Acilpa 40 Anos

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Revista

edição 01 | ano 01 | novembro/2013 distribuição gratuita

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Editorial

Tempo de crescer!

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udança de cenário que exigiu das lideranças sociais medidas para organizar e melhor planejar o crescimento que estava por vir. Neste contexto – e através de uma iniciativa do Rotary Club de Lençóis Paulista – nasce a Acilpa (Associação Comercial e Industrial de Lençóis Paulista). Uma reunião na sede do Rotary, no dia 17 de outubro de 1973, definiu o primeiro corpo diretor e aprovou o estatuto de funcionamento da associação. Seis dias mais tarde, na noite do dia 23 de outubro, a diretoria da Acilpa se reúne pela primeira vez. O encontro aconteceu no prédio da Câmara Municipal, que na época funcionava no número 686 da Rua 15 de Novembro. O primeiro presidente, Cidemar Lari Luminatti, secretariado por Nilzo Capellari, tomou posse oficialmente e abriu a reunião de trabalho. Faziam parte daquela assembleia Aldo Trecenti, Laércio Brígido, Horácio Moretto, Dionízio Ceschini, Armando Orsi e Luiz Sanzovo.

MISSÃO Zelar pelos superiores interesses de seus associados, da economia do Município, do Estado e do País, defendendo, amparando, orientando e instruindo a classe empresarial.

VISÃO Buscar o crescimento econômico do município, através de seus pares, atuar de maneira política, institucional e ética, além de fortalecer os laços de fraternidade na busca de uma sociedade justa e perfeita.

VALORES Imprescindíveis desta Associação: atuar de maneira ética, estabelecendo relações pautadas na franqueza e lisura, dando sustentação aos homens de negócios que mantenham condutas ilibadas.

O primeiro assunto tratado foi a necessidade de infraestrutura que a entidade tinha. Isso porque, seis dias depois de sua fundação formal, além de sua figura jurídica e imensa vontade de fomentar a economia lençoense, a Acilpa não tinha qualquer patrimônio. Ter um endereço próprio estava entre os itens mais urgentes. Na segunda reunião, dia 13 de fevereiro de 1974, começava a surgir as primeiras ideias de ferramentas que a entidade teria à disposição para registro e aprovação de novos associados, ficha de admissão e um sistema de recolhimento das contribuições. No dia 8 de abril de 1974, o então prefeito Rubens Pietraróia participou de uma reunião da Acilpa. Na ocasião ele discutiu com os empresários a participação da entidade no Desfile Cívico em comemoração aos 116 anos do município, assumindo a responsabilidade por confeccionar um carro alegórico. O convite do prefeito foi posto em votação e aprovado por unanimidade. Na ocasião a diretoria decidiu que arrecadaria no comércio local o valor necessário para a criação do carro. Foi uma ação certeira para consolidar a marca da Acilpa. Com a visita dos diretores de porta em porta, o comércio local “tomou conhecimento” da associação em definitivo.

Presidente da Acilpa Neno revista andre_v2.indd 2

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índice

Expediente Revista | Acilpa 40 anos

História Antiga

História Média

História Moderna

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Os primeiros passos

Crescimento e afirmação

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História Antiga Sonhos antigos

História Média O impacto econômico causado pelo Plano Collor

Diretor-Tesoureiro: José Aparecido Balsi Diretor-Secretário: Anderson Prado de Lima

Dificuldade e Superação

Grandes palestras

22 História Moderna Monitoramento com câmera Sebrae Papai Noel

Conselho Fiscal: Assad Marcos T. Feres Ana Lúcia C. B. Ranzani Jose Ilton de Lima Gerente Geral: Ana Lúcia Vieira Colaboradores: Bruno Vieira da Silva Cristiano H. Morais Fernanda E. Migliorini Lizandra G. P. Urrea Luzia S. B. Silva Denise Silva Rezende Departamento Jurídico: André Paccola Sasso Distribuição: Associados, conveniência, bancas, biblioteca, museu

Os Nomes do Futuro

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Diretor-Presidente: José Antonio Silva

Foto: Jornal Tribuna

Nova diretoria 2014-2015

Jornalista Responsável: Cristiano Guirado MTB. 44324 Revisora: Telma Regina Romão Barbosa Projeto Gráfico e Diagramação: Agência Zum Tiragem: 3.000 Acilpa 40 anos

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História antiga

OS PRIMEIROS PASSOS Da luta por estruturação à primeira conquista, Acilpa nasceu para fomentar o crescimento e a diversificação econômica de Lençóis Paulista na década de 1970.

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década de 1970 foi um momento ímpar para Lençóis Paulista. A cidade vinha de três mandatos do mesmo grupo político, emplacando mais de uma década ininterrupta sob a regência da mesma filosofia de governo. Foi um tempo de bastante crescimento econômico e diversificação das atividades geradoras de tributos, emprego e renda. Antonio Lorenzetti Filho, o Tonico, assumiu seu primeiro mandato como chefe do Executivo em 1959, governando até 1963. Foi sucedido pelo seu primo, Paulo Zillo, que comandou a cidade entre 1964 e 1968. Em 1969, Tonico é eleito de novo pelas urnas, governando até 1974.

O primeiro assunto tratado foi a necessidade de infraestrutura que a entidade tinha. Isso porque, seis dias depois de sua fundação formal, além de sua figura jurídica e imensa vontade de fomentar a economia lençoense, a Acilpa não tinha qualquer patrimônio. Ter um endereço próprio estava entre os itens mais urgentes. Na segunda reunião, dia 13 de fevereiro de 1974, começava a surgir as primeiras ideias de ferramentas que a entidade teria à disposição para registro e aprovação de novos associados, ficha de admissão e um sistema de recolhimento das contribuições.

Economicamente falando, é uma época em que a cidade começa a sentir o aumento na complexidade do seu setor produtivo. Aos poucos, a agricultura vai dividindo espaço com outras frentes de atuação, principalmente na indústria. Surgem as primeiras escolas profissionalizantes e começam a ser notados problemas debatidos até hoje, como a qualificação de mão de obra para atender a demanda do mercado. Mudança de cenário que exigiu das lideranças sociais medidas para organizar e melhor planejar o crescimento que estava por vir. Neste contexto – e através de uma iniciativa do Rotary Club de Lençóis Paulista – nasce a Acilpa (Associação Comercial e Industrial de Lençóis Paulista).

