EEEFM “Professora Filomena Quitiba” Série: 1ª série – Ensino Médio Assunto: Grécia Antiga. Professor: Dayvid Machado Fernandes – História.
O MUNDO GREGO E A DEMOCRACIA → A Grécia antiga abrangia as terras da Península Balcânica. − Ao longo dos tempos os gregos ocuparam uma extensa faixa de terra na Ásia Menor (Grécia Asiática), a porção sul da Península Itálica e a Ilha da Sicília (Magna Grécia). − O litoral possui bons portos naturais - contribuiu para estimular a navegação e o comércio marítimo. → A civilização cretense − A Ilha de Creta foi a maior das ilhas gregas no Mar Egeu. − Inicialmente, os cretenses se dedicavam ao cultivo de cereais e olivas, à criação de bois, porcos e cabras e à pesca. − Posteriormente, se voltaram para a navegação e o comércio marítimo - chegando a dominar o comércio pelo Mar Mediterrâneo. − Os palácios era o polo organizador da vida social em Creta. • Além de abrigarem o rei e a sua corte, eram centros políticos, religiosos e culturais. − As cidades cretenses se comunicavam entre si por meio de boas estradas, utilizando-se carros puxados por cavalos. − Desenvolveram uma escrita própria - chamada de linear - ainda não foi decifrada. − Por volta de 1450 a.C. muitos povoados cretenses foram destruídos por incêndios. • Existem indícios que foram causados pela invasão dos aqueus que, na época conquistaram Creta. → A civilização micênica − Os aqueus ocuparam o sul da Grécia e fundaram várias cidades micênicas. • Ao expandirem-se pelo Mar Mediterrâneo, eles entraram em contato com os cretenses, com quem aprenderam novas técnicas de construção naval e o trabalho com metais. • Por volta de 1200 a.C., os palácios aqueus foram destruídos, mas não se sabe porque isso aconteceu. − Três outros povos aparentados com os aqueus invadiram a região: • Os jônios e os eólios - ocuparam a Grécia continental • Os dórios - se instalaram na ilha de Creta. − Com a destruição dos palácios micênicos, ocorreu um empobrecimento material, alguns povoados foram abandonados e a escrita desapareceu por cerca de 400 anos. • Esse longo tempo (de 1200 a 800 a.C.) é chamado de Período Homérico, pois a principal fonte usada pelos historiadores dedicados ao seu estudo são dois longos poemas épicos: A Ilíada e a Odisseia. → Dos genos à cidade-Estado − No Período Homérico, com o fim dos palácios, os reis perderam o poder e a aristocracia se fortaleceu. − A base da organização social passou a ser os genos. • Acreditavam pertencer a um ancestral comum. • A produção era voltada para subsistência − Com o passar do tempo, o chefe dos genos maior e mais rico ganhou poder, tornou-se rei e passou a governar por uma assembleia de guerreiros saídos dos outros géne. • Essa assembleia, formada por guerreiros com igual poder de decisão, deu origem a cidade-Estado ou Pólis. └ Área geográfica e política independente - cada cidade possuía o seu governo, sua moeda e seus deuses. └ A pólis era um centro urbano e também um Estado em que os cidadãos decidiam o que e como fazer por meio da política. → A colonização grega − A partir do século VIII a.C., houve um aumento da população e a necessidade de mais terras para o cultivo. • A maior parte das terras férteis estava nas mãos dos grandes proprietários. • A concentração de terras nas mãos de poucos e a escravização por dívidas geraram grande insatisfação social, estimulando a busca por novas terras. └ Entre 750 e 550 a.C., os gregos se espalharam pelo mar Mediterrâneo e fundaram mais de 150 colônias.
