História de uma família pioneira em várias colonizações
Família Wolfart (BANDEIRANTES MODERNOS)
Relatos que contam de sacrifícios e emoções, levadas sempre com muito amor e humor e tendo presente profunda religiosidade.
Sinop, 08 de janeiro de 2017 (Data do encontro da família em Sinop/MT)
História de uma família pioneira em várias colonizações
Família Wolfart (BANDEIRANTES MODERNOS)
Relatos que contam de sacrifícios e emoções, levadas sempre com muito amor e humor e tendo presente profunda religiosidade.
Dedicatória Dedicamos estas páginas aos nossos irmãos, filhos, tios, netos e bisnetos para saberem como foi árduas a tarefa da “construção” da família, mas também interessante e alegre. Família Benno e Justina Wolfart
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CATALOGAÇÃO Jaeger, Ireneu Bruno, org. Sinop - Mato Grosso 72 páginas Prexo Editorial: 92687 Eplot, 2016 Sistemático: Biograas, Genealogia e Insígnia ISBN 978-85-92687-04-5
Agência Brasileira do ISBN
9 788592
687045
PROJETO GRÁFICO Cristiane Oliveira AUTORES Os lhos ORGANIZAÇÃO, REVISÃO ORTOGRÁFICA Professores Ireneu Bruno e Isabela Norma Jaeger CAPA Cristiane Oliveira Sinop,08 de janeiro de 2017
IMPRESSÃO Gráca e Editora Eplot Ltda-ME. Av. dos Jacarandás, 264 Jardim Jacarandás | 78 556 020 Sinop | Mato Grosso Tel.: 66 3532 3755 E-mail: eplotgraca@hotmail.com
Agradecimentos Agradecemos a todos os que de uma forma ou outra colaboraram para a concretização deste documento. Obrigado especial ao: diagramador, editor e aos organizadores e redatores Prof. Ireneu Bruno e Isabela Jaeger. Por ocasião das Bodas de Ouro, em 23-06-2004 e de Diamante em 23-06-2014, o casal Benno e Justina querem deixar esta recordação. Em 08 de janeiro de 2017 será a 7ª FESTA DOS WOLFART em Sinop e data prevista para lançamento deste livro. “Recordar é viver.”
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Sumário HISTÓRIA DA VIDA DOS PIONEIROS LEOPOLDO VALENTIM E IDALINA JUNGES WOLFART (PAIS DE BENNO)
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DADOS BIOGRÁFICOS DOS PATRIARCAS LEOPOLDO E IDALINA PRIMEIRA MUDANÇA 11 SEGUNDA MUDANÇA 11 AS DIFICULDADES 12 TROPA DOS MARAGATOS 12 A FAMÍLIA EM SANTA CATARINA 13
11 11 11 12 12 13
O CASAL BENNO FRANCISCO WOLFART E JUSTINA FLACH WOLFART BODAS DE OURO 16
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ALGUNS DEPOIMENTOS DO CASAL BENNO E JUSTINA A COLABORAÇÃO DA COMUNIDADE ERA CONSTANTE HUMOR 20 APRONTARAM OUTRA 21 A FINALIDADE DO GATO DO MATO 21 E ELE FOI 22 APRONTARAM MAIS 22 BENNO E JUSTINA 23 A GRANDE VIRADA 25 RELIGIOSIDADE 26
19 19 20 21 21 22 22 23 25 26
ANEXOS INTRODUÇÃO FUNDAÇÃO DE ITAPIRANGA (PORTO NOVO) A COMUNICAÇÃO NOS VELHOS TEMPOS A EDUCAÇÃO OS DIFÍCEIS TEMPOS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
29 29 30 31 31 32
MENSAGEM DOS FILHOS PARA OS PAIS BENNO E JUSTINA VOCÊS SÃO OS VERDADEIROS FILHOS DE DEUS
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MENSAGEM DOS NETOS
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FAMÍLIA DE ALOYZIUS IGNÁCIO ROYER MUDANÇA PARA MATO GROSSO FILHOS E NETOS
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FAMÍLIA DE WILLIBALDO WOLFART
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FAMÍLIA DE ALOÍSIO WOLFART ALGUNS FATOS QUE MERECEM SER LEMBRADOS
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HINO DOS WOLFART
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FONTES DE PESQUISA
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HistĂłria da vida dos pioneiros Leopoldo Valentim e Idalina Junges Wolfart
(pais de Benno)
Um relato de herĂłis com sangue de desbravadores que enfrentaram a vida com muita fĂŠ em Deus, amor e bom humor.
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Dados biográficos dos patriarcas Leopoldo e Idalina O pai de Benno e seus irmãos é o Sr. Leopoldo Valentim Wolfart que nasceu em Poço das Antas no Rio Grande do Sul, no dia 10 de abril de 1889. A mãe, Sra. Idalina Junges Wolfart, nascida no dia 06 de janeiro de 1889 em Poço das Antas/RS. O casamento foi no dia 29 de maio de 1912 no mesmo município de Poço das Antas.
PRIMEIRA MUDANÇA Após três anos fizeram a primeira mudança para Selbach, Rio Grande do Sul. Ali moraram por dez anos e tiveram seis filhos.
SEGUNDA MUDANÇA No ano de 1926 fizeram uma incrível dificílima mudança para a Colônia Porto Novo, colonização alemã da Sociedade União Popular (Volkverein), depois chamado de município de Itapiranga. Ali foram 13
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pioneiros de uma colonização destinada a pessoas de origem alemã e religião católica. Outra colonização fora feita para descendentes de alemães de confissão evangélica, chamada de Porto Feliz, mais tarde município de Mondaí. Podemos imaginar-nos das grandes dificuldades de entrar na mata virgem com seis filhos, o mais velho com apenas treze anos. AS DIFICULDADES A travessia do rio Uruguai foi feita no Porto Schoeler (anteriormente chamado Porto Rohde), em Sede Capela. A mudança foi em carroça puxada por mulas, que nadavam e a carroça colocada em canoas. Uma das meninas tinha tanto medo de atravessar naquela “coisa” improvisada que correu pro mato. Disse que preferia enfrentar a onça. A muito custo foi convencida a ir junto. Com muita dificuldade chegaram ao local denominado Santa Fé. Havia apenas poucas propriedades abertas. A família ficou acampada por 14 dias na beira de uma estrada existente, esperando para ver onde seria demarcada a terra que haviam comprado. Então começou a lida de derrubar mata virgem, depois construir pequena casa e finalmente plantar e colher. Mas não pensem que foi assim rápido. Havia insetos mil, formigas e animais selvagens, bem como a doença da malária.
TROPA DOS MARAGATOS Ainda quando estavam no acampamento de beira de estrada, apareceu a tropa de Leonel Rocha, da parte da Revolução dos Maragatos do Rio Grande do Sul. Esses revolucionários haviam vindo do lado do Rio Peperi, que faz fronteira com a Argentina. O que eles mais queriam era recolher armas de todo tipo, inclusive canivetes. Roubaram ainda cavalos, mulas, tiravam os poucos víveres que havia. Exigiram que o Sr. Leopoldo Valentim Wolfart acompanhasse a comitiva. O mesmo fizeram com os outros homens, que todos deviam ir com eles. Deixaram a Dona Idalina
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sozinha com seus seis filhos. Podem imaginar o desespero pensando até que o esposo seria morto ou se deveria servir na guerra. Ela chorou muito. Entretanto, a mulher conseguira dar uma de esperta e enquanto os homens revistavam seu esposo, fora esconder bem o dinheiro. O Sr. Leonel, num “gesto de humanidade”, depois de muito choro, ordenou a um dos capangas que zelasse pela jovem mãe com seus filhinhos e deixasse alguma comida para eles. A comitiva seguiu adiante até chegar num outro morador, chamado de Valério. O mesmo já tinha residência fixa com benfeitorias e alguns animais na sua propriedade, onde ocorreu a situação mais tensa: o Sr. Valério começou a discutir com os capangas , querendo enfrentá-los. Aí o Leonel Rocha deu ordem a um dos seus capangas, moreno, muito grande, forte e armado, para pegar o Valério e retirá-lo do local. Passado algum tempo, o capanga voltou para o lugar onde os demais se encontravam, com suas roupas sujas de sangue e foi falar com seu superior. Todos os colonos que ali estavam, ficaram muito assustados e com medo, achando que o capanga tinha matado o Sr. Valério e que todos iriam morrer. Porém, passado mais algum tempo, o Sr. Valério retornou com duas peças grandes de carne. Todos ficaram aliviados, pois o sangue que apareceu nas roupas do capanga, era dos animais que tinham sido abatidos para alimentar a comitiva. Ao anoitecer daquele dia, a comitiva liberou todos os agricultores para retornarem às suas famílias, sãos e salvos. Na mesma noite a comitiva de aventureiros seguiu viagem em direção ao Rio Grande do Sul.