No dia 8 de abril de 1974, o então prefeito Rubens Pietraróia participou de uma reunião da Acilpa. Na ocasião ele discutiu com os empresários a participação da entidade no Desfile Cívico em comemoração aos 116 anos do município, assumindo a responsabilidade por confeccionar um carro alegórico.

Uma reunião na sede do Rotary, no dia 17 de outubro de 1973, definiu o primeiro corpo diretor e aprovou o estatuto de funcionamento da associação. Seis dias mais tarde, na noite do dia 23 de outubro, a diretoria da Acilpa se reúne pela primeira vez. O encontro aconteceu no prédio da Câmara Municipal, que na época funcionava no número 686 da Rua 15 de Novembro.

Isso sem contar o fato de que a confecção do carro alegórico teve custo inferior ao total arrecadado. O recurso excedente foi utilizado para a compra dos primeiros móveis e equipamentos da associação. Na primeira semana de maio de 1974, a Acilpa começou a funcionar em endereço próprio, na Rua Ignácio Anselmo n. 370.

O primeiro presidente, Cidemar Lari Luminatti, secretariado por Nilzo Capellari, tomou posse oficialmente e abriu a reunião de trabalho. Faziam parte daquela assembleia Aldo Trecenti, Laércio Brígido, Horácio Moretto, Dionízio Ceschini, Armando Orsi e Luiz Sanzovo.

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O convite do prefeito foi posto em votação e aprovado por unanimidade. Na ocasião a diretoria decidiu que arrecadaria no comércio local o valor necessário para a criação do carro. Foi uma ação certeira para consolidar a marca da Acilpa. Com a visita dos diretores de porta em porta, o comércio local “tomou conhecimento” da associação em definitivo.

O ano de 1974 foi bastante movimentado. Cada vez mais os assuntos giravam em torno da agenda de visitas a empresários e das estratégias para angariar novos filiados. Para a diretoria daquela época, aumentar a quantidade de associados era uma forma de agregar valor e legitimidade às reivindicações em prol da categoria.

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O primeiro ano de atividade da Acilpa não foi só de ações internas; terminou com os resultados operacionais do trabalho desenvolvido. Ainda em 1974, a entidade viabilizou o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e conseguiu na prefeitura uma licença especial para o funcionamento do comércio em horário diferenciado no mês de dezembro por conta das festa de final de ano. Nascia uma tradição que dura até hoje. O primeiro mandato foi concluído por Carlos Alberto Bapitstella, o primeiro vice-presidente da chapa original. Isso porque na primeira reunião de 1975, o então presidente Cidemar Luminatti pediu afastamento do cargo, alegando motivos pessoais. Tal fato não interferiu no ritmo de evolução da entidade. Já na primeira reunião sob a nova presidência, no dia 17 de fevereiro, a Acilpa recebeu o prefeito da época, Rubens Pietraróia, com o então presidente da Câmara, Waldomiro Paccola, para tratar do assunto que viria a ser o primeiro grande desafio da entidade: regularizar o funcionamento do comércio aos finais de semana. Isso porque, na década de 1970, o comércio de Lençóis Paulista não tinha regulamentação específica para o funcionamento aos finais de semana. Muitas vezes, funcionários – e os próprios patrões – tiveram que sacrificar feriados com a família e vários domingos de descanso por conta dessa falta de organização frente à necessidade de atendimento à população. As negociações com o po-

der público e a interlocução entre os empresários foram assunto em praticamente todas as reuniões de 1975, inclusive com a entrega de um abaixo assinado para a administração municipal. O presidente eleito para o próximo mandato, Armando Orsi, assumiu no começo de 1976 e logo na sua primeira reunião formal registrou em ata a primeira conquista da Acilpa. O prefeito Rubens Pietraróia havia decretado que o comércio fecharia aos domingos e não mais faria o plantão, evitando-se dar aos funcionários dias de folga no meio da semana. Foi uma conquista importante nos primeiros anos de funcionamento. Era o que a Acilpa precisava para se consolidar como opção viável de associativismo para a indústria e comércio de Lençóis Paulista. O episódio agregou credibilidade à entidade e provocou o aumento natural da procura por adesões. Com um quadro maior, a associação começou a desenvolver ferramentas e soluções para que as informações circulassem mais depressa. Uma das primeiras medidas foi a confecção e distribuição gratuita dos estatutos sociais da Acilpa entre todas as empresas do quadro.

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Modificando História antiga

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a comunidade

s primeiros anos de atividade da Acilpa foram de bastante movimento, seja nos bastidores do cotidiano econômico-empresarial do município, seja nas ruas da cidade, em campanhas que envolviam toda a comunidade.

tornando um evento de gala e um dos pontos altos do calendário festivo lençoense. Diretores da época creditaram muito do crescimento da associação nos primeiros anos ao sucesso da festa, que foi elogiada pela indústria, comércio e comunidade em geral.

Em 1976 nasceu uma das ideias mais marcantes da feira: o jantar de confraternização entre as lideranças da indústria e do comércio. A primeira edição foi o embrião de um evento que, mais tarde, entraria em definitivo para o calendário de Lençóis Paulista. Naquele ano, a festa foi decidida e aprovada em reunião no dia 1 de julho e o evento foi agendado para o dia 16 de julho no UTC (Ubirama Tênis Clube). Entre os objetivos do evento estavam o congraçamento da classe e a promoção do comércio local. Com isso, a diretoria da Acilpa decidiu que cada edição teria o seu homenageado. O primeiro foi Atílio Ciccone, já na primeira edição da festa, lembrado por ser o comerciante mais antigo em atividade na época. Alexandre Chitto, jornalista, historiador e fundador do jornal O ECO, também foi lembrado pela entidade. A segunda edição teve um formato diferente. Em vez de um jantar, decidiu-se por um almoço mais informal. O palco foi o Corvo Branco e o homenageado da vez foi o empresário e ex-prefeito, Antonio Lorenzetti Filho, o Tonico. Com as duas experiências em mãos, a Acilpa decidiu pelo primeiro formato. Por sua natureza, o evento noturno conferia mais glamour à festa criada pela associação, o que agregava valor aos homenageados e à ocasião em si. Com isso, a terceira edição aconteceu no Chapadão em 1978 e partir daquele ano haveria dois homenageados, um da indústria e outro do comércio. Naquele ano foram homenageados o professor Francisco Garrido e o médico Antônio Tedesco. A festa da Acilpa teve uma boa adesão do comércio e indústria logo de cara. Muitos empresários mandaram brindes para serem sorteados na hora do evento e, ao longo dos anos, o direito de oferecer um brinde ficou cada vez mais disputado. Com o tempo, acabou se