→ Atenas , o berço da democracia − Foi erguida pelos jônios, a poucos quilômetros do mar Egeu. − Possuía bons portos naturais, por isso voltaram-se para a navegação, a pesca e o comércio marítimo. − Inicialmente foi governada por um rei - MONARQUIA • Auxiliado por um conselho de aristocratas - Areópago. • Por um grupo de magistrados que formavam o Arcontado. └ Eram escolhidos entre os aristocratas de maior prestígio. − Com o passar do tempo, o rei foi perdendo poder e a aristocracia (os eupátridas - "bem-nascidos") - assumiu o comando da cidade - originando assim uma OLIGARQUIA - isso é, governo de uma minoria. − Insatisfeitos com a situação, os artesãos, comerciantes e soldados exigiam participação política na vida da cidade. • A insatisfação social gerou lutas violentas em Atenas. − O legislador e jurista Sólon visando contornar a crise, promoveu em 594 a.C. uma reforma que: • Cancelou as dívidas; • Extinguiu a escravidão por dívidas; • Substituiu o critério de nascimento pelo de riqueza. • Para diminuir a força do Areópago, criou dois órgãos: └ A Boulé - conselho composto de 400 membros e encarregado de preparar as leis; └ A Eclésia - assembleia popular cuja função era votar aquelas leis. − Por volta do século VI a.C., surgiu na Grécia antiga uma nova forma de governo, a TIRANIA; • Tirano era um governante que tomava o poder à força e valia-se do apoio popular para exercê-lo de modo autoritário. • Geralmente, ele governava em favor dos mais pobres - mas sem respeitar as leis e usando a violência contra os adversários. • O primeiro e mais importante tirano foi Psistrato (560-527 a.C) └ Confiscou terras dos aristocratas e distribuiu-as entre os pobres; └ Concedeu empréstimos aos pequenos agricultores; └ Construiu portos, canais, bibliotecas; └ Incrementou o comércio exterior de Atenas e permitiu ao homem comum acesso à vida cultural. • Seus filhos Hípias e Hiparco assumiram a tirania sem conseguir, no entanto, o mesmo desempenho do pai. − A DEMOCRACIA - a partir de 508 a.C., o arconte Clístenes, que chegou ao poder com o apoio popular, introduziu em Atenas uma série de reformas de grande impacto político e social. • Atenas estava dividida em quatro tribos controladas pelas famílias aristocráticas locais - Clístenes ampliou para 10 o número de tribos e as organizou de modo que cada uma delas fosse formada por pessoas de diferentes condições sociais e lugares. └ Com a criação de tribos territoriais e não mais baseadas em laços de parentesco, clístenes diminuiu a força das famílias aristocráticas e aumentou a do povo comum - chamado pelos gregos de demos. • Aumentou o número de membros da Boulé de 400 para 500 membros. • Introduziu o sorteio para o preenchimento de cargos por um ou dois anos. • Os principias órgãos da democracia ateniense na época de Clístenes eram: • Assembleia do Povo (Eclésia): └ Votava as leis; └ Escolhia os magistrados; └ Decidia em que gastar o dinheiro público; └ Dela faziam parte todos os cidadãos de Atenas - os homens livres com mais de 18 anos, filhos de pai e mãe ateniense. • Conselho dos Quinhentos (Boulé): └ Formado por 500 cidadãos escolhidos por sorteio anualmente; └ Preparavam os projetos para serem votados pela Eclésia • Estrategos └ 10 cidadãos eleitos por um ano └ Colocavam os projetos votados pela Eclésia em prática. • Para defenderem sua democracia, os atenienses criaram o ostracismo - que consistia em expulsar da cidade por 10 anos qualquer pessoa que apresentasse ameaça à democracia. • A democracia grega era direta e aberta à participação de todos os cidadãos └ O cidadão comparecia na Ágora (praça-pública) para discutir e votar. − O governo de Péricles (495-429 a.C.), a democracia ateniense foi aperfeiçoada: • Criou-se um Tribunal Popular composto de 6 mil cidadãos para julgar toda espécie de causas; └ Nele o próprio júri fazia o papel de juiz.
