ARTE LONDRINA 3 organização . Danillo Villa Londrina 2015
às vizinhanças aos espaços entre ao que do outro me torno eu
Catalogação elaborada pela Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca Central da Universidade Estadual de Londrina Dados Internacionais de Catalogação –na-Publicação (CIP) A786
Arte Londrina 3 / organização: Danillo Villa. – Londrina: UEL/Casa de Cultura/ Divisão de Artes Plásticas, 2015. 248 p. : Il. ISBN 978-85-7846-314-4 1. Arte – Catálogos. 2. Curadoria (Artes) – Catálogos. 3. Arte Contemporânea – Catálogos. I. Universidade Estadual de Londrina. Casa de Cultura. II. Villa, Danillo Gimenes. CDU 017:7(816.22)
reitora uel
Berenice Quinzani Jordão
vice reitor
Ludoviko Carnasciali
diretora da casa de cultura
Cleusa Cacione
chefe da divisão de artes plásticas
Danillo Villa
técnica admisnistrativa
Maristela Cestari Panza Barbosa curadoria
Danillo Villa e Beatriz Lemos mediadores
Fercho Marquéz e Marcela Novaes mediadores pibid
Ana Clara Spera Ariel Cristina Bogado Dutra Arieli Hisae Raize Omoto Danielle Cristina Dias Debora Fernandes Medeiros Felipe Nunes Pastorello Jessica Yuria Suematsu Karen Yumi Shiraishi Larissa Karla Percinoto Monique Rodrigues Brandão Nicole Batista Venturini Rebeca de Oliveira de LoTurco Sandra Midore Aguena Suellen Estanislau Cerino www.uel.br/cc/dap
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO . A
PARTE QUE NOS CABE . Danillo Villa
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ESPAÇO, VIDA E CONDIÇÃO DO SUJEITO . Beatriz Lemos
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PRIMEIRA EXPOSIÇÃO . O
ESPAÇO SONHA O SUJEITO ARTISTAS
Adriani Araujo Alexandra Kern Alexandre Wagner Carina Paccola Cecilia Walton David Magila Denise Sabino Esther Casanova Evandro Soares Fernando Weber Hugo Curti Leto William Lidia Malynowskj Lula Ricardi Márcia Braga Marcio Diegues Marcos Fioravante
20 24 28 32 36 38 40 44 48 52 56 62 66 70 74 78 82 86
SEGUNDA EXPOSIÇÃO . NA
Marilia Del Vecchio Natasha Barricelli Pedro Carneiro Rafael Santacosta William Menkes
90 94 98 102 104
ILHA SÓ EXISTE DENTRO
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ARTISTAS
Anna Paes Denise F. Adams Emanuel Franco Geovani Corrêa Guilherme Maranhão Hígor Mejïa Juliana MM Soares Karina Rampazzo Keytielle Mendonça Luis Teixeira Natália Tardin Renato Watanabe Sergio Pinzón Thais Guglielme
112 116 118 122 126 130 132 136 140 144 146 148 152 156
TERCEIRA EXPOSIÇÃO .
SOMOS TODOS AMOSTRAS DO QUE HÁ POR AQUI ARTISTAS
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Adolfo Emanuel Aline Moreno Amaryllis Norcia Ana Paula Emerich Augusto Benetti Carolina Sanches Diogo Brozoski Elen Gruber Emanuel Monteiro Emerson Pontes Jorge Medeiros José Antonio Lua Padovani Marcel Fernandes Patrícia Araujo Rafa Ps Raquel Magalhães Walter Karwatzki
164 168 172 174 176 180 184 188 192 194 198 202 206 210 214 218 222 226
CURRÍCULOS RESUMIDOS
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APRESENTAÇÃO
A PARTE QUE NOS CABE DANILLO VILLA
CHEFE DAP E CURADOR
Foram dias de trabalho intenso e estimulante na companhia da curadora Beatriz Lemos. Agora, me arrisco a apresentar algumas considerações sobre as relações que estabelecemos entre os trabalhos selecionados pelo edital da Divisão de Artes Plásticas da Casa de Cultura da Universidade Estadual de Londrina. Algumas ideias se impuseram desde o início. Entre os trabalhos que recebemos, o corpo parece ser presença efetiva como projeto que diz respeito a cada indivíduo e possibilidade de autenticidade a ser experimentada. Esse comprometimento, ou a percepção que o sujeito possa ter de si e através das obras expostas, justifica todo o empenho na realização de um edital como o Arte Londrina. Pensando instituições como a DaP como espaços pré-existentes que facilitam e abrigam algumas espécies raras de relações - entre sujeitos e objetos que passam a ser, num sentido simbiótico e expansivo, outros sujeitos e outros objetos - entendo a importância do seu papel tanto na estimulação do prazer de estar com as obras como na constituição e conscientização do direito ao conhecimento a respeito de arte e suas relações com a história e com a vida que se desenvolve em seus espaços. A distância temporal entre as exposições decorrentes do edital ajuda a distribuir os assuntos que estimularam nossas discussões e geraram o recorte curatorial. Assim surgiram as exposições: O ESPAÇO SONHA O SUJEITO Temos aqui a incidência de trabalhos que sugeriram uma reflexão sobre o espaço e nos fizeram entendê-lo nas suas sucessivas e diferentes utilizações, no seu esgarçamento em dimensões oníricas ou por aceitar 11
projeções psíquicas, como uma extensão rizomática dos sujeitos. O espaço se converte em memória, se deixando escavar. em corpo a ser projetado para o cenário estabelecido pelas relações humanas, em abismo, quando não nos é possível dimensionar o desconhecido. O espaço pode ser definido, ainda, pelos rigores geométricos que o esvaziariam, mas contra isso, vemos alguns artistas a sugerir o vazio como metáfora dos sentidos de nossa existência. Sugiro o entendimento do espaço como o lugar da vida, onde o eu (dentro) e o meu/nosso (fora) de alguma forma se sustentam; onde o sujeito sonhado por cada um é viável, possível. Aparentemente, o espaço sonha um sujeito porque o protege na sua capacidade de viver seus desejos e assim o vitaliza. Há riscos aqui, pois não há orientação moral que determine quais sujeitos constituirão o futuro; há um pouco de tudo. A babel percebida nas gaiolas sobre o monte de tijolos em um quintal de periferia no trabalho de Fernando Weber, premiado com exposição individual para 2015, é exemplo da maneira como nos relacionamos e o quanto isso tem a ver com as distâncias entre as pessoas, os espaços, suas diferenças particulares e o desejo utópico de constituir algo comum. Como nos Metaesquemas de Oiticica que indicam o que pode e deve ser tortuoso e orgânico nos projetos de racionalização do mundo, há nos trabalhos destes artistas o desejo que corpos e espaços se encontrem e se acasalem, gerando relações para além da utilidade. NA ILHA SÓ EXISTE DENTRO A errância, através da extensão dos horizontes, o vazio dos espaços e indefinição dos limites, foi apresentada nos trabalhos destes artistas. As imagens e objetos sugerem um mais para dentro necessário, associado a um silêncio que os envolve. Algumas situações, como o vídeo de Hígor Mejïa, em que de dentro de um quarto se observa uma janela e, através dela, movimentos mínimos da paisagem externa, suspendem o tempo quando nos fazem perceber 12
sua passagem. Somos seduzidos por percepções em desajuste, de miragens nas quais os artistas nos oferecem uma reflexão sobre como uma sutil instabilidade coloca a errância como experiência inevitável nos processos identitários. Revelaram-se sujeitos insulares de presenças ambíguas ou rarefeitas em fotos de viagem, como movendo-se dentro (de uma ilha?), ou mais para dentro, dando as costas às territorialidades conhecidas. Keytielle Mendonça, artista premiada com exposição individual para 2015, com seu trabalho Lago particular de onde emerjo, desenha/pinta pequenos espelhos d’água que sugerem encontros de um sujeito consigo, mesmo aparentemente se tratando de um deserto. Todas essas indefinições não parecem livrar o sujeito de si. SOMOS TODOS AMOSTRAS DO QUE HÁ POR AQUI corpo é resistência desejo é resistência resistência é projeto ou vice versa. Os artistas selecionados para esta exposição apresentam experimentações com as quais enfrentam algumas linguagens, como o desenho e o vídeo, reconstituindo rotinas: Rafa PS mantém um diário/caderno onde se veem desenhos feitos enquanto acompanhava a namorada no tratamento de um câncer. A percepção do cotidiano gera a percepção da necessidade de resistência e a resistência inevitavelmente colocará o corpo em evidência. O risco deve nos preparar para alguma espécie de combate. Estes artistas nos entregam evidências de uma vida de enfrentamentos, de tráfico de experiências, onde a dúvida a respeito dos próprios limites nos permite ser grandes. Falseamento, frestas e afetos, como qualidades de abertura, discutem o cotidiano para além daquilo que entendemos ser normal a todos: 13
mais como o tempo quando se manifestam os desejos e, portanto, as possibilidades de futuro e novas leituras sobre o passado. Neste sentido, busca-se alguma possibilidade de sentido no campo onde as ações são possíveis, no território próximo, entre todos os eventos que constituem as vizinhanças no momento presente. Raquel Magalhães, também premiada com individual para 2015, com suas pinturas de situações banais repetidas em diferentes dimensões e colocadas próximas como dípticos, nos questiona sobre o visível, as afetações que sofremos na presença dos objetos e as qualidades que podemos atingir nas suas mínimas manipulações. SOBRE ESTE CATÁLOGO Será que temos condições de reproduzir o que acontece nas exposições? Muito provavelmente não. As possibilidades de refletir de maneira expansiva sobre as estratégias usadas pelos artistas, de se entender com as dimensões dos trabalhos, das relações possíveis entre os objetos e o espaço, não se rendem ao formato. Na exposição pode-se enfim e efetivamente estar com eles (os objetos) e experimentar novas reações diante deles. Entretanto, uma publicação permite outra gama de experiências, menos públicas: pode-se abrir e fechar páginas e assim encontrar ou não artistas, como se desejar. Podem-se fazer anotações, podem-se dar a ela diferentes utilidades. Neste sentido, mais do que simples registro ou documento que atestasse quem participou com o que, queria uma provocação, uma interação, e para isso assumi que o catálogo apresentaria a exposição, sem reproduzi-la. Busquei características dos trabalhos que se impuseram nas decisões curatoriais e, quando necessário, as evidenciei via recorte e ampliação das fotos e assim os “poros” de uma determinada pele se tornaram visíveis. No processo curatorial, os trabalhos são espécies de peças de um cenário de um discurso que vem à tona, uma fala é permitida na sua presença, são alavancadores de conceitos que interferem nas percepções. Somos 14
empurrados ao encontro de alguma sentença até então inaudível que nos atualiza ou informa capacidades novas. É esse tipo de experiência que espero fomentar com o catálogo. Há espécies de vertigens que os objetos de arte causam e me interessa apresentá-los. Há detalhes que oferecem portas de entrada e, assim, os objetos se comportam como sujeitos, com seus argumentos e presença, memória e atualização. Descobrir esses possíveis ressurgimentos encorajou o processo de elaboração desta publicação e assim, evidenciando os sentidos e conceitos discutidos pela curadoria, pretendo aproximar as potências das exposições que organizamos de quem somente entra em contato com elas via catálogo. Por fim, percebi no diálogo com Beatriz Lemos um sentido produtivo/ criativo da curadoria pela nossa vontade de entrar em contato com alguns artistas e conversar sobre a formalização de seus trabalhos. Pensamos em projetos futuros que favorecessem este diálogo. Como se acabássemos com a mudez do processo de seleção e adentrássemos mais consistentemente na curadoria, expandindo o compartilhamento das possibilidades percebidas nos trabalhos. Nosso desejo foi, sem dúvida, promover potências, aquelas que os artistas tentam o tempo todo colar às superfícies de seus trabalhos, sabendo que nunca permanecerão ali: no final de tudo, o que temos é o que não nos pertence.
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ESPAÇO, VIDA E CONDIÇÃO DO SUJEITO
BEATRIZ LEMOS CURADORA
A produção recente de arte no Brasil vem acionando um vasto campo de reflexões em torno de problemáticas atreladas a seu modus operandi no meio, no que diz respeito a suas tentativas de inserção e profissionalização. Demandas comuns a todo o sistema do capital recaem com mais vigor e transparência não somente na logística de escoamento da produção, mas, em alguns casos, e até mais fortemente, no cerne da potência criativa do século atual. Ao longo dos últimos anos, a relação referencial entre o pensamento estético e conceitual na arte e a visão de mundo atual, em tempos de amplitude de conexões, se tornou dado fundamental para a legitimação de pesquisas e sustentabilidade da obra. É notável a necessidade imposta pelo meio de um devir maleável e atento aos anseios contemporâneos. Em outras palavras, a produção atual não se restringe a um ideal de movimento ou de geração no qual é visível uma abordagem em relação ao todo. Ao contrário, ela dialoga e se insere na lógica de um ideal contemporâneo em que congrega vigor, perspicácia e desenvoltura para a reavaliação de paradigmas. Contudo, apesar do contexto propositivo que esta autocrítica, sem dúvida alguma, possa vir a gerar em âmbitos micro e macro das políticas subjetivas, é preciso atentar para o processo de absorção ativa de discursos críticos típico dos sistemas hegemônicos. Se são as ideologias de transformação, seja do sistema, do lugar ou do sujeito, que norteiam argumentos na vida e, assim, na arte, são elas também que configuram o panorama da jovem produção. Nesse caminho, o sistema de arte, para assimilar esta produção que desponta, estabelece de forma ativa demandas de inclusão para absorção dos discursos, ou seja, desdobrando-se sobre si mesmo ao ponto de conduzir 17
um posicionamento de caráter opositor às regras de consumo, como, por exemplo, às graças do mercado, neutralizando sua força de conflito. Por outro lado, a ansiedade provocada pela noção idealizada do “profissional autônomo bem sucedido” faz com que a saída das universidades para o campo de trabalho se torne nada menos do que uma corrida desenfreada pela aceitação de galerias e colecionadores, quando seria o tempo de investimento em pesquisas e amadurecimento da obra. Este panorama atual do processo de profissionalização das artes visuais é realidade em todo mundo e, aqui no Brasil, o contexto ainda conta com a presença efetiva e controversa dos editais, prêmios e salões. Tal dado contribui exponencialmente para a consolidação do trabalho do artista através dos subsídios em pesquisa e produção da obra; contudo, é notório o quão obsoleto se tornou esse formato de concurso, em que muito se encontra obscuridade na distribuição de verba, incentivo à rivalidade e que serve de palco para ações promocionais de governos e empresas. A premiação de um único ganhador ou regras engessadas para participação são alguns poucos exemplos bem comuns em convocatórias desse tipo e não condizem com diretrizes atuais de um pensamento em arte que priorize práticas horizontais e livres categorias de linguagens. No entanto, iniciativas diferenciadas de fomento despontam no cenário e fazem a diferença no meio nacional. Salões como o Arte Londrina optam pela realização de exposições coletivas, não economizam na lista de selecionados, a premiação não é individual e a intenção de um trabalho curatorial em torno das obras apresentadas é verdadeira. O processo de seleção realizado ao lado de Danillo Villa foi extremamente gratificante pela qualidade das propostas enviadas e o exercício instantâneo de identificá-las, em meio a tanta diversidade, em três diferentes eixos curatoriais: O espaço sonha o sujeito, Na ilha só existe dentro e Somos todos amostras do que há por aqui. Desta forma, ficou claro que a variedade de discursos e abordagens manifestada nas obras 18
constata a heterogeneidade entre as pesquisas artísticas presentes na cena atual: da observação anônima do cotidiano ao retrato consciente, passando pela busca do movimento da linguagem e da reconfiguração de sua situação espacial, mas sem deixar de lado a potência visual da obra, capaz de trazer à superfície sentidos simbólicos, abstratos ou imperceptíveis. Os 54 artistas selecionados são unânimes em um único ponto: no interesse em um percurso investigativo e processual. Não são produtos manufaturados para as demandas de editais. Neste decurso, encontramos desejos latentes que convergem em modos de pensar o espaço, a vida e a condição do sujeito. Indicações claras de chaves conceituais coletivas, que podemos encontrar a cada esquina do mundo e em todos os indivíduos.