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História antiga

Melhorando a

economia

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ma das preocupações latentes da Acilpa desde os seus primeiros anos de funcionamento foi a melhoria da qualidade da engrenagem econômica de Lençóis Paulista. Com a força de sua representatividade, desde o começo a entidade lista uma série de conquistas em prol do setor produtivo. Uma das primeiras e mais sensíveis foi conseguir no Instituto de Pesos e Medidas a capacitação de um profissional de Lençóis Paulista para fazer a revisão nas balanças, que até então eram levadas para manutenção em São Paulo, não sendo raro que tivessem problemas no caminho de volta e chegassem desreguladas no município. Também fez uma diferença considerável no comércio a atenção que a Acilpa dispensou à atuação da SUNAB (Superintendência Nacional de Abastecimento). A entidade fazia fiscalizações sistemáticas e rigorosas para o controle da inflação de preços de produtos

no interior; na região as autuações eram constantes e pesadas. A Acilpa passou a distribuir, semanalmente, a tabela da SUNAB entre os comerciantes. Depois disso praticamente não houve mais empresário lençoense sendo autuado. Aliás, a assiduidade da comunicação da entidade com o comércio e a indústria foi um dos pontos positivos de sua atenção na década de 1970. Por intermédio da associação, o setor produtivo lençoense era abastecido frequentemente com informações importantes inerentes a sua atuação.

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Sonhos antigos

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atam da segunda metade da década de 1970 algumas das reivindicações e sonhos mais antigos do setor produtivo lençoense e da comunidade em geral. Em 1977, por exemplo, a Acilpa dava seus primeiros passos em parceria com o Senac de Bauru, promovendo na cidade um curso de lideranças voltado para executivos. Uma série de cursos para a indústria e o comércio viriam na sequência. Datam também de 1977 algumas indicações de industriários e comerciantes para o início de esforços visando à implantação de uma unidade do SESI para Lençóis Paulista, com a preocupação de formar mão de obra para o parque industrial da cidade, que começava a se solidificar. Nas atas de reuniões da Acilpa, na segunda metade da década de 1970, encontravam-se sugestões para a melhoria do trânsito no centro urbano do município, que há mais de 30 anos já incomodava os comerciantes e a população em geral. Entre as indicações de ações que poderiam amenizar a situação naquela época já estava a criação de uma Área Azul, que foi colocada em prática somente em 2004. A Acilpa também participou diretamente da concepção da Facilpa (Feira Agropecuária Comercial e Industrial de Lençóis Paulista). O evento, que hoje é a festa máxima lençoense, por várias vezes foi assunto nas atas de reuniões da associação antes mesmo de sua criação de fato ocorrida no ano de 1977. Inclusive, poucos meses antes da primeira edição, o então prefeito Ézio Paccola esteve em uma reunião da Acilpa para discutir o evento. Na ocasião, ele foi cobrado pela diretoria pela definição de uma data. Na ata desta reunião já se podia perceber que a diretoria da associação acreditava que estava nascendo uma festa que seria destaque em todo o interior paulista.

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Doação à Força Pública

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o início de 1977, a Acilpa deu início a uma das campanhas mais importantes dos primeiros anos da sua história. A diretoria da associação tomou a iniciativa de lançar uma campanha para arrecadação de fundos para a compra e implantação de uma “rádio-patrulha” – nome que se dava na época às viaturas de polícia – em Lençóis Paulista. Em maio daquele ano a entidade comemorava o sucesso da ação. A Acilpa anunciou a compra de um Volkswagen “Sedan 1300” – popularmente conhecido como Fusca – branco, zero quilômetro. A aquisição foi feita no comércio local, na Salca, sendo o valor de 40 mil cruzeiros pago à vista. No dia 6 de junho, uma reunião solene especial encerrou a campanha “Livro de Ouro” e formalizou a doação do veículo à Força Pública. Compareceram na reunião o policial militar Capitão Levy Lenotti, comandante da 3ª Companhia do 4º Batalhão Policial de Força Pública de Lençóis Paulista e Carlos Rossa Neto, delegado de polícia.

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Parceiros

Coordenador da Facilpa, José Oliveira Prado elogia a associação e diz que a feira pensa em aumentar a participação da entidade, ressaltando que desde o princípio a Acilpa se fez presente na feira.

O Diretor de Cultura, Nilceu Bernardo, ressalta a parceria com a Acilpa no Natal e Dia das Crianças; para ele a associação demonstra preocupação com o conteúdo e não só em incentivar as pessoas a comprarem.

Diretor de Desenvolvimento, Geração de Emprego e Renda, Altair Toniolo, o Rocinha, ressalta a atuação em conjunto com a Acilpa em busca do objetivo comum, o de fortalecer a economia.

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Entrevista

Semeando uma causa Presidente da Acilpa na década de 1970, Armando Orsi lembra os desafios da entidade nos primeiros anos de funcionamento; “conseguimos muita coisa!”, diz. Repórter – Como era a Acilpa quando o senhor assumiu?

Repórter – Quais eram as necessidades da indústria e comércio naquela época?

Armandinho – Funcionava em uma sala emprestada pelo Carlinhos Baptistella, que cedia também o mobiliário, o telefone e o cafezinho para as reuniões. Quando me elegeram, eu entendia que ela tinha que ser autossuficiente. Alugamos um prédio, contratamos uma secretária e começamos a comprar o básico: mimeógrafo, calculadoras, móveis... pois até então não tinha nada próprio. Enquanto isso fazíamos campanha para aumentar o número de associados. Fizemos muitos cursos em parceria com o Sebrae, era curso do que aparecesse, até de culinária. Sempre participávamos de convenções da Federação em São Paulo e tudo o que acontecia era passado em circular. Dificilmente havia uma semana em que o comerciante ficava sem circular da Acilpa.

Armandinho – Procuramos movimentar bastante. A sede, não conseguimos fazer, mas o terreno foi comprado nessa época. E havia a questão da Sunab, que aplicava multas pesadas no interior. Trouxemos uma palestra para Lençóis sobre a tabela de preços, preparamos o comerciante, a Sunab passou não conseguiu autuar mais ninguém. Tinha bons companheiros e pudemos fazer muitas, inclusive, participamos da comissão da primeira Facilpa, em 1977. Na ocasião o presidente da feira era o Bebe Dalbém (José Benedito Dalbém) e pediu que eu discursasse por ele. Eu me lembro bem de ter dito que aquele evento tinha de tudo para ser um dos maiores do interior. E isso veio a se concretizar.

