DEZFACES 3

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Adriana Versiani Álvaro Andrade Garcia Amanda Bruno Camila Nicácio Camilo Lara Carlos Augusto Novais Carlos Barroso Clô Paoliello Dedé Bertussi Eduardo Osório Cisalpino Glória Campos Heloísa Madureira Heraldo Alvim Márcio Almeida Marco Scarassatti Marcus Vinicius de Faria Mário Azevedo Mingau Osvaldo André de Mello Soraya Vasconcelos Teresa Negromonte Drummond Vera Casa Nova

Belo Horizonte junho/julho

fase

2011


dante alighieri passou quinze anos escrevendo os versos da divina comédia humana! ! marcel duchamp e john cage jogaram uma partida de xadrez sobre um tabuleiro preparado! ! oswald de andrade exclamou: roteiros roteiros roteiros roteiros! ! friedrich nietszche exilou-se voluntariamente entre as montanhas geladas! !

expediente

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Belo Horizonte, junho/julho de 2011 Editores Adriana Versiani, Camilo Lara, Carlos Augusto Novais. Revisão Carlos Augusto Novais. Capa Detalhe de flor-cadáver (Amorphophallus titanum). Foto de Modesta Trindade Theodoro e José Maria Theodoro, extraída de http:// blogdamodesta.zip.net/. A Morte para Yvan Goll

A morte é uma flor que só abre uma vez. Mas quando abre, nada se abre com ela. Abre sempre que quer, e fora de estação. E vem, grande mariposa, adornando caules ondulantes. Deixa-me ser o caule forte da sua alegria. Paul Celan Tradução: João Barrento

Capa Dezfacinhas Teresa Negromonte Drummond. Projeto gráfico, capa, direção de arte e formatação Glória Campos e Clô Paoliello/

entenda o

Mangá Ilustração e Design Gráfico.

ludwig wittgenstein sugeriu que sobre o que não podemos dizer devemos ficar no silêncio!

Tiragem 1.000 exemplares Impresso na Gráfica Editora Jornal do Comércio.

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Camilo Lara camilara@uol.com.br

número da página número do fascículo total de fascículos número de página sequencial

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a morte é só o começo! !

Contatos Adriana Versiani driarroba@gmail.com

Carlos Augusto Novais carlosanovais@yahoo.com.br


o templo de leila e a chave que perdi para Leila Guenther

Versiani | Adriana

Noite de pouquíssimas estrelas, cavalos trotam ladeira abaixo, Leila não escreve. Imagino-a, seu sopro é forte. Cabelos negros e os brincos que lhe trouxe no último Natal. Tenho esperança: porque ainda não me foi permitido o poema, porque o poema não é para mim que roço entre as pedras da rua esse graveto retirando gramíneas ou planta rasteira que porventura cresçam ali, naquele espaço. Sei Leila que me cobre com seus cabelos negros e de seus brincos que tocam minha testa. Ouço o ar que ela respira como no último Natal. Cavalos trotam e uma pulsação ladeira acima. São muitos os telhados. Imagino-me. O sol trinca a superfície, mina uma água da parede lateral do abrigo e as mãos de Leila estão marcadas. Desenho círculos de giz no cimento do quintal. Quando nasci deixaram-me na piscina ligada aos azulejos do fundo. Meus olhos são azuis e não preciso respirar. A fumaça negra cobre a água. Leila me afaga com suas marcas. Feridas nas pontas dos dedos. Tenho esperança. Uma luz queimou meus olhos que desaprenderam a ler. Meio dia, Leila e o som de seus cabelos espalham poeira de minério. Bateias esquecidas na margem do rio, balaios. Ouço os ferros. Imagino-me.

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Novais | Carlos Augusto

tributo a maiakóvski

mais fácil é ser feliz vencer as mesmas batalhas por todos já negociadas sem riscos nem um triz mais fácil é manter o riso contar as velhas piadas por todos já gargalhadas sem choro nem um vício mais fácil é rezar a missa confessar os antigos pecados por todos já perdoados sem terço nem ave-maria mais fácil é viver a vida sonhar os amores alados por todos já enamorados sem asas nem cicatriz

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mais fácil é subir ao paraíso galgar os eternos degraus por todos já partilhados sem corda nem bala vil mais fácil é perder a rima cantar as conhecidas baladas por todos já dedilhadas sem alaúde nem uma lira mais fácil é dizer o difícil escrever as nobres palavras por todos já oficializadas sem começo nem fim mais fácil é chegar ao cabo sem misturar as tintas nem atrapalhar o início por todos já começado

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Scarassatti | Marco

música experiência (3) postal sonoro nômade

Viaja o mundo solitário E as impressões sonoras envia. Dos lugares que visita, mistura a dor. Não assina, deixa vestígios, mas a cada passo apaga o anterior. Às vezes liga Escuto apenas o ambiente pra onde o telefone aponta. Trajeto moradia Dessa vez o que recebi foi uma carta, Sem remetente, apenas o nome de uma avenida, Gomes Pereira, uma foto de Lisboa e esse escrito que transcrevo.