A FAMÍLIA EM SANTA CATARINA Estabelecidos em outro estado, já tendo derrubado mato e feito lavoura, as coisas começaram a normalizar. Tiveram mais três filhos, ficando um total de nove. Vejamos suas datas de nascimento e os seus respectivos casamentos: a. José Wolfart nasceu em 18/10/1913 e casou com Rosa Bracht;
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b.
Elma Wolfart nasceu em 27/07/1916 e casou com Afonso
Bracht; c. Bertoldo Wolfart nasceu em 1920, casou com Maria Hofer; d. Jacó Wolfart nasceu em 29/09/21 e casou com Adelina Kummer; e. Alvina Maria Wolfart nasceu em 05/03/1923; casou com Franz Scholz; f. Aloísio Wolfart nasceu em 13/03/1925 e casou com Elisabeth Hofer; g. BENNO FRANCISCO WOLFART masceu em 22/09/1927 e casou com JUSTINA FLACH; h. Otília Silvina Wolfart nasceu em 01/10/1929 e casou com Aloyzius Royer; i. Wilibaldo Wolfart nasceu em 14/04/1932 e casou com Inês Flach.
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O casal Benno Francisco Wolfart e Justina Flach Wolfart
Da Linha Santa Fé o moço Benno foi passear na Linha Popi, onde se encantou pela Justina Flach. Esta nasceu a 14/05/1934, filha de Ignacio Flach e Maria Claudina Schaefer. O casamento se realizou na igreja matriz São Pedro Canísio de Itapiranga, celebrada pelo Padre Beno Beuren.
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BODAS DE OURO Eles festejaram em 23/06/2004 as Bodas de Ouro e em 23/06/2014 as Bodas de Diamante, em Sinop/MT. O DVD das bodas de ouro mostra a beleza daquela festa, realizada a missa na Igreja São Camilo e a recepção no salão da mesma igreja.
Bodas de Ouro Os enfeites estavam maravilhosos, sempre nas cores amarelo/ouro. O que dominou a festa foi a emoção do par jubilar e as palavras proferidas pelo sacerdote Padre Eudes. Houve apresentações por parte de filhos, noras e genros, inclusive com presença de netos e uma bisnetinha. A comemoração no salão foi em alto estilo com refeição muito farta e bolos à vontade. Foi a família de Benno e Justina tomou a frente para deixar registrada esta história para a posterioridade, motivo pelo qual começamos o relato por eles.
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Bodas de Diamante O casal teve 11 filhos: - Idalina Maria, nascida em 21/04/1955 e casou com Tarcísio Bohnen; - Teresia Otília , nascida em 16/07/1956 e casou com Osmar Júlio Welter; - Alvina Ernestina, nascida em 18/10/1957 e casou com Hertes dos Santos; - Leonida Maria , nascida em 27/12/ 958 e casou com Elígio João Angnes; - Lúcia Selma, nascida em 09/02/1960 e casou com Gilberto Luiz Baldissera; - Inácio Leopoldo, nascido em 17/05/1961 e casou com Anastácia Hammerschmit; - Elisabeta Lourdes, nascida em 29/06/1962 e casou com Marino Brand; - Ivone Maria, nascida em 02/10/1963 e casou com Elias Francio; - Cristina Otília , nascida em 24/12/1964 e casou com Sadir Cichelero; - Aloísio José, nascido em 23/06/1966 e casou com Helena Maria da Silva; - Maria Marta, nascida em 13/10/1967 e casou com Hugo Rieger.
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Alguns depoimentos do casal Benno e Justina
Benno começou a estudar aos oito anos de idade. Seu professor era Ervino Eugênio Jaeger, que considera ter sido ótimo, muito rígido. Ainda se usavam castigos físicos como a “varinha” e “palmatória”. Os pais da época aprovavam totalmente esta “didática”. Em relação às estradas, ele relata que todos os homens eram obrigados a trabalhar seis dias por ano, na conservação. É claro, era tudo no “muque” sem maquinário moderno. Precisamos entender que certas estradas estavam sendo construídas ou conservadas. Afirma ele que eram exigidos dois metros de limpeza em cada lado, o que nem sempre era possível. Havia também um imposto sobre estradas como também para outras finalidades. Por exemplo, cobrava-se imposto de carroça e bicicletas, com direito à colocação de placas. A COLABORAÇÃO DA COMUNIDADE ERA CONSTANTE As comunidades tinham de fazer tudo. Havia colaboração de praticamente todos. Assim se fez a primeira casa do professor, depois outras salas de aula, mais tarde o Hospital Sagrada Família, o Colégio São Vicente das Irmãs e finalmente o Seminário Sede Capela. Foi ainda construído o salão Kollping (também chamado simplesmente de Grêmio 21
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ou Gesellenverein). A partir do momento em que Itapiranga ficou município, em 30-12-1953, havia colaboração mútua entre o poder municipal e a população. A primeira matriz foi construída em madeira e pintada com cal virgem. Essa atividade comunitária depois se repetiu no interior onde cada comunidade ergueu sua igrejinha e salão de festas. O que mais marcou, entretanto, foi a construção da igreja São Pedro Canísio. O prédio em alvenaria foi construído em volta da antiga igrejinha de madeira. A fundação foi toda feita com pedras lapidadas. Ficaram famosos quatro pedreiros: José Sanzi, Santos Columbi, Silvino Ternus e Edvino Reichert. As grandes pedras eram transportadas em carroças puxadas a bois. As paredes foram todas feitas com tijolinho maciço. Houve também cintas de concreto, tudo sempre batido a mão e carregado em baldes. Para terminar a obra, levou entre oito e dez anos. HUMOR O bom humor sempre foi característica do Sr. Benno. Ele conta que no segundo dia de Pentecostes, não iria trabalhar, mas fazer uma caçada. Deixemo-lo contar: “Fui fazer uma caçada no mato, onde abati um gato do mato (Ticha Katze) muito grande e bonito. Resolvi de tirar o couro. Convidei meu irmão mais novo, o Wilibaldo, para ajudar nesta tarefa. Com muito cuidado tiramos a pele, com o mínimo de cortes possível. Aí fizemos uma armação de arame para secar e depois ficar de pé, como se estivesse vivo. Para dar volume nas pernas foi colocado pano de chão e assim por diante.
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Certo dia as Irmãs do colégio trouxeram as crianças na nossa propriedade para um passeio. Comeram frutas a valer... Aí veio uma ideia de “aprontar uma”. Coloquei o gato do mato em cima de uma laranjeira, a qual estava carregada de laranjas “natal” madurinhas. Quem olhava de baixo não enxergava o bicho. Chamei um garoto bem disposto para trepar e apanhar as bonitonas lá de cima. O coitado levou um susto quando viu o animal sobre sua cabeça. Ele abriu um berreiro enorme. Então eu gritei para ele: ”Pega no rabo”. "Mas de jeito nenhum ele vai morder". Devagarinho, entretanto, ele foi criando coragem e encostou no rabo. Foi uma risada geral. APRONTARAM OUTRA Na visita do Sr. Dalinghaus a conversa chegou no tal gato. Ele disse que nunca tinha visto e queria conhecer. Encantou-se e quis comprar o animal empalhado. Eu não queria vender, mas ele chorou tanto que no final eu disse para ele: “Meu amigo, não vou vender para você.... vou dar de presente”. Nunca vi pessoa mais feliz. Pediu papel jornal para embrulhar que ele não queria que ninguém visse. “Mas e se alguém perguntar o que tem nos jornais?”.” Explico que peguei um monte de chá de camomila na sua casa.