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Repórter – Como o senhor chegou à presidência?

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conseguimos muita coisa!

Armandinho – Lembro até hoje (risos). O Virgílio Felipe, o Horácio Moretto e o Nilzo Capelari vieram me procurar e eu estava no depósito, furando sacos de arroz. O Horácio me disse “dá aqui esse furador”. Tomou da minha mão, encostou no meio peito e disse “você vai ser presidente”. Tentei recusar, dizer que tinha que conversar com a família e ele disse: “não, não, se pensar não casa”. Eu perguntei se poderia contar com a ajuda deles, eles me garantiram, e eu aceitei. ENGATINHANDO Armando Orsi, o Armandinho, foi presidente entre 1975 e 1978.

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Acilpa, 40 anos!

Uma história escrita pelo sucesso, criatividade, talento e compromisso de nossos empresários e colaboradores!

São 40 anos acreditando, trabalhando e investindo em

Lençóis Paulista, na força do comércio, na força de sua gente! Acreditar no futuro, trabalhar por uma cidade

empreendedora, sustentável, dinâmica e acolhedora.

HOMENAGEM DA PREFEITURA DE LENÇÓIS PAULISTA

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História Média

Crescimento A

s décadas de 1980 e 1990 foram de crescimento em poder de ação e afirmação política da Acilpa; surgem as primeiras grandes campanhas populares em datas festivas ao longo dos anos.

A década de 1980 foi especial para o Brasil. O país vivia a abertura política e assistia pela TV a volta de personalidades que ficaram anos no exílio. Caía, aos poucos, a Ditadura Militar e os ares de liberdade se espalhavam por toda a nação. A renovação ideológica fortaleceu os braços políticos e em várias cidades seus ícones o poder nas urnas nas eleições municipais de 1982, na maior parte das cidades do Brasil.

PMDB, antigo MDB, partia para o confronto direto com a Arena, a direita enfraquecida pelo momento histórico. Em Lençóis Paulista não foi diferente e Ideval Paccola, um dos ícones da esquerda lençoense, venceu as eleições daquele ano.

Com o país respirando liberdade, as entidades de classe ganharam força. No caso da Acilpa, houve um ganho considerável em termos de iniciativa. Ou seja, além da corrida pela estruturação e da busca pelo aumento do quadro de filiados (uma constante ao longo de toda a história da entidade), a diretoria da entidade começou a pensar mais externamente. O resultado? Surgem as primeiras campanhas em massa do comércio lençoense. E aos poucos as ações vão ganhando corpo e, consequentemente, adesões. No Natal de 1984 – quando a Acilpa era comandada por Walter Galli –, por exemplo, os registros dão conta de promoção envolvendo a indústria, o comércio e os bancos. Foram sorteadas 60 cestas com produtos lençoenses e cinco prêmios em dinheiro: quatro de 500 mil cruzeiros e um de 5 milhões. Ao todo foram distribuídos 60 mil cupons aos consumidores naquele ano.

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Com o sucesso daquela campanha, a partir de 1985 as ações começavam a ser discutidas em agosto, logo após o Jantar dos Empresários,

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História Média

o e afirmação evento já consolidado na agenda da cidade. Continuavam, no entanto, as ações para a qualificação técnica do comércio e da indústria e os esforços para aumentar a quantidade de associados. No final de 1984, a Acilpa decidiu pela formação de uma comissão dedicada exclusivamente à visitação ao empresariado local. Uma reunião no dia 2 de maio de 1988 definiu a inscrição da chapa única encabeçada por Mário de Oliveira Lima. Pela primeira vez as atas da Acilpa registram também a composição do Conselho Deliberativo, Conselho Fiscal e Coordenadoria do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito). Uma curiosidade: o próprio presidente lavrou a ata da sua reunião de posse. O primeiro secretário da chapa que assumia o comando naquele dia não compareceu ao evento. Mário de Oliveira Lima, que era o 1º Secretário na gestão anterior, tirou a tarefa de letra. A busca por mais associados começava a exigir estratégias. Uma análise do quadro de associados depois de pouco mais de dez anos de atividade da entidade poderia dar à diretoria da Acilpa na época uma ideia de onde procurar por novos filiados. A resposta veio poucos meses depois, com uma iniciativa até então inédita na entidade: a criação do programa Sócio Jr., que permitiu a adesão de micros e pequenos empresários à entidade, os quais contribuíam com encargos reduzidos. A Acilpa começa a ganhar peso também na comunidade.

Era cada vez maior o envolvimento na organização da Facilpa (Feira Agropecuária Comercial e Industrial de Lençóis Paulista). Nos últimos anos da década de 1980 a diretoria da entidade tinha responsabilidade direta na seleção de empresas e organização da mostra de produtos e serviços lençoenses no Pavilhão Aldo Trecenti durante a feira.

Também nessa época a associação começa a pensar comercialmente ao longo de todo o ano. A formatação antecipada de um calendário anual – já definidos os feriados e as datas festivas com potencial de mobilização – possibilitaria uma maior organização das ações, tanto coletiva quanto internamente, e um planejamento mais preciso para as vendas em dias comemorativos. Em 1989, a Acilpa é convidada a colaborar com sugestões e reivindicações na elaboração da Lei Orgânica do Município. O conteúdo dessa participação foi debatido em reunião e aprovado em votação pela diretoria. Com a campanha comercial de final de ano praticamente consolidada no calendário cultural da comunidade, a principal reivindicação era a oficialização do horário noturno do comércio para as vendas de final de ano. Tal pedido foi atendido posteriormente na elaboração da lei. Durante a década de 1990, a Acilpa passou por um aumento da complexidade da máquina administrativa, demandando mais recursos e mão de obra para garantir seu funcionamento cotidiano. Naquele ano, a diretoria

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História Média confirmaria a compra de um microcomputador, raridade na época. A aquisição foi ratificada entre abril e junho, pelo valor de 120 mil cruzeiros, pagos em três parcelas. No Natal de 1990, pela primeira vez, a discussão das ações de final de ano previa a decoração da rua, com a construção de uma grande árvore. Até então a associação só debatia a interdição e a sonorização. No ano seguinte, Lençóis viu uma grande campanha de Dia das Mães, com anúncio na TV, rádios regionais e diversos jornais. A abertura da promoção foi marcada com uma carreata e o prêmio principal era um carro zero quilômetro. Cerca de 60 mil cupons foram distribuídos entre os consumidores do comércio local.

