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EDITORIAL
Diretores Presidentes Pedro Zidoi Diretora Administrativa Abigail J. C. Maglio Diretor Institucional Nelson Grecov Diretor Financeiro José Carolino Campos Jornalista responsável Celso Arnaldo Araújo (MTB: 13.064) Gerente de Marketing e Vendas Graziele C. Lucato Diagramação e arte Dawis Roos dawisroos@gmail.com Colaboração Amora Comunicação (Assessoria de Imprensa Aspen Pharma), Dr. Rogério Tokarski Editora Lison Rua Santa Isabel, 160, 4º andar Vila Buarque, São Paulo/SP CEP: 01221-010 (11) 3361-5705 ABCFARMA Rua Santa Isabel, 160, 5º andar Vila Buarque, São Paulo/SP CEP: 01221-010 (11) 3223-8777 www.abcfarma.org.br Distribuição ABCFARMA Publicidade Lison Editora Impressão Gráfica PGE
O lançamento do especial FITOTERÁPICOS na edição 240 da revista ABCFARMA teve uma extraordinária aceitação pelo mercado e pelas empresas que participam nesse segmento. Muitas farmácias solicitaram mais exemplares. Foi orientado a todos os interessados a buscarem o especial FITOTERÁPICOS em forma digital no portal www.abcfarma.org.br. Os navegadores que acessaram o portal e retornaram através de e-mail elogiando o conteúdo das matérias publicadas, além do varejo farmacêutico e algumas indústrias, foi enorme o interesse despertado pelos prescritores em buscar mais informações sobre o conteúdo e os produtos. Já nessa 2ª edição preparamos relatos específicos e trabalhos informativos para atender e disseminar o conhecimento sobre a riquíssima biodiversidade e atender também o interesse da população em utilizar as plantas medicinais para previnir, aliviar e melhorar os estados patológicos. Assim como na Europa, onde a fitomedicina tornou-se uma forma de tratamento, no Brasil essa prática está crescendo cada vez mais.
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Obtenham nos especiais FITOTERÁPICOS divulgados na revista ABCFARMA uma fonte permanente de atualização, conhecimento e resultados para sua empresa!
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Pedro Zidoi Presidente da ABCFARMA ABCFARMA Especial Fitoterápicos 3 logos_retratos_17 sexta-feira, 29 de julho de 2011 11:34:14
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ESPECIAL
CURIOSIDADE
De acordo com os cientistas, o Brasil possui a maior diversidade genética vegetal do mundo, com cerca de 55 mil espécies já catalogadas — de um total estimado entre 350 mil e 550 mil espécies que compõem a flora brasileira, equivalentes a 22% da flora mundial.
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FITOTERÁPICOS A alternativa terapêutica aos calmantes sintéticos
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venda de calmantes de tarja preta no Brasil vem apresentando um crescimento acelerado. Dados da IMS Health apontam que o mercado de clonazepam cresceu, de 2006 a 2010, 41,9% no Brasil. Na avaliação de psiquiatras, há um abuso na indicação desses calmantes, que podem provocar dependência, sonolência, dificuldade de concentração e danos na memória. Colaboração: Amora Comunicação (Assessoria de Imprensa Aspen Pharma)
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POR QUE FAZER USO
Com a vida agitada das grandes cidades e o estresse que acomete boa parte da população, a tendência é que esses números aumentem. Muitos brasileiros hoje sofrem com insônia e com sintomas de ansiedade, e a explicação do alto consumo de calmantes, dizem os especialistas, é que a maioria das pessoas quer cada vez mais soluções rápidas para aliviar a angústia e a dificuldade para dormir.
PONTOS POSITIVOS Os indivíduos precisam atentar para os maus hábitos (ausência de alimentação equilibrada, poucas horas de sono, falta de exercícios físicos, consumo exagerado de álcool e cigarro), grandes causadores da ansiedade e da insônia, antes de lançarem mão da medicação. Além disso, deve haver um preparo para o sono. Mas, para os que de fato precisam de tratamento com medicação, há na indústria farmacêutica tratamentos com viés natural para o estresse, que apresentam menos efeitos colaterais que os alopáticos, e que podem ser tão potentes quanto os sintéticos. Um outro ponto positivo do calmante fitoterápico é que este é bastante recomendado para idosos em estado depressivo. Cientes da complexidade de prescrever tarja preta
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para os mais velhos, médicos optam por tratar o idoso com fitoterápicos, devido à ausência de dependência e redução de efeitos colaterais, como sonolência durante o dia.