A FINALIDADE DO GATO DO MATO Este Dalinghaus tinha uma serraria e lá trabalhavam muitos funcionários e eles sabiam do tal gato...Planejaram que iriam “aprontar”. À noite foram na propriedade do Albino Schoffen, colocaram o “tal” gato no galinheiro, amarrado numa linha de pesca. Primeiro um galo deu o alarme e logo as galinhas entraram no coral. O Albino levantou, ainda vestido de cueca roxa e uma camiseta. Foi à luta com um facão e um lampião de querosene "para tempo" (Sturm Lampe). Vendo a cena começou a desferir golpes de facão. Aí a turma puxou na linha e o nosso amigo pensou “este se escapou” e voltou para a cama. Explicou para a mulher que tinha 23
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batido bastante e que este não voltava mais. Contudo, os safados colocaram-no de novo no galinheiro. A orquestra das galinhas fez o Albino levantar novamente, furioso e desta vez se enrolou todo na tal linha de pesca. Cortou-a com facão. Compreendendo a realidade, puxou bem para cima a cueca e seguiu a linha até encontrar o malandro atrás de um poste de cerca. “Seu safado, amanhã vou denunciar você na delegacia”. E ELE FOI Chegou lá no delegado com o bicho num saco. Relatou o acontecido à autoridade e ao Sargento Ari que se matava de rir. Mas ele insistiu que o delegado prendesse o Rudi Schrippe. A autoridade tomou ares de severo e ordenou ao Sargento que fosse trazer o culpado em sua presença. Perguntado se era só ele, sorriu e dedou a todos da brincadeira: Bernardo Salinas, Germano Salinas, José Salinas, Lauro Staub e o Sr. Meurer. O cabo Pedro foi chamar a turma toda que todos trabalhavam na serraria. “Tejem todos presos” sentenciou a autoridade. Eles quase não cabiam na pequena cadeia daquele tempo. Um esperto levou escondido uma gaitinha de boca. Tocaram, cantaram e pintaram o sete. No fim do dia o delegado liberou-os da prisão e eles foram tomar cerveja. Compuseram uma música que cantavam para todos: “Fui convidado pelo senhor delegado para contar a história do gato do mato. Homem brabo foi acordado pelos gritos do galo, armado de facão e lanterna, com cueca roxa e camisão.” A música foi sucesso e era cantada nos bailes. APRONTARAM MAIS No dia seguinte, aproveitando uma hora em que o delegado foi almoçar, o Isidoro Eidt pegou o gato do mato e o sentou caprichosamente na mesa do delegado, em cima de um cinzeiro e numa da patas dianteiras colocou um copo de cachaça e a outra na máquina de escrever. O bichano já tinha escrito: “Nos próximos dias 24
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será trocada a autoridade.” As traseiras mexiam um baralho (coisa indispensável para uma delegacia onde praticamente não acontecia nada). Quando o delegado viu aquilo, ficou furioso e se informou sobre o autor. Todos sabiam foi o Isidoro. O cara foi chamado: “Já pro xadrez”. “Mas, senhor, eu preciso avisar minha mulher, senão ela fica muito preocupada”. “Tá bem, te dou vinte minutos. Mas, ai de ti se escapar”. "Não, delegado, pode ficar tranquilo, dez minutos é o suficiente”. Preso ele combinou com o Cabo, que era amigo de cervejadas, que deixasse a porta só encostada, apenas com a taramela, sem fechar aquela “baita” fechadura. E assim se fez. O delegado devia estar dormindo com os anjos quando o Isidoro foi tomar cerveja no boteco. BENNO E JUSTINA Como lembram, eles casaram em 23/06/1954. Moraram inicialmente em Santa Fé, por 11 anos, junto com os pais de Benno. No dia oito de julho de 1965 mudaram-se para Santa Helena, município de Descanso/SC. Ali permaneceram apenas por
Casa de Linha Canaleta 25
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Foto da família Linha Canaleta dois anos nas terras do Sr. Inácio Flach. Por um tempo iam trabalhar na Linha Canaleta, nas terras dos pais de Justina. Posteriormente receberam estas terras em herança e lá se estabeleceram, adquiriram mais duas colônias de terra. Permaneceram ali por 16 anos. (Transcrito de depoimento oral do Sr. Benno).
Benno calvalgando com seu cavalo Picaço, em Linha Canaleta 26
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A GRANDE VIRADA Em 18/06/1983, deram uma grande virada na vida para sair de Santa Catarina para o Mato Grosso. Chegando a Sinop compraram dois sítios, localizados na Quarta Parte, Gleba Celeste: um de 90 alqueires, todo em mato e outro de 30 alqueires, sendo a metade aberta com plantação de café. Adquiriram ainda três chácaras no Bairro de Chácaras de Sinop, hoje denominada Comunidade Brígida, e ainda, uma casa na cidade, localizada na Rua das Primaveiras, no bairro do mesmo nome, que serviu de moradia para os filhos que ficavam na cidade, onde trabalhavam e estudavam. O casal foi morar na chácara com seus dois filhos homens.
1992: família em Sinop A maior alegria de Benno era quando ele ia ao sítio. Ali havia caça à vontade. Mas também havia muitas onças e elas adoravam matar os cachorros de caça. Depois de matar dois, o Sr. Benno resolveu dar uma boa lição na bichona e a “adestrou”. Como podem ver na foto a seguir, o relato é verídico.
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Momento do adestramento da onça
RELIGIOSIDADE A família sempre foi muito religiosa, devotos principalmente de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. A devoção começou principalmente com o parto difícil de uma das crianças que estava para nascer sentada. Seria um parto
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Ministro da Eucaristia complicado, com perigo para a mãe. O Sr. Benno segurava a mão da esposa firmemente e implorou a Nossa Senhora, dizendo que a mãe precisava viver para cuidar das crianças. E Nossa Senhora atendeu. Depois de terem ajudado a construir tantas comunidades: Santa Fé, Canaleta, Itapiranga, Santa Helena e vindo para Sinop/MT foram os fundadores da comunidade Brígida, onde moram, numa chácara, até hoje. Nessa comunidade sugeriram como padroeira Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Benno foi inclusive ministro da eucaristia e ajudou em tudo: construção de igreja, salão de festas. Como leitor assíduo da bíblia sempre gostou de trocar ideias com padres e com os próprios bispos,D. Henrique Froelich e D. Gentil Delazari. Todos gostavam de frequentar sua linda chácara.
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Visita do Bispo Dom Henrique comemorando 74 anos de vida de Benno
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ANEXOS
Com a devida licença, a família pediu que se inserisse neste ponto, passagens do livro “A Terra que eu Sonhei” “Sinopse Histórica de Itapiranga” de Ervino Eugênio Jaeger. “1. INTRODUÇÃO: ...Ao contar a história de Itapiranga, Município do extremo Oeste Catarinense, é preciso referir o que aconteceu antes e o que a motivou. Na primeira década do século XX, o Governo do Brasil mandou construir a estrada de ferro que ligaria o Rio Grande do Sul com o Centro e o Norte do País, pelo Vale do Rio do Peixe. Foi contemplada para a execução da obra a empresa inglesa “Railway Company”. Em pagamento pelos serviços prestados, recebeu enorme área de terras, compreendidas entre o Rio do Peixe e o Rio Peperi-guaçu, no atual estado de Santa Catarina, então Província do Paraná e Santa Catarina. Uma filial desta empresa, a “Brazil Development and Colonization Company”, sediada em Curitiba, possuía as escrituras da área. Esta empresa começou a vender as terras a empresas de colonização, especialmente no Oeste Catarinense na segunda 31
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década do século XX. É nesse momento que entram as histórias de Mondaí, Itapiranga e outros.” 3. FUNDAÇÃO DE ITAPIRANGA (PORTO NOVO) A fundação da colonização de Porto Novo (depois Itapiranga) foi resolvido no Congresso de Católicos, realizado em Santa Cruz do Sul/RS, em 26 de abril de 1925. Faziam-se presentes no ato delegados da Sociedade União Popular do Rio Grande do Sul, entidade que tomaria a iniciativa a peito. A primeira compra de terras foi feita em 28 de janeiro de 1926 por parte dessa SUP (Sociedade União Popular) (em alemão Volksverein.) As terras foram adquiridas da empresa “Chapecó-Peperi Ltda.”... num total de 583.975.705 m2, destinados a Porto Novo. Convidou-se um homem experimentado no assunto, o Padre jesuíta Max Von Lassberg... que encabeçou uma caravana de trinta pessoas numa viagem às terras que se chamaram “Porto Novo”. No dia 05 de abril de 1926, uma segunda-feira de Páscoa, partiram de Cerro Largo rumo a Porto Feliz, pois só era possível chegar a Porto Novo por essa colonização, fundada quatro anos antes. Dois guias, conhecedores do caminho e usando grande lancha, chamada de “Gasolina”, acompanharam o grupo. A chegada a Porto Novo foi num sábado de tarde, dia 10 de abril de 1926. No dia seguinte, segundo domingo de páscoa, 11 de abril de 1925, o Padre Max celebrou a primeira missa, às 8 h, em terras de Porto Novo. CONSIDERA-SE ESTE DIA COMO MARCO INICIAL 32
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DA FUNDAÇÃO DE PORTO NOVO. Por sugestão do sacerdote celebrante, escolheu-se como padroeiro da nova colonização, São Pedro Canísio, por ter sido canonizado recentemente pelo papa Pio XI. Os 31 nomes dos fundadores, guias e padre, estão inscritos num monumento perto da rodoviária de Itapiranga.” 5. A COMUNICAÇÃO NOS VELHOS TEMPOS “Todos podem imaginar como era difícil a comunicação num sertão bruto dos primeiros tempos. De vez em quando algum visitante trazia alguma notícia de parentes e amigos, logicamente, levava cartas cheias de saudade. Cada novo habitante relatava aos que aqui desbravaram as matas o que acontecia nas “velhas colônias”, como se dizia. Os novatos sempre encontravam um clima de solidariedade e ajuda mútua. Muitas vezes ficava-se sabendo do falecimento de entes queridos muito tempo depois do acontecido. O Padre João Rick é considerado o fundador de Itapiranga. ... Como fosse necessária uma estrada no lado do Rio Grande para ligar a Itapiranga, e o estado do Rio Grande não assumisse, o próprio Volkverein a construiu e manteve por longo tempo. Só em 1928 começou a funcionar a balsa (chamada de barca) em Sede Capela, por parte da família Schoeler.”