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I O estalo precedido pelo crescente aproximar – cubículo maquinário carregado/elevado pelo ranger dos cordões de aço – não deixava assombrar pela dúvida, a alternativa única era entrar. Fechada a porta, fechada a grade dourada, a pequena caixa agigantou-se em pátio verde e laranja; engolia e condensava num tom baixo e contínuo – desses que assopram o ventre e percorrem internamente com leves toques nas costelas e nos pulmões – os pensamentos e memórias do instante anterior. Não via o céu, vertia ao chão. Encostei meu bulbo e as pontas das minhas omoplatas no espelho que, junto à parede oposta à grade, me rangia os dentes a cada palmo de descida. O assertivo duplo toque, matraquear, raspaestala de uma clavecatraca ressoava no grave tom que oprimia o ambiente – de andar em andar. O continuum ganhava em tensão. Continuamente descia. Não era comum, nesse horário ou nessa época do ano, que parasse em algum desses andares. Não era comum outros passageiros e seria bem desconfortável adicionar outro elemento ao ruidoso silêncio e prazer da angústia dessa descida, em particular. De modo abrupto, mais um estalo: som e movimento cessaram. Aguardei ainda um breve instante até perceber que era possível estender o braço e alcançar, fazer rolar as rolimãs da grade que me separava do carro-condutor e da viagem. Lancei meu olhar através da porta de vidro no instante em que pela rua passava um ônibus em disparada. Do seu movimento apreendi apenas um fragmento, possibilitado pela moldura no batente formada. Porém, sua passagem inaugurou e fez emergir todo o som do ambiente que agora estava. Avancei em direção ao ecran de vidro de onde avistava as pessoas como em câmera lenta, pelo passeio, esforçando-se contra o vento e em contrário ao movimento dos automóveis. Entre a porta de vidro e a do elevador; nessa pequena distância de, no máximo, quatro metros, uma voz balbuciou algo corriqueiro e cotidiano mascarado pelo som ligeiro do riscado da vassoura. De modo automático, não pensado, respondi que sim, ou quem sabe, bom dia. Era a encarregada da limpeza.

Contra o vento também me lancei. Estranha a sensação de resistência causada por ele, meu casaco trepidava e minha boca, sempre boquiaberta pela dificuldade de respirar, secava num quase assobiar com o ar que entrava. Agora, apesar da estranha sensação que o invadia, pôs-se a distinguir alguns ruídos isolados. Ondas negras e doces cresciam(...), com uma força irresistível,(...)as pulsações do seu sangue agitado subiam e desciam ao ritmo dessas ondas.(...) nessas ocasiões elas traziam, ou o gorjeio distinto duma calhandra, ou o murmúrio abafado duma bétula em flor, ou a garrulice, que mal se distinguia, do riacho. Uma andorinha fazia assobiar o ar com o seu vôo, descrevendo cada vez mais perto círculos caprichosos. Os grilos cantavam, infatigáveis, e a cobrir todos estes sons diferentes elevava-se por vezes a exclamação arrastada e triste dum trabalhador no vale, excitando os bois no sulco dum baldio.1

Absorto em minha memória, percebi, em crescendo, um doloroso canto vindo do alto, concorrente aos guinchos dos varais que ouvia em toda parte. Elevei a cabeça e transportei-me de volta ao emaranhado sincrônico de sons e sensações urbanas. O prédio em construção, esqueleto despido de suas futuras paredes, abrigava o murmúrio entoado de um trabalhador que enternecia

com sua vocalização aquele dia frio de labor. Percebi a ausência do livro que me acompanhava em memória; imediatamente revi a cena do quarto: a cama de casal de madeira maciça envernizada que na alta cabeceira despontava duas bem torneadas lanças. Contrastava a colcha vermelha, de uma saturação desbotada que repousava sobre o sonoro colchão de molas. E bem ali estava o livro, esquecido nas rugas da cama desarrumada. E bem ali escutava, o livro, o rádio relógio sempre mal sintonizado que provavelmente já havia despertado. Passei pela banca de revistas atento ao possível aceno do jornaleiro, um imigrante, árabe, de olhar triste e sorriso desconcertado. Nunca havia sequer trocado meia dúzia de palavras com ele – a bem verdade, só lhe comprei um jornal apenas uma vez – porém, nunca perdia a oportunidade, a caminho do metrô, de procurar seus olhos e sua atenção para o cumprimento. Essa modesta cumplicidade, quase falsa intimidade, parecia nos alegrar – a solidão estrangeira parece ressignificar os pequenos gestos de amistosidade. Cheguei ao correio e me fiz lançar numa viagem de alguns dias através do postal enviado. Korolenko, Vladimiro. O músico cego. 1

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de Mello | Osvaldo André

ele se criou para diOli e Carol

Hevecus integra um grupo de artistas, grandes deformadores da realidade. O desenho acadêmico desdenhado, investiram na criação da própria linguagem plástica, de onde emergem os estilos inconfundíveis, à distância. No escuro, brilham a escola GTO, Waldir Caetano, Celeste Brandão, Hevecus...

