O MUSEU DA PAZ e o Centro de Educação, Memória, Estudos e Cultura Afro-Brasileira, vinculado às Secretarias Municipal de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos e a Secretaria Municipal de Cultura, da Prefeitura Municipal de Campinas, será voltado para a difusão dos princípios da Cultura de Paz e dos Direitos Humanos, constituindo-se também enquanto espaço de Educação (formal, informal e continuada), desenvolverá o diálogo intercultural com o conjunto da sociedade, contribuindo para o estabelecimento de laços sociais e de coesão social, na construção da cidadania e na compreensão e respeito às identidades coletivas.
Apresentação
O MUSEU DA PAZ almeja ser instalado em edifício histórico localizado no Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim (antiga Casa Sede da Fazenda Mato Dentro e construções no entorno) e assegurará o compromisso institucional com as diversas histórias que podem ser contadas, com o resgate das memórias individuais e coletivas de todos aqueles que construíram e constroem a cidade de Campinas e, em particular, do povo afrodescendente.
Seu acervo abarcará diversos aspectos da Cultura de Paz e dos Direitos Humanos, abordando temas como o respeito pela liberdade, justiça, democracia, tolerância, igualdade e solidariedade, e exibirá seu Acervo em Exposição de Longa Duração, Exposições Temporárias e Exposições Itinerantes.
Promover a Cultura de Paz e os Direitos Humanos dando voz ao povo afrodescendente, às mulheres, à comunidade LGBT, às crianças, adolescentes e jovens, aos idosos, às pessoas com deficiência, e a todos os grupos vulneráveis, vítimas das desigualdades e da quebra de laços sociais, propondo o diálogo comprometido desses segmentos com o restante da sociedade, garantindo a preservação de seu patrimônio cultural, através da coleta, organização e disponibilização pública de referenciais materiais e imateriais
Missão
Visão
Ser reconhecido pela população como instituição de referência em ações de Cultura de Paz e Direitos Humanos, unindo História, Memória e Contemporaneidade.
Valores
• Ética em todas as dimensões e ações institucionais; • Transparência na gestão dos recursos e do patrimônio sob sua responsabilidade; • Compromisso com a dimensão social do Museu; • Respeito nas relações interpessoais, profissionais e institucionais.
Programas Educativos
O MUSEU DA PAZ, enquanto espaço de educação e transmissão do conhecimento, desenvolverá programas educacionais e pedagógicos, em parceria com outras instituições, especialmente escolas, para educar diversos públicos acerca dos princípios da Cultura de Paz e do respeito pela liberdade, justiça, democracia, direitos humanos, tolerância, igualdade e solidariedade , e também sobre a importância de se preservar o patrimônio cultural da humanidade e o meio ambiente. O desenvolvimento de programas e projetos educativos fará parte do que é definido como “alfabetização visual” ou “alfabetização museal”. Partindo das Ações Museais (Exposições, Oficinas, Seminários, Pesquisa Orientada, Cursos e Colaboração com Escolas), será possibilitada a experiência da apropriação cultural, crítica e consciente, por parte dos mais diferentes grupos sociais e culturais.
O MUSEU DA PAZ terá à disposição, para formação do Acervo, os seguintes bens culturais:
Acervo/ Patrimônio Cultural
• Bens materiais – formação rural (patrimônio urbanístico); agenciamentos paisagísticos (patrimônio paisagístico); possíveis bens móveis (objetos de arte, objetos utilitários, documentos arquivísticos e iconográficos); bens imóveis - o casarão e entorno construído (patrimônio artístico e arquitetônico); • Bens imateriais – tradições e técnicas “do fazer” e “do saber fazer” humanos, como polir, esculpir, construir, cozinhar, tecer, pintar etc. (patrimônio intelectual); as expressões do sentimento individual ou coletivo, como as histórias de vida, as manifestações folclóricas e religiosas, a música, a literatura, a contação de histórias etc. (patrimônio emocional).