6. A EDUCAÇÃO Usos e costumes Os alemães, como a maioria dos europeus e seus descendentes, sempre deram muita importância à educação dos 33
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filhos, em boas escolas. Papel importante teve a escola de professores de Novo Hamburgo/RS “Lehrer Seminar” (Seminário de Professores) que preparava professores para as escolas em lugares de origem germânica. A maior parte das aulas era em língua alemã e dava-se muita importância à educação religiosa e à musical, saindo os formados capacitados a dirigirem corais e, normalmente, tocarem algum instrumento de música. A partir de 1935, o autor destas linhas (Ervino) passou a ser professor de Itapiranga. Recém-formado no Lehrer Seminar e recémcasado, fora convidado pelo Pe. Theodoro Treis a assumir a escola. Ervino e Ana chegaram a Itapiranga em 25 de março de 1935. Ser professor, naquela época, era muito mais do que ministrar aulas. Cabia-lhe um papel na sociedade, cheio de compromissos, como dirigir coral, preparar leituras de missas e outros eventos, ser catequista, conselheiro, participar de casamentos e enterros, enfim SER LÍDER. 7. OS DIFÍCEIS TEMPOS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL A Segunda Grande Guerra Mundial afetou, de uma forma triste, as colonizações de origem alemã, italiana e japonesa. Houve perseguições aos habitantes que levavam a única culpa de terem nome de origem das potências do Eixo. Em Itapiranga, ocorreram fatos desagradáveis, prisões e violência contra pessoas indefesas, na sua grande maioria contrárias às ideias de Hitler. Algumas até fugidas do regime nazista sofreram discriminações. Proibia-se falar alemão, quando a maioria das pessoas só sabia essa língua. Por ordem do interventor Estadual, Nereu Ramos, foi fechada a escola em que o autor lecionava. Dava-se como motivo “ensinar a língua alemã”. O ato oficial leva a data de 14 de setembro de 1938. Pouco depois, o mesmo mandou fechar todas as escolas do interior. Veio uma comissão oficial para executar esta ordem. 34
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Citaremos alguns fatos relatados e outros de nossa vivência para que a posteridade possa corrigir certos livros da história que faltam à verdade. A maioria das pessoas que ocupavam algum cargo na colonização ou na Caixa Rural deveriam ser presas. Igualmente, foram presos todos os que eram surpreendidos falando alemão. Bastava uma saudação em língua estrangeira para ser encarcerado. As torturas mais comuns eram: ser preso, xingado, surrado, chutado. Outros eram levados ao mato, fazia-se balanço do corpo e, segurando pelos cabelos, submergiam as pessoas na água até quase se afogarem. Muitas foram transportadas para Porto Alegre e Lages para prestarem serviço braçal na construção de estradas. Diante da situação terrível, onze pessoas fugiram e atravessando o rio Peperi. Foram morar na Argentina. Apareciam comissões, autoridades de todo tipo, não se sabendo, por vezes, se verdadeiras ou falsas. Íam de casa em casa para escutar se alguém falava ou rezava alemão para então ser preso. Bastava até mesmo chamar o nome alemão de uma cabeça de gado para ser aprisionado. A saudação em alemão era mais grave, considerava-se “Crime”. E pasmem, senhores leitores, até o cemitério foi vasculhado pelos “homens da lei”. Picharam todos os túmulos em que houvesse inscrição em outra língua. Outro fato degradante ao máximo acontecia nas escolas onde as crianças eram inspecionadas e bastava a merenda estar embrulhada em papel, com escrita alemã para ser preso o pai da criança. Uma ordem superior determinou que nenhum estrangeiro poderia morar em terras da fronteira até 200km. Por esta razão muitas famílias tiveram que mudar para Xaxim e Xanxerê, perdendo suas propriedades. Em todas estas buscas, os militares sempre tinham um escopo: “Encontrar as armas” ou então: “Apreender aparelhos de comunicação com Hitler”. Aconteceram fatos ridículos nestas 35
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buscas. Militares confundindo velhos aparelhos receptores de rádio com transmissores (eram imediatamente destruídos), confundiramse arames paralelamente estendidos (para dependurar fumo) com antenas de transmissão. Chegaram até a confundir um aparelho com mola para manter os sapatos em forma, como se isso fosse um transmissor secreto para falar com Hitler etc. No dia 10 de janeiro de 1943,o chefe do destacamento que cuidava dos presos no “Schuetzenhaus”(Clube Sete de Setembro), ordenou a triste “Marcha da Morte”. Os presos teriam que ir até Xanxerê ( mais de 200 km). O destino de alguns seria Lages. Sempre eram apoiados pela Sra. Rohde, que gozava de liberdade por ser portadora de documentação de nacionalidade americana. Ela, antes de vir ao Brasil, passara pelos Estados Unidos. Esta Senhora orientava os pobres marchantes para morte de que fossem devagar, que viria contra ordem do Governo Federal. Quem teve muito mérito na proteção dos alemães foi o Sr. Erasmo Bandeira de Melo, telegrafista de Itapiranga, que passava comunicados e avisava pessoas que estavam em perigo. A verdade é que os presos não chegaram ao destino porque veio contra ordem. Voltaram então, maltrapilhos, doentes, sem calçados, roupas em frangalhos... Papel importante para interromper a perseguição dos alemães teve o Pe. Vendelino Junges, que servira no Exército Brasileiro como capelão militar e voltara da Guerra. Mesmo tendo nome alemão, defendera a Pátria e tinha autoridade para proibir abusos. Num certo dia militares adentraram a igreja para recolherem livros de reza em língua alemã. O Sr. Inácio Werlang, que estava na parte superior de trás da igreja, local para o coral, gritou em alta voz: “Não entreguem”. Imediatamente ele foi preso pela sua conduta. Conta-se que, neste dia, os “homens da Lei” não queimaram os livros porque o Pe. Vendelino, com farda militar, foi reavê-los. Esta onda de “nacionalização” como era chamada,junto com as dificuldades normais, consequência da Guerra Mundial, deixaram a população em grande penúria. Havia dificuldades de conseguir mantimentos e, mais ainda, de dinheiro.” (Transcrito do livro: "A Terra que Sonhei" de Ervino E. Jaeger, Páginas 07 a 26) 36
MENSAGEM DOS FILHOS PARA OS PAIS BENNO E JUSTINA
Vocês são os verdadeiros filhos de Deus
Um dia vocês nasceram, pois Deus os criou. Tiveram sonhos, foi Deus que colocou em suas vidas a vontade de se amarem e serem felizes. E esse amor gerou frutos, seus 11 filhos, dos filhos de vocês vieram 24 netos e dos netos chegaram os 10 bisnetos até o momento. Deus acompanhou e acompanha passo a passo a história de vocês, Benno e Justina. Ele esteve presente no momento do sim, quando tudo começou com um simples anel, há 60 anos atrás. E agora vocês têm um baú de tesouros que começou a transbordar. Aos 25 anos de casados muita prata, altamente brilhante, fez de vocês um casal maleável e então alcançaram seu quadragésimo ano com pedras de rubi em abundância! Pedra dura da natureza, com sua cor vermelha, representando o auge do amor e paixão. Vocês viajaram pela vida dos 50 anos de felicidade conjugal. Seu tesouro cresceu com presentes de ouro, o metal mais fascinante, por sua beleza e valor, simbolizando a força de amor. Brindaram a sua felicidade. 37
