Revista PLUG 2014 - Millennials

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REVISTA DO CURSO ABRIL DE JORNALISMO 2014






PL


UG MILLENNIALS

2014


ME

10 EXPEDIENTE 11 CARTA AO LEITOR 12 TALENTOS EM AÇÃO

24 ABRE MUNDO 26 MILLENNIALS GRINGOS X BRASILEIROS

O DIA A DIA DO PRÉDIO DA ABRIL EM FOTOS

HÁ MAIS DIFERENÇAS DO QUE CONTAM OS ESTEREÓTIPOS

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32 GERAÇÃO Y. #SQN A VISÃO DE UMA JORNALISTA RUSSA SOBRE OS JOVENS DO SEU PAÍS

36 TAGS FORTES A INTERNET É A ARENA PARA QUEM TEM A TRANSPARÊNCIA COMO CAUSA POLÍTICA

40 QUESTÃO DE IDENTIDADE A RELAÇÃO DOS JOVENS COM AS MARCAS DE LUXO

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NU 46 ABRE EU 48 O QUE VOCÊ QUER SER QUANDO CRESCER? NEM SEMPRE DÁ PARA CONCILIAR PRAZER COM TRABALHO

52 ALMA HIPSTER SER ORIGINAL ENTRE ORIGINAIS

58 CUPIDO TECH

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O SUCESSO DO APLICATIVO TINDER ENTRE OS BRASILEIROS

62 SE A MINHA CARREIRA COMEÇASSE AGORA... O QUE OS VETERANOS DA ABRIL TÊM A DIZER AOS JOVENS JORNALISTAS

67 SUMÁRIO PROJETOS OS 11 TRABALHOS DO CAJ 2014

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VICTOR CIVITA (1907-1990)

ROBERTO CIVITA (1936-2013)

Conselho Editorial: Victor Civita Neto (Presidente), Thomaz Souto Corrêa (Vice-Presidente), Elda Müller, Fábio Colletti Barbosa, José Roberto Guzzo Presidente: Fábio Colletti Barbosa Vice-presidente de Operações e Gestão: Marcelo Vaz Bonini Diretor-Superintendente de Assinaturas: Fernando Costa Diretora de Recursos Humanos: Cibele Castro

Orientadores Edward Pimenta, Juliana De Mari, Rafael Costa Equipe PLUG Design: Daniel Monteiro, Juliana Pedrosa, Luana Graciano, Rafaela Guatimosim Foto: Lana Pinho, Mariana Pekin, Ramón Vasconcelos Texto: Aline Scherer, Camila Almeida, Carlo Cauti, Danielle Brites, Marilia Goldschmidt, Patrícia Valle, Pedro Costa, Rosielle Machado, Sasha Yakovleva, Yasmin Abdalla Produção: Vitor Thomaz

CURSO ABRIL DE JORNALISMO 2014 Coordenação: Edward Pimenta Produção e Logística: Beatriz Guimarães, Maristela Copriva, Vitor Thomaz ORIENTADORES Amanda Luz, Carlos Eduardo Silva, Carolina Gehlen, Daniela Bertocchi, Denis Russo Burgierman, Diego Sapia Maia, Diógenes Muniz, Eliana Sanches, Fábio Altman, Fábio Peixoto, Fabrício Miranda, Germano Lüders, Jadyr Pavão Jr., Jefferson Rubbo, Katia Militello, Lúcia Helena, Lygia Rebello, Monica Kato, Otávio Dias, Rafael Costa, Rafael Kato, Rafael Kenski, Renata Gomes de Aguiar, Renata Piza, Roberto Caetano, Tatiana Schibuola PALESTRANTES Alecsandra Zapparoli, Amanda Luz, Angélica Banhara, Antônio Carlos Castro, Antonio Prata, Arianna Huffington, Bob Wolfenson, Bruno Paes Manso, Carlos Grassetti, Carlos Maranhão, Cláudia Vassallo, Cris Naumovs, Daniela Bertocchi, David Miranda, Denis Russo Burgierman, Elda Müller, Eliana Sanches, Eurípedes Alcântara, Fábio Altman, Fábio Colletti Barbosa, Fabrício Miranda, Fred Di Giacomo, Giuliana Tatini, Glenn Greenwald, Gregório Duvivier, Helena Bagnoli, Jan Pitrowski, Jardel Sebba, João Moreira Salles, Jonathan Watts, Kika Gianesi, Leslie Leitão, Manoel Lemos, Marco de Bari, Mariana Moura Santos, Matthew Shirts, Paula Mageste, Rafael Kenski, Rafael Sbarai, Ricardo Anderáos, Ricardo Setti, Sérgio Xavier, Thiago Araújo, Thomaz Souto Corrêa ALUNOS Design: Camila Marques, Daniel Monteiro, Filipe Azevedo, Izabela Brant, Juliana Pedrosa, Luana Graciano, Mariana Barros, Marianna Schmidt, Patrick Cassimiro, Peu Ishio, Rafaela Guatimosim Foto: Lana Pinho, Mariana Pekin, Matheus Mendonça, Ramón Vasconcelos Infografia: Feu Eugênio, Marcel Calbusch, Marcelo Meneses, Renata Lacerda Mídias Digitais: Danielle Brites, Heitor Albernaz, Nicolly Vimercate, Tatiane de Assis Texto: Aline Scherer, André Biernath, Bruna Estavanin, Bruno Mazzoco, Camila Almeida, Carlo Cauti, Carol Andrade Gomes, Daniel Vilela, Daniela Schwanke, Daniella de Caprio, Douglas Cantu, Fernanda Morelli, Júlia Matravôlgyi, Júlia Tfauni, Lais Semis, Leonardo Motta, Lucas Aellos, Luciano Pádua, Mariana Toledo, Marilia Goldschmidt, Marília Marasciulo, Marina Maciel, Marjorie Okuyama, Nathália Bottino, Patrícia Valle, Paula Sevarolli, Pedro Costa, Priscilla Daumas, Renata Lucchesi, Renata Vieira, Rosielle Machado, Sara Magalona, Sarah Kern, Sasha Yakovleva, Stephanie Pereira, Tamara Fisch, Victor Lessa, Yasmin Abdalla Vídeo: Carol Argamim Gouvêa, Deka Bueno, Gian Kojikovski, Maressa Calixto, Vitor Quinet Diretoria de Recursos Humanos Abril S.A.

Trei na mento e Desenvolvi mento Um programa de Treinamento e Desenvolvimento ABRIL Hamilton dos Santos Diretor de Treinamento e Comunicação Interna Redação e Correspondência: Av. das Nações Unidas, 7221, 12º andar, Pinheiros, São Paulo, SP, CEP 05425-902, tel. (11) 3037-2000.

Conselho de Administração: Giancarlo Civita (Presidente), Esmaré Weideman, Hein Brand, Roberta Anamaria Civita, Victor Civita Neto Presidente: Fábio Colletti Barbosa www.abril.com.br


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ENTRE GERAÇÕES Ao ingressar no Curso Abril de Jornalismo 2014, os jovens selecionados para o programa receberam várias missões. Eles tiveram que dar conta de uma acelerada agenda de palestras e workshops, encontrar tempo para visitar redações, trocar ideia com os veteranos da casa e trabalhar duro para entregar o projeto de conclusão do curso, relacionado a 11 revistas que encomendaram a eles sugestões, com os devidos protótipos, para seus desafios editoriais. Tudo isso aconteceu nos 30 dias regulamentares de treinamento. Antes de o curso terminar, a turma teve ainda que dedicar parte de sua atenção para botar de pé a PLUG, revista que você tem em mãos agora. Escolher o tema foi a parte mais fácil. Mas imaginar pautas e layouts e produzir textos, fotos e edição final rendeu horas de conversas e trocas de e-mails. A PLUG deste ano é um retrato deles mesmos, os chamados millennials, jovens nascidos entre os anos 1980 e 2000. Eles tiveram liberdade para mostrar o que pensam a respeito de trabalho, política, consumo e os estereótipos associados ao comportamento de sua geração. Os textos carregam no tom autoral: quem escreve é como se fosse um personagem da história que está contando. O design da revista, sob a batuta de Rafael Costa, diretor de arte de INFO, explora o fenômeno selfie, dando espaço a caras e bocas, com cores fortes e toda vibração de nossos colegas neste projeto. Tomara que, ao ler nossas páginas, você tenha uma experiência tão divertida quanto todos nós tivemos.

Juliana De Mari e Rafael Costa, os editores desta edição.


EM AÇÃO Durante os 30 dias do Curso Abril de Jornalismo, em São Paulo, os alunos fizeram uma imersão no dia a dia agitado do prédio que abriga redações de 48 revistas e mais de 3 mil funcionários

FOTOS RAMÓN VASCONCELOS




O Curso Abril de Jornalismo é resultado do esforço de dezenas de jornalistas, designers, fotógrafos, videomakers e programadores da Editora Abril, que curtem compartilhar conhecimento e capturar a energia dos recém-formados vindos de todas as partes do país. Nos últimos 30 anos, mais de 1 800 alunos foram formados pelo curso e boa parte deles foi convidada a colaborar com as redações, tanto que hoje aproximadamente um terço dos jornalistas da Abril são egressos do CAJ. Os profissionais da Abril prepararam para a turma de 2014 uma maratona de 33 palestras sobre temas como edição de revistas, design responsivo e APIs, vídeo, novas narrativas, cobertura de eventos, virais, animação, redes sociais, métricas, revistas femininas e masculinas, design e capas de revista e um mergulho nas marcas EXAME e VEJA. Durante os 30 dias do curso, ministrado na sede da Editora Abril, em São Paulo, os 67 alunos puderam sentir como é a vida no prédio que reúne mais de 3 mil funcionários e redações de 48 títulos. Eles ajudaram a produzir centenas de conteúdos publicados nas revistas e sites da casa e desenvolveram projetos práticos sob a orientação das equipes de CAPRICHO, SUPERINTERESSANTE, VEJA, VEJA SÃO PAULO, BRASIL POST, ELLE, MdeMULHER, INFO, GUIA QUATRO RODAS, EXAME e Femininas Populares. Os excelentes resultados desta edição demonstraram que o Curso Abril de Jornalismo continua sendo a melhor porta de entrada para quem quer trabalhar na empresa. A nossa incrível rede de talentos não para de crescer. Confira os trabalhos em http://cursoabril2014.tumblr.com










MU N DO


“Eu ainda vejo muita gente infantil aqui. Os pais acabam alienando os filhos, tratam o filho ainda como filhote.� Sasha, 26 anos


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MILLENNIALS GRINGOS X BRASILEIROS O contexto econ么mico e social diferencia mais o comportamento dos jovens ao redor do mundo do que voc锚 imagina

POR CARLO CAUTI, 27 ANOS, ITALIANO FOTOS MARIANA PEKIN


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A

principal teoria sobre a geração Y é que todos os jovens nascidos entre 1982 e 2004 em qualquer lugar do mundo apresentam as mesmas características. Nerds, narcisistas, gênios, preguiçosos, mimados etc. Mas será mesmo que os jovens de cidades tão diferentes quanto Seattle, Milão, São Petersburgo, Mumbai ou Osaka são todos iguais? Será que todos têm as mesmas atitudes, as mesmas ambições, desejos, medos? Será que a nossa é a geração mais homogênea da história da humanidade? Se comparamos os millennials do Brasil com seus colegas do resto do mundo, em particular com os europeus e americanos, podemos identificar muitas diferenças. Por exemplo, os jovens brasileiros estão, em sua grande maioria, trabalhando. Os gringos não. Segundo o relatório Tendências Mundiais de Emprego 2014, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o desemprego en-

tre os jovens no Brasil está por volta de 13%. Valor considerado elevado pelos economistas brasileiros. Na Europa, o desemprego juvenil é, em média, o dobro disso, com países que chegam a ter de 40% a 60% dos jovens desempregados. Ou seja, a metade dos jovens europeus e americanos está em casa, enquanto cerca de 90% dos brasileiros estão com as mãos na massa. Os millennials brasileiros começam a trabalhar cedo, ainda durante a faculdade, como mostram os dados do Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Os millennials gringos não têm esse hábito. Ao contrário, muitos nem estudam nem trabalham.