USO INFANTIL
É comum, atualmente, crianças apresentarem sinais de ansiedade.
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Desde cedo, os pequenos estão tendo de aprender a lidar com agenda de compromissos, e com a preocupação que antecede as provas. Há crianças que apresentam sintomas tão intensos, que estão deixando em alerta pais e educadores. Para tratar esse tipo de ansiedade, há calmantes fitoterápicos bastante seguros.
Um dos pontos positivos do calmante fitoterápico é que este é bastante recomendado para idosos em estado depressivo ABCFARMA Especial Fitoterápicos
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EMAGRECIMENTO
A combinação de extrato de Passiflora incarnata L., Crataegus oxyacantha L. e Salix alba L, que possui um efeito calmante, é bastante indicado nos casos de ansiedade e insônia de leve e acentuada intensidade em adultos e crianças. A Passiflora incarnata L, conhecida popularmente por maracujá silvestre, atua eficazmente na insônia e na hiperexcitabilidade nervosa. O despertar após o uso da Passiflora é rápido e completo. Não causa
depressão psíquica e lentidão de reflexos, comuns com o uso de hipnóticos e tranquilizantes. O Crataegus oxyacantha L, conhecido também como Espinheiro alvar, tem ação sedativa sobre o SNC (sistema nervoso central) e ação vasodilatadora, o que auxilia o controle da hipertensão associada a componentes emocionais. O Salix alba L, salgueiro alvar ou salgueiro branco, tem princípios ativos que possuem identidade
RELAÇÃO ENTRE FITOTERÁPICOS E EMAGRECIMENTO Com a iminente suspensão da venda de anorexígenos pela ANVISA, fitoterápicos que atuam na queima do excesso de gordura e desintoxicação do organismo poderão ocupar um novo espaço na prescrição médica do tratamento da obesidade. São muitos os princípios ativos utilizados para ajudar no processo de emagrecimento. A Chlorella, por exemplo, contém algas compostas por proteína, clorofila, vitamina E e complexo B que agem como complementos nutritivos, auxiliando na sensação de saciedade. Portanto, auxilia no emagrecimento, no combate à constipação (intestino preso) e no fortalecimento do sistema imunológico.
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origem
Especialistas afirmam que o efeito terapêutico de uma planta pode se dever a um conjunto de substâncias naturais presentes nela.
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química incontestável com o ácido salicílico. Tem ação analgésica, antipirética e anti-inflamatória. Possui também ação no SNC que permite um controle da hiperexcitabilidade nervosa, útil no inclusive controle do desconforto associado à dismenorréia (cólicas menstruais). Os fitoterápicos também vêm sendo utilizados pelos médicos para fazer o ‘desmame’ de quem fazia uso de ansiolíticos tarja preta. Como não é recomendada a descontinuação imediata do medicamento, os especialistas têm utilizado os fitoterápicos como apoio. O Hypericum perforatum L, de onde é tirada a substância Hipericina, uma das responsáveis pela ação antidepressiva, é indicado para tratamento de depressões leves e moderadas, estados de agitação e distúrbios do sono. Além disso, alivia a ansiedade, tensão e dor muscular. Especialistas afirmam que o efeito terapêutico de uma planta pode se dever a um conjunto de substâncias naturais presentes nela. Esse conjunto de substâncias atua de uma forma mais harmônica, interagindo com o nosso organismo, trazendo uma sensação de bemestar. Conhecedores do assunto explicam que a fitoterapia, em ascensão no mundo inteiro, principalmente na Europa, amplia o nosso arsenal terapêutico e não se propõe a substituir os medicamentos alopáticos, que têm
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sucesso mundial
sua hora e lugar, com indicações terapêuticas específicas. O fitomedicamento é um produto de origem vegetal, porém mantém o processo de fabricação como todo medicamento. É produzido de acordo com as regulamentações da legislação vigente, ou seja, contém a quantidade básica de princípio ativo exigida. É reconhecido para o tratamento de alguma doença, e registrado como tal. Diferente, por exemplo, dos florais, dos ‘chás da vovó’ e dos homeopáticos. Este último se difere do fitomedicamento, entre outras características, por ser ultra diluído e dinamizado, podendo ser de origem humana, animal, vegetal ou mineral. A indústria farmacêutica é ideal para trabalhar as plantas, pois dispõe de condições únicas para
A razão do sucesso, dizem os especialistas, é que o custo para desenvolver um fitomedicamento é muito menor em comparação com os sintéticos, além de menor efeito colateral. 12
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a otimização e padronização do extrato. Cientes desta capacidade e das vantagens de se produzir fitomedicamentos, as indústrias nacionais começam a atentar para esta expansão mundial, que logo será tendência no Brasil também, haja vista a flora do nosso território, a de maior biodiversidade da Terra. O Brasil possui em torno de 55 mil espécies de vegetais catalogados, de um universo de mais ou menos 400 mil, o que corresponde a 22% do planeta. Aprovado em testes clínicos e regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), os fitomedicamentos, que representam 8% do setor no país hoje, já são ofertados pelo Sistema Único de Saúde. Produtos, tais como os gerados à base de alcachofra, aroeira, cáscara sagrada, garra do diabo, isoflavona da soja e unha de gato são oferecidos pelo SUS à população brasileira.