Aproveitando o sucesso das campanhas do ano anterior, em 1992 a busca por novos associados ganha novo foco. A diretoria da Acilpa resolve promover uma pesquisa no comércio local buscando os entender os motivos pelos quais o empresário não se associava. Era uma forma de aumentar o conhecimento da entidade sobre a categoria que representava e criar novas estratégias para aumentar sua força e representatividade.

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História Média

Temas pontuais de discussão da Acilpa entre 1988 e 1991 • O impacto econômico causado pelo Plano Collor planejava afastar o risco iminente de hiperinflação através da redução do fluxo de dinheiro em circulação. A medida foi um impacto no comércio, sobretudo das pequenas cidades. Frente a essa realidade, em Lençóis Paulista a diretoria da Acilpa discutia alternativas para aquecer as vendas locais e evitar que os consumidores deixassem a cidade para comprar no comércio de Bauru. • A Acilpa engrossou o caldo daqueles que cobravam a reabertura de uma junta de homologações trabalhistas, recém-fechada pelo Governo Federal. A entidade pressionou o poder público municipal para que tomasse providências pelo reestabelecimento do serviço. • No início dos anos 1990, Lençóis Paulista teve um movimento popular, com envolvimento de entes representativos da sociedade, que pressionava a redução de despesas da Câmara Municipal e a extinção da aposentadoria dos vereadores. O assunto foi tema de discussão da diretoria da Acilpa, que votou e decidiu por unanimidade, continuar no movimento, “por ser de interesse dos filiados e, principalmente, da coletividade”. • Em 1989, Lençóis Paulista foi sede da reunião das Associações Regionais do Estado de São Paulo. Em plena

corrida pelo aumento dos associados, a oportunidade de sediar o evento foi muito bem vinda. • Também em 1989, a diretoria da Acilpa recebeu os candidatos ao governo de Lençóis Paulista, Dingo Bernardes e Sérgio Marun, que foram à entidade expor suas plataformas de governo. Na oportunidade foram cobrados por medidas que resolvessem o trânsito na região central da cidade. Mais uma vez, os empresários apontaram a área azul como ferramenta para organizar a movimentação de veículos nas vias comerciais. • Desde os primórdios das atividades da Acilpa, debater sobre a qualidade e estrutura das vidas centrais era comum, uma vez que essas ruas concentravam boa parte da atividade comercial do município. Depois de muitas experiências de interdição (a primeira acontecida em 1977) e campanhas de final de ano, começaram as ideias para melhorar a rua para os estabelecimentos comerciais. A palavra “calçadão” aparece nas atas pela primeira vez em agosto de 1989, mais ou menos na mesma época em que a cidade vizinha Bauru implantava o calçadão na Rua Batista de Carvalho. • Em 1990, 16 anos após a fundação da Acilpa, a diretoria já discutia a criação de um museu da memória da entidade.

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Entrevista

Tempos de brilho Marinho Lima presidiu a Acilpa em tempos de diversas ações pelas ruas da cidade e afirma que tinha como entusiasmo a defesa do interesse do empresário.

Repórter – Como é a sua história de envolvimento com a Acilpa? Marinho Lima – Participo desde o começo; ativamente até 2010. Quando fui presidente, construímos o atual prédio da Acilpa. A cidade estava crescendo e, com bastante comércio e indústria, a Associação estava relativamente forte; tínhamos uma boa administração e uma boa equipe. Fizemos campanha, arrecadamos material e levantamos o prédio. As gestões das quais fiz parte eram muito unidas e quando fui presidente fizemos várias campanhas menores ao longo do ano, tudo para fazer com que o consumidor local e o das cidades da região fizesse suas compras aqui, dando preferência para o comércio local.

Repórter – Como era o trabalho na época? Marinho Lima – O objetivo da Acilpa sempre foi o de defender o comércio e fazer com que os consumidores prestigiem o comércio. Naquela época tínhamos problemas com o fluxo de pessoas que comprava no comércio de Bauru, por isso fazíamos campanhas para que os comerciantes mostrassem que podiam concorrer com qualidade e preço. Nossa luta era fazer com que o consumidor ficasse aqui. Chegamos a solicitar ao Expresso de Prata a redução da quantidade de viagens para Bauru. Nosso entusiasmo era defender o interesse do empresário.

Repórter – Como o senhor avalia a Acilpa daquele tempo? Marinho Lima – Acho que depois dos anos 1990, deslanchou. Chegaram empreendedores com mentalidade diferenciada, melhorando o resultado necessário para uma entidade representativa do comércio. Foi feito amplo trabalho para angariar mais associados. A cidade cresceu, o comércio cresceu, a indústria cresceu, surgiram novas empresas e também muitas daquelas que já estavam aqui expandiram suas atividades. Isso tudo deu uma alavancada na Acilpa, com mais gente acreditando na associação passamos a oferecer cada vez mais serviços, convênios com o SEBRAE e ações diferenciadas. Além disso, a Acilpa sempre esteve em consonância com a gestão pública, qualquer que fosse, pois trabalhar em conjunto é importante.

CONSOLIDANDO Presidente no final dos anos 1980, Marinho Lima acompanhou a época em que a Acilpa ganhou as ruas da cidade

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História Moderna

Dificuldade e

Grave crise financeira – com penhora do prédio – em meados dos an e imprime ritmo de crescimento inédito

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epois de conquistar a estabilidade e longevidade administrativa na indústria e no comércio de Lençóis Paulista e de ganhar as ruas da cidade em campanhas de mobilização comercial no começo da década de 1990, a Acilpa finalmente consegue o status de entidade representativa dos empreendimentos que movimentam a economia da cidade. No entanto, em meados daquela década a economia nacional passava por mais uma mudança e o Real surgia como solução para os altos índices de inflação que corroíam o poder de compra do brasileiro. Todavia, valendo mais que o dólar, a nova moeda brasileira sacrificou vários setores – sobretudo quem atuava na exportação – e trouxe instabilidade localizada.

aos auditórios e salões de Lençóis Paulista em uma série de eventos pioneiros no município. O primeiro foi Luiz Marins, nome respeitado entre os administradores e palestrante concorrido no ramo empresarial. Uma sequência de grandes nomes veio a Lençóis Paulista durante aqueles dois anos. Depois de Marins (que voltaria em 2009 para nova palestra) vieram Delfin Neto, Horácio Lafer Piva e Aranovich, então gerente de Qualidade da TAM. Além dos eventos, a associação reforçou os investimentos na qualidade dos serviços dos seus associados. Uma série de parcerias com o Senai, Sebrae e entidades congêneres movimentou os profissionais do comércio e da indústria.