Hércules Veloso Cordeiro. Hevecus. Ele criou este nome Hevecus para a Vida e a Arte. Ele se criou.

Transformava em ateliê breves espaços domésticos em conflito, a paz dos bares, estúdios de artistas e casas de amigos, a rua e a praça.

A próxima exposição, debaixo do braço, transitava pela cidade, muitas vezes vendida, perdida, refeita.

A provisória vida ambulante. A entrega da vida ambulante à arte.

Artista solar. Na figuração do Sol e na captação da luz nas cores, a par com áreas noturnas.

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A intertextualidade. Eleita a técnica mista, atingiu profundidades para as superposições de lixos franciscanos e de lixos urbanos. O sacro e o profano.

A dramaticidade dos suportes fugazes. Convites, pedaços casuais de qualquer papel, assim mantidos, folhas secas, papéis laminados de cigarro, páginas de missais, vinhetas bíblicas, caixas de fósforo, guardanapos...

A durabilidade da obra questionada. O traço da esferográfica contra o eterno nanquim. A caneta de cores de água e o chá contra pastéis e guaches franceses. As películas de cinema, o vidro moído, retalhos de veludo...

O efebo louro desdobrado, ao correr do tempo, apaixonadamente. A palavra escrita quer desenhar. Cristos, cálices, anjos, seres imaginários, um homem suprimido do sexo, pelicanos, madonas, Clarice Lispector, o caipira, o toureiro conduzido pelo touro imponente e dócil, o céu, o Sol, os girassóis, a máscara, o ator...

Composições oníricas e etílicas.

Um artista neo-barroco celebra a brevidade da Vida e se suicida.

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Versiani | Adriana Campos | Glória

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prefácio para leque branco da série o que é da história está guardado


conto colar — a casa do baile da série o que é da história está guardado

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Bertussi | Dedé

tradução

C’è un luogo dove l’aria è salata e le scarpe sono sempre piene di sabbia. Un luogo in cui, lungo la costa, l’autunno è piu caldo della primavera, un luogo in cui i fiume scorrono da nord verso sud; Qui sono cresciuta. Nella mia infanzia tutto scorreva nella stessa ed única direzioni dei fiumi, dall ‘alto verso il basso. Verso il mare. Ora vivo in un altro paese. Qui non c’è il mare, la primavera è piu calda dell’autunno e i fiumi scorrono da sud verso nord. Ora, a seconda di dove mi trovi, la vita scorre dentro di me, a volte dall’alto verso il basso, a volte dal basso verso l’alto. Marija Madunic

Marija Madunic nasceu na Croácia em 1976. Em 1992 resolveu morar e estudar na Alemanha onde se formou em História, Filosofia e Teologia. Enquanto estudava, iniciou uma intensa relação com a cena artística emergente da Europa. Atualmente divide seu tempo entre Hamburgo e Berlim como curadora de um “studio multidisciplinar de design”.

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Existe um lugar onde o ar é salgado e os sapatos estão sempre cheios de areia. Um lugar onde, ao longo da costa, o outono é mais quente do que a primavera, um lugar onde os rios correm do norte para o sul. Nele eu me criei. Na minha infância, tudo corria na mesma e única direção dos rios, de cima para baixo. Na direção do mar. Agora vivo em outro território. Aqui não tem o mar, a primavera é mais quente do que o outono e os rios correm do sul para o norte. Agora, conforme o lugar onde eu esteja, a vida corre dentro de mim, às vezes, de cima para baixo, às vezes de baixo para cima.

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Andrade Garcia | Álvaro

quando uma imagem vale mais que mil palavras ou seria, quando uma imagem suscita mais de mil silêncios, ou talvez fosse assim: mil imagens mostram uma mesma palavra

Vi e ouvi Koyaanisqatsi pela primeira vez por acaso. Estava em São Paulo, vivendo um conturbado momento da minha vida. Entardecia, eu caminhava pela Augusta, andando a esmo, quando vi o cartaz do filme e resolvi entrar no cinema. Eu tinha um bom motivo para encarar aquela palavra entoada no filme de forma mântrica... kooo yaaaa nis qatsi. Ele foi escolhido o melhor filme pelo juri popular da Oitava Mostra de Cinema de São Paulo, naquele ano de 1984. O que se passou naqueles 86 minutos, diante de pura música e imagens em sucessão, o tempo todo com a temporalidade alterada. Gravações quadro a quadro durante longos períodos de tempo (time lapses), slows e fasts, um crescendo de velocidade nos movimentos, pausas precisas em slow sobre as faces

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das pessoas, o sentimento através do gesto facial, e voltavam os engarrafamentos, a vida in the box da metrópole, seus óbvios movimentos, repetitivos e pixelatadados. Uma sinfonia com acordes e arpejos acompanha tudo isso. Um som preciso e totalmente integrado com as imagens. Músico e diretor trabalharam anos juntos nisso.