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O ESPAÇO SONHA O SUJEITO
PRIMEIRA EXPOSIÇÃO 07/10 A 20/11 DE 2014
A experiência brasileira na arte mais radical de espaço sem dúvida deve ser creditada a Hélio Oiticia: seus materiais tão banais, tão quaisquer, nos colocaram a pensar o mundo a partir do entorno e com a obrigação de observar com tatilidade criativa o que está ao alcance das mãos, seja sua cama, seu caminho, o outro, você mesmo. Suas cores e texturas apontam o sentido para o cuidado de si, do corpo como medida erótica (no sentido de dar vida). Desde então, parece que, de uma maneira ou de outra, mesmo o conceitualismo ou a arte geométrica devem nos dar novas medidas humanas, ampliando-as, de preferência. Se partimos da ideia de que, então, projetar espaços significa constituílos para habitá-los, como podemos entender melhor certas dinâmicas de vivência e sociabilidade quando essas se relacionam com o lugar projetado? Com a revisão dos conceitos empregados por Le Corbusier, que definia a arquitetura como o encontro da máquina, da razão e do progresso: “A casa é uma máquina de morar”, a funcionalidade do espaço como único
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objetivo a ser alcançado cede a um pensamento em busca do equilíbrio com o homem e a vida. Assim, o espaço que nos interessa discutir aqui é esse elemento, projetado cartesianamente ou não, que sedia os descontroles e desgovernos da experiência humana. O recorte curatorial da exposição reflete esta dimensão fragmentada de espaço: se é desejo, se é corpo, resistência ou sonho. Os artistas aqui presentes nos obrigam a experimentar espaços apequenados de até 3 metros nas três dimensões, mas entendemos que são solicitadas sinergias das linguagens nas operações de aproximação, assim, entre desenhos, pinturas, colagens, objetos etc. Constituímos estruturas de espaços para nossos sonhos, para, quando nos deitamos, nos entendemos pelas partes, rígidas ou moles; quando nos expandimos, racionalizamos ou amamos. Neste sentido, o espaço abriga o que podemos ser.
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ARTISTAS
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ADRIANI ARAUJO PELOTAS . RS
Os trabalhos selecionados para o Arte Londrina 3 foram elaborados a partir da trajetória acadêmica e pela pesquisa focada nos desassossegos da matéria informe, que tem como foco principal, o uso da massa de pão. Esta matéria é pensada como transitória, não apenas por sua efemeridade, mas também, pela sua capacidade plástica que por um processo naturalmente respiratório da levedação, cria estados de reconfiguração, na própria matéria, no sujeito ou na superfície que ela ocupa. Coberta, 2012 - Este trabalho traz consigo a relação de um possível repouso. A textura do material pode ser pensada como uma pele rugosa,
com marcas deixadas por uma vida que só o tempo transgride. Camadas que se criam, entre o dormir e o apagamento provocado pela eternidade. Sono, 2011 - Série Leveduras - Uma superfície é recriada sobre a mesa com massa de pão crua. Uma matéria transitória que tem seus estágios lentos, de espera. Conforme cresce, contém os objetos que a sobrepõem dando a sensação de que eles afundam. Trata-se de um lugar instável e de performação que também provoca o abandono da posição vertical das taças, fazendo-as ruir diante a ação impiedosa do tempo. Adriani Araujo
coberta . 2012 série de foto performance . massa de pão crua sobre o corpo 89,5 x 55 cm cada foto páginas 26 e 27 sono . série leveduras . 2011 . instalação louças e talheres sobre massa de pão crua 30 x 60 cm
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ALEXANDRA KERN PELOTAS . RS
A referida ferida do corpo ferida da alma ferida da vida O corpo inventado modificado mutilado A passagem O entre parado... TRANS feridx passadx formadx
páginas 29, 30 e 31 trans . 2014 (detalhes) fotomontagem manual: impressão 210 X 78 cm
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ALEXANDRE WAGNER SÃO PAULO . SP
Peter Sloterdijk diz que apesar da humanidade nunca viver completamente fora da natureza, sempre cria um espaço existencial em torno de si mesma, separandose da vida selvagem. São espaços humanizados apartamentos, condomínios onde a natureza é completamente substituída por uma realidade feita pelo homem à procura de um ambiente protegido das possíveis influências do mundo externo. Uma espécie de imunologia construída. Em Passagens, Walter Benjamin também sugere que o legado da
forma de vida da burguesia do século XIX teria sido o esforço para neutralizar tudo que é exterior e criar um interior que contém a totalidade. Partindo destas leituras, as duas pinturas apresentadas tentam alguma ambigüidade na construção de espaços internos; sugerindo um ambiente mais exposto e menos domesticado, buscando construir essas características por meios próprios da linguagem: o uso da cor, a construção do espaço e na fatura dos trabalhos. Alexandre Wagner
páginas 33, 34 e 35 sem título . série cantos . 2014 (detalhes) óleo sobre papel 190 x 100 cm
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CARINA PACCOLA
LONDRINA . PR
AR RAREFEITO No trabalho Ar rarefeito, uso tintas e colagens de papel. Crio formas que parecem ganhar vida própria: são o que não são. Mostram talvez o que esteja escondido em mim. A colagem se mistura às cores e já não se sabe mais o que é papel e o que é tinta: tudo vira cor. E a cor vira forma. As pinceladas irregulares criam campos de cor e de luz. Pode ser um passeio para quem vê. Um passeio que o leve para dentro de si, atrás de memórias. Ou, então, pode ser apenas um momento para perceber as tonalidades das tintas e os movimentos dos pinceis. Carina Paccola ar rarefeito . 2014 óleo s/ tela e colagem 50 x 60 cm
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CECILIA WALTON
SÃO PAULO . SP
SILÊNCIO A obra é composta por objetos que representam o real, mas não tem mais sua função existente, simulacro. Como o latão, eles são maleáveis e flexíveis, expondo aos olhos do observador, uma realidade física e silenciosa. Cecilia Walton
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silêncio . 2014 mesa e cavalete em madeira, livro e estojo em mármore, lápis e régua em latão dimensões variados
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DAVID MAGILA
SÃO PAULO . SP
O desenho é a principal linguagem desenvolvida pelo artista paulista David Magila. Integrante do coletivo Base V, Magila trilha caminho próprio autoral e tem em suas memórias do litoral boa parte de suas influências plásticas. A partir de imagens fotografadas em lugares próximos ao mar como portos antigos ou marinas abandonadas, os registros fotográficos entram como construção estética e levam a discussão para a autenticidade entre a imagem e a matéria. Estas imagens são transformadas
em desenhos e pinturas e são requalificadas em outros significados. Mas não existe uma busca pela supervalorização da imagem fiel ou uma pintura realista. O traço e o cromatismo de seus desenhos não trazem à tona um litoral solar e otimista; suas paisagens se ligam mais a lugares melancólicos e esvaziados da figura humana. Por vezes, o desenho escapa da bidimensionalidade e vaza para o espaço, flertando com o tridimensional e o escultórico. Mário Gióia páginas 41 e 42 isolado I e IV . 2014 (detalhes) monotipia 35 x 21 cm página 43 condições de ilusão I e III . 2014 acrílica e lápis sobre tela 60 x 60 cm
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DENISE SABINO LONDRINA . PR
E SE FOR SALIVA? Ao observar os materiais no cotidiano percebe-se que eles possuem características próprias, produzem pequenas reações e ações, são capazes de se mover, produzir sons e causar ilusão. Ao interagirmos com eles também podemos reagir aos seus atos. Nesse trabalho a dúvida é algo particular, pois o questionamento é ampliado pela possibilidade da substância no vídeo ser realmente a saliva ou outro material similar. No vídeo aparece um líquido em um cenário inventado; um ser estranho em um lugar estranho. Esse personagem surge para atuar/
interagir com esse ambiente novo. A ligação do ser com o espaço e a dúvida que permeia o vídeo, atrai para o trabalho algumas características como encenação, engano, fuga, procura, não saber. A atmosfera criada ali se mostra de uma forma desconhecida, mas o que não se sabe pode ser descoberto, assim como o movimento, o brilho, o ruído ou o que mais vier a ser encontrado. E se a pergunta for: a saliva está ou não no vídeo? De uma forma ou de outra ela já existe no trabalho apenas por se perguntar sobre ela. Denise Sabino páginas 45, 46 e 47 e se for saliva? . 2014 vídeo 2’ 38’’ vimeo.com/100036779
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ESTHER CASANOVA
SÃO PAULO . SP
O assunto dessa série é a cidade o lugar em que vivo. Imagens feitas através de diversas janelas cujas perspectivas focalizam o horizonte direcionam o olhar e refletem questões para “ além da arquitetura”. Utilizei a técnica da colagem assim
como a construção de uma pintura. Em cada composição diversos papéis foram colocados, rasgados e colados em camadas e foi por causa dessa fragilidade do material que as obras estão emolduradas com vidro. Esther Casanova
sem título . 2014 (detalhe) colagem 72 x 66 cm páginas 50 e 51 . 2014 sem título (detalhe) colagem 63 x 100 cm
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EVANDRO SOARES
GOIÂNIA . GO
O goiano Evandro Soares conecta o saber popular com questões da arte contemporânea, liga sua longa experiência em serralheria (que confere à sua produção qualidade técnica irrepreensível) ao frescor com que trada as questões que advêm dos códigos construtivistas, minimalistas e até mesmo do design e da arquitetura. Uma inventividade intuitiva rege seu modo de pesquisar a linha como fundamento do desenho, sua maneira de tratála como único elemento de sua linguagem artística. O artista manobra e expande o conceito de desenho entre os espaços bidimensional e tridimensional, entre a forma inscrita sobre o
suporte e a projeção para fora dele; realiza deslocamentos até a dimensão do objeto e às vezes até à instalação, quando extrapola os limites do suporte e instala a obra diretamente na parede, por meio de formas criadas com linhas metálicas que se fixam perpendicularmente na parede, e de vinil adesivo recortado, que por sua vez desempenha a função de sombra. O espaço é o grande motivo da obra de Evandro Soares que surpreende pela inteligência plástica das estruturas de pequenos espaços dentro de pequenos espaços, de escadas que acessam escadas ou que dão em mundos subjetivos. Divino Sobral páginas 53, 54 e 55 sem título . 2014 (detalhes) desenho em metal e vinil adesivo 200 x 250 x 20 cm fotos: Hugo Curti
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FERNANDO WEBER
ARTISTA PREMIADO
FLORIANÓPOLIS . SC
participa também da exposição
NA ILHA SÓ EXISTE DENTRO
(DES) MONTAR PAISAGENS Como Utilizamos as imagens impressas que nos cercam? Como são representadas as imagens de paisagem atualmente? Esta exposição discute a construção do conceito de paisagem usando apropriação fotográfica e processos de colagem.. Desmontando imagens, neste caso as que apresentam componentes da natureza, capazes de, por meio da montagem, resultar em
uma nova paisagem. Procurando estabelecer uma prática que demonstre os processos da colagem que possibilitam o arranjo e rearranjo, recorte, aglutinação... Algo sempre presente é a retirada de algum conteúdo de algum lugar, dando uma nova configuração ao contexto. O que foi recortado, por sua vez, imprime sentido sobre seu novo estado temporal. Fernando Weber presságio . tríptico . 2013 colagem sobre papel dimensões variadas
páginas 58 e 59 babel . 2008 impressão fotográfica em papel hahnemühle fineart 10 x 15 cm páginas 60 e 61 lugares flutuantes . 2012 colagens sobre papel 15 x 15 cm (cada)
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HUGO CURTI
SÃO PAULO . SP
QUATRO CÔVADOS No começo, queria saber porque um metro mede um metro e acabei me deparando com uma explicação totalmente fora da nossa realidade sensível , a distância que um raio de luz percorre, no vácuo, em 1/ 299.792.458 segundos.
O que acarretaria voltarmos a usar padrões “ humanos ” no nosso dia a dia ? O côvado foi uma das primeiras medidas de distância, e é a medida do cotovelo até a ponta do dedo mais longo.
SERES ABISSAIS SOBREVIVEM A 400 milhões de anos, antes de qualquer organismo vivo pisar na terra, existia o Celacanto. Acreditava-se que ele fosse um antepassado extinto dos animais terrestres. Antepassado, parece que sim, mas não extinto. Em 25 de dezembro de 1938, foi pescado na costa oriental da África em espécie vivo.