Insegurança a qual fez vítimas. A Acilpa foi uma delas, pois com uma queda sensível de arrecadação não conseguiu cumprir compromissos fixos de valores altos. O principal deles foi o convênio médico – aprovado três anos antes, ... que sem a quitação dos devidos vencimentos, teve o serviço suspenso. Em ação judicial, o prédio da sede foi penhorado. Em crise financeira, com o funcionamento comprometido e a credibilidade afetada, a associação teve sua continuidade seriamente ameaçada. E quem observasse a situação naquele época não poderia imaginar que aqueles tempos turbulentos seriam a véspera de uma fase de crescimento contínuo e sem precedentes. Tendo sido feito o mais difícil – que era encontrar a estabilidade financeira para o caixa da entidade –, o próximo passo era variar a gama de serviços prestados como forma de aumentar o fluxo de empresários em torno da Acilpa. Os anos de 1998 e 1999 marcaram o início da era de grandes palestrantes, que levaram milhares de pessoas

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e superação

dos anos 1990 põe em risco a continuidade da Acilpa, que renasce As dificuldades financeiras ainda durariam alguns anos. Durante o mandato de Carlos Alberto Baptistella (20002001), a dívida com o principal credor, a empresa de plano de saúde, foi renegociada e começou a ser paga. Essa ação afastava em definitivo a possibilidade de perder a sede através de ação judicial. Os anos que viriam seriam de muito crescimento. O ano de 2008 foi decisivo. O então presidente Aparecido Donizetti da Silva, o Cidinho, renunciou alegando motivos pessoais. Isso aconteceu em plena articulação para a implantação da Sicob, cooperativa de crédito a qual precisaria do apoio de uma entidade constituída e diretamente interessada em seu funcionamento para que fosse autorizada pelo Banco Central.

Neno assumiu com o objetivo principal de colocar a cooperativa de crédito em funcionamento, mas acabou ficando. De 2009 até hoje, a Acilpa passou por um crescimento estrutural até então inédito na história da associação. Tal crescimento foi acompanhado pela adesão do comércio e da indústria. De cerca de 220 associados, a entidade passou a ter mais de 600 nos últimos quatro anos, quase três vezes mais que antes.

Foi assim que José Antonio Silva, o Neno, então suplente da diretoria da Sicoob, foi indicado para a presidência e eleito para concluir o mandato em vigência.

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História Moderna Algumas novidades marcantes datam deste período, entre elas o Acilpa Card, cartão de crédito distribuído pelas empresas aos funcionários. Com esse mecanismo a empresa faz o desconto direto na folha de pagamento do colaborador, repassa para a Acilpa que, por sua vez, quita a dívida com o comércio.

a cobrança em nome do lojista, com autonomia para todos os procedimentos, desde a notificação via carta, o envio de boletos ou até mesmo a negociação direta com o credor.

O Acilpa Card representou a inclusão financeira de um contingente muito grande de profissionais da indústria e do comércio que não conseguia fazer compras parceladas ou crediários por estar com o nome negativado. E fez essa inclusão com total segurança, porque quem avaliza o benefício, no caso, é o empregador.

O Departamento Jurídico oferece consultoria técnica especializada aos empresários, orientando-os, de forma gratuita, sobre como agir em determinadas situações.

Desde que foi criado, o Acilpa Card movimenta algo em torno de R$50 mil. Valor baixo em relação ao total de compras mensais do comércio, mas é um dinheiro que, não fosse o recurso criado pela entidade, deixaria de circular na praça comercial. Novidades importantes foram os dois departamentos criados como aporte ao comércio e à indústria. O Departamento de Recuperação de Crédito é responsável por fazer

Como a Acilpa interferiu na comunidade nos últimos anos A Acilpa encabeçou uma série de novidades importantes implantadas em Lençóis Paulista nos últimos anos. Seja através do peso de sua representatividade, seja através de mobilização direta, a entidade continua ajudando a cidade a se desenvolver e garantir mais estrutura em várias frentes.

Monitoramento com câmeras Projeto que nasceu dentro da Acilpa entre 2007 e 2008 e, com muita velocidade, ganhou apoio do empresariado e da sociedade lençoense. O primeiro equipamento implantando foi na rotatória que une as avenidas Papa João Paulo II, Ubirama e 25 de Janeiro e funcionou em caráter experimental por 30 dias. Com o sucesso da experiência, o projeto começou a ganhar corpo e parcerias. Uma delas foi da prefeitura, que deu suporte técnico para a implantação do cabeamento de fibra óptica ao longo das áreas monitoradas. Entre as empresas parceiras, a Zilor foi a maior doadora de recursos; o estudo estratégico para definir os pontos onde seria implantado o equipamento de captação de imagens foi desenvolvido pela Polícia Militar.

SEBRAE Tirando as cidades que são polos regionais, poucos municípios paulistas têm um posto do Sebrae. Lençóis Paulista é um deles, graças a Acilpa e parceria firmada pela entidade com a prefeitura, Grupo Lwart e Ascana. A célula da entidade – que funciona no PAT – promove grande movimentação. Entre cursos, palestras e afins seguramente mais de mil pessoas são atendidas por ano.

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PAPAI NOEL Desde 2009 Lençóis Paulista faz sala para um visitante pra lá de ilustre. Trata-se do Papai Noel, que chega de avião, salta de paraquedas e aterrissa em solo lençoense para declarar aberta, oficialmente, a temporada de compras para o Natal. A estrutura do evento organizada pela Acilpa em parceria com a Diretoria de Cultura tem calendário festivo, atrações culturais e um cenário armado na praça Comendador José Zillo (a Concha Acústica) para acomodar o Bom Velhinho, que fica sempre até a primeira semana do ano seguinte.