Sucesso em todo o mundo
Atualmente, os fitomedicamentos representam 15% da indústria farmacêutica no mundo. Deste mercado, a Europa, que abriga o principal centro de pesquisas de fitomedicamentos mundial: The European Scientific Cooperative on Phytotherapy (ESCOP), sai na frente com um percentual de 36%.
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FARMÁCIA NATURAL
CURIOSIDADE
A menta é um gênero botânico da família Lamiaceae, cujas espécies são vulgarmente chamadas mentas ou hortelãs. São plantas herbáceas vivazes, compreendendo numerosas espécies, das quais muitas são cultivadas em função de suas propriedades aromáticas, condimentares, ornamentais ou medicinais. Em suas propriedades medicinais, é usada como anti-séptico, aromática, digestivo, estomáquica e expectorante. Existem cerca de 50 tipos conhecidos desta planta.
A razão do sucesso, dizem os especialistas, é que o custo para desenvolver um fito é muito menor em comparação com os sintéticos, além de menor efeito colateral. Em tempos onde a busca por produtos naturais tem sido valorizada, os fitomedicamentos atendem a um anseio dos consumidores que preferem medicamentos com menos impacto no organismo. Fontes a consultar: • Psiquiatras do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP) • Médicos da SOBRAFITO
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HOJE EM DIA...
A FITOTERAPIA NO MUNDO ATUAL O Brasil precisa avançar no campo da fitoterapia. Este avanço depende de uma forte campaha de esclarecimento público
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itor F. Ferreira (pesquisador do Instituto de Química da UFF e editor de Química Nova) e Angelo C. Pinto (pesquisador do Instituto de Química da UFRJ e editor do Journal of Brazilian Chemical Society). Por trás da beleza da natureza esconde-se uma guerra surda pela sobrevivência dos mais aptos. As plantas para sobreviver e evoluir têm que competir por espaço e se defender do ataque de herbívoros e patógenos, em geral. Neste embate de milhões de anos, as plantas foram desenvolvendo suas próprias defesas químicas.
As plantas consideradas medicinais beneficiaram, e continuam beneficiando a humanidade 16
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Esta é uma das razões pelas quais a constituição química das plantas é tão complexa, e porque muitas plantas biossintetizam substâncias para atuar em alvos específicos moleculares de seus predadores. Metabólitos secundários de plantas e micro-organismos são produzidos para modular seus próprios metabolismos e, consequentemente, também podem alcançar alvos terapêuticos de doenças humanas. Ao longo do processo evolutivo, o homem foi aprendendo a selecionar plantas para a sua alimentação e para o alívio de seus males e doenças. O resultado desse processo é que muitos povos passaram a dominar o conhecimento do uso de plantas e ervas medicinais. O uso de medicamentos é muito recente e sua comprovação por testes clínicos é ainda mais recente. Enquanto os medicamentos apresentam, em sua quase totalidade, um único princípio ativo que é responsável pelo seu efeito farmacológico, os extratos
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vegetais e de fungos, por exemplo, são constituídos por misturas multicomponentes de substâncias ativas, parcialmente ativas e inativas, que, muitas das vezes, atuam em alvos farmacológicos diferentes. A eficácia destes extratos é o resultado de seu uso, durante muitos anos, por diferentes grupos étnicos. Até hoje, alguns povos ainda fazem uso consciente de medicamentos fitoterápicos tradicionais relacionados com saberes e práticas que foram adquiridas ao longo dos séculos. No entanto, deve-se ressaltar que, muitas vezes, o uso desta medicina tradicional se dá por falta de acesso ao medicamento, e é nesse cenário que aparecem os espertalhões que vendem fitoterápicos falsos e milagrosos.