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E agora vocês chegaram neste dia especial, que só poucos conseguem chegar, sessenta anos juntos. Os diamantes são para sempre, nada pode riscá-los, só pode ser riscado por outro diamante. Representa o amor eterno: nada pode abalar sua estrutura, construída com muito cuidado e carinho. Mas os tesouros que vocês mais valorizam não são joias, prata, rubi, ouro ou diamante, mas o amor que vocês possuem um pelo outro e pelos filhos, netos e bisnetos que nasceram deste amor. Lembramos quando os lampiões a gás eram luzes que clareavam nossa casa nas noites escuras. As lamparinas que alumiavam o caminho para a escola. Lembramos das roupas de “volta ao mundo”. Para fazer camisas e vestidos tinha uma peça de tecido. Um espetáculo, todos uniformizados. As camisas com bolsinhos e os vestidos com vários detalhes em outras cores. A maninha mais velha, Idalina que costurava, era costureira de primeira. Os calçados eram repassados pelos mais velhos aos mais novos, à medida que iam crescendo. Tinha roupas novas também, para a primeira Eucaristia, Crisma e festas de igreja ou quando cumpríamos uma tarefa dada como salvar porquinhos que estavam mal, prestes a morrer. Dizia o Davi, um amiguinho, agora é só engordar e vender. Quanto dinheiro! Lembramos quando nos reuníamos, depois de comer e antes de dormir, rezávamos e dormíamos felizes e de barriga cheia. Lembramo-nos das fornadas de bolacha, de pão e de cuca. Depois de tudo assado e o forno ainda quente, tinha batata doce e amendoim. Que delícia! Como não lembrar da bela horta, com canteiros de couve, alface, cenoura, beterraba, repolho, pé de tomate, cheiro verde... Tínhamos a tarefa de retirar as ervas daninhas, afofar e adubar a terra e regar à tarde. O pomar com toda variedade de frutas com destaque à parreira de uva. Quem a podava era o pai. Todo mês de agosto ia com seu alicate cortante, tirando as partes que julgava demais. Depois era só esperar, e marcar ponto no início e final do dia. Em alguns momentos, as uvas eram disputadas por abelhas, 38
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Não faltavam os cachos de banana, enterrados em caixas de arroz com casca, para amadurecerem ao mesmo tempo, pois a disputa era grande. E na hora do lanche na roça, época de melancia e melão, lembram ? Estes já eram colhidos no primeiro momento do dia e guardados na sombra do mato, depois divididos com todos. Lembramos das enormes árvores de jabuticabeira, perto dos banhados, no meio da mata, que só o pai Benno, com sua habilidade conseguia escalar, e encher os sacos e cestos. E ainda sobrava um tempinho para brincar e correr pelos banhados onde se plantava arroz. Lembramos do culto, das rezas do terço ou missa aos domingos do padre que gostava de comer feijão só na casa da família Wolfart, para inveja dos demais. Das listas de festeiros, que se lia e relia um mês antes das festas de igreja, designando funções de cada um para ajudar na festa. Lembramos do jardim florido, em frente à casa. Ali sempre se encontravam flores diversas: dálias, rosas, margaridas, lírios, boa opção para homenagear o aniversariante do dia, e enfeitar o altar da igreja aos domingos. Lembramos os encontros de família, de vizinhos, de parentes para comemorar o dia do Padroeiro, Batizados, Casamentos, Aniversários... Lembramos da noite de lua cheia, quando aprontamos a carroça de bois para quebrar e colher uma carroçada de milho, só para impressionar os pais que tinham ido para Sinop/MT olhar as terras para comprar. Lembramos das brincadeiras que nosso Pai aprontava enquanto trabalhava na roça. Uma vez fizeram um churrasco na roça, estava toda nossa família e também a do nosso vizinho, a família Staub, que muitas vezes trabalhava junto, uma hora na roça deles e outra vez na nossa. Mas voltando à brincadeira, o nosso Pai e o Pai da família Staub ficaram na tarefa de fazer o almoço. Fizeram um churrasco e quando estava pronto para comer, um deles experimentou a carne e falou que a mesma estava com gosto muito 39
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forte, pois se tratava de um animal macho, pois fora morto antes de ser castrado. Todos ficaram muito tristes, sobraria comer somente arroz e mandioca, pois a carne tinha que jogar fora, sem condições de consumo, porém, quando descobriram que se tratava de uma brincadeira, quase apanharam dos presentes no local. Recordamos do cofre, uma caixinha de lata, que continha as certidões de nascimento de toda a família. Com recomendações especiais a todos, que, se acaso acontecesse um incêndio na casa, essa deveria ser salva, pois ali se encontrava o maior tesouro da família, E a vida só pode ser compreendida olhando-se para trás. Mas ela só pode ser vivida olhando-se para frente. E olhando para frente fez, vocês queridos Pais, aceitarem mais uma vez a oportunidade de mudar de residência. Desta vez para uma distância imensa. Aprender a plantar em terras de Mato Grosso, entender, e respeitar a cultura do povo, e acostumar com o clima e relevo totalmente diferentes do que estávamos acostumados. Muitos sonhos, muita vontade de pôr a mão na massa, de recomeçar. Tudo mudou, menos o espírito jovem de vocês dois, queridos Pais. E a semente foi lançada na terra, receber o amor dos pais, herdar um nome, completar um mês, um ano de vida, ser cidadão, ter alimentação, carinho, ser, ter um trabalho, um lugar para voltar, saber o que quer e onde vai ficar, tudo é um privilégio da vida. Poderíamos contar inúmeras histórias, reviver momentos especiais desta família, cada um do seu jeito, suas histórias, com sentimentos e emoções. Mas é impossível querer relatar, neste momento, todas as passagens vividas nesses tempos e representam uma trajetória tão longa e repleta de acontecimentos, muitas vezes, por nós desconhecidos. Vimos durante estes anos, um casal, que compartilhou muito amor. Houve também momentos de desavenças. Sim desavenças... Os casais que se amam, também se desentendem. Também vimos o que é mais importante: a reconciliação , o perdão, a cumplicidade, o respeito, o levantar depois da queda. 40
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Passamos por várias provações durante este tempo todo e cada provação, cada dificuldade, aumentava a afetividade e a harmonia da família. E toda dificuldade serviu de estímulo para transformar em oportunidade. Mas queremos deixar evidente que tudo isso é o cenário onde pudemos vencer na vida, mas o mais relevante é o legado que herdamos. Temos conceitos claros de família, de trabalho honesto, de oração, de respeito, amor, solidariedade, cooperação, entre tantas virtudes. Foram os ensinamentos por meio de atitudes e atos praticados pelos nossos Pais. Portanto, o que aprendemos, por meio de exemplos, tem sido o maior de todos os norteadores de nossas vidas. A trajetória de vocês ainda não chegou ao fim. Deus ainda reserva amor e felicidade que será distribuído aos filhos, netos e bisnetos. Obrigados por serem seres humanos especiais e maravilhosos que merecem nosso reconhecimento e gratidão. Obrigados por existirem... e permitirem que existíssemos também!
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MENSAGEM DOS NETOS
Parabéns, vovó e vovô, por todos os minutos dos dias vividos ao lado de vocês. Nosso amor será eterno, cheio de alegrias, pois nossos pais nasceram desta união e por causa de tanto zelo e amor de vocês com os filhos, nós, os netos, nos tornamos o reflexo das pessoas que vocês são. É isso que esperamos passar para nossos filhos.