O MUSEU DA PAZ se posicionará conceitualmente no campo da Sócio Museologia e na prática da Tecnologia Social, o que significa:
Política de Produção e Aquisição de Acervos
1- Sócio Museologia: O Museu será capaz de promover a Cultura de Paz e os Direitos Humanos, integrado à comunidade, promovendo sua participação, para a valorização de sua identidade, com o comprometimento com a redução das injustiças e desigualdades sociais, com o combate aos preconceitos, com a melhoria da qualidade de vida coletiva, com o fortalecimento da dignidade e da coesão social. 2- Tecnologia Social: O Museu desenvolverá processos e ações que valorizem métodos e técnicas que atendam aos quesitos de simplicidade, baixo custo, fácil aplicabilidade (e reaplicabilidade) e impacto social comprovado.
Isso significa dizer que o MUSEU DA PAZ receberá e produzirá acervos destinados à preservação e à exposição a partir da relação direta com a comunidade, amparado pela Rede de Parcerias, da abertura de editais de chamamentos públicos (sem custo para o Poder Público) de doação de acervo, e da coleta e registro de “histórias de vida” (que serão preservadas em meio digital e expostas).
Exposições
Além de preservar, conservar, documentar e pesquisar o seu acervo, o MUSEU DA PAZ terá a responsabilidade de desenvolver projetos e programas de exposições permanentes (ou de longa duração), temporárias (ou de curta e média durações), itinerantes e outras atividades especiais para circulação de conhecimentos e divulgação de acervos. E, além de exposições construídas a partir do próprio acervo, haverá também a recepção de exposições temporárias originadas em outras instituições parceiras.
Alguns exemplos de Exposições que constarão da Programação de Longa, Média e Curta durações do MUSEU DA PAZ:
01- Centro de Educação, Memória, Estudos e Cultura Afro-Brasileira:
Promover a valorização, a preservação e a fruição do patrimônio cultural afro-brasileiro, e a investigação das memórias, da história e da cultura da comunidade negra de Campinas , visando contribuir na desconstrução de preconceitos e estereótipos e no combate ao racismo e à discriminação racial, por meio de exposição permanentes e temporárias, e outras ações museais que dialoguem com a composição do Museu da paz.
02- Retratos da Paz:
Exposições de artes, fotografias e outros recursos audiovisuais que retratem momentos, situações e imagens representativos de esforços individuais e coletivos em prol da construção da Paz.
Exposições textuais e audiovisuais das histórias de vida coletadas pelo Museu.
03- Histórias de Vida:
04- História de Campinas, através das histórias de vida de seus moradores:
Exposições textuais, audiovisuais e Rodas de Conversas sobre a História de Campinas a partir das histórias do cotidiano, contadas por seus moradores.
05- Mulheres e Homens da Paz:
Exposições textuais e audiovisuais sobre as mulheres e homens ganhadores do Prêmio Nobel da Paz, além de outras premiações correlatas e também todos aqueles que, mesmo não tendo recebido prêmios específicos, contribuíram e contribuem, de forma significativa e reconhecida, com a construção da Paz e o respeito ao Direitos Humanos.
06- Exposições da Empatia:
As Exposições e Ações de Desenvolvimento da Empatia constituirão do eixo principal do MUSEU DA PAZ, perpassando todas as demais áreas, ações, exposições e programas, com relevância para os Programas Educativos, subdividindo-se em:
A- Colocando-se no Lugar do Outro
B- Provocando nossa curiosidade
Ação museal que permitirá aumentar nossa conexão com os sentimentos e necessidades de outras pessoas, valorizando a preocupação moral com elas e motivando a tomada de atitude para melhorias das relações humanas. Gandhi dizia que era preciso se colocar no lugar não só dos pobres e dos sem poder, mas também de nossos inimigos. Isso ajudará a aumentar o nível de tolerância e desenvolver estratégias mais inteligentes para promover mudanças sociais.
Ação museal que abordará o tema da curiosidade. É sabido que grande parte da nossa curiosidade se perde após a infância. Mas, cultivar esse sentimento é uma forma de desafiar crenças e estereótipos. A ação proporá o encontro com o outro, com o diferente, propondo e possibilitando que no espaço do Museu os visitantes conversem com outro visitante desconhecido, não sobre temas irrelevantes, mas sobre assuntos que realmente importam, como a vida, a morte, a cultura, a Paz.