Esse peixe que vive em águas profundas e que praticamente não mudou durante todos esses anos é o começo de uma pesquisa sobre evolução, necessidades e a relação de tempo entre os organismos vivos, já que os seres humanos existem a aproximadamente 100 mil anos. Hugo Curti quatro côvados . 2014 etiquetas de papel adesivo sobre parede dimensões variáveis
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seres abissais sobrevivem . sĂŠrie geografia 2 . 2014 fotografia (jato de tinta) . gravura em metal 40 x 30 cm um . 2014 gravura (relevo seco) 40 x 30 cm a mandĂbula . 2014 fotografia em papel salgado . gravura (ponta seca) 40 x 30 cm outro . 2014 gravura (relevo seco) 40 x 30 cm
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geografia 1 . 2014 40 x 30 cm gravura (recorte em metal) . desenho (nankin/ aquarela) o sobrevivente . 2014 aquarela . gravura (ponta seca) 40 x 30 cm um e outro . 2014 gravura (relevo seco) 40 x 30 cm as idades . 2014 gravura (ponta seca) 40 x 30 cm
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LETO WILLIAM
LONDRINA . PR
Eu já fui crente, de uma igreja pentecostal. Quando eu ia nesta igreja, acreditava em tudo que me falassem. tudo. Afinal, fui ensinado desta maneira, crer sem ver. Quando saí da igreja, aos 19 anos, isso já estava incrustado em mim, e comecei a fazer meus trabalhos a partir do texto e do discurso de modo a convencer o público (convencer a participar do trabalho ou convencer da veracidade de algo que afirmo). Desta maneira, encontrei respaldo na arte conceitual e na psicanálise lacaniana, que me ajudou a entender o que estava fazendo. O trabalho que apresento nesta mostra
(inserir o nome da exposição aqui), corpo dilatado, é composto por 15 desenhos de prédios da cidade de Londrina, com uma intervenção na estrutura de cada edifício. Cada desenho tem um título remetendo a relações interpessoais e o endereço do prédio desenhado. Este endereço serve para validar a intervenção e levantar dúvidas relativas à produção do trabalho, se ele é um registro de uma intevenção minha ou de outro artista, ou se a intevenção acontece somente no desenho. Espero que as pessoas creiam sem ver. Leto William
três possibilidades de sexo . série corpo dilatado . 2012 . 2013 nanquim e acrílica sobre papel 30 x 30 cm páginas 68 e 69 corpo dilatado . série . 2012 . 2013 nanquim e acrílica sobre papel 30 x 30 cm (cada estrutura)
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LIDIA MALYNOWSKJ
BERTIOGA . SP
LAMBS AND LANDS Lambs and lands é resultado da minha primeira experiência em uma residência artística na Islândia em 2013. O tríptico em gesso possui relevos negativos de elementos comuns ao cotidiano islandês que de alguma forma se conectam com minha linha de pesquisa envolvendo a relação e o processo de integração do homem
com a natureza. Um crânio animal, uma mandíbula e uma montanha. O que aqui, de fato, evidencio através de imagens de pequenos fósseis é que nós, seres humanos, somos apenas uma consequência da natureza, pois quando nascemos sempre soubemos que um dia voltaríamos a terra. Lidia Malynowski
lambs and lands . 2014 (tríptico) gesso . escultura 12 x 28 x 5 cm cada
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páginas 72 e 73 lambs and lands (detalhe)
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LULA RICARDI
SÃO PAULO . SP
participa também da exposição
SOMOS TODOS AMOSTRA DO QUE HÁ POR AQUI
DESPERTENCIMENTO Um esmaecer, um quadro estabelecendo o porvir humano e existencial, a realidade de deixar de pertencer gradativamente a algo, o espaço de construção da vida e o derradeiro ato final. Despertencimento é a sensação de desencontro com a realidade,
sentir-se estranho com a própria essência, com a vida, com um lugar. É descolar aos poucos da situação encontrada, a solidão de não pertencer mais ao mundo ou ao corpo, uma narração de passagem e de tempo. Lula Ricardi despertencimento . série sem título . 2013 papel fotográfico . moldura de madeira . vidro 30 x 40 cm sem título . 2013 papel fotográfico . moldura de madeira . vidro 30 x 40 cm páginas 76 e 77 sem título . 2012 papel fotográfico . moldura de madeira . vidro 55 x 40 cm
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MÁRCIA BRAGA
PORTO ALEGRE . RS
A obra “Sem titulo” faz parte da segunda etapa de uma pesquisa que vem sendo desenvolvida desde 2009 e que envolve uma cerâmica macia. O processo, bastante particular, inicia com a modelagem de pequenas estruturas cerâmicas repetidas a exaustão que, depois de queimadas, constituem um repertorio de formas mínimas que volta a ser agregado. A forma do objeto é dada por espumas encapsuladas em materiais elástico-maleáveis e modelados
através de nós ou amarrações que constituem uma espécie de corpo que recebe a cerâmica através de um cuidadoso bordado. O avanço da pesquisa envolve também a dimensão das peças. A escala ampliada dos novos objetos traz uma mudança importante na relação pretendida com o público, as peças, antes de dimensão reduzida e de gesto mínimo da mão, passam agora a estabelecer uma nova relação com o corpo. Márcia Braga
páginas 79, 80 e 81 sem título . 2014 (detalhe) cerâmica sobre superfície macia 15 x 50 x 20 cm
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MARCIO DIEGUES
LONDRINA . PR
CORPO DE PEDRA Corpo de Pedra é um trabalho de construção de um corpo-paisagem no espaço de galeria; O trabalho é formado por uma instalação de pedras no chão do espaço expositivo e por um caderno de desenhos e anotações sobre uma pequena prateleira
instalada na parede, próximos; Ambos os elementos são frutos de um processo de experimentação, coleta e classificação de uma localidade da paisagem da cidade de Londrina. Marcio Diegues
páginas 83, 84 e 85 corpo de pedra . 2014 (instalação) pedras e minerais coletados no espaço de paisagem que circunda a dap - londrina 175 x 50 x 20 cm caderno com desenhos a nanquim sobre papel 15 x 39,5 cm
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MARCOS FIORAVANTE
PORTO ALEGRE . RS
O desenho apresenta-se aqui como linguagem e assunto principal, sendo exploradas suas decorrências processuais e implicações conceituais. O desenho é compreendido como um espaço em potencial, um território particular formado pela ação de construção e concepção da imagem, abarcando ideias de ordenação, seleção, contenção, ocupação e deposição. Um desenho é como um
depósito, o lugar e a própria forma de receptáculo, onde são sedimentadas ideias, desejos, memórias, percursos, mistérios e vestígios. Essas imagens, isoladas e suspensas, tornam-se objetos mudos que adensam o vazio, o contém, apontam para um ser ausente, evocam o oculto. São como metáforas para a representação, analogias do desenho. Marcos Fioravante
cliver . 2014 pastel . papel 30 x 40 cm página 88 sem título . 2014 carvão . papel 50 x 65 cm página 89 sem título . 2014 carvão . papel 50 x 65 cm
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oito . 2014 pastel . papel 30 x 40 cm duque . 2014 pastel . papel 30 x 40 cm reitoria . 2014 pastel . papel 30 x 40 cm cinquenta-e-seis . 2014 pastel . papel 30 x 40 cm cliver . 2014 pastel . papel 30x40cm
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MARILIA DEL VECCHIO
SÃO PAULO . SP
CIDADE INVISÍVEL Uma série de planos de vidro, apoiados-apoiando-se em peças de madeira clara, se multiplica sobre o chão, numa profusão geométrica que não se mantem idêntica a si mesma ao longo do dia, já que os diferentes ângulos da luz do sol e artificial criam multiplos campos de transparência e reflexos do que a circuncida. Ao mesmo tempo, esses diferentes planos, refletindo apenas parte da luz e das imagens que neles incidem, vão criando, como um caleidoscópio tridimensional, miríades de espaços no seu entorno; cidades invisíveis que
surgem e desaparecem com cada movimento de quem vê e com cada mudança na luz. O objeto apropria-se da cidade, do espaço circundante, multiplicando-o e trazendo atenção a imagens antes imperceptíveis; ao mesmo tempo, ele traz em si, num microcosmo, a construção aparentemente desordenada de uma cidade, criando - como nos labirintos - uma ordem tão estritamente regimentada quanto invisível, percebida por nós como caos, desordem fraturada pelo movimento da luz e do olhar. Marilia Del Vecchio
páginas 91, 92 e 93 cidade invisível . 2014 vidro e madeira 90 x 200 x 150 cm
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NATASHA BARRICELLI
SÃO PAULO . SP
ESCULTURAS VEGETAIS (SÉRIE) Esta série de Natasha Barricelli tem como ponto de partida imagens de esculturas reproduzidas em livros de história da arte. Viajando pelas páginas e pelo tempo, de Laocoonte à Richard Serra. Sobrepondo folhas de papel vegetal sobre as folhas xerocadas e recortadas , munida de um uma ponta seca (objeto pontiagudo utilizado para realizar xilogravuras) , a artista “desenhou” a imagem recortada sobre a folha de papel vegetal pressionando-o e decalcando com a pressão suficiente para formar o contorno da escultura, mas ao mesmo tempo delicadamente, evitando que o papel se rasgasse. A incisão provocada pela ponta seca sobre o papel vegetal resultou em pequenos relevos esbranquiçados, ou, em outras palavras, desenhos/
esculturas. Formas que nos remetem a esculturas realizadas ao longo da história da arte. E, embora nos pareça que a artista se apropria dessas reproduções de livros, não se trata exatamente de uma apropriação, mas de um meio para realizar sua pesquisa em torno da escultura. O que Natasha busca nesta série, assim como em vários de seus trabalhos, é “tridimensionalizar” imagens bidimensionais de objetos que são, na realidade, tridimensionais. Ou seja, o objeto tridimensional que é fotografado e reproduzido no livro, tornandose, assim, bidimensional, volta à ser tridimensional de uma nova maneira. Rejane Cintrão Junho 2014 páginas 95, 96 e 97 esculturas vegetais . série traço de ponta seca sobre o papel 30 x 20 ou 20 x 30 cm cada
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PEDRO CARNEIRO
RIO DE JANEIRO . RJ
MUROS A cidade é cercada de paredes, que servem para nos deixar mais seguros, cada vez mais muros são construídos para nos deixar protegidos, mas do que esses muros realmente nos protegem? Uma vez que você anda pela sua cidade existem dezenas, centenas, milhares, milhões, bilhões de paredes... Lugares e não lugares, esses muros servem como uma fronteira para nos deixar fora de um mundo e criando um universo particular, nos fechando em uma caixa. As Pinturas se dedicam a homenagear a todos que de alguma
forma rompem as barreiras visíveis e invisíveis, a todos que questionam a necessidade de promover a mudança pela mudança sem se importar com o que fica como patrimônio, a construção em cima de velhas ruínas, não tão velhas. Essas paredes são paginas em branco, que constantemente são quebradas dando lugar a novas ruínas, maiores. Contudo sempre terá novas pessoas que vêem desses muros uma janela, para ver além das paredes que nos cercam. Pedro Carneiro
páginas 99 e 100 o muro . 2013 acrílica, nanquim e poca sobre tela 160 x 100 cm página 101 Muro . 2013 acrílica, nanquim e carimbos sobre tela 40 x 30 cm
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RAFAEL SANTACOSTA
SÃO PAULO . SP
Tenho desenvolvido em minha pesquisa recente alguns objetos com elementos que me foram doados ou encontrados na rua, como tijolos de concreto, granito, ossos, ou peças inutilizadas pelo dia-a-dia, como um cordão rompido ou um bibelô quebrado. Na intenção de desenvolver uma poética pela junção destes elementos, utilizo tintas óleo ou acrílica, que fazem parte do meu repertório há algum tempo, uma vez que também trabalho com pintura desde de 2010. O propósito nessas composições é de buscar a crueza e as potências de cada elemento, pois quando dispostos unidos passam a comunicar algo de religioso,
ancestral, sacro, icônico, préhistórico e totêmico. Em alguns trabalhos, por outro lado, se vê um dado pop nas composições que trazem a cor como ponto crucial e determinante, e que se relacionam imediatamente com a ambiguidade de situações apresentadas nas pinturas de um processo meu anterior. O que é visto além, é uma elevação destes materiais banais por meio de uma colagem inesperada e, que à partir de suas qualidades opostas, se combinam ativando particularidades inerentes, afirmando assim dualidades e oposições complementares. Rafael Santacosta
lua . 2014 bola, tinta acrílica e pedra 30 x 21 x 16 cm
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WILLIAM MENKES
ARAÇATUBA . SP
GEOMETRIAS URBANAS Dar novos sentidos e significados para o que nos cerca é exercício constante do ato criativo. Arte espelha a cidade, espelha o outro. Arte espelha desejos. E o desejo de
somar ou subtrair valores para o que se encontra estabelecido provoca no artista criador a necessidade de rever e reinterpretar sutilmente o mundo. William Menkes
sem título . 2014 (detalhe) gravura em metal: água-forte e água-tinta 30 cm x 20 cm (mancha) 42 cm x 29,7 cm (papel) páginas 106 e 107 sem título . 2014 (detalhe) gravura em metal: água-forte 20 cm x 30 cm (mancha) 29,7 cm x 42 cm (papel)
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NA ILHA SÓ EXISTE DENTRO
SEGUNDA EXPOSIÇÃO 06/03 A 17/04 DE 2014
A errância muitas vezes é idealizada como negação dos estatutos sociais e regras de conduta e praticada por indivíduos que não se adequam ao sistema, sendo assim considerados sensíveis ou emocionais para além de um sentido prático. Como cenário propício, são comuns os lugares desconhecidos ou abertos, vastos onde um caminhante solitário percorre seu trajeto, fugindo ou em busca de algo não facilmente identificável, o que justifica o movimento para frente. Aparentemente esta vastidão de paisagens imaginadas ou reais é também reflexo entre mundos internos e externos, onde é possível reconhecer aspectos inerentes aos indivíduos. Ou seja, a errância é experiência inevitável aos processos identitários e optar por ela é mover-se para dentro de si em um contexto de trânsito que nos torna vulneráveis ao outro. Os trabalhos reunidos aqui se entregam à experiencia da deriva e remetem-na a citações e encontros com horizontes. Este movimento de introspecção faz de indivíduos pequenas ilhas, formando arquipélagos
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sociais entre seus limites. Ao verem a borda, a água, o território, ao colocarem a linha do horizonte em seus trabalhos, alguns artistas nos oferecem um distanciamento particular, uma experiência de recolhimento e por isso mesmo amplitude, que se alcança de qualquer ponto de onde se esteja. O distanciamento contínuo pode gerar introspecção, mas também uma certa indefinição na apreensão daquilo que pode ser visto ao longe e diante de si. A opção é afastar-se para dentro e absorver lentamente a perspectiva. Ao constituir à sua frente um horizonte, o eu insular adquire 360 graus de apreensão de mundo. Entre indivíduo e coletivo, ilha e horizonte, expanções e contrações são interfaces que qualificam as relações possíveis. Encarar a ideia de transitoriedade como potência criativa, conduz o artista ao devir do caminhante em busca do entendimento do que poderia ser essência.