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FAMÍLIA DE ALOYZIUS IGNÁCIO ROYER Aloyzius Ignácio Royer conheceu Otília Ludvina Wolfart, nos encontros marianos de jovens e resolveram namorar e noivar, durante este tempo até se casarem. Aloizius gastou dois jogos de pneus de bicicleta, aro 28, marca Hércules, vermelha indo aos finais, e no meio da semana para ver sua amada. Ele morava na Linha Chácara e Otília na Linha Santa Fé Baixa, aproximadamente seis km de distância. Casaram-se em 1951 e constituíram uma grande família com quinze filhos e moraram em Itapiranga/SC. Eram colonos, trabalhavam na roça, criavam gado leiteiro, porcos e galinhas. Tinham horta grande, o que era comum na região,pois completava a alimentação da numerosa família. Desta forma,criaram seus filhos e
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ainda cuidavam dos avós Nicolau e Margarida Royer. Eles pretendiam comprar colônias de terra fora de Itapiranga, mas os pais pediram para que eles ficassem para cuidá-los até o fim da vida. Então Aloyzius comprou as terras dos pais e outra colônia vizinha do seu tio Martin, para aumentar um pouco mais a área a ser trabalhada, pois havia muitos morros que não se aproveitavam. Em 1967 faleceu Nicolau, e Margarida quis ficar com Antônio, seu irmão. Em 1974 Aloyzius, incentivado por palestras e propagandas de Sinop/MT, veio conhecer a terra plana de árvores grossas que prometia ser muito fértil. Gostando do que viu, adquiriu um sítio de 30 alqueires e uma chácara. Na época, quem comprava terra no município ganhava um terreno na cidade. Feito isso, voltou a Itapiranga e vendeu suas três colônias para uma imobiliária. MUDANÇA PARA MATO GROSSO Como não viam futuro para os filhos, resolveram mudar para Sinop/MT, no dia 11 de agosto de 1977. Foi uma longa e dura viagem de oito dias, trazendo de tudo um pouco: dois porcos,galinhas, 24 latas de carne com banha, 12 latas de melado de cana, salames, charques, cucas, pães, bolachas etc. Um pouco da comida típica da família, desta forma tínhamos um começo. Tudo em um caminhão 1113 truck, 1964 que ele havia comprado, no qual seu filho Oto trabalhava fazendo fretes na região; E em um corcel 1970, se revezando toda a família, veio de caminhão e carro. Viemos driblando a polícia rodoviária, pois era ilegal, mas funcionou e aqui chegamos. Em Maravilha/SC a polícia rodoviária nos parou, querendo nos obrigar a ir de ônibus. Eram dezesseis pessoas, cinco no corcel, três na cabine do caminhão e o restante na carroceria debaixo da lona. Um policial, genro do Afonso Bracht, liberou-nos recomendado a ir de ônibus. Como ficariam muito caras as 46
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passagens, viemos de caminhão e corcel mesmo. Quando chegávamos perto das guaritas, o pessoal excedente descia e passava de carro, depois voltava para o caminhão. O pai e a mãe se revezavam entre a cabina e o carro com o Paulo e o Vítor no colo, que eram os caçulas. Foram oito dias inesquecíveis, mas graças a Deus chegamos todos bem em Sinop. Mas, como todos os outros pioneiros, que aqui estavam, também nós tivemos uma viagem difícil. As filhas foram todas trabalhar de empregadas domésticas, babás e em padarias para ajudar financeiramente. Os menores ajudavam a encher saquinhos para um viveiro de mudas de café, fazendo assim um dinheiro extra para a família. A prefeitura incentivava o plantio de café e de mandioca para a Agroquímica que pretendia produzir álcool. Mas a terra era muito fraca e não produzia bem, pois faltava calcário e adubação correta. Desta forma muitos sitiantes não foram bem na agricultura e desistiram. Aloyzius resolveu montar a funilaria Cometa que fabricava calhas, rufos, pingadeiras, canos para chaminé etc. E assim foi construindo a sua vida em Sinop. Dois dos seus filhos tentaram a vida religiosa, Rudi estudou no Seminário São Camilo durante cinco anos, porém se desiludiu e voltou para casa. Julita também queria ser freira, estava formando-se em enfermagem, mas descobriu que seria mandada para a Alemanha e também desistiu. Atualmente somos catorze irmãos e um finado, Rudi se foi em 03-06-1997; 38 netos e quinze bisnetos. Aloyzius faleceu em 21- 12- 2007, aos 80 anos. Otília faleceu em 27-03-2015 aos 85 anos. Hoje a família sobrevive em várias áreas de trabalho: agricultura, pecuária, madeira, transporte e prestação de serviço em geral. Orgulhamo-nos muito de nossos pais pela coragem de procurar novos horizontes para nós todos. 47
FILHOS
1. ELMA ADELINA ROYER Casou com Mário Voigt Formação: magistério de primeiro grau Ocupação atual: do lar MÁRIO VOIGT Formação: técnico em eletrônica pela ETFP e técnico em transações imobiliárias Ocupação atual : aposentado Localidade: Chapecó/SC Quatro Filhos PATRÍCIA ROYER VOIGT Casou com Nelson Delavald Júnior Formação: psicóloga pela UFGRS Ocupação: Psicóloga na EPPC porto Alegre RS NELSON DELAVAD JÚNIOR Formação: psicólogo UFRS Ocupação Atual: Analista Legislativo na Assembleia Legislativa de Porto Alegre/RS.
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ANDRÉIA ROYER VOIGT Casou com Evandro Luís Lange Pereira Formação: farmacêutico e bioquímico pela UFSC Mestrado em Farmacologia pela UFSC Ocupação Atual: bioquímica na Ghanem Laboratório Clínico em Joinville/SC Evandro Luís Lange Pereira: engenheiro mecânico pela UFSC Mestrado em Refrigeração e Termofísica pela UFSC Ocupação Atual: pesquisador na EMBRACO em Joinville/SC Localidade: Joinville/SC FERNANDA ROYER VOIGT Formação: arquitetura e urbanismo pela UFRS . OcupaçãoAtual: professora de arquitetura no Centro Universitário UNIVATES em Lajeado/RS Localidade: Porto Alegre/RS Letícia Royer Voigt Formação: Cursando o quinto ano de medicina na UFSM, em Santa Maria/RS Localidade: Santa Maria/RS 2 - OTO BENO ROYER Casou com Maria Aparecida dos Santos Transportador Autônomo Localidade: Sinop/MT Três Filhas 1-Zidelma Royer casou Ednei Rodrigues Cunha Neto Eduardo Royer Cunha Empresária Motorista Localidade: Sinop/MT 2-Edilene Royer casou com Aguinaldo Nascimento de Amorin (falecido) 49
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Neta Samyra Royer de Amorin Empresária Localidade: Sinop/MT 3-Kely Aparecida Royer casou com Jonas Zanato Neto Kauã Royer Zanato Técnica em secretariado Mecatrônica Localidade: Sinop/MT. 3 - IVO ROYER Casou com Cirlene Carvalho Pereira (Separados) Empresário madeireiro e pecuarista Localidade: Castanheiras/MT Três Filhas 1- Marcilene Carvalho Pereira Royer casoucom Patreci Antônio Klein Neta Bruna Royer Klein Bancária Empresário Localidade Sinop/MT 4 - GISSELE PEREIRA ROYER Casou Com Silvan Edemundo Klein Estudante de Biomedicina Empresário madeireiro Localidade Sinop/MT Marciely Pereira Royer casou com Celso Júnior Augusto
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Neto Felipe Royer Augusto Empresária Cabeleireira Empresário Localidade Sino/MT 5 - RUDI ROYER (FALECIDO) Casou com Tânia Márcia Toledo. Empresário Transportadora Autônoma Dois Filhos 1 – Fábio Luis Royer casou com Elisângela Cassiana Teixeira Neto Ítalo Teixeira Royer Gerente de Peças – Concessionária Ford Tropical Autônoma Localidade Sinop/MT 2 – Aline Cintia Royer casou com José Adriano Coelho Auxiliar Escriturária Técnico de Enfermagem e vendedor de material ortopédico Localidade: Sinop/MT 6 - CLARA ROYER Casou com Darci Salles Moreira Agricultores Aposentados Localidades: Sinop/MT Quatro Filhas 1 - Karem Royer Moreira casou com Rogério Evangelista 2-Netos – Aline Ketly Royer Evangelista – Guilherme Royer Evangelista Funcionária Pública 51