C- Aprendendo com a História Ação museal que tratará da “empatia” em larga escala, em nível coletivo, abordando, através de recursos audiovisuais, momentos da História em que a “empatia” entrou em colapso, como durante o Holocausto ou no genocídio em Ruanda, e os momentos em que ela floresceu, inclusive em meio às próprias guerras. A recepção que a cidade de Campinas e a Prefeitura oferecem aos imigrantes e refugiados que aqui aportam, é um exemplo disso. Esses momentos precisam ser registrados, expostos e divulgados.
D- Criando vivências Ação museal composta por iniciativas práticas e diretas, desenvolvendo atividades sensoriais como, por exemplo, criar espaços de visitação onde a regra é entrar e circular de olhos vendados, ajudando a criar empatia com quem é cego. Os Jardins Sensoriais do MUSEU DA PAZ, edificados nos espaços externos do Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim, serão utilizados nessa ação.
E- Aproveitando a tecnologia para a construção da Paz Ação museal que abordará as formas de aproveitamento das novas tecnologias para a construção da Paz e dos Direitos Humanos. A tecnologia sempre foi importante em mudanças sociais. Um exemplo disso, foi a tecnologia da impressão, fundamental no processo de abolição da escravidão, ao permitir a impressão de panfletos abolicionistas. As redes sociais atuais são poderosíssimas e precisam ser utilizadas para o bem da humanidade, a preservação do meio ambiente e o fortalecimento da empatia entre as pessoas.
F- Formando líderes empáticos Ação museal que se concentrará em práticas de formação de multiplicadores da Cultura de Paz, a partir do aprendizado herdado pela humanidade, advindo de líderes empáticos, como Nelson Mandela e Gandhi. Um grande exemplo de empatia nos deu Nelson Mandela quando, após o fim do Apartheid, percebeu que era preciso criar empatia e entendimento mútuo entre brancos e negros. Por isso, no Mundial de Rúgbi, de 1995, Mandela pediu que os sulafricanos negros torcessem para o time do país, formado por brancos. O resultado foi um momento histórico de empatia.
Jardins Sensoriais
O MUSEU DA PAZ promoverá a instalação, em áreas apropriadas do Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim (respeitando as limitações impostas pelo projeto paisagístico lá existente), de jardins inclusivos, acessíveis e multissensoriais para pessoas com deficiência e sem deficiência, estimulando os cinco sentidos – Visão, Olfato, Paladar, Audição e Tato -, permitindo inclusão, educação ambiental e empatia, sobretudo, através da Ação Museal “Criando vivências”. Os Jardins Sensoriais do MUSEU DA PAZ também dialogarão com outras ações do Museu e com múltiplos segmentos sociais, uma vez que a escolha da vegetação utilizada também priorizará referências de diversas origens regionais e territoriais, valorizando, de tal forma, a origem e as culturas dos povos formadores da população de Campinas.
Jardins Sensoriais
A composição de recursos destinados à execução do Plano Museológico do MUSEU DA PAZ priorizará a captação de recursos financeiros por intermédio dos mecanismos de apoio atualmente existentes, como: - apresentação de projetos para financiamento por meio das leis de incentivos fiscais: federal (Lei Rouanet), estadual (Lei de Incentivo à Cultura-Proac);
Sustentabilidade e financiamento
- por intermédio dos fundos: Fundo Nacional da Cultura (FNC); Fundo de Investimento Cultural e Artístico (Ficart – MINC); Fundo de Apoio à Cultura (FAC – Sedac); Fundo dos Direitos Difusos (FDD – MJ); - por meio de editais específicos: Ministério dos Direitos Humanos; Conselho Nacional do Idoso; Secretaria Nacional de Mulheres; Banco do Brasil; Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial; Caixa Econômica Federal (CEF); Petrobras; Instituto Brasileiro de Museus (Editais Mais Museus e Edital de Modernização de Museus); entre outros; - por intermédio das fundações de amparo à pesquisa: CNPq, Capes e outras; - por meio de Emendas Parlamentares.
