigências, revolta e todos os distúrbios da natureza humana rajásica e ignorante, da qual o objetivo da Sadhana é escapar. 26 de Abril de 1933 *
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A Verdadeira Relação com a Mãe
Estou me sentindo muito próximo da Mãe, como se não houvesse nenhuma diferença. Mas, como isto pode ser possível, considerando o imenso abismo entre ela e eu – estando ela na Supramente e eu na mente? Mas a Mãe está presente em todos os planos e não apenas no Supramental. E ela está especialmente próxima de todos na parte psíquica (o coração interior), de modo que quando ele se abre, o sentimento de proximidade surge naturalmente. 11 de Dezembro de 1933 * Sim, é um progresso muito animador. Se você mantiver a amplidão e a calma, como estava fazendo, e também o amor pela Mãe no coração, então está tudo seguro, pois isto significa a dupla fundação do Yoga: a descida da consciência superior com sua paz, liberdade e serenidade do alto, e a abertura do psíquico, que mantém todo o esforço ou todo o movimento espontâneo voltado para a verdadeira meta. 10 de outubro de 1934 * Não sendo capaz de concentrar-me adequadamente, eu invoquei a Pureza do alto. De imediato, todo o ser foi preenchido pela Paz e a Pureza e, sem qualquer dificuldade, senti a Presença da Mãe no coração. Uma aspiração intensa elevou-se do coração, de baixo, na verdade, de todas as partes do ser. O coração foi preenchido pela adoração à Mãe; havia devoção, uma genuína auto-entrega, um grande alívio na união com a Mãe. Houve uma intensa aspiração por Pureza. Isto foi uma abertura psíquica? Sim, certamente, foi uma abertura psíquica, e no ponto enfatizado, o qual é muito importante, a abertura para a Pureza superior. Esta é uma das coisas mais importantes para a abertura psíquica e para a relação interior com a Mãe. 14 de Julho de 1937 Amor e Devoção à Mãe O amor que é dirigido ao Divino não deveria ser o sentimento vital comum que os homens designam com este nome; pois isto não é amor, mas apenas desejo vital, um instinto de apropriação, o impulso de possuir e monopolizar. Isto não é de modo algum o Amor divino, e não se deveria permitir, por mínimo que fosse, que ele se misturasse ao Yoga. O verdadeiro amor pelo Divino é uma autodoação, livre de exi-
Amor e Devoção à Mãe
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gências, cheia de submissão e entrega; ele não pede por nada, não impõe nenhuma condição, não faz nenhuma barganha, não permite nenhuma violência de ciúme, de orgulho ou de ira – pois tais coisas não fazem parte de sua natureza. Em troca, a Mãe Divina também se entrega, mas livremente – e isto se traduz numa autodoação interior – Sua presença em sua mente, em seu vital, em sua consciência física, Seu poder recriando-o na natureza divina, tomando todos os movimentos de seu ser e levandoos à perfeição e à realização, Seu amor envolvendo-o e conduzindo-o em seus braços rumo a Deus. É isto que você deve aspirar sentir e possuir em todas as partes do ser, até a mais material, e aqui não há nenhum limite de tempo ou de completude. Se a pessoa realmente aspira por isto e o obtém, não deveria haver nenhum motivo para qualquer outra exigência ou qualquer outro desejo desapontado. E se ela verdadeiramente aspirar por isto, infalivelmente ela o obterá, e cada vez mais, à medida que a purificação prossiga e a natureza passe por sua necessária mudança. Mantenha seu amor puro de toda exigência e desejo egoísta; você descobrirá que está recebendo todo o amor que pode suportar e absorver em resposta. 1 de Agosto de 1931 * Qual a diferença entre a devoção psíquica, a devoção mental e a devoção vital à Mãe? A psíquica é constituída de amor e autodoação desprovidos de desejo, a vital pela vontade de ser possuído pela Mãe e servi-la, a mental, de fé e aceitação incondicional de tudo o que a Mãe é, diz e faz. Tais coisas, no entanto, são sinais externos – é no caráter interno, claramente reconhecível, mas que não se pode expressar em palavras, que elas diferem. 28 de Abril de 1933 * Não é verdade que aqueles que têm fé na Mãe também têm amor a ela? Fé e amor não andam juntos? Nem sempre. Há muitas pessoas que possuem alguma fé sem amor, embora elas possam ter um certo tipo de bhakti mental, e há muitas que possuem algum amor mas nenhuma fé. Porém, se é o verdadeiro amor psíquico, então haverá também a fé; e se houver uma fé absoluta, então o amor psíquico não tardará a despertar. O que você diz é correto se se trata da fé da alma, do amor da alma – mas, em alguns
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A Verdadeira Relação com a Mãe
há apenas um sentimento vital e isto traz, quando desapontado, revolta e rancor, e eles vão embora. 8 de Maio de 1933 * Que espécie de sentimento é este que tem satisfação e alegria apenas em ver a Mãe? É psíquico. Que espécie de sentimento é o que tem satisfação e alegria apenas em se lembrar da Mãe? Psíquico. Que tipo de sentimento é o que produz mágoa no coração ao ouvir qualquer coisa contra a Mãe? Psíquico. Que tipo de sentimento é este em que a pessoa se sente próxima da presença da Mãe no coração, mesmo que ela esteja fisicamente distante? Psíquico. Como saberei se estou em pleno estado de amor psíquico? Pela ausência do ego, pela devoção pura, a submissão e a entrega ao Divino. 9 de Maio de 1933 * Quando toda a natureza se acha ocupada em sentir, pensar e agir ao redor da palavra “Mãe”, o psíquico estaria realizado? Isto seria propriamente a condição psíquica. * Pode haver um contato consciente com a Mãe através do psíquico antes que este venha inteiramente para a frente? Sim, o psíquico está sempre presente.
Amor e Devoção à Mãe
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* Como conseguir um devoção pura e completa? Obtenha a quietude primeiro – então, a partir da quietude aspire e abra-se calma e sinceramente à Mãe. 15 de Novembro de 1933 * Toda vez que o amor interior pela Mãe emerge, as lágrimas também se precipitam. São as lágrimas psíquicas de devoção, etc. 25 de Agosto de 1934 * Nós todos queremos o amor da Mãe, mas eu me pergunto quantos de nós realmente amam a Mãe. A maioria de nós vive em suas próprias preferências e aversões, alegrias e misérias, satisfações e desapontamentos, mas dificilmente há alguém que possua um amor verdadeiro pela Mãe. Isto não significa que não haja nenhum amor, mas que o amor está misturado e encoberto pelo egoísmo, pelo desejo e pelos movimentos vitais. Pelo menos, esta é a condição de muitos. Há alguns, naturalmente, que não têm nenhum amor ou “amam” – se é que se pode chamar assim – apenas por causa do que obtêm, há um ou dois que amam verdadeiramente, mas na maioria há uma centelha psíquica oculta por muita fumaça. A fumaça deve ser eliminada de modo que a centelha possa ter chance de tornar-se uma chama. 9 de Novembro de 1934 * O meu psíquico sente-se às vezes triste e solitário por perceber que não pode amar apropriadamente a Mãe. Neste caso, não pode ser o psíquico. O psíquico nunca sente que não pode amar o Divino. *
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A Verdadeira Relação com a Mãe
Concentrar-se apenas em estar junto ao coração da Mãe e querer somente pertencer a ela, viver para ela e não se importar com nenhuma outra experiência: o que pensa desta atitude? A atitude é boa para despertar o ser psíquico e o ser interior em geral. Mas, se a experiência superior vier, ela não deve ser interrompida. 12 de Março de 1935 * Mesmo as experiências mais elevadas ou mais profundas não parecem ter nenhum valor se a pessoa não pode amar a Mãe com o verdadeiro coração. É um engano pensar dessa forma. As experiências preparam as diferentes partes do ser para amar da maneira correta, de modo que não é a alma apenas que ama. Enquanto elas estiverem abertas à ignorância e ao ego, elas não podem receber e reter o amor perfeitamente. 23 de Outubro de 1935 * Conceda-me, Ó Mãe, um pouco que seja de devoção, um pouquinho apenas dela. De outra forma, não sei o que me acontecerá, na verdade eu não sei como posso viver aqui. E não quero abandonar o refúgio de Teus Pés de Lótus. Não deixe que a ansiedade mental o atormente. Espere pelo trabalho da força da Mãe, que abrirá o lótus do coração. Na luz que vem do alto, a devoção desabrochará em você. 25 de Outubro de 1936 O Amor da Mãe Você é uma das crianças da Mãe e o amor da Mãe por seus filhos não tem limites; ela tolera pacientemente os defeitos de sua natureza. Tente ser um filho verdadeiro da Mãe: isto se acha dentro de você, mas sua mente externa está ocupada com coisas pequenas e fúteis, e muito frequentemente com uma preocupação exagerada e violenta. Você deve ver a Mãe não apenas em sonho, mas deve aprender a vê-la e senti-la com você e em seu interior o tempo todo. Então, você achará mais fácil controlar-se e mudar – pois estando presente, ela será capaz de fazê-lo por você. *
O Amor da Mãe
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Não fique pensando se as pessoas concordam ou não com você, ou se você é bom ou mau, mas pense nisto: “a Mãe me ama e eu pertenço à Mãe”. Se você basear sua vida neste pensamento, tudo logo se tornará fácil. 30 de Abril de 1935 * É por causa dos pensamentos sobre os outros e sobre sua própria “maldade” que você se sente longe da Mãe. Ela está o tempo todo muito próxima de você e você dela. Se você assumir a atitude que lhe descrevi e torná-la a base de sua vida: “a Mãe me ama e eu pertenço a ela”, o véu logo desaparecerá, pois ele é constituído por tais pensamentos e nada mais. 1 de Maio de 1935 * Certamente, não é necessário que você se torne “bom” para que a Mãe possa conceder-lhe seu amor. Seu amor está sempre presente e as imperfeições da natureza humana não contam em face deste amor. Tudo que você precisa fazer é tornar-se consciente da presença constante deste amor. Pois isto é necessário para que o psíquico venha à frente – porque o psíquico sabe, ao passo que a mente, o vital e o físico veem apenas as aparências superficiais e interpretam-nas erroneamente. 24 de Junho de 1936 * Provavelmente, X está cometendo dois enganos: primeiro, esperando expressões externas de amor da Mãe; segundo, buscando progresso em lugar de concentrar-se na abertura e na entrega, sem nada exigir em troca. São dois erros que os Sadhaks constantemente cometem. Se a pessoa se abre, se ela se entrega, então assim que a natureza estiver preparada, o progresso virá por si mesmo; porém, a concentração pessoal visando o progresso traz dificuldades, resistência e desapontamento, porque a mente não está olhando as coisas do ponto de vista correto. A Mãe possui um carinho especial por X, e todos os dias no Pranam, ela tenta colocar uma força sustentadora sobre ele. Ele deve aprender a permanecer extremamente tranquilo na mente e no vital, e consagrar-se para que possa tornar-se consciente e também receber. O Amor Divino, ao contrário do humano, é profundo, vasto e silencioso; a pessoa deve cultivar a quietude e a amplidão de modo a tornar-se consciente dele e responder a ele. Ela deve ter como único objetivo entregar-se a fim de que possa tornar-se um vaso e um instrumento – deixando à Sabedoria e ao Amor Divinos preenchê-la com o
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A Verdadeira Relação com a Mãe
que for necessário. Que ela fixe em sua mente que não deve insistir que em determinado tempo deve progredir, desenvolver-se, obter realizações – leve o tempo que levar, ela deve estar preparada para esperar, perseverar e fazer de toda a sua vida uma aspiração e uma abertura para uma única coisa, o Divino. Entregar-se é o segredo da Sadhana, e não exigir e adquirir alguma coisa. Quanto mais a pessoa se entregar, mais o poder de receber crescerá. Mas, para isto, toda impaciência e revolta devem ser eliminadas; todas as sugestões de não se obter, de não ser auxiliado, não ser amado, de partir, de abandonar a vida ou o esforço espiritual, devem ser rejeitadas. 1 de Setembro de 1936
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8. O TRABALHO PARA A MÃE
Imperatriz adorada que todos rivalizavam por servir, Ela fez de si mesma a serva diligente de todos, Nem se poupou ao labor da vassoura, dos cântaros e dos poços, Ou aos cuidados que exigem minúcia e doçura, a preparar o fogo Para o altar e para a cozinha, nenhuma tarefa deixando aos outros, Que sua força de mulher lhe permitisse realizar. Em todos os seus atos uma estranha divindade brilhava: Ela podia trazer ao movimento mais simples Uma unidade com o reluzente manto de luz da terra, Uma elevação dos atos comuns por meio do amor.