Saí do cinema em estado de choque. Já era início de noite. E as luzes da cidade, o trânsito, os prédios, tudo me jogava de volta ao filme. Era como sair de uma história que se passou na tela e encontrar ela outra vez ao seu redor, por toda parte, um contrário do que acontece em Rosa Púrpura do Cairo. E se eu já estava desequilibrado ao entrar, sairia completamente fora do eixo. Fui direto para a rodoviária e embarquei para Belo Horizonte, como se isso fosse resolver alguma coisa... e, bem, nunca mais fui o mesmo. Há filmes assim, livros assim, discos, pessoas. Há momentos em que imagens nos despertam, como se fossem a peça que faltava para fechar o quebra-cabeça,

catalizam, transformam cobre em ouro, adensam um pensamento que ainda era confuso e esparso. Depois de passar por elas, já somos outra pessoa, mesmo sem compreender por quê ou mesmo como. Depois, revi o filme diversas vezes ao longo das décadas seguintes. E posso dizer que aí, além de me transformar, ele virou uma influência, de nova linguagem, sobre dizer o essencial. Como um filme sem diálogos ou texto podia dizer tanta coisa? No final do século 20? Persigo várias ideias cinematográficas que aprendi no filme, penso e escrevo sobre a experiência de viver nesse mundo urbano, nas grande metrópoles contempo-

râneas, imersos em tecnologia, cada vez mais distantes do ritmo natural. Sei que os americanos ainda não estavam tão gordos, nas inúmeras cenas de rua e metrô. De resto, o enredo continua bem atual, de 1982 a 2011, as imagens já estavam todas lá: as centrais nucleares, as minas exaurindo a terra, a metrópole, os engarrafamentos, a vida in the box da grande maioria da população mundial.

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Casa Nova | Vera

caos urbano

Entre luzes e sombras A foto estampa Meu olho. Percorro a cidade Inabitada Ininteligível Diante de mim Dissipação. Tens a suavidade das retinas cansadas. No vôo dos pássaros Dilacero os ais da cidade E reescrevo no crivo do olho A singular sentença: O caos devém sombra E a luz se refaz pelo teu olho.

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Novais Carlos Augusto Cl么 Paoliello Cisalpino Eduardo Os贸rio ira Helo铆sa Madure celos Soraya Vascon d onte Drummon Teresa Negrom

Belo Horizonte junho/julho 2011


Soraya Vasconcelos

a sombra do dragã

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o balanço sa da minha ca voa alto lá no céu à noite lua m e t o d n a u q de São Jorge u vejo o chapé o sonho iga da minha am nço é ter um bala igual ao meu

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Clô Paoliello e Ló Madureira tradução

A baby Sardine Saw her first submarine: She was scared and watched through a peephole. ‘Oh come, come, come,’ Said the Sardine’s mum, ‘It’s only a tin full of people.’ Spike Milligan

Uma sardinha-menino ao ver seu primeiro submarino fugiu pra espreitar, medrosamente. Sua sardinha-mãe lhe disse, então: Não se assuste, coração, é só uma lata cheia de gente.

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Teresa Negromonte Drummond

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Carlos Augusto Novais haikais Eduardo Os贸rio Cisalpino desenhos

truque de tucano esconder todas as cores no preto e no branco

dia da colheita no fim da tarde a cutia enche sua cesta 6_

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no s贸 do cerrado entre vazios e arbustos campeia o veado

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de quatro o quati em bando de mais de quatro come aqui e ali

outono ou inverno quando é que a formiga canta na porta do céu?