Muitas das parcerias para a execução do MUSEU DA PAZ já são presentes nas ações atuais de Cultura de Paz efetivadas pela SMASDH, podendo ser citadas, além das Secretarias Municipais com as quais desenvolvemos ações intersetoriais, as que seguem: - Universidades: UNICAMP; FAC; UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO; UNASP; PUCC; UNISAL; entre outras;
Rede de Parcerias
- Instituições e organizações da Sociedade Civil: UNIPAZ; Associação Brasil Soka Gakkai Internacional; Associação Griots - Os Contadores de Histórias; Intervenções Urbanas pela Cultura de Paz - Danças Circulares Sagradas; Rede de Apoio aos Imigrantes e Refugiados de Campinas - RAIR; UNIPAZ Campinas; URI Campinas; Museu de Biologia e Artes de Caminas; Associação da Parada e Apoio LGBT de Campinas; Centro de Memória da Unicamp; Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas; Academia Campinense de Letras; Centro de Referência Jongo Dito Ribeiro; Instituto Cultural Babá Toloji; Aliança pela Infância; Museus da Diversidade do Estado de São Paulo; Museu da Pessoa, entre outras.
Parceria Curatorial da UNESCO
• Considerando o intenso movimento da Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos para a promoção de uma política pública indutora da Cultura de Paz, que tem se desdobrado em diversas ações, programas e projetos desde 2017, uma nova e fundamental etapa constitui-se a implementação do Centro de Cultura, Educação, Memória e Estudos da Paz (MUSEU DA PAZ).
• Assim, em convergência com agenda da UNESCO, órgão da ONU responsável pela difusão da Cultura de Paz, e com fundamento na recomendação referente à Proteção e Promoção dos Museus e Coleções, sua Diversidade e seu Papel na Sociedade, aprovada em 17 de novembro de 2015 pela Conferência Geral da UNESCO em sua 38ª sessão, realizamos interlocução com representantes da Unesco Paris para possível apoio e curadoria ao MUSEU DA PAZ.
Parceria Curatorial da UNESCO
Centrados no entendimento da importância da proteção e da promoção dos museus e coleções, de modo a serem parceiros no desenvolvimento sustentável, por meio da preservação e da proteção do patrimônio, da proteção e da promoção da diversidade cultural, da transmissão do conhecimento científico, do desenvolvimento de políticas educacionais, educação continuada e coesão social, e do desenvolvimento das indústrias criativas e da economia do turismo, a representação da UNESCO em Paris comunicou-nos, no caso de aquiescência da Administração na iniciativa proposta, a plena possibilidade de apoio curatorial na implementação do Museu da Paz, inclusive com o referendo à articulação de parcerias e patrocínios, e principalmente no reconhecimento deste patrimônio imaterial como instrumento de promoção da paz, por meio de placa oficial, e ainda, em razão da formalização da adesão à Coalizão Internacional contra o Racismo e Xenofobia pelo município de Campinas, possibilidade de apresentação da proposta para o Fundo de Patrimônio da Unesco para obtenção de recursos financeiros.
Acreditamos que uma inciativa inovadora e referendada por importante órgão internacional, além de propiciar a qualificação da cidade como cidade da Cultura de Paz, elevará o interesse turístico e cultural no município.
Sede da Coordenadoria Setorial de Promoção da Igualdade Racial
Juntamente com a ocupação da antiga Casa Sede da Fazenda Mato Dentro (Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim ) a partir da criação do MUSEU DA PAZ, pretende-se, também, instalar, no mesmo núcleo histórico preservado, a Coordenadoria Setorial de Promoção da Igualdade Racial, órgão da Secretaria Municipal de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos, responsável por desenvolver políticas públicas voltadas para a promoção da igualdade racial, na garantia de direitos da população negra e outros grupos historicamente discriminados. Essa ação, mais do que uma simples decisão de acomodação de unidade administrativa, dialoga com dois fatores principais:
1- Reveste-se de forte caráter simbólico junto à Comunidade Negra de Campinas, uma vez que, como já afirmado nesta apresentação, assegurará o compromisso institucional da cidade de Campinas com a população afrodescendente e sua valiosa contribuição em nossa formação histórica e cultural;
2- Dará visibilidade integral e demonstrará concretude de ação e consequência diante da adesão do município de Campinas à Coalizão Internacional contra o Racismo e a Xenofobia, da UNESCO/ONU.