Savitri, VII.1
Sadhana através do Trabalho A vida de samsara é em sua natureza um campo de inquietação – para atravessála da maneira correta a pessoa deve oferecer sua vida e suas ações ao Divino, e orar pela paz do Divino no interior. Quando a mente se torna quieta, a pessoa pode sentir a Mãe Divina sustentando a vida e colocar tudo em Suas mãos. 16 de Abril de 1933 * É perfeitamente possível para você praticar a Sadhana em casa e no meio de seu trabalho – muitos o fazem. O que é necessário no início é lembrar-se da Mãe tanto quanto possível, concentrar-se nela no coração por algum tempo todos os dias, se
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O Trabalho para a Mãe
possível pensando nela como a Mãe Divina, aspirar por senti-la em seu interior, oferecer a ela suas ações e orar para que ela o guie e sustente a partir do interior. Este é um estágio preliminar que geralmente leva um longo tempo, mas se a pessoa atravessá-lo com sinceridade e perseverança, a mentalidade começa pouco a pouco a mudar e uma nova consciência se abre no Sadhak, o qual começa a tornar-se cada vez mais consciente da presença da Mãe no interior, de seu trabalho na natureza e na vida ou de alguma outra experiência espiritual que abra a porta para a realização. * Para a maioria das pessoas não é fácil sentir a presença da Mãe no trabalho – elas sentem como se estivessem realizando o trabalho, a mente se torna ocupada e não consegue a verdadeira passividade ou quietude. * Todos estão na Mãe, mas a pessoa deve tornar-se consciente disto, e não apenas do trabalho. 1 de Abril de 1935 * Não deveria haver apenas uma atitude geral, mas cada trabalho deve ser oferecido à Mãe, de modo a manter a atitude viva o tempo todo. Não deveria haver nenhuma meditação durante o trabalho, pois isto desviaria a atenção do trabalho, mas deve haver a lembrança constante do Uno a quem você o oferece. Este é apenas um primeiro processo; pois quando você puder ter constantemente o sentimento de um ser calmo no interior, concentrado na percepção da Presença Divina, enquanto a mente da superfície realiza o trabalho, ou quando for capaz de começar a sentir sempre que é a força da Mãe que está realizando o trabalho e você é apenas um canal ou instrumento, então no lugar da lembrança, terá começado a realização automática e constante do Yoga, a união divina, nas obras. * O sentimento de que tudo o que fazemos procede do Divino, de que toda ação pertence à Mãe é um estágio necessário na experiência, mas não podemos permanecer nele – devemos ir além. Aqueles que não querem transformar a natureza, mas apenas ter a experiência da Verdade que está por trás dela, podem permanecer aí. Sua ação está em conformidade com a Natureza universal e dessa forma, igualmente, em conformidade com sua natureza individual, e toda a Natureza é uma força emanada pela Mãe Divina para a ação do universo. Porém, sendo as coisas como são, tra-
Sadhana através do Trabalho
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ta-se de uma ação da ignorância e do ego; ao passo que o que queremos é uma ação da Verdade divina desvelada e não desfigurada pela ignorância e pelo ego. Portanto, quando você sentir que todas as suas ações são realizadas pela força (Shakti) da Mãe, esta é a verdadeira experiência. Mas, a vontade da Mãe é de que tudo o que você faz deveria ser feito não por Sua força na Natureza como é agora, mas diretamente por Sua própria força na Verdade de Sua natureza, a Natureza divina mais elevada. Assim, estava correto também o que você pensou posteriormente, de que a menos que haja essa transformação, a experiência de que tudo o que você faz é realizado por Sua vontade não pode ser inteiramente verdadeira. Portanto, isto não será permanente até então. Pois, se fosse permanente agora, isto poderia mantê-lo na ação inferior, como acontece com muitos, e impedir ou retardar a mudança. O que você precisa ter agora, como experiência permanente, é a da Força da Mãe trabalhando em você em todas as coisas para transformar esta consciência e esta natureza ignorantes em Sua consciência e natureza divinas. É a mesma coisa em relação à verdade do instrumento. É verdade que cada coisa é um instrumento da Shakti cósmica, portanto, da Mãe. Mas, o objetivo da Sadhana é que a pessoa se torne um instrumento consciente e perfeito, ao invés de ser um inconsciente e, portanto, imperfeito. A pessoa só pode ser um instrumento consciente e perfeito quando não está mais agindo em obediência ao impulso ignorante da natureza inferior, mas se acha abandonada à Mãe e consciente de Sua Força superior atuando em seu interior. Aqui, portanto, sua intuição foi perfeitamente verdadeira. Mas, tudo isto não pode ser feito num só dia. Assim, mais uma vez você está certo em não ser ansioso ou inquieto. A pessoa deve ser vigilante, mas não ansiosa ou inquieta. A Força da Mãe atuará e trará o resultado em seu próprio tempo, desde que a pessoa ofereça tudo a Ela, aspire e seja vigilante, chamando-a e lembrando-se dela o tempo todo, rejeitando calmamente tudo o que se intrometa no caminho da ação de Sua Força transformadora. Seu segundo ponto de vista a esse respeito foi mais do ângulo correto de visão do que o primeiro. Dizer: “Não sou eu que devo agir, portanto não devo me preocupar”, é algo excessivo – a pessoa deve agir, assim como deve aspirar, oferecer-se, consentir com a ação do trabalho da Mãe, rejeitar tudo o mais, entregar-se cada vez mais. Todo o resto será realizado em seu tempo, não há necessidade de ansiedade, depressão ou impaciência. 13 de Julho de 1935 *
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O Trabalho para a Mãe
O que você recebeu e preservou no trabalho, é na verdade a consciência básica e verdadeira do Karmayoga – a calma consciência do alto a sustentar e a força superior realizando o trabalho, com o sentimento de Bhakti que sente que é a Consciência da Mãe presente e trabalhando. Agora você conhece por experiência qual o segredo do Karmayoga. 15 de Setembro de 1936 * A Oferenda e a Aspiração no Trabalho Li no “Síntese do Yoga” e nas “Conversações” da Mãe que cada ato e movimento, pensamento e palavra deve ser uma oferenda. Mesmo que este esforço seja estritamente mental, sem a devoção do coração, como pode acontecer no início, ele certamente levará à devoção, desde que o esforço seja sincero. Esta disciplina é perfeitamente possível em ações de uma natureza mais ou menos mecânica, como caminhar ou comer, mas onde o trabalho envolve concentração mental, como na leitura ou ao escrever, parece quase impossível. Se a consciência tem que se ocupar com a lembrança, a atenção ficará dividida e o trabalho não será feito adequadamente. Isto se deve ao fato de as pessoas viverem na mente superficial e estarem identificadas com ela. Quando se vive mais interiormente, é apenas a consciência da superfície que fica ocupada, e a pessoa permanece por trás dela, em outra que é silenciosa e autoconsagrada. *
Esta consciência vem apenas por meio da aspiração ou podemos obtê-la seguindo uma disciplina mental? A pessoa começa com o esforço mental. Mais tarde é formada uma consciência interior que não precisa estar sempre pensando na Mãe. *
Há duas maneiras de fazer uma oferenda à Mãe: uma é oferecer uma ação aos seus pés como se oferece uma flor; a outra é retirar nossa própria personalidade totalmente e sentir como se ela estivesse realizando todas as ações que executamos.
A Atitude Correta no Trabalho
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Na primeira, há uma dualidade entre o trabalhador e ela; mas na segunda, há uma perfeita intimidade e união. Qual das duas formas é melhor para a Sadhana? Não há nenhuma necessidade de perguntar qual é a melhor, desde que elas não são mutuamente excludentes. É a mente que as considera opostas. O ser psíquico pode oferecer a ação, enquanto a natureza é passiva à Força (omitindo o ego ou afastando-o) e sente a Força da Mãe realizando a ação e sua Presença nela. 5 de Novembro de 1938 Quando a pessoa trabalha, ela aspira para que a Força da Mãe assuma sua atividade durante o trabalho. A que ela deve aspirar quando não está trabalhando? Para que o Poder da Mãe atue e traga para baixo os estágios necessários da consciência superior. E também para que o sistema seja cada vez mais apto – calmo, desprovido de ego, consagrado. A Atitude Correta no Trabalho Que trabalho é este se não é o trabalho da Mãe? Tudo o que você fizer, deve fazê-lo como sendo o trabalho da Mãe. Todo trabalho realizado no Ashram pertence à Mãe. Todos estes trabalhos, meditação, a leitura das Conversações, estudar Inglês, etc. são bons. Você pode fazer cada um deles dedicando-os à Mãe. Meditação significa abrir-se à Mãe, concentrar-se na aspiração e chamar sua força para trabalhar em você e transformá-lo. 18 de Setembro de 1932 * Você deve assumir a atitude correta não apenas em sua concentração interior, mas em seus atos e movimentos externos. Se fizer isto e colocar tudo sob a orientação da Mãe, perceberá que as dificuldades começam a diminuir ou são superadas muito mais facilmente e as coisas se tornam cada vez mais tranquilas. Em seu trabalho e em seus atos você deve fazer a mesma coisa que faz em sua concentração. Abra-se à Mãe, coloque-os sob sua orientação, chame pela paz, pelo Poder sustentador, pela proteção e, de modo que eles possam atuar, rejeite todas as influências erradas que possam atravessar-lhes o caminho criando movimentos errôneos, descuidados ou inconscientes.