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ARTISTAS
ANNA PAES
SÃO PAULO . SP
São desenhos que agrupam Flora e Fauna em representações de um universo fantástico repleto de seres mágicos: animais e plantas inseridos em uma paisagem surreal. Cada um desses elementais é recriado mediante preenchimentos gráficos autorais que se aproximam de texturas para dar origem esses diversos seres.São metáforas visuais do mundo em que vivemos, representadas através de um imaginário simbólico e materializadas mediante procedimentos gráficos. Suas obras são fruto de procedimentos multidisciplinares que incluem: papel vegetal, papel colorido,
canetinhas coloridas, lápis de cor e nanquim. Tudo isso distribuído em três planos: Um fundo com papel e duas folhas de vegetal sobrepostas. Cada um desses planos recebem interferências gráficas dos desenhos autorais e algumas colagens de fragmentos coloridos. O papel vegetal acaba provocando uma veladura, um ocultamento, uma “neblina” que suaviza os desenhos que estão por baixo construindo planos e profundidade. Apenas os desenhos e cores do primeiro plano ficam na sua intensidade e tonalidade original. Anna Paes elementais da natureza I . 2014 (detalhe) desenho/técnica mista entre papeis 62,5 x 42 cm páginas 114 e 115 elementais da natureza IV . 2014 (detalhe) desenho/técnica mista entre papeis 62,5 x 42 cm
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DENISE F. ADAMS
RIO DE JANEIRO . RJ
COMPOSIÇÃO HORIZONTAL E COMPOSIÇÃO CIRCULAR - DÍPTICO O díptico Composição Horizontal e Composição Circular conversa com a visualidade de uma natureza sutil. As águas calmas e cores claras dos lugares de vislumbre, convidam a um costumeiro estado de descanso. Talvez um otimismo nostálgico ao reconhecer o mundo. No livro A Água e os Sonhos, Gaston Bachelard diz: “ Onde está o real: no céu ou no fundo das águas? O infinito, nos nossos sonhos, é tão profundo no firmamento quanto sob as ondas…Assim a água, por
seus reflexos, duplica o mundo, duplica as coisas. Duplica também o sonhador, não simplesmente como uma vã imagem, mas envolvendo-o numa nova experiência onírica. “ Aos poucos, a inexistência da ação narrativa se transforma em canoas rebocadas por ninguém ou um imenso navio em movimento vertiginoso. A presença de um corpo observador, sob o (pequeno) espanto do acontecimento inusitado. Denise F. Adams
composição horizontal . 2014 vídeo 2’27’’ composição circular . 2014 vídeo 2’13’’
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EMANUEL FRANCO
BELÉM . PA
A “Casa dos dois” representa todas as casas ribeirinhas amazônicas que conjugam com a paisagem dos leitos dos rios numa identidade peculiar e muito próxima de ambos. Rio e gente se misturam como se fossem corpos únicos, moldados pelas variações das marés, dos mangues, das chuvas e do romantismo puro da sobrevivência. A casa que abriga dois abriga também mais expectativas que, a partir dos leitos
das águas e da criação, sonham em constituir uma singela forma de viver. A sutileza que emana dessas palafitas suspensas protegidas das surpresas que vem das entranhas das águas e das pororocas imprevisíveis, caracterizam a identidade do nosso caboclo amazônico sempre alerta para além do horizonte desse universo ribeirinho. Emanuel Franco
páginas 119, 120 e 121 a casa dos dois . 2014 técnica mista 200 m x 150 m x 30 cm
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GEOVANI CORRÊA
PELOTAS . RS
ELOGIO AO CANTO Ao redor de mim, ao redor do mundo, vejo uma breve passagem. E onde anteparo o pensamento tudo isso é comum, tenho corredores sem paredes, tenho passagens, não há uma correta, nem para entrar ou sair, é o livre arbítrio de habitar qualquer espaço. Do interior vejo o exterior, desconheço o contrário, apenas imagino-o, reconstruo o mundo a partir do meu desprendimento. O grande sai do pequeno, o comprimento não entra na altura e nem o cheio no vazio (BACHELARD, 1993), temos sempre um interior para poder ter um exterior, e nem sempre um
representa ou apresenta o outro. Numa dialética de contrários me posicionarei, como um ponto médio. Um centro, de onde posso alcançar todo o resto, nunca tão perto. Nem, nunca tão longe. Necessito apenas ter uma margem que me deixe a vontade, e permita adentrar qualquer espaço, objeto, ou conceito. Em repouso, neste observatório de devaneios, apenas sinto o que acontece à minha percepção em relação ao mundo. Elogio ao Canto é também um posicionamento, um pensamento oblíquo | 2014. Geovani Corrêa elogio ao canto . 2012 (detalhe) fotografia 50 x 70 cm páginas 124 e 125 elogio ao canto . 2012 fotografia 50 x 70 cm
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GUILHERME MARANHÃO
SÃO PAULO . SP
“A imagem não é apenas prata, mas também uma cicatriz de um fungo. A travessia não foi apenas aceitar esse tipo de interferência, mas sim fazer com que ela acontecesse da
maneira mais intensa. Travessia é chegar até aqui. Aqui a imagem é prata e cicatriz.” Guilherme Maranhão
travessia . série sem título . 2014 (detalhe) impressão inkjet 40 x 40 cm página 128 sem título . 2014 impressão inkjet 40 x 40 cm página 129 sem título . 2014 impressão inkjet 40 x 40 cm
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HÍGOR MEJÏA
LONDRINA . PR
A Arte que acredito se estabelece na minha vida como uma ilha ou continente em meio ao oceano dos dias e eventos cotidianos... Não por serem raros, não são! A arte me liga a isso, ela me proporciona janelas que de dentro de mim dão acesso a realidades fictícias e não fictícias do mundo. Um espaço que existe com seus ruídos, ideias e intervenções sensíveis age o tempo todo na formação dos seres que o acessam, a presença de um indivíduo alheio a esse espaço e aos eventos que acontecem nele é para mim motivo de apreensão de experiências. Esse trabalho é uma oportunidade de abrir janelas para que as pessoas percebam os espaços do mundo como um campo de apreensão dos afetos. Tal experiência eu sinto
próxima ao que disse Kiarostami (cineasta iraniano) sobre a Poesia: “não obstante seu caráter de incompletude, é criada para alcançar uma unidade. Quando minha imaginação se mistura com ela, a poesia torna-se minha (...) apoderando-me de seu código, posso elevar-me ao seu mistério”. Na instalação, a visão limitada da cena propicia ao espectador imaginar e acessar o que está além do que seus olhos alcançam, o que seu corpo presencia. A paisagem sonora aí, assume a densidade do ar e do vento que entram por essa janela fantástica e os corpos que viveram com ela agora são vultos constituídos por: memória, luz ou a falta delas. Hígor Mejïa
Entre a areia e o vento . 2014 vídeo 10’’
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JULIANA MM SOARES
SÃO SEBASTIÃO . SP
ESPERAR É RECONHECER-SE INCOMPLETO (GUIMARÃES ROSA) Os trabalhos aqui expostos compõem duas série distintas, ambas realizadas em suporte analógico 35mm, e ambas igualmente versando sobre desterros. As três primeiras fotografias pertencem à série chamada de ‘A espera e o pouco de cor que nos resta’, a qual explora o rastro, e o espaço de partida. As lacunas as quais varrem
os momentos sibilantes em silêncio constituem-se no ponto de interesse e reflexão de tais imagens. As três últimas fotos vêm de ‘Uranus’, uma série que busca criar um diálogo com tons de azul junto ao tempo latente sobre os vazios. Sugerese uma leitura sensível através da melancolia em evidência por tais nuances. Juliana MM Soares
a espera e o pouco de cor que nos resta . série sem título . 2014 fotografia 30 x 40 cm páginas 134 e 135 uranus . série sem título . 2014 fotografia 30 x 40 cm
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KARINA RAMPAZZO LONDRINA . PR PAISAGEM POR DENTRO Paisagem por dentro faz parte de uma série maior em constante processo formada por imagens fotográficas editadas digitalmente mas captadas analogicamente. O projeto tem como base as relações de experiência entre a artista e as paisagens visitadas, buscando interações através da câmera fotográfica daquilo que é absorvido imageticamente pela artista em relação ao ambiente exterior. A principal proposta é trazer conceitos sobre o retrato fotográfico sem trabalhar com a figura humana. Assim, encontrando outras maneiras de representação de indivíduos, este conjunto de paisagens torna-se a personificação dessas identidades ocultas. Pela disposição das imagens no espaço da galeria podemos perceber a formação de uma pequena narrativa fotografada em uma cidade remota localizada ao norte do Chile. A ausência das pessoas se deve à edição que apagou todas propositalmente. Tudo começa em um estacionamento
subterrâneo que dá lugar à rua, que vira estrada e termina no campo com montanhas sobrepostas. A paisagem de fora passa a ser a paisagem de dentro quando vista pelo espectador. A cidade seguida das montanhas são possíveis personificações de nós mesmos. Emprestamos o olhar da artista para passear entre memórias e pretensões. É possível considerar estas fotografias discretos retratos ou autorretratos solitários, pois o meio externo delimita o interno. Na última fotografia, encontramos um muro de uma casa e a sombra projetada da artista assumindo todos os ausentes para si, não como um indivíduo completo, mas como sombra de todos nós. Assim, este projeto questiona as relações entre paisagem e retrato de forma ontológica, reforçando a ideia de que a fotografia contemporânea pode dissolver o ser humano em meio ao espaço por ele mesmo ocupado. Somos todos paisagem. Karina Rampazzo montanha I . 2012 (detalhe) fotografia 25 x 25 cm páginas 138 e 139 sem título . 2012 fotografia 21 x 15 cm
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KEYTIELLE MENDONÇA
ARTISTA PREMIADA
RIBEIRÃO PRETO . SP
CONDIÇÃO, 2013 Condição (2013) é uma série, que pensa a relação deserto e desertor, a partir de duas matérias distintas que se parasitam, terra e água. A ideia de deserção se dá pela circundação, o rodeio e o cerco de uma matéria à outra, também pela abundância de uma em detrimento da outra. Surgem assim, as situações de lago e ilha. Estabeleço uma relação em que um “terreno” é vivenciado e/ou confrontado por outro “terreno”, a ideia de parasita vem desta condição, aquele que come
na mesa de outrem e sendo concomitantemente se nutrem. As colagens são feitas de páginas apropriadas de um livro de geologia, que ganham novo agrupamento a partir da aproximação de suas imagens. Por vezes a aproximação é feita combinando formas e contrapondo matéria, como por exemplo, cachoeira e erosão, dunas e rio etc. Outras o procedimento é tornar visível ou fazer surgir, colorindo poças e acrescentando pequenas rochas. Keytielle Mendonça
sem título (da série condição) . 2013 (detalhe) folha de prata, caneta e colagem sobre páginas de livro 21 x 14 cm página 142 sem título (da série condição) . 2013 folha de prata, caneta e colagem sobre páginas de livro 21 x 24 cm página 143 sem titulo #4 (então eu me tornei um lago, será toda terra um arquipélago?) . 2013 (detalhe) caneta hidrocor, decalque, caneta permanente e folha de prata sobre papel 58 x 76 cm
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LUIS TEIXEIRA
SÃO PAULO . SP
PERCURSO E FUGA Imagens banais que por sua vulgaridade nos são familiares: fotografias de albúns de família, cachorros, cenas cotidianas, tranformados pela pintura em imagens genéricas e fugidias. Não se trata de desfocar a figura, mas pelo recurso pictórico torná-la imprecisa, prestes a se dis¬solver. Figura e espaço se interpenetram, cambiantes entre pintura e representação, tensionados em se fazer entender e ser matéria. A imagem não se define, e o que é familiar, de repertórios de intimidade, se afasta. Pessoas sem rostos, fisionomias sem identidade,
corpos que buscam ser silhuetas. Há um caráter de fantasmagoria, uma reminiscência de visão similar à imprecisão da memória por acúmulo de resíduos. A percepção da distância é subvertida e chegar perto da tela não confere nitidez à imagem perseguida que continua em fuga. Ater-se à imagem é buscar algo no passado, no entanto a sua contrução se afirma no presente em tinta e superfície. A longitude entre o olho e a tela como fator de turvamento da visão se adultera e a aproximação à cena a desfaz no plano movediço da pintura. Luis Teixeira
sem título . 2014 óleo sobre tela 50 x 40 cm
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NATÁLIA TARDIN
LONDRINA . PR
Estava nublado, era fim de tarde e as nuvens condensadas ficaram coloridas pelo rosa-sol-se-pondo. Na infância, minha casa fora céu-azul. Um azul alvo típico das hortênsias azuis. Não do céu quando azul. Olhando atentamente o céu-rosáceo, instantaneamente presumi: esta só pode ser a cor verdadeira do céu. E, por minha incapacidade de não resistir a dar nomes a pequenas suposições, nomeei-a de cor-de-céuinfinito. ***
Meus trabalhos constituem-se de um processo de apropriação e justaposição de minhas próprias fotografias. O ato de fotografar aparece-me, predominantemente, sem um intuito específico. Sou movida por um desejo latente de coletar aquilo que no momento do apertar do disparador parecer-me inquestionavelmente necessário. Deste modo, as coletas adquirem sentido no momento em que busco articulá-las a memórias de lugares e imagens afetivas. Natália Tardin
cor-de-céu-infinito . 2014 fotografia 55 x 85 cm
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RENATO WATANABE
SÃO PAULO . SP
Linha do tempo. Linha do horizonte. Linhas como suportes pensamentos. Tempo e espaço e palavras.
