Exposição Évora nos Anos da I Guerra Mundial

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INTRODUÇÃO A I Guerra Mundial foi um conflito a nível mundial que durou quatro anos, tendo o seu início a 28 de Julho de 1914 e conclusão a 11 de Novembro de 1918. No ano de 1916 Inglaterra, em nome da velha aliança Luso-Britânica, pediu a Portugal para que confiscasse todos os navios alemães que tivesse atracados em portos portugueses, para futuro uso a serviço dos aliados. Portugal acolheu o pedido de Inglaterra e confiscou os navios alemães, o que resultou na declaração de guerra da Alemanha a Portugal. Desejada e procurada por uns, evitada ou rejeitada por outros, a intervenção de Portugal e a participação específica de forças militares na frente europeia desencadeou um debate intenso concentrando o confronto de ideias, argumentos e posições políticas extremadas, agitando grande parte da população portuguesa.

FOTO 1 – REVISTA “PORTUGAL NA GUERRA” Nº1, PG. 8 (1-06-1917)

Os impactos de um conflito em escala mundial, prolongando-se por um período além do que se imaginara, far-se-iam sentir de forma intensa, refletindo-se em Évora, tal como no resto do País, na escassez e na carestia de bens essenciais à subsistência de uma população, e aumento dos níveis de contestação social e política. Com a presente exposição o Arquivo Municipal Eborense pretende apresentar um conjunto de documentos que retratam as vivências de Évora na época em questão e ao mesmo tempo testemunham a participação de Portugal na guerra.

DR. BERNARDINO MACHADO EM VISITA ÀS TROPAS PORTUGUESAS EM CAMPO DE GUERRA FOTO 2 – REVISTA “PORTUGAL NA GUERRA” Nº5, PG.13 (OUT. 1917)


FOTO 1 - REVISTA “PORTUGAL NA GUERRA” Nº2, PG.16 (OUT. 1917)

MOBILIZAÇÃO A 9 de março, a Alemanha declara guerra a Portugal. Seis dias depois, António José de Almeida assume a chefia do governo, enquanto Afonso Costa fica com as Finanças. A partir de março, o governo tem como prioridade a organização de um Corpo Expedicionário.

FOTO 2 - REVISTA “PORTUGAL NA GUERRA” Nº2, PG.8 (OUT. 1917)


MOBILIZAÇÃO DOCUMENTO 01 - A Câmara de Évora felicita o Governo, o Congresso e o Exército português pelo papel preponderante que se depreende virá a tomar na Guerra – Lv. 807- 1914 (30 de Novembro)


MOBILIZAÇÃO DOCUMENTO 02 - O pessoal dos Caminhos de Ferro da estação de Évora organizaram uma angariação de donativos para os combatentes da Guerra da França. – 1914


MOBILIZAÇÃO DOCUMENTO 03 - Pedido de expropriação de terreno para construção de uma carreira de tiro em Évora para a qual o Ministro da Guerra aprovou o orçamento de 2 304$50 por despacho de 6 de Janeiro de 1914.


MOBILIZAÇÃO DOCUMENTO 04 - Ofício da Secretaria da Guerra dirigido à Câmara Municipal de Évora para que se marque escritura de cedência do terreno para a construção da carreira de tiro. 1916


MOBILIZAÇÃO DOCUMENTO 05 - As Juntas de Paroquia da cidade, no intuito de organizarem uma Comissão Patriótica para resolução das tomadas de posição a tomar pelas referidas Juntas quanto à situação do País, solicitam o Salão Nobre da Câmara para efetuarem uma sessão.


MOBILIZAÇÃO DOCUMENTO 06 - Convite das Juntas de Paroquia para participação na sessão da Comissão Patriótica a organizar.


MOBILIZAÇÃO DOCUMENTO 07 - Pedido da 4ª Divisão do Exército de envio dos valores referentes às multas aplicadas aos mancebos que faltaram ao recenseamento militar.


MOBILIZAÇÃO DOCUMENTO 08 - Participação do Presidente António José d’ Almeida em sessão patriótica no Teatro Garcia de Resende em Évora.