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O Trabalho para a Mãe
Siga este princípio e todo o seu ser se tornará um só, sob uma única regra, na paz, no Poder e na Luz que protegem. * Você não precisa se preocupar com a impaciência de X. Lembre-se constantemente que é o trabalho da Mãe que você está realizando e que se o fizer tão bem quanto possa, lembrando-se dela, a Graça da Mãe estará com você. Este é o espírito correto para o trabalhador, e se você trabalhar com este espírito, uma calma consagração virá. 1 de Março de 1933 * Não se permita ficar ofendido ou desencorajado. Os seres humanos infelizmente têm o hábito de serem rudes uns com os outros. Mas, se você realizar o seu trabalho com toda sinceridade, a Mãe ficará satisfeita e todo o resto virá mais tarde. 15 de Outubro de 1933 * Sim, esta é a coisa mais importante – superar o ego, a raiva, as antipatias pessoais, as suscetibilidades do amor-próprio, etc. O trabalho não é apenas pelo próprio trabalho, mas um campo de Sadhana, destinado a eliminar a personalidade inferior e suas reações, e conquistar uma completa auto-entrega ao Divino. Quanto ao trabalho em si mesmo, ele deve ser feito de acordo com a organização realizada pela Mãe ou sancionada por ela. Você deve se lembrar sempre de que o trabalho pertence a ela e não a você pessoalmente. 23 de Março de 1935 * Eu posso apenas repetir o que já escrevi, sempre que tais circunstâncias e sentimentos o acometem. Abandonar o trabalho não é a solução; é através do trabalho que se pode detectar e progressivamente eliminar os sentimentos e movimentos que são contrários ao ideal Yóguico, e que pertencem ao ego. O trabalho deve ser realizado para a Mãe e não para si mesmo, é desta maneira que se promove o crescimento do ser psíquico e se supera o ego. O teste é realizar o trabalho dado pela Mãe sem abhimana, insistência ou escolha pessoal, sem visar o
Força e Capacidade no Trabalho
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prestígio e ficar ofendido por qualquer coisa que afete o orgulho, o amor-próprio ou a preferência pessoal. Trata-se de um grande e elevado ideal que é posto diante do Sadhak através do trabalho, e não é possível realizá-lo de imediato, mas é possível progredir constantemente em direção a ele, se a pessoa mantiver o objetivo sempre diante de si: ser um instrumento desprovido de ego e perfeitamente temperado para o trabalho da Mãe Divina. 28 de Setembro de 1935 * Fico contente com sua resolução. Quanto maiores as dificuldades que se elevam no trabalho, mais podemos nos beneficiar com elas aprofundando a igualdade, se o fizermos no verdadeiro espírito. Você deve também manter-se aberto para receber a ajuda para isto, pois o auxílio da Mãe virá constantemente para a transformação da natureza. 29 de Setembro de 1935 Força e Capacidade no Trabalho Não se deve fazer exigências; o que você recebe livremente da Mãe o auxilia; aquilo que você exige ou tenta impor a ela, certamente estará privado de sua força. A Mãe lida com cada pessoa de maneira diferente, de acordo com sua verdadeira necessidade (não o que a pessoa imagina ser sua necessidade), seu progresso na Sadhana e sua natureza. Para você, o meio mais efetivo de obter a força de que precisa, seria realizar o trabalho de forma consciente e meticulosa, não deixando que nada interfira com sua perfeita execução. Se você fizesse isto, abrindo-se ao mesmo tempo à Mãe em seu trabalho, receberia de maneira mais constante a graça e sentiria sua força realizando o trabalho através de você; então, seria capaz de viver constantemente com a percepção de sua presença. Se, pelo contrário, você permitir que suas fantasias ou desejos interfiram em seu trabalho ou for descuidado e negligente, interromperá o fluxo de sua graça e abrirá espaço para que o sofrimento, a inquietude e outras forças estranhas entrem em você. Yoga através do trabalho é o caminho mais fácil e mais efetivo para entrar no curso desta Sadhana. 8 de Março de 1930
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O Trabalho para a Mãe
* Apague a marca do ego do coração e deixe que o amor da Mãe tome seu lugar. Elimine da mente toda insistência em suas ideias e julgamentos pessoais, então você terá a sabedoria para compreendê-la. Não permita que haja nenhuma obstinação egoística, nenhum impulso do ego na ação, amor à autoridade pessoal e apego à preferência pessoal, então a força da Mãe será capaz de agir claramente em seu ser, e você obterá a inexaurível energia que pede e seu serviço será perfeito. 27 de Novembro de 1940 * Mesmo o trabalho mais puramente físico e mecânico não pode ser feito adequadamente se a pessoa aceita a incapacidade, a inércia e a passividade. O remédio é não se confinar a um trabalho mecânico, mas rejeitar e lançar fora a incapacidade, a passividade, a inércia, e abrir-se à força da Mãe. Se a vaidade, a ambição e o amorpróprio obstruírem seu caminho, rejeite-os de você. Você não eliminará essas coisas simplesmente esperando que elas desapareçam. Se você simplesmente espera que as coisas aconteçam, não há nenhuma razão em absoluto para que elas aconteçam. Se a incapacidade e a fraqueza se opõem, ainda assim, à medida que a pessoa se abra verdadeiramente e cada vez mais para a força da Mãe, a força e a capacidade necessárias para o trabalho serão dadas e crescerão no adhara. * Na condição normal do corpo, se você o obriga a trabalhar em excesso, ele pode fazê-lo com o apoio da força vital. Mas, assim que o trabalho esteja terminado, a força vital se retira e então o corpo sente a fadiga. Se isto for feito muito frequentemente e por muito tempo, pode haver um colapso da saúde e da força pelo excesso de esforço. Precisa-se de descanso para a recuperação. Contudo, se a mente e o vital adquirem o hábito de se abrir à Força da Mãe, então eles são sustentados pela Força e podem inclusive ser inteiramente preenchidos por ela – a Força realiza o trabalho e o corpo não sente nenhuma tensão ou fadiga, antes ou depois. Mas, mesmo assim, a menos que o próprio corpo esteja aberto e possa absorver e manter a Força, é absolutamente necessário que haja um descanso suficiente nos intervalos do trabalho. Do contrário, embora o corpo possa continuar por muito tempo, no entanto, pode haver no fim o perigo de um colapso. O corpo pode ser sustentado por um longo tempo quando há uma influência plena, e a fé e o chamado são absolutamente sinceros na mente e no vital; porém, se a mente ou o vital se acha perturbado por outras influências ou se abre a forças que
Trabalho e Meditação
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não pertençam à Mãe, então se produzirá uma condição mesclada e por vezes haverá força, por vezes fadiga, exaustão ou doença, ou uma mistura das duas ao mesmo tempo. Por fim, se não apenas a mente e o vital, mas o corpo também está aberto e pode absorver a Força, ele pode fazer coisas extraordinárias em relação ao trabalho sem sucumbir ao cansaço. Todavia, mesmo assim o descanso é necessário. É por isso que insistimos com aqueles que têm o impulso para o trabalho, para que mantenham um equilíbrio apropriado entre o repouso e o labor. Uma completa liberdade da fadiga é possível, mas isto só ocorre quando há uma completa transformação da lei do corpo com a plena descida de uma Força supramental na natureza da terra. * Não tenha medo da energia vital em atividade. A energia vital é uma inestimável dádiva de Deus, sem a qual nada pode ser feito – como a Mãe tem sempre insistido desde o início; ela é concedida para que o trabalho de Deus possa ser realizado. Estou muito contente que ela tenha retornado, e com ela a alegria e o otimismo. É assim que deve ser. Trabalho e Meditação Recolher-se inteiramente no interior a fim de ter experiências e negligenciar o trabalho, a consciência externa, é ser desequilibrado, unilateral na Sadhana – pois nosso Yoga é integral; da mesma forma, lançar-se no exterior e viver apenas no ser externo é ser desequilibrado e unilateral na Sadhana. A pessoa deve ter a mesma consciência na experiência interior e na ação externa, e fazer com que ambas estejam preenchidas pela Mãe. * A Mãe não acha que seja bom abandonar todo trabalho e apenas ler e meditar. O trabalho é parte do Yoga e proporciona a melhor oportunidade para invocar a Presença, a Luz e o Poder para o vital e suas atividades; ele amplia também o campo e a oportunidade de auto-entrega. Lembrar-se que o trabalho pertence à Mãe – e os resultados também – não é o bastante. Você deve aprender a sentir as forças da Mãe por trás de você e abrir-se à inspiração e à orientação. Lembrar-se constantemente por meio do esforço da mente
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O Trabalho para a Mãe
é muito difícil; mas, se você se estabelecer na consciência na qual sinta continuamente a força da Mãe em você ou sustentando-o, esta é a coisa verdadeira. 18 de Agosto de 1932 * Quanto à sadhana, suponho que você queira dizer com isto algum tipo de exercício de concentração, etc. Pois o trabalho também é sadhana, se realizado com a atitude e o espírito corretos. A sadhana de concentração interior consiste em: 1. Fixar a consciência no coração e concentrar-se ali na idéia, na imagem ou no nome da Mãe Divina, o que for mais fácil para você. 2. Um gradual e progressivo aquietar da mente por meio desta concentração no coração. 3. Uma aspiração pela presença da Mãe no coração e para que Ela governe a mente, a vida e ação. Mas, para aquietar a mente e obter experiência espiritual é necessário primeiro purificar e preparar a natureza. Às vezes, isto leva muitos anos. Trabalho realizado com a atitude correta é o meio mais fácil para isto – ou seja, trabalho realizado sem desejo ou ego, rejeitando todos os movimentos de desejo, de exigência ou do ego, quando surgirem, realizado como uma oferenda à Mãe Divina, lembrando-se dela e orando para que Ela manifeste Sua força e assuma a ação, de modo que ali também, e não apenas no silêncio interior, você possa sentir Sua presença e Sua atividade. * X diz que ele não pode sentir sua presença durante o trabalho da mesma maneira que sente durante a meditação. Ele não compreende como o trabalho pode ajudá-lo. Ele deve aprender a consagrar seu trabalho e sentir o poder da Mãe atuando através do trabalho. Uma realização puramente subjetiva e sedentária é apenas meia realização. 23 de Janeiro de 1934 *
Trabalho e Meditação
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Durante a meditação, sinto uma espécie de unidade com a consciência da Mãe; mas, nestes últimos dias não me é possível entrar em meditação profunda de modo algum. Não é possível ter este sentimento de unidade sem meditar? O mais importante é a mudança da consciência, da qual este sentimento de unidade faz parte. Mergulhar profundamente em meditação é apenas um meio, e nem sempre é necessário se as grandes experiências vêm facilmente sem isto. 8 de Abril de 1934 * O trabalho realizado para a Mãe com a concentração correta nela, é também uma Sadhana, tanto quanto a meditação e as experiências interiores. * Aqueles que trabalham para a Mãe com toda sinceridade, são preparados pelo próprio trabalho para a consciência verdadeira, mesmo que não se sentem para meditar ou sigam qualquer prática particular de Yoga. Não é necessário dizer-lhe como meditar; o que quer que seja necessário virá por si mesmo, se em seu trabalho e a todo momento você for sincero e mantiver-se aberto à Mãe.