para
linhas . série horizonte . 2014 (detalhe) giz pastel seco e grafite sobre parede 180 x 0,60 cm página 150 e 151 tempo . 2013 (detalhe) giz pastel seco e grafite sobre parede 180 x 0,10 cm
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SERGIO PINZÓN
SÃO PAULO . SP
Pintura Turista #1 Friedrich, Pintura Turista #2 Constable, e Pintura Turista #3 Vermeer, são três fotografias de pinturas do gênero paisagem, obtidas da internet, que foram modificadas digitalmente incluindo nelas personagens em situações típicas de viagem, e registros fotográficos das viagens feitas pelo artista. Assim, imagens de obras de arte que integram acervos de importantes museus sofrem pequenas interferências e
são colocadas em porta-retratos digitais, transformando-se em fotos de viagem. Os trabalhos tratam da necessidade de registrar a experiência de viagem, questionando o lugar da imagem e sua função na atualidade, assim como o papel da pintura e as formas em que circula hoje em dia, como memoria ou como destino turístico. Sergio Pinzón
tourist painting # 1 friedrich . 2014 (detalhe) montagem digital dimensões variáveis página 154 e 155 tourist painting # 2 constable . 2014 montagem digital dimensões variáveis
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THAIS GUGLIELME
LONDRINA . PR
O vai e vem das ondas, a força de um mar que ora assusta, ora acalma, a violência com que bate nas pedras e a leveza com que banha os pés. O mar. As movimentações que ocorrem no mar e que refletem no corpo . Qual o mar que habita em nós? Por trás do horizonte, um olhar que cruza, um olhar curioso que procura novas conexões entre o que encontra, o que vive, o que vê. Um olhar que constrói experiências metafóricas e diferentes narrativas. Esquemas criados, relatos possíveis, lugares imaginários - seriam estes indícios
que prenunciam uma historia ou uma incessante busca para tentar compreendê-la? O deslocamento proposto por Baudelaire, quando diz “ Il me semble que je serais toujours bien la ou je ne suis pas” , algo como “sinto que serei sempre mais feliz lá onde não estou”, pode nos fazer questionar se este “lugar” que almejamos ocupar existe, ou é mera referência ao que nunca estará presente - alusão a uma busca incessante, presente em cada viagem. Thais Guglielme
il me semble que je serais toujours bien la ou je ne suis pas . série sem título . 2013 garrafa, boneco de chumbo e papel 3,5 x 10 cm
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il me semble que je serais toujours bien la ou je ne suis pas sem tĂtulo . 2013 caixa de madeira,boneco de chumbo e conchas 3 x 10 x 6 cm
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o mar em mim . sĂŠrie sem tĂtulo . 2014 (detalhe) placa de metal e madeira 13 x 15 cm
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SOMOS TODOS AMOSTRAS DO QUE HÁ POR AQUI
TERCEIRA EXPOSIÇÃO 24/06 A 07/08 DE 2014
O entendimento do que seja cotidiano está implicado na percepção de acontecimentos que nos afetam enquanto seres, mas que não necessariamente estão acontecendo ao nosso lado. Ocorre por uma noção coletiva e universal da existência de demandas inerentes ao processo do passar dos dias, o que nos faz ser afetados ao imaginar sutilezas de sobrevivência de pessoas distantes, pertencentes a culturas diferentes ou de países da outra ponta do mundo. As necessidades cotidianas, os conflitos políticos, as questões de gênero e as relações de poder acabam por sensibilizar as ações diárias no sentido do investimento para uma percepção ampliada sobre o lugar onde vivemos. A partir de nossas escolhas e ações reiteradas criamos microrresistências que nos protejam no mundo, constituindo-nos como indivíduos em nosso habitat. Desenvolvido neste contexto, o fazer artístico borra as fronteiras entre vida e arte e reestrutura seus limites e significantes, fazendo da vida uma possibilidade performativa.
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Neste sentido, as ações e trabalhos aqui reunidos são entendidos como intenções de transmutar percepções em procedimentos e procedimentos em objetos, buscando, no sentido experimental do processo, afastar as armadilhas dos modelos engessados, quer sejam históricos ou conceituais. O cotidiano deve nos capacitar para o inevitável e o inevitável pode implicar riscos e enfrentamentos. Quando percebemos as expectativas manifestas nos discursos, nas conversas banais do dia a dia, observando as atitudes que somos impelidos a tomar, é possível entender que pequenas decisões se tornam micromanifestos. A percepção dos valores do que se faz no cotidiano gera a percepção da necessidade de resistência e a resistência, neste sentido, coloca em evidência os corpos.
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ARTISTAS
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ADOLFO EMANUEL
LONDRINA . PR
Em minha pesquisa poética, o desenho é a linguagem mais utilizada - desde o esboço para um projeto de uma instalação a uma atividade que se restrinja somente ao uso do nanquim. Ele tem uma forte base naturalista e é muito pautado na observação e na meticulosidade; todavia, não se restringe em ser apenas uma representação daquele objeto ou conteúdo estudado, é antes, um
procedimento que procura apontar para tal, para em seguida, seguir em outra direção, tendo como auxilio a linguagem (palavra). Meus trabalhos, conforme áreas de interesse, procuram explorar e discutir, por meio da visualidade, o corpo e suas relações de intimidade, a delicadeza, a violência (física e psicológica), a infância e a sexualidade. Adolfo Emanuel
íris troiana nanquim . 2012/13 (detalhe) ecoline e impressão à jato de tinta sobre papel 29,7 x 21 cm (cada)
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guardo o teu corpo na boca . 2012/13 nanquim, ecoline, guache, aquarela e impressĂŁo Ă jato de tinta sobre papel 29,7 x 21 cm (cada)
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ALINE MORENO
SÃO PAULO . SP
O trabalho 21 dias é um registro do cotidiano, realizado através de ações diárias, num híbrido entre ação performática e instalação. Por um período de 3 semanas foram feitas impressões em argila, uma em cada rua percorrida, captando o caminhar. Elas trazem
em sua materialidade um registro de tempo e espaço únicos. Esta apresentação, separada por dias e alinhada por semanas, busca proporcionar ao público uma visao comparativa, evidenciando uma rotina. Aline Moreno
páginas 169, 170 e 171 21 dias . 2014 argila e madeira 250 x 200 cm
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AMARYLLIS NORCIA
SÃO PAULO . SP
A partir de sobras de galhos de árvores encontradas pelas ruas, o qual utilizo como estrutura, vou tecendo formas aleatórias com linhas e pontos de crochê,
incluindo às vezes pedras. Esses trabalhos não possuem limites prédeterminados e vão acontecendo de forma espontânea. Amaryllis Norcia
reverência IV . 2014 galho de árvore e crochê 66 x 91 x 25 cm
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ANA PAULA EMERICH
RIO DE JANEIRO . RJ
SOBRE OCULAR Ocular implica o corpo em uma ação extrema, ao arremessar pratos de porcelana contra a parede de uma sala de jantar. Ocasionalmente, dois fragmentos perfuram e se prendem à superfície. Carne e Voz, duplo do corpo. O peso dos objetos, seus movimentos nos espaço, expandem
e recriam a pele em outro suporte e contornos. Dos sons registrados, uma composição em contrapontos de cacos, instantes, escapes. Entre o gesto performativo e as visualidades, um grito ao contrário: não há memória para as coisas do mundo que não estiveram perto da pele.
BIO A partir do som e da experiência da escuta, Ana Paula Emerich modula sua poética em meios múltiplos: instalações, proposições performativas e os contornos de uma escrita de artista. Em seus trabalhos o corpo é plataforma de transmudar elementos do acaso, encontros com outros corpos e materiais diversos. Participou da exposição Double-Mouth/DuplaBoca na USF Verftet [Bergen]
e na Galeria Candido Portinari [Rio de Janeiro/2013], do Salão Novissimos 2014 na Galeria de Arte Ibeu e integra o projeto de residência artística Como rasurar a paisagem – Rumos Itaú Cultural de Artes Visuais 2015. É bacharel em regência pela Unicamp e mestranda em processos artísticos contemporâneos no PPGArtes/ UERJ. Ana Paula Emerich ocular (instalação) . 2014 (detalhe) díptico: fotografia digital 26 x 26 cm (cada) composição sônica em 4 canais, 3’44’’ caixa de madeira (0,30 x 0,50 x 0,20 cm) almofada e fone de ouvidos
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AUGUSTO BENETTI
FLORIANÓPOLIS . SC
Seu trabalho focado no desenho e seus desdobramentos com vídeos, objetos e instalações. Seu processo de trabalho inclui extensas séries de desenhos em cadernos, tendo como eixo norteador a própria multiplicidade de referências (artísticas, visuais, narrativas)
e comentários sobre o contexto cultural acerca do artista. Este aspecto de crônica expressa a singularidade do autor enfatizando uma dimensão narrativa e irônica das imagens e textos. Augusto Benetti
páginas 177, 178 e 179 (detalhes) estudos . 2014 folhas A4 21 x 29,70 cm
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CAROLINA SANCHES
LONDRINA . PR
PARA FINCAR OS PÉS NA TERRA Estrutura é corpo. Desenho é expansão. A presença ocupa espaço. Aqui, a engenhosidade transforma a matéria. A secagem leva a uma vertigem desértica. Quanto mais árido, a facilidade que o olhar tem em tatear parece maior. Transtoco. A imersão perpassa a superfície, o visível. Faz-se necessário desembocar-me no silêncio para que a voragem
solitária devolva aos meus ouvidos - cada vez mais aguçados - ruídos que dão sentido à continuidade, ao fluxo, à partitura. Para só e então, dançar. Ainda que a estranha união entre os galhos reserve algo muito sutil - sendo a parte mais íntima de qualquer coisa, ao mesmo tempo, fazem secretas as entranhas mais grosseiras de um corpo. Carolina Sanches
páginas 181, 182 e 183 para fincar os pés na terra . 2013 galhos, argila, barbante e pregos aprox. 10 m2
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DIOGO BROZOSKI
RIO DE JANEIRO . RJ
CINE AMOR O Cine Amor é uma obra que nasceu através das interferências visuais sobre antigas novelas latinoamericanas. É uma rasura poético-visual que se integra e estabelece um novo significado a um produto que transita entre vários meios: literatura, fotonovela, telenovela e HQ. Surge do ímpeto da mudança. Da rejeição a um produto de comunicação em massa que transcendeu épocas e continua vitorioso como fórmula de sucesso.
Um produto de outra época, escrito em outro idioma, para as pessoas de outro tempo e mesmo assim tão atual. São mais de 100 quadros de formatos variados, extraídos de uma fotonovela chilena dos anos 50 e uma vídeoarte feita sobre uma antiga novela mexicana. O Cine Amor forma um mosaico flexível e adaptável, onde cada montagem torna-se única. Diogo Brozoski
páginas 185, 186 e 187 (detalhes) cine amor . 2011 processo misto dimensões adaptáveis
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ELEN GRUBER
SÃO PAULO . SP
O ARREMESSO DE 200 KG O trabalho “ arremesso de 200 kg” foi pensado a partir de uma tarefa que eu impus a mim mesma de superar o recorde mundial de halterofilismo feminino, que foi de 190kg em 2013. Para conseguir realizar isso, eu pensei em dividir o peso em partes e, desta forma, quebrar a resistência que o objeto em sua totalidade me opunha. O resultado final é um vídeo de 2 minutos e 20 segundos, em looping, com o registro de uma ação onde levanto vinte vezes
seguidas, e sem descanso, o peso de 10kg, totalizando 200kg. O vídeo apresenta os vinte arremessos ao mesmo tempo, distribuídos na mesma ordem em que foram executados. O trabalho faz parte da série em andamento “Os 12 trabalhos”, onde realizo 12 ações performáticas em que ponho à prova a resistência e a força do meu corpo, tendo como premissa o mito do Hércules. Elen Gruber
páginas 189, 190 e 191 os “12” trabalhos . série o arremesso de 200kg . 2013 vídeo 2’ 20”
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EMANUEL MONTEIRO
PORTO ALEGRE . RS
Mirante compõe uma série maior de trabalhos intitulada Paisagens submersas. Nesta série, de modo geral, articulo imagens de objetos que compõe o mobiliário doméstico, como mesas, cadeiras, lustres e também arranjos de flores em estado avançado de decomposição, inserindo-as em um espaço fragmentado (papéis com dimensões aproximadas à das páginas de livros), fragilmente estruturado pela horizontalidade pendente da palavra escrita, que faz menção à linha do horizonte na paisagem e ao movimento das ondas na água. Uma marinha. Processos de
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sobreposição, camadas (formação) e sedimentação (conformação), aliam-se às ideias de fragmento, decomposição e recomposição, que estão postas tanto no mosaico que se forma, como no uso de matéria prima de origem orgânica (flores) para o preparo do macerado que é misturado à aquarela. Acredito que este dado confere importância à dimensão temporal dos trabalhos e pode ser percebido na imagem e em sua materialidade, evocando questões de efemeridade, fragilidade e ausência. Emanuel Monteiro
paisagens submersas . sĂŠrie mirante . 2014 ponta seca, aquarela e pigmento natural sobre papel 86,2 x 120 cm
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EMERSON PONTES
ABREU E LIMA . PE
COMER, REZAR, DANÇAR, DESENHAR. Por necessidade, por medo, por fé, ou por puro deleite o homem rabisca. Com traços, constrói narrativas. Inventa, sonha. Desde sua aparição na terra, registra suas experiências de aproximação ou de distanciamento da realidade. Comer, rezar, dançar, desenhar. Nas cavernas de Lascaux , nos muros de pedra de Ingá, nas iluminuras de monges medievais ou nos projetos de artífices da Bauhaus, o desenho em pedra, placas de barro ou papel, narra, inventa,
ilumina, protege. Emerson não foge a regra dos nossos primitivos ou dos nossos monges medievais. Adora rabiscar, garatujar, ilustrar, desenhar. Tudo é suporte para um traço preciso, delicado, elegante. As formas parecem ganhar vida, alma, nome... Como o pedaço de pau esculpido por Geppetto. É na arte de desenhar que expressa seu encantamento com as formas infinitas do universo e celebra a cada dia sua alegria de estar vivo.
