Texto Base do Segundo Módulo

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Módulo 2 Texto Base – Mediação da Aprendizagem

Autora: Flávia Sampaio GPEC – Educação a Distância www.gpeconline.com.br

Layout: Janaína Corrêa Martino Bernaola


CURSO MEDIAÇÃO DA APRENDIZAGEM MÓDULO 2

Como já vimos no módulo 1, o mediador tem um papel central, relevante no processo educacional, pois se o aluno atinge os objetivos, é porque o mediador atuou de forma qualitativa, ou o contrário. Para uma atuação mediada eficiente, faz-se necessário planejar a aula, planejar a mediação. Porém, para muitos mediadores esta é a maior dificuldade, pois este deve prever e antecipar a reação dos aprendizes, mediante o que foi ensinado. Este planejamento deve ser essencialmente conectado aos aprendizes.

Para o planejamento da mediação é necessário seguir algumas etapas: 1ª etapa: Planejar 

Planejar o que vai ser trabalhado e como isto se fará, com todas as etapas (início, meio, fim, avaliação), tentando antecipar qual será a reação dos alunos, bem como adequar o que será trabalhado com a realidade da turma.

2ª etapa: Auto-avaliação durante a aula 

Este é o maior de todos os desafios, pois deve acontecer durante a mediação. O mediador deve avaliar se esta mediação está acontecendo conforme seu planejamento e, caso não, mudá-la imediatamente. Não se deve seguir com uma mediação sem resultados satisfatórios. Nós chamamos esta fase de meta-mediação, que é a análise do processo de auto-avaliação da mediação.

O mediador precisa ter domínio total da tarefa e sobre o processo, para poder reformular seu planejamento durante o desenvolvimento de sua aula.

Para se chegar na base das dificuldades, o mediador deveria questionar e analisar os 4 pontos da aprendizagem: aprendiz, conteúdo, mediador, ambiente.

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3ª etapa: Reconstrução 

O grande desafio para a auto-reflexão é refletir sobre o que aconteceu na sala de aula, é a reconstrução da interação.

O mediador refaz passo a passo sua interação, revendo, analisando e reconstruindo a mesma, assim tendo embasamento para o próximo planejamento.

Quando o mediador refaz sua atuação mediada sistematicamente, pode analisar cada aprendiz, com suas especificidades, bem como verificar o que foi bom para o grupo como um todo.

POTENCIAL DE APRENDIZAGEM DO ALUNO Também há a necessidade de verificar o Potencial de Aprendizagem do Aluno, que é a junção de todas as suas habilidades psicomotoras, cognitivas, metacognitivas e afetivas. Falamos que o potencial de aprendizagem do aluno é bem desenvolvido ou está bom, quando estas habilidades são trabalhadas e bem definidas, pois muitas vezes fatores emocionais e/ou físicos interferem na efetividade da mediação, interferindo ou prejudicando o objetivo maior, que é a aprendizagem.

A saber: Habilidades psicomotoras básicas no processo de aprender       

Consciência corporal (sensibilidade própria aos estímulos do corpo, noção espacial); Lateralidade (trata de um dos hemisférios cerebrais com respeito à uma função); Coordenação; Habilidades motoras grossas/amplas; Habilidades motoras finas (manipulação precisa dos objetos); Reflexos motores (reações incondicionadas, dificuldade em manter a atenção por longo tempo); Articulação.

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Funções Cognitivas e Metacognitivas Amostra de funções cognitivas requeridas para a aprendizagem:   

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Percepção clara, precisa e exaustiva; Comportamento exploratório sistemático na coleta dos dados; Vocabulário e repertório de conceitos ricos e diferenciados (linguagem precisa e diferenciada) - O aluno precisa aprender a pensar e para pensar precisa de uma linguagem introspectiva; Orientação espaço temporal eficiente; Conservação das constâncias: diferenciação entre atributos essenciais e não essenciais; Consideração simultânea de várias fontes de informação; Percepção e definição do desequilíbrio subjacente ao problema (um problema implica uma incompatibilidade entre várias formas, um desequilíbrio); Campo mental amplo: estratégias organizacionais eficazes; Comportamento comparativo espontâneo (através dos princípios da aprendizagem significativa e da comparação que se deve iniciar uma nova aprendizagem, um novo conteúdo. É necessário que o mediador comece pelo conhecido para depois apresentar o novo); Percepção integrativa dos dados; Conduta de planejamento (a grande dificuldade é capacidade de representação mental); Pensamento hipotético-inferencial (formular várias hipóteses); Necessidade de buscar evidência lógica e disponibilidade de estratégias para confirmação de hipóteses; Representação mental acurada de relações virtuais facilitando o pensamento abstrato e a antecipação (representar mentalmente um conjunto de vários dados, vários fenômenos); Focalização sustentada de atenção, apesar de fatores afetivos e ambientais adversos; Modalidade de comunicação universal e inteligível (comunicação verbal que seja inteligível, precisa); Ato mental regulado, levando a respostas controladas, planejadas e reflexivas (procedimento de ensaio e erro é casual);

HABILIDADES METACOGNITIVAS E APRENDIZAGEM AUTÔNOMA É a capacidade de pensar sobre o nosso pensamento, acompanhar de forma consciente o nosso processo mental. Funções metacognitivas essenciais:     

A percepção do desequilíbrio à situação de problema (visão errada do problema); Definição rigorosa do problema; Formulação de estratégia; Mobilização e alocação de recursos (cognitivos); Monitoramento e regulação do processo de resolução do problema; 4


Avaliação da solução do problema;

HABILIDADES AFETIVAS PARA A APRENDIZAGEM 

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Motivação (intrínseca/extrínseca) levando ao envolvimento ativo (criar significado para aprender, para ter motivação e o papel do mediador é ampliar seu sistema de necessidades); Curiosidade, tendência para indagação; Satisfação derivada da realização de uma tarefa, um desafio/prazer em obter sucesso; Tolerância à frustração, ao desapontamento, ao insucesso e criticismo; Localização interna do controle: disposição para assumir responsabilidade pessoal; Necessidade de pertencer a um grupo de pares ‘pertença’ (autoimagem, autoestima, autoconfiança, autocontrole, autoconsciência) Nossos sentimentos são fatores não intelectivos, mas para aprender precisamos destes e dos fatores intelectivos.

PRÉ-REQUISITOS SOCIAIS      

Tolerância ao outro, às crenças e particularidades; Empatia, identificação com os sentimentos, necessidades e experiências alheias; Refinamento de modos e da maneira de ser; Modéstia, sensibilidade e falta de arrogância (conceito exagerado de si mesmo); Assertividade; Efetiva resolução de conflitos e manejo de problemas interpessoais;

Todos os componentes acima citados podem ser chamados de POTENCIAL DE APRENDIZAGEM. Quando dizemos que um aluno tem um bom potencial de aprendizagem é que este já desenvolveu os prérrequisitos sociais, as habilidades afetivas, funções cognitivas e metacognitivas e habilidades psicomotoras, ou pelo menos, uma grande parte destes. Temos que entender todas estas habilidades individuais pois são elas que irão determinar a efetividade da aprendizagem. Por exemplo, o mediador, por mais comprometido e estimulador de seu grupo, não conseguirá atingir efetivamente os alunos que apresentam os reflexos motores ou articulações que necessitam de desenvolvimento. Enfim, todas estas habilidades necessitam estar bem desenvolvidas para que o mediador atinja eficazmente seu objetivo. 5


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