Uma condição tão comum naquelas latitudes que fez os sociólogos cunharem a definição de geração “nem-nem”. Milhões de jovens que vivem em um limbo existencial, sem rumo nem objetivos. No Brasil, esse fenômeno está começando a ser conhecido, mas cerca de 70% dos “nem-nem” brasileiros são mulheres que decidem ficar em casa após ter o primeiro filho para se dedicar integralmente à criança. Na Europa, nos Estados Unidos e no Japão, os nem-nem são um fenômeno social consolidado.

ESTUDO Os millennials brasileiros são a geração com o maior número de formados. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os jovens do Brasil terminam a faculdade geralmente com 21-22 anos, e muitos continuam estudando em pós-graduações, cobiçando doutorados ou intercâmbios no exterior. Trabalham duro para pagar tudo isso, já que as faculdades públicas ainda têm um número de vagas irrisório para um número tão grande de pessoas. Os millennials europeus, ao contrário, não mostram mais interesse nos estudos universitários. O número de matriculados está caindo a cada ano,


gerando a primeira contração no número de formados no continente. Uma tendência registrada pelas pesquisas dos Ministérios da Educação da maioria dos países europeus. Essa é a primeira geração que terá uma formação acadêmica inferior àquela de seus pais. E aqueles que decidem se formar geralmente não têm tanta pressa. A idade média para terminar os estudos em muitos países supera os 26 anos. Ou seja, os millennials gringos chegam ao mercado de trabalho em uma idade em que seus colegas brasileiros já acumularam cinco, seis ou até sete anos de experiência profissional.

DINHEIRO No Brasil, os jovens compram um carro logo que juntam a primeira grana. Para eles, o carro é mais do que um simples meio de transporte ou bem de consumo durável, é um objeto de status social. E graças a isso a indústria automotiva brasileira supera recordes de produção todos os anos, como mostram os dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Ao contrário, uma pesquisa realizada pela Universidade de Michigan mostra como os millennials gringos não estão mais interessados em ter carro próprio. E, mesmo querendo, não teriam recursos suficientes para adquiri-lo, já que não têm trabalho. De 2007 até hoje, o número de carros comprados por jovens caiu mais

de 35%. E, pior, está diminuindo o número de matriculados em cursos para adquirir a carta de motorista. Consequência direta: fábricas de automóveis estão fechando na Europa, reduzindo ainda mais os trabalhos para os jovens europeus. Os millennials brasileiros tentam sair da casa dos pais o mais rápido possí-

FAMÍLIA Os millennials brasileiros começam a namorar cedo, noivam cedo e casam relativamente cedo. Os gringos podem até namorar, mas os registros de casamentos estão entre os mais baixos já registrados pelos centros de estatísticas nacionais. Os millennials brasileiros ainda fazem filhos, embo-

ESSA É A PRIMEIRA GERAÇÃO DE JOVENS EUROPEUS QUE TERÁ UMA FORMAÇÃO ACADÊMICA INFERIOR À DE SEUS PAIS vel. O IBGE registra essa tendência há vários anos. E se matricular em uma faculdade longe de sua cidade natal é o primeiro passo nessa direção. Os europeus e americanos continuam morando com os pais até depois dos 30 anos de idade, como demonstram as estatísticas da Eurostat e do Escritório de Censo americano. Muitos fazem faculdades localizadas na própria cidade, mesmo se comprovadamente de baixa qualidade, para evitar esse trauma existencial que é ter que lavar sua própria louça. Pior ainda, muitos chegam a voltar para a casa dos pais depois de terminar os estudos, já que morar sozinho é estressante demais.

ra menos do que seus pais. A taxa de fecundidade entre os jovens está por volta de dois filhos por mulher. Não há como comparar os millennials gringos nesse caso, já que eles simplesmente pararam de fazer filhos. A Europa conta por volta de 1,5 filho por mulher, segundo o relatório americano World Factbook, produzido pela CIA. Uma diferença que pode parecer pequena, mas é relevante quando se considera que a taxa de dois filhos por mulher é o limite mínimo para a reposição da população. Além disso, em muitos países europeus esse número é ainda menor, por causa da crise econômica, como na Itália, Grécia e Espanha. E a redução da taxa de fecundidade é uma tendência que vem de longe na Europa, há mais de 40 anos, gerando problemas como o


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envelhecimento da população e a crise da previdência social. Na Alemanha, que enfrenta uma crise demográfica há décadas, já há contração do número de habitantes, registrada pelo próprio Escritório Federal de Estatísticas Alemão. No Brasil, ao contrário, a redução da taxa de fecundidade é um fenômeno recente, do final dos anos 1990. Por isso, seus efeitos não afetaram tanto a vida dos millennials brasileiros. E há casos como a França, que tem taxas de fecundidade maiores, mas só consegue mantê-las gra-

de saúde gratuitos de boa qualidade, passando por baixos índices de violência e educação garantida para todos. Eles também se beneficiaram de uma acumulação de riqueza de seus pais e, principalmente, de seus avós. Um conjunto de elementos que lhes forneceu uma vida relativamente tranquila, sem grandes preocupações nem ansiedades sobre o cotidiano. O caráter deles foi inevitavelmente influenciado, reduzindo a predisposição a aceitar o sacrifício e a lidar com as dificuldades da vida.

OS MILLENNIALS EUROPEUS VIVERAM CERCA DE UM TERÇO DE SUA VIDA MERGULHADOS EM UMA CRISE ECONÔMICA ças aos imigrantes, tradicionalmente mais prolíficos do que os europeus. Os millennials brasileiros estão construindo sua vida, batalhando para seu futuro e perseguindo seus desejos e ambições. Os millennials europeus e americanos, aparentemente, desistiram de tudo isso. A questão é, obviamente, o porquê dessas diferenças tão marcantes. Existem vários aspectos que explicam essa situação. Em primeiro lugar, o berço. Os jovens europeus e americanos nasceram em sociedades opulentas, que lhes garantiram as melhores condições de vida do mundo. Do transporte público, eficiente e barato, até serviços

Um exemplo é o fato que trabalhar e cursar faculdade ao mesmo tempo era algo muito raro entre os europeus, mesmo antes da crise econômica. E, após a crise, mesmo para quem quisesse arregaçar as mangas, isso simplesmente se tornou impossível por causa do alto índice de desemprego. Além disso, os millennials europeus e americanos nasceram pouco antes ou depois de 1989. Com a queda do muro de Berlim, o capitalismo parecia ser o vencedor do último conflito

ideológico da história. As nações do bloco ocidental tiveram a sensação de viver um crescimento econômico eterno e garantido. Uma percepção errônea que contribuiu para que os jovens desses países se percebessem como privilegiados nascidos na parte do mundo com um destino manifesto de prosperidade. Esforços excessivos não pareciam mais necessários. Os millennials brasileiros, ao contrário, nasceram entre a fase final da ditadura militar, viveram a crise da virada do século 20 e passaram pelas turbulências econômicas dos anos 1980 e 1990. Muitos millennials do Brasil viveram na pele o drama da hiperinflação, com todas as privações das condições de vida que isso significa. Os últimos europeus que viveram a mesma experiência foram os jovens da República de Weimar. Somente a partir dos anos 2000 os jovens brasileiros alcançaram condições de vida melhores, sempre batalhando, e com certeza nenhum deles quer voltar ao passado. O que leva a uma disposição automática para o esforço e o trabalho.

ECONOMIA A segunda questão que explica as diferenças entre gerações no mundo é a condição de vida atual dos jovens. Os millennials europeus estão lidando com uma crise econômica que se arrasta há sete anos. Nascidos no conforto, eles estão enfrentando algo quase impensável pouco tempo atrás: PIB que despenca, desemprego nas estrelas e uma geral contração do


bem-estar provocada pelas políticas macroeconômicas de austeridade implantadas nos países. Eles viveram cerca de um terço de sua vida mergulhados em uma crise econômica e social que inevitavelmente assombrou suas esperanças, perspectivas de vida e visão do mundo. Passar “from hero to zero” de forma tão repentina tem um resultado simples: depressão. Algo que afeta inevitavelmente seu comportamento e sua visão do futuro. Já os millennials brasileiros estão vivendo um dos períodos de maior crescimento e de euforia econômica da história do país. Mesmo com as taxas de crescimento reduzidas dos últimos anos, o Brasil jamais teve um período tão longo e tão intenso de crescimento e estabilidade. As crises cíclicas que assombraram a economia brasileira fazem parte da história remota. O que leva os jovens a olhar para o futuro com otimismo. Por isso, eles gastam mais, investem mais, trabalham mais e criam laços afetivos duradouros com seus parceiros, construindo famílias e gerando filhos. Em suma, os millennials brasileiros têm esperança no futuro, que será melhor do que o passado. Outro ponto importante é que os millennials europeus e americanos cresceram em sociedades com poucas diferenças sociais, em que um trabalhador pouco qualificado tem uma distância salarial relativamente baixa em relação a outro mais qualificado. Condição que gerou uma homogeneização das condições de vida – garantindo a paz social –, mas também um achatamento geral das

expectativas e das pretensões. Não faz sentido investir tempo e dinheiro, mesmo que as faculdades sejam quase sempre públicas e gratuitas, se o salário de um advogado não se diferencia muito daquele de um encanador. Somando isso a uma economia que não garante mais trabalho para quem conclui a faculdade, a consequência foi uma forte redução dos estímulos a estudar. Por essa razão, os jovens europeus estão abandonando as universidades. Uma tendência que, no longo prazo, tem efeitos devastadores

cala social ou apenas manter o nível que os pais lhe deram. No Brasil, quem não rala desde cedo não tem muitas segundas chances. Mas os brasileiros têm uma vantagem: o mercado ainda reconhece seus méritos. Quem se forma em universidades brasileiras, principalmente em alguns setores, como engenharia ou direito, tem certa

OS MILLENNIALS BRASILEIROS ESTÃO VIVENDO UM DOS PERÍODOS DE MAIOR EUFORIA ECONÔMICA DO PAÍS para a sociedade como um todo, com quedas da produtividade do trabalho até uma possível redução do nível de cognição intelectual coletiva. Ao contrário, no Brasil, os millennials sempre conviveram com grandes diferenças sociais. A distância brutal de salários e condições de vida entre diferentes classes é uma ducha gelada permanente para os jovens brasileiros. Para quem nasce no Brasil, é evidente que somente com um elevado grau de preparação acadêmica é possível alcançar uma vida digna, subir na es-

garantia de sucesso econômico após os estudos, por causa da alta demanda do mercado por essas profissões. Como se percebe, os millennials brasileiros são bem diferentes dos seus colegas europeus e americanos. Mesmo que todos eles passem horas na frente do Facebook, venerem Game of Thrones, joguem Candy Crush e adorem imagens de gatinhos na internet, isso não significa que no fundo pertencem a um grupo social global e culturalmente homogêneo. As diferenças de visão do mundo, de como conduzir sua vida e de perspectivas futuras são tamanhas, que deixam esses jovens muito mais diferentes entre eles do que eram, provavelmente, as gerações de seus pais e de seus avós.