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Até o próximo número!


epitáfio do século xxi

Bruno | Amanda

pra ver se a Sandra sai dessa vida

amei demais, trabalhei demais morri muito mais do que devia bem antes do último cais.

a menina vê tv e repete a palavra até perder sentido em breve irá repetir o mundo e esperar que faça sentido

quando o próximo poema? quando o próximo passo? ainda não ainda não abra pro tempo mais um pouco de espaço

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Versiani | Adriana

transalucinação de um poema de Alejandra Pizarnik

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no pântano

Arrasta mil passos paciente e maduro. Talvez uma gota desenhe a antiga espessura em tardes mais livres que esta. A cascata reflete os pastos silenciosos que nutrem a pele negra da terra vestindo-a de luz. :Sombra persistente :Chuva inaudita :Flores invisíveis Tanto céu, tanta chama... Meus dedos estalam As vozes se elevam querendo matizar aspirações: lábios que espessam notas, lábios que encerram rugas, lábios que riem sob a opressão do manto tingido em vários tons. Cada cor deseja um espaço maior na tela. Assim eu sigo. Assim eu vejo o esfumar das horas branco/negras deste calendário que transpira suor de um verão intangível.

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Almeida | Márcio

recado em branco & preto

Cuidado aí, meu caro amigo, com o fácil e o digestivo. Já não se escreve com o umbigo pra provar que se está vivo. Cuidado com a democracia verborréica e o pop poético. Poesia não é mercadoria, poeta é ser muito mais ético. Cuidado com o narcisismo, com a vaidade, o espelho meu. Facilitar é afundar no abismo e você só é bom sem o eu.

Cuidado ao nivelar por baixo, ao fazer média em jornal, bom poema não dá em cacho, poética não é sonrizal. Cuidado ao fazer o nome nas estâncias da camõenidade, pois não é poeta nem é homem o que se faz de Masõ ou Sade. Cuidado com drummondicídio ou com a bigorna do concreto: o abobril é o pão por suicídio de quem só poeta pelo reto. Respeita o que lhe desagrada que há lições inaprendidas. Melhor ser exceção à poetada que ser geléia-geral na vida. Cuidado com o que lhe cega a luz da fama e da egolatrina. Poesia é o que lhe nega pra ser melhor quando assassigna. Cuidado com o crochê dos clichês do discurso-adjetivo na pauta. Poesia não faz grana ou michê e o seu melhor nunca fez falta. Cuidado com o agrado barato e retrocesso ao canto do chiste, que poesia pode ser este fato: onde você pensa que é, não existe.

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Azevedo | Mário

texto e tradução

Os termos textos e/ou escritos de artistas mostram-se cada vez mais presentes, comuns e próximos, no campo da arte contemporânea. Há um crescente registro de suas falas e declarações, em veículos da imprensa ou em edições organizadas. É certo que se trata de um material da maior importância, pois é imprescindível conhecer o que os artistas têm a dizer — além da obra que realizam — e ler o seu texto, seja de que maneira for ou sob qualquer forma em que se apresente. Quando o texto ainda se coloca como um objeto artístico, essa produção pode alcançar níveis de importância bastante consideráveis. De acordo com essa premissa, quando conheci a obra de Joaquín Torres-Garcia, há mais de vinte e cinco anos atrás, ela foi como uma revelação para mim. Com o tempo, senti que era preciso conhecer também sua obra escrita, pois todas as suas pinturas e desenhos já não eram suficientes para um diálogo verdadeiro. Assim, da vontade de fazer uma tradução de alta qualidade de alguns textos de TG e do desejo de compreendê-los mais profundamente, nasceu a pesquisa que embasou a minha tese de doutorado, já encerrada. Esse pequeno texto desenhado do artista apresentado a seguir nas páginas 22 e 23 — DESSINS — faz parte do material original desse trabalho, que compreendeu vários manuscritos desse uruguaio de ideias próprias — um outsider do Modernismo europeu — que deixou uma obra bastante considerável e digna de muitas outras explorações. Torres-Garcia nasceu e morreu (1874/1949) em Montevidéu, Uruguai, vivendo quase 40 dos seus 75 anos de vida na Europa. Deixou mais de 50 títulos (mais de 600 textos, ao menos) sobre arte, reunidos em livros de variados formatos — publicados na Espanha, na França, na Argentina e no Uruguai — construindo reflexões, explorando linguagens, discutindo pressupostos e criando teorias renovadoras. Sua carreira e seu trabalho travaram diálogos importantes ao vivenciar experiências de riqueza diversa no âmbito da história da arte moderna ocidental. Partindo dessa identificação pessoal com as obras e textos do autor-artista, foi preciso assumir uma postura de intérprete-autor – sob a reivindicação de uma liberdade reflexiva – a favor do conhe-