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9. O AUXÍLIO DA MÃE Ritmos imortais regiam-Lhe os passos nascidos no tempo; Seu olhar e Seu sorriso despertavam, mesmo nas coisas da terra, Sentimentos celestiais, e Seu intenso deleite Derramava sobre a vida dos homens uma grandiosa beleza. Uma vasta autodoação constituía Seu ato natural; Com a magnanimidade do oceano ou do firmamento, Envolvia com Sua grandeza a todos que se aproximassem, Transmitindo a percepção como de um mundo tornado maior; Um doce e ameno sol era Sua generosa solicitude, Sua intensa paixão um contrapeso para o céu azul. Semelhante a uma alma que voasse, como pássaro caçado, A fugir com asas cansadas de um mundo de tormentas, E um lugar de descanso alcançasse, qual saudoso seio, Neste porto de salvação de esplêndido e suave repouso Podia-se sorver novamente a vida em torrentes de ígneo mel, Reaver o perdido hábito da felicidade, Sentir a gloriosa ambiência de Sua radiante natureza, E ornar com Seu ardor e colorido as plumagens da alegria. Abismo de compaixão, silencioso santuário, Seu auxílio interior podia abrir uma porta no céu; Nela o amor era mais amplo do que o universo, Em Seu coração o mundo inteiro podia encontrar refúgio.
Capacidade Pessoal e Progresso
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Capacidade Pessoal e Progresso Uma vez que se tenha entrado no caminho do Yoga, só há uma coisa a fazer, tomar a firme resolução de ir até o fim, aconteça o que acontecer, sejam quais forem as dificuldades que se apresentem. Na verdade, ninguém obtém a realização no Yoga por sua própria capacidade: é por meio da Força mais poderosa que se encontra acima de você que ela virá, é pelo chamado – persistente através de todas as vicissitudes – a esta Força, que a realização virá. Mesmo quando não puder aspirar ativamente, mantenha-se voltado para a Mãe, para que o auxílio venha – esta é a única coisa a se fazer sempre. 3 de Janeiro de 1934 * Seja rápido ou lento o progresso, a atitude deveria ser sempre de plena fé e confiança na Mãe; assim como você não pensa que o progresso foi resultado de seu próprio esforço ou mérito, mas de sua tomada da atitude correta de confiança e do trabalho da Força da Mãe, assim você não deveria achar que qualquer lentidão ou dificuldade foi devido a seu próprio demérito, mas procure apenas manter esta atitude de confiança e deixe que Força da Mãe trabalhe – lenta ou rapidamente, não importa. 14 de Novembro de 1935 * Sempre houve uma excessiva confiança na ação de sua própria mente e de sua vontade – é por isso que você não progride. Se você pudesse criar o hábito de uma silenciosa confiança no poder da Mãe – não apenas chamá-lo para sustentar o seu próprio esforço – o obstáculo diminuiria e eventualmente desapareceria. * Não é por sua própria força ou suas boas qualidades que uma pessoa pode alcançar a transformação divina; existem apenas duas coisas importantes: a força da Mãe em ação e a vontade do Sadhak de se abrir a ela e confiar em Seu trabalho. Mantenha sua vontade e sua confiança, e não se importe de modo algum com o resto – são apenas dificuldades que todos enfrentam em sua Sadhana. 13 de Maio de 1936 *
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O Auxílio da Mãe
O que se precisa é de perseverança – seguir em frente sem se desencorajar, reconhecendo que é o processo da natureza e que a ação da força da Mãe está trabalhando até mesmo através da dificuldade e fará tudo o que for necessário. Nossa incapacidade não importa – não há nenhum ser humano que não seja incapaz nas partes de sua natureza – mas a Força Divina também está presente. Se a pessoa colocar sua confiança nela, a incapacidade será transformada em capacidade. Então, a própria dificuldade e a luta se tornam um meio para alcançar a realização. 27 de Maio de 1936 Desencorajamento, Desânimo, Depressão Não se permita ficar perturbado ou desencorajado por quaisquer dificuldades, mas abra-se, calma e simplesmente, à força da Mãe e deixe que ela o transforme. * Esse tipo de sofrimento e desânimo são os piores obstáculos que a pessoa pode elevar na Sadhana – você não deve admiti-los. O que você não puder fazer por si mesmo, pode conseguir que seja realizado chamando a força da Mãe. Recebê-la e deixá-la trabalhar em você é o verdadeiro meio de obter sucesso na Sadhana. * Não ficar perturbado, permanecer calmo e confiante é a atitude correta, mas é necessário também receber a ajuda da Mãe e não se afastar por nenhum motivo de Sua solicitude. Não se deve admitir ideias de incapacidade, inabilidade para responder, dando muita ênfase aos defeitos e fracassos, nem permitir que a mente fique sofrendo ou envergonhada por causa deles; pois tais ideias e sentimentos tornam-se no fim coisas que enfraquecem. Se existirem dificuldades, faltas ou fracassos, a pessoa deve olhar para eles calmamente e invocar com tranquilidade e persistência o auxílio Divino para que sejam removidos, sem se permitir ficar perturbada, aflita ou desanimada. O Yoga não é um caminho fácil e a transformação total da natureza não pode ser feita em um dia. *
Tudo isto não tem nenhuma utilidade – lamentos, questionamentos, etc. desse tipo devem ser postos de lado. Você deve seguir em frente calmamente, sem depressão ou distúrbio, recebendo as forças da Mãe, permitindo que elas trabalhem, rejei-
Obstáculos, Erros e Quedas
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tando tudo o que possa impedi-las, mas sem se perturbar pela dificuldade ou pelos defeitos em si mesmo, ou por qualquer demora ou lentidão neste trabalho. 25 de Outubro de 1933 * Se a meditação produz dor de cabeça, você não deve meditar. É um engano pensar que a meditação é indispensável para a Sadhana. Há um grande número de pessoas que não a praticam, mas que estão próximas da Mãe e progridem da mesma forma que aquelas que fazem longas meditações. A única coisa necessária é estar voltado para a Mãe e isto é tudo de que se necessita. Não tenha medo ou fique triste, mas deixe que a Mãe realize tranquilamente o seu trabalho em você e através de você, e tudo ficará bem. 16 de Março de 1935 * Não há nenhum motivo para ficar desanimado. Três anos não é muito para a preparação da natureza, e é geralmente através de flutuações que ela gradualmente se aproxima do ponto onde um progresso contínuo se torna possível. Você deve aderir firmemente à fé no trabalho da Mãe por trás de todas as aparências, então descobrirá que isto o conduzirá através de tudo. 31 de Agosto de 1935 * Jamais permita que essas ideias surjam e o atormentem: “Eu não sou capaz”, “Não estou fazendo o bastante”; são sugestões tamásicas e trazem depressão, e a depressão abre caminho para os ataques das forças erradas. Sua atitude deveria ser: “Farei o que for possível; a força da Mãe está presente, o Divino está presente para providenciar que em seu devido tempo tudo será realizado.” 4 de Novembro de 1935 Obstáculos, Erros e Quedas O auxílio da Mãe está sempre presente, mas você não está consciente dele, exceto quando o psíquico se encontra ativo e a consciência não está obscurecida. O surgimento de sugestões não é uma prova de que a ajuda não está presente. Sugestões vêm a todos, mesmo aos melhores Sadhaks ou aos Avataras – como vieram a Buddha
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O Auxílio da Mãe
ou a Cristo. Os obstáculos existem, eles são parte da Natureza e devem ser superados. O que se deve conseguir é não aceitar as sugestões, não admiti-las como verdadeiras ou como seus próprios pensamentos, considerá-las como são de fato e manter-se separado. Os obstáculos devem ser considerados como algo de errado no mecanismo da natureza humana que deve ser transformado – eles não devem ser considerados como pecados ou atos errôneos que fazem com que a pessoa se desespere consigo mesma ou com a Sadhana. * Todas as faltas e erros são redimidos pelo arrependimento. Confiança na Mãe, auto-entrega à Mãe: se você incrementar tais coisas, elas produzirão a mudança na natureza. * Não se preocupe com a pureza do corpo. O amor da Mãe purifica tanto o coração como o corpo; se a aspiração da alma está presente, o corpo também é puro. O que aconteceu no passado não tem a mínima importância. * A Mãe nunca pensa sobre dificuldades futuras, quedas ou perigos. Sua concentração é sempre no amor e na luz, e não em dificuldades e quedas. Consinta em Mudar Aqueles que não são sinceros não podem se beneficiar do auxílio da Mãe, pois eles mesmos o repelem. A menos que mudem, eles não podem esperar que haja a descida da Luz e da Verdade supramentais no vital inferior e na natureza física; permanecem atolados na lama criada por eles próprios e não podem progredir. Novembro de 1928 * A ajuda da Mãe está sempre presente para aqueles que queiram recebê-la. Porém, você deve ser consciente de sua natureza vital, e a natureza vital deve consentir em mudar. De nada adianta simplesmente observar que ela está de má vontade e quando contrariada gera depressão em você. A princípio, a natureza vital não quer mudar nunca e toda vez que é contrariada ou chamada a mudar, ela cria essa depressão por sua revolta ou recusa em consentir. Você deve insistir até que ela reconheça a verdade e passe a querer ser transformada e aceitar o auxílio e a graça
Abra-se e Chame a Mãe
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da Mãe. Se a mente for sincera e a aspiração psíquica completa e verdadeira, sempre será possível fazer o vital mudar. 15 de Julho de 1932 * É esta idéia de que você é incapaz, porque o vital consente com o movimento errado, que constitui um obstáculo no caminho. Você deve colocar sua vontade interior e a luz da Mãe sobre o vital de maneira que ele venha a mudar, e não deixá-lo fazer o que quiser. Se a pessoa se tornar “incapaz” e movida por qualquer parte do ser instrumental, como a mudança é possível? A força da Mãe ou o psíquico podem agir, mas com a condição de que haja o consentimento do ser. Se você permitir que o vital aja como quiser, ele sempre irá atrás de seus velhos hábitos; deve-se fazer com que ele sinta que deve mudar. * De agora em diante, ponha o aviso da Mãe na porta de seu ser vital: “Nenhuma falsidade jamais voltará a entrar aqui”, e coloque uma sentinela ali para garantir que ele seja cumprido. 18 de Maio de 1933 Abra-se e Chame a Mãe Por mais poderoso que seja o ataque, e mesmo que ele o domine por algum tempo, no entanto, ele passará rapidamente se você tiver formado o hábito de se abrir à Mãe. A paz retornará se você permanecer tranquilo e se mantiver aberto a ela e à Força. Uma vez que algo da Verdade tenha se revelado dentro de você, mesmo que seja amplamente obscurecido por algum tempo com os movimentos errados, isto sempre voltará a brilhar como o sol no firmamento. Portanto, persevere com confiança e nunca perca a coragem. 14 de Março de 1932 *