Os extratos vegetais e de fungos são constituídos por misturas multicomponentes de substâncias ativas, parcialmente ativas e inativas, que, muitas das vezes, atuam em alvos farmacológicos diferentes
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HOJE EM DIA...
As plantas consideradas medicinais beneficiaram, e continuam beneficiando a humanidade. Não precisaram dos testes clínicos como os fármacos sintéticos, credenciaram-se pelo seu uso tradicional ao longo de séculos. Ainda hoje muitas são utilizadas para tratamento de enfermidades, mesmo havendo medicamentos sintéticos no mercado para o tratamento das mesmas patologias. No entanto, existem plantas que são venenos por conterem toxinas poderosas que podem levar à morte. Algumas plantas medicinais são, inclusive, incompatíveis com o uso de certos medicamentos. A sociedade tem a percepção de que todo produto natural é seguro e desprovido de efeitos colaterais. Em alguns casos, os efeitos dos produtos naturais são apenas psicológicos e, em outros, causam danos irreversíveis à saúde. A falta de informação do público sobre os fitoterápicos tem sido explorada por muitos espertalhões em busca de curas milagrosas e lucros fáceis. Outros com intenções duvidosas, ao invés de esclarecerem os seus benefícios, lançam dúvidas e emitem opiniões sem levar em consideração os milênios que as plantas medicinais estão a serviço da humanidade. A única maneira de combater estes espertalhões é levar informações confiáveis de cientistas ao grande público, sem parcialidade ou interesses econômicos escusos. As indústrias farmacêuticas foram, e continuam sendo beneficiadas pelos conhecimentos populares sobre o uso medicinal das plantas. Recentemente, mostrou-se que 50% dos medicamentos aprovados entre 1981 e 2006, pelo FDA, são direta ou indiretamente derivados de produtos naturais. As chances de se obter
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novas entidades químicas de plantas, fungos, bactérias etc, terrestres ou marinhos são reais. Mesmo que a nova entidade química não passe em todos os testes clínicos, ela servirá de modelo para a síntese de novos candidatos a fármaco. Apesar dos muitos desafios enfrentados nas últimas décadas, a Química de Produtos Naturais tem tido avanços importantes com a intersecção com outras áreas afins como Bioquímica, Biologia Molecular, Etnofarmacologia, Imunologia, e de tecnologias inovadoras de análise e elucidação estrutural como a
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ressonância magnética nuclear, espectrometria de massas etc... No Brasil, a Química de Produtos Naturais (QPN) sempre foi uma das áreas que lideraram o desenvolvimento da Química. Porém, a QPN enfrenta atualmente diversos desafios a nível global e econômico. A biodiversidade está diminuindo com a redução das florestas e dos recifes de coral, em razão do aumento populacional, da poluição atmosférica e da expansão do agronegócio. Além disso, não se sabe exatamente qual será o efeito do aumento do CO2 na sobrevivência e
desenvolvimento das grandes florestas. Como consequência, muitos protótipos naturais para o desenvolvimento de novos fármacos estão sendo perdidos. O Brasil precisa avançar no campo da fitoterapia. Este avanço depende de uma forte campanha de esclarecimento público, que deve incluir a classe médica, para mostrar a segurança e eficácia das plantas medicinais de uso tradicional, como uma alternativa terapêutica. É também importante que os melhores químicos de produtos naturais se envolvam com o estudo de plantas medicinais, desde o trabalho de identificação do princípio ativo ao controle de qualidade dos produtos oferecidos ao consumidor. A complexidade na composição química dos extratos dos fitoterápicos é uma das principais razões para a reprodução dos seus efeitos farmacológicos desejados, e este é o grande desafio que os químicos precisam vencer, padronizando o extrato e informando ao usuário quais são o(s) princípio(s) ativo(s) e a(s) sua(s) concentração(ões). Há países que aceitam medicamentos fitoterápicos com vários ingredientes, sinalizando uma mudança de atitude para o reconhecimento destes medicamentos, desde que tenham uma boa observação clínica. Esta mudança está ligada ao entendimento de que o corpo humano é um organismo complexo e que poucas doenças podem ser atribuídas a uma única causa. O Ministério da Saúde ao recomendar e indicar 66 plantas medicinais aprovadas pela Anvisa, cujo uso está consagrado na cultura da medicina popular brasileira, teve uma atitude correta e coerente. A etapa seguinte é fiscalizar a comercialização destes fitoterápicos para preservar a saúde do consumidor.