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GERAÇÃO Y. #SQN Depois de cinco anos no Brasil, a jornalista russa compara a experiência de ser jovem no Brasil e em seu país de origem – e lamenta a total falta de engajamento político de seus conterrâneos

POR SASHA YAKOVLEVA, 26 ANOS, RUSSA FOTO MARIANA PEKIN



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A IMAGEM DA JOVEM empresária Darya Zhukova sentada numa cadeira que imita outra mulher, negra e seminua, de pernas para cima e cara distorcida de dor, publicada no site russo de moda Buro 24/7 em janeiro deste ano, gerou muita polêmica no mundo, inclusive no Brasil. A moça foi chamada de racista nos comentários da publicação online e também nas redes sociais de vários países. A repercussão foi tão negativa que o site, depois de alguns dias com a imagem no ar, teve que remover a cadeira no Photoshop. No entanto, na Rússia, país de origem da moça, a reação das pessoas foi neutra. Uma história parecida aconteceu no ano passado, quando Yelena Isinbayeva, multicampeã olímpica, afirmou que apoiava a ideia do governo russo de não suspender, durante a Olimpíada de Inverno, a lei que prevê prisão para quem pratica ou promove a homossexualidade em seu território. A declaração da atleta causou espanto na comunidade esportiva internacional, mas ela própria nem percebeu que estava sendo

preconceituosa ou poderia estar ofendendo alguém. As duas mulheres são representantes da geração Y russa, que, em contraponto ao resto do mundo, não está lutando contra o preconceito. Aliás, não está lutando contra nada. É uma geração que vive num limbo separado por leis e pensamentos que em outros países seriam considerados absurdos. “A mentalidade fechada e a xenofobia, tão presente no país, me tiram do sério. Já me mostraram o dedo do meio e me xingaram no metrô por eu ser moreno”, diz Kalebe Ávila, 21 anos, estudante de relações internacionais brasileiro que mora na Rússia há três anos. Existem outras características desses jovens russos que chamam a atenção por não seguirem o comportamento típico da geração Y no resto do mundo. Por exemplo, o medo de demonstrar seu incômodo, a falta de interesse em notícias globais e questões do próprio país. “Durante minha vida universitária em Belgorod

[cidade no sul da Rússia], percebi que meus colegas não se importam com a falta de liberdade de expressão e com política. Eles não procuram saber o que acontece no resto do mundo, o que meus amigos brasileiros sempre fazem, e também nunca se revoltam quando algo está errado no país, trabalho ou em sua área de estudos”, diz Kalebe. Segundo ele, na universidade em que estuda, os jovens jamais teriam a coragem de escrever um abaixo-assinado ao reitor para melhorar a educação ou para tirar um professor não eficiente de seu cargo. “Na Rússia, as pessoas preferem evitar bater de frente com as autoridades”, fala. Os jovens russos engajados são a exceção, como é o caso das duas integrantes da banda de punk rock Pussy Riot, Maria Alyokhina, 25 anos, e Nadezhda Tolokonnikova, 26 anos (que foram libertadas da prisão em 23 de dezembro do ano passado após passarem dois anos detidas em uma colônia penal por cantarem uma música de protesto contra Vladimir Putin dentro de uma catedral ortodoxa em Moscou). Elas têm uma posição revolucionária em relação ao governo russo e tudo que acontece em seu país. No início de fevereiro deste ano, as meninas participaram de eventos em Nova York e fizeram questão de ressaltar que não temem o autoritarismo de seu presidente. Em entrevis-


ta ao jornal The New York Times, elas disseram que aspiram disputar um cargo político na Rússia no futuro. A representante dos jovens da comunidade russa de São Paulo e pesquisadora sobre imigração russa no Brasil, Vera Gers, 23 anos, ainda está na dúvida se as duas gerações Y (a russa e a brasileira) são parecidas ou opostas. Na opinião dela, ambas gostariam de mudar a situação política no país, viajar mais e trabalhar com coisas de que gostam. “Mas, pela própria cultura, os jovens russos são mais certinhos. Querem casar, ter filhos já com 20 e poucos anos e têm mais certeza em sua futura profissão. Já os jovens brasileiros demoram para criar família e sofrem pela frustração de buscar sempre pelo emprego certo”, afirma. Ela, filha de pais russos, nascida no Brasil, acredita que o meio onde você vive influencia mais do que a época marcada pela geração. “Me sinto brasileira no Brasil e russa na Rússia e acredito que isso é absolutamente normal”, diz. “Se a pessoa não é engajada nas questões políticas ou está sendo preconceituosa com alguém, isso determina o seu não desejo de se informar. A geração não tem nada a ver com isso”, acredita. Vera diz que é possível ser um “bom caráter” preocupado com o mundo e com os outros morando na Rússia, tanto como é possível não ser. Em relação a isso, a gerente de TI russa Jenya Cheigina, de 28 anos, que mora no Brasil há um ano, diz: “Geração Y, crianças índigo e outros

nomes são as etiquetas que a sociedade coloca em cima da gente. Todos nós somos diferentes. Não dá para dizer que uma geração é menos preconceituosa e a outra é mais engajada, ou mesmo classificar por país”. Enquanto tentamos entender como seria a melhor maneira de organizar as gerações, a repressão política, psicológica e social continua na Rússia. Inclusive, está pior. Os

mentos. “Apenas respondo que quero estudar e entender melhor o povo e a cultura...”, conta ela. E acrescenta que a reação das pessoas às suas respostas, na maioria das vezes, é muito estranha. “Me encaram com aquele olhar gelado, longo e não falam nada.” Ainda bem que Aline é brasileira e que tem um lugar para voltar, caso seja necessário. Agora imagine aqueles jovens russos que devem aceitar o fardo de péssimas condições de vida sabendo que o momento de sair do país em busca da felicidade pode nem acontecer? Esse clima

A GERAÇÃO Y RUSSA NÃO ESTÁ LUTANDO CONTRA O PRECONCEITO. ALIÁS, NÃO ESTÁ LUTANDO CONTRA NADA cidadãos do ex-império soviético esqueceram o que é ter uma visão otimista sobre o futuro. Numa conversa com a estudante de cinema brasileira Aline Belfort, 23 anos, que mora na Rússia há quatro anos, descobri que, depois que deixei a Rússia, muitos dos meus conterrâneos continuam sonhando sair do país assim que tiverem uma oportunidade. Aline diz que ser estrangeira na Rússia gera muita curiosidade. “O que diabos você veio fazer aqui?”, lhe perguntam na faculdade e na rua, duvidando que alguém trocaria o seu país (por qualquer que seja, na cabeça deles é sempre melhor que a Rússia) por um lugar cheio de problemas e sofri-

pessimista passa despercebido se você vai para lá apenas para dar um passeio no aterro do rio Moscou, andando a passos suaves sem deixar as pegadas na neve ao lado da catedral do Cristo Salvador. Mas quem realmente mora no país, como Aline, sabe que a tensão está presente. Dá para senti-la nos não sorrisos dos russos que passam como vultos no metrô, nos tragos nervosos do cigarro dos estudantes da universidade estadual e também no rosto de cera dos policiais, que vigiam a vida de cada um que parece não se encaixar no padrão da Rússia de Putin, o lugar preconceituoso onde as pessoas vivem com medo de se expressar livremente.


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TAGS FORTES Cheios de causas na cabeรงa, os millennials desacreditam no poder formal e preferem hastear suas bandeiras pela internet POR YASMIN ABDALLA, 24 ANOS, PAULISTA FOTO MARIANA PEKIN


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Antes de sair da casa dos pais, será que os jovens de hoje sabiam quanto eles pagavam de IPTU? Ou, se ainda moram com eles, será que sabem quanto gastam no supermercado? Nascidos entre os anos 1982 e 2004, nós, os jovens brasileiros da chamada geração Y, crescemos em um ambiente muito diferente daquele dos nossos pais e avós. Somos de uma geração que não vive em uma ditadura, que não tem que se preocupar com uma guerra iminente e que mora em um país cuja economia, apesar de suas eventuais crises, conseguiu se estabelecer em comparação a outras épocas. Questões básicas, como moradia e alimentação, são asseguradas pelos pais, em especial para os integrantes das classes médias. O cientista político americano Ronald Inglehart acredita que indivíduos como nós, que têm suas necessidades vitais atendidas, passam a priorizar temas menos materiais. Essa mudança para uma agenda “pós-materialista” vai influenciar o modo que pensamos a política e a nossa vida em geral. Questões como a busca da felicidade, o sucesso na carreira e

a valorização da transparência se tornam centrais na vida dessa geração. Uma pesquisa conduzida pela antropóloga Valéria Brandini, com os 300 candidatos ao Curso Abril de Jornalismo 2014 (bit.ly/1mXvFyY), mostrou que as preocupações dos chamados millennials podem ser classificadas dentro desse conceito. Fomos perguntados a respeito de qual seria o principal desafio da juventude atual. De 293 respondentes, 80 creditaram esse desafio às dificuldades do mercado de trabalho; 81, ao medo da solidão e da frustração; e 84, a maioria, acreditam que o contexto político, permeado por corrupção e desigualdade social, vai demandar mais atenção e esforços dos millennials. “Esse jovem vive em um momento, tanto no Brasil quanto no mundo, em que os modelos políticos e os partidos no poder deixaram muito a desejar. Muita sujeira veio à tona por causa da evolução dos meios de comunicação e isso o influenciou”, afirma Valéria Brandini. Certa descrença se generalizou diante da política e das relações de poder tradicionais e tentar achar alternativas a elas passou a ser uma das nossas preocupações. Uma busca por maior transparência, não apenas na vida pública, também virou um objetivo geracional. “A menina fazia topless e praticava o amor livre nos anos 1970 porque ela vivia em uma situação que, se engravidasse, seria expulsa de casa. Ela queria lutar contra aquilo. Hoje, aparecem causas temporárias,


não necessariamente vividas por esses jovens. Tem a causa dos animais, das mulheres, dos gays, tem sempre um tema hype”, diz Brandini. Essas bandeiras geralmente são hasteadas pela internet. É nesse contexto que ações sem o intermédio do sistema institucional ganham força. Daí surge a importância da rede como ferramenta política. Segundo a pesquisa O Sonho Brasileiro (bit. ly/1nU1HrW), formulada pela consultoria BOX 1824, com jovens de 18 a 24 anos, “a lógica das redes e da internet permite relações mais horizontais, em que muitas pessoas podem ter voz e participação”. Entre os millennials do Curso Abril, 37% veem as novas mídias como um instrumento para fortalecer a democracia e o discurso popular. Ações como compartilhar comentários, assinar petições online e transformar nossas lutas em hashtags tornaram-se uma prática comum no contexto atual. Mais do que uma causa única, nos unimos em torno de um formato de expressão: o digital. A adesão em massa às manifestações de rua ocorridas em junho do ano passado comprovou isso. A tag #VemPraRua, amplamente usada naquela ocasião, se tornou um convite aos protestos em um ambiente livre do modo tradicional de fazer política. Foi lá que os jovens puderam se manifestar contra o contexto do qual desacreditam. De acordo

com pesquisa do Ibope realizada no fim de junho de 2013, cerca de 63% de um total de 2002 manifestantes tinham de 14 a 29 anos. Entre os millennialls entrevistados na pesquisa do Curso Abril, 60% foram às ruas. Para Valéria Brandini, isso não mostra um perfil politicamente ativo, e sim “humanamente correto” dessa geração. Jovens que aceitam a diferença, que buscam viver de acordo com seus valores e que, principalmente, estão prontos para compartilhar de suas causas com a comunidade, de preferência com o símbolo do jogo da velha na frente, via internet.