Você não deve ficar perturbado por causa dessas pequenas coisas. Quando esses movimentos dos quais reclama surgirem, se você permanecer tranquilo, abrir-se à Mãe e chamá-la, depois de algum tempo, perceberá que uma mudança começará o
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O Auxílio da Mãe
ocorrer em você. A meditação não é suficiente para isto; pense na Mãe e ofereça-lhe seu trabalho e sua ação; isto o ajudará melhor. 7 de Abril de 1932 * Muitas pessoas passam por esta condição (é a natureza humana), mas há naturalmente um modo de sair dela: tendo plena fé na Mãe para aquietar a mente interior (mesmo que a externa continue perturbada) e invocar para o adhara a Paz e a Força da Mãe, as quais estão sempre ali, acima de você. Uma vez que elas estejam presentes, conscientemente, manter-se aberto a elas e deixá-las continuar trabalhando com uma completa adesão, com o constante apoio de seu consentimento e uma rejeição consciente de tudo o que seja contrário a isto, até que todo o ser interior esteja tranquilizado e preenchido com a Força, a Paz, a Alegria e a Presença da Mãe – então a natureza externa será obrigada a seguir o mesmo caminho. 8 de Maio de 1933 * Se você não pode exercer sua vontade, só há um meio: chamar a Força; mesmo o chamado feito apenas com a mente ou com a palavra mental é melhor do que ser extremamente passivo e ficar sujeito ao ataque – pois embora isto possa não produzir efeito imediatamente, mesmo o chamado mental acaba por trazer a Força e abrir a consciência novamente. Pois tudo depende disto. A obscuridade e o sofrimento sempre podem estar presentes na consciência exteriorizada; quanto mais a consciência interiorizada predominar, mais essas coisas são repelidas e expulsas, e com a consciência plenamente interiorizada, elas não podem permanecer – se vierem, serão como toques externos, incapazes de se alojarem no ser. 21 de Agosto de 1933 * Chamar constantemente a Mãe é a coisa mais importante, e com isto aspirar e aderir à Luz quando ela vier, rejeitar e separar-se do desejo e de todo movimento obscuro. Mas, se você não puder fazer estas outras coisas com êxito, então chame e continue a chamar. A força da Mãe está presente junto a você mesmo quando não puder senti-la; permaneça tranquilo e persevere. 15 de setembro de 1934
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* A experiência que você teve do poder do Nome e da proteção, é a de todos aqueles que o usaram com a mesma fé e confiança. A proteção não pode faltar para aqueles que a invocam com o coração. Não deixe que nenhuma circunstância externa abale sua fé; pois nada proporciona uma força maior do que esta fé para seguir em frente e alcançar a meta. Conhecimento e Tapasya, seja qual for a sua força, possuem um poder sustentador menor – a fé é o mais poderoso apoio para a jornada. A proteção e o vigilante amor da Mãe estão presentes acima de você. Confie neles e deixe que o seu ser se abra cada vez mais a eles – então eles repelirão os ataques e o sustentarão sempre. 8 de Outubro de 1936 * Trata-se de uma obsessão do físico subconsciente trazendo de volta seus pensamentos habituais: “Eu não posso chamar corretamente – não tenho nenhuma aspiração verdadeira, etc.”; a depressão, a lembrança, etc. têm a mesma origem. Não há nenhuma utilidade em admitir tais ideias. Se você não pode chamar a Mãe da maneira que acha correta, chame-a de qualquer modo – se não puder chamá-la, pense nela com a vontade de se livrar dessas coisas. Não se atormente pensando se tem ou não uma aspiração verdadeira – o ser psíquico o quer e isto é suficiente. O resto cabe à Graça Divina, na qual a pessoa deve confiar firmemente – nosso próprio mérito, virtude ou capacidade não é aquilo que traz a realização. 4 de Janeiro de 1937
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VOLTE-SE APENAS PARA A MÃE
Um dia, tudo aqui será a morada de Sua doçura, Todos os contrários preparam Sua harmonia; Para Ela nosso conhecimento se eleva, por Ela busca nossa paixão; Em Seu miraculoso arrebatamento habitaremos, Seu abraço transformará nossa dor em êxtase. Através dela, nosso ser será um só com todos os seres. Nela confirmada, porque nela transformada, Nossa vida encontrará na plenitude de sua resposta, Acima, as ilimitadas e silentes beatitudes, Embaixo, a maravilha do abraço divino. Tendo conhecido isto, como num relâmpago trovejante de Deus, O encanto das coisas eternas preencheu-lhe os membros; O assombro se abateu sobre seus arrebatados sentidos; Seu espírito foi capturado por Sua intolerante Chama. Uma vez que A contemplou, seu coração só a Ela conhece. Apenas um anseio de infinita felicidade restou. Todas as metas Nela se perderam, e Nela foram reencontradas; Concentrada, sua base elevou-se como um afilado pináculo. Savitri, III.2
Aprenda a Viver Interiormente
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Aprenda a Viver Interiormente Você deve aprender a viver em si mesmo com a Mãe, em contato com Sua consciência, e relacionar-se com os outros apenas com sua consciência externa. 9 de Abril de 1933 * Você deve recolher-se mais firmemente no interior. Se você se dispersa constantemente e sai do círculo interno, você se moverá continuamente em meio às trivialidades da natureza externa comum e sob as influências às quais ela está aberta. Aprenda a viver no interior, a agir sempre a partir do interior, de uma constante comunhão com a Mãe. Pode ser difícil a princípio fazer isto sempre e de forma completa, mas pode ser feito se a pessoa persistir nisto, e é a este preço, aprendendo a fazê-lo, que ela pode conquistar o Siddhi no Yoga. 5 de Junho de 1934 * Quando não há nenhum apego a coisas externas por sua própria causa, quando tudo se destina apenas à Mãe e a vida através do ser psíquico interior está centrada nela, é que se cria a melhor condição para a realização espiritual. 11 de Novembro de 1935 * O que você deve fazer é permanecer voltado apenas para a Mãe e, confiando nela, seguir em frente tranquilamente com seu trabalho e sua Sadhana até que chegue o tempo em que os Sadhaks estejam suficientemente despertos e mudados para sentir a necessidade de uma maior harmonia e união uns com os outros. Importe-se apenas com sua própria mudança e progresso espiritual, e para isto confie plenamente na força da Mãe e em sua graça, pois elas estão com você – não deixe que as coisas ou as pessoas o perturbem – pois, comparadas com a verdade interior e a jornada rumo à plena Luz da Consciência da Mãe, essas coisas não possuem nenhuma importância. 6 de Dezembro de 1935 *
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Volte-se Apenas para a Mãe
Se é dessa maneira, deve ser provavelmente porque você está vivendo exteriormente, permitindo-se ficar perturbado com os contatos externos. A pessoa não pode encontrar felicidade de natureza permanente a menos que ela viva no interior. O trabalho, a ação deve ser oferecida à Mãe, realizada para ela apenas, sem nenhum pensamento em si mesmo, em suas próprias ideias, preferências, sentimentos, simpatias e antipatias. Se a pessoa tiver os olhos fixados nestas coisas, então a cada passo ela provoca um atrito, seja na mente ou no vital, ou, se estes estiverem comparativamente tranquilos, no corpo e nos nervos. Paz e alegria só podem tornar-se permanentes se a pessoa viver interiormente com a Mãe. 2 de Janeiro de 1937 * Lembre-se da Mãe e, embora fisicamente distante dela, tente senti-la junto a você e agir de acordo com o que o seu ser interior lhe diga que seria Sua Vontade. Então, você será perfeitamente capaz de sentir Sua presença e a minha, e carregar nossa atmosfera ao seu redor como uma proteção, uma zona de quietude e luz acompanhando-o por toda parte. Deixe Tudo nas Mãos da Mãe Permaneça firme e voltado numa única direção: para a Mãe. * Não fique pensando em suas dificuldades. Entregue-as para a Mãe e deixe que sua Força as elimine de você. 22 de Março de 1935 * Você deve apegar-se firmemente à fé no trabalho da Mãe por trás de todas as aparências, e então descobrirá que isto o conduzirá através de tudo. 31 de Agosto de 1935 * Nada é impossível se a natureza do ser psíquico estiver desperta e conduzindo-o, tendo a consciência e a força da Mãe por trás dele e trabalhando em você. 19 de Outubro de 1935
Deixe Tudo nas Mãos da Mãe
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* Se a pessoa mantiver plena confiança na Mãe e permanecer psiquicamente aberta, então a força da Mãe realizará tudo, e a pessoa deve apenas dar seu consentimento, manter-se aberta e aspirar. 12 de Novembro de 1935 * O caminho que você tomou agora – apegar-se à Mãe através de todas as circunstâncias e não deixar nada afastá-lo disso – lhe trará a verdadeira solução das dificuldades. Pois parece que o ser psíquico iniciou sua atividade em você. 24 de Dezembro de 1935 * A verdadeira atitude é deixar tudo para a Mãe, ter plena confiança nela e deixar que ela o conduza pelo caminho em direção à meta. 2 de Março de 1936 * Esteja certo de que a Mãe sempre estará com você para conduzi-lo no caminho. As dificuldades vêm e vão, mas, se ela estiver com você, a vitória é certa. 18 de Julho de 1936
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A MÃE, O SI E A ALMA
Como uma energia do Infinito Uno-Trino, Numa incomensurável Realidade Ela habitava, Um êxtase, um ser e uma força, Uma plenitude com miríades de vínculos e movimentos, Uma unidade virginal, uma luminosa esposa, Abrigando um inumerável abraço Para unir a todos no imenso deleite de Deus, Sustentando a eternidade de cada espírito, Conduzindo o fardo do amor universal, Uma maravilhosa mãe de incontáveis almas. Savitri, IV.2 A tudo Ela podia enfrentar com a poderosa paz do espírito. Mas, conhecendo a árdua labuta da mente e da vida Qual mãe que sente e participa da vida de seus filhos, Ela projeta uma pequena porção de Si mesma, Um ser não maior do que o polegar de um homem, Em uma secreta região do coração, Para fazer face à angústia e esquecer a felicidade, Para partilhar o sofrimento, suportar as feridas da terra E labutar em meio ao labor das estrelas. Savitri, VII.5
A Mãe Divina
