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MEIO AMBIENTE

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43 Anos do PET da Engenharia Elétrica

Por Leonardo Santos

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Programa de Edu-

Ocação Tutorial (PET) engenharia elétrica da UFC, fundado em 1º de abril de 1983, completou, no ano da publicação desta revista, 38 anos, consagrado como um dos grupos PET ininterruptos mais antigos do Brasil. Com intuito então de comemorar esse aniversário, a CT NEWS preparou esta matéria trazendo uma perspectiva geral sobre a atuação do PET, com um foco sobre a perspectiva do aluno e para isso realizamos uma entrevista com a estudante Lucca Lemos e o tutor prof. René Bascopé.

O PET (Originalmente conhecido por “Programa Especial de Treinamento”) foi um programa desenvolvido em 1979 pelo professor Moura Castro, que atuava como diretor geral da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES. O programa surgiu com a proposta de criar núcleos de excelência estudantil nas universidades, tendo esse grupo o objetivo central de auxiliar os demais estudantes em suas tarefas. O prof. René Bascopé nos contou que desde os primeiros anos, o PET Elétrica da UFC atuou seguindo bem a proposta original. Os PETianos realizavam monitorias, auxiliando os alunos na resolução de lista de exercícios, desenvolvendo, além disso, atividades internas como pesquisas, essas, que os projetavam para uma carreira no ensino superior. Com o decorrer dos anos, os três pilares da Universidade (pesquisa, ensino e extensão), foram sendo gradativamente mais relacionados ao programa. Hoje, o PET Elétrica atua com diversos projetos seguindo o Manual de Orientações Básicas (MOB) do MEC. Um exemplo da interação entre ensino e extensão é o projeto Pró-Exacta. Sendo uma iniciativa coletiva entre os PETs do Centro de Tecnologia, que tem como objetivo realizar aulas de reforço de (Redação, Matemática, Fìsica, Química) para alunos do ensino médio da rede pública aos sábados.

O PET também desenvolve outros projetos, como o AnimAÇÃO, onde os PETianos realizam atividades de voluntariado, visitando lares de idosos e hospitais infantis, com o objetivo de trazer alegria e descontração para as pessoas nesses locais, através de atividades lúdicas. É um projeto que se destaca por viabilizar o contato dos alunos da universidade com a comunidade em geral, no exercício de atividades cujo objetivo é trazer alegria para pessoas necessitadas, trabalhando a humanização das relações e trazendo o afeto como protagonista.

No eixo da pesquisa, as atividades ocorrem paralelamente às outras e de duas maneiras: no primeiro ano os PETianos novatos realizam pesquisas sobre Fundamentos Matemáticos voltados à engenharia elétrica; e no segundo ano são aplicados os conhecimentos adquiridos no primeiro ano, e que é chamado de Pesquisa Aplicada, onde já realizam estudos de sistemas práticos. Normalmente são formados grupos de duas a três pessoas e os resultados das atividades citadas alimentam as apresentações de trabalhos nos Encontros Universitários (EUs). Outros eventos dos quais os PETianos participam, estão os encontros estadual, regional e nacional dos grupos PET (ENCEPET, ENEPET e ENAPET, respectivamente).

Lucca Lemos, que entrou no PET Elétrica em 2019, evidencia o quanto a experiência de estar no PET contribui com a sua jornada acadêmica. Ele conta que quando entrou na universidade, não se imaginava em uma posição de liderança, por exemplo, e no PET conseguiu adquirir essas habilidades a ponto de organizar e facilitar projetos. “A experiência de estar no PET é como estar em uma caixa de areia, onde a experimentação e o apren-

dizado se relacionam”, disse. O tutor René Bascopé aponta que um dos objetivos do PET é contribuir com a formação dos PETianos (membros) e inclusive citou vários alunos que alcançaram bons resultados no mercado de trabalho, alguns exercendo cargos de liderança, outros seguindo o caminho da pós-graduação, evidenciando que os objetivos do PET estão sendo cumpridos. É importante destacar também, a relação direta do PET com os alunos de graduação. Todos os PETianos têm a missão de auxiliar seus demais colegas. Um dos frutos desse objetivo foi o projeto de extensão “PETEETUBE”, um canal no YouTube onde são produzidas videoaulas, entrevistas e demais conteúdos com objetivo de auxiliar os estudantes de graduação, com o foco nos alunos de engenharia elétrica. Há também os minicursos realizados pelo PET, onde cada minicurso é focado em um aspecto técnico específico, podendo ser um software utilizado em alguma disciplina da graduação ou uma linguagem de programação, por exemplo. Outra atividade de grande valia é o “Áreas da Engenharia Elétrica”, o qual consiste em um projeto integrado realizado pelos PETianos com os professores da disciplina obrigatória chamada “Introdução à Engenharia Elétrica”, onde, junto com os calouros, são desenvolvidos alguns trabalhos práticos abordando diversas áreas da engenharia elétrica. Essas são algumas das atividades focadas no progresso do aluno da engenharia elétrica. Lucca evidenciou o esforço contínuo dos PETianos em promover ações que gerem um diálogo com os demais alunos do curso e apontou que é necessário haver uma postura de diálogo e abertura para que os outros alunos tenham interesse em participar das atividades. E esse é um dos objetivos que norteiam as ações do programa, pensar a melhor forma de impactar positivamente os estudantes.