cimento e entendimento do objeto em questão, como uma aposta, sem garantias. As obras de TG são estruturas lúdicas e sua leitura só foi possível quando encarada como um grande puzzle, montado ou desmontado sob uma lógica sensível e errática. Dessa maneira se estabeleceu uma linguagem de artista para artista, responsabilizada por sua própria criação. Atípicos, esses fascinantes carnets combinam, de modo particular, um conteúdo teórico a uma determinada visualidade/plasticidade. Vagando entre o escrito-de-artista e um projeto de edição, essas peças assumem uma forte feição gráfico-reflexiva, através de símbolos e figuras essencializadas — com números, letras de fôrma e figuras sintéticas — cruzando texto e imagem, teorização e plasticidade. Além de serem cuidadosamente redigidos à mão, em uma tipografia específica e singularmente composta pelo próprio autor, eles são ainda primorosamente montados e formatados, estabelecendo-se definitivamente como objetos em seguida. O discurso do artista utiliza uma espécie de intermediação entre os campos da palavra e da imagem, que torna cada página um espaço de detalhada riqueza, multiplicado no conjunto. Funcionando equilibradamente e interagindo na sua comunicação, nenhum deles se impõe sobre o outro, caracterizandose como um trabalho de caráter mestiço, em que cada categoria se completa em uma instância renovada, algo entre. Essas conjugações já indicam um campo de ações e significados — mesclados ou não — muito além do texto ou da pintura isolados. Portanto, a escrita de TG é uma ferramenta, um instrumento para o trabalho, tanto quanto seus lápis ou pincéis; um instrumento de pensamento, tanto quanto sua experimentação visual. Sua plasticidade se nivela à da obra, sem perder seu teor, ultrapassando suas funções de base e ascendendo a um nível dinâmico e expansivo, como um potente e engenhoso jogo de imagens. Esse pode ser ainda o caso de muitos outros artistas e obras, em tempos e espaços variados, que — assim como eu — também buscam uma instância de renovação das relações entre a teoria e a prática na arte.

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desenhos1

A intenção desta tradução é registrar o pensamento do artista, tornando-o mais claro e compreensível quanto possível, em outro idioma. As soluções são encontradas, ora pela proximidade de significado dos termos e expressões, ora pela manutenção da intenção semântica exposta e de sua intenção expressiva. Como se sabe que nesta época o artista ainda não dominava bem a língua francesa, recém-chegado a Paris, tal expediente se torna inclusive necessário.

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No original, a palavra está dentro do desenho de um vidro, logo após a frase; ela não faz parte do curso do texto propriamente dito. Mas, mesmo assim, considero importante seu registro nesta tradução. 2

O acréscimo desta expressão, no meu entendimento, enfatiza o que o artista quis dizer. 3

A mesma idéia, em tradução literal. Mas considero que a palavra pensamento aí, no fluxo de entendimento, é mais adequada ao que o artista quis dizer. 4

O acréscimo desta expressão, no meu entendimento, enfatiza o que o artista quis dizer. 5

6 Acredito que o sentido do termo aqui seja plagiar e/ou se inspirar diretamente.

O acréscimo desta expressão, no meu entendimento, enfatiza o que o artista quis dizer.

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8 Deve vir também, em tradução literal. Mas considero que a expressão veio também aí, no fluxo de entendimento, é mais adequada ao que o artista quis dizer. A sequência de abordagens — negros, incas, Gauguin, Cézanne, Cubismo e Abstração — é uma só. 9 Acredito que o sentido da expressão aqui seja motivo, razão, porquê.

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Aqui eu não corrijo minha TENDÊNCIA . TINTA 2. Tendência geométrica. Uma coisa está bem definida: que um quadro é um arranjo feito por um artista, de uma maneira livre, sem copiar nada. Formas — não coisas. Outra coisa bem definida para nós: que cada forma deve estar de acordo com uma ordem estabelecida na superfície. Algo que sei bem é que um museu ETNOGRÁFICO me interessa muito, mais que um museu de PINTURA. O homem das catedrais passou — o homem, hoje, constrói máquinas. Grandes pontes metálicas, grandes transatlânticos E USINAS. Contam que Gauguin (que não era um naturalista imitativo, como são quase todos os pintores franceses, sem exceção) explicou um dia — desenhando sobre uma mesa de café — que todas as formas dos objetos podem se encaixar, se representar3,

em formas geométricas. Cézanne teve a mesma idéia. Um pouco como os povos da antiguidade, os negros, os incas e etc. Nós temos o mesmo pensamento4. Léonce Rosemberg disse: “A ARTE se segue, continua5, não se imita.” Muito bem dito. Em uma certa época, tudo isso estava no ar. A cristalização: O CUBISMO. Começaram a roubar 6 dos negros, e Cézanne (forçosamente) depois fez disso um original7. A ABSTRAÇÃO : esta veio 8 também; a AUTOCONSCIÊNCIA (uma tendência); mil sinais anunciam tudo isso. A consciência se torna objeto. Tudo prepara a evolução. Mas a Arte tem uma base 9 útil , oculta ou bem aparente. Que utilidade se pode atribuir a uma obra abstrata? Aquela de nos colocar no equilíbrio, na ordem, em uma proporção ou medida, dentro de uma unidade perfeita. J. Torres-Garcia


courts-metrages, poèmes visuels

curtas-metragens, poemas visuais

J’ai deux amours

J’ai deux amours...