• Instituiu a remuneração para os ocupantes de cargos públicos; • Promoveu a reconstrução da parte alta de Atenas; • Estimulou o desenvolvimento intelectual e artístico, especialmente o do teatro. − Educação ateniense • A educação era mantida pelos próprios pais e não pela administração da cidade. • Educado para se tornar cidadão, a criança era encaminha para um professor particular. └ Era instruído em atividades físicas e culturais. └ Durante quatro anos seria instruída por um gramatista – leitura e escrita. • A partir dos 12 anos, recebia uma educação voltada para o desenvolvimento físico do corpo. “Mente sã em corpo são” • O ateniense seria instruído até os 18 anos, em escrita, música e atletismo. • Com 18 anos, tornava-se cidadão – adquirindo o direito de participar da Eclésia (Assembleia do povo). • Sua formação era completada com mais dois anos de treinamento militar. • Poderia até os 60 anos, ser convocado para as demandas do exército e sua cidade. − A mulher grega era valorizada ao que fazia aos outros e nunca pelo que fazia para se realizar. − As mulheres atenienses • Saíam de casa somente para as festas religiosas • Em casa era controlada pelo pai e, após o casamento pelo marido. • Mulher respeitável era aquela que se reservava ao gineceu, reinando a casa como senhora e administrando com eficiência o trabalho dos escravos. • As mulheres não tinham direito a propriedade e deveram estar legalmente sobre a guarda de um homem. → Esparta, um acampamento em armas − Situava-se no interior, rodeada por montanhas e voltada basicamente para a vida militar. − Foi fundada pelos dórios no século IX a.C. − Política em Esparta • Boa parte do poder de fato pertencia à Gerúsia. └ Grupo de 30 anciãos (gerontes), com mais de 60 anos e com poder vitalício, do qual faziam parte dois reis; └ Propunham leis; └ Julgavam causas, decidiam pela paz ou pela guerra. • Outro órgão importante era o Eforato. └ Formado por cinco membros (éforos), eleitos por um ano e sem direito a reeleição; └ Era responsável pela educação, pela mobilização das tropas, além disso podiam convocar a Gerúsia e a Apela. • A Apela └ Era uma assembleia formada por cidadãos espartanos com 30 anos ou mais. └ Votava, sem discutir, as propostas da Gerúsia - quase sempre concordavam com elas. − Com base nessas características, apesar da existência dos reis, pode-se dizer que o sistema político de Esparta era uma oligarquia. − Após a conquista da Messênia, havia em Esparta três grupos sociais diferenciados: • Os espartanos └ Descendiam dos dórios, possuíam as melhores terras e somente eles eram considerados cidadãos; └ Mantinham uma disciplina rígida e se dedicavam, sobretudo, à vida militar. • Os periecos └ Eram descendentes de populações conquistadas pelos dórios; └ Dedicavam-se ao artesanato, ao comércio e ao cultivo de um pequeno lote nos arredores da cidade. • Os hilotas └ Eram escravos cedidos pelo Estado para trabalhar nas terras e casas dos espartanos; └ Constituíam a maioria da população e revoltavam-se com frequência. − As mulheres espartanas • Recebiam melhor instrução – eram mais independentes e praticavam várias modalidades esportivas. • Preparavam-se para serem esposas e mães de guerreiros saudáveis. • Eram respeitadas e ouvidas pelos homens, eram relativamente mais valorizadas. • Tradicionalmente as mães espartanas encorajavam os filhos a morrer em batalha, em vez de enfrentar a derrota.