ALGUMAS TAGS QUE SE DESTACARAM NO ÚLTIMO ANO #OGiganteAcordou #VemPraRua #ProtestoBr #ChangeBrazil #NãoMereçoSerEstuprada #CopaPraQuem #ForaFeliciano #InstitutoRoyal (caso dos beagles resgatados)


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QUESTテグ DE IDENTIDADE Considerados bem informados e seletivos em suas escolhas de consumo, os jovens nunca foram tテ」o desejados pelas marcas de luxo

POR CAMILA ALMEIDA, 22 ANOS, PERNAMBUCANA FOTO MARIANA PEKIN



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N No guarda-roupa da garota, estão presentes as maiores personalidades da moda internacional. Coco Chanel, Louis Vuitton, Guccio Gucci, Yves Saint Laurent, Miuccia Prada, Christian Dior, Marc Jacobs. A festa é tão boa que não cabe no armário. Há peças espalhadas por todo o quarto, inclusive no closet da mãe e da avó, com quem mora num apartamento no bairro de Boa Viagem, no Recife, capital pernambucana. Quem vê a coleção de vestuário, repleta de clássicos, não associa ao perfil da dona. Uma jovem jornalista de 23 anos, contratada em janeiro pela empresa onde, por quase dois anos, foi prestadora de serviços, sem carteira assinada.

Thayse Boldrini é repórter da coluna social do jornal onde trabalha. Para escrever sobre a vida íntima da alta sociedade pernambucana, frequenta as festas e cerimônias de políticos, celebridades e empresários há cerca de dois anos. E não faltam looks para as ocasiões. Gosta de estar sempre bem-vestida, e se vestir bem, para ela, significa alto investimento em peças garimpadas. “Eu gosto de investir em peças exclusivas, que têm durabilidade. E compro por influência do que está em alta; curto o que as famosas usam e o que é apresentado nas passarelas”, explica. Por mês, ela gasta, em média, R$ 1 000 em compras de roupas, acessórios e sapatos, todas feitas no cartão de crédito. O valor equivale a mais de um terço do salário da jornalista. “A fatura do meu cartão de crédito é motivo de briga com a minha mãe todo mês”, diz.

No final de 2013, o roupeiro de Thayse estava tão sobrecarregado que ela decidiu organizar um bazar, só com peças assinadas por grifes famosas. Num sábado, vendeu mais de 30 peças, que lhe renderam R$ 4 mil reais. Na mesma época, criou o perfil no instagram Alerta de Tendência, sintonizado em novas marcas pernambucanas e peças e coleções lançadas ao redor do mundo. No mês de abril deste ano, apresentava aos mais de 3 mil seguidores as novidades das passarelas do Fashion Rio, semana de moda internacional que cobriu acompanhando todos os desfiles pela internet. A empres a p au l ist a MCF Consultoria trabalha orientando negócios no mercado de luxo há mais de dez anos. Recentemente, lançou os resultados de uma pesquisa apontando os millenials como a menina dos olhos dos empresários. “Os jovens da geração Y têm uma grande facilidade na gestão de diferentes fontes de informação, principalmente as digitais, o que facilita na rapidez da coleta de informação mercadológica. Um público com alto poder de consumo e com um poderoso acesso a informações, o que faz com que tenha um grau seletivo e analítico muito apurado”, diz Cris Duarte, uma das


diretoras da consultoria, sobre a facilidade que os jovens têm de garimpar os produtos que oferecem melhor custo/benefício. “Além disso, eles foram criados num momento da economia brasileira em que há menor medo de arriscar (saiba mais no boxe). Esse último ponto é especialmente importante quando se buscam mentes que ajudem no processo de inovação empresarial e no constante ciclo de rejuvenescimento das marcas de luxo.” E m m a r ç o de s te a n o, K a rl Lagerfeld, estilista de alta-costura da Chanel, apresentou um desfile inovador na Paris Fashion Week para a coleção de inverno 2014/2015, que tem a ver com essa possibilidade de rejuvenescimento. As peças foram produzidas no estilo prêt-à-porter (ou seja, prontas para usar, ao invés de feitas sob medida) e, para provar que poderiam ser utilizadas em qualquer lugar, as “passarelas” foram os corredores de um supermercado. O destaque ficou para as cores vibrantes e avessos estampados com tecidos geométricos e para a cantora Rihanna, diva pop que desfilou usando uma nova linha de tênis da marca. Outras marcas do setor de luxo já apostam no público jovem há alguns anos, como a Lalique, francesa, com linhas de joias e perfumes exclusivas para mulheres jovens, a joalheria brasileira Vivara, com a já consolidada

linha Life, de pulseiras de berloques em prata. Cada mulher adiciona os berloques que quiser, de forma personalizada, contando um pouco da história da sua vida nos pingentes. E a inglesa Burberry, que é um caso de sucesso nessa adaptação a esse novo consumidor, uma vez que toda a estratégia da marca foi construída em uma plataforma totalmente digital, que estimula a interação e o entendimento das necessidades desse consumidor.

da das marcas. Esse tipo de consumo está num momento muito especial em países emergentes, onde se observa um crescimento das classes médias.” O comportamento político do mundo também favorece essa necessidade de autoafirmação. Para Inara Barbosa Leão, especialista em Psicologia Social da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), desde os anos 1980, vivemos num contexto que tem como foco o indivíduo. “Numa sociedade que prioriza o indivíduo em vez do coletivo, o mercado de luxo ganha força, é um caminho para a distinção, para se destacar”, diz. “Todo mundo pode comprar

OS JOVENS SE AVENTURAM NO CONSUMO ASPIRACIONAL COM FOCO NOS PRODUTOS DE ENTRADA DAS MARCAS De acordo com os estudos da MCF Consultoria, a inserção de jovens nesse mercado tem a ver com seu processo de construção de identidade. “Como estão num período de construção de caráter e perfil, os jovens acabam por ter uma inclinação para produtos que representam símbolos de status e poder entre seu grupo, que vão desde o último iPhone ao tênis do momento ou à marca de roupas que é tendência”, diz Cris Duarte. “É um grupo que se aventura cada vez mais no consumo aspiracional, com foco nos produtos de entra-

um tênis imitação, mas todo mundo sabe diferenciar o tênis de marca, por mais que as peças sejam parecidas. A sutileza do luxo cria certo fetiche por esses produtos.” E, por mais que não sejam os únicos afetados por essa tendência, os jovens cresceram nesse contexto, em que ser único não é um diferencial, mas uma necessidade. O estudo True Luxury Global Consumer Insight 2014, uma parceria entre o Boston Consulting Group


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e a Fondazione Altagamma, analisou o perfil dos clientes globais do luxo, a partir de 40 mil entrevistados em 20 países, entre eles o Brasil. Entre os resultados do estudo, são 380 milhões de clientes do luxo que investem atualmente cerca de 730 bilhões de euros nas categorias pessoal e de experiências. Até 2020, estima-se que sejam 440 milhões de pessoas adquirindo bens de luxo, com uma

a novidades e cores. Marcas, design e estética são características fundamentais no momento da compra, mais importantes que os valores intrínseco dos produtos”, aponta a pesquisa. Somam 1,5 milhão de pessoas, que já investem 10 mil euros/ano cada uma. No Brasil, não faltam jovens com grana no bolso, dispostos a investir nesse mercado. Eles estão em todos

QUARENTA E SEIS PESSOAS SE TORNAM MILIONÁRIAS NO PAÍS TODOS OS DIAS. METADE DELAS TEM MENOS DE 35 ANOS despesa de 880 bilhões de euros. Os clientes aspiracionais, que são os interessados em entrar nesse mercado e já gastam cerca de 2 mil euros por ano, serão 350 milhões em 2014. Em 2020, a estimativa é que cheguem aos 400 milhões em todo o mundo. A pesquisa aponta que há dois perfis muito jovens com tendências de crescimento. O primeiro é o de jovens moradores de grandes cidades, que são consumidores entre 25 e 35 anos e que investem 20 mil euros/ano. E a geração Z garante chegar com força e muito requinte. São os chamados pequenos príncipes, entre 18 e 25 anos. “Estes são impulsivos, atentos

as camadas de endinheirados – são desde os ricos de famílias tradicionais aos novos ricos que vieram da classe média. E nossa população rica cresce. Um levantamento da consultoria Wealth Insight aponta que, em 2014, mais de 17 mil brasileiros devem começar a contar seis dígitos na conta bancária: 46 pessoas se tornam milionárias no país todos os dias. Acha que eles são homens de negócios, com carreira consolidada e anos de experiência? Errado. Estima-se que metade deles seja jovem, com menos de 35 anos de idade. E não só os rica-

ços estão com condições de consumir produtos de primeira linha. Uma pesquisa do instituto Data Popular mostrou que a renda total dos jovens brasileiros da classe C é de R$ 129,2 bilhões, maior do que a soma das classes A, B e D juntas, de R$ 99,9 bilhões. A tendência é que, cada vez mais, nós jovens estejamos por aí, independentemente da classe, escolhendo que carro, roupa ou apartamento de luxo será nossa próxima aquisição.

MEDO DE PERDER DINHEIRO É COISA DO PASSADO Os jovens da geração Y no Brasil não têm medo de arriscar. Isso tem reflexos na vida pessoal, profissional e, claro, nas compras também. Não se trata só de impulso. Os millennials brasileiros não vivenciaram o período econômico conturbado do país, entre 1960 e 1994, em que estavam em alta a dívida externa e o baixo poder de compra da população. Nós não sentimos no bolso o congelamento da poupança, as barreiras comerciais nem o pesado intervencionismo do governo na economia. Fomos criados num cenário de inflação controlada, moeda relativamente estável e políticas macroeconômicas minimamente sustentáveis. Por termos crescido nesse cenário, somos, sim, mais mão aberta do que nossos pais e avós.


O Neymar Jr. brinca,

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A SÉRIO O ATITUDE ABRIL - AIDS é uma grande campanha de conscientização que utiliza algumas das maiores revistas do país para falar sobre tudo o que envolve o tema: sexo, ciência, tecnologia, comportamento, preconceito e muito mais. Você também pode participar! Responda a pesquisa e ajude o Brasil a vencer essa luta.

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“Nunca tomei uma bronca na vida, nunca apanhei e vem o chefe e me dá um ESPORRO?” Alícia, 25 anos


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O que você quer ser


Na teoria, o mantra “Faça o que você ama” define a busca dos millennials por conciliar prazer com trabalho. Na prática, lidar com essa expectativa nem sempre vem em primeiro lugar POR MARILIA GOLDSCHMIDT, 24 ANOS, CATARINENSE FOTO MARIANA PEKIN

Quando crescer?


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UMA PESQUISA com 307 candidatos ao Curso Abril de Jornalismo 2014, conduzida pela antropóloga e comunicóloga Valéria Brandini, doutora pela Universidade de São Paulo (USP) e Universitá La Sapienza, sugere: somos uma geração que projeta aspirações ideológicas no trabalho, busca realização pessoal na profissão, escolhe cursos sem avaliar muito bem o retorno financeiro e trabalha para criar valor, significado e não apenas ganhar dinheiro. O resultado do levantamento remete a um dos mantras onipresentes no imaginário do jovem de hoje quando o assunto é ganhar a vida: o “Faça o que você ama”. E é justamente essa relação entre prazer e trabalho que se configura como um dos aspectos fundamentais que tentam definir a geração millennials. Mas é isso mesmo? A necessidade de amar aquilo que se faz é real para todos os jovens ou é uma espécie de moda de nicho? O paulistano Douglas Lima acha que deu sorte. Tem 21 anos e há dois trabalha em uma das lojas Marisa da Avenida Paulista, em São Paulo. É seu primeiro emprego. Já passou por cinco setores na empresa, além do caixa. Recentemente, conseguiu o cargo de VM, visual merchandising. Vai cuidar da montagem das vitrines e dos manequins que ficam expostos nos corredores e nas paredes.