Mon pays et Paris

Meu país e Paris

Il est brun

Ele é moreno

Elle est blonde

Ela é loira

Et moi, métisse

E eu, mestiça

dans ce déchirement.

nesta dor.

Mal du pays :

Saudade:

entre ma mère

entre minha mãe

ma langue maternelle

minha língua materna

et moi

e eu

qu’un allaitement

apenas um aleitamento

de distance.

de distância.

Nicácio | Camila

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Lara | Camilo

Pode ser uma necessidade de (re)significação de um poema, o dizer de possibilidades abertas e partilhadas de outras fontes próximas, separadas por anos, décadas e séculos, entre nós, humanos, desejosos da “dialógica” com outros humanos. Pode ser um equívoco, consolidação de um fracasso dos cinco sentidos, pois, sentir não é pureza, é vício, e, portanto, o sentir atravessa a história. Pode ser apenas anunciação da leitura de um poema, a inscrição do corpo nas próprias margens, não um processo de procura, mas uma coordenação de linhas paralisantes, esconderijo de palavras, a idade da voz, em silêncio. Pode ser uma apropriação indébita, paisagens do esquecer e do lembrar, lâmina roçando a íris: sempre do lado de dentro.

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Alvim | Heraldo

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Mingau

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de Faria | Marcus Vinícius

nem tão longe nem tão perto a passos uma figura à mesa emiliana enebriando elegante o bistrô na lexington o cabelo, o rosto oval, resvalando porta afora a descoberta na tarde chuvosa nyc abril 2011

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Álvaro Andrade Garcia Belo Horizonte, 1961. É escritor e diretor de audiovisuais e de projetos multimídia. Tem publicados oito livros de poesia e dois de prosa. Escreveu crônicas e ensaios para imprensa. Criou e produziu videopoemas, videocrônicas, web documentários e portais na internet. Toda sua produção está disponível no site www.ciclope.art.br, dedicado à poiesis e à imaginação digital, no ar desde 2002. Amanda Bruno Concluiu o ensino médio em uma escola ítalo-brasileira e atualmente estuda Letras na UFMG. Entre 2007 e 2010, publicou contos, crônicas, artigos e poemas na Revista Cultural Carpe Diem. Posta alguns escritos em seu blog, quando sobra tempo. Camila Nicácio Nascida em Belo Horizonte (1977), Camila Nicácio tem, graças a seus pais professores, seu imaginário povoado de personagens e histórias fantasiosas desde a infância. Professora de história do direito, ela entretém o gosto pelas palavras e o gosto pela língua francesa a encoraja à aventura poética que dá origem a estes Curtas-metragens. Reside atualmente na França, onde faz um doutorado em antropologia do direito pela Université Paris I, Panthéon Sorbonne. Camilo Lara Nasceu em Itaguara-MG. É professor e coordenador de Atividades Culturais do Cefet-MG. Tem dois livros de poemas publicados em co-autoria. Foi um dos organizadores da Coleção Poesia Orbital em 1997.

Carlos Augusto Novais João Monlevade-MG, 1958. Poeta e professor de Literatura e Filosofia. Livros de poesia: A de Palavra, 1989; alvo. s. m., 1997; Antologia Dezfaces, 2008. CD de poesia: Cacograma, 2001 (em parceria). Participações: Alegria Blues-Banda, 1979; Salto de Tigre, 1993. Co-editor: Mostra poética de BH, 19941996; Poesia Orbital, 1997 (coleção de livros de poesia), Inferno, 2000. Carlos Barroso Carlos Antonio Barroso Mourão, também conhecido como Carlão. Jornalista especializado em política, trabalhou na TV Bandeirantes-Minas (repórter e comentarista político), no Hoje em Dia, Diário da Tarde e Estado de Minas. Um dos fundadores da revista de poesia e artes Cemflores, publicou Poetrecos (Coleção Poesia Orbital, 1997) e Carimbalas (Edição Cemflores, 2008). Clô Paoliello Designer gráfico e ilustradora, é também leitora voraz. Desenha por linhas tortas, nem sempre acerta. Dedé Bertussi A Dedé, nossa amigona,1962, é gaúcha, estudou história em Ouro Preto depois museografia no México, foi morar e trabalhar em São Paulo e girando assim conheceu a Marija. Agora ela mora em Veneza com o Giorgio. Eduardo Osório Cisalpino Nasci em uma fazenda em Barbacena no dia 13 de abril de 1929. Formei-me em Medicina pela UFMG, sempre na realidade fui um fazendeiro. Em 1980 adquiri a propriedade Fazenda do Capão Verde, nas proximidades de Cordisburgo, terra do encantado Guimarães Rosa. Por lá, fiquei 30 anos, tornando-me sertanejo. Glória Campos Formada em desenho, EBA/UFMG, atua como designer gráfico há 20 anos. Sócia-diretora da Mangá – Ilustração e Design Gráfico. Heloísa Madureira Conceição do Mato Dentro, 1963. Não viu direito o homem chegar à lua. Não sabia que ele tava indo pra la, e a televisão pegava mal.