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A Mãe Divina A Mãe Divina é a Consciência e a Força do Divino – a qual é a Mãe de todas as coisas. * A Mãe é a consciência e a força do Divino – ou, pode-se dizer, ela é o Divino em sua consciência-força. * É um erro identificar a Mãe com a Prakriti inferior e seu mecanismo de forças. A Prakriti aqui é apenas um mecanismo que foi manifestado para a atividade da Ignorância evolucionária. Assim como a mente, o vital ou o físico ignorantes não são em si mesmos o Divino, embora procedam do Divino – assim o mecanismo da Prakriti não é a Mãe Divina. Sem dúvida existe algo dela presente nesse mecanismo e por trás dele, mantendo-o para o propósito evolucionário; porém, o que ela é em si mesma não é uma Shakti de Avidya, mas a Consciência, o Poder e a Luz Divina, a Para-Prakriti para a qual nos voltamos em busca da libertação e da realização divina. * O Gita não fala expressamente da Mãe Divina; ele fala sempre de entrega ao Purushottama – ele a menciona apenas como a Para Prakriti que se torna o Jiva, ou seja, que manifesta o Divino na multiplicidade e através da qual todos estes mundos são criados pelo Supremo e Ele próprio desce como o Avatara. O Gita segue a tradição Vedântica, a qual se inclina inteiramente para o aspecto Ishwara do Divino e fala pouco da Mãe Divina, porque seu objetivo é retirar-se da natureza do mundo e alcançar a realização suprema além dela; a tradição Tântrica inclina-se para o aspecto Shakti ou Ishwari e faz com que tudo dependa da Mãe Divina, porque seu objetivo é possuir e dominar a natureza do mundo e alcançar a realização suprema através dela. Este Yoga insiste em ambos os aspectos; a auto-entrega à Mãe Divina é essencial, pois sem isto não pode haver a realização da meta do Yoga. Em relação ao Purushottama, a Mãe Divina é a Consciência e o Poder divino e supremo acima dos mundos, Adya Shakti; ela conduz o Supremo em si mesma e manifesta o Divino nos mundos através do Akshara e do Kshara. Em relação ao Akshara, ela é a mesma Para Shakti mantendo o Purusha imóvel em si mesma e também ela própria imóvel nele por trás de toda a criação. Em relação ao Kshara, ela é a Energia cósmica móvel manifestando todos os seres e forças. *
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A Mãe, o Si e a Alma
A experiência da Mãe como sendo o Supremo é uma experiência Tântrica – é um aspecto da Verdade. * Não existem muitas Mães, existe uma Única em muitas formas. A transcendente é apenas um aspecto da Mãe. Não sei o que quer dizer o aspecto encarnado da Mãe transcendente. Há o aspecto encarnado da Mãe Única – o que ela manifesta através dele depende dela. 7 de Julho de 1936 A Mãe e o Si Você está buscando a realização do Si – mas o que é este Si se não o si da Mãe? Não existe nenhum outro. * É o Divino que é o Senhor – o Si é inativo, ele é sempre uma testemunha silenciosa sustentando todas as coisas – este é o aspecto estático. Há também o aspecto dinâmico, através do qual o Divino trabalha – por trás dele está a Mãe. Você não deve perder isto de vista, de que é através da Mãe que todas as coisas são realizadas. 1 de Setembro de 1934 * O Si possui dois aspectos, passivo e ativo. No primeiro ele é puro silêncio, amplidão, calma, o Brahman inativo; no segundo, ele é o Espírito Cósmico, universal, não individual. Podemos sentir nele união ou unidade com a Mãe. Intimidade é um sentimento do indivíduo, portanto do ser psíquico. 12 de Outubro de 1934 * As experiências [do Si] foram corretas – mas elas proporcionam apenas um lado da Verdade Divina, aquele que se alcança através da mente superior – o outro lado é o que se realiza através do coração. Acima da mente superior estas duas verdades tornam-se uma só. Se a pessoa realiza o Atman silencioso acima, não há nenhum perigo, mas também não há nenhuma transformação, apenas Moksha, Nirvana. Se a pessoa realiza o si cósmico, dinâmico e ativo, então ela realiza tudo como o Si, tudo como eu mesmo, este Si como o Divino, etc. Tudo isto é verdadeiro; todavia, o perigo
A Mãe e o Si
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é o ego se apossar deste “meu” nesta concepção de que “tudo é eu mesmo”. Pois este “eu mesmo” não é meu eu pessoal, mas o si de todos, assim como o meu. O meio de se livrar de tal perigo é lembrar-se de que este Divino é também a Mãe, que o “eu” pessoal é uma criança da Mãe com a qual eu sou um, embora diferente, Seu filho, Seu servo, Seu instrumento. Eu disse que você não precisa interromper a realização do Si como a consciência cósmica, mas deveria lembrar-se ao mesmo tempo de que tudo isto é a Mãe. 13 de Outubro de 1934 * É possível alcançar o conhecimento começando com a experiência de dissolução no Uno, mas com a condição de que você não pare aí, considerando-a como a Verdade suprema, mas siga em frente para realizar o mesmo Uno como a Mãe Suprema, a Consciência-Força do Eterno. Se, por outro lado, você se aproximar através da Mãe Suprema, ela lhe concederá também a libertação no Uno silencioso, assim como a realização do Uno dinâmico, e a partir disso é mais fácil alcançar a Verdade na qual ambos são um só e inseparáveis. Ao mesmo tempo, uma ponte é construída sobre abismo criado pela mente entre o Supremo e sua manifestação, deixando de existir uma fissura na verdade, a qual torna tudo incompreensível. * O que as pessoas querem dizer com o svarupa sem forma da Mãe – elas geralmente se referem a Seu aspecto universal. É quando se tem a experiência dela como uma Existência e um Poder universais espalhados por todo o universo, nos quais e pelos quais todos vivem. Quando a pessoa sente esta Presença, ela começa a sentir uma paz, uma luz e um poder universais, uma felicidade sem limites – este é Seu svarupa. Podemos encontrá-lo mais facilmente elevando-nos em consciência acima da cabeça, onde somos liberados desta consciência física limitada e nos sentimos também como algo vasto, calmo, uno em nosso ser com todos os seres – livres da paixão e da inquietude, em meio a uma paz eterna. Mas isto pode ser sentido através do coração também – neste caso o coração se sente igualmente tão vasto como o mundo, puro e cheio de felicidade, preenchido pela presença da Mãe. Há também a presença pessoal e individual da Mãe no coração, a qual traz imediatamente amor e Bhakti, e o sentimento de uma íntima proximidade e unidade pessoal. 9 de Junho de 1935
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A Mãe, o Si e a Alma A Mãe e a Alma
Chit Shakti ou Bhagavat Chetana é a Mãe – o Jivatma é uma porção dela, o psíquico ou a alma, uma centelha. O ego é um reflexo distorcido do psíquico ou do Jivatma. Se é isto que você quer dizer, está correto. * É verdade que cada alma na terra é uma porção da Mãe Divina passando através das experiências da ignorância a fim de alcançar a verdade de seu próprio ser e tornar-se aqui o instrumento de uma Manifestação e de um trabalho Divinos.
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TRADUÇÕES DE CARTAS EM BENGALI
No seio da Natureza a sabedoria da Mãe atua Para verter o deleite no coração do labor e da necessidade E compelir os errantes poderes da vida à perfeição, Impor ao obscuro abismo a percepção celeste E tornar a embotada matéria consciente de seu Deus. Embora nossas decaídas mentes se esqueçam de se elevar, Ainda que nosso estofo humano resista ou se rompa, Ela mantém Sua vontade, que espera divinizar a argila; O fracasso não pode impedi-la, a derrota fazê-la cair; O Tempo não pode fatigá-la, o Vazio subjugá-la, As eras não diminuíram Sua paixão; Ela não admite nenhuma vitória da Morte ou do Destino. Ela sempre conduz a alma a uma nova tentativa; Sem cessar, Sua mágica infinitude Força os elementos brutos e inertes a aspirar; Como alguém que possui todo o infinito para prodigalizar, Ela espalha a semente da força do Eterno Numa forma semi-animada que se desagrega, Planta o deleite do céu na lama apaixonada do coração, Derrama as buscas da divindade numa simples estrutura animal E oculta a imortalidade sob a máscara da morte. Savitri, IV.1
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Traduções de Cartas em Bengali Sadhana
Sadhana significa sentir a Mãe próxima e no interior, sentir que a Mãe está fazendo tudo e receber tudo da Mãe em si mesmo. Estando em tal condição, se a pessoa dedicar sua atenção aos estudos, não pode haver nenhum mal. * A natureza humana, via de regra, não pode permanecer sempre no interior. Mas, quando se pode sentir a Mãe em todas condições, no interior e no exterior, esta dificuldade deixa de existir. Tente obter tal condição. * Em primeiro lugar, você deve encontrar a Mãe no interior. Posteriormente, quando o ser externo estiver plenamente controlado, você a sentirá constantemente ali também. * Não se preocupe por causa disso. Nem sempre é fácil lembrar-se da presença da Mãe. Quando todo o ser estiver preenchido pela presença da Mãe, então você se lembrará dela automaticamente e não poderá esquecê-la de maneira alguma. * Sente-se, calmo e silencioso, lembre-se da Mãe e abra-se a ela. Esta é a regra para a meditação. * Todos têm este tipo de dificuldade. Identificação com a Mãe a todo momento não pode ser realizada facilmente. Isto é realizado por meio de uma perseverante prática espiritual. * A pessoa deve praticar a espiritualidade de maneira silenciosa, calma e corajosa, com a fé constante de que a vitória da Mãe se realizará. A Consciência da Mãe A primeira coisa a vir é a paz; a menos que todo o instrumento se torne pleno de paz, é difícil para o conhecimento descer. Uma vez que a paz esteja estabelecida, a
A Luz da Mãe
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vasta e infinita consciência da Mãe se manifesta; o ego é submergido nela e finalmente desaparece sem deixar nenhum vestígio. Nesta infinitude, apenas a Mãe e sua eterna porção permanecem. * Você deve viver acima, na vastidão que está experimentando, e nas profundezas interiores, e deve viver nisto apenas; além do mais, você deve trazer esta vastidão para todas as partes da natureza, mesmo da natureza inferior. Dessa forma, a transformação da natureza inferior e externa pode ser permanentemente estabelecida. Pois esta vastidão é a infinitude da consciência da Mãe. * Quando a estreita natureza inferior for liberada na vastidão da consciência da Mãe, então ela será transformada até as próprias raízes. * Seja sempre calmo e deixe que a consciência superior da Mãe desça em você – só isto transformará sua consciência externa. A Luz da Mãe Quando a consciência física se torna predominante, ela encobre tudo o mais e tenta espalhar-se por todo o ser. Tal estado se produz porque quando a consciência física se expressa em sua natureza característica, tudo parece ficar tomado pela inércia e pela obscuridade, privado da luz do conhecimento e do impulso da força. Não dê seu consentimento a essa condição – se ela ocorrer, chame a luz e a força da Mãe para entrar em sua consciência física e torná-la luminosa e poderosa. * Para eliminar as dificuldades subconscientes, primeiro a pessoa deve reconhecêlas, em seguida rejeitá-las, e finalmente trazer a luz da Mãe do interior ou do alto para a consciência do corpo. Então, os movimentos ignorantes do subconsciente serão expulsos e os movimentos da outra consciência serão estabelecidos. Porém, não é fácil fazer isto; você deve fazê-lo pacientemente; requer-se uma paciência resoluta. Confiança na Mãe é o único meio. Contudo, se a pessoa puder permanecer no interior e manter a visão e a consciência interiores, não haverá muito sofrimento e labor – mas, nem sempre é possível fazê-lo e é por isso que fé e paciência são especialmente necessárias.
