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Músicos: atletas da arte pág

Músicos: atletas da arte

Músicos e atletas têm muito em comum. Mais do que você imagina!

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Por Gabriela Vieira

Durante a cerimônia de abertura dos jogos olímpicos de 2021, física e resiliência mental dos músicos e atletas. A dor, dúvida e desuma cena me chamou atenção: os paralelos visuais estabelecidos entre uma orquestra e as diversas modalidades esportivas, as similaridades entre dois mundos.

Uma percepção muito sensível que aproxima duas realidades aparentemente distintas, mas com tantas possibilidades de intersecção.

Assim como os atletas se preparam incansavelmente para a competição, os músicos precisam de muita disciplina e dedicação para mostrar o melhor na apresentação.

Atletas muitas vezes têm segundos ou alguns jogos para mostrar o resultado do trabalho incansável de anos. O show é a chance única e irrepetível que representa somente uma fração mínima do trabalho árduo de um músico.

O treinamento exige capacidade crédito são constantes - o que mantém o sonho vivo é a persistência e vontade de fazer mais e melhor. Afinal, existe uma torcida que vibra com cada ponto marcado e cada melodia bem executada. As pessoas se reúnem para assistir, sentir o encanto e a paixão das atividades musicais e esportivas; uma alegria contagiante! (E que saudade do público…). As semelhanças extrapolam o meramente visual: invadem a rotina de treino e a filosofia de trabalho! Quem dedica a vida à música ou ao esporte sabe que não exerce apenas uma profissão: está imerso em um estilo de vida que permite sentir-se mais vivo! Estudar música com o compromisso de um atleta, praticar esporte com a devoção de um artista. Edição 1

Bom dia, Verônica

“Será que eu consigo assistir?”

Por Deborah Vieira

Foi a primeira coisa que passou pela minha cabeça enquanto assistia ao primeiro episódio. Dói ver tudo a que somos expostas diariamente, desde o bullying vivido já na infância, por não termos uma aparência que seja a “padrão”, passando pela humilhação de uma vítima que se defende como se fosse ré – fato que ganhou repercussão nacional no mês de novembro com a exposição do julgamento do caso de estupro de Mari Ferrer –, até às atrocidades de violência física e sexual a qual muitas de nós são submetidas diariamente, sendo que outras tantas nem sobrevivem para denunciar.

“Bom dia, Verônica” é uma série brasileira, disponível na plataforma Netflix, a qual conta a jornada da escrivã Verônica que, ao presenciar um suicídio dentro da delegacia de homicídios, decide investigar e dar voz às vítimas de um estuprador que caça mulheres em um aplicativo de relacionamentos. Em meio a essa busca, Verônica descobre outros crimes graves envolvendo um serial killer.

A série aponta temas dolorosos e presentes na sociedade brasileira contemporânea, como a falta de empatia e sororidade vinda de outras mulheres para com as vítimas de abuso ou violência sexual, muitas vezes, presentes dentro do próprio sistema de defesa, que deveria proteger e ouvir a vítima, sem qualquer julgamento prévio (na série, isso foi personificado na figura da Delegada Anita). Além disso, muito do que uma vítima mulher sente só pode ser compreendido por outra mulher, o que fica claro na personagem da Verônica, que sempre mostra-se preocupada com a vítima e em ampará-la. O trabalho de uma mulher, em muitos casos, é visto como um empecilho, em especial, nos relacionamentos amorosos e familiares. Verônica é constantemente repreendida pelo próprio marido por ter de sair e cumprir seu dever de policial, a profissão que escolheu e que ama. Infelizmente, o mundo do trabalho ainda é visto socialmente como secundário, uma mulher deveria preocupar-se primeiro com sua família e esposo. Fator esse que reforça a dominação masculina e a ideia de que o gênero feminino deve-se preocupar em primeiro com o ambiente privado (casa, filhos e marido), ao invés do público (mundo do trabalho). Outro problema que é escancarado na série são as questões de gênero e as relações de poder. O serial killer e agressor, também é um policial de alta patente, condecorado por seus feitos. A frase “cada um tem o herói que merece”, aparece para ironizar tal caso. Afinal, o que uma simples escrivã, frequentemente questionada de sua sanidade mental e do seu real lugar na polícia, poderia fazer contra um policial homem protegido pela própria justiça? Na série é claro como o sistema de defesa e justiça possui um gênero, uma cor, uma posição social.E, no fim, ficamos com a dúvida que sempre nos preocupa enquanto mulher: Justiça pra quem? E como recorrer à Justiça em um país de injustiças? Edição 1

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