Sentei no café onde combinamos a entrevista quase certa de que ele diria que trabalha na Marisa porque precisa da grana. Na verdade, queria ouvir isso para mostrar empiricamente que a imposição do mantra “Faça o que você ama” tem restrições na realidade dos jovens brasileiros. Mas o que Douglas me contou não foi nada do que eu esperava. Quando terminou o colégio, ele optou por trabalhar, no lugar de se matricular em alguma universidade. A experiência na Marisa fez surgir um foco do qual Douglas não quer

alguém com 21 anos. Conversando sobre isso no sofá da sala, descobri que Gabriela – que divide apartamento comigo – não sente a mesma coisa que o Douglas pelo seu trabalho. Ela tem 28 anos e é formada em rádio e TV pela Unesp. Uma jovem que, para mim, se encaixaria bem como representante do “Faça o que você ama”. Mas, há três anos em uma produtora que faz eventos para a prefeitura de São Paulo, ela não gosta daquilo que faz. “Se eu sair, não vou ter como me sustentar. Não é uma opção”, ela falou o que eu achava que ouviria quatro horas antes, no café com o Douglas. Nesse momento, Gabi vive pelas férias, que estão próximas. Depois de ter experimentado três empregos um tanto quanto frustrados, ela diz que começou a cobrar menos das coisas. Para Douglas, o que pesa mais

OS JOVENS SE TORNARAM REFÉNS DAS EXPECTATIVAS E SENTEM-SE PRESSIONADOS A CORRESPONDER desviar: a moda. Ele acredita que não conseguiria se manter em um emprego só pela necessidade. Não teria paciência para ficar em um setor onde não visse possibilidade de crescimento. O trabalho também ajudou na escolha do curso, que começará este ano: design de moda na Belas Artes. Voltei para casa pensando em como eu tinha construído uma concepção errada daquilo que seria um trabalho burocrático demais para

é o que vai fazer, não o quanto vai ganhar. Para Gabi, uma pessoa não pode aliar sua felicidade a uma carreira bem-sucedida. Afinal, estamos correndo atrás dos nossos sonhos ou dos nossos empregos? “A despeito de todo o hype da mídia e dos exemplos pontuais de genialidade nos negócios, esses jovens se tornaram reféns das expectativas e sentem-se pressionados a corresponder a este modelo para muitos inatingível”, diz Valéria Brandini. Fica a reflexão.


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Os millennials levam para o estilo das roupas o desafio que já vivem em outras áreas: tentar ser original em uma geração de originais

Fernando André Ramos, artista, 30 anos. “Ficou muito constrangedor ter estilo. A autonomia é uma ilusão, mas você tentar se inclinar até ela é interessante. Dimensionar sua vestimenta é uma maneira disso.”


ALMA HIPSTER POR ROSIELLE MACHADO, 23 ANOS, CATARINENSE FOTOS LANA PINHO

Stefany Rodrigues, atendente de telemarketing, 21 anos. “Procuro não seguir um padrão. Gosto de usar um pouco de tudo, mas diria que sigo um estilo mais alternativo.”


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NASCI na geração millennials e, como muitos da minha idade, tenho algo da inspiração vintage e do repertório irônico característicos do hipster – esse ser que saiu do Brooklyn dos anos 1990 diretamente para o Instagram, os festivais Lollapalooza e as piadinhas da internet. Porém, entre a identificação com itens da dita ‘moda hipster’ e se reconhecer nesse estereótipo existe um abismo. A professora de marketing da Universidade de Concordia, no Canadá, Zeynep Arsel, que estuda os hipsters há 11 anos, trabalha com a hipótese de que eles são as grandes figuras contraculturais da geração atual, como foram os hippies nos anos 1960 e os punks no fim dos anos 1970. Apesar da posição de Arsel, a identificação dos jovens com o rótulo não acontece na prática. Em gerações anteriores, era um pouco mais fácil: nos anos 1960, quem se vestia de maneira alternativa conseguia se reconhecer como hippie. Na nossa geração

isso não acontece. Os jovens da faixa dos 25 anos buscam fazer do próprio guarda-roupa um mosaico tão complexo quanto a personalidade deles. É possível ter, lado a lado no armário, um vestido de paetês e um gorro peruano, um sapato envernizado e um All Star. No estudo geracional Youth Mode, feito pelas agências BOX 1284 e K-Hole, essas contradições são descritas como Mass Indie: ‘É como se alguém tivesse gritado ‘fogo!’ em um cinema lotado no dia da morte do Kurt Cobain e todos tentaram achar uma saída diferente. Mass Indie é o que aconteceu 45 minutos depois. Cansados de tentar passar pelas portas, todos decidiram ficar no cinema’. Em outras palavras, não existe mais a preocupação de evitar ser uniforme. Ou seja: aceitamos que o original pode muito bem ser misturado ao comum e desistimos de procurar definições. Para quem nasceu nesta geração, definir qualquer coisa – estilo de roupas, profissão, lugar no mundo – é sempre muito complexo.

O GUARDA-ROUPA DOS MILLENNIALS É UM MOSAICO TÃO COMPLEXO QUANTO SUA PERSONALIDADE


Julia Pacheco, figurinista, 23 anos. “Faço todas as minhas roupas desde os 15 anos, de acordo com o que considero elegante e confortável. É difícil falar em estilo, porque tenho uma mistura de gostos.”


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Cristiane Santos de Oliveira, estudante, 19 anos. “Não tenho um estilo definido, procuro apenas refletir a minha personalidade. O que quero expressar com a maneira como me visto? Não sei.”


Stefano Maccarini, fotógrafo, 23 anos. “A maneira como me visto não parte de escolhas objetivas. É mais inconsciente. Eu nunca nem havia pensado muito nas minhas roupas até receber um #SeVesteNoEscuro no Lulu.”


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CUPIDO TECH Mais da metade dos usuários do aplicativo de namoro Tinder no Brasil é composta de jovens. Eles buscam resultados instantâneos e indolores para a difícil arte de achar um par. Mas será que é possível encontrar a paixão por meio de uma seleção virtual? POR PEDRO COSTA, 23 ANOS, PERNAMBUCANO FOTO MARIANA PEKIN


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It’s a match! A frase disparada pelo aplicativo de namoro Tinder, quando duas pessoas curtem o perfil uma da outra, define a ferramenta. Significa que a combinação foi feita e que o jogo começou. A partir daí, outros dispositivos, como o SnapChat e o WhatsApp, que permitem a conversa instantânea e a troca de fotos, áudio e vídeo, assumem o papel de catalisadores da paixão e do sexo entre os jovens, os maiores adeptos dessa forma de começar um relacionamento. 
O Brasil é o terceiro país do mundo, atrás do Reino Unido e dos Estados Unidos, com mais encontros originados no Tinder. De acordo com a empresa americana que criou o app, já são mais de 10 milhões de usuários no país, com um crescimento de 2% ao dia. O sucesso desses atalhos para encontrar um parceiro pode ser justificado pelo forte medo da rejeição, inerente aos millennials, como explica Sylvio Ferreira, mestre em psicologia e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). “Na virtualidade, existe uma ide-

alização tanto pessoal quanto do outro. É por esse motivo que, nos contatos estruturados dentro do ambiente digital, as pessoas tendem a ser mais interessantes, o que implica um coeficiente de rejeição menor, se comparado ao do mundo offline.” 
A internet se configura, portanto, como um meio onde os defeitos podem ser minimizados, o que estimula pessoas com baixa autoestima e tímidas a se lançarem com menos pudor à procura de alguém. É mais confortável iniciar uma conversa com alguém online do que em um bar, por exemplo, onde após um olhar de reprovação a rejeição fica exposta. Pelo celular, o máximo que pode acontecer é não receber resposta do(a) pretendente. 
A crença de que tudo é melhor e mais bonito na web pode acabar fazendo com que o virtual sofra uma disfunção e se torne hiper-real, ou

seja, uma mistura de fantasia com realidade. É no que acredita Dario Brito, mestre em comunicação social, que pesquisa a área de convergência midiática na Universidade Católica de Pernambuco. “Essas experiências, vividas muitas vezes na solidão de um quarto, podem acabar sendo hiperdimensionadas, ainda mais na cabeça de uma pessoa com pouca maturidade. Depois, quando as relações vão para o nível real, correm o risco de se dissolverem com a mesma rapidez com a qual foram criadas”, diz. 
Foi o que aconteceu com P., estudante de fisioterapia da PUC-SP, de 21 anos, que pediu para não ter o nome publicado. Depois de conhecer um rapaz por meio do Tinder e sair quatro vezes com ele, os dois começaram a namorar. Durou 12 dias. Terminaram o relacionamento sob a justificativa, por parte dele, de que preferia a vida de solteiro. Na verdade, eles não tiveram tempo suficiente para se conhecerem e se apaixonarem. O rapaz debandou após a primeira briga, pois estava acostumado à facilidade com a qual se relacionava com diferentes pessoas, sem a necessidade de passar pelas intempéries típicas de um namoro mais sério. 
Enquanto as gerações passadas suspiravam com o romantismo da paquera à moda antiga, a geração Y desfruta de uma espécie de mostruário diverso e de fácil acesso. Boa conversa e algumas poucas fotos negociadas pelo celular são suficientes para um encontro, o que, segundo Valéria Brandini, antropóloga de São


Paulo especialista em cultura do consumo, traduz o desejo, muitas vezes efêmero, de quem procura um relacionamento por meio dessas plataformas. “A categorização ocorre de forma imediata. Houve uma modificação no aspecto espaço-tempo que permeia as relações. Hoje é muito mais fácil descartar alguém, caso não aconteça o encaixe perfeito. É a fantasia do Computer Date, na qual um sistema seria capaz de unir pretendentes com o máximo de cumplicidade. Mas isso não existe, pois a paixão é orientada pelos motivos mais imprevisíveis.” Buscar um parceiro por meio da via digital se torna atraente, pois significa estar na zona de conforto. O ambiente fica controlado quando cada frase, emoticon ou reação é pensada previamente. Segundo os estudiosos do comportamento dos jovens, é necessário lembrar, no entanto, que esse comportamento resulta de um processo evolutivo comum à sociedade. As pessoas têm à sua disposição hoje cada vez mais aparatos digitais, que por característica própria incitam a instantaneidade. Demonizar esses padrões seria recair nos mesmos pré-julgamentos quando do advento da fotografia, do rádio e da televisão, que se confirmaram como parte inseparável das interações sociais construídas ao longo do século passado.

VAI DAR NAMORO OS NÚMEROS RELACIONADOS AO TINDER NO PAÍS E NO MUNDO

100 10 MILHÕES DE PESSOAS NO MUNDO USAM O APP PARA ENCONTRAR UM NAMORADO

MILHÕES DE BRASILEIROS USAM O APLICATIVO, E O CRESCIMENTO É DE 2% AO DIA

3

PAÍS EM NÚMERO DE USUÁRIOS CADASTRADOS, DEPOIS DO REINO UNIDO E DOS ESTADOS UNIDOS

4 55 % 7

MILHÕES DE MATCHES POR DIA NO BRASIL

DOS USUÁRIOS BRASILEIROS TÊM ATÉ 24 ANOS

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MINUTOS É O TEMPO MÉDIO DE CONEXÃO NO PAÍS


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SE A MINHA CARREIRA COMEÇASSE AGORA... Diretores de redação e redatores-chefes da Abril dão o recado para os jornalistas que estão entrando no mercado em um momento de acelerada transformação da mídia no mundo todo POR PATRÍCIA VALLE


ALEXANDRE SCHNEIDER

FÁBIO ALTMAN, REDATOR-CHEFE DE VEJA

EDUARDO BIERMANN

“SE [EU] ESTIVESSE COMEÇANDO AGORA, CUIDARIA DE FORTALECER, DE AMPLIAR O CONHECIMENTO DAS PLATAFORMAS E RECURSOS DIGITAIS. TABLETS, SMARTPHONES – ‘MOBILE FIRST!’ – E ON-LINE.”