Heraldo Alvim Nasceu em Divinópolis, 1943, Minas Gerais. É formado pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais. Por volta de 1975 fixa residência/ atelier em sua terra de origem, onde vive em tempo pleno para as atividades artísticas: trabalhou como Diretor do Centro Municipal de Arte e Museu, produz ensaios críticos de arte para a imprensa e ministra palestras e cursos de Arte e de Cultura Brasileira. Márcio Almeida Mestre em Literatura, professor universitário, jornalista e crítico de raridades. Publica com regularidade no Cronópios, Germina, Caos e Letras, SLMG, Iniciação Científica, Pensar, Gazeta de Minas (Oliveira), Agora (Divinópolis) e diversas revistas virtuais do exterior. Autor, entre outros, de Estranhos muito íntimos (bilíngue, Multifoco, Rio de Janeiro, final de 2010), A minificção do Brasil – em defesa dos frascos & dos comprimidos (crítica literária, Sociedade dos Escritores, São Paulo, final de 2010), entre muitos outros. marcioalmeidas@hotmail.com Marco Scarassatti Nasceu em Campinas-SP, 1971. Compositor e artista sonoro, professor de prática do ensino de música na FaE-UFMG. Autor do livro Walter Smetak: o Alquimista dos Sons, Ed. Perspectiva/Sesc, 2009. Mário Azevedo Artista plástico/visual e pesquisador, graduado em Desenho, Gravura e Licenciatura pela Escola de Belas Artes da UFMG, em Belo Horizonte, onde leciona desde 1994. Tem Mestrado em Poéticas Visuais (1999) pela mesma instituição e Doutorado em Teoria, História e Crítica de Arte (2010) pelo Instituto de Artes da UFRGS, em Porto Alegre, com passagem pela Université Jules Verne de Picardie, em Amiens, na França. Expõe desde 1980, com mostras individuais, exposições coletivas e Salões de Arte, com várias premiações e destaques, no Brasil e no exterior. A tradução dos textos de J. Torres-Garcia, aqui representados por Dessins, é parte de sua tese de Doutorado.

Marcus Vinicius de Faria Publicou os livros de poemas Armadilha para hábil caçador pegar o bicho quanto antes, 1981. Desejo insano, 1987, e Outros tempos, 1997. Tem poemas e traduções publicados em diversos periódicos e antologias, dentre elas, Poesia jovem – anos 70 – Literatura Comentada. Mingau é rabiscador de poesia e música. Nasceu e cresceu (ainda não reproduziu nem morreu) em Divinópolis, terra de prados & adélias, MmMinas das Gerais. Como não tem estilo próprio, fez do não-ter-umestilo-próprio seu próprio estilo. É formado em História e co-editor do Barkaça (zine de literatura e artes visuais. / www. barkaca.com). Não sabe o que vai fazer da vida, mas acredita que a vida saberá o que fazer dele.

minibiografias

Adriana Versiani Adriana Versiani dos Anjos. Nasceu em Ouro Preto–MG, 1963. Tem quatro livros de poemas publicados, dentre eles, A Física dos Beatles (2005), Conto dos dias (2007), o virtual Explicação do fato (2008. Germina literatura – Revista Virtual) e Livro de Papel (2009). Integrou o Grupo Dazibao, de Divinópolis/Belo Horizonte. Foi co-organizadora da Coleção Poesia Orbital e do jornal Inferno. Fez parte do conselho editorial da Revista de Literatura Ato.

Osvaldo André de Mello Divinópolis - poeta e diretor de teatro. Tem vários livros de poemas publicados, dentre eles, Meditação da Carne (1977). Participa de antologias, entre elas, Antologia da poesia mineira hoje (org. Assis Brasil). Soraya Vasconcelos Tem 11 anos, mora na rua 5, na casa grande com jardim na frente. Teresa Negromonte Drummond Tem 8 anos e nasceu em Belo Horizonte, 2002. Estuda no Instituto Libertas de Educação e Cultura. Gosta muito de andar de skate, visitar a vó na fazenda e dançar na Escola Corpo. Gosta, ainda, de estudar filosofia, sumô e música. Vera Casa Nova É professora da Faculdade de Letras da UFMG, pesquisadora do CNPq, doutora em Semiótica pela UFRJ, pós-doutora em Antropologia Visual pela EHESS/Paris, poeta e ensaísta.

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Barroso | Carlos

Ilustração: Alexandre Arte Designer: Pedro Martini

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