A Sicoob Cred-Acilpa A Sicoob Cred-Acilpa foi inaugurada em novembro de 2007 com 22 sócios fundadores. A cooperativa oferece serviços financeiros e bancários, mas com taxas mais atrativas. Funciona como um banco comum, é fiscalizada pelo Banco Central do Brasil e conta com o apoio da Cecresp (Central das Cooperativas de Crédito do Estado de São Paulo), mas não tem fins lucrativos. Atualmente conta com mais de 300 cooperados, com atendimento rápido e diferenciado. O cooperado não é um simples cliente, é sim dono, participando inclusive das decisões e resultados da Cooperativa. O crédito é rápido e sem burocracias, tem tarifas reduzidas e taxas de juros competitivas.

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Entrevista

Tempos de afirmação Presidente em tempos de crise no final dos anos 1990, Ricardo Viegas revela os esforços despendidos para levantar as finanças e a credibilidade da Acilpa em momento muito delicado. Repórter – Você assumiu a Acilpa em uma fase difícil. Qual era a situação? Viegas – A instituição tinha acabado praticamente. Prédio estava penhorado, mais de 20 cheques sem fundo, sem dinheiro para a folha de pagamento... tive tanto medo que decidi que não pagaria nem receberia nada se não fosse pelo banco, cuja conta era no Banco do Brasil. Fui até a agência, chamei o gerente, expliquei a situação e disse que precisava de um talão para movimentar a entidade. Ele chamou a secretária e disse: “Entrega o talão para o Ricardo, porque nele eu confio”. Aquilo foi algo muito emocionante e motivador.

Repórter – Como foi planejada essa recuperação? Viegas – Primeiro era preciso encontrar um ponto de equilíbrio financeiro. Depois renegociar e quitar os cheques sem fundo, renegociar a maior dívida, cuja a credora era a Unimed e reconquistar a credibilidade. Tinha entre 150 e 180 associados e grande parte só continuava por causa do plano de saúde, que já não estava funcionando. Foram momentos bem delicados. Depois a ideia era reverter, prestar mais serviços. Um momento decisivo foi a vinda do Marins, um evento fantástico que nos deu bastante confiança.

Viegas – Foram praticamente dez anos. Desses, sete foram como voluntário, sem receber um tostão, inclusive os dois como presidente. Depois fiquei mais dois anos como contratado do SEBRAE, desenvolvendo um projeto de núcleos empresariais, e mais um ano como colaborador da Acilpa de fato.

Repórter – Quais foram os momentos mais marcantes? Viegas – A vinda de pessoas importantes para a cidade foi algo especial. Além do Marins, vieram o Horácio Lafer Piva, um ano antes de ser presidente da Fiesp; o Delfin Neto, um dos maiores palestrantes que já tive a oportunidade de ver e o Aranovick, Gerente de Qualidade da TAM, que na época era um símbolo nacional de qualidade de atendimento. A palestra foi no Rotary e foi uma experiência concreta de como se pode construir uma relação de transparência e confiança com o consumir. Foi algo que marcou demais.

Repórter – Você teve um mandato como presidente, mas tem uma longa trajetória na Acilpa. Como foi isso?

Entrega o talão para o Ricardo, porque nele eu confio

RECONSTRUÇÃO Ricardo Viegas presidiu a Acilpa em tempos difíceis e ajudou na reconstrução da entidade

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CURIOSIDADES Em uma das promoções de final de ano, a Acilpa sorteou um terreno. Um lojista empolgado disse que se o ganhador do terreno tivesse comprado no comércio dele, doaria dois milheiros de tijolos. Dito e feito, o sortudo daquele ano foi duplamente premiado, com um terreno e dois mil tijolos. Antes de morar em Lençóis, Ricardo Viegas foi a um Jantar dos Empresários, na década de 1980, no Chapadão. Ele ainda era adolescente e nem sonhava que um dia faria parte do meio empresarial e que seria o presidente da Acilpa. Mesmo assim ele revela que encantou-se com o evento, pela “alegria das pessoas de estarem ali”. O empresário Carlos Alberto Baptistella, o Carlinhos, presidiu a Acilpa duas vezes, em épocas muito distintas. Na primeira diretoria da entidade composta em 1973, ele era o Primeiro Vice e fez um mandato tampão de cerca de um ano após a renúncia de Cidemar Luminatti. Em 2001, logo após terminar seu segundo mandato como vereador (não tentou se reeleger para o terceiro mandato), apresentou chapa única e foi eleito por aclamação. A única vez que houve duas chapas na disputa pela presidência da Acilpa foi para o mandato 2007-

2008. Na ocasião, Mário de Oliveira Lima Júnior perdeu a eleição para Aparecido Donezetti da Silva, o Cidinho. O resultado: 89 x 55, com um voto em branco e outro nulo. Todas as outras diretorias (inclusive a próxima, para o biênio 2014-2015) foram escolhidas em chapa única. A maior parte da documentação histórica da Acilpa foi doada para o Museu Histórico e Cultural “Alexandre Chitto”. Entre os documentos do acervo, estão correspondências assinadas por Paulo Maluf, que foi presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo. A Acilpa foi a primeira entidade a ter a tecnologia de transmissão de dados via rádio em Lençóis Paulista. Nas duas vezes em que venceu as eleições majoritárias (em 2000 e em 2004), o ex-prefeito José Antonio Marise fez a solenidade de posse e a apresentação dos seus diretores à imprensa no auditório da Acilpa. Três presidentes não terminaram suas gestões: Cidemar Luminatti (1973), substituído por Carlinhos Baptistella; José Maria Dourado Fernandes (1992), cujo mandato foi encerrado por Mário de Oliveira Lima Júnior e Aparecido Donizetti da Silva, o Cidinho (2007), que renunciou para que o atual presidente, José Antonio Silva, o Neno, concluísse o biênio.

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Entrevista

Valeu a pena Presidente da Acilpa entre 2002 e 2005, o empresário Paulo de Tarso Madureira enfatiza que conseguiu sanar dívidas e entregar a entidade com caixa Repórter – Como você chegou à presidência da Acilpa? Paulo de Tarso – Eu tinha contato com pessoas que trabalhavam no dia a dia da Acilpa, fui me envolvendo e quando recebi o convite para sair candidato, acabei aceitando a proposta. Foi uma boa oportunidade para eu conhecer mais a cidade, os problemas comuns da indústria e do comércio e das empresas locais. Valeu a pena.