− Educação espartana • Os meninos eram entregues ao Estado e até aos 14 anos aprenda leitura e escrita. • Deveriam vestir poucas roupas, andar descalços, possuir cabeça raspada e dormir sobre uma rude esteira de caniços. • Quando completavam 20 anos – adquiria o direito de manejar armas e participar dos movimentos das tropas da cidade. • Aos 30 anos – tornava-se cidadão - podia se casar e participar da Apela (assembleia política da cidade). • Recebia do Estado um lote de terra e alguns escravos. • Aos 60 anos, podia aposentar-se e participar da Gerúsia (assembleia dos anciãos) – responsável pela elaboração das leis. → A Grécia em guerra − As guerras eram parte do cotidiano das cidades-Estado gregas, pois existia uma grande rivalidade entre elas. − Além do conflito entre eles, também havia o combate aos inimigos externos. • Nestes casos, as pólis podiam deixar de lado antigas rivalidades e se unir contra inimigos externos comum. → Guerras Médicas − Entre os séculos VI e V a.C., os persas já haviam dominado as colônias gregas da Ásia Menor e ameaçavam a Grécia continental. − Os confrontos acorreram nas Guerras Greco-Pérsicas ou Guerras Médicas. • Assim denominadas porque os gregos chamavam os persas de medos. − Entre 500 e 494 a.C., as cidades da Ásia Menor rebelaram-se contra os persas. • Depois de dominar a revolta, o rei persa Dario I decidiu castigar os atenienses, que haviam apoiado os núcleos gregos. − Em 490 a.C., navios persas desembarcaram tropas na planície de Maratona – cerca de 40 quilômetros de Atenas. • Os atenienses derrotaram os persas e retornaram à cidade antes que a frota de Dario I atacasse. − Dario passou, então, a preparar uma invasão em larga escala, mas morreu antes de concretizar o seu projeto. − Seu filho Xerxes foi responsável por uma nova ofensiva persa. • Em 480 a.C. Xerxes mobilizou um poderoso exército contra os gregos - derrotando os espartanos na Batalha de Termópilas e, posteriormente atacando e incendiando Atenas. └ Ao longo dos tempos criou-se um mito em torno da resistência de Leônidas e de seus trezentos guerreiros no desfiladeiro de termópilas. − A Batalha de Salamina foi decisiva para o desfecho da guerra. • A vitória de Salamina deu aos gregos o ânimo necessário para derrotar os persas em outras batalhas, obrigando a retirada de Xerxes e seus soldados. − As cidades mobilizadas contra os persas formaram a Liga de Delos – Confederação presidida por Atenas. • Cada cidade-membro contribuiu com homens, navios e dinheiro para o tesouro comum, que foi utilizado, em grande parte para reconstruir e embelezar a pólis ateniense. → A Guerra do Peloponeso e a conquista da Macedônia − A hegemonia política e econômica de Atenas incomodou outras cidades gregas. • Mesmo com o fim das Guerras Médicas, as pólis da Liga de Delos continuaram enviando recursos para Atenas – que utilizou para reconstruir a cidade e fortalecer seu poder econômico e político. − Insatisfeita Esparta se uniu às cidades de Corinto, Mégara e Tebas e formou a Confederação do Peloponeso. − O confronto entre as cidades rivais acabou por levar à guerra, conhecida como a Guerra do Peloponeso - iniciada em 431 a.C. • Foram 27 anos de lutas, que terminaram com a derrota ateniense. − No século IV a.C., as principais cidades gregas estavam esgotadas por décadas de guerras – divididas eram alvos fáceis para um inimigo externo. • O rei da Macedônia Felipe II, aproveitou-se da situação e preparou um poderoso exército para a conquista. └ A invasão do território helênico se efetivou em 338 a.C., na Batalha de Queroneia. − A política expansionista de Felipe II continuou com o seu filho e sucessor Alexandre Magno, que consolidou a dominação da Grécia e conquistou os territórios persas. • Alexandre tornou-se o dono do maior império formado até então. • Intitulou-se libertador dos territórios conquistados, procurando evitar rebeliões capazes de desgastar seu processo de expansão. └ Respeitou as instituições políticas e religiosas dos povos vencidos e promoveu casamentos entre os seus oficiais e as mulheres das populações locais – ele mesmo desposou uma princesa persa. • A fusão das culturas dos gregos com as tradições dos povos conquistados deu origem a uma nova manifestação cultural – o helenismo.