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* A Mãe já se encontra em seu interior. O trabalho da Shakti está prosseguindo por trás do véu da natureza física. Por fim, com a Luz da Mãe, o véu se tornará transparente. * A transformação do físico só se torna possível quando o corpo é preenchido com a luz da Mãe. Defeitos e Dificuldades Não há nenhum sadhak, mesmo sendo ele um filho do Divino, que não possua numerosos pequenos defeitos em sua natureza. Tão logo se torne consciente deles, deve rejeitá-los; você deve aspirar mais ardentemente pela Força da Mãe a fim de que esses pequenos defeitos da natureza possam ser pouco a pouco erradicados; mas, a fé, a auto-entrega e a confiança na Mãe devem sempre permanecer intactas. Eliminar esses defeitos inteiramente é uma questão de tempo; você não deve ficar perturbado por eles existirem. * Nesta sadhana, assim como você eliminou a inquietude, assim também a tristeza não deve ser admitida. Você deve confiar na Mãe e avançar com um coração imperturbável e uma mente calma e alegre. Se você tem plena confiança na Mãe, onde há lugar para tristeza? A Mãe não está distante, mas constantemente perto de você. Você deve manter esta fé e este conhecimento. * A pessoa deve sempre manter uma fé absoluta na Mãe, de estar em Suas mãos, de que tudo será realizado através de Seu poder. Então, o obstáculo não poderá criar nenhum sofrimento ou desespero. * As dificuldades não têm grande importância. Elas não são nada, senão aquilo que existe na natureza externa dos seres humanos. Gradualmente, elas serão eliminadas pela Força da Mãe. Portanto, não há nenhum motivo para ansiedade ou depressão. *
Defeitos e Dificuldades
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Não se esqueça do que eu já disse muitas vezes. Pratique sua sadhana de maneira calma e silenciosa, sem ficar agitado. Então, pouco a pouco tudo se arranjará. Lamentar-se em altos brados não é bom. Chame a Mãe calmamente. Abra-se a Ela. Quanto mais quieto o vital se tornar, mais firmemente a sadhana prosseguirá sem se desviar. * Lembre-se constantemente da Mãe. Chame-a. Então, as dificuldades desaparecerão. Não tenha medo, não fique perturbado pelas dificuldades. Invoque a Mãe persistentemente. * Permaneça sereno e consciente. Chame a Mãe e a boa condição retornará. Realizar uma auto-entrega total leva tempo. Entregue tudo o que ainda resta. Só assim – repetindo isto constantemente – a entrega se tornará completa. * “Até onde cheguei, até onde deverei ir?” – Tais questões não são de muita valia. Tendo a Mãe como piloto, navegue em frente. Ela o conduzirá a seu destinado porto. * Esta não é a atitude correta. Sua sadhana não foi arruinada; a Mãe não o abandonou; ela não se afastou nem está descontente com você – são imaginações do vital e não deveriam ser admitidas de modo algum. Mantenha uma confiança simples e tranquila na Mãe. Sem temer as dificuldades, chame a Força da Mãe. Tudo o que você recebeu se encontra no interior; haverá certamente um novo progresso. * Quem vai embora? Aqueles que não possuem nenhuma sinceridade, nenhuma fé e confiança na Mãe, aqueles que consideram sua própria imaginação como algo superior à vontade da Mãe, estes podem partir. Mas, aquele que busca a Verdade, que tem fé e confiança, que quer a Mãe, não tem nada a temer; mesmo que hajam milhares de dificuldades, ele as vencerá; mesmo que ele possua numerosos defeitos em sua natureza, ele os corrigirá; mesmo que ele caia, ele se erguerá de novo e finalmente, um dia, ele alcançará a meta de sua sadhana. * De uma coisa você deve sempre se lembrar, de que se for em frente com plena confiança na Mãe, então, quaisquer que sejam as circunstâncias e dificuldades, por
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mais longo que seja o tempo necessário, você certamente chegará à meta – nenhum obstáculo, atraso ou condição adversa pode frustrar o sucesso final. O Relacionamento com a Mãe Deve-se manter relação com o mundo externo, mas tudo isto deve permanecer na parte mais superficial. Você deve viver no interior, próximo da Mãe e observar tudo a partir dali – é isto que se requer. É o primeiro passo do Karmayoga. Então, conduzir a partir do interior todo trabalho externo com o auxílio da força da Mãe. Este é o segundo passo. Se você puder fazer isto, então não terá nenhuma outra dificuldade. * É verdade que a Mãe está presente em todos e devemos ter uma relação com Ela. Porém, não se trata de uma relação humana ou pessoal; é ser uno com Sua vasta unidade. * Quando a consciência se torna vasta, universal, e vê a Mãe em todo o universo, então o ego não perdura. Apenas o seu ser verdadeiro, que é um filho e uma porção da Mãe, repousa em Seus braços. * Uma emanação ou uma parte do ser e da consciência da Mãe é projetada por Ela para cada sadhak e permanece com ele, como Sua imagem e representante, para auxiliá-lo. De fato, é a própria Mãe que se projeta nesta forma. * O caminho direto para a verdade está aberto no coração. Tudo o que é oferecido se eleva para a Mãe e imerge em Sua Verdade e se torna inteiramente verdadeiro. * A Mãe é a meta, tudo se encontra nela; se Ela for alcançada, tudo é alcançado. Se você habitar em Sua consciência, tudo o mais desabrochará por si mesmo.
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GLOSSÁRIO DE TERMOS EM SÂNSCRITO E OUTROS Os termos filosóficos e psicológicos neste glossário são definidos quase inteiramente nas palavras de Sri Aurobindo.
Abertura – a liberação da consciência, por meio da qual ela começa a admitir em si mesma a atividade da Vida e do Poder Divinos. Abhimana – amor-próprio, orgulho, especialmente orgulho ferido e ressentimento por nos sentirmos maltratados por quem amamos. Adhar (adhara) – suporte, receptáculo; o sistema mental-vital-físico como um receptáculo da consciência espiritual. Adya Shakti – o poder original; a suprema e divina Consciência e Poder acima dos mundos; a Mãe transcendente. Akshara – o Akshara Purusha: o Ser Consciente imóvel e imutável. Alma – a essência psíquica; a essência divina no indivíduo; uma centelha divina que desce à manifestação para sustentar a evolução do indivíduo. No curso da evolução, a alma cresce e se desenvolve na forma de uma personalidade, o ser psíquico. O termo “alma” é frequentemente usado como sinônimo de “ser psíquico”. Ananda – felicidade, deleite; o princípio essencial de deleite. Ashram – a morada ou moradas de um Guru ou Mestre de filosofia espiritual onde ele recebe e abriga aqueles que vêm a ele para o ensinamento e a prática; uma comunidade espiritual. Atman – o Si; o Espírito; a natureza original e essencial de nossa existência; o ser espiritual acima da mente. Avatar – a encarnação divina; aquele no qual a Consciência Divina se manifestou para um grande trabalho no mundo; a palavra avatara significa descida: é a descida do Divino abaixo da linha que separa o mundo ou estado divino do humano. Avidya – ignorância; a Ignorância; a Ignorância da unidade; a consciência da Multiplicidade.
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Bhagavat Chetana – a consciência divina. Bhakti – amor ao Divino, devoção ao Divino. Bhava – sentimento, Brahman – a Realidade, o Eterno, o Infinito, o Absoluto, o Uno além do qual não há nenhuma outra existência. Chakras – centros do ser interior; centros de consciência que conectam o ser interior com a personalidade externa. Chit Shakti – Consciência-Força. Consciência – a força auto-consciente da existência. A essência da consciência é o poder de ser consciente de si mesma e de seus objetos; mas ela não é apenas um poder de percepção de si e das coisas, ela é ou possui também uma energia dinâmica e criativa. Divino, o – O Ser Supremo do qual tudo procede e no qual todos vivem. Entrega – consagrar tudo em si mesmo ao Divino, oferecer tudo o que se é e se possui. Espírito – a Consciência acima da mente, o Atman ou Si universal que é sempre uno com o Divino. Essência Psíquica – a alma em sua essência; a essência divina no indivíduo. No curso da evolução do indivíduo, a essência psíquica se desenvolve e toma forma como o ser psíquico. Físico, o – a consciência física e o corpo físico. Força, a – a Força Divina, a Energia una que é a única existente e que torna a ação universal ou individual possível, pois esta Força é o próprio Divino no corpo de Seu poder. No indivíduo ela é uma Força para purificação, iluminação, transformação, para tudo o que deve ser realizado no yoga. Força Consciente – a divina Força Consciente que constrói os mundos; a Energia universal que é o Poder do Espírito Cósmico trabalhando a verdade cósmica e individual das coisas.
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Gita – o Bhagavad Gita, a “canção do Bem-Aventurado Senhor”, constituído dos ensinamentos espirituais de Sri Krishna transmitidos oralmente a Arjuna no campo de batalha de Kurukshetra. Graça, a – a Graça Divina, o auxílio de uma Força Divina transcendente que é superior à força do Karma, a qual pode elevar o sadhak além das presentes possibilidades de sua natureza. Ignorância, a – Avidya, a ignorância da unidade; a consciência separativa e a mente e a vida egoísticas que dela derivam; a consciência da divisão dos Muitos, separados do conhecimento unificador da Realidade Única. Ishwara – o Senhor, o Mestre; o Ser Divino. Ishwara-Shakti – o Ser Divino e o Poder Divino ativos; o princípio dual do Senhor (Ishwara) e seu Poder executivo (Shakti). Ishwari – o Poder executivo do Ishwara. Jiva – ver Jivatman Jivatman (ou Jivatma) – o Si individual; o si ou espírito individualizado do ser criado; o Espírito individualizado que sustenta o ser vivo em sua evolução de vida em vida. Karmayoga – o yoga das obras (realizadas sem desejo). Kshara – o Kshara Purusha: o Ser Consciente móvel, mutável. Kundalini Shakti – o Poder do Yoga figurado como uma serpente que normalmente se acha enrolada e adormecida no centro de consciência mais inferior da coluna vertebral. Mãe, a – a Mãe Divina, a consciência e a força do Divino; o Divino em sua consciência-força. A Mãe é a Força Consciente divina que domina toda a existência, sustentando a nós e ao universo. Mahashakti – a grande Shakti, a Mãe universal. Mantra – palavras ou sons estabelecidos que possuem um significado ou poder espiritual; sílaba ou nome sagrado, fórmula mística. Moksha – liberação, libertação espiritual.
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Natureza – Prakriti, o aspecto externo ou executivo da Força Consciente que forma e movimenta os mundos. A Natureza superior ou divina (Para Prakriti) é livre de ignorância e de suas consequências; a Natureza inferior (Prakriti) é um mecanismo de Força ativa manifestado para o trabalho da Ignorância evolucionária. Nirvana – extinção, não de todo o ser, mas do ser como nós o conhecemos, extinção do ego, do desejo, da ação e da mentalidade egoísticas. Para Prakriti – a Natureza suprema. Prakriti – a Natureza; a Força-Natureza; o aspecto externo ou executivo da Força Consciente. Presença, a – o sentimento e a percepção do Divino como um ser, sentido como presente em nossa existência e em nossa consciência ou em relação a elas. Psíquico – da alma ou relacionado à alma (enquanto distinta da mente e do vital). Usado no sentido da palavra grega “psyche”, significando “alma”, o termo “psíquico” se refere a todos os movimentos e experiências da alma, aqueles que se elevam ou tocam diretamente o ser psíquico. Psíquico, o – o ser psíquico; a essência psíquica; a alma. Ser Interior – a mente, o vital e o físico interiores, com o psíquico por trás, como o mais profundo. Ser Psíquico – a alma evolucionária do indivíduo, a porção divina nele que se desenvolve de vida em vida, crescendo por meio de suas experiências até que se torne um ser plenamente consciente. De seu lugar, por trás do centro do coração, o ser psíquico sustenta a mente, a vida e o corpo, auxiliando o seu crescimento e desenvolvimento. O termo “alma” é usado frequentemente como um sinônimo do ser psíquico, mas estritamente falando existe uma diferença: a alma é a essência psíquica, o ser psíquico é a personalidade da alma projetada e desenvolvida pela essência psíquica para representá-la na evolução. Purna Yoga – o Yoga integral (Purna) de Sri Aurobindo e da Mãe. Purusha – Ser Consciente; o Ser essencial sustentando o jogo da Prakriti (Natureza); a Pessoa verdadeira ou espiritual.