“SE [EU] COMEÇASSE HOJE, VERIA, CLARO, COM PREOCUPAÇÃO A CRISE QUE PERTURBA A MÍDIA IMPRESSA. RECURSOS MINGUANDO, REDAÇÕES DIMINUINDO, PUBLICAÇÕES SENDO FECHADAS. AO MESMO TEMPO, PERCEBERIA COM BONS OLHOS A EXPLOSÃO DE POSSIBILIDADES QUE A INTERNET E O DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS FORAM CAPAZES DE GERAR.” MAURÍCIO BARROS, DIRETOR DE REDAÇÃO DE PLACAR


EDUARDO BIERMANN

EDUARDO BIERMANN

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“ESSE LADO DAS NOVAS TECNOLOGIAS EU IMAGINO QUE ESTEJA MUITO NO DNA DOS JOVENS. EU INVESTIRIA MAIS NO CLÁSSICO: EM FONTES E TEXTO. NOSSO TRABALHO CONTINUA ESSENCIALMENTE O MESMO.” ANDRÉ LAHOZ, DIRETOR DE REDAÇÃO DE EXAME

“HOJE HÁ INFORMAÇÃO QUE NÃO ACABA MAIS, NO DIGITAL OU NO IMPRESSO: PAGA, GRÁTIS – OU DISFARÇADA DE GRÁTIS. O PRINCIPAL É SABER FAZER CURADORIA. DO QUE LER E DO QUE SUGERIR PARA PUBLICAÇÃO. CONTEÚDO RELEVANTE E SURPREENDENTE SEMPRE TERÁ ESPAÇO, QUALQUER QUE SEJA A PLATAFORMA.” AIRTON SELIGMAN, DIRETOR DE REDAÇÃO DE VIP


DENIS RUSSO BURGIERMAN, DIRETOR DE REDAÇÃO DE SUPERINTERESSANTE

“APRENDA A PROGRAMAR, PORQUE A INTERAÇÃO ONLINE COM OS LEITORES SERÁ CHAVE PARA CONTAR UMA HISTÓRIA.” KATIA MILITELLO, DIRETORA DE REDAÇÃO DE INFO EDUARDO BIERMANN

ALEXANDRE BATTIBUGLI

“TENHA CONSISTÊNCIA. NESTE MUNDO NERVOSO DE HOJE, A TENTAÇÃO DE MUDAR DE RUMO A CADA NOVIDADE QUE SURGE É MUITO GRANDE. MAS, NO LONGO PRAZO, SEU TRABALHO SÓ VAI SER RELEVANTE SE VOCÊ ESCOLHER UM CAMINHO E BUSCAR A EXCELÊNCIA. ”


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PATRICIA HARGREAVES, DIRETORA DE REDAÇÃO DE MUNDO ESTRANHO, RECREIO E AVENTURAS NA HISTÓRIA “ESTABELEÇA UM DIÁLOGO GENUINAMENTE INTERESSADO COM SEU LEITOR E, ENTÃO, DESCUBRA UMA MARCA AUTORAL PARA SEU TRABALHO – SUA AUDIÊNCIA VAI RECONHECER VOCÊ FACILMENTE.”. TATIANA SCHIBUOLA, DIRETORA DE REDAÇÃO DE CAPRICHO

EDUARDO BIERMANN

EDUARDO BIERMANN

“FAÇA SEMPRE SEU MELHOR. ESSA CONTINUA SENDO A ÚNICA GARANTIA DE UM TRABALHO BEM FEITO, DE UMA CARREIRA CONSISTENTE.”



BRASIL POST CAPRICHO ELLE EXAME FEMININAS POPULARES GUIA QUATRO RODAS INFO MDEMULHER SUPERINTERESSANTE VEJA VEJA Sテグ PAULO





BRASIL POST

FOTO MÍDIAS DIGITAIS TEXTO

MATHEUS MENDONÇA DANIELLE BRITES / HEITOR ALBERNAZ / NICOLLY VIMERCATE JÚLIA TFAUNI / MARILIA GOLDSCHIMIDT


ORIENTADOR

OTÁVIO DIAS

MISSÃO

PLANEJAR A COBERTURA COLABORATIVA PARA A COPA DO MUNDO, CONTADA PELAS PESSOAS, E NÃO PELO DISCURSO OFICIAL SOBRE O EVENTO, APROVEITANDO AS REDES SOCIAIS PARA VIRALIZAR O CONTEÚDO E LEVAR OS SEGUIDORES PARA PÁGINAS ESPECÍFICAS DO BRASIL POST

PROJETO

Mais do que a narração do jogos, nosso desafio era planejar uma cobertura colaborativa para a Copa do Mundo – contada pelas pessoas, e não pelo discurso oficial. Uma das limitações que enfrentamos durante a concepção do projeto foi não poder mexer na estrutura do site. Isso nos forçou a pensar em um novo modelo de jornalismo online, que não depende da home, mas dos canais de redes sociais: nossos e dos usuários. E em formas de tornar essa cobertura viralizável, trazendo os usuários das redes para páginas específicas dentro do Brasil Post. Dividimos o projeto em duas etapas, antes e durante a Copa. Na primeira, pensamos em uma ação para reforçar o reconhecimento do Brasil Post como canal que dá voz ao leitor, além de alavancar a participação e o engajamento das pessoas com as redes sociais. Cem dias antes da Copa do Mundo, 100 pessoas serão convidadas para produzirem conteúdo para o Instagram oficial da marca. Cada dia, uma delas receberá a senha da conta e poderá postar o que quiser. O único objetivo é que mostre sua visão do Brasil. Na segunda etapa, fomos pesquisar e descobrimos seis perfis de pessoas que podem se envolver com a Copa. Tem o cara que ama futebol, vai ao estádio ou acompanha pela TV. Tem aquele que odeia futebol. O leitor que só assiste ao jogo na Copa e curte mesmo é a festa. O manifestante também é importante para entender o Brasil durante esse período. Tem o estrangeiro, de quem queremos impressões sobre o país. E o troll, que só quer brincar com todos esses temas. Para conversar com essas pessoas, nosso trabalho começa pelo monitoramento, uma maneira de descobrir o que elas estão falando na internet. A partir disso, desafios serão ativados: construímos uma lista de hashtags para serem usadas, incentivando os seis tipos de perfis a contribuírem com o conteúdo, que precisamos. Com isso, teremos um grande volume de informação. Aí vem a etapa de curadoria. Transformaremos esses posts soltos em notícia e, quando a matéria for divulgada e viralizar, outras pessoas vão querer contribuir e o ciclo começará novamente. A cobertura da Copa com conteúdo gerado pelos usuários é importante para o Brasil Post, que terá conteúdo diferenciado. É importante para o leitor, que poderá se ver nas notícias. É importante para outros leitores, que vão encontrar nas matérias o que querem saber. E é ótima para o jornalismo, que terá uma cobertura que sai do estádio e atinge todos os tipos de pessoas interessadas no contexto do evento – e não apenas no futebol.


CAPRICHO

DESIGN FOTO TEXTO VÍDEO

CAMILA MARQUES MARIANA PEKIN BRUNO MAZZOCO / CAMILA ALMEIDA / DANIELLA DE CAPRIO / LAÍS SEMIS MARESSA CALIXTO


ORIENTADORA

MISSÃO

PROJETO

TATIANA SCHIBUOLA

APROXIMAR CAPRICHO DAS ADOLESCENTES DO NORDESTE PARA ENTENDER MELHOR SEUS HÁBITOS E A CULTURA LOCAL

A revista CAPRICHO sentia necessidade de se aproximar mais das adolescentes do Nordeste e de conhecer melhor os lugares e baladas que elas frequentam, além de entender melhor a cultura local. Daí surgiu a ideia de experimentar um modelo de crowdsourcing na região, investindo em colaboradoras com o perfil das leitoras da revista para fazer cobertura de eventos em tempo real. A #Missão Capricho nasceu com a proposta de engajar meninas do Nordeste na produção de conteúdo. A partir de um processo de seleção nas redes sociais, foram selecionadas 12 meninas entre 16 e 21 anos que queriam participar da cobertura de festas pré-Carnaval. Entre os critérios de seleção estavam desenvoltura e equipamentos. Foram montadas equipes de quatro integrantes (duas repórteres, uma fotógrafa e uma videomaker) para acompanhar as prévias em três cidades do Nordeste: João Pessoa, na Paraíba, Salvador, na Bahia, e Olinda, em Pernambuco. Na semana anterior aos eventos, elas receberam um manual de orientações e treinamentos por videoconferências. Durante as coberturas, as colaboradoras enviaram conteúdo em tempo real para as redes sociais da #MissãoCH, mostrando os looks, a animação das festas nordestinas e os bastidores do próprio trabalho. Foram editados vídeos e galerias de fotos para o site. O evento de Salvador teve transmissão ao vivo na internet. Porém, para ser mais bem aproveitado, esse tipo de cobertura exige um treinamento mais aprofundado. Ao fim da missão, depoimentos em primeira pessoa escritos pelas colaboradoras revelaram encantamento em poder colaborar e ver seu material publicado pela CAPRICHO. É muito forte a demanda por espaço e a vontade de participar das leitoras do Norte e Nordeste. Comentários como “finalmente espaço para meninas do Nordeste” e “eu quero colaborar, quando vocês vêm para a minha cidade?” foram recorrentes nas redes sociais. Esse modelo de cobertura colaborativa, se consolidado, tem potencial para aproximar leitoras de todo o país, principalmente das regiões ainda pouco representadas nas páginas da revista.


ELLE DESIGN FOTO TEXTO

DANIEL MONTEIRO / RAFAELA GUATIMOSIM LANA PINHO FERNANDA MORELLI / PAULA SEVAROLLI / SARAH KERN


ORIENTADORES

ELIANA SANCHES, JEFFERSON RUBBO E RENATA PIZA

MISSÃO

DESENVOLVER O PROTÓTIPO DE UMA INTERFACE REPLICÁVEL DE E-COMMERCE FOCADA EM MODA E BELEZA, SOB A MARCA ELLE, COM INTEGRAÇÃO DE CONTEÚDOS EDITORIAIS E COMERCIAIS, RESPEITANDO OS PRINCÍPIOS ÉTICOS E DE INDEPENDÊNCIA DA ABRIL

PROJETO

De início, parecia fácil: desenvolver uma plataforma de e-commerce para a marca ELLE. Até que veio a segunda parte da missão. Era preciso integrar conteúdo editorial a uma loja online sem ferir os princípios éticos da Abril, respeitando a separação “igreja e estado”. Como vender roupas, acessórios e cosméticos sem perder a credibilidade da leitora? Os produtos que aparecem na revista passam pelo crivo jornalístico. Não estão lá porque compraram um espaço, como os dos anunciantes. Formado por três jornalistas, dois designers e uma fotógrafa, o grupo recorreu aos especialistas no assunto. Eliana Sanches, redatorachefe de ELLE, lembrou que era preciso inovação. Por que se dar o trabalho de criar um e-commerce igual aos outros? A partir daquele encontro, a equipe desenvolveu uma plataforma que integra shoppable videos – na aba de desfiles e em tutoriais de beleza –, street style e editoriais com mulheres poderosas da moda. O crescimento de redes sociais como Instagram e Pinterest influenciou a página inicial, que teve seu potencial no forte apelo imagético. Separadas por cartolas coloridas de acordo com os temas, as fotos formaram um mosaico que se ajustava ao gosto da consumidora após o login. A seção Meu Closet também ganhou a cara da usuária. Lá, todos os produtos consumidos foram catalogados ao lado de sugestões de novas compras que combinassem com as anteriores, sempre sob a curadoria da Elle Store. Parecia ser tudo com que as mulheres sempre sonharam: um personal stylist que também ajudasse na hora de comprar. O projeto começou a ganhar contorno. Mas ainda que tivesse um apelo visual forte e ideias que conquistariam as consumidoras, a plataforma carecia de uma resolução para a questão ética. O grupo chegou a algumas soluções: redação independente, uso de native ads – ou seja, transparência na hora de posicionar um anunciante junto ao conteúdo – e um sistema de scan para o celular, por meio do qual seria possível ver uma peça de roupa na revista, fotografá-la e a partir daí ser conduzida a uma série de produtos similares no aplicativo da Elle Store para mobile.