Repórter – Foi na sua gestão que a Acilpa terminou de sanar uma das suas maiores dívidas, a da ação judicial que penhorou o prédio. Você acha que essa foi a sua colaboração para a posteridade?

fazerem e os outros ficarem olhando, além de muita gente ficar criticando sem apontar alternativas.

Repórter – Como você vê a Acilpa hoje, quase dez anos depois do seu mandato? Paulo de Tarso – Melhorou muito em relação ao que era. É a evolução natural de tudo, somada ao excelente trabalho dos presidentes que me sucederam e que trouxeram um avanço muito grande, inclusive com a criação da cooperativa de crédito, que deu ainda mais força para a Acilpa. Os resultados falam por si.

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A d f P a a P a e C

Paulo de Tarso – Sem dúvida, até foi uma época em que a gente não tinha recursos para fazer nada. A Acilpa não tinha dinheiro e ainda tinha dívidas. Conseguimos sanar essas dívidas; entreguei a associação com um caixa.

Repórter – Que impressões você guarda da sua passagem pela Acilpa? Paulo de Tarso – Eu acredito que deveria haver mais participação das empresas, os empresários deveriam se unir mais. Qualquer classe social ou empresarial enfrenta essa dificuldade de união. É difícil unir pessoas em torno de um interesse comum, mas essa união é necessária para que o contexto melhore para todos. De nada adianta dois ou três

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S

OPORTUNIDADE Paulo de Tarso, conseguiu sanar as dívidas e entregou a associação com caixa.

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Entrevista

O atual comandate De suplente da diretoria da Sicoob à presidência da Acilpa, José Antônio Silva, o Neno tem administração marcada por inovações e aumento sensível no quadro de associados Repórter – Você assumiu a Acilpa sem nunca ter participado de uma diretoria da associação, foi um dos únicos presidentes dos últimos 20 anos nessa condição. Como foi isso para você? Ajudou ou atrapalhou? Neno – Acredito que tenha ajudado. Quando fui eleito nunca tinha participado de uma reunião de diretoria da Acilpa, estava envolvido com a criação da Sicoob, da qual eu sou um dos 22 fundadores. Talvez até por isso houve mudanças na associação, porque eu não vim com vício de outros mandatos. Quando assumi eu não sabia como faziam, por isso fiz algo diferente. Criamos novos eventos e novos departamentos, reformamos o prédio, melhoramos o auditório. Aprendo muito como presidente da Acilpa, principalmente a respeitar as opiniões contrárias à minha. É uma verdadeira faculdade. Já que ele ainda é o presidente, talvez a frase no presente fica melhor:

Repórter – Qual é a sensação de ser o presidente da Acilpa no ano em que a entidade completa 40 anos? Neno – Tenho me dedicado 100% à Acilpa nesses anos todos, tanto eu como toda a diretoria executiva atual. Temos convicção plena de que estamos fazendo nossa parte para ajudar os comerciantes da cidade. A associação ainda tem muita coisa para ser feita, mas temos a sensação de dever cumprido, mantendo bom relacionamento com os comerciantes. Em momento algum tive a intenção de assumir para meu benefício pessoal ou do meu comércio, mas sim de trabalhar pelo coletivo. Acho que fiz e continuo fazendo minha parte e todo presidente que assumir tem que fazer a dele. Se cada um fizer um pouco, esse pouco se torna bastante.

Repórter – O que você destacaria em seu mandato? Neno – Quando assumi, a Acilpa tinha em torno de 220 associados, hoje ela tem mais de 600. Houve crescimento, mas poderia ter sido maior. Lençóis tem mais de quatro mil empreendimentos, entre indústria e comércio. Neste contexto, ainda estamos com um número bem pequeno de associados. Também enxerguei que a associação trabalhava muito voltada para segmentos específicos, por isso tentei diversificar, ter outras frentes de atuação além da indústria e do comércio.

Crescimento Houve um crescimento de 220 associados para 600.

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Entrevista

Os nomes do futuro Eleito para a presidência do biênio 2014-2015, Anderson Prado quer Acilpa participativa no cotidiano do associado.

Foto: Jornal Tribuna

Anderson Prado, eleito presidente para o biênio 20142015, é o mais jovem empresário a dirigir a Acilpa desde sua fundação. Além de vereador, ele é membro do Conselho Municipal de Turismo e do Grupo de Escritores Lençoenses. Sua diretoria é uma das mais ecléticas de todos os tempos, com representantes de setores da indústria, comércio, agronegócio e publicidade. Prado conta que tem longo relacionamento com a entidade. “Desde sempre, do meu primeiro emprego a ser dono do próprio negócio”. Membro da diretoria desde 2012, como Secretário, ele conta que a oportunidade de ser presidente se apresentou de forma natural. “Nosso estatuto prevê apenas uma reeleição, o que impossibilitaria o atual presidente de concorrer. Pensando em fortalecimento, alteramos o estatuto para aumentar o número de diretores, de 5 para 12 empresários ‘ficha-limpa’, que juntos representariam uma pluralidade de trabalho e conhecimento”, explica. “Assim, como defensor da ideia de uma Acilpa ainda mais representativa, fui juntando nomes, valores e cases de sucesso para compor a chapa que viria a ser eleita por aclamação”, completa. ... e depois como dono do próprio negócio”. Ele já tem traçadas as metas para o mandato, que começa no início de janeiro. “A administração do Neno e o trabalho sério de alguns gestores que o antecederam, reconduziram a entidade aos trilhos. “Penso que a Acilpa

está preparada para novos desafios, como adaptar-se às demandas de marketing, assessoria financeira e jurídica dos associados”, afirmou. “Imagino uma Acilpa participativa no cotidiano do filiado, que ofereça cursos, consultorias, assessorias e serviços que viabilizem a otimização do tempo que o empresário moderno gasta com sua carteira de inadimplência, por exemplo”, justifica. Por fim, para Prado a economia lençoense está em franca ascensão. “É notório o interesse de grandes redes de varejo em nosso município e de expressivos investimentos tanto do poder público quanto da iniciativa privada em áreas que estão intrinsecamente ligadas ao comércio, como a mobilidade urbana, a segurança pública e a crescente construção e oferta de estabelecimentos comerciais sofisticados”, diz. “Enquanto entidade classista, a Acilpa está atenta a esta realidade para ampliar a participação do empresariado na entidade, dar maior visibilidade às campanhas sazonais do comércio e projetar a Acilpa como referência de prestação de serviços”, finaliza.

Nova Diretoria 2014-2015

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