GPEC – Educação a Distância
MÓDULO 1
CONCEPÇÕES SOBRE A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Wander Henrique |Curso: Metodologia para o Ensino de Língua Portuguesa
CONCEPÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CONCEPÇÕES INICIAIS Moore e Kearsley (1996) apud Rodrigues afirmam que o conceito de Educação a Distância pode ser definido pela ocorrência de alunos e professores estarem separados pela distância e algumas vezes, também, pelo tempo. Refletindo sobre esta perspectiva, podemos então concluir que situações de interação mediadas por algum tipo de mídia (ou meio de comunicação), podem ser consideradas como educação a distância? Indo ao encontro da proposição acima, se pensarmos nesta definição simplista e inicial, Landim (1997) sugere que as mensagens trocadas pelos cristãos, para difundir a palavra de Deus, são a origem da comunicação educativa, por intermédio da escrita, com objetivo de propiciar aprendizagem a discípulos fisicamente. Moore (2010) define em cinco as gerações da educação na modalidade a distância:
Correspondência
1ª
Transmissão por rádio e televisão
2ª
Universidades Abertas
3ª
Teleconferência
4ª Internet/web
5ª
Acompanhe abaixo uma síntese da evolução da educação a distância, apontada por Moore (2010) baseada nas cinco gerações explicitadas acima:
A primeira geração de estudo por correspondência, em casa, independente proporcionou o fundamento para a educação individualizada a distância.
A segunda geração, de transmissão por rádio e televisão, teve pouca ou nenhuma interação de professores com alunos, exceto quando relacionada a um curso por correspondência; porém, agregou as
dimensões oral e visual à apresentação de informações aos alunos a distância.
A terceira geração – as universidades abertas – surgiu de experiências norte0americanas que integraram áudio/vídeo e correspondência com orientação face a face usando equipes de cursos e um método para a criação e veiculação de instrução em abordagem sistêmica.
A quarta geração utilizou a teleconferência por áudio, vídeo e computador, proporcionando a primeira interação em tempo real de alunos com alunos e instrutores a distância. O método era apreciado especialmente para treinamento corporativo.
A quinta geração, a de classes virtuais on-line com base na internet, tem resultado em enorme interesse e atividade em escala mundial pela educação a distância, com métodos construtivistas de aprendizado em colaboração, e na convergência entre texto, áudio e vídeo em uma única plataforma de comunicação.
O QUE É EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA? Acompanhe abaixo algumas definições, na visão de vários especialistas sobre o assunto, acerca da definição sobre a educação à distância:
Walter Perry e Greville Rumble (1987) afirmam que a característica
básica da educação a distância é o estabelecimento de uma comunicação de dupla via, na medida em que o professor e aluno não se encontram juntos na mesma sala, requisitando assim, meios que possibilitem a comunicação entre ambos como correspondência postal, correspondência eletrônica, telefone ou telex, rádio, modem etc.
G. Dohmen (1967) afirma que Educação a Distância é uma forma sistematicamente de autoestudo onde o aluno se instrui a partir do material de estudo apresentado, onde o acompanhamento e a supervisão do sucesso do estudante são levados a cabo por um grupo de professores. Isto é possível ser feito a distância através da aplicação de meios de comunicação capazes de vencer longas distâncias. O oposto de “educação a distância” é a “educação direta” ou “educação face a face”: um tipo de educação que tem lugar com o contato direto entre professores e estudantes. O. Peters (1973) define a educação a distância como um método racional de partilhar conhecimento, habilidades e atitudes, através da aplicação da divisão do trabalho e de princípios organizacionais, tanto quanto pelo uso extensivo de meios de comunicação, especialmente para o propósito de
reproduzir materiais técnicos de alta qualidade, os quais tornam possível instruir um grande número de estudantes ao mesmo tempo, enquanto esses materiais durarem. É uma forma industrializada de ensinar e aprender. M. Moore (1973) define a educação à distância como a família de métodos instrucionais onde as ações dos professores são executadas a parte das ações dos alunos, incluindo aquelas situações continuadas que podem ser feitas na presença dos estudantes. Porém, a comunicação entre o professor e o aluno deve ser facilitada por meios impressos, eletrônicos, mecânicos ou outros. B. Holmberg (1977) afirma que o termo "educação à distância" escondese sob várias formas de estudo, nos vários níveis que não estão sob a contínua e imediata supervisão de tutores presentes com seus alunos nas salas de leitura ou no mesmo local. A educação a distância se beneficia do planejamento, direção e instrução da organização do ensino. Muitas são as definições que podem ser encontradas na literatura acerca dos conceitos sobre a educação na modalidade à distância. Contudo, independente destas várias definições, Keegan (1991) elenca elementos que existem em comum nestas diversas definições: Separação física entre professor e aluno, que a diferencia do ensino presencial; Influência da organização educacional (planejamento, sistematização, plano, projeto, organização dirigida etc.), que a diferencia da educação individual; Utilização de meios técnicos de comunicação, usualmente impressos, para unir o professor ao aluno e transmitir conteúdos educativos; Previsão de uma comunicação de mão dupla, onde o estudante se beneficia de um diálogo, e da possibilidade de iniciativas de dupla via; possibilidade de encontros ocasionais com propósitos didáticos e de socialização.
POLÍTICAS EDUCACIONAIS DA EAD NO BRASIL e o MEC
Como regulamentação da política sobre a educação à distância no Brasil, temos como principais documentos a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996), o Decreto nº 5.622, publicado no DOU de 20/12/2005 (que revogou o Decreto nº 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, e o Decreto nº 2.561, de 27 de abril de 1998), com normatização definida na Portaria Ministerial nº 4.361, de 2004 (que revogou a Portaria Ministerial nº 301, de 07 de abril de 1998). No site do MEC encontramos os principais pontos que se destacam nas leis que regulam a política da educação a distância no Brasil são:
I.
EDUCAÇÃO BÁSICA na modalidade de Educação a Distância:
De acordo com o Art. 30º do Decreto n.º 5.622/05, "As instituições credenciadas para a oferta de educação à distância poderão solicitar autorização, junto aos órgãos normativos dos respectivos sistemas de ensino, para oferecer o ensino fundamental e médio a distância, conforme § 4o do art. 32 da Lei no 9.394, de 1996, exclusivamente para: I - a complementação de aprendizagem; II - em situações emergenciais. Para oferta de cursos a distância, dirigida à educação fundamental de jovens e adultos, ensino médio e educação profissional de nível técnico, o Decreto n.º 5.622/05 delegou competência às autoridades integrantes dos sistemas de ensino de que trata o artigo 8º da LDB, para promover os atos de credenciamento de instituições localizadas no âmbito de suas respectivas atribuições. Assim, as propostas de cursos nesses níveis deverão ser encaminhadas ao órgão do sistema municipal ou estadual responsável pelo credenciamento de instituições e autorização de cursos (Conselhos Estaduais de Educação) – a menos que se trate de instituição vinculada ao sistema federal de ensino, quando, então, o credenciamento deverá ser feito pelo Ministério da Educação. II.
Educação Superior e Educação Profissional na modalidade de Educação a Distância:
No caso da oferta de cursos de graduação e educação profissional em nível tecnológico, a instituição interessada deve credenciar-se junto ao Ministério da Educação, solicitando, para isto, a autorização de funcionamento para cada curso que pretenda oferecer. O processo será analisado na Secretaria de Educação Superior, por uma Comissão de Especialistas na área do curso em
questão e por especialistas em educação a distância. O Parecer dessa Comissão será encaminhado ao Conselho Nacional de Educação. O trâmite, portanto, é o mesmo aplicável aos cursos presenciais. A qualidade do projeto da instituição será o foco principal da análise. Para orientar a elaboração de um projeto de curso de graduação a distância, a Secretaria de Educação a Distância elaborou o documento “Indicadores de qualidade para cursos de graduação a distância – referenciais de qualidade”, disponível no site do Ministério para consulta. As bases legais são as indicadas no primeiro parágrafo deste texto. III.
PÓS-GRADUAÇÃO à distância
A possibilidade de cursos de mestrado, doutorado e especialização a distância foi disciplinada pelo Capítulo V do Decreto n.º 5.622/05 e pela Resolução nº 01, da Câmara de Ensino Superior-CES, do Conselho Nacional de Educação-CNE, em 3 de abril de 2001. O artigo 24 do Decreto n.º 5.622/05, tendo em vista o disposto no § 1º do artigo 80 da Lei nº 9.394, de 1996, determina que os cursos de pósgraduação Stricto Sensu (mestrado e doutorado) a distância serão oferecidos exclusivamente por instituições credenciadas, para tal fim, pela União e obedecem às exigências de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento estabelecido no referido Decreto. No artigo 11, a Resolução nº 1, de 2001, também conforme o disposto no § 1º do art. 80 da Lei nº 9.394/96, de 1996, estabelece que os cursos de pós-graduação Lato Sensu a distância só poderão ser oferecidos por instituições credenciadas pela União. “Os cursos de pós-graduação lato Sensu oferecidos a distância deverão incluir, necessariamente, provas presenciais e defesa presencial de monografia ou trabalho de conclusão de curso”. Enganam-se os que acreditam que os processos de oferta de cursos a distância são livres e sem fiscalização. Uma educação de qualidade não pode ser parametrizada ou definida pela sua modalidade presencial (tradicional) ou à distância. Muitos fatores interferem nesta concepção de juízo acerca „deste‟ ou „daquele julgamento‟. Entre vários fatores, podemos destacar como fator de qualidade para observância de uma oferta de cursos com qualidade pela disposição dos educandos em adquirir conhecimento e a responsabilidade das instituições, como a Gpec e várias outras instituições, no fomento e oferta de cursos (independente de sua modalidade).
POR QUE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA?
Sabemos que o acesso à educação e uma educação de qualidade é direito constitucional de todo cidadão. Mas será que isso funciona na prática? Apesar de toda iniciativa do poder público e privado, esta concepção é aplicada efetivamente? Infelizmente, não. E é exatamente neste contexto que entendemos, entre outros, os principais motivos para o investimento em educação na modalidade à distância. Segundo Moore (2010) e outros autores a justificativa da necessidade de se investir cada vez mais educação a distância se dá por diversas necessidades do mundo atual, dentre elas: O aumento da demanda por formação ou qualificação; O surgimento de vários meios técnicos capazes de garantir a execução
desta modalidade de ensino.
Acesso crescente a oportunidades de aprendizado e treinamento; Proporcionar oportunidades para atualização aptidões; Melhorar a redução de custos dos recursos educacionais; Apoiar a qualidade das estruturas educacionais existentes; Melhorar a capacitação do sistema educacional; Nivelar desigualdades entre grupos etários; Direcionar campanhas educacionais para públicos-alvo específicos; Proporcionar treinamento de emergência para grupos-alvo importantes; Aumentar as aptidões para a educação em novas áreas de conhecimento Oferecer uma combinação de educação com trabalho e vida familiar; Agregar uma dimensão internacional à experiência educacional. Outros fatores mais conceituais e generalistas se aplicam a essa necessidade, como por exemplo: A EAD vem a ser a única oportunidade de educação para uma região ou indivíduo que ficam afastados dos centros urbanos ou em regiões bastante remotas;
É uma alternativa para profissionais que possuem uma agenda de trabalho e afazeres pessoais com quase todo o seu dia ocupado e não têm condições de se comprometerem com a educação nos moldes presenciais etc. É um meio prático para a busca de qualificação e aperfeiçoamento profissional, que possibilita os ajustes das necessidades profissionais de evolução e aprimoramento do seu currículo, com as demandas e compromissos diários.
COMO SER UM BOM ALUNO EM EAD?
Muitos preconceitos ainda cercam a efetividade da garantia dos objetivos elencados quanto à qualidade das propostas dos cursos oferecidos na modalidade à distância. Mas vale lembrar que o sucesso para obtenção de um bom aprendizado não fica apenas sob a responsabilidade da instituição que oferece o curso. Para que verdadeiras transformações ocorram, o próprio aluno precisa olhar de forma diferenciada para o processo de ensino-aprendizagem, pois se já na educação presencial o aluno não deve mais ser um mero receptor de conteúdos, na educação a distância esse pensamento se faz necessário, pois é preciso adotar uma postura daquele que se relaciona e interage com o saber, pois o conhecimento é compartilhado de igual forme e construído através de uma ambiente colaborativo de aprendizagem. Os alunos também possuem uma responsabilidade enorme quanto à efetividade dos objetivos de aprendizagem que se busca alcançar em curso na modalidade à distância. Na EAD os alunos assumem o papel de protagonistas do seu aprendizado. Segundo Moore (2010), para ser um aluno a distância, a pessoa precisa ter aptidões distintas para o estudo e habilidades de comunicação diferentes. Acompanhe abaixo algumas atitudes que contribuirão para seu sucesso em cursos na modalidade a distância, em especial neste curso oferecido por nós da Gpec Online Cada módulo tem a duração de uma semana, por isso, ao ter acesso ao ambiente virtual de aprendizagem, verifique todas as atividades pertinentes da semana em referência e programe-se. Faça uma agenda para poder se dedicar aos estudos, principalmente á leitura dos textos-base de cada módulo, pois será através deles que serão conduzidas as demais atividades e reflexões de todo o módulo em referência. Acesse todo o conteúdo disponível em cada módulo, como por exemplo: vídeos que contribuem para o aperfeiçoamento e entendimentos dos assuntos tratados, mapas conceituais que os ajudarão a sintetizar o conteúdo estudado, a bibliografia do curso para uma possível oportunidade de aprofundamento naqueles assuntos que mais os interessarem etc. É fundamental a participação nos fóruns de discussão, pois é exatamente aí que encontramos um dos recursos mais poderosos e efetivos que a educação na modalidade a distância nos oferece. Nos fóruns, encontramos uma oportunidade ímpar para a troca de
experiência, reflexões acerca de determinados assuntos e aprofundamento dos mesmos, possibilidade da criação de uma grande comunidade virtual de aprendizagem etc. Sempre que disponível, participe dos Chats, pois neste recurso é possível interagir de forma síncrona com seus professores e colegas de curso, além, é claro, de continuar o processo de troca de informações, reflexões etc. Para medir o grau de aprendizado, realize sempre sua atividade avaliativa do módulo. É um momento importante para aferir seus conhecimentos e mais do que isso, proporcionar um feedback acerca da evolução do seu aprendizado. E claro, sempre que tiver dúvidas, quaisquer que sejam, entrem em contato com a equipe de apoio, professores etc., pois não há dificuldades que não possam ser sanadas com um trabalho colaborativo e de aprendizado mútuo.
FIM DO TEXTO-BASE (MÓDULO 1)