Betânia Corrêa de Araújo
ditame 4 . 2014 (detalhe) nanquim sobre papel páginas 196 e 197 ditame 1 . 2014 (detalhe) nanquim sobre papel 25 x 25 cm
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JORGE MEDEIROS
SÃO PAULO . SP
Meu trabalho é movido pelo interesse em investigar aspectos do homem como um “ser cultural” capaz de transformar o mundo e imprimir sua marca, criando novos significados de forma consciente, e seu comportamento nas interações com o próximo. A compreensão dos signos e das palavras também é força motriz que impulsiona minha criatividade e meu fazer artístico, que por muitas vezes segue uma abordagem metafísica que se ocupa da mente, alma, e
matéria. Na série Dicionário de Dificuldades, textos e ilustrações de antigos dicionários foram escaneados, rearranjados, e associados entre si em impressões sobre páginas envelhecidas, criando relações coerentes entre assuntos completamente distintos, e dessa forma, sugerindo uma reflexão a respeito da multiplicidade de significados e interpretações entre a palavra e a imagem. Jorge Medeiros dicionário de dificuldades . série
casa . 2014 impressão jato de tinta sobre página de livro antigo 19 x 13 cm página 200 corôa . 2014 impressão jato de tinta sobre página de livro antigo 19 x 13 cm página 201 romance . 2014 impressão jato de tinta sobre página de livro antigo 19 x 13 cm
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JOSÉ ANTONIO
BELÉM . PA
ALGUMAS PESSOAS I E ALGUMAS PESSOAS II O comércio informal apresenta muitas características. As pessoas compram todos os dias mercadorias em diversos lugares. Destacar esses objetos do diaa-dia e a relação que as pessoas possuem com eles é um grande desafio. O desenho (lápis grafite sobre papel cartão) é, nos dois trabalhos, a técnica escolhida para
aguçar o olhar em torno de nossos consumos particulares. No desejo de objetos que nos agradam, que representem alguma coisa para determinadas pessoas, é que eu pesquiso e concentro mais o meu trabalho artístico, ou seja, naquilo que pode representar sempre esse mundo consumista do homem. José Antonio
algumas pessoas I . 2013 (detalhe) grafite e papel cartão branco 28 x 22 cm páginas 204 e 205 algumas pessoas III . 2013 grafite e papel cartão branco 28 x 22 cm
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LUA PADOVANI
LONDRINA . PR
DESENHO COMO LUGAR O caminho da investigação situa-se na ousadia e linhas indefinidas que a partir do olhar meticuloso se abre para o espaço, a dança de oposição da linha e a torção do corpo vão do desenho para a experiência. Não mais preso a memória física o traço é solto aberto para as laterais e diagonais podendo gradativamente se transformar em coisa viva com sua independência das partes, a mão não mais presa ao papel dança ações. O encontro do desenho com a parede revela memórias e traz para esse processo imaginativo energias negativas e positivas que sutilmente transpõe símbolos físicos e psíquicos, agregando sua materialidade no próprio fazer
organizando e reorganizando os elementos. A parede registra as nuances das pessoas, das coisas que ali viveram e sua nova realidade é a extensão dos significados e imaginar esses espaços visualmente desativa e problematiza o mesmo. O desenho na caverna fala dos ciclos da vida que surgi na parede como uma amorapreta feita sombra se roçando na superfície, o desenho toma conta do espaço aconchegando o mesmo em um calor maternal criando relações com o mundo e sua necessidade de coisas desconhecidas. As inscrições são como rituais imaginados em linhas que se emaranham em novas idéias a cada experimentação. Lua Padovani páginas 207, 208 e 209 (detalhes) desenho como lugar . 2014 instalação e performance
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MARCEL FERNANDES
ANTONINA . PR
A POÉTICA DA REALIDADE Poder. Esta a informação contida|sentida expressa em memórias de histórias pessoais e partilhada, reveladas em nosso cotidiano; o tempo presente das ações entre a alma e o corpo, entre o ser e o ter, entre o que somos e teremos como legado. A relação entre o corpo físico, espiritual, sensorial, prático e paradoxal, condensa a força das apropriações das imagens do mundo moderno, e sua narrativa visual. Assim começamos este trilhar pela trajetória da obra de Marcel Fernandes; ato voyeur de quem observa entre o íntimo e pessoal; entre a estranheza e o poético, entre o abstrato
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e a forma; aqui o espaço das sensações do que revela a palavra poder, é construído pela imagem na obra do artista. Este é o seu convite. É preciso entrar em suas elaboradas imagens impregnadas da ação ocorrida, o tempo e a ação encenando a própria existência da obra. Verdade. Documento. Poética da realidade por vezes absurda da relação do homem com a própria existência humana. É cinema. É fotografia. É mídia. É arte. São suas estas apropriações. Cenários poderosos do desdobrar o repertório imagético, onde hoje este “tomar posse”; assumir este posicionamento é também tomar a informação e desdobrar
entre ações, construções, experimentações e por que não ousar criar o objeto arte com a arte de; quem faz e para quem a vê. A obra Mata-te questiona, e liberta o aprisionamento das verdades impostas e vergonhosas das atrocidades do outro. Localidades, temporalidades. Posicionamentos. Essas questões refletem o caos dos cotidianos, e aproximam o ser e seus achaques diários. Em cada rua, em cada cidade, o tempo contextualiza também os fatos, e a obra constituída de simples memória e identidade aponta as dimensões entre o pensar e o objeto em construção. E onde não há espaço para verdades impostas,
o que resta é por vezes se apropriar de atmosferas narrativas; estas pessoais ou coletivas, e; com a simplicidade do ato de olhar o mundo pela lente do artista criar a cena e apresentar um pedaço deste mundo particular imagético. E; é também, aproximar o outro do poder da imagem e sua narrativa diante da própria história do mundo.
André Serafim; primavera de 2014, Setembro. Mata-te desdobra o conceito do sentir e observar. páginas 212 e 213 mata-te . 2011 fotografia digital 30 x 40 cm (cada)
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PATRÍCIA ARAUJO
SÃO PAULO . SP
BEIRA E SITUAÇÃO DE BORDA I São trabalhos que fazem parte de uma trajetória de pesquisa na qual o deslocamento é um procedimento fundamental para o processo de criação. Ao me propor viagens coloco o meu corpo em trânsito e à prova de experiências que ocorrem no percurso. Assim, a viagem atua como possibilidade de relação; de atravessamento de fronteiras que pode promover encontros e ruídos e ativar o corpo em uma zona de contato e potência poética. Durante os percursos há uma tentativa de se fundir (ou pertencer) e se testar na paisagem a partir de performances íntimas que são registradas em
fotografia e vídeo. Muitas dessas ações também são realizadas nos retornos para casa, levando em conta a mesma noção do corpo em viagem e do corpo estrangeiro reagindo em outros contextos. Encarando essas questões construo a partir do corpo (ou tendo o corpo como suporte) imagens e narrativas, que traduzem e renomeiam o tempo, a distância e o deslocamento e que investigam as situações de limite que se apresentam no trajeto. Patrícia Araujo
beira . 2013 (registro de performance) vídeo hd 9’15’’ páginas 216 e 217 situação de borda I - tensionar árvore seca até perder a força . 2013 (registro de performance) vídeo hd 1’53’’
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RAFA PS
LONDRINA . PR
LIVRO DE ORAÇÕES Orar é o ato de se relacionar, se associar a um Deus, um ser superior, para pedir, agradecer ou só conversar, atualmente isso não faz parte da minha vida, não tenho a crença em nada desse gênero, ainda não sei dizer se isso é bom ou ruim, mas e quando a impotência de suas ações, ou vontades, é tão grande, que sua mente se volta ou apela para aquilo que te é sagrado, no meu caso o que hoje tem esse caráter religioso, é o desenho e os meus (família, namorada, amigos). O trabalho teve inicio, em um período do tratamento da Cassia/Sim (namorada) quando a minha impossibilidade espiritual, “aliados” a recorrentes frases como
“o que a gente pode fazer é orar! Só orar!” ou “estamos orando por ela”, só aumentou a minha sensação de impotência diante da enfermidade, então confeccionei um livro (que só termina quando, todo tratamento acabar) e comecei uma serie de desenhos e frases que são descrições de vivências, desejos e coisas singelas/simples e algumas que só tem significados para nós dois, que pelo fato de serem interrompidas por uma doença, se mostra o quão realmente grande são, acredito que cada frase ou desenho, equivale a uma prece para que tudo continue bem, Amém, Oxalá... Rafa PS bonita . 2014 aquarela e nanquim sobre papel reciclato 10 x 14, 5 cm página 220 Bonita . 2013 aquarela e nanquim sobre papel reciclato 10 x 14, 5 cm página 221 sem título . 2013 aquarela e nanquim sobre papel reciclato 10 x 14, 5 cm
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ARTISTA PREMIADA
Parto de imagens fotográficas e captura de filmes das quais me aproprio para produzir as pinturas. Tanto a fotografia, como próprio chassis da tela estabelecem uma seleção. Interessa-me essa afirmação dos limites da imagem e do suporte, o que está dentro e o que está fora destas fronteiras; e, no caso deste trabalho, o que existe então, entre o fim de uma pintura e o começo de outra. Através das Ações de montar, combinar, agrupar as pinturas no espaço da parede (bem como no espaço expositivo), estabelecem-
RAQUEL MAGALHÃES
PORTO ALEGRE . RS
se relações que não se restringem ao plano formal. No momento em que as telas se aproximam, criam-se relações e conduções que passam a habitar o intervalo entre as pinturas, conferindo-lhes novo sentido. As pinturas interferem e sofrem interferência, criando significados, tendo em vista o que se encontra em seu entorno, despertam a busca por estabelecer relações narrativas mesmo que não seja possível determinar com certeza a que elas se referem. Raquel Magalhães
swim training-set . 2013 em duas partes óleo sobre tela 30 x 25 e 12 x 9 cm
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sem titulo . 2014 em duas partes รณleo sobre tela 15 x 20 e 40 x 50 cm
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WALTER KARWATZKI
PORTO ALEGRE . RS
O ensaio “Asfixia”, de onde estas imagens se originam, é um autorretrato de minha vivência diária de 2007 até os dias atuais, ou seja, a diminuição da capacidade respiratória. Este ensaio, partindo da asfixia física expõe uma tentativa de chamar a atenção das “asfixias diárias” vividas por todos nós. A asfixia não é um fenômeno causado [apenas] pela falta de ar/oxigênio em nosso corpo. Ela não é apenas mecânica. Na sociedade atual a asfixia se manifesta de várias maneiras: há a asfixia do mundo do trabalho, da informação midiática, do mercado consumidor, da estética ideal, do
comportamento padronizado, entre tantas outras asfixias. A obra em “stop motion” é uma extração de 42 imagens do vídeo “O2” que integra o ensaio. Na sequência das imagens é possível acompanhar o processo, verídico, de ensacamento para obter o estado de asfixia que o autor quer mostrar para o público. Na obra em preto e branco o autor em um autorretrato se apresenta nu e usa, apenas, uma máscara anti-gás. O corpo, nu e livre, só é sustentado pela resistência da cabeça protegida dos gases asfixiantes pelo usa da máscara. A asfixia é uma forma de cegueira. Walter Karwatzki. ax_09 . 2012 fotografia em canvas 100 x 100 cm páginas 228 e 229 painel ax_08 . 2012 (detalhe) papel fotográfico 100 x 100 cm
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CURRÍCULOS RESUMIDOS DANILLO VILLA . Natural de Echaporã - SP, vive e trabalha em Londrina. Artista, professor. Doutor em Poéticas Visuais pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade Estadual de São Paulo, mestre em Poéticas Visuais pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas. É professor do Departamento de Artes Visuais da Universidade Estadual de Londrina - Desenho e Pintura. Chefe DaP – Divisão de Artes Plásticas da Casa de Cultura da UEL. Atua como curador independente é coordenador e orientador no projeto Ateliê Permanente, em funcionamento na DaP. Dedica-se a organização de exposições de arte contemporânea, como Nunca mais minta pra mim e Quando vier por favor me avise. ccuelplasticas@gmail.com BEATRIZ LEMOS . Licenciada em História da Arte pela UERJ e mestra em História Social da Cultura PUC-RJ. Dedica-se à curadoria e pesquisa voltada para as artes visuais contemporâneas e seus desdobramentos em redes. Integra a equipe de coordenação do Programa de Residência Terra UNA e articula projetos de intercâmbios entre cenas de arte na América Latina, participando de residências e idealizando exposições no Brasil e exterior. É editora do selo de publicações de arte Recortes, co-editora da Revista de Arte Elástica e idealizadora do projeto Lastro – Intercâmbios Livres em arte (www.lastroarte.com).Atua como professora em cursos livres de arte e curadoria. contato@lastroarte.com ADOLFO EMANUEL . Nasceu em 1989, na cidade de Cornélio Procópio (PR), mas atualmente vive e trabalha em Londrina (PR). É licenciado em Artes Visuais, desde 2010, pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e, desde 2009, tem participado de exposições coletivas e individuais em Londrina e outras cidades, tais como Jataí (GO), João Pessoa (PB) e Florianópolis (SC). adolfoemanuel@hotmail.com 231
