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Benefícios da IA na manutenção das rodovias portuguesas

Rita Ponce Projeto OMICRON

Duas empresas portuguesas participam num consórcio internacional que desenvolve ferramentas para a utilização de robótica, automação, e inteligência artificial na manutenção rodoviária. Uma ponte recém-construída sobre a autoestrada A3 servirá agora de modelo para o estudo de métodos construtivos avançados para futuras infraestruturas.

Em comparação com outros países da UE, a qualidade da infraestrutura rodoviária de Portugal é muito elevada, o que poderá explicar porque é que os automóveis continuam a ser o meio de transporte mais comum atualmente. Deve notar-se, no entanto, que o crescente número de veículos pode causar um desgaste mais rápido das infraestruturas rodoviárias ao longo do tempo, pois, tal como acontece na maior parte do continente europeu, muitas destas infraestruturas datam das décadas de 80 e 90.

Ademais, embora as autoestradas portuguesas se encontrem entre as melhores da Europa, várias estradas nas áreas rurais e suburbanas continuam negligenciadas – e perigosas. Isto é especialmente verdade em áreas do país que não têm tanto investimento. Além disso, a Deco Proteste descobriu recentemente que as condições da estrada e o fluxo de tráfego são os fatores que mais influenciam a satisfação com a autoestrada entre os condutores portugueses.

Neste contexto em evolução, a manutenção rápida é essencial para evitar congestionamentos de trânsito e garantir a segurança dos trabalhadores. A automação e a inteligência artificial surgem então como possíveis alternativas para otimizar a inspeção e manutenção da infraestrutura. A ideia, especialmente na UE, não é uma novidade. No entanto, as tecnologias modernas permitem agora uma melhor monitorização e manutenção das estradas em todo o continente. Assim, graças à automação, a manutenção das estradas poderá ser bem diferente no futuro.

Por exemplo, o aumento do poder de computação tornou possível a criação dos chamados gémeos digitais – uma réplica virtual de uma instalação ou processo físico do mundo real. Em breve, drones poderão monitorizar as condições das infraestruturas. Sensores infor- marão as autoridades competentes sobre danos detetados, e robôs realizarão tarefas de manutenção perigosas. Esse futuro não está longe, e já estão a ser feitos estudos nesse sentido.

É o caso do OMICRON, um projeto financiado pela UE que visa o avanço das tecnologias de reabilitação rodoviária por meio de tecnologias digitais e automatizadas. “O OMICRON é um projeto com visão a médio e longo prazo”, explica a Engenheira Rita Moura, Diretora de Inovação da Teixeira Duarte, uma das duas empresas portuguesas na equipa internacional.

O projeto, que teve início em maio de 2021 e terá a duração de três anos e meio, conta com 16 parceiros, entre construtoras, projetistas, gestores rodoviários, centros de investigação e universidades, de sete países europeus – Espanha, Itália, Grécia, Reino Unido, Hungria, Alemanha e, claro, Portugal.

Os parceiros portugueses, em particular, estão a trabalhar com inteligência artificial para prever necessidades de manutenção e técnicas

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