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Gerente de Fazenda Localidade: Colider/NT 2 – Tatiane Royer Moreira Empresária de logística e transporte Localidade: Sinop/MT 3-Viviane Royer Moreira casou com Luciano Lopes Netos João Vitor Royer Lopes Luiz Felipe Royer Lopes Auxiliar de Escritório Autônomo Localidade: Sinop/MT 4-– Katya Royer Moreira Financeiro Localidade: Sinop/MT 7 - MARTA ROYER CASOU COM EDMUNDO SAMPAIO DE ARAÚJO Técnica em Educação Infantil Autônomo Localidade: Sinop/MT Dois Filhos 1-Edmar Royer de Araújo casou com Maiana Zandomenico Vendedor Fisioterapeuta Localidade: Sinop/MT 2–Juliano Royer de Araújo casou com Tatiane Aline Luzzi Empresário Esteticista Localidade: Sinop/MT
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8 - ZITA ROYER Casou com Moacir Jacob Volkweis Agropecuaristas Localidade: Sinop/MT Dois Filhos 1-Gelso Jacob Volksweis casou com Paula Gabriela Martins de Santana Netos 1-João Henrique Santana Volksweis Maria Antônia Santana Volksweis Agropecuaristas Localidade: Sinop/MT 2- Juscilene Volksweis de Oliveira casou com Luiz Henrique Pitombo Ribeiro de Oliveira Advogados Localidade: Sinop/MT 9 - ROSA ROYER Casou Com Tarcísio Heidmann Empresários Localidade: Barra Velha/PR Três Filhos 1- Patrícia Royer Heidemann casou com Guilherme Lima Farmacêutica e Bioquímica Localidade: Curitiba/PR 2 – Alex Royer Heidmann casou com Ana Paula Michereff Neto Miguel Michereff Heidmann, estudante de Engenharia Mecânica Barra Velha/PR 3– Juliana Royer Heidemann, Dentista Localidade: Leblon Régis/SC 53
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10 - EGON ROYER Casou com Lúcia Sílvia Renger Dois Filhos 1 – Jonas Eduardo Royer Neta Maria Eduarda Fortuna Royer 2 – Alexandre Rodrigo Royer Empresário Madeireiro Localidade: Sinop/MT 11 - ALICE ROYER Casou com Alfonso Paulino Renger Agricultores Três Filhos 1-Jaqueline Letícia Renger noiva de Rodrigo Ferreira de Barros Empresários 2-Henrique Matheus Renger 3-Isabelle Melissa Renger Estudantes Localidade: Sinop/MT 12 - JULITA ROYER Casou com Sérgio Garcia Júnior Enfermeira Empresário Dois Filhos 1-Sérgio Garcia Neto 2-Camila Royer Garcia Estudantes Localidade: Curitiba/PR
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13 - IRENE ROYER Casou com Irineu Wilhelm Funcionária Pública Professor Dois Filhos 1-Diana Karyna Wilhelm 2-Gabriel Roberto Wilhelm Estudantes Localidade: Sinop/MT
14 - CECÍLIA ROYER Casou com Claudiomiro Foschiera Enfermeira Técnico em segurança no trabalho Dois Filhos 1 - Nathan David Royer 2 - Kimberlly Yanka Estudantes Localidade: Curitiba (PR)
15 - PAULO ROYER Casou com Cleonice Da Silva Empresários Três Filhos 1-Jean Lucas Royer 2-Bianca Karine Royer 3-Priscila Sabrina Royer Estudantes Localidade: Sinop/MT
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16 - VITOR ROYER Casou com Nilda Stumpf Empresários Um filho Fernando Royer Estudante Localidade: Sinop/MT
COLABORAÇÃO DA FAMÍLIA
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NICOLAUROYER E MARGARIDA FROELICH E SEUS FILHOS ANA ROYER, Died – 1911 GUILHERME ROYER, Died – 1999 JOÃO ROYER MARTIN ROYER, Died – 1991 GERTRUDES ROYER JOSÉ ROYER, Born – 1923, Died – 1960 ALOYZIUS IGNÁCIO ROYER,Born – 15 – 07 – 1927,Died 2112 – 2007 IRMÃ ROSA ROYER ANTONIO FRANCISCO ROYER, Born 07 – 10 – 1931,Died 18 – 03 – 2014. MARIA ROYER ALOYZIUS IGNÁCIO ROYER E OTILIA LIDVINA WOLFART Willibaldo Wolfart é filho caçula de Leopoldo Valentim
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Família Aloyzius Ignácio Royer
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FAMÍLIA DE WILLIBALDO WOLFART E INEZ
Casado com Inez Wolfart, tiveram cinco filhos e três netos, sendo por ordem de nascimento: Clarice Maria Wolfart, Marlene Wolfart, Marlise Wolfart, Lauro Inácio Wolfart, Lenice Maria Wolfart. No final da década de setenta, Willibaldo vendeu suas terras de Itapiranga, Oeste de Santa Catarina, para realizar o sonho de comprar terras na tão sonhada Sinop, cidade localizada na Região Norte de Mato Grosso. “Em maio de 1980, finalmente saímos com a mudança e a família para o novo estado. Todos ansiosos com a aventura que iríamos fazer, ou seja, viajar mais de dois mil quilômetros em uma Kombi, com nove passageiros, sendo a família e mais dois primos para auxiliar a dirigir em toda essa distância.
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Chegamos à cidade de Sinop no dia 16 de maio de 1980, quase à meia-noite. Fomos direto para a casa dos tios Aloyzius e Otilia Royer, que nos acolheram prontamente. Naquela noite chovia muito, muitos raios e trovões e sem energia elétrica. Cansados da viagem, todos foram acomodados e dormiram até o amanhecer. Logo cedo conheceram a tal da margarina. Já haviam ouvido falar nela, mas nunca tinham experimentado. Assim que a mudança chegou, fomos para a nossa casa, localizadas à Rua das Caviúnas na qual já tínhamos organizado a limpeza e a pintura. Assim que nos estabilizamos, o pai começou a trabalhar na Funilaria Cometa, empresa de nosso tio e primos. A mãe foi dona do lar, mas sempre tivemos pensionistas hospedados em nossa casa. A mãe fazia todo o serviço doméstico e, muitas vezes para ajudar nas economias lavava roupas para fora, já que havia muitas pessoas que vinham trabalhar no 9ºBEC, contratadas para a construção da BR 163, principal acesso à cidade. Sinop está situada a 500 km da capital Cuiabá. Sinop foi fundada em 14 de setembro de 1974 e emancipada dia 17 de dezembro de 1979, com localização geográfica ao norte do Estado. Inicialmente foi colonizada por migrantes da região Sul do País. Assim como muitos outros, minha família e eu fazemos parte desta história, desde 1980. Desta forma tivemos a oportunidade de acompanhar o desenvolvimento desta cidade, que inicialmente cultivava café e pimenta do reino. Em seguida plantou-se mandioca para, a usina de álcool (Sinop Agroquímica), mas o engodo do projeto agroquímico e a descoberta de minas de ouro nas regiões vizinhas fizeram com que muitas pessoas migrassem para as mesmas. Com a nossa família não foi diferente, também trabalharam durante muitos anos nesta atividade. Depois da nossa chegada, pudemos observar que diariamente chegavam caminhões de mudança, trazendo novos moradores. Assim o desenvolvimento desta cidade foi marcado em
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Família Wilibaldo Wofart nossas vidas, o estudo era novo e totalmente diferente do que éramos acostumados. Para amenizar as saudades da liberdade do interior, o pai enchia a Kombi e nos levava, aos finais de semana, para os sítios e rios onde ele adorava caçar e pescar. Sempre fazíamos piqueniques, pois eram divertidos. Sempre que sobrava um tempo, visitávamos os conterrâneos para fortalecer os laços de amizades. Durante todos esses anos recebemos muitas visitas dos
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parentes do Sul. Sempre eram recebidos ,com muita alegria. Ainda hoje preservamos o sítio, em área verde, com mato. Este foi comprado em janeiro de 1980, na região chamada de Quarta Parte, Bairro Nilza, que nos traz muitas lembranças das caçadas de várias espécies de animais como: pacas, antas, cutias entre outros e também foram encontradas muitas cobras peçonhentas. Outro fato que nos marcou foi que à noite e aos domingos íamos à casa dos tios Aloyzius e Otília para assistir a novelas e filmes. Os domingos eram recheados de brincadeiras como andar de bicicleta monareta e mais tarde a bicicleta barra circular. Outra brincadeira era “espiribol e bets”. Na primeira semana em Sinop, fomos matriculados na Escola “Nilza de Oliveira Pipino”, onde estudamos no período das dez às catorze horas, único horário disponível de que a escola disponha para atender os alunos novos que vinham. Em 12-04-86 Clarice Maria Wolfart casou com Neudi Antonio Schirmann e tiveram um filho: Francys Gleiser Schirmann. Clarice foi a única que se formou naquela ocasião em Ciências Contábeis. Francys, formado em Arquitetura e Urbanismo, atualmente residem na cidade de Confresa/MT, onde é sócio proprietário da empresa Atlantes, a qual presta serviços de projetos arquitetônicos complementares de consultoria. Francys é casado com Cátia Paula. Em 16-09-86, Marlene Wolfart casou com Jorge Kaufamnn e tiveram um filho: Jorge Fernando Kaufmann. Este formado tecnólogo e analista de sistemas, pós-graduado em Gestão de Projetos. Atualmente noivo de Débora Aline Pinheiro, formado em direito. Em 28-03-87, Marlise Wolfart casou com Adir Rieger e tiveram uma filha Adriana Rieger. Ela formada em Pedagogia, pósgraduada em Psicopedagogia e atualmente cursando Serviço Social. Atua como coordenadora na Escola Municipal da Educação Infantil do Município. Ela atua também como professora de matemática, física e química em uma escola estadual de Sinop. Na primeira semana em que chegamos a Sinop, tanto a 62