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PROJETO PRESERVAR
ERVAS MEDICINAIS: DEZ ANOS DE PRESERVAÇÃO Estudantes disseminam conhecimento
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cheiro da camomila está no ar. O campo florido da erva medicinal é mais um dos presentes que a natureza
nos reserva, no Núcleo Rural da Vargem Bonita, Distrito Federal. A camomila está entre as 30 espécies diferentes de plantas medicinais cultivadas, como parte do Projeto Preservar, que completou dez anos de criação em setembro último. O objetivo do Projeto é resgatar e manter o conhecimento popular e a ciência das ervas medicinais e estimular a preservação ambiental. Ao longo desse tempo, mais de 15 mil estudantes das redes pública e particular do DF tiveram a oportunidade de enriquecer seus conhecimentos sobre plantas medicinais, com as visitas guiadas aos canteiros de ervas. “É uma iniciativa de responsabilidade social passar esse conhecimento à sociedade e despertar nos estudantes o interesse investigativo para aprimorar os estudos na área de ciências, de forma prática”, considera o diretor da Farmacotécnica e idealizador do Projeto, Dr. Rogério Tokarski. “A maioria da população só usa remédio sintético. Aqui no Projeto, vemos o plantio, o desenvolvimento, a colheita e a secagem das plantas. O uso dos chás é importante na cultura brasileira.
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Não podemos deixar morrer. Precisamos preservar para as próximas gerações”, define Mateus Alves, 15 anos, que participou do Projeto no ano passado e agora se tornou voluntário e multiplicador do conhecimento para outros estudantes. Outro participante do Projeto, Douglas Lima, 13 anos, estudante da 7ª Série no Centro de Ensino Fundamental da Vargem Bonita, lembra que as flores da planta stévia são usadas em infusão no combate ao diabetes, fadiga, depressão e insônia. “São tão doces que chegam a ser amargas”, diverte-se. Quem também aproveitou e muito os ensinamentos do Projeto Preservar é Helena Leite, 14 anos, estudante da 8ª Série do Ensino Fundamental. Ela conta que a babosa (aloe vera) é uma erva medicinal de origem africana. “A seiva de suas folhas serve como laxante, para tratar problemas biliares, dores de cabeça. Externamente, é utilizada em feridas e úlceras, acne e queimaduras. Tem também o uso cosmético em shampoos e condicionadores”, afirma. Depois de participar de dois anos consecutivos das atividades do Projeto, Murilo da Silva, 14 anos, também tornou-se voluntário e diz que “muita gente não sabe para que servem as ervas medicinais”. Considera importante acumular conhecimento sobre o plantio, a colheita, o processo de secagem e o armazenamento das ervas para disseminá-lo a outros estudantes. “Assim, a gente ajudar na preservação”. O Projeto Preservar é uma iniciativa da Farmacotécnica em parceria com o Centro de Ensino Fundamental de
Vargem Bonita (CEFVB) e a Emater/DF. A farmacêutica Andréa Saboya, uma das orientadoras do Projeto, acha fundamental transmitir informações sobre ervas medicinais. E isso tem sido possível graças à experiência da Farmacotécnica no cultivo e comercialização das ervas medicinais, define a farmacêutica. Hoje, a empresa é referência internacional em técnicas de plantio, colheita e secagem de ervas medicinais em sua chácara na Vargem Bonita. Para conhecer mais sobre o Projeto visite o site www.farmacotecnica.com.br. www.farmacotecnica.com.br
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PRÓPOLIS
PRÓPOLIS: O NÉCTAR QUE TRATA Será que o derivado do mel que nossas avós já costumavam recomendar realmente funciona? 22
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s abelhas capricharam na composição desse subproduto do mel — ela resulta da mistura de substâncias colhidas do pólen e das árvores com as secreções da própria abelha. Tudo muito natural e, segundo inúmeros estudos muito bem conduzidos, terapêutico.
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Foto: divulgação, Bee Movie
Conheça a própolis mais a fundo. Analisando a fórmula da própolis, essa combinação — pólen mais secreções — dá origem a um produto rico em aminoácidos, vitaminas e bioflavonoides, o que faz dela, de início, um poderoso antioxidante com ação antibiótica, entre muitas outras características.