SOLDADOS PORTUGUESES QUE VÃO PELA PRIMEIRA VEZ OCUPAR AS TRINCHEIRAS FOTO 1 - REVISTA “PORTUGAL NA GUERRA” Nº5, PG.13

CRISE ECONÓMICA À medida que o número de mortes ia aumentando no Corpo Expedicionário a guerra tornava-se cada vez mais impopular. O custo de vida aumentava, o abastecimento de géneros escasseava e o desemprego crescia. Estes fatores fizeram desencadear violentas reações sociais que eram aproveitadas pelos unionistas e monárquicos.

CARROS DE APROVISIONAMENTO E COZINHAS DE CAMPANHA FOTO 2 - REVISTA “PORTUGAL NA GUERRA” Nº5, PG.13


CRISE ECONÓMICA DOCUMENTO 01 - Proposta apresentada pelo Presidente do Município Eborense sobre algumas intervenções a efetuar em diferentes edifícios visando socorrer a crise que atingia várias classes operárias.


CRISE ECONÓMICA DOCUMENTO 02 - Redução do consumo de gaz na iluminação pública.


CRISE ECONÓMICA DOCUMENTO 03 - Proposta para que a Câmara adquira peixe e o exponha por sua própria conta


CRISE ECONÓMICA DOCUMENTO 04 - A Junta de Paróquia de S. Mamede revela preocupação sobre a constante subida dos preços dos géneros de primeira necessidade.


CRISE ECONÓMICA DOCUMENTO 05 - Ministro do Fomento informa que foi nomeada uma comissão para promover providências facilitadoras de abastecimento da Metrópole de géneros de primeira necessidade e de combustíveis.


CRISE ECONÓMICA DOCUMENTO 06 - A Firma O. Herold & Cª transmite à Câmara Municipal de Évora o preço do carvão e disponibiliza o seu fornecimento.


CRISE ECONÓMICA DOCUMENTO 07 - O Vice Consul de Portugal em Isla Cristina disponibiliza-se para promover a venda de cortiça devido à crise que assolava o País.


CRISE ECONÓMICA DOCUMENTO 08 - Pedido do Governo Civil para que se tenha em atenção o número de trabalhadores que estão desempregados.


CRISE ECONÓMICA DOCUMENTO 09 - Fundação da Liga Económica Nacional em 1 de Dezembro de 1915.


CRISE ECONÓMICA DOCUMENTO 10 - Pedido de 20 sacos de açúcar e dificuldade no seu envio.


CRISE ECONร MICA DOCUMENTO 11 - A Junta de Freguesia de Graรงa do Divor solicita cadernetas de consumo para alguns dos seus habitantes.


CRISE ECONÓMICA DOCUMENTO 12 - A Firma António Anselmo Dias solicita à Câmara Municipal de Évora que interfira junto do Município de Aveiro para que este envie as guias de trânsito referentes à aquisição de 30 sacos de feijão.


CRISE ECONĂ“MICA DOCUMENTO 13 - A Junta de Freguesia de Azarruja, aprova o imposto indireto sobre cerveja, considerada bebida de luxo.


CRISE ECONÓMICA DOCUMENTO 14 - A Administração do Concelho participa que as guias de livre trânsito para saída de géneros para fora do Distrito terão que ter visto do Governo Civil.


CRISE ECONÓMICA DOCUMENTO 15 - Decreto 948 de 14 de Outubro de 1914, que proibia a reexportação para o Estrangeiro de arroz, açúcar, bacalhau, cereais, legumes e medicamentos.


CRISE ECONÓMICA DOCUMENTO 16 - O Decreto 4 125 de 22 de Abril de 1918 cria os celeiros municipais como organismos das Câmaras Municipais, destinados a auxiliarem a Repartição de Cereiais e Panificação da Direção de Subsistências, do Ministério das Subsistências e Transportes, na aquisição, armazenagem e distribuição, pelo país, de todo o centeio, milho e trigo das colheitas e das farinhas desses cereais, bem como de todo o centeio, milho, trigo e farinhas exóticas que o Estado viesse a importar.