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Clarice como a Marlene começaram a trabalhar em uma padaria, e mais tarde como vendedoras em uma loja de confecção de calçados. Foram alguns anos difíceis, em termos financeiros, o que contribuiu para que nem todos concluíssem os estudos na época. Porém, mais tarde todos concluíram o Ensino Médio. Nos anos 80, 81 e 82, durante o período de chuva, as ruas ficavam intransitáveis, estava difícil ir e vir do trabalho e da escola, pois colocavam toras nas ruas, como pinguelas. Houve dias em que ficamos atolados, inclusive a pé, muitas pessoas se divertiam pescando nas valetas abertas para escoar a água. Nesta época também tivemos dificuldade na compra de alguns alimentos, pois com a chuva os caminhões não chegavam ao destino. Os alimentos e máquinas pesadas chegavam através de avião búfalo do Exército. A COBAL era a responsável pela distribuição dos alimentos. Muitas vezes os produtos eram racionados. Em 1986 Marlise foi trabalhar como vendedora, passando para gerente em uma loja de calçados, onde mais tarde, em 1991 foi comprada a loja em sociedade com a Marlene. Essa loja denominada “Só Pé Calçados” existente até hoje no mesmo endereço e, é uma referência em calçados no Norte do Estado e também em outros estados. Em janeiro de 1999, o pai adoeceu, onde teve o primeiro derrame e ficou por vários meses sem andar e falar, mas se recuperou com muita fisioterapia, voltando quase ao seu estado normal, quando aconteceu o segundo derrame e o fez cair, quebrando seu braço direito. Passando-se catorze dias após o segundo derrame, internado no Hospital Regional de Sorriso porque em Sinop não tinha neurologista para atender as necessidades adequadas para o tratamento. Aconteceu o terceiro derrame deixando-o em coma, falecendo no dia 11-06-2000 em casa, na presença da família”. Aloísio é o sexto filho dos patriarcas Leopoldo e Idalina.
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FAMร LIA WOLFART
Primeira casa em Sinop
As aventuras em Sinop
As caรงadas de Willibaldo
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FAMÍLIA DE ALOÍSIO WOLTART
Ele nasceu no dia 13 de março do ano de 1925, no município de Lajeado/RS. Com um ano de idade, juntamente com os pais e irmãos, veio morar em Porto Novo (Itapiranga/SC). A viagem de mudança foi longa e difícil, indo de carro até Porto Feliz (Mondaí/SC). De lá até Porto Novo foram de canoa, desembarcando na foz do riacho Santa Fé. Ali construíram um rancho, pois a terra que haviam comprado ficava a mais de mil metros mato a dentro. Morando pouco tempo na sua propriedade, vieram os “maragatos” que perseguiam as pessoas de origem alemã. Passavam, destruíam ou levavam o que eles tinham. Quando se aproximaram dos familiares, a mãe, com os filhos, se trancaram num quarto. O pouco dinheiro e os documentos a mãe colocou debaixo do colchão, onde o nenê Aloísio deitava e então não mexeram. Eles prenderam o pai e levaram consigo, soltando-o posteriormente. Aloísio cresceu e frequentou a escola da sede da então Porto Novo. Participou, como jovem, da comunidade, inclusive tendo ajudado na construção da igreja matriz. Lembra que levaram
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madeira para a construção de andaimes e faziam pedra brita com martelos. Em 1950, com 25 anos de idade começou a trabalhar na sua propriedade que seu pai havia comprado. Ficava na vizinha comunidade de Linha Medianeira, distante cerca de 30 km. Já trabalhava na sua terra quando conheceu uma jovem moça, da comunidade Linha Chapéu. Namorou por algum tempo, quando em 15 de janeiro de 1952, casou com Elisabeth Hofer. Com muita dedicação, trabalho e força de vontade iniciaram a constituir sua família. No dia 15 de outubro, exatos nove meses de casados, nascia a primeira filha e formaram uma família de cinco irmãs e seis irmãos. Os pais Aloísio e Elisabeth sempre fizeram de tudo para que não faltasse nada na família. Sempre achavam tempo para trabalhar na comunidade. Em 1973,Aloísio, juntamente com mais dois membros da comunidade, foram escolhidos para exercerem o cargo de ministro da Eucaristia. Alguns anos também atuou como instrutor do Curso de Batismo, cargos que exerceu com dedicação enquanto a saúde o permitiu. ALGUNS FATOS QUE MERECEM SER LEMBRADOS Quando ainda jovem Aloísio adoeceu e ficou internado no hospital, por uns três meses. Vendo que ficava cada vez mais fraco, ele insistiu com o médico para voltar para casa, caso contrário não viveria muitos dias. O médico não queria deixá-lo, mas de tanto insistir, deixou, pensando que provavelmente logo voltaria. Chegando em casa, nem conseguia andar de tão fraco. Mas, depois de alguns dias e muita força de vontade, recuperou-se e em pouco tempo estava completamente bom. No ano de 1966, Aloísio adoeceu novamente, quando teve de ser operado de úlcera gástrica. Foi cirurgia de alto risco que deixou sequelas que levou para o resto da vida. Sofreu bastante
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dessas consequências. Também a mãe, no ano de 1960, quando grávida de mais uma filha, foi levada ao hospital em Frederico Westfalen para uma cirurgia, correndo risco, tanto a mãe como a criança. Na ida para Frederico, atravessando o Uruguai, o motor da lancha apagou e ficaram à deriva rio abaixo. Foram momentos de grande angústia, porém, depois de algum tempo, o motor pegou novamente e puderam voltar ao destino. Aloísio e Elisabeth festejaram as bodas de ouro em 15 de janeiro de 2002. Ele faleceu em 21 de julho de 2010 e ela em 15 de janeiro de 2011.
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HINO DOS WOLFART
1) O povo de Deus, é de muita coragem, porque a sua frente, um Wolfart caminhava, veio a Porto Novo, por rios e picadas, e na sua frente, um Wolfart caminhava. Ref.:/: Também sou um Wolfart Senhor/ estou na empreitada / com tigres e onças é só na pedrada.:/ 2) Saíram com pressa, os bichos e bugres, porque a Santa Fé, um Wolfart chegava, Deus seja louvado, agora e sempre, Amém, assim seja um Wolfart rezava. 3) Irmãos companheiros, de sangue e de raça, bravos e fortes, é nossa graça, na estância celeste, se ouviu Ô de casa, no céu houve festa, um Wolfart chegava. 4) A Família Wolfart, ao longe avistou, Uma terra fértil, que Deus preparou. Onde alguns companheiros, para lá se mudaram, Felizes em Sinop, hoje comemoram.
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FONTES DE PESQUISA Relato do Sr. Benno, em língua alemã, gravado em “pen drive”. DVD das bodas de Ouro de Benno e Justina (Áudio Vídeo). Livro “A Terra que Sonhei” de Ervino Eugênio Jaeger. Editora Amstad/RS. Declamação dos Filhos e Netos por ocasião das bodas. Texto enviado pela família Aloyzius I. Royer. Texto enviado pela família Willibaldo Wolfart. Texto enviado pela família de Aloísio Wolfart. Observação: Outros familiares que gostariam de fazer acréscimos ao livro e não o conseguiram, por causa da exiguidade do tempo, talvez possam fazê-lo numa segunda edição. (N.A.)
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