Composição química da própolis Resinas e bálsamos aromáticos: 50% Ceras: 25 a 35% Óleos essenciais: 10% Grãos de pólen: 5% Minerais: alumínio, cálcio, estrôncio, ferro, magnésio, silício, titânio, bromo e zinco. Vitaminas: pró-vitaminas A e todas do complexo B. Flavonoides: Ésteres cafeinados.
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BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE De tudo o que se pesquisou até agora, eis os efeitos terapêuticos apontados com mais frequência pelos que se dedicaram ao estudo laboratorial da própolis: AÇÃO ANTIBACTERIANA A própolis é popularmente conhecida como sendo um antibiótico natural. A grande vantagem de seu uso em relação aos antibióticos comuns é que ela destrói as bactérias nocivas, preservando as benéficas, como é o caso das bactérias da flora intestinal. Alguns estudos apontam que as bactérias não criam resistência à própolis, como acontece com os
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antibióticos sintéticos, impedindo que estas se tornem mais nocivas, perigosas e resistentes. ANTIVIRAL A própolis é uma poderosa aliada no combate aos vírus do herpes e da gripe. Também previne o aparecimento de constipações, pneumonias, resfriados e doenças do aparelho respiratório. “A Universidade Federal de Santa Catarina realizou recentemente um etudo confirmando a ação broncodilatadora e analgésica da própolis”, explica o Dr. Silvio Lengler, professor de Apicultura da Universidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul. “Conclui-se que a própolis pode ser usada tanto na prevenção como no tratamento da gripe,
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asmas, bronquites e resfriados. Seu uso já é consagrado no tratamento de sinusites, amidalites e renites”, diz ele.
Priorizamos a inclusão de plantas nativas, (...) que possam atender às doenças mais comuns nos brasileiros
ANTIFÚNGICA A ação da própolis se estende a fungos, como a Candida albicans, responsável por infecções vaginais, bucais e no sistema digestivo. “A própolis também tem ação antimicótica, atuando sobre alguns fungos e leveduras, principalmente micoses e coceiras no corpo, fungo de unha e dermatite seborreica. Nestes casos, utilizase xampus à base de própolis, pomadas e extrato de própolis”, explica o zootecnista.
infeccioso. “Ela estimula a produção de células produtoras de anticorpos e globulinas, importantes para pacientes com baixa resistência”, diz o Dr. Sílvio.
FUNÇÃO IMUNOESTIMULANTE Estudos científicos também apontam o benéfico da própolis para o fortalecimento do sistema imunológico. O fato de estimular as células imunológicas torna a própolis um potente agente anti-
COMBATE OS RADICAIS LIVRES Além de possuir ação antioxidante, que bloqueia a ação dos radicais livres sobre as células saudáveis, a própolis preserva a ação da vitamina C, um potente antioxidante antienvelhecimento.
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FUNÇÃO CICATRIZANTE E REGENERADORA DOS TECIDOS A presença de flavonoides e aminoácidos, considerados regeneradores dos tecidos, torna a própolis eficaz no tratamento de dermatites, feridas, úlceras e queimaduras. “Sabe-se que a maioria das úlceras gástricas são causadas pelo bacilo Helicobacter pylori, que é altamente sensível à própolis. Isso justifica o seu emprego no tratamento de infecções gástricas”, explica o apicurista.
ALÍVIO DE DORES Sua função anestésica faz da própolis um excelente suplemento no combate de amidalites, dores de garganta, dor de dentes, entre outras. CONTRA-INDICAÇÕES Mesmo com tantos benefícios, a própolis deve ser usada com cautela: “Devemos lembrar que a própolis não é um remédio milagroso para todos os males e, em função de suas propriedades, deve ser utilizada com cautela e só quando necessário”, explica o professor. Também há a dose correta para evitar intoxicações. “Mais de 60 gotas por dia da própolis é considerada uma dose elevada.” USO ORAL A própolis para uso oral deve ser preparada sempre por laboratório e apresenta-se usualmente na forma de extratos, spray bucal, pastilhas, balas, suspensão, xaropes, comprimidos e em gotas. A substância jamais deve ser manipulada em casa. USO COSMÉTICO Existe uma infinidade de cosméticos à base de própolis, como xampus, cremes faciais e outros. Embora muito eficientes no tratamento de problemas como a caspa, acnes e alergias, devem ser usados somente por prescrição de especialista. “Muita gente acha que cremes e xampus, por serem de uso cosmético, podem ser usados livremente, mas acabam se intoxicando ou intensificando o problema”, finaliza o zootecnista.
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Poderoso para as abelhas e para as suas vendas
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