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ACQUELINE ASSUNÇÃO
from Revue Cultive n° 14
by Cultive
Jacqueline Assunção
CARTA PARA ELA
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Remetente: Jacqueline Assunção Endereço: Terra Destinatario: Maria Assunção Endereço – Terra dos Anjos
Oi Mãe, tu és a casa e o vô de mil e uma borboletas... Me pergunto quem são as almas afortunada que agora desfrutam dos teus sorrisos, calma, palavras que so sua boca sabia dizer, tua força empodera um universo inteirinho. Tua comida era afago direto na alma curando... quentinha. E o café ? Ah mãe... quando passo um me aromatizo de ti. Aqui não ta fácil não, estamos vivendo dias pandêmicos. Mas aprendi contigo a plantar meu olhar na lua, lembra na calçada? Para além do tempo... Para além da dor, do medo. Te ver? Num caminho pelo mar... Abença Mãe. Sua filha Jacqueline Assunção
POETA, O ARTESÃO DA PALAVRA.

No garimpo das letras, o poeta extrai sonhos, belezas, espantos; sofre a dor do mundo cantando o verbo. Faz do dia a dia uma celebração da vida. No mergulho interior, ele/ela transfigura matéria bruta em sentimento profundo. Adélia Prado diz: “se você avista uma pedra e a vê pedra, então necessita esperar que seu olhar a veja como uma rosa”. Essa transmutação do real para o imaginário é o exercício constante do vate, que o faz com o que emerge da alma, do âmago do seu ser. Quanto a isso, Cecília Meireles afirma: a vida, a vida, a vida só é possível reinventada. Uma das molas propulsoras da vida é a poesia. Com sentimento intenso e habilidade de dispor as palavras com ritmo, sonoridade, metáforas, imagismo, entrelinhas, o não dito, o poeta transmuda o real, tantas vezes sofrido, em alegria para os leitores.
A palavra é o abraço universal. Ela nos permite viajar, alçar voos inalcansáveis. Os amantes da poesia experimentam um encantamento e exercitam o gosto por essa arte, tão envolvente, degustando cada verso, cada ritmo, cada silêncio. Para rilke, “uma única coisa é necessário: a solidão; a grande solidão interior”. O silêncio. Termino parabenizando a todos os poetas do grupo, esses grandes artífices da palavra, e formulando duas perguntas:
1- Oque teria sido de nós /nesses dias sombrios da pandemia/ se não fossem os/as poetas? 2- O que seria da vida sem os/as poetas? Revue Cultive - Genève