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Purushottama – a Pessoa suprema e divina; o Ser Supremo que é superior ao Ser mutável e ao Imutável. Rajásico – da natureza de rajas, a qualidade da Natureza que energiza e conduz a ação. Rajas é a qualidade de ação, paixão e luta impelida pela natureza e pelo instinto. Sachchidananda – o Ser Divino uno com um aspecto triplo de Existência (Sat), Consciência (Chit) e Deleite (Ananda). Sadhak – aquele que pratica uma disciplina espiritual; alguém que está obtendo ou buscando obter a realização espiritual. Sadhana – prática ou disciplina espiritual; a prática do Yoga. Samsara – o mundo; a vida comum da Ignorância. Sankalpa – resolução. Sannyasi – aquele que renunciou ao mundo e à ação; um asceta. Sanskara – impressão, noção estabelecida, reação habitual formada pelo passado da pessoa. Sáttwico – da natureza de sattwa, a qualidade da Natureza que ilumina e esclarece. Sattwa é a qualidade de luz, harmonia, pureza e paz. Shakti – Força, Poder; o Poder Divino; o Poder da Mãe Divina. Si – o Atman, o Espírito universal, o Ser auto-existente, a Existência consciente essencial, o uno em tudo. O Si é o ser e não um ser; é a natureza original e essencial de nossa existência. Siddhi – perfeição, sucesso, realização dos objetivos do Yoga. Supramente – o Supramental, a Consciência-da-Verdade, a consciência e a força divina mais elevada operante no universo. Um princípio de consciência superior ao mental, ela existe, atua e trabalha na verdade e na unidade fundamentais das coisas e não como a mente em suas aparências e divisões fenomenais. Supramental – relacionado à Supramente. Svarupa – forma própria, forma verdadeira, forma ou imagem essencial.
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Tamásico – de ou relacionado a tamas, a qualidade da Natureza que vela ou obscurece; a qualidade de ignorância, inércia e obscuridade, de incapacidade e inação. Tantra – um sistema yóguico baseado no princípio de Consciência-Força (concebida como a Mãe Divina) como sendo a Realidade Suprema; seu método de disciplina é elevar a Natureza do homem ao poder manifesto do Espírito. Tantras – as escrituras do Tantra. Tântrico – relacionado ao Tantra. Tapaswi – alguém que pratica Tapasya. Tapasya – esforço, energia, austeridade da vontade pessoal; concentração da vontade e da energia para controlar a mente, o vital e o físico a fim de transformá-los ou trazer para baixo a consciência superior ou para qualquer outro propósito yóguico ou superior. Upadesha – instrução, ensinamento. Vedanta – um sistema de filosofia e disciplina espiritual baseado nos Upanishads que ensina o conhecimento mais elevado do Absoluto. Vedântico – relacionado à Vedanta. Vital – a natureza-de-vida constituída de desejos, sensações, sentimentos, paixões, energias de ação, vontade de desejo, reações da alma-de-desejo do homem e de todo o jogo de instintos possessivos e outros relacionados, de raiva, cobiça, luxúria, etc. que pertencem a este campo da natureza. Yoga – ligação, união; união com o Divino e a busca consciente dessa união. Em essência, o Yoga é a união da alma com o ser imortal, a consciência e a beatitude do Divino, efetuada através da natureza humana e cujo resultado é o desenvolvimento rumo à natureza divina do ser. Yoga Integral – uma união (yoga) em todas as partes de nosso ser com o Divino e a consequente transmutação de todos os seus elementos agora discordantes na harmonia de uma consciência e de uma existência divinas mais elevadas. O Yoga de Sri Aurobindo e da Mãe é conhecido como Yoga Integral.
REFERÊNCIAS DOS TEXTOS NO LIVRO
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Yoga-Shakti – força yóguica, força espiritual. Yogue – aquele que pratica Yoga, mas especialmente alguém que alcançou a meta do Yoga e já se encontra estabelecido na realização espiritual.
REFERÊNCIAS DOS TEXTOS NO LIVRO A compilação desse livro foi preparada pelo “Sri Aurobindo Ashram Archives and Research Library”. A maioria dos textos foi tirada dos escritos de Sri Aurobindo dos volumes 25 e 26, “The Mother with Letters on the Mother” and “On Himself.” publicados no “Sri Aurobindo Birth Centenary Library.”
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ESBOÇO DA VIDA DA MÃE A Mãe (Mirra Alfassa) nasceu em Paris em 21 de fevereiro de 1878. Ela recebeu sua educação inicial em casa e em uma escola particular. Mais tarde, ela frequentou um estúdio de arte em Paris pertencente à Academie Julian. Uma artista consumada, algumas de suas obras foram expostas no Salão de Paris. Ela também foi uma pianista talentosa e escritora. Sobre o início de sua vida espiritual a Mãe escreveu: "Entre onze e treze uma série de experiências psíquicas e espirituais revelou-me não só a existência de Deus, mas a possibilidade do homem de unir-se com Ele, de realizá-Lo integralmente em uma vida divina." Em 1906 e 1907, a Mãe estudou ocultismo em Tlemcen, na Argélia, com um adepto polonês, Max Theon, e sua esposa. Retornando a Paris, fundou um grupo de buscadores espirituais. Entre 1911 e 1913 ela deu muitas palestras a vários grupos em Paris. Em 1914 a Mãe viajou para Pondicherry, na Índia, para encontrar Sri Aurobindo, patriota indiano, poeta, filósofo e místico. Após uma estadia de 11 meses, ela voltou para a França por um ano e depois foi para o Japão por quase quatro anos. Em abril de 1920 a Mãe retornou à Pondicherry para retomar a sua colaboração com Sri Aurobindo. Com sua vinda, o número de discípulos em torno de Sri Aurobindo aumentou gradualmente. Este agrupamento informal eventualmente tomou forma como o Sri Aurobindo Ashram. Desde a sua criação em novembro de 1926, Sri Aurobindo confiou o material completo e carga espiritual do ashram para a Mãe. Sob sua orientação, que abrangeu um período de quase 50 anos, o ashram cresceu e se tornou uma grande comunidade multifacetada. Entre outras realizações da Mãe durante este período foram a criação do Sri Aurobindo International Centre of Education em 1952 e a fundação de Auroville em 1968. Esta vila em crescimento, localizada a oito quilômetros ao norte de Pondicherry, é um experimento ousado na vida internacional, com um elevado ideal espiritual. A Mãe supervisionou pessoalmente as atividades diárias do ashram até a idade de 84 anos. Em março de 1962, ela se retirou para seu quarto, mas, de lá, continuou durante a próxima década a guiar o ashram e receber pessoas regularmente. Em 17 de Novembro de 1973, com a idade de 95 anos, a Mãe deixou seu corpo.
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Sobre a relação entre a Mãe e ele, Sri Aurobindo escreveu: "A consciência da Mãe e a minha é a mesma", e novamente: "Não há diferença entre o caminho da Mãe e o meu; temos e sempre tivemos o mesmo caminho, o caminho que conduz à mudança supramental e à realização divina .... ". Em seu nonagésimo aniversário, a Mãe resumiu sua vida e seu trabalho da seguinte forma: "As reminiscências serão curtas. Eu vim à Índia para encontrar Sri Aurobindo, permaneci na Índia para viver com Sri Aurobindo. Quando ele deixou o seu corpo, eu continuei a viver aqui, a fim de fazer o seu trabalho que é, servindo à Verdade e iluminando a humanidade, acelerar o governo do Amor do Divino sobre a terra."
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ESBOÇO DA VIDA DE SRI AUROBINDO Sri Aurobindo nasceu em Calcutá, Índia, a 15 de agosto de 1872. Aos sete anos foi enviado por seu pai com seus dois irmãos mais velhos para estudar na Inglaterra. Muito cedo começou a escrever poesias e durante uma brilhante carreira acadêmica em St. Paul’s, Londres, e no King’s College, Cambridge, aprendeu e dominou completamente o inglês, o grego, o latim e o francês. O alemão, o italiano e o espanhol também lhe eram familiares. Estudou durante catorze anos na Inglaterra, onde adquiriu um profundo conhecimento da cultura europeia antiga, medieval e moderna. Em 1893, aos 21 anos, retornou à Índia, com uma completa educação ocidental. Começou então a procurar pela sabedoria e verdade do Oriente. Aprendeu o sânscrito e várias línguas indianas, e assimilou o espírito da civilização da Índia, em todos os seus aspectos. Passou treze anos em Baroda, a serviço administrativo e educacional para o Estado. Foram anos de aprendizado cultural e de atividades literárias, porém uma grande parte deste período passou-os em silenciosa atividade política. Em 1906 foi para Bengala assumir abertamente o comando do movimento revolucionário, que durante anos havia organizado em segredo. Ele foi o primeiro a publicar nas páginas de seu jornal “Bande Mataram” o ideal da completa independência da Índia. Três vezes processado por suas atividades, todas as vezes foi liberado por falta de provas. Finalmente, o governo britânico conseguiu prendê-lo e mantê-lo no cárcere durante um ano, entre 1908 e 1909. Foi nesse período que Sri Aurobindo passou por uma série decisiva de experiências espirituais que determinaram o curso de seu trabalho futuro. Liberado e certo do sucesso do movimento libertador da Índia, e respondendo a um chamado interior, Sri Aurobindo retirou-se do campo político e em 1910 e viajou para Pondicherry, no sul da Índia, para devotar-se totalmente à sua missão espiritual. Depois de quatro anos de recolhimento, em 1914, ele começou a editar, em colaboração com sua discípula, Mirra Alfassa, que mais tarde se tornou conhecida como A Mãe, um jornal filosófico chamado “Árya”. Os mais importantes trabalhos seus – The Life Divine, The Synthesis of Yoga, Essay on the Gita e The Ideal of Human Unity apareceram pela primeira vez. Esses trabalhos incluiam muitos dos conhecimentos interiores adquiridos em sua prática de Yoga. Tendo reunido todas as verdades essenciais de experiências espirituais passadas, ele trabalhou por um método mais
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completo de Yoga, que pudesse transformar a natureza humana e divinizar a vida neste mundo. Sri Aurobindo anteviu a possibilidade de uma vida divina na Terra e lutou por ela. Durante quarenta anos em Pondicherry permaneceu absorvido em seu trabalho espiritual, porém conservou-se a par de tudo o que estava acontecendo na Índia e no mundo. Quando necessário interferia, mas apenas com sua força espiritual e ação silenciosa. Seu trabalho espiritual tornou-se conhecido como “O Yoga Integral de Sri Aurobindo”, segundo o qual “Toda vida é Yoga”. Sri Aurobindo deixou seu corpo em 1950, aos 78 anos de idade.
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ENDEREÇOS PARA OBTENÇÃO DE INFORMAÇÕES Sobre a Mãe, Sri Aurobindo e o Yoga Integral desenvolvido por eles.
Para informações em português: Site da CASA Sri Aurobindo www.casasriaurobindo.com.br Grupo no Facebook (Sri Aurobindo Brasil) www.facebook.com/groups/162421040488460/ Sri Aurobindo no Wikipédia http://pt.wikipedia.org/wiki/Sri_Aurobindo Sobre Auroville: www.auroville-international.org/avi-centres/brazil/informacoes-geraissobre-auroville.html
Para informações em inglês: Site do Sri Aurobindo Ashram na Índia www.sriaurobindoashram.org Página com livros da Mãe que podem ser baixados no formato pdf: www.sriaurobindoashram.org/ashram/mother/writings.php Página com livros de Sri Aurobindo que podem ser baixados no formato pdf: www.sriaurobindoashram.org/ashram/sriauro/writings.php Site de Auroville http://www.auroville.org/