EXAME

DESIGN FOTO TEXTO

LUANA GRACIANO / IZABELA BRANT RAMÓN VASCONCELOS ALINE SCHERER / CAROLINA ANDRADE GOMES / CARLO CAUTI / PEDRO COSTA


ORIENTADORES

MISSÃO

PROJETO

CAROLINA GEHLEN, GERMANO LÜDERS E ROBERTO CAETANO

CRIAR PROPOSTAS PARA FORTALECER A MARCA EXAME NO NORDESTE E NO SUL DO BRASIL,MAPEAR O AMBIENTE EDITORIAL DE NEGÓCIOS E ECONOMIA NAS DUAS REGIÕES; DEFINIR AS PLATAFORMAS, AS PAUTAS E APRESENTAR PROTÓTIPOS No levantamento dos veículos impressos e online que poderiam disputar a atenção do leitor de EXAME, descobrimos que no Sul havia três grupos de mídias consolidados no mercado que traziam notícias e análises regionais sobre os temas que a marca aborda. O Nordeste, entretanto, estava descoberto. Dois grupos focavam suas publicações em quatro dos nove estados. Para chegar a nossas propostas, analisamos a circulação e a tiragem das principais revistas regionais e nacionais concorrentes e as comparamos com as de EXAME. Também foi importante: verificar a audiência do portal EXAME. COM e do aplicativo para tablet e smartphone em todos os estados desde os seus lançamentos; considerar as pesquisas com o perfil do leitor; entender a natureza das pautas da revista; saber sobre todos os eventos que organizou nos últimos anos e os suplementos regionais que publicou desde sua criação. Reunir tantos dados e chegar a propostas prevendo o menor investimento de recursos possível não foi tarefa fácil. Contamos com a orientação de um editor-executivo, uma designer e um fotógrafo de EXAME, além do coordenador do curso e o conteúdo das mais de 30 palestras que tivemos em intensas cinco semanas de treinamento. Chegamos à conclusão que os leitores do Nordeste e do Sul poderiam dar maior valor à marca EXAME caso se sentissem mais representados nas pautas. Comprovamos que quando revistas da unidade EXAME, como VOCÊ S/A, tinham capas regionais, as vendas aumentavam nos locais em que recebiam esses destaques. Sugerimos, então, que a revista passasse de uma capa regional em 2013 para quantas mais fosse possível nos próximos anos e que lançasse um suplemento para cada região, a EXAME NE e a EXAME SUL. Indicamos pautas sobre negócios que estão crescendo, entrevistamos dois empresários que contaram suas trajetórias, planos e também opinaram sobre como EXAME poderia ser fortalecida regionalmente. Para o ambiente digital, criamos um atalho, com abas no menu do site e do aplicativo, apresentando o conteúdo por regiões. Para o portal, a ideia foi instalar o mecanismo de geolocalização, que identificasse a cidade do leitor e reorganizasse automaticamente as notícias, dando maior destaque na home para assuntos locais, ao lado das mais relevantes reportagens sobre temas nacionais e internacionais. Por fim, mostramos no mapa do país os locais que acreditamos deveriam receber eventos com a marca EXAME, tanto os Fóruns que vêm ocorrendo em São Paulo, Rio de Janeiro e no Nordeste como eventos menores, em universidades e associações empresariais, nas cidades com as economias mais fortes das duas regiões.


FEMININAS POPULARES

DESIGN TEXTO

FILIPE AZEVEDO MARJORIE OKUYAMA / PRISCILLA DAUMAS / RENATA LUCCHESI / VICTOR LESSA


ORIENTADORAS

MISSÃO

PROJETO

LYGIA REBELLO E MONICA KATO

AUMENTAR A PARTICIPAÇÃO DAS REVISTAS FEMININAS POPULARES — ANAMARIA, MÁXIMA, MINHA NOVELA, SOU MAIS EU!, TITITI E VIVA!MAIS — NO MOBILE E APROXIMÁ-LAS DAS LEITORAS POR MEIO DO CELULAR Os desejos das consumidoras estão em constante transformação e a venda de celulares smartphones no Brasil só aumenta. Serviços como SMS e MMS, que erroneamente julgávamos ultrapassados, continuam trazendo lucros para a área de mobile da Abril e para a própria redação. Além disso, o celular se transformou em uma plataforma de aprendizado com a oferta de cursos variados. Atentos a essas informações, desenvolvemos um aplicativo para as Pops, como são chamadas internamente as revistas femininas populares. Baseados na experiência da Abril em adaptar o material editorial para a plataforma SMS e MMS, propusemos a venda de conteúdo para campanhas de SMS marketing empresarial. Um exemplo seria a venda de conteúdo com a temática de beleza para empresas que comercializam esse tipo de produto. Em relação ao MMS, é possível utilizá-lo no formato sequencial e na temática alimentação, com a produção de receitas que vão das mais simples às mais elaboradas. Como as revistas já trabalham com esse material, o custo de produção de conteúdo não existe. A Abril Educação, em parceria com a Edumobi e a Vivo, oferece cursos de várias publicações, inclusive das Pops. Como a plataforma está consolidada, uma vez que integra Portal de Voz, SMS e mobile site, propusemos a criação de novos cursos, como exercícios físicos em casa, dicas de etiqueta e moda básica. Em 2013, pela primeira vez, a venda de smartphones superou a de features phones (“celulares comuns”): 54% contra 46% do total de unidades comercializadas, de acordo com a International Data Corporation. Com base nessas informações, decidimos criar o Aplic! O aplicativo seria gratuito e venderia espaço para posts patrocinados e anúncios. Ele reúne o conteúdo das Pops, distribuído nos canais: AnaMaria, Máxima, Minha Novela, Sou mais Eu!, Tititi, Viva!Mais, Coisas de Casa, Astral, Hot, Horóscopo, Belíssima, Humor, SuperFashion, Mais Saúde e Bichinhos. O objetivo é usar o material já produzido em novas plataformas com custo zero. Dessa forma, a Abril ganha com publicidade e as consumidoras têm o conteúdo das Pops disponível quando e onde elas quiserem, sempre na palma da mão.


GUIA OUATRO RODAS DESIGN FOTO TEXTO VÍDEO

JULIANA PEDROSA RAMÓN VASCONCELOS JÚLIA MATRAVOLGYI / NATHÁLIA BOTTINO DEKA BUENO


ORIENTADOR

MISSÃO

PROJETO

FÁBIO PEIXOTO

DESENVOLVER UM APLICATIVO E UM WEBDOCUMENTÁRIO SOBRE OS 50 ANOS DO GUIA QUATRO RODAS

Com a preocupação de fortalecer a marca GUIA QUATRO RODAS em novas plataformas e ao mesmo tempo preservar a qualidade editorial, recebemos a missão de desenvolver um aplicativo do GUIA para dispositivos móveis. Paralelamente, nos dedicamos a vasculhar arquivos e ir em busca de personagens e imagens que nos ajudassem a contar, em um webdocumentário, de que forma a publicação fundada pela família Civita esteve diretamente ligada ao desenvolvimento do turismo no Brasil e como ela se consolidou ao longo desses 50 anos. Como apresentar o conteúdo do GUIA impresso, disposto ao longo de 900 páginas, numa telinha de celular? Assim que a missão nos foi dada, fomos atrás de referências de aplicativos de viagem e de especialistas que pudessem nos ajudar a entender o segredo para atender às necessidades do leitor do GUIA impresso e ao mesmo tempo atrair a atenção do público “high-tech”, aproveitando os recursos que as novas tecnologias oferecem. Para desenvolver o webdocumentário, realizamos pesquisas e localizamos personagens que foram importantes para algum período do GUIA. Depois de levantar essas informações, tivemos um baita trabalho para sintetizar tudo em poucos minutos de vídeo. Além de desenvolver o projeto de um aplicativo que organiza todos os estabelecimentos classificados e avaliados pelo GUIA, adicionamos algumas funções, como o modo de navegação GPS e o planejamento de viagem. A ideia foi tornar o aplicativo mais interativo e adequado aos recursos que a plataforma oferece. Para o webdocumentário, decidimos dividir a história do GUIA em quarto partes: como surgiu, evolução, como é feito e lema “a gente vai antes para você ir melhor”. Durante o desenvolvimento do trabalho, estivemos em contato com o passado da publicação (reunindo histórias de pessoas que trabalharam no GUIA e o ajudaram a crescer no cenário editorial nacional) e também com seu futuro (na tentativa de reunir seu conteúdo em uma plataforma digital, que seria o aplicativo). Pudemos perceber que, apesar do formato de sucesso que possui, o GUIA QUATRO RODAS também pode ser adaptado às mídias de destaque no cenário contemporâneo – e, além disso, cada uma dessas novas plataformas permite que o conteúdo seja explorado de uma maneira diferente.


INFO DESIGN INFOGRAFIA TEXTO VÍDEO

MARIANNA SCHMIDT FEU EUGÊNIO ANDRÉ BIERNATH / SARA MAGALONA / TAMARA FISCH VITOR QUINET


ORIENTADORES

MISSÃO

PROJETO

CADU SILVA, KATIA MILITELLO, RAFAEL COSTA E RAFAEL KATO

CRIAR UMA METODOLOGIA PARA VIRALIZAR CONTEÚDO NA INTERNET E APLICÁ-LA NA PRÁTICA, MEDINDO OS RESULTADOS DA AÇÃO

O grupo INFO foi contemplado com a missão de criar uma metodologia para gerar algum tipo de conteúdo que se tornasse viral na internet. Apesar de os integrantes conhecerem vários exemplos de vídeos, fotos e textos que se propagaram de forma desproporcional nas redes, não parecia possível formular uma equação que resultasse em uma viralização garantida. A primeira fase do projeto foi a de pesquisa. Apuramos o que já fora estudado sobre o assunto – desde reportagens que prometiam uma “fórmula do viral” até entrevistas com artistas e especialistas em tornar seu produto conhecido por milhões de usuários em questão de horas. A nossa conclusão foi que, de fato, não há como garantir que algo vá viralizar. Há, no entanto, elementos que, presentes no conteúdo produzido, aumentam as chances de popularização na rede. Passamos, então, para a segunda fase do projeto: pensar em um assunto e um produto que tivessem potencial de viralização, baseado no estudo feito anteriormente. Gatos, crianças, artistas famosos, elementos inesperados, suspense, humor, causas sociais... Todos poderiam contribuir para o sucesso do projeto, mas qual seria o tema mais eficaz? Depois de muita discussão com os orientadores, foram escolhidos os temas “tecnofobia” e “sexo digital”. Na próxima etapa, foram produzidos dois vídeos, cada um seguindo uma das pautas selecionadas. No primeiro, entrevistamos o cantor brega Falcão sobre os usos que ele faz da tecnologia, algo que causou estranhamento, já que todos imaginavam que ele fosse avesso ao mundo digital. O segundo vídeo traçou um perfil da garota de programa Lola Benvenutti, que utiliza a tecnologia para promover sua carreira. Nosso último desafio foi a divulgação dos produtos. Apenas o vídeo da tecnofobia pôde seguir um plano de divulgação previamente pensado. Investimos na divulgação por meio de redes sociais, fizemos anúncios no Facebook e enviamos o link do vídeo com uma breve apresentação para personalidades e portais que pudessem ajudar a aumentar a visibilidade. O resultado foi um sucesso. Em 24 horas, o vídeo teve cerca de 15 mil visualizações, acima da média de visualizações da maioria dos vídeos publicados pelo canal de INFO.