ADRIANI ARAÚJO . Artista visual, nasceu em Foz do Iguaçu-PR. Atualmente vive em Pelotas, cidade em que reside e trabalha atualmente. Bacharel em Artes Visuais - 2012, pela UFPel - O trabalho transita entre escultura, fotografia, vídeo, foto performance e performance. Sua primeira individual O Silêncio Que Te Escapa, foi em 2013, no Triplex em Pelotas/RS. adrianiaraujo@gmail.com ALEXANDRA KERN ASSUMPÇÃO . Vive e trabalha em Pelotas - RS. Mestranda em Artes Visuais pela Universidade Federal de Pelotas, vinculada a linha de Processos de Criação e Poéticas do Cotidiano. Graduada em Artes Visuais também pela UFPEL. Atua na área de Artes Visuais com ênfase em fotomontagem e estudo de gênero e corpo. Possui interesse em fotomontagem, livros de artista, gravura, escultura, práticas e processos artístico. assumpcao.a.k@gmail.com ALEXANDRE WAGNER . Alexandre Wagner, 1986. Cursei Artes Visuais na Universidade Federal de Minas Gerais, com habilitação em pintura. Hoje vivo e trabalho em São Paulo. Iniciei em 2012 o curso de história da arte com o professor Rodrigo Naves e o grupo de prática e reflexão em pintura orientado pelo professor Paulo Pasta no instituto Tomie Ohtake. Desde 2011, em atividade pararela à minha produção, também trabalho como assistente do artista plástico Nuno Ramos. alexandrewfarias@gmail.com ALINE MORENO . Vive e trabalha em São Paulo – SP. Graduanda em Artes Visuais na USP. participa de exposições coletivas e individuais como 1ª Bienal de Guarulhos de Pequenos Formatos, a 6ª Bienal Internacional de Cerâmica “Ciudad de Talavera” em Toledo–Espanha. Participou da Biennale Internazionale del Piccolo Formato em Treviso – Itália e foi selecionada para residência artística na Fazenda Serrinha, Bragança Paulista. aline.moreno@gmail.com AMARYLLIS NORCIA . Natural de São Paulo, reside e trabalha na cidade. Possui formação em Direito. Aperfeiçoou seu conhecimento artístico 232
realizando diversos cursos nacionais e internacionais tais como; Dynamic Encounters em Londres com Charles Watson, Centro Cultural S.Paulo com Leda Catunda, atelier Nina Moraes, Carlos Fajardo , Casa Contemporânea com Juliana Monachesi , Memorial da Am. Latina com Elza Ajzenberg, e em processo a participação no grupo do Atelier Hermes com Carla Chaim , Nino Cais e outros. amaryllisnorcia@ig.com.br ANA PAULA EMERICH . Vive e trabalha no Rio de Janeiro - RJ. Artista, modula seus trabalhos em meios múltiplos: instalações, proposições performativas e a criação de uma escrita poética. Participou de exposições coletivas no Brasil e no exterior, integra o projeto de residência artística Como rasurar a paisagem – Rumos Itaú Cultural. É bacharel em regência pela Unicamp e mestranda em processos artísticos contemporâneos no PPGArtes/UERJ. Desenvolve o projeto atelier da escuta desde 2011. anapaulaemerich@gmail.com ANNA PAES . Artista, nasceu em 1979 na cidade de São Paulo onde vive e trabalha. Em 2008, formou-se em artes visuais pela EPA-SP. E em 2002 pela Faculdade de Ciências Sociais na PUC- SP. Adquiriu bolsas em 2003 pela Fundap e em 1999 pela Fundação Museu de Tecnologia de SP para atuar em projetos educacionais e artísticos. De (1992 a 2014 )participa de diversos ateliês de cerâmica, desenho, fotografia e arte contemporânea e de (2007 a 2014) vem participando de exposições coletivas. annapaesart@gmail.com AUGUSTO BENETTI . Vive e trabalha em Florianopolis – SC. Artista. Graduado em Artes Plásticas pela Universidade do Estado de Santa Catarina . Seu trabalho focado no desenho e seus desdobramentos com vídeos, objetos e instalações. Seu processo de trabalho inclui extensas séries de desenhos em cadernos, tendo como eixo norteador a própria multiplicidade de referências (artísticas, visuais, narrativas) e comentários sobre o contexto cultural acerca do artista. Este aspecto de crônica expressa a singularidade do autor enfatizando uma dimensão narrativa e irônica das imagens e textos. nervoexposto@gmail.com 233
CARINA PACCOLA . Vive e trabalha Londrina - PR. Artista, jornalista, estudante do terceiro ano de Artes Visuais da UEL, participante do projeto Ateliê Permanente da Divisão de Artes Plásticas da UEL. paccola@gmail.com CAROLINA SANCHES . Vive e trabalha em Londrina - PR. Formada em Artes Visuais pela UEL, com intercâmbio na Facultad de Bellas Artes de Vigo. Foi artista pesquisadora no projeto CorpoArte: Reflexão e Poética [2009- 2012]. Em 2013 expôs no XII Salão Nacional de Artes de Itajaí e no 2º Proxecto de Visibilidade de ArtistAs, em Pontevedra e Vigo, na Espanha. Em 2012 participou da coletiva Do Final e do Comezo, no Pazo da Cultura de Pontevedra, Espanha. carolinaasanches@gmail.com CECILIA WALTON . Vive e trabalha em São Paulo, graduada em Desenho industrial na FAAP, 1983 participa de exposições individuais e coletivas como: Um trevo no meu jardim, Instalação na Praça Victor Civita, São Paulo. Diário de Bordo, Exposição Individual, Qualcasa, São Paulo. Jardim do Hermes, Exposição Coletiva na Central Galeria, São Paulo, “Quase última foto”, Grupo Aluga-se, Casa da Cultura, Porto Alegre, Bienal São Felix Bahia, Ateliê Fidalga na Funarte. Fez acompanhamento de projetos com Nino Cais, Hermes Artes Visuais. Recebeu Prêmio Referência Especial do júri, Salão Nacional de Arte de Jataí, 2013, Goiás e Prêmio Incentivo no 7º Salão de Arte Sesc Amapá. c.walton@uol.com.br DAVID MAGILA . Vive e trabalha em São Paulo – SP. Graduação pelo IA/ UNESP no Bach. em Artes Plásticas. Prêmios: III Prêmio Itamaraty de Arte Contemporânea, Brasília - DF, 28º Salão de Arte Contemporânea de Santo André – SP e no 26º Salão de Arte Jovem CCBEU- Santos – SP. Principais exposições: “Projeto Parede” – SESC Palladium – BH – MG, 13º Salão Nacional de Arte 2014 – Jataí – GO, “Geometria fragmentada” e ”Preâmbulo” em 2013 - Galeria Contempo – SP, 38º Salão de Arte de Ribeirão Preto – MARP - 2013, “Situações Brasília – DF - 2012”; “Programa de Exposições 2012” MARP – SP – 2012. davidmagila@yahoo.com.br 234
DENISE ADAMS . Vive e trabalha no Rio de Janeiro - RJ. Artista, fotógrafa e educadora. Utiliza principalmente a fotografia e o vídeo como suporte, sua pesquisa está relacionada ao reconhecimento e construção dos territórios e seus contornos. Participou de diversas exposições e seus trabalhos estão incluídos nos livros “A Fotografia nos Processos Artísticos Contemporâneos”, editora da UFRGS, 2004 e “Fotografia no Brasil: Um olhar das Origens ao Contemporâneo”, editora Funarte, Ministério da Cultura, 2004. deniseadams1967@gmail.com DENISE SABINO . Vive e trabalha em Londrina - PR. Artista, formada em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Londrina. Durante o ano de 2013 foi selecionada e desenvolveu trabalhos no Ateliê Permanente oferecido pela Divisão de Artes Plásticas Casa de Cultura/UEL. Atualmente produz vídeoarte. denisesabinouel@yahoo.com.br DIOGO BROZOSKI . Vive e trabalha no Rio de Janeiro - RJ. Artista plástico, designer, ilustrador e diretor de arte. Estuda arte na EAV Parque Lage, onde vem desenvolvendo uma constante procura de sua identidade no coletivo. Usa recursos gráficos como desenho, ilustração, escultura e vídeo animação para construir narrativas poético/ficcionais sobre o mundo. diogo.brozoski@gmail.com ELEN GRUBER . Vive e trabalha em São Paulo. Participou de exposições como: Situações Brasília 2014 – Prêmio de Arte Contemporânea do DF; Samples: Festival Internacional de Vídeo-México TELEQUINESIS- 5a Ed., Mexico; 65ºSalão de Abril - Fortaleza/ CE; Fronteiras e Estados de Sítio - exposição coletiva na Pinacoteca do Estado do RN; Mesas para luta de braço - ocupação no SESI Osasco/SP; Mostra Performatus # 1, exposição coletiva na Central Galeria de Arte- São Paulo/ SP; 17a Bienal de Cerveira - Portugal; Músculo - exposição individual no Museu de Arte Goiânia – MAG; Novíssimos 2012– Galeria IBEU/RJ , Salão de Arte de Mato Grosso do Sul 2012, dentre outras. elengruber@gmail.com 235
EMANUEL FRANCO . Belém, Pará (1952) Artista visual; Arquiteto graduado pela UFPA (1979); Iniciou sua produção artística em 1980 participando de exposições e projetos culturais em Belém e outros centros do País e exterior; Professor do Curso de Arquitetura e Urbanismo e Coordenador da Galeria de Arte “Graça Landeira “ da Universidade da AmazôniaUNAMA (1990-2014); Curador do Salão UNAMA de Pequenos Formatos (1995-2014);Diretor do Memorial Amazônico da Navegação (2012-2014); Curador independente. emanuelfranco@unama.br EMANUEL MONTEIRO . Artista e pesquisador. Mestrando em Artes Visuais (Poéticas Visuais) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - bolsista CAPES. Possui graduação em Educação Artística pela Universidade Estadual de Londrina (2011). Foi professor de arte na Prefeitura Municipal de Cambé (2012-2013). Atualmente desenvolve trabalhos em desenho, pintura e livros de artista, explorando seus cruzamentos e desdobramentos. emanuelmonteiro@hotmail.com EMERSON PONTES . Natural de Olinda-PE, é graduado em Artes Plásticas pela Universidade Federal de Pernambuco. É gerente de Educação Patrimonial do Museu da Cidade do Recife. Aquarelista e desenhista de paixão, trabalha em Recife, tendo ilustrado quinze livros infantis, desde 2007, e participado de várias mostras dentre elas I Bienal de Desenho da Paraíba, e as individuais Essências, na Galeria Capibaribe-UFPE e Bandeiras, no Observatório Cultural Torre Malakoff. Também ministra workshops em municípios pelo interior do estado de Pernambuco. olugar@gmail.com ESTHER CASANOVA . Natural de S. Paulo onde reside e trabalha. É bacharel em Matemática. Participa dos grupos no Hermes Artes Visuais e na Casa Contemporânea. Estudou com diversos artistas, curadores como Marco Gianotti , Osmar Pinheiro, Ubirajara Ribeiro, Tadeu Chiarelli, Charles Watson, Juliana Monachesi, Cauê Alves, Elza Ajzenberg. Participa de exposições como Prêmio Aquisitivo no 46 Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba, Prêmio Aquisitivo no 13 Salão Nacional de Arte de Jataí-Goiás, Trajetos Urbanos –individual no 236
Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul, foi selecionada para a Bienal de Cerveira em Portugal. estherccasanova@gmail.com EVANDRO SOARES . Nasceu em Mundo Novo, BA, vive e trabalha em Goiânia. Principais exposições: Situações Brasília prêmio de arte contemporânea (DF), ARTIGO RIO prêmio 2014 Projects Acompanhamento curatorial, Arte Londrina 3, 39º Salão de Ribeirão Preto (SP), 13º Salão de Jataí (GO) Prêmio Aquisitivo, Exposição individual Museu de arte de Goiânia (GO), 19º Salão Anapolino de arte (GO) Prêmio Aquisitivo. evandrosoaresreis75@hotmail.com FERNANDO WEBER . Natural de Florianópolis, SC. Artista plástico formado em Bacharel em artes plásticas pela UDESC com projeto Paisagem montagem, atualmente Mestrando em poéticas visuais com pesquisa acerca da paisagem enquanto suporte e temática para propostas artísticas e relatos de viagem. Atua em projetos de ação educativa desde 2010. Participa de exposições desde 2007. fernandoweberimf@gmail.com GEOVANI CORREA . Vive e trabalha Pelotas - RS. Graduado em Artes Visuais, atualmente é mestrando em Processos de Criação e Poéticas do Cotidiano, ambas pela Universidade Federal de Pelotas; Sua pesquisa, poética e produção transitam entre os campos da fotografia, musica, design, audiovisual, abordando questões referentes a percepção, a experiência, a escuta, ao olhar, ao cotidiano, a temporalidade e espacialidade, as novas mídias e formatos de produção e exibição. geovanicorrea@live.com GUILHERME MARANHÃO . Reside em São Paulo desde 1985. Na fotografia pesquisa alterações do processo de formação de imagens, subversão das ferramentas produzidas pela indústria e busca pela irreprodutibilidade mecânica. Realizou exposições individuais no Itaú Cultural, na Gallery 44 em Toronto e no Ateliê da Imagem, no Rio. Participou também das exposições coletivas Desidentidad no IVAM em Valencia, Geração 00 no Sesc Belenzinho e Elogio da Vertigem na 237
MEP entre outras. Em 2007 recebeu o Prêmio Porto Seguro e em 2014 o Prêmio Marc Ferrez. Tem obras no acervo do MAM-SP, na Coleção Itáu e em coleções particulares. guilherme@guilhermemaranhao.art.br HÍGOR MEJÏA . Vive e trabalha em Londrina - PR. Graduado em Artes Visuais (UEL), pós graduado em Cinema e Documentário (Fac. Pitágoras) tem sua produção contaminada e integrada por diversas linguagens da Arte - como no Cinema, ora integrando equipes de direção de arte, ora atuando. Também desenvolve trabalhos em pintura, texto, instalação, performance e vídeo, cujos estímulos advém do cotidiano, que é sua grande fonte de frutificações poéticas. hig.art@gmail.com HUGO CURTI . Vive e trabalha em São Paulo. Há aproximadamente 25 anos leva a arte em paralelo a outras atividades profissionais como : geologia, gemologia, joalheria e fotografia. Desde 2011 atua exclusivamente como artista plástico e já participou de algumas exposições coletivas no Museu de Arte de Ribeirão Preto, Universidade de Londrina, Galeria Monica Filgueiras, Arterix e Fauna em São Paulo , além de exposições individuais na Pinacoteca de São Paulo, Museu da Casa Brasileira e Galeria Monica Filgueiras em São Paulo. hugo@hugocurti.com.br JORGE MEDEIROS . Nasceu em São Paulo, 1968, cidade onde reside e trabalha. Participa do Acompanhamento de Projetos com Nino Cais, em Hermes Artes Visuais, SP. Seu trabalho é movido pelo interesse em investigar aspectos do homem como um ser cultural capaz de transformar o mundo e imprimir sua marca, criando novos significados de forma consciente, e seu comportamento nas relações com o próximo. Muitos de seus trabalhos são feitos com páginas de livros antigos, unindo técnicas de desenho, recorte, e impressão, além da fotografia e outros suportes. velox8@hotmail.com JOSÉ ANTONIO BORGES . Vive e trabalha em Belém - PA. Graduado em Educação Artística (UNAMA). Participou de vários Salões “Pequenos Formatos” (II, V, XVII, XVIII e XIX), além do I Salão Paraense de Arte Contemporânea/92 e Salão Arte Pará (Anos 1997,1998, 1999, 238