AUTOMÓVEIS PARA TRANSPORTE DE FERIDOS FOTO 1 - REVISTA “PORTUGAL NA GUERRA” Nº7, PG.10

APOIO SOCIAL O apoio social foi presenteado de diferentes formas. Criaram-se Cozinhas Económicas, cedeu-se apoio aos expostos e a Cruz Vermelha desenvolveu um enorme papel nas relações com os prisioneiros, visitando-os, enviando-lhes encomendas, sem falar no papel que desempenhou na sua proteção.

TRANSPORTE DE UM OPERADO FOTO 1 - REVISTA “PORTUGAL NA GUERRA” Nº7, PG.10


APOIO SOCIAL DOCUMENTO 01 - Criação de uma cozinha económica no Largo do Paraíso. Lv. 809- 1916


APOIO SOCIAL DOCUMENTO 02 - Pedido da Cruz Vermelha Portuguesa às Câmaras Municipais para angariação de fundos.


APOIO SOCIAL DOCUMENTO 03 - O Comité Anglo-franco-belga propõe subscrição para apoio aos militares feridos da guerra.


APOIO SOCIAL DOCUMENTO 04 - Pedido de subsídio a criança abandonada.


APOIO SOCIAL DOCUMENTO 05 - O Governo Civil estipula às Câmaras Municipais a obrigação de apoio aos expostos.


UM POSTO DE SOCORRO A FERIDOS NAS PRIMEIRAS LINHAS FOTO 1 - REVISTA “PORTUGAL NA GUERRA” Nº7, PG.9

EPIDEMIAS Quando se pensava que nada poderia ser mais devastador do que a fúria das gigantescas bombas e metralhadoras da Grande Guerra, eis que várias epidemias surgem deixando um rastro sombrio de desespero e morte.

CARROS DE SERVIÇOS NA FRENTE PORTUGUESA FOTO 1 - REVISTA “PORTUGAL NA GUERRA” Nº7, PG.9


EPIDEMIAS DOCUMENTO 01 - As Juntas de Freguesia de Nª Sra. de Machede e S. Vicente de Valongo solicitam à Câmara envio de Médico Municipal para atender à epidemia da gripe pneumónica.


EPIDEMIAS DOCUMENTO 02 - Pedido de vacinas à Comissão Executiva da Câmara Municipal para que o médico municipal pudesse proceder à vacinação na Vila de Azaruja.


EPIDEMIAS DOCUMENTO 03 - A Junta de Freguesia de S. Manços solicita transporte para que o Médico Municipal se possa deslocar à Aldeia devido à epidemia de varíola e febres.


EPIDEMIAS DOCUMENTO 04 - O Comissário de Polícia disponibiliza quatro carros para higiene das Ruas da cidade.


EPIDEMIAS DOCUMENTO 05 - A Delegação de Saúde emite orientações profilática contra a propagação do tifo.


TRIBUTOS Várias foram as manifestações populares de regozijo pela vitória aliada. Em Lisboa, Porto, Alenquer, Setúbal, Évora, Santarém, Almeirim, Alhos Vedros, Seixal, Almada, Barreiro e Cova da Piedade realizam-se manifestações populares de regozijo pela vitória aliada.

FOTO 1 – HTTPS://WWW.GOOGLE.PT/SEARCH?Q=MONUMENTO+AOS+MORTOS+DA+PRIMEIRA+GUERRA+MUNDIAL+ÉVOR


TRIBUTOS DOCUMENTO 01 - Telegramas enviados pela Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Évora ao Ministro do Interior e ao Ministro dos Estrangeiros saudando-os pela assinatura do Armistício.


TRIBUTOS DOCUMENTO 02 - Agradecimento do Quartel General de Moçambique ao Presidente da Câmara Municipal de Évora por envio de saudação às tropas.


TRIBUTOS DOCUMENTO 03 - Pedido de colaboração de uma festa no Passeio Público de Évora para angariação de fundos para as famílias dos soldados mobilizados. Lv. 809-1916.



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