M DE MULHER DESIGN TEXTO

PEU ISHIO DANIELA SCHWANKE / MARÍLIA MARASCIULO / MARINA MACIEL / STEPHANIE PEREIRA


ORIENTADORAS

MISSÃO

PROJETO

AMANDA LUZ, DANIELA BERTOCCHI E LÚCIA HELENA

PRODUZIR CONTEÚDOS DIGITAIS SOBRE A AIDS DESTINADOS A MULHERES DE 20 A 30 ANOS, EM FORMATOS QUE POSSIBILITASSEM A VIRALIZAÇÃO NAS REDES SOCIAIS

Gravitamos em torno do projeto por semanas, buscando um meio de torná-lo bem-humorado, atraente e confiável. Como poderíamos aproximar as pessoas de um assunto que, normalmente, afasta? Como falar de um tema que ninguém quer ouvir com leveza? Como fazer com que as pessoas compartilhassem no Facebook o que não querem que os amigos vejam? Nosso foco principal foi transformar um assunto já bastante debatido em algo novo – e surpreendente. Falamos com especialistas no tema, pessoas que convivem com o HIV e também nosso público-alvo. A partir daí, entendemos que uma única solução não resolveria. Precisávamos estar presentes de todas as formas possíveis na internet – e abordando o tema de maneiras diferentes. Surgiu, então, a ideia de uma pirâmide: um vídeo teaser que promovesse imediato engajamento, peças que abordassem o tema de forma sutil e, por fim, uma matéria de profundidade que desmitificasse o HIV e incentivasse a testagem. Nosso vídeo teaser foi a etapa mais trabalhosa. Convidamos 47 mulheres para responderem uma pergunta: “Tem alguma chance de você ter HIV?”. As reações e, principalmente, o desconforto sentido foram fundamentais para criarmos um vídeo que fizesse com que as mulheres se identificassem e se questionassem sobre o assunto. Depois disso, foram lançadas algumas notas na rede. Um relato sensível de uma portadora do vírus contando sua história e sua vida após a descoberta; uma lista de filmes que abordam o tema; uma matéria de serviço: “como pedir para o seu namorado fazer o teste?”; e uma galeria de imagens com frases de pessoas com HIV. Para fechar o assunto, produzimos uma grande reportagem sobre a importância de fazer o teste. Nosso resultado foi além das expectativas: batemos a meta de mil compartilhamentos em apenas três dias.


SUPERINTERESSANTE

DESIGN INFOGRAFIA Mテ好IAS DIGITAIS TEXTO

MARIANA BARROS MARCEL CALBUSCH / RENATA LACERDA TATIANE DE ASSIS LUCAS AELLOS / LUCIANO Pテ.UA / RENATA VIEIRA


ORIENTADORES

MISSÃO

PROJETO

DENIS RUSSO BURGIERMAN, FABRÍCIO MIRANDA E RAFAEL KENSKI

ELEGER UMA MUDANÇA IMPORTANTE NO BRASIL DO SÉCULO 21 E, A PARTIR DELA, MONTAR UM INFOGRÁFICO, UMA SURVEY E UM VÍDEO COM ANIMAÇÕES. TUDO SUPERINTERESSANTE PARA A AUDIÊNCIA

O desafio da revista SUPERINTERESSANTE para os integrantes do CAJ foi imenso. Nossa missão foi eleger uma mudança – não óbvia – no Brasil do século 21. Não nos deram pauta, mas pediram três entregas: um infográfico que desse conta do tema escolhido, uma survey que abordasse um aspecto do assunto e um vídeo com animações. Havia mais: a narrativa tinha que ser, como diz o nome da revista, superinteressante, capaz de ser combustível para uma conversa acalorada no bar. Muitas voltas depois, o martelo foi batido: sexo era o tema ideal. O passo seguinte envolvia escolher a melhor forma narrativa para dar conta das muitas pesquisas que fizemos. Descobrimos o fio que nos guiaria ao analisar o dado de que os brasileiros estão mais do que nunca insatisfeitos com o sexo. A informação pareceu contraditória, afinal, nunca houve tantos meios nem se falou e consumiu tanto sexo no país. As semanas foram de muito trabalho para conseguir comprimir nas duas páginas do infográfico os diversos cruzamentos de informação. Ao fim, conseguimos entregar aquilo que nossos orientadores queriam: uma dupla infografada que contava uma história muito interessante. A história de uma contradição entre quatro paredes no Brasil. Em meio à apuração da reportagem, foi a vez de pensarmos em um formato de pesquisa que gerasse um dado inovador, que não tivesse sido divulgado ainda, sobre sexo. A quantidade de olhos vidrados em celulares e conversas picantes foi a nossa pista. Decidimos fazer um levantamento sobre sexting, ou o compartilhamento de conteúdo erótico nos smartphones. Percebemos que essa é uma tendência crescente e não há ainda muitos dados sobre o assunto. Aplicamos, então, a pesquisa no próprio Curso Abril de Jornalismo, como grupo de controle. Aparamos as arestas e deixamos para nossos orientadores um questionário completo para aplicar em seu público, além dos layouts prontos. Última parte da entrega: o vídeo. Montamos um roteiro para mostrar, com humor, o incrível consumo de sexo na internet e nos smartphones e revelar os dados que colhemos a partir da pesquisa sobre sexting. Um mês depois de nos conhecermos, conseguimos dar conta de nossas entregas e apresentar aquilo que nos foi pedido: um conjunto de produtos com a identidade da SUPER, engraçados e capazes de incendiar qualquer conversa de boteco.


VEJA INFOGRAFIA TEXTO VÍDEO

MARCELO MENESES BRUNA ESTEVANIN / LEONARDO MOTTA / PATRÍCIA VALLE / ROSIELLE MACHADO CAROL GOUVÊA / GIAN KOJIKOVSKI


ORIENTADORES

MISSÃO

PROJETO

FÁBIO ALTMAN E JADYR PAVÃO JR

DESENVOLVER UM FORMATO DE REPORTAGEM REPLICÁVEL CONSTRUÍDA NO MODELO PARALLAX, EFEITO DE WEB DESIGN QUE SOBREPÕE TEXTOS, VÍDEOS E INFOGRÁFICOS EM DIFERENTES VELOCIDADES. E UMA MISSÃO EXTRA: ADAPTAR O PROJETO AO MOBILE, TABLETS E DESKTOPS Precisávamos de uma pauta que rendesse uma boa história, explorasse as possibilidades do Parallax e se encaixasse na linha editorial de VEJA. Foi assim que chegamos ao tema dos 20 anos da morte de Ayrton Senna, completados em maio de 2014. Nosso primeiro desafio foi pensar um jeito diferente de contar a história do piloto, mas a grande dificuldade foi ter que executar o projeto, e não só planejá-lo. Isso envolveu contratar um programador, aprender novas técnicas, como animação de infográficos, e pensar toda a matéria no formato digital. Tivemos ainda que adaptar tudo para o mobile: o que funciona no desktop nem sempre é executável na tela do celular. Decidimos tratar do acontecimento a partir do acidente em Ímola, resgatando as histórias após a morte do piloto. Para isso, escolhemos personagens anônimos que viram o episódio de perto e foram marcados por ele. Desde o começo, estruturamos nossa reportagem pensando quais informações ficariam melhor em texto, foto, vídeo ou infográfico. Para que o conteúdo fosse adaptável a diferentes aparelhos, optamos pelo design responsivo, que se molda à tela de desktops, celulares e tablets. Durante o projeto, percebemos que todas as funções do grupo deveriam conversar entre si. Era importante ter noção do processo como um todo, independentemente da especialidade de cada um da equipe. Assim como o jornalista precisa ter noções de programação e design, o designer deve participar da construção da pauta, e assim por diante. Outro aprendizado foi filtrar o que seria possível executar dentro do prazo. Algumas boas ideias acabaram ficando de fora, como um newsgame sobre a carreira de Senna e um memorial compartilhável em redes sociais. Nossa maior lição foi entender que, apesar do Parallax e outras novas narrativas digitais dependerem de tecnologia, a chave para um jornalismo bem feito continua sendo contar uma boa história.


VEJA Sテグ PAULO

DESIGN TEXTO

PATRICK CASSIMIRO DANIEL VILELA / DOUGLAS CANTU / MARIANA TOLEDO / SASHA YAKOVLEVA / YASMIN ABDALLA


ORIENTADORES

MISSÃO

PROJETO

DIEGO SAPIA MAIA, DIÓGENES MUNIZ E RENATA GOMES AGUIAR

DESENVOLVER A REDE SOCIAL DE VEJA SÃO PAULO, ATRAINDO NOVOS USUÁRIOS AO SITE E CRIANDO MAIOR ENGAJAMENTO COM OS JÁ EXISTENTES

Nossa tarefa era desenvolver a rede social de VEJA SÃO PAULO. Cerca de 17 mil pessoas estão cadastradas no site e podem avaliar locais e eventos da cidade, assim como incluir seus endereços preferidos. O objetivo do projeto era atrair novos usuários e engajar ainda mais os existentes, criando novas funcionalidades para a rede social, em especial, a partir da concepção de um sistema de reputação. Além disso, ações pontuais poderiam ser pensadas para estimular ainda mais a interação com o site. Nossa principal dificuldade foi criar um conceito para um produto que não tinha nome e contava com poucas funcionalidades. Para criar um sistema de reputação ou simplesmente promover a rede social, era preciso pensá-la do zero e criar uma identidade própria, ou seja, uma marca que ao mesmo tempo fosse rapidamente associada a VEJA SÃO PAULO, que cumprisse sua função de se referir a um guia colaborativo de resenhas e que se relacionasse ao conceito criado. Para criar um conceito que se tornasse um diferencial em relação a outras redes e guiasse a parte criativa do processo, trouxemos a ideia de viagem espacial. A partir dessa referência, criamos o nome Via SP, uma marca que remete à ideia de roteiros (“por São Paulo”) e ao conceito espacial escolhido (Via Láctea). Um sistema de reputação também foi pensado para compensar os usuários mais ativos, que ganham pontuação a partir de ações na rede, como a criação de roteiros e a interação com outros usuários. Além disso, esse sistema premia com medalhas específicas, chamadas de flags, a inclusão de resenhas de estabelecimentos. Para ajudar no engajamento mais imediato, duas ações foram promovidas: um roteiro gastronômico pelo centro de São Paulo com os usuários e um vídeo que mostra os primeiros passos para o cadastro na rede social interna do veículo. Todas as soluções pensadas têm como objetivo destacar a rede social em relação a seus concorrentes, utilizando o conteúdo já produzido por VEJA SÃO PAULO, e promover a interação constante entre usuário e marca. As ações propostas, apesar de ainda não aplicadas, são plausíveis e facilmente executáveis pela equipe do veículo e de outros segmentos da marca Veja Cidades.


94 / PLUG2014

“O MAIS IMPORTANTE É A MANEIRA DE CONTAR, E NÃO O QUE SE CONTA”. JOÃO MOREIRA SALLES DOCUMENTARISTA E PUBLISHER DA REVISTA PIAUÍ, DURANTE SUA PALESTRA NO CAJ 2014


ODEBRECHT. UMA ORGANIZAÇÃO FEITA DE PESSOAS PARA PESSOAS

A história da Odebrecht é a história das pessoas. Pessoas de conhecimento que vivenciam e compartilham o espírito de servir e a capacidade de evoluir e superar desafios diariamente. Após 70 anos de muitas realizações, somos uma Organização global, de origem brasileira, com mais de 180 mil integrantes e que atendem milhões de pessoas em todo mundo. Em 2013, investimos mais de R$ 50 milhões em programas de capacitação e realizamos mais de 160 parcerias com universidades e centros de formação e pesquisa no Brasil e no exterior, para formar líderes com o mesmo espírito de servir e de contribuir com soluções inovadoras para a construção de um futuro melhor.

odebrecht.com


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