2000, 2005- Prêmio Aquisitivo, e 2008). Menção Honrosa no Arte Londrina 2. antonioborges08@hotmail.com JULIANA MM SOARES . Vive e trabalha em São Sebastião – SP. Formada em Audiovisual pela Universidade Federal de São Carlos e atualmente cursa Mestrado com pesquisa focada no desenvolvimento de produtos assistivos. Dedica-se à fotografia analógica, tendo já publicado em revistas e sites internacionais, bem como ao desenvolvimento de produtos em madeira e cerâmica. julianammsoares@gmail.com KARINA RAMPAZZO . Vive e trabalha em Londrina - PR. Atuante nas áreas das artes gráficas e fotografia, graduada em Programação Visual (UNOPAR), especialista em Fotografia e mestre em Comunicação (UEL). Docente na graduação de Publicidade e Propaganda e pós-graduação em Design e Fotografia da Faculdade Pitágoras de Londrina. Tem constante produção autoral no campo da fotografia, por meio analógico e digital, se apropriando de acidentes causados pelos materiais amadores ou precários de produção. Dedica sua pesquisa acadêmica às imagens e suas poéticas contemporâneas. karampazzo@gmail.com KEYTIELLE MENDONÇA . Vive e trabalha em Ribeirão Preto, Graduada em Moda, integra o ateliê de pesquisa em poéticas visuais, Latitude 22, com orientação de Josué Mattos. Participou de salões como o 37º SARP, Ribeirão Preto – SP, 19º Salão Unama de Pequenos Formatos, Belém – PA, 11º Helke Hering, Blumenau – SC, 45º SAC, Piracicaba – SP, Arte Londrina 2, Londrina – PR, 45º Salão Luiz Sacilotto, Santo André – SP. Prêmios: 21º Salão de Artes de Praia Grande –SP, 2014, 22ª e 24ª Mostras de Arte da Juventude, 2011| 2013, Sesc Ribeirão Preto, SP. Obra no acervo público de Jundiaí – SP, adquirida pela Associação Cultural Menorah e duas obras para o acervo da Prefeitura da Estância Balneária de Praia Grande – SP. keytmendonca@gmail.com
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LETO WILLIAM . Nasci em São Paulo - SP, em 1993, mas adotei Londrina como cidade já faz alguns anos. me formei em Artes Visuais na UEL em 2014. Desenvolvo trabalhos em diversas mídias, pensando como o trabalho de arte pode partir do outro e como este outro contribui em seus desdobramentos. Essa relação com o outro me faz pensar minha constituição enquanto sujeito, acentuando os possíveis sujeitos que surgem no contato entre. Participei de algumas exposições em Londrina, entre elas: Teu corpo eu - UEL (2012) Nada do que lembramos é verdade - DaP (2013), Como se achar no mar profundo? - Galeria do SESC Londrina (2014), Só te olharei 140 vezes, e mais uma depois disso - UEL (2014). Além de atuar como artista, dou aulas de Arte para o ensino fundamental e atuo como mediador de exposições.” letouill@gmail.com LIDIA MALYNOWSKYJ . Vive e trabalha em Bertioga – SP. Bacharel em Artes Plásticas pela Faculdade Santa Marcelina. Ministrou cursos, com foco, em escultura em instituições como SESC e Museu do Café de Santos. Participou de residência artística na Islândia, NES artist residency, 2013. Principais exposições coletivas: 21º Salão de Artes Plásticas de Praia Grande e 13º Salão Nacional de Arte de Jataí. lidiamaly@gmail.com LUA PADOVANI . Vive e trabalha em Londrina - PR. Graduanda do curso de Artes visuais da Universidade Estadual de Londrina. Atua como estagiária em escola, integrando o Pibid, programa institucional de bolsa de iniciação a docência. Pesquisa a relação entre desenho e performance como meios de estar no mundo de maneiras mais efetivas. arvorevento@gmail.com LUIS TEIXEIRA . Vive e trabalha em São Paulo – SP. Graduado em Artes Visuais na Universidade Federal de Minas Gerais. Desenvolve trabalho em pintura desde 2007 tendo participado de diversas exposições coletivas e de uma individual na Galeria de arte da CEMIG. Vive e trabalho em São Paulo. Orientado desde 2012 pelo artista e professor Paulo Pasta no curso de pintura e reflexão no Instituto Tomie Ohtake. contato.lteixeira@gmail.com 240
LULA RICARDI . Artista visual nascido em São Paulo e formado em arquitetura. Trabalha com fotografia, montagem de objetos, instalação e gravura digital. Realizou individual no Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul e no Museu de Arte de Goiania e coletiva no Museu de Arte de Ribeirão Preto. Selecionado em Salões entre eles o Sarp, o Dap-Londrina e o de Jataí. Foi premiado no Salão de Arte de MS. Tem trabalhos no acervo do Marco – Museu de Arte Contemporânea de MS e na Fundação de Cultura / MS. lularicardi@gmail.com MARCEL FERNANDES . Vive e trabalha em Antonina - PR. Cursou Artes Visuais com Fernando Augusto, Cleverson Antunes, Olho Wodzynski, Thiago Syen, Andre Serafim, Eduardo Nascimento, João H. do Amaral, Dulce Osinski, Rossana Guimarães, Paulo Camargo, Vera Furman e Manoel Veiga. | Selecionado nas últimas edições da Mostra Paranaense de Artes Visuais, sendo premiado em duas; participou de salões e mostras de arte nacionais; e no exterior do projeto Nau Articulações Visuais em Salamanca, 2ª Bienal Internacional de Fotografía y Artes Audiovisuales em Jaén, Artistas Emergentes do Brasil em Madrid. cecelfernandes@yahoo.com.br MARCIA BRAGA . Vive e trabalha em Porto Alegre - RS. Márcia Braga é graduada em Arquitetura e Urbanismo pelo Instituto Ritter dos Reis, pós graduada em Arquitetura, Arte e Espaços Efêmeros pela Universidade Politécnica da Catalunha e bacharelanda em Artes Visuais pela UFRGS. Atua profissionalmente em arquitetura, arte e em projetos curatoriais. Participou de diversas exposições individuais e coletivas. Recebeu o Prêmio Açorianos 2013 Destaque em Cerâmica e o Prêmio de Incentivo a Criatividade no 20º Salão de Artes plásticas da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. É integrante do grupo Bando de Barro e idealizadora e ativadora do Projeto Vizinhança e do Café na Calçada, ambos em Porto Alegre. bragamarcia@hotmail.com
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MARCIO DIEGUES . Vive e trabalha em Londrina - PR. Artista, professor e gravador, formado em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Londrina, trabalha com desenho e seus desdobramentos no livro de artista e na gravura em metal. Participou atualmente do programa de residencia artística Bolsa Pampulha 2013/2014, e foi selecionado na Bolsa Iberê Camargo 2014 para o projeto de Arte digital do site. Atualmente vive e trabalha em Londrina, PR. mdsacris@gmail.com MARCOS FIORAVANTE . Vive e trabalha em Porto Alegre. Mestrando em Poéticas Visuais pelo PPGAV, IA/UFRGS (bolsista CAPES/FAPERGS) e Bacharel em Artes Visuais pela mesma Instituição (2013). Realizou a exposição individual Desenhos, StudioClio (2012), entre outras exposições coletivas. Contemplado com o VII Prêmio Açorianos de Artes Plásticas como Artista Revelação (2013). Dispõe de obras em acervos públicos e privado (MARGS, MAC-RS e FVCB). marcosfioravante@yahoo.com.br MARILIA DEL VECCHIO . Vive e trabalha em São Paulo – SP. Graduada em Comunicação e Artes do Corpo pela PUC-SP. Investiga as relações do ser humano com o próprio corpo - mediadas como são pela cultura e pela história individual. Experimentando diversos materiais e linguagens numa arqueologia material, corporificada pelo questionamento do processo criativo. Trabalhos selecionados: Residências artística: na Flona de Ipanema e MACS - 2013, e no Condomínio Cultural - 2013. Exposições coletivas: É fluido, mas é legível - Oficina Cultural Oswald de Andrade; Expo de Residência - MACS; Até aquele momento - Condomínio Cultural; Abertura - Atelie 397; 1ª Ocupação e 1ª Coletiva, na Oficina Cultural Oswald de Andrade. Performance: Performa Paço, “O que seria da rosa se não fossem os espinhos”; 29ª Bienal, Ursonate Implodida; Festival de Inverno de Paranapiacaba, “O Enterro do Professor Sukolov”. Vídeodança: Mostra Vídeos_Laboratório de Estudos Córeo_Vídeo_Gráficos – Galeria Olido e do 18º “IL. mdvecchio@gmail.com 242
NATÁLIA TARDIN . Vive e trabalha em Londrina, artista, graduada no curso de Artes Visuais na Universidade Estadual de Londrina (2010-2014). Em 2012, foi selecionada para exposição individual Caleidoscópios no Sesc Londrina e participou das exposições coletivas Minha Paisagem (2014), Olhar Londrina (2014) e Formandos e Ateliê Permanente (2013-2014). natalia.t.teixeira@gmail.com NATASHA BARRICELLI . Vive e trabalha em São Paulo – SP. Formada em Artes Plástica pela Fundação Armando Alvares Penteado ( Faap /SP) em 1998. Em 2000 passou um período na Itália atuando como assistente do do artista Paolo Icaro e desenvolveu pesquisas pertinentes a sua produção artística. Em 2001, sob indicação do diretor Silvio Passarelli, da Faap, frequentou como ouvinte a Ecole Nationale Superieure des Beaux- Arts, em Paris, assistindo às aulas dos artistas Christian Boltanski, Giuseppe Penone entre outros. Nessa época começou a participar de exposições coletivas, como a XXX anual de Artes Faap, SP, SEsc Amapá e TAC International Platform of Art, na Bélgica. Realizou duas exposições individuais em 2003, A memoria do Corpo , na Fundação Cultural de Curitiba e no Museu de Arte de Ribeirão Preto ( MARP). natashabarricelli@gmail.com PATRíCIA ARAUJO . Artista, cearense, vive em São Paulo e é mestre Poéticas Visuais pela ECA-USP. Desenvolve uma pesquisa a partir de viagens e deslocamentos investigando as fronteiras como possibilidade de contato e fricção. Entre as exposições recentes estão a individual O corpo é eu: diários sobre a distância (Zipper Galeria, SP); A 4 graus do Equador (Ateliê 397, SP); Pernambuco Convida (Galeria Arte Plural, PE); Saia (Galeria Ímpar, SP), Ocupação Colaboratório no Centro Cultural São Paulo; Dizer/ Fazer (Ateliê Roberta Goldfarb, SP). patifotografia@gmail.com PEDRO CARNEIRO . Bacharel em Artes Visuais pela UERJ, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Desenvolve seu trabalho em diversas mídias tendo como principal foco as áreas de iluminação, desenho e pintura. Atualmente reflete sobre questões relativas às relações humanas nos 243
espaços urbanos. Cursou as oficinas de Gravura em Metal, com Bia Amaral e Em Torno da Pintura: a fotografia como registro e suporte, Profª Drª Malu Fatorelli, ambas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Participou do 3° Arte Londrina. Londrina, PR. 2013, do 4° premio belvedere de arte contemporânea. Foi finalista Prêmio Novos Talentos da Pintura Cesgranrio. Rio de Janeiro, RJ, participou da Mostra do Coletivo Urbanário – Fachada do Centro Cultural Sergio Porto. Rio de Janeiro, RJ. Por um fio - EAV Parque Lage, Galeria 1 e 2. Rio de Janeiro, RJ. Vídeos Desvenda - Casa M e Museu Murillo La Greca. Porto Alegre, RS. Recife, PE. pedrocrok@Gmail.com RAFA PS . Vive e trabalha em Londrina - PR. Artista, londrinense, graduado em Artes Visual (licenciatura) pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), participa de coletivos que pretendem potencializar a relação entre artistas e a cidade. rafa262@gmail.com RAFAEL SANTACOSTA . Vive e trabalha em São Paulo, formado em design de moda pela Universidade Anhembi Morumbi, frequentou aulas na Faap, Mam e atelier de atistas. Participou de exposições coletivas em SP, Minas Gerais, Paraná e Hong Kong. Recentemente foi premiado com medalha de ouro em escultura no 22o Salão de Artes de Mococa. r.santacosta@gmail.com RAQUEL MAGALHÃES . Artista, vive e trabalha em Porto Alegre. Bacharel em Artes Visuais pelo Instituto de Artes UFRGS (2013). Em 2012, participa da exposição Novíssima Geração: Desenho e Pintura (Museu do Trabalho, Porto Alegre). Em 2013, realiza as exposições: Monocromos (Espaço Ado Malagoli, Instituto de Artes UFRGS, Porto Alegre) e Marilice Corona Raquel Magalhães: Pintura (Ateliê Subterrânea, Porto Alegre). Está entre os artistas contemplados pela Bolsa Iberê Camargo 2014 (Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre). raquelzmagalhaes@gmail.com
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RENATO WATANABE . Nascido em 1967 na cidade de São Paulo, onde reside e trabalha. Formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo em 1991. rw1450@gmail.com SÉRGIO PINZÓN . Nasceu em 1988 em Bogotá, Colômbia. Vive e trabalha em São Paulo. É formado em Artes Plásticas (2010) da Universidad de los Andes e candidato a mestre em Poéticas Visuais da Universidade de São Paulo (2014) sob orientação do professor Dr. Geraldo Souza Dias. Cursa atualmente a especialização em Gestão de Projetos Culturais do Centro de estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação (CELACC) da Universidade de São Paulo. Atualmente participa do grupo de acompanhamento de projetos orientado pelos artistas Nino Cais e Marcelo Amorim, e faz parte da equipe de produção do espaço independente de arte contemporânea Ateliê397. sergiocamilo@hotmail.com THAÍS GUGLIELME . Vive e trabalha em São Paulo. É mestre em Artes Visuais e Educação pela Universidad de Barcelona (2011) e licenciada em Educação Artística pela FAAP (2008). Atualmente, participa do grupo de acompanhamento de projetos do Hermes Artes Visuais, orientado pelos artistas Nino Cais e Marcelo Amorim. tatatg@hotmail.com WALTER KARWATZKI . [Maceió – AL, 1959]. Vive em Porto Alegre – RS. Realizou três individuais e coletivamente expôs em Porto Alegre, São Paulo, Maceió e Natal, Montevidéu, Buenos Aires e Trois-Rivières. Em 2014 participou da “Vídeoresidencia Território Expandido” da Rede Nacional Funarte Artes Visuais. Porto Alegre – RS. Em 2012 recebeu o III Prêmio Artes Visuais João Simões Lopes Neto. Pelotas – RS. Em 2006 obteve o 1º lugar no VI Concurso Internacional de Fotografia de la Red Mercociudades”. Buenos Aires – Argentina. walter.karwatzki@gmail.com
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WILLIAM MENKES . Natural de Araçatuba – SP, graduado em Artes Visuais/Bacharelado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS (2010-2013) onde desenvolveu pesquisa na área de Gravura em Metal. Recentemente está participando da 3ª Bienal Internacional de Gravura Lívio Abramo – Araraquara/SP, premiado no I Festival de Artes Plásticas de Campo Grande/MS; participou do movimentado 65º Salão de Abril no Banco do Nordeste – Fortaleza/CE e Exposição 500 Gravuras – Muriaé/MG. menkeswilliam@gmail.com
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TÍTULO ORGANIZADOR TEXTOS E IMAGENS PROJETO E EDITORAÇÃO GRÁFICA FOTO CAPA
Arte Londrina 3 Danillo Villa Arquivos dos artistas Danillo Villa e Messias Rocha Danillo Villa
TRATAMENTO DAS IMAGENS E DIAGRAMAÇÃO
Messias Rocha
REVISÃO TEXTUAL
Eleonora Smits
FORMATO TIPOLOGIA PAPEL MIOLO NÚMERO DE PÁGINAS TIRAGEM IMPRESSÃO
18 x 14 cm Minion Pro e Calibri Off-set 120 g/m2 248 400 exemplares Midiograf Gráfica e Editora
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