Em 2020 com o advento da pandemia, o PET sofreu com as dificuldades de adaptar suas ações para o meio digital, mas com bastante esforço, boa parte das ações e projetos foram viabilizados. Um dos exemplos de adaptação foi o já mencionado projeto “AnimAÇÃO”, que originariamente tem uma proposta de visitas a instituições e no período da pandemia foi adaptado para a construção de campanhas de arrecadações, com isso auxiliando essas instituições de outras formas.

O Programa de Educação Tutorial é uma grande oportunidade para o amadurecimento do aluno. Ao mesmo tempo que este oferece muito para o programa, ele recebe muito em troca e respectivamente a comunidade acadêmica em geral. Quisemos mostrar com essa matéria a forma de atuação do PET, as consequências das ações do programa para as vidas dos estudantes e como o programa se adapta em momentos de urgência. Sendo o PET Engenharia Elétrica um dos grupos PET ininterruptos mais antigos do Brasil, ele vem continuamente se afirmando como um programa de excelência, trazendo excelentes resultados para a comunidade e seus membros. Para finalizar, o tutor afirma que o PET é um formador de mentes brilhantes.

Entrevista: Gabriel Cela, exaluno do Design, é um dos 73 selecionados na Bienal de Ilustração Digital da Lituânia, com a obra “Em casa”

Por Paulo Souza

ex-aluno do curso

Ode Design da UFC, Gabriel Cela, teve recentemente selecionada uma obra, intitulada de “Em casa”, para ser apresentada na Bienal de Ilustração Digital da Lituânia. Então entramos em contato com ele para conversar um pouco sobre sua experiência na UFC, como isso influenciou na sua jornada, sua obra e como foi o processo de criação e inscrição da obra para seleção.

Natural de Sobral, Gabriel Cela entrou na UFC em 2014, no curso de Arquitetura e Urbanismo e veio para Fortaleza porque o curso ainda não havia sido criado em Sobral. Após cinco semestres, ele decidiu trocar para o curso de Design pois não estava se identificando mais com o atual. “Comecei (o curso) em 2017, me encontrei bem mais, mais espaço pra me expressar criativamente e de uma forma mais visual, mais gráfica. Desde criança eu sempre gostei bem mais disso, até escrevia umas historinhas curtas e desenhava os personagens das histórias e acabei focando mais no desenho e na pintura”.

Com seu talento reconhecido na UFC, Gabriel foi indicado para um estágio no jornal O Povo e foi lá que ele produziu não só a obra exposta na Bienal, como várias outras. Lá dentro, foi oferecida a ele uma oportunidade de ilustrar para o jornal, oportunidade essa que ele não deixou passar.

“Com algum tempo de estágio, as pessoas lá dentro viram que eu gostava de arte, de desenhar. Daí um dia, meu supervisor me perguntou se eu topava ilustrar uma edição do “Ciência e Saúde”. [...] Eu topei, achei muito massa e essa edição específica falava sobre os impactos da pandemia na vida de várias famílias, especialmente na vida de crianças e adolescentes que estão inseridos no espectro autista. Como esse período, com o lockdown, isolamento, afetava a vida dessas pessoas.”

Ele também sobre as suas inspirações, referências e o motivo das suas escolhas artísticas para compor a obra. “O que me inspirou bastante foi buscar referência em traços mais infantis, então eu quis usar bastante cor, uma paleta bastante colorida, traços mais soltos e tentei não ser tão literal. Eu queria representar a criança, o personagem, dentro de um espaço, mas não literalmente dentro de casa. [...] meio que brincando no próprio universo dele de imaginação. Ao mesmo tempo, eu busquei colocar elementos que remetessem ao ambiente de uma casa, por exemplo, uma cadeira, uma janela, que estão no cenário e vão se misturando

Obra digital “Em casa”. (Foto: divulgação)

com as próprias cores, para dar uma atmosfera mais lúdica. Eu tinha muito essa ideia da fuga. O personagem está preso dentro de casa e o lugar que ele tem pra ir é a imaginação. Então, as crianças que criam um mundo inteiro, dentro da própria imaginação, foram coisas que me inspiraram enquanto eu fazia a ilustração.”

Gabriel falou também do processo de inscrição da ilustração. Depois de aprovada e publicada pelo jornal, ele repostou a arte em seu Instagram pessoal. Lá, uma amiga sua de faculdade o informou da realização da bienal e disse qual era o tema: “O Pulo”. “Fui pesquisar mais, fui percebendo que o tema conversava muito com a minha ilustração. “Um pulo quase que infinito, porque a imaginação leva a criança a lugares que nem existem. Ela salta e ninguém sabe onde ela vai chegar.”

Para finalizar, Gabriel também falou de seus projetos atuais e planos para o futuro. Está atualmente trabalhando com design de mídias sociais no Festival Concreto, um festival de arte urbana em Fortaleza, mas ele afirma que pretende seguir trabalhando com ilustrações.

“Eu estava afim de fazer “prints” das ilustrações que eu produzi pro TCC, fazer uma exposição mesmo que virtual e talvez vender. Como eu desenvolvi várias ilustrações num mesmo tema, eu pensei em disponibilizar pra vender, mas ainda tô pesquisando como se faz isso, com a impressão, a questão da venda também, precificação e aí complica tudo. No curso de Design, na UFC em si, conversando com professores e colegas foi onde eu comecei a pensar que poderia profissionalizar mais isso, que antes eu via só como um hobby.”

“ELES PEDEM PARA VOCÊ FAZER UM TEXTO EXPLICANDO A OBRA E EU COLOQUEI ALGO MAIS OU MENOS COMO: “O MAIOR PULO QUE EXISTE.”

Gabriel Cela, ex-aluno do curso de Design.

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