GPEC – Educação a Distância [Escolha a data]
MÓDULO 2
SOBRE A CIÊNCIA
Nelson Pascarelli Filho |Curso: Gestão Educacional e Prática Pedagógica
SOBRE A CIÊNCIA
NELSON PASCARELLI FILHO
“Nos campos da observação, o acaso só favorece apenas as mentes preparadas” (Pasteur) A palavra Ciência é de origem latina, scientia, conhecimento. Ciência é conhecimento organizado e estruturado através da comprovação de hipóteses pela experimentação. As conclusões obtidas geram teorias e leis universais após vencer inúmeras refutações. Criar matemas e geometrizar a compreensão de fenômenos permite ao pesquisador realizar previsões e, em alguns casos, controlá-los. A
Matemática
e
a
Geometria
são
historicamente
ferramentas
multifuncionais para o cientista investigar o que existe, do que é feito e como funciona. Descobertas podem ocorrer pelo acaso e intuição, mas o olho treinado e atento do pesquisador é decisivo, não é a regra, mas ele acontece. Cientistas são meticulosos observadores e conseguem abstrair, induzir e deduzir conclusões num percurso metodológico onde a persistência se alia à genialidade. Existem métodos, assim mesmo, no plural para encontrar explicações científicas para fenômenos naturais. Lembrando que a palavra método,
etimologicamente significa como proceder ao longo do caminho, caminho que leva ao conhecimento quando a palavra alia-se a científico. (Do grego meta = ao longo + hodos = caminho) É preciso documentar e divulgar descobertas científicas aliando a precisão matemática com as palavras. Tarefa difícil, mas não impossível quando se opta pela clareza e evitam-se palavras como: muito, pouco, coisa, tudo,
nada, acho que, talvez etc. Se a Matemática e a Geometria são bisturis precisos na investigação de fenômenos, a Filosofia permite,
ao pesquisador analisar e girar o problema
evitando armadilhas conceituais, verbalizações vazias (é porque é), falácias de autoridade, retórica que emburrece e explicações rasas e inconsistentes. A neutralidade científica é uma farsa, o cientista interage com seu objeto de pesquisa desde sua escolha e gera vieses que mitigam a compreensão e controle dos fenômenos. A História e a Filosofia da Ciência devem ser compreendidas além do individualismo dos gênios, mas revista dentro de um contexto social e político que se concatena intrinsecamente com a metodologia científica e com os escaninhos ideológicos. O cientista tem pátria, mas o conhecimento científico é universal, como bem disse Pasteur. Humores bélicos e nacionalistas criaram as mentiras “Ciência Nazista” e “Ciência Soviética” onde a supervalorização de suas crenças gerou mais atrocidades do que soluções para as mazelas que acometem a Humanidade. Para que serve a Ciência? É uma questão filosófica antiga e respondê-la com simplicidade, não é um erro: - ela serve para que as pessoas vivam mais é
com melhor qualidade de vida; permite compreender a Natureza e busca controlá-la, e também conservá-la. A quem serve a Ciência? É uma questão Ética, onde respostas de caráter sociológico e político revelam o lado sórdido da destrutividade humana. Uma pequena parcela da Humanidade tem acesso aos medicamentos mais eficazes, às técnicas diagnósticas de alta precisão, ao saneamento básico e ao atendimento rápido com médicos formados nas melhores universidades e que investem constantemente em atualização frequentando congressos, simpósios e jornadas científicas. Nos países onde imperam a desigualdade social, a má distribuição de renda e os regimes totalitários, a Ciência serve à classe dominante, aos ricos e poderosos e potencializa as eficazes máquinas de destruição e opressão contra as pessoas excluídas e dissidentes que ainda lutam por viver em paz e com dignidade. É possível reverter esse mau uso do conhecimento científico, basta o sistema educacional priorizar
a formação do sujeito ético, socialmente
responsável e se propor a re-humanizar o ser humano. Para Saber Mais
Livros Para Que Serve a Ciência, Bernard Dixon. Companhia editora Nacional. 1976. A Estrutura das Revoluções Científicas, Thomas Kuhn. Perspectiva. 2003. Filmes Galileu. Joseph Losey. 1983.
Quem Somos Nos? Betsy Chasse , Mark Vicente e William